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Minas e Energia
Volume II
ELETROBRÁS
São Paulo
Maio 2009
Índice
4. Avaliação Ambiental Distribuída e Conflitos ....................................................................... 6
4.1. Aspectos metodológicos referentes à Identificação dos Compartimentos ............................... 6
4.2. Identificação dos Compartimentos.......................................................................................... 11
4.3. Avaliação de Impactos ............................................................................................................ 24
4.3.1. Aspectos Metodológicos ......................................................................................................... 24
4.3.2. Impactos nos Ecossistemas (Meio Físico e Ecossistemas Terrestres e Recursos Hídricos e
Ecossistemas Aquáticos) ...................................................................................................................... 31
4.3.3. Impactos sobre a Socioeconomia........................................................................................... 50
4.4. Avaliação da Cumulatividade de Impactos ............................................................................. 57
4.4.1. Ecossistemas .......................................................................................................................... 58
4.4.2. Socioeconomia........................................................................................................................ 64
4.5. Reuniões Técnicas para Participação Pública........................................................................ 96
4.5.1. Data e Local ............................................................................................................................ 98
4.5.2. Objetivos ................................................................................................................................. 98
4.5.3. Quanto à presença.................................................................................................................. 98
4.5.4. Temas Apresentados ............................................................................................................ 102
4.5.5. Procedimentos adotados ...................................................................................................... 102
4.5.6. Diretrizes e Recomendações levantadas para a Bacia Hidrográfica do Rio Xingu.............. 108
5. Cenários ............................................................................................................................... 112
5.1. Introdução ............................................................................................................................. 112
5.2. Considerações Metodológicas.............................................................................................. 113
5.2.1. Pressupostos ........................................................................................................................ 115
5.3. Cenários da Bacia Hidrográfica do rio Xingu ........................................................................ 116
5.3.1. População ............................................................................................................................. 117
5.3.2. PIB ou Valor Adicionado ....................................................................................................... 124
5.3.3. Resultados ............................................................................................................................ 126
5.4. Desflorestamento na Bacia do Xingu: uma configuração descritiva e sua cenarização
tendencial ............................................................................................................................................. 128
5.4.1. Introdução ............................................................................................................................. 128
5.4.2. Perfis Municipais do Desflorestamento................................................................................. 129
5.4.3. Cenarização – Anos 2015 e 2025......................................................................................... 142
5.4.4. Cenários Tendencial 2015 .................................................................................................... 143
5.4.5. Cenários Tendencial 2025 .................................................................................................... 146
6. Avaliação Ambiental Integrada da Bacia do Rio Xingu .................................................. 149
6.1. Interação entre compartimentos ........................................................................................... 150
6.2. Sinergias de impactos decorrentes da implantação de empreendimentos hidrelétricos ..... 151
6.3. Sinergia de processos de desflorestamentos da bacia hidrográfica .................................... 165
7. Diretrizes e Recomendações ............................................................................................. 170
7.1. Diretrizes para o Setor Elétrico ............................................................................................. 172
ARCADIS Tetraplan 2
8. Referências Bibliográficas ................................................................................................. 176
Lista de Anexos
Anexo I. Matriz de Simulação................................................................. 183
Anexo II. Matriz de Atores Sociais.......................................................... 184
Lista de Tabelas
Tabela 4-1 Classificação de Impactos
Tabela 4-2 Tamanho do reservatório
Lista de Figuras
Figura 4-1 Seqüenciamento das sobreposições dos mapeamentos e Compartimento Final
Lista de Quadros
Quadro 4-1 Compartimento 1 – Continuum de Áreas Legalmente Protegidas
Quadro 4-2 Compartimento 2 – Várzeas do Rio Xingu
Quadro 4-3 Compartimento 3 - Corredor Transamazônico
Quadro 4-4 Compartimento 4 – Médio Xingu Pecuária
Quadro 4-5 Compartimento 5 – Formações do Cachimbo
Quadro 4-6 Compartimento 6 – Alto Xingu Oeste
Quadro 4-7 Compartimento 7 – Alto Xingu Leste
Quadro 4-8 Compartimento 8 – Xingu Meridional
Quadro 4-9 Grau de Significância do Impacto
ARCADIS Tetraplan 3
Quadro 4-10 Perda de Potencial Mineral - Resultados
Quadro 4-11 Leitura da Ambiência quanto à Interferência em APCBs
Quadro 4-12 Leitura da Ambiência quanto à Importância para os Ecossistemas Terrestres,
considerando os níveis de fragmentação.
Quadro 4-13 Síntese da Importância dos Ambientes
Quadro 4-14 Magnitude do Impacto
Quadro 4-15 Perda e Fragmentação de Hábitats Terrestres, Pressão Sobre Habitats e Sobre
Áreas de Interesse Conservacionista – Resultados
Quadro 4-16 Indicadores dos Impactos
Quadro 4-17 Grau de Significância dos Impactos
Quadro 4-18 Impactos nos Ecossistemas Aquáticos - Resultados
Quadro 4-19 Leitura da Ambiência quanto à importância do trecho para movimentação de
peixes.
Quadro 4-20 Leitura da Ambiência quanto à presença de espécies de interesse conservacionista
Quadro 4-21 Grau de Significância do Impacto - Resultados
Quadro 4-31 - Potenciais conflitos associados aos impactos provocados pela implantação de
Usinas Hidrelétricas e PCHs ─ por Compartimento
Quadro 4-32 - Potenciais conflitos com os demais Planos, Programas e Projetos previstos ─ por
Compartimento
Quadro 4-33 Proposição de Diretrizes e Recomendações para a Bacia Hidrográfica do Rio Xingu
- Belém
Quadro 4-34 Recomendações apresentadas para a Bacia Hidrográfica do rio Xingu – Altamira
Quadro 5-1 Pressupostos Gerais para a Cenarização
Quadro 5-2 Premissas e hipóteses da cenarização da População
ARCADIS Tetraplan 4
Quadro 5-5 Comparativo da Evolução do Valor Adicionado Setorial com e sem a presença da
AHE Belo Monte (Em R$ 1.000,00)
Quadro 5-7 Contribuição (%) no incremento do desflorestamento da Bacia no período 2000/2007
Quadro 5-8 Percentual de Área Desflorestada, Área Líquida Disponível e Ano Simulado para sua
Exaustão.
Quadro 5-9 Taxa Anual de Crescimento de Desflorestamento Necessária à Implementação de
Propostas de Manutenção de Diferentes Níveis de Conservação
Quadro 5-10 Simulação de Meta de 20% de Conservação e Ajuste Corretivo de Velocidade: Um
Cenário Normativo
ARCADIS Tetraplan 5
4. Avaliação Ambiental Distribuída e Conflitos
Os resultados dos capítulos anteriores referentes à caracterização dos empreendimentos e
diagnóstico reuniram um conjunto de informações e análises da bacia hidrográfica do rio
Xingu, que permitiram de um lado formar um quadro básico das variáveis que definem os
empreendimentos e, de outro, uma visão da bacia por compartimentos, conforme explicitado
a seguir.
Obteve-se assim, uma base territorial regionalizada para identificar e avaliar os impactos,
utilizando-se indicadores socioambientais que permitem sua quantificação e qualificação.
Uma vez circunscritos nos respectivos compartimentos (e sub-bacias quando necessário), os
impactos podem ser analisados quanto à sua intensidade e possíveis cumulatividades e
sinergias que possam propiciar processos de transformação da bacia hidrográfica,
sinalizando outros fenômenos.
Por fim, inclui-se uma Análise dos Conflitos, cujo principal propósito é o de identificar os
conflitos potenciais e/ou reais que se relacionam com os empreendimentos hidrelétricos.
1
Os mapas contendo as subáreas por componente-síntese foram apresentados nos Estudos de Inventário, compondo o
Apêndice A, daquele estudo.
ARCADIS Tetraplan 6
Dessa forma, é possível proceder a compartimentação da bacia do rio Xingu segundo a
abordagem da AAI, adotando-se os componentes-síntese, cujas peculiaridades justificam sua
diferenciação do restante do território, de acordo com o Manual de Inventário.
Esse procedimento de espacialização faz parte da etapa de avaliação dos impactos dos
aproveitamentos previstos nas várias alternativas de partição de queda do rio Xingu. Ao
mesmo tempo, representa uma etapa de organização das informações com vistas à
elaboração do mapa-síntese da bacia hidrográfica, base para posteriores cenarizações, bem
como a identificação das variáveis (ou indicadores) a serem utilizados nos cenários.
ARCADIS Tetraplan 7
Figura 4-1 Seqüenciamento das sobreposições dos mapeamentos e Compartimento
Final
Sistemas de
terrenos +
Cobertura Ecossistemas
vegetal e Terrestres
uso do solo
Ecossistemas
Sistemas de
Terrenos Ecossistemas
Aquáticos
+ Hierarquia
Compartimentos
Fluvial
(Dinâmica Atual da
Paisagem)
Modos de
Vida
Tipologias
Municipais Organização Compartimentação
Territorial Sócio Econômica
Base
Econômica
Dessa forma, compartimentos que tem presença marcante de uma dada atividade
econômica, fator que determina sua dinâmica e a feição da paisagem de vastas áreas, como
no caso da produção de soja e/ou pecuária bovina, tem essas atividades como elemento
definidor.
ARCADIS Tetraplan 8
Em síntese, os compartimentos foram definidos em parte por critérios físicos e bióticos, ou
seja, pela conformação das sub-bacias, portanto, nem sempre atendem à critérios políticos
institucionais, as divisões municipais, para os quais são produzidas as estatísticas sócio
econômicas.
ARCADIS Tetraplan 9
56°W 54°W 52°W 50°W
Legenda
APA do
Gurupá Arquipélago UHE Belo Monte
do Marajó
Porto PCHs
Prainha de Moz Melgaço
Rio Rio F.N. Portel Capital Estadual
Amazonas Amazonas
RESEX Caxiuanã
2°S
2°S
AM Rio
Verde Rio
Sedes Municipais
para Sempre Xingu
Tapajós Limite Estadual
Senador
José
Porfírio
Limites Municipais
Vitória
do Xingu Belo Massa D'Água
Monte
Bacia do Xingu
Brasil Sítio de Pesca do
Novo Altamira Xingu
Sub bacias
Medicilândia Arara da Volta Anapu
Sub bacia Grande Terras Indígenas
Uruará Arara Rio do Baixo
do Xingu
Xingu UCs Proteção Integral
Placas Xingu APA
Tucuruí UCs Uso Sustentável
4°S
4°S
Rurópolis Kararaô
Itaituba
Cachoeira Koatinemo Novo Compartimentação
Rio
Seca Xingu
Repartimento
Várzeas do Rio Xingu
Trairão
RESEX do Trincheira
RESEX Rio Iriri RESEX Bacaja Sem Informação
Riozinho do Rio Arawete
ESEC Xingu Igarapé Corredor Transamazônico
do Anfrisio
Terra do
Ipixuna Formações do Cachimbo sob Influência da BR 163
Meio
Xipaya
PA Médio Xingu Pecuária
P.N. Apyterewa R.B. do Tapirapé Alto Xingu Leste - Área Sob Influência da Belém-Brasilia
Kuraya da Serra F.N. Tapirapé-
F.N. do Pardo F.N. Aquiri Alto Xingu Oeste - Área sob Influência da BR 163
Parauapebas
Altamira Iatacaiúnas
6°S
6°S
Xingu Meridional Savânico
Xikrin do
APA Triunfo Continuum de Áreas Legalmente Protegidas
FLOTA do Xingu Cateté
do Iriri São Félix
Rio do Xingu Tucumã Água Azul
Curuá Ourilândia do Norte
Rio do Norte
Novo Iriri Rio
Progresso Maria
Baú Bannach
Pau
Kayapo Cumaru D'Arco
do Norte
Redenção
8°S
8°S
Sub bacia
do R io
Curuá
Salto
Buriti Salto Menkragnoti
Curuá
Salto Três R.B. Nascentes Badjonkore
de Maio
da Serra do
Santana do
Cachimbo Araguaia
Panará
Rio Xingu
10°S
Rica Localização
Matupá Peixoto de 60°W 45°W
Azevedo Rio Araguaia
Santa
Confresa Terezinha
Urubu
Rio Porto
Branco
0°
São José 0°
Alegre do
Arrais/BR do Xingu
Norte
Itaúba 080 Canabrava
Marcelândia do Norte
TO
15°S
15°S
Cláudia União
do Sul São Félix
Alto Boa
Wawi Maralwat Vista
do Araguaia
Sinop Santa Sede
Carmem Rio
Rio
12°S
12°S
Xingu das
30°S
30°S
Mortes
Vera Feliz Parque
Natal do Xingu 60°W 45°W
Sorriso
Querência
Nova
Ubiratã
ESEC MT Rio Xingu Ribeirão
Rio Batovi
ARS Naruwota Cascalheira
Ronuro
Sub bacia do Gaúcha
Rio Von den
Sub bacia do Norte Pimentel 1:4.250.000
Sub bacia
Steinen
do Rio do Rio
Barbosa km
Canarana 0 50 100 200 300
Ronuro Curisevo
Paranatinga II
Marechal Sistema de Coordenadas Geográficas
Datum horizontal: SAD 69
Rondon Paranatinga I
14°S
14°S
APA
Brasilândia
GO
Chapada dos
Fontes:
Guimarães Primavera Base Cartográfica Digital do Brasil ao Milionésimo (IBGE, 2005)
do Leste IBGE, Malha Municipal Digital do Brasil. 2005
CUIABÁ Compilação de dados MMA e ICMBIO
PES da Serra Azul ANEEL, 2008
Elaboração: ARCADIS Tetraplan, 2009
56°W 54°W 52°W 50°W
4.2. Identificação dos Compartimentos
Tendo em vista apresentar as principais características e delimitação municipal dos
compartimentos, os Quadros 4-1 a 4-8 a seguir resumem os elementos definidores ou sua
combinação, assim como seus principais atributos. Saliente-se que cada compartimento
recebeu uma dada denominação em função de seu elemento definidor.
Cabe ressaltar que a categoria “não se aplica” foi utilizada nas situações em que o
compartimento não possui território contínuo, não sendo possível a caracterização de seus
componentes devido à diversidade de ocorrências para um mesmo indicador.
COMPARTIMENTO 1
Continuum de Áreas Legalmente Protegidas
ARCADIS Tetraplan 11
COMPARTIMENTO 1
Continuum de Áreas Legalmente Protegidas
nutrientes, condutividade crescente ao longo do curso do rio.
Atividades econômicas
Não se aplica
predominantes
Condicionantes e
Não se aplica
Restrições de ocupação
ARCADIS Tetraplan 12
Quadro 4-2 Compartimento 2 – Várzeas do Rio Xingu
COMPARTIMENTO 2
Várzeas do Rio Xingu
ARCADIS Tetraplan 13
COMPARTIMENTO 2
Várzeas do Rio Xingu
COMPARTIMENTO 3
Corredor Transamazônico
ARCADIS Tetraplan 14
COMPARTIMENTO 3
Corredor Transamazônico
e Xingu. Região da Volta Grande.
ARCADIS Tetraplan 15
COMPARTIMENTO 3
Corredor Transamazônico
COMPARTIMENTO 4
Médio Xingu Pecuária
Características das águas Condutividade alta; carga de sedimentos observada no Rio Fresco.
Processo de ocupação Projetos de colonização financiados pelo governo federal nos anos 70,
de forma espontânea, por grandes empresas pecuaristas e agricultores
ARCADIS Tetraplan 16
COMPARTIMENTO 4
Médio Xingu Pecuária
basicamente nordestinos
COMPARTIMENTO 5
Formações do Cachimbo - Área sob influência da BR-163
ARCADIS Tetraplan 17
COMPARTIMENTO 5
Formações do Cachimbo - Área sob influência da BR-163
ARCADIS Tetraplan 18
COMPARTIMENTO 5
Formações do Cachimbo - Área sob influência da BR-163
COMPARTIMENTO 6
Alto Xingu Oeste - Área sob Influência da BR-163
ARCADIS Tetraplan 19
COMPARTIMENTO 6
Alto Xingu Oeste - Área sob Influência da BR-163
remanescentes florestais, em meio a grandes extensões de pastagens
e de agrossistemas. Limites abruptos e geométricos. Aparentemente,
desmatamentos isolados e coalescentes, com substituição da matriz
florestal original para agropecuária. Área de avanço da fronteira
agrícola - desmatamentos versus extensas áreas bem conservadas;
expansão de culturas cíclicas sobre as florestas. Áreas de ocupação
recente (degradação a paisagem em curso).
Anos 70 - programas de colonização baseados três grandes empresas
privadas do Sul e Sudeste do País (Colíder, Sinop e Indeco), que
Processo de ocupação
adquiriram terras que foram então loteadas e oferecidas a pequenos
agricultores capitalizados das regiões Sul e Sudeste.
Os municípios deste compartimento apresentam padrão típico da
ocupação do Estado do Mato Grosso, inicialmente extrativismo
vegetal, seguido pela pecuária e posteriormente agricultura,
especialmente a soja. Neste compartimento observam-se três grupos
de municípios de acordo com o grau de avanço que se encontram
neste processo. Os municípios mais ao sul do compartimento – Nova
Ubiratã, Sorriso, Vera, Sinop e Santa Carmem – encontram-se em
Atividades econômicas
estágio avançado desta transformação, e neles se observa grandes
predominantes
plantações de soja. No centro do compartimento se encontram os
municípios que estão na fase de transição– Feliz Natal, União do Sul,
Cláudia, Itaúba e Marcelândia –, onde se observa a pecuária, mas já
se verificam avanços dos grãos. No norte do compartimento estão os
municípios menos avançados neste processo, onde a pecuária ainda é
a atividade dominante. Este é o caso de Peixoto de Azevedo, Guarantã
do Norte, Matupá e Nova Santa Helena.
ARCADIS Tetraplan 20
COMPARTIMENTO 6
Alto Xingu Oeste - Área sob Influência da BR-163
hídricos e pesqueiros, interferindo nos modos de vida indígenas,
ribeirinhos e de pescadores; redução local da diversidade biológica;
grande aporte de insumos. BR-242-MT (PAC).
Elaboração: ARCADIS Tetraplan
COMPARTIMENTO 7
Alto Xingu Leste - Área sob Influência da BR – 316
ARCADIS Tetraplan 21
COMPARTIMENTO 7
Alto Xingu Leste - Área sob Influência da BR – 316
plantação de soja no estado do Mato Grosso, realizadas por colonos
gaúchos atraídos para o norte pelos Projetos de Colonização, no início
dos 1980
Assim como os municípios localizados no lado oeste do Alto Xingu, os
municípios deste compartimento apresentam economia em
transformação. No entanto, se encontram em um estágio anterior, ocorre
uma expansão da produção de grãos com destaque para a soja, mas tal
atividade não se consolidou. Os municípios mais ao norte do
compartimento – Vila Rica, Confresa, São José do Xingu, Porto Alegre
do Norte, Canabrava do Norte e Alto Boa Vista – apresentam forte
Atividades econômicas
atividade pecuária. No centro do compartimento os municípios
predominantes
apresentam atividade pecuária e transitam para a agricultura. Neste
caso aparecem os municípios de São Felix do Araguaia, Santa Cruz do
Xingu, Bom Jesus do Araguaia, Gaúcha do Norte e Ribeirão Cascalheira.
No centro-sul aparecem os municípios que estão mais avançados na
transição da pecuária para a agricultura, onde a pecuária ainda aparece
com certa importância, mas compartilhada com a agricultura. Estes
municípios são Querência e Canarana.
Os municípios da porção ao norte do compartimento são polarizados por
São Félix do Araguaia, cuja sede encontra-se fora dos limites da bacia;
Polarização
Os municípios da porção mais ao sul são polarizados por Barra do
Garças
Malha viária em transição, com a existência de algumas rodovias não
Acessibilidade pavimentadas, com alguma proximidade da malha viária regional;
Acesso feito por rodovias locais e aeroportos locais
Porção norte: Baixo dinamismo demográfico; Municípios com média ou
baixa taxa de urbanização
Dinâmica populacional
Porção sul: Demografia relativamente dinâmica, com altas taxas de
crescimento em Primavera do Leste e Querência
Terras aptas para a agricultura e pastagens, mas que necessitam de
práticas complementares de melhoramento e adubação; Sem restrições
Condicionantes e
para a mecanização; Susceptibilidade baixa a erosão quando da
Restrições de ocupação
remoção do solo superficial; Solos de baixa fertilidade e problemas de
toxidez por alumínio
Ainda que a consolidação econômica deste compartimento esteja um
estágio anterior ao Compartimento 6, há já um porte econômico bem
Magnitude do PIB
significativo. Em municípios como Querência, o PIB per capita passa de
R$15.000,00, enquanto no restante está em torno de R$10.000,00.
O avanço econômico enseja a esses municípios conquistarem cada vez
maior autonomia econômica e financeira. Mas ainda assim, na maior
Finanças Públicas
parte dos casos os repasses do FPM ainda representam parcela
importante das receitas municipais.
Desmatamentos em TI ; uso agropecuário em TI; pressões sobre
Parque Nacional do Xingu; degradação de recursos hídricos e
pesqueiros, interferindo nos modos de vida indígenas, ribeirinhos e
Conflitos Existentes pescadores; taxas de desmatamentos elevadas em remanescentes
redução local da diversidade biológica. Construção da BR-158/MT
(PAC), podendo trazer à região aumento populacional e alterações na
economia, mas não tendendo a criar situações de conflito direto com
relação às PCHs situadas a montante da rodovia. BR-242/MT, em área
ARCADIS Tetraplan 22
COMPARTIMENTO 7
Alto Xingu Leste - Área sob Influência da BR – 316
de desenvolvimento agrícola.
Elaboração: ARCADIS Tetraplan
COMPARTIMENTO 8
Xingu Meridional
ARCADIS Tetraplan 23
COMPARTIMENTO 8
Xingu Meridional
Condicionantes e
Solos suscetíveis à erosão laminar e em sulcos.
Restrições de ocupação
Essa região tem um porte econômico não tão expressivo, com PIB per
Magnitude do PIB capita médio em torno de R$7.500,00. Há exceções, como Água Boa, cujo
PIB per capita atinge cerca de R$15.000,00.
As finanças aqui são um pouco mais dependentes do FPM. Nova
Xavantina e Nova Brasilândia, por exemplo, conta com um terço de seu
Finanças Públicas
orçamento proveniente do repasse da União. O restante, em média, tem o
FPM representando cerca de 20% das receitas municipais.
Área de influência das PCHs, interferindo em TIs ─ diversas etnias do
Parque Indígena do Xingu (PIX) e aldeias do povo Xavante. Proximidade
com UC. Antropização nas nascentes do rio Sete de Setembro;
Conflitos desmatamento elevado, também em TIs; redução das savanas; redução
local da diversidade biológica. Interferências nos cursos d´água causando
insegurança alimentar e da saúde e perturbação do cotidiano das
populações tradicionais do entorno.
Elaboração: ARCADIS Tetraplan
ARCADIS Tetraplan 24
diferentes portes. Sem esgotar a discussão, apresenta-se a seguir uma lista dos principais
impactos normalmente atribuídos à implantação e operação de empreendimentos
hidrelétricos, sendo que deve ser ressaltado que a ênfase ou foco da análise deste estudo
está voltado aos impactos de natureza permanente sobre o território da bacia do rio Xingu, ou
seja, principalmente aqueles da fase de operação e de médio e longo prazo.
Assim, inicialmente são descritos os seguintes Impactos nos Ecossistemas (Meio Físico e
Ecossistemas Terrestres e Recursos Hídricos e Ecossistemas Aquáticos) e na seqüência
aqueles para a socioeconomia. É notório que alguns dos impactos têm relevância de fato
apenas para o empreendimento AHE Belo Monte em função de seu porte, e que não se
aplicam com a mesma resolução aos demais aproveitamentos (PCHs).
ARCADIS Tetraplan 25
Perda de cobertura vegetal de terra firme por sobrelevação do nível d´água com perdas
de populações e de hábitats: este impacto pode ser medido pelo tamanho do
reservatório, pelas formações existentes e seu estado de conservação. Uma sucessão de
barramentos, associada a processos de antropização, podem levar a perdas expressivas
de habitats e de populações vegetais e animais. É, portanto, um impacto cumulativo, o
que determina a sua importância para a presente avaliação.
Aumento de pressão antrópica no entorno: devido ao alagamento de áreas produtivas, há
uma tendência de expansão do uso no entorno dos reservatórios como forma de
reconstituir as áreas de agropecuária eventualmente perdidas pelo alagamento. Da
mesma forma, a abertura de novas vias de acesso e a melhoria das existentes favorece
os processos de antropização. Associam-se a essas tendências, a geração de empregos
decorrente da implantação do empreendimento. Esses fenômenos se refletem em
aumento de desflorestamentos. Esse conjunto de eventos atua no aumento das taxas de
conversão da floresta em áreas de uso antrópico, recrudescendo vetores de ocupação
atualmente observados Em que pese à alteração observada atualmente devido aos
desflorestamentos, esse impacto terá grande intensidade na região sob influência do
AHE Belo Monte. Nos demais, considerando-se o pequeno porte dos empreendimentos,
não se espera significativo afluxo populacional.
Alterações das comunidades aquáticas à montante do barramento: devido às alterações
do regime hídrico do rio e sua mudança de regime lótico para lêntico ou semi lêntico
determina mudanças nas condições dos hábitats das comunidades aquáticas deste
trecho e, portanto, alterações na composição e abundância das populações aquáticas.
No que se refere aos peixes, serão favorecidas espécies de ambientes lênticos em
detrimento das espécies de corredeiras. Ressalte-se que vários setores da bacia do rio
Xingu têm endemismos comprovados, caso da Volta Grande, afetada pelo
aproveitamento de Belo Monte, seja no alto curso, na região de cabeceiras..
Fragmentação do ambiente do rio: os empreendimentos provocam fragmentação no
continuum fluvial, constituindo muitas vezes sub-populações com contato diminuído ou
impedido entre elas. No caso de Belo Monte acentua-se, dessa forma, a separação
ecológica observada atualmente a jusante e a montante da Volta Grande. Alterações na
dinâmica de meta populações podem ser esperadas, bem como o isolamento do rio
Bacajá.
Alterações das comunidades aquáticas a jusante do barramento devido às alterações do
regime hídrico do rio: a dinâmica sazonal de alteração dos níveis d’água condiciona
diversos processos ecológicos que tendem a ser alterados pelos barramentos. Pode-se
esperar alteração de populações e de diversidade. No caso do aproveitamento de Belo
Monte, podem ser esperadas alterações das comunidades aquáticas do baixo curso do
rio Bacajá devido às alterações na dinâmica hidrológica da Volta Grande.
No caso dos pequenos barramentos esse efeito é praticamente inexistente mas é
significativo, no caso de Belo Monte, no trecho de redução de vazão na Volta Grande,
determinando importante redução do hábitat aquático e modificações na dinâmica desse
ambiente. Pode-se esperar redução de populações e redução de diversidade, colocando
em risco populações de espécies endêmicas e de valor comercial. Em adição, podem ser
esperadas alterações das comunidades aquáticas do baixo curso do rio Bacajá devido às
alterações na dinâmica hidrológica e ao seu isolamento.
Alterações nas características da água do rio: este impacto é proporcional à dimensão do
empreendimento, ao tempo de residência da água no reservatório e à morfometria do
ARCADIS Tetraplan 26
mesmo. As características dos empreendimentos previstos e existentes nos rios da bacia
hidrográfica do Xingu não sinalizam alterações significativas da qualidade da água dos
rios afetados a não ser pelas mudanças na intensidade e nos padrões de uso do solo que
podem induzir, pois a oferta de energia tende a intensificar as atividades econômicas e a
atração de população. Esses fenômenos têm como conseqüência o aumento da pressão
sobre os recursos hídricos, em seus aspectos qualitativos e quantitativos, devido ao
aumento da demanda para abastecimento humano e dessedentação animal, ao aumento
de lançamento de efluentes e aumento de processos de assoreamento decorrentes dos
desflorestamentos.
No caso de Belo Monte a qualidade da água do Xingu sofre influência à montante da área
do barramento, proveniente da área urbana de Altamira, que apresenta infra-estrutura de
saneamento precária, e onde ocorre lançamento de efluentes domésticos, sem
tratamento, diretamente no rio. Este fato, associado à redução do poder depurador do rio
em decorrência do represamento e ao aumento populacional previsto para Altamira,
poderá determinar, notadamente em trechos remansados, a deterioração da qualidade da
água.
No reservatório propriamente dito, o ambiente lêntico receberá água já alterada em
alguma medida, devido aos fatores acima citados. O Índice de Desenvolvimento de
Margem (IDM) baixo e o tempo detenção hidráulica reduzido são fatores de amenização
da deterioração da qualidade das águas. Não se espera problemas significativos neste
trecho, após a estabilização do reservatório.
Já no trecho a jusante, alterações são esperadas devido à menor carga de sedimentos,
maior transparência e maior produtividade primária da água e também à influência
crescente do aumento populacional previsto para Vitória do Xingu.
Formação de ambientes propícios à proliferação de macrófitas e de invertebrados de
interesse médico-sanitário: os reservatórios favorecem a proliferação de macrófitas
aquáticas, bem como a instalação de focos de vetores e hospedeiros de doenças. Estes
fenômenos podem ser esperados principalmente nos remansos formados nos igarapés,
sendo os mais extensos na região de Altamira. Este impacto é considerado de média
importância pois se espera que seja localizado.
Incremento do Valor Adicionado Fiscal Municipal – em função da presença de novos
empreendimentos produtivos no território municipal que se associa ao aumento do
produto (PIB) e renda municipal, bem como a possível dinamização e diversificação da
base econômica dos municípios onde o projeto está implantado.
Aumento da receita municipal devido ao aumento da quota parte municipal do ICMS –
ocorre por conta da legislação que determina os critérios de repasse aos municípios,
sendo que o valor adicionado fiscal municipal é o que tem a maior ponderação na formula
utilizada, de acordo com a Constituição Federal, deve participar com um mínimo de 75%.
Direito ao recebimento de compensação financeira em função da área alagada nos
municípios – em decorrência da legislação existente.
Deslocamento de populações – No processo de implantação de um empreendimento
hidrelétrico, o enchimento do reservatório é aquele com maior potencial de causar
impactos permanentes, podendo ser necessário o deslocamento de populações e
instalações produtivas e infra-estruturas de transporte, energia e de telecomunicações.
ARCADIS Tetraplan 27
Geração de empregos na cadeia da produção de energia - a construção da usina, a
construção e/ou aprimoramento das estradas e dos portos por onde chegarão os
insumos, linhas de transmissão, as subestações de energia e demais dispositivos
envolvem um vasto conjunto de insumos, materiais, equipamentos, que serão adquiridos
de uma grande rede de fornecedores desses bens e serviços que compõem a cadeia da
produção de energia. Essa demanda irá, portanto, fortalecer esses variados segmentos,
que se localizem no país e também no exterior (componentes elétricos e eletrônicos mais
sofisticados). E, mais ainda bens e serviços regionalmente/localmente providos.
Aumento da oferta de emprego durante a construção e operação do projeto - no caso do
AHE Belo Monte, cerca de 17.000 empregados estarão envolvidos nos trabalhos no ápice
das obras. Isso acarretará um impacto de elevadas proporções nos municípios próximos
à obra, já que esse volume de emprego aquecerá as economias municipais. Em
contrapartida, ao se aproximar do final das obras de construção do empreendimento, este
contingente de trabalhadores será desarticulado e o impacto esperado é o contrário, com
o aumento do desemprego local.
Geração de empregos induzidos em diferentes segmentos produtivos da matriz regional -
o aumento do contingente de trabalhadores nas obras de construção do AHE Belo Monte
gerará um movimento migratório relevante para a região de Altamira. Além dos 17.000
trabalhadores esperados para a construção do empreendimento, parte dos quais virá de
outros municípios e/ou Estados, existe uma população associada a estes, como, por
exemplo, seus familiares. Assim, além dos empregos diretos que o empreendimento
proporcionará, haverá um aumento de empregos em todos os municípios próximos à
Belo Monte, principalmente no setor de serviços, necessários para atender este novo
contingente populacional.
Aumento da oportunidade de negócios para micro e pequenos empresários, impacto
associado aos dois anteriores.
Alteração/ruptura na rede de relações econômico-sociais das quais os grupos sociais
dependem e dispõem para garantir sua sobrevivência - no caso do AHE Belo Monte,
estima-se em aproximadamente 480 o número de famílias afetadas diretamente pela
implantação, exigindo reassentamento em outra(s) localidade(s). Rompem-se, assim,
relações socioeconômicas e perdem-se referenciais seja de produção, seja de relações
sociais, os quais necessitarão ser reconstruídos.
Alterações no quadro de saúde - introdução e disseminação de doenças de veiculação
hídrica e outras, entre as quais a DST: o aumento populacional esperado devido à
implantação das obras e a presença de cerca de 17.000 trabalhadores por um período de
três anos aproximadamente, impõe riscos de alteração do quadro da saúde pública, em
decorrência da possibilidade de introdução de agentes etiológicos e de vetores de
doenças. O aumento de pressão sobre a infra-estrutura de saúde é outro impacto
esperado que pode alterar esse quadro.
Fortalecimento da Matriz Institucional – a maior presença de entes públicos e não
governamentais: desde a fase de licenciamento, construção e operação do
empreendimento, se instaura um processo em que vários entes federais (IBAMA,
Ministério Público, FUNAI, INCRA, Marinha etc.), Estaduais (Secretária de Meio
Ambiente, Recursos Hídricos, Fazenda etc.) e não governamentais participarão de modo
mais ativo e freqüente na região, tendo em conta suas competências e interesses.
Alteração na hierarquia funcional dos núcleos municipais – a hierarquia funcional dos
núcleos municipais não será muito alterada, ainda que alterações menores sejam
ARCADIS Tetraplan 28
esperadas. Altamira continuará sendo o principal pólo regional, possivelmente com maior
força que atualmente. No entanto, Vitória do Xingu deverá passar a polarizar em pequena
escala os municípios que se encontram próximos.
Pressão adicional sobre a infra-estrutura urbana e serviços - devido à chegada do
contingente de trabalhadores e da população associada espera-se uma pressão adicional
sobre a infra-estrutura urbana e de serviços.
A partir deste conjunto de impactos adotaram-se dois procedimentos básicos: o primeiro trata
da construção de indicadores quantitativos e qualitativos para um grupo menor de impactos,
dentro das contingências e objetivos do estudo, conforme mostrado na Figura 4-3 abaixo.
O segundo tratamento ocorre no contexto dos cenários elaborados neste estudo, no capítulo
5 são elaborados cenários para as variáveis população, valor adicionado e desmatamento,
considerando que o comportamento de tais variáveis se associa a diversos tipos de impactos
(pressão sobre infra estrutura urbana, animação econômica etc), principalmente no caso de
variações significativas em um curto período de tempo, a construção de tais cenários também
é uma forma de evidenciar e assinalar para a ocorrência de tais impactos.
Ecossistemas
− Perdas de potencial mineral
ARCADIS Tetraplan 29
− Perda e fragmentação de habitats terrestres
− Alteração na dinâmica hidráulica dos rios e alteração da qualidade da água e dos
ecossistemas aquáticos
− Depreciação da Ictiofauna Nativa
− Desflorestamento
Socioeconomia
− Incremento do Valor Adicionado Fiscal Municipal
− Aumento da receita municipal devido ao aumento da quota parte municipal do ICMS
− Deslocamento de populações, urbana e rural
Tamanho do
Classificação Aproveitamentos Hidrelétricos
Reservatório
Maior que 500 km² Muito Grande AHE Belo Monte
PCH Paranatinga I
De 3 a 13 km² Pequeno
PCH Paranatinga II
PCH Salto Buriti
PCH Salto Curuá
Menor que 3 km² Muito Pequeno PCH Três de Maio
PCH ARS
PCH Culuene
ARCADIS Tetraplan 30
Sem informação PCH Ronuro
Elaboração: ARCADIS Tetraplan
Uma vez tendo sido avaliados tais impactos e obtidos seus os resultados de acordo com a
tabela acima de intensidade, o passo seguinte é a construção de uma matriz, denominada de
Matriz de Sensibilização de Impactos (ver Anexo I), em cujas células são inseridos tais
resultados das avaliações dos impactos de cada empreendimento sobre o município, sub-
bacia e compartimento. O objetivo é poder apreender de forma sistemática os impactos
decorrentes da presença dos aproveitamentos. A matriz relaciona, portanto, um conjunto de
informações referentes aos empreendimentos (linhas) e os possíveis impactos nos três meios
básicos, físico, biótico e socioeconômico (colunas).
Posto isso, na seqüência são apresentadas para cada um dos meios os impactos
selecionados e os resultados encontrados, quando então são explicitados em maior detalhe
os procedimentos adotados para sua construção.
Justificativa
A Bacia do rio Xingu é bastante extensa, abrangendo regiões de elevado potencial mineral
com ocorrências de minerais de alto valor do ponto de vista econômico.
Indicadores
ARCADIS Tetraplan 31
Para a avaliação da perda do potencial mineral foram utilizadas informações apresentadas no
diagnóstico do meio físico, referentes à potencialidade dos terrenos em relação aos recursos
minerais. As informações de ocorrência de minerais e a importância dos mesmos, bem como
o status econômico referem-se a informações obtidas nos Mapas Geológicos da CPRM de
2004.
Três PCHs em construção, de Salto Buriti, de Salto Curuá e Três de Maio localizam-se nos
Planaltos Residuais do Sul da Amazônia. Este tipo de terreno apresenta potencial mineral
para ouro, estanho, fluorita, ferro, cobre, níquel, chumbo, zinco, cobalto e granada, conforme
registrado nos mapas geológicos da CPRM (2004) em alguns locais. As mineralizações,
entretanto, concentram-se na região de São Felix do Xingu. Os garimpos de ouro ocorrem em
aluviões ou veios de quartzo em áreas associadas a afloramento de rochas arqueanas.
PCH ARS
Está localizada na unidade de relevo denominada Planalto dos Parecis no terreno das
Rampas detrito-lateriticas que são terrenos planos e suave ondulados que se desenvolvem
sobre silte, areia siltosa, argilas e conglomerados com seixos angulosos; total ou
parcialmente laterizados da Formação Araguaia.
A PCH Ronuro, situa-se na região de Colinas amplas, médias e Rampas que são terrenos
suaves ondulados a ondulados, pouco dissecados, que se desenvolvem sobre folhelhos e
siltitos micáceos, com finas intercalações de arenitos arcoseanos (Formação Dimantino) e de
modo restrito em arenitos finos a médios, com níveis de arenitos grossos, seixos e siltitos
(Formação Raizama).
As Rampas arenosas e as Colinas amplas, médias e Rampas, na cabeceira dos rios Jatobá,
Tamitatoala ou Batovi e Coliseu, em conseqüência da presença de intrusões kimberliticas,
nas rochas da Formação Diamantino, apresentam potencial para a ocorrência de diamantes,
que vem sendo explorados em garimpos nos cascalhos fluviais. O restante desse
compartimento apresenta baixo potencial mineral, bem como baixa probabilidade de
ocorrência de cavernas, pois o relevo plano inibe o seu desenvolvimento.
PCH Culuene
ARCADIS Tetraplan 32
A PCH Culuene localiza-se no Planalto dos Alcantilados, na região das rampas arenosas, que
são terrenos planos e suave ondulados desenvolvidos sobre arenitos. Esses terrenos
apresentam baixo potencial mineral.
Na região da Volta Grande do Xingu os depósitos de ouro nos aluviões do rio e nos terrenos
adjacentes, foram pesquisados e lavrados com significativa produção pela Oca Mineração e
por garimpeiros no passado e hoje pertencem à Mineração Verena., que tem se dedicado à
realização de novas prospecções, dado o esgotamento das reservas até então conhecidas.
Na área do reservatório do AHE Belo Monte, entretanto, não se registra nenhuma ocorrência
mineral para ouro e outros minerais. Registra-se apenas a ocorrência de depósitos de
areia/cascalho e argila no leito do rio no trecho a ser inundado, nas proximidades de Altamira.
Avaliação da Magnitude
Deve ser considerado que esse critério é apenas indicativo da probabilidade de ocorrência de
interferências nas atividades de exploração mineral. Assume-se que a possibilidade de uma
jazida se encontrar na Área Diretamente Afetada (ADA) de um reservatório é maior quanto
maior for o grau de interferência deste em uma determinada região com potencial mineral.
Entretanto, pode acontecer de a reserva estar situada justamente na área correspondente a
um reservatório de pequena dimensão (ou seja, um reservatório considerado de pequena
interferência).
ARCADIS Tetraplan 33
Integrando esses dois critérios, área do reservatório e potencialidade mineral dos terrenos
onde se localizam os reservatórios e entorno, os impactos apresentam diferentes graus de
significância de acordo com o Quadro 4-9 a seguir.
A Alto Potencial Mineral, com ocorrência de títulos Muito Alta Baixo Muito baixo
minerários
B Existe Potencial para alguns minerais em pontos Alto Muito Muito baixo
específicos da região, sem titulo minerário na provável baixo
área do reservatório
C Ocorrência de significativos depósitos Médio Muito Muito baixo
aluvionares/coluvios na área do reservatório baixo
D Terrenos com depósitos aluvionares/coluvios de Baixo Muito Muito baixo
pequena expressão baixo
Fonte: Engevix/Themag/ARCADIS Tetraplan/Intertechne, 2007. Atualização do Inventário da Bacia do rio Xingu
ARCADIS Tetraplan 34
4.3.1.1. Impactos sobre os Ecossistemas Terrestres
Perda e fragmentação de habitats terrestres, Pressão sobre habitats e sobre áreas de
Interesse Conservacionista
Justificativa
Ainda que respostas a perturbações sejam variáveis, estudos sugerem que blocos florestais
com área acima de 10.000 ha de floresta contínua e relativamente intacta podem ser
resilientes às mudanças ambientais de curto prazo, capazes de abrigar indivíduos de
2
Tamanho mínimo varia com a espécie e não pode ser determinado a priori.
ARCADIS Tetraplan 35
espécies guarda-chuva, manter processos ecológicos e fatores seletivos, assim como
interações bióticas como a polinização de espécies chave e predação3.
Indicadores
De modo geral, quanto maior a área afetada, maiores serão as perdas, o que faz com que o
tamanho do reservatório, per se, seja uma variável importante na avaliação de impactos
dessa natureza.
Nesse sentido, quanto maior o nível de prioridade de uma determinada região maior
importância adquirem os impactos decorrentes da implantação de um determinado
empreendimento.
3
(http://www.rbma.org.br/anuario/mata_06_fap_capitulo_3_pag1.asp)
ARCADIS Tetraplan 36
Quadro 4-12 Leitura da Ambiência quanto à Importância para os Ecossistemas
Terrestres, considerando os níveis de fragmentação.
Importância Conservacionista
Na Figura 4-4 são apresentadas as APCBs existentes na bacia hidrográfica do rio Xingu.
Estas se distribuem por toda a bacia hidrográfica, notadamente no extremo sul, junto às
cabeceiras dos formadores do rio Xingu, no oeste e médio curso deste rio e no extremo norte.
ARCADIS Tetraplan 37
No que se refere à cobertura vegetal, verifica-se o predomínio de um continuum florestal na
bacia hidrográfica, com solução de continuidade nos compartimentos Corredor
Transamazônico e Médio Xingu Pecuária, principalmente. Ao sul da bacia, prevalecem
formações savânicas, em continuidade às florestas transicionais do planalto dos Parecis
(Contato Floresta Ombrófila/ Floresta Estacional). Atualmente sob intensa e crescente
pressão antrópica, ambas as formações apresentam níveis elevados de fragmentação.
Na Figura 4-5 encontra-se espacializada a cobertura vegetal e o uso do solo e na Figura 4-6
evidenciam-se os vetores de desflorestamento.
ARCADIS Tetraplan 38
56°W 54°W 52°W 50°W
Legenda
Gurupá UHE Belo Monte
PA-04
Porto Gurupá -
de Moz Porto de PCHs
Prainha Moz Melgaço
Portel Capital Estadual
AM
2°S
2°S
Rio Sedes Municipais
Xingu Senador
José
Porfírio
Limite Estadual
Renascer Limites Municipais
Tabuleiro do
Vitória Xingu Belo Sub bacias
do Xingu Monte
Brasil
Altamira Cavernas
da Volta
Massa D'Água
Novo Anapú
Grande Rio
Medicilândia Anapu
Bacia do Xingu
Sub bacia Xingu
do Baixo Xingu Arara Terras Indígenas
Uruará
do Maia
Placas Unidade de Conservação de Proteção Integral
4°S
4°S
Rurópolis Novo Unidades de Conservação de Uso Sustentável
Itaituba Repartimento
Áreas Prioritárias
Trairão Rio Iriri Extremamente Alta
Muito Alta
Alta
PA
Rio
Xingu Parauapebas
6°S
6°S
Igarapé
Triunfo São Félix
Rio do Xingu Tucumã Água Azul
Curuá Ourilândia do Norte
APA Triunfo do Norte
Novo do Xingu Rio
Progresso Maria
Bannach
Bannach
Pau
Cumaru D'Arco
do Norte
Redenção
8°S
8°S
Entorno
BR-
163
Salto Microbacia
Buriti Salto do Rio
Salto Três de Maio Curuá Dezoito
Sub bacia
do R io Curuá
Base militar Serra
do Cachimbo Santana do
Araguaia
Entorno REBIO
Nascentes
do Cachimbo sul
Nascente Rio Xingu
de Iriri
Guarantã
Vila
do Norte Sul do Parque Comandante
10°S
10°S
Santa
Confresa Terezinha
São José Porto
0°
0°
Manissaua- do Xingu Alegre do
Assentamento Miçu Norte
Trairão Canabrava
Itaúba Bom Marcelândia
Jaguá do Norte
TO
Castanheiras
15°S
15°S
Cláudia União
do Sul São Félix
Corredor Wawy- Alto Boa
Bacia do Araguaia
Marãwatsêde Vista
Sinop Santa Arraias
Carmem
Rio
12°S
12°S
30°S
Vera Rios
Feliz
Natal
MT
60°W 45°W
Sorriso Querência
Jatobá Ribeirão
Nova Sub bacia Cascalheira
Ubiratã do Rio Von Rio
Ribeirão
den Steinen Xingu
Cascalheira
ARS Cabeceiras do Xingú
Rondon-Xingú
Gaúcha
Sub bacia do Norte 1:4.250.000
Sub bacia
do Rio do Rio Canarana
km
0 50 100 200 300
Paranatinga -Ronuro Curisevo Nascentes
Rosário Paranatinga do Xingu Sistema de Coordenadas Geográficas
Oeste Paranatinga II Datum horizontal: SAD 69
14°S
14°S
Legenda
Gurupá
UHE Belo Monte
Porto
Prainha de Moz Melgaço PCHs
Portel
Sub bacias
AM
2°S
2°S
Rio Bacia do Xingu
Xingu
Senador Capital Estadual
José
Porfírio Sedes Municipais
Vitória
do Xingu Limite Estadual
Belo
Brasil Altamira Monte Limites Municipais
Novo
Medicilândia Rio
Anapu Massa D'Água
Xingu
Uruará Sub bacia do Terras Indígenas
Placas Baixo Xingu
Unidade de Conservação de Proteção Integral
4°S
4°S
Rurópolis Novo
Repartimento
Unidades de Conservação de Uso Sustentável
Itaituba
Cobertura Vegetal
Rio Iriri
Trairão
Legenda
Massa D'Agua
Sem Informacao
Usos Antropicos
PA
Campinaranas
Contato Campinarana e Floresta Ombrófila
Rio
Xingu Parauapebas Contato Savana e Floresta Estacional
6°S
6°S
Contato Savana e Floresta Ombrófila
Contato Floresta Ombrófila e Floresta Estacional
São Félix
Rio do Xingu Tucumã Água Azul Floresta Estacional
Curuá Ourilândia do Norte
do Norte Floresta Ombrófila Aberta Submontana
Novo Rio
Progresso Maria Floresta Ombrófila Densa Aluvial
Bannach
Floresta Ombrófila Densa Submontana
Cumaru
Pau Floresta Ombrófila Densa Terras Baixas
D'Arco
do Norte
Redenção
Refúgio
8°S
8°S
Rio Xingu
Guarantã
Vila
do Norte
10°S
10°S
São José 0°
Alegre do
do Xingu Norte
Marcelândia Canabrava
Itaúba do Norte
TO
15°S
15°S
Cláudia União
do Sul São Félix
Alto Boa
do Araguaia
Vista
Sinop Santa
Carmem
Rio
12°S
12°S
Xingu
30°S
30°S
Vera Feliz
Natal
MT
60°W 45°W
Sorriso
Querência
Nova Sub bacia
Ubiratã do Rio Von Rio Ribeirão
den Steinen Xingu Cascalheira
ARS
Gaúcha
Sub bacia do Norte 1:4.250.000
Sub bacia
do Rio do Rio Canarana
km
0 50 100 200 300
Ronuro Curisevo Paranatinga II
Sistema de Coordenadas Geográficas
Paranatinga I Datum horizontal: SAD 69
14°S
14°S
2°S
AM Rio
Rio Sedes Municipais
Xingu
Tapajós
Senador
Limite Estadual
José
Porfírio Limites Municipais
Vitória
do Xingu Massa D'Água
Belo
Brasil Altamira Bacia do Xingu
Monte
Novo
Medicilândia Rio Terras Indígenas
Anapu
Xingu
UCs Proteção Integral
Uruará
Placas UCs Uso Sustentável
Vegetação
4°S
4°S
Rurópolis Novo
6°S
Vegetação Secundária
Desmatamento Progressivo PRODES
São Félix
do Xingu
Anos Analisados
Rio Tucumã Água Azul
Curuá Ourilândia do Norte 1997
do Norte
Novo Rio 2000/2001
Progresso Maria
Bannach 2002/2003
2004/2005
Pau
Cumaru
do Norte
D'Arco 2006/2007
Redenção
8°S
8°S
Salto
Salto Três Buriti
de Maio Salto
Curuá
Santana do
Araguaia
Rio Xingu
Guarantã
Vila
do Norte
10°S
10°S
Rica Localização
Matupá Peixoto de 60°W 45°W
Azevedo Rio Araguaia
Santa
Confresa Terezinha
Porto
0°
São José 0°
Alegre do
do Xingu Norte
Marcelândia Canabrava
Itaúba do Norte
TO
15°S
15°S
Cláudia União
do Sul São Félix
Alto Boa
do Araguaia
Vista
Sinop Santa
Carmem Rio
Rio
12°S
12°S
Xingu das
30°S
30°S
Mortes
Vera Feliz
Natal
MT
60°W 45°W
Sorriso
Querência
Rio Ribeirão
Nova ARS Xingu Cascalheira
Ubiratã
Gaúcha
do Norte 1:4.250.000
km
Canarana 0 50 100 200 300
Paranatinga II
Sistema de Coordenadas Geográficas
Paranatinga I Datum horizontal: SAD 69
14°S
14°S
Paranatinga
Planalto Culuene Campinápolis Figura 4- 6 Vetores de Desflorestamento e a
Temporalidade do Processo
Nova
da Serra Xavantina
Nova
GO
Brasilândia
Fontes:
Base Cartográfica Digital do Brasil ao Milionésimo (IBGE, 2005)
CUIABÁ Primavera IBGE, Malha Municipal Digital do Brasil. 2005
do Leste PRODES, 2007
Compilação de dados MMA e ICMBIO
ANEEL, 2008
Elaboração: ARCADIS Tetraplan, 2009
56°W 54°W 52°W 50°W
Avaliação da Magnitude
Avaliação do Impacto
Tipo de
Nome APCB Fragmentação
empreendimento
Qualitativo Numérico
ARCADIS Tetraplan 42
4.3.1.2. Impactos sobre os Recursos Hídricos e Ecossistemas Aquáticos
Alteração na dinâmica hidráulica dos rios e alteração da qualidade da água e dos
ecossistemas aquáticos
Justificativa
Indicadores
Foram considerados dois impactos básicos em relação aos ecossistemas aquáticos, a saber:
Dessa forma, a área alagada pelos reservatórios foi considerada um indicador de impacto na
dinâmica hidrológica do rio por refletir a magnitude da transformação de um sistema lótico
num sistema lótico-lêntico. A extensão dessa alteração na dinâmica hidrológica foi
considerada calculando, no caso das PCHs, o tempo de residência médio a partir dos dados
de volume do reservatório e volume anual na seção da PCH. Quanto maior o tempo de
residência maior a alteração provocada na dinâmica hidrológica do trecho represado e
também maior a possibilidade, dependendo das regras de operação, de alteração do regime
de vazões no trecho a jusante do reservatório.
Um outro indicador utilizado foi o potencial de aporte de fósforo nos reservatórios. O fósforo é
um nutriente essencial para a produção primária aquática e freqüentemente é o principal fator
limitante à eutrofização de reservatórios. Para o cálculo desse aporte foi considerada a área
ARCADIS Tetraplan 43
de drenagem de cada reservatório multiplicado por um coeficiente de exportação de fósforo.
O coeficiente considerado foi o relativo ao município onde o reservatório está situado. Foi
calculado a partir das cargas de nutrientes que podem afluir aos sistemas aquáticos
considerando a área de ambiente natural e de uso rural de cada município e a população
residente e valores de produção de cargas de fósforo de cada um desses itens obtidos na
literatura especializada (Jorgensen, 1989; Martino & Salas, 1991).
Tempo Trecho de
Área Alagada Aporte de P
Tipo Nome residência vazão reduzida
(km²) (ton/ano)
médio (dias) a jusante (km)
Salto Buriti 2,90 3,64 11 0
ARS 1,64 28 0
PCH
Paranatinga I 4,24 80 0
Ronuro
ARCADIS Tetraplan 44
Quadro 4-17 Grau de Significância dos Impactos
Grau de Significância
200-
Álea Alagada (km²) >500 50-200 5-50 <5
500
Dinâmica
Hidrológica
Tempo de Residência
365 60-365 20-60 1-20 <1
(dias)
100-
Álea Alagada (km²) >500 50-100 5-50 <5
500
Tempo de Residência
Alteração da 365 60-365 20-60 1-20 <1
(dias)
Qualidade da
Água e
Ecossistemas 500-
Aporte de P (ton/ano) >1000 50-500 20-50 <20
1000
Trecho de Vazão
>80 50-80 10-50 2-10 <2
Reduzida
SALAS, H.& MARTINO, P. A simplified phosphorus trophic state model for warm-water tropical lakes. Wat.Res
25(3): 341-350, 1991.
JØRGENSEN, S.E. Use of models. In: Guidelines of lake management v. 1 Principles of lake management. S.E.
JØRGENSEN & VOLLENWEIDER, R.A. (Ed). ILEC-UNEP, Otsu, pp.71-98, 1989.
ARCADIS Tetraplan 45
As etapas na atribuição dessa nota são discriminadas abaixo:
DINÂMICA HIDROLÓGICA
área alagada
MUITO ALTA ALTA MÉDIA BAIXA MUITO BAIXA
aporte de P
ARCADIS Tetraplan 46
TRECHO DE VAZÃO REDUZIDA
Avaliação do Impacto
Empreendimento Avaliação dos Indicadores
Qualitativo
Numérico Final
Hidrológica
ecossistem
Reservânci
da Qualida
Síntese do
reduzida a
Aporte de
Dinâmica
(ton/ana)
da água/
Alagada
Impacto
a Médio
jusante
ç
Tipo Nome
Tempo
vazão
(dias)
Área
Km²
ARCADIS Tetraplan 47
Depreciação da Ictiofauna Nativa
Justificativa
Indicadores
ARCADIS Tetraplan 48
Quadro 4-19 Leitura da Ambiência quanto à importância do trecho para movimentação
de peixes.
ARCADIS Tetraplan 49
4.3.3. Impactos sobre a Socioeconomia
Incremento do valor adicionado fiscal municipal4
Para melhor entendimento do seu significado, o Valor Adicionado Fiscal, descrito na Lei
Complementar nº 63 de 11/01/1990, corresponde, para cada Município, ao valor das
mercadorias saídas, acrescido do valor das prestações de serviços, no seu território,
deduzido o valor das mercadorias entradas, em cada ano civil.
No caso de Altamira, o município contem na sua porção sul do território mais três PCHs,
(conforme assinalado no capítulo 2 relativo á caracterização dos empreendimentos) o que
também eleva seu valor adicionado fiscal, mas no caso, em dimensão bem diminuta quando
comparado ao AHE Belo Monte.
Por fim, no caso das PCHs, supôs que elas internalizam 100%, ou que sua energia é
consumida totalmente nos Estados do Pará e Mato Grosso.
4
“Com relação às operações de circulação de energia elétrica, entendem-se como estabelecimento de usina
hidrelétrica as áreas ocupadas pelo reservatório de água destinado à geração de energia, pela barragem e suas
compotas, pelo vertedouro, condutos forçados, casa de máquinas e subestação elevatória"
ARCADIS Tetraplan 50
aproveitamentos é apresentada a seguir. O procedimento adotado para a estimativa simulou
a mesma sistemática utilizada pelas Secretarias da Fazenda Estadual para o calculo do IPM.
Assim, para tanto, admitiu-se como hipótese a existência dos aproveitamentos nos município
como se estivessem operando desde o ano de 2006 e simulou o que seria a nova QPM -
ICMS para o ano de 2009. Os valores foram obtidos da Secretaria do Tesouro Nacional –
Ministério da Fazenda.
0<x<5% - intensidade 1
5%≤x<10% - intensidade 2
ARCADIS Tetraplan 51
10%≤x<40% - intensidade 4
x≥40% - intensidade 16
te municipal
Entre as receitas de transferências, tem importante papel a quota parte municipal do ICMS. O
ICMS é um imposto estadual, cuja parcela de 25% do total arrecadado é distribuída aos
municípios com base em um índice, denominado índice de participação dos municípios na
quota parte municipal – IPM-ICMS, conforme apontado acima.
O IPM é determinado em grande medida pelo valor adicionado fiscal do município (entra na
sua formula com uma ponderação de no mínimo de 75% conforme especifica a Constituição
Federal). Portanto, as variações ocorridas com o valor adicionado fiscal, avaliadas no impacto
anterior, repercutem em variações na quota parte municipal auferidas pelos municípios.
ARCADIS Tetraplan 52
Assim, reelaborou-se a estimativa do IPM-ICMS com base nos procedimentos efetuados
pelas Secretarias da Fazenda dos Estados do Para e Mato Grosso, incorporando os impactos
simulados dos aproveitamentos nos territórios municipais, obtendo-se como resultado um
novo valor para a quota-parte municipal para o ano de 2009, aquele que seria considerado
caso os empreendimentos estivessem operando desde 2006. Os valores foram obtidos da
Secretaria do Tesouro Nacional – Ministério da Fazenda. No Quadro 4-24, apresenta-se o
impacto sobre a quota parte municipal do ICMS.
Quadro 4-24 Impacto sobre a Quota parte municipal do ICMS (milhões de reais)
QPM-ICMS QPM-ICMS
(transferência (transferência
estimada sem os simulada com os Variação
AHEs) AHEs) ∆QPM- ICMS percentual %
Município 2009 2009 2009 2009
Altamira 24,5 36,4 11,82 48,24
Vitória do Xingu 2,7 13,7 11 407,41
Nova Ubiratã 6,9 7,2 0,31 4,49
Campinápolis 4 4,6 0,55 13,75
Paranatinga 8,4 9 0,39 4,64
Primavera do Leste 24 24,7 0,67 2,79
Fonte: Elaboração ARCADIS Tetraplan
0<x<5% - intensidade 1
5%≤x<10% - intensidade 2
10%≤x<40% - intensidade 4
x≥40% - intensidade 16
ARCADIS Tetraplan 53
Quadro 4-25 Grau de Significância do Impacto
Justificativa
A presença de núcleo urbanizado na área do reservatório e entorno o torna (assim como sua
população) mais suscetível a possíveis interferências, seja do ponto de vista físico, seja do
ponto de vista funcional e das suas relações sociais, sendo, portanto, o indicador utilizado
para a elaboração do diagnóstico.
ARCADIS Tetraplan 54
reservatórios e localizações, provocam raras interferências com áreas urbanizadas e
impactos pouco significativos sob os serviços básicos dos núcleos urbanos próximos.
Indicadores
Para o AHE foram analisadas as áreas distantes em até 60km a montante do limite do
reservatório e em até 20km a jusante do barramento;
Para as PCHs, foi considerada a localização de áreas urbanizadas num raio de 20km do
ponto de localização do empreendimento.
Tipo de
Empreen- Localização da área(s) urbanizada(s) Situação
Dimento
Presença de Presença
Presença de Presença Área de Área
Área do
Tipo de Área de Área Urbanizada Urbanizada
Reservatório
empreen- Nome Urbanizada Urbanizada em até 60km em até
(km²) /
dimento na área do em Raio de a Montante 20km a
Tamanho
Reservatório 20km do Limite do Jusante do
Reservatório Barramento
Muito
PCH Salto Buriti não não - -
Pequeno
Salto Muito
não não - -
Curuá Pequeno
ARCADIS Tetraplan 55
Salto Três Muito
não não - -
de Maio Pequeno
Muito
ARS não não - -
Pequeno
Parantinga
Pequeno não não - -
I
Parantinga
Pequeno não não - -
II
Muito
Culuene não não - -
Pequeno
Ronuro sem dados não não - -
Belo
AHE Muito Grande sim sim sim sim
Monte
Fonte: Elaboração ARCADIS Tetraplan
Tamanho do Reservatório
Presença e distância das áreas
urbanizadas
Muito Grande Pequeno Muito Pequeno
ARCADIS Tetraplan 56
Quadro 4-29 Interferência em Área Urbanizada - Resultados
ARCADIS Tetraplan 57
4.4.1. Ecossistemas
As Tabelas 4-3 e 4-4 apresentadas a seguir evidenciam a intensidade dos impactos, nos
ecossistemas (meios físico e biótico), considerando as perdas de potencial mineral, perda e
fragmentação de habitats terrestres, alterações na dinâmica hidráulica e na qualidade da
água e dos ecossistemas aquáticos e depreciação da ictiofauna, por aproveitamento
hidrelétrico e por sub-bacia respectivamente.
Belo Monte 2 16 16 16
Salto Buriti 1 16 4 1
Salto Curuá 1 16 4 1
Salto Três de Maio 1 4 4 1
ARS 1 4 4 1
Culuene 1 2 16 1
Paranatinga I 1 2 16 2
Paranatinga II 1 2 16 2
Fonte: Elaboração ARCADIS Tetraplan
ARCADIS Tetraplan 58
AAI – Avaliação Ambiental Integrada dos Aproveitamentos Hidrelétricos da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu
Tabela 4-4 Intensidade de Impacto nos ecossistemas por sub-bacia e por compartimento
Continuum de Áreas
Legalmente
1 Protegidas 0 0 0 0 0
Formações do
Cachimbo - Área sob
5 influência da BR-163 SB Rio Curuá -0,75 -9 -3 -0,75 -13,5
Alto Xingu Oeste -
Área sob Influência da SB Von Den
6 BR-163 Steien -0,25 -1 -1 -0,25 -2,5
Alto Xingu Leste -
Área sob Influência da
7 BR – 316 0 0 0 0 0
SB Rio Culuene -0,75 -1,5 -12 -1,25 -15,5
8 Xingu Meridional SB Rio Ronuro sem informação sem informação sem informação sem informação
Total -3,75 -27,5 -32 -18,25
ARCADIS Tetraplan 59
AAI – Avaliação Ambiental Integrada dos Aproveitamentos Hidrelétricos da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu
Em relação ao potencial mineral a ser afetado, sua importância é de baixa intensidade visto a
possibilidade de afetar apenas eventuais depósitos de areia/cascalho e argila, localizados nos
aluviões e nas fácies de planícies da Volta Grande do Xingu.
No que se refere aos impactos de PCHs, os efeitos mais adversos decorrem da implantação
das PCHs Salto Buriti e Salto Curuá. Concorre para esse resultado principalmente a
importância dos habitats terrestres, parte das Formações do Cachimbo, caracterizados pela
presença de formações incomuns na bacia do rio Xingu, quais sejam, Campinaranas e
Florestas Estacionais, atualmente sob pressão de desflorestamento. Estes aspectos
determinaram a criação de unidade de conservação de proteção integral abarcando trecho
considerável da sub-bacia do rio Curuá, estando os dois aproveitamentos situados em área
limítrofe a essa área legalmente protegida. Em que pese a relativa escassez de dados
referentes à ictiofauna, as informações existentes não apontam a existência de endemismos
ou de espécies raras ou ameaçadas. Há, entretanto, espécies características de cabeceiras e
espécies de valor comercial.
Ao se analisar por sub-bacia (Tabela 4-4), verificam-se maiores intensidades dos impactos
relacionados à depreciação da ictiofauna, sendo mais importantes na sub-bacia do Baixo
Xingu, em função da implantação do AHE Belo Monte, seguido da sub-bacia do Rio Culuene,
onde três empreendimentos estão presentes. Ainda que sejam aproveitamentos de pequeno
porte, o barramento do rio em diferentes trechos determina a cumulatividade desse impacto,
podendo-se considerar este fenômeno (de cumulatividade) mais intenso no trecho médio do
rio Culuene, onde dois aproveitamentos estão próximos (PCHs Paranatinga I e II).
ARCADIS Tetraplan 60
AAI – Avaliação Ambiental Integrada dos Aproveitamentos Hidrelétricos da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu
No que se refere à cumulatividade por compartimento, os resultados são iguais às das sub-
bacias, acima apresentados, uma vez que apenas uma sub-bacia em cada compartimento é
afetada pelos empreendimentos. A exceção é o compartimento Xingu Meridional, onde um
dos aproveitamentos situa-se na sub-bacia do Rio Ronuro. Entretanto, devido à ausência de
dados, esta sub-bacia não foi avaliada.
%
Área da Área do
Sub-
Sub-bacia compartimento
bacia/compar
Sub-bacia (km²) Compartimento (km²) timento
Corredor
Sub bacia do Baixo Xingu 16098,67 34388,84 46,81
Transamazônico
Xingu
Sub bacia do Rio Culuene 13358,18 Meridional 50730,54 26,33
Savânico
Formações
Sub bacia do Rio Curuá 4501,38 7533,22 59,75
Caximbo
Xingu
Sub bacia do Rio Ronuro 11935,48 Meridional 50730,54 23,53
Savânico
Alto Xingu
Oeste - Área
Sub bacia do Rio Von den Steinen 11386,68 79769,42 14,27
sob Influência
da BR 163
ARCADIS Tetraplan 61
AAI – Avaliação Ambiental Integrada dos Aproveitamentos Hidrelétricos da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu
Verifica-se que a sub-bacia do Rio Curuá é a que tem maior representatividade (cerca de
59% do compartimento), o que se deve à menor extensão territorial do compartimento
Formações do Cachimbo. Segue-se a sub-bacia do Baixo Xingu, que ocupa cerca de 46% do
compartimento Corredor Transamazônico. As demais representam menos de 26% dos
compartimentos em que estão inseridas. Ressalte-se, novamente, que o compartimento
Xingu Meridional tem duas sub-bacias afetadas, quais sejam, do rio Culuene e do Rio
Ronuro, esta última não avaliada dada a ausência de dados do empreendimento projetada
em seu alto curso.
ARCADIS Tetraplan 62
AAI – Avaliação Ambiental Integrada dos Aproveitamentos Hidrelétricos da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu
No que se refere aos efeitos cumulativos nas características da água, para efeito de
comparação, são apresentados na Tabela 4-6 a seguir, em termos percentuais, os impactos
das cargas estimadas totais de fósforo recebidas nas sub-bacias, em relação à carga total
gerada na bacia do Xingu. Considerou-se que cada reservatório retenha a carga que chegue
até ele, o que é razoável supor, considerando que o fósforo orgânico particulado tende a
decantar em áreas de remanso e o fósforo inorgânico dissolvido a precipitar em reservatórios
com águas oxigenadas.
Quanto aos efeitos da ictiofauna, embora significativa cumulatividade seja observada no rio
Culuene, ao se considerar o compartimento Xingu Meridional, onde se insere a sub-bacia
desse rio, verifica-se que um total de seis micro-bacias compõe sua rede hidrográfica. Ainda
que os dados de ictiofauna desse setor da bacia sejam escassos, considerando-se a
similaridade dos ambientes e a conectividade entre os diversos cursos d´água, é muito
provável que a fauna de peixes seja também similar.
ARCADIS Tetraplan 63
AAI – Avaliação Ambiental Integrada dos Aproveitamentos Hidrelétricos da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu
Este aspecto, somado à prevalência de extensos trechos de rio livre de barramentos, propicia
a manutenção da composição existente nas sub-bacias restantes e em parte da sub-bacia do
próprio Culuene5.
4.4.2. Socioeconomia
Conforme exposto, o objetivo deste item é avaliar os impactos cumulativos no âmbito dos
compartimentos e sub-bacias em que se encontram os diversos empreendimentos. A
metodologia partiu da avaliação de cada impacto específico examinado no item anterior ao
qual se atribuiu um valor de acordo com a sua magnitude e importância
Assim, a somatória destes valores para cada compartimento e sub-bacia reflete a intensidade
dos impactos da implantação de um ou mais de um aproveitamento, refletindo assim sua
intensidade em termos de cumulatividade. Como os impactos da socioeconomia são
manifestados no âmbito territorial do município, os impactos dos AHEs analisados, a medida
em que incidam em mais de um município do compartimento, a resultante para o
compartimento acaba sendo a soma da intensidade de seu impacto visto anteriormente. Por
exemplo, o AHE Belo Monte tem a intensidade muito alta, “16”, assim, como essa
intensidade se aplica aos municípios de Altamira e Vitoria do Xingu, quando é feita a
avaliação para o compartimento Transamazônico, registra-se o valor “32”.
Os valores fracionados que aparecem na tabela abaixo se deve ao fato de que os impactos
das PCHs foram ponderados por 0,25. Assim, a magnitude de impacto muito baixa que tem o
valor “1”, na tabela a seguir aparece sendo 0,25.
Dessa forma, é possível identificar o grau de importância que assumem quando em conjunto
por compartimento ou sub-bacia. Tendo essa visão em consideração, segue os resultados
esquematizados na Tabela 4-7 a seguir.
5
Ainda que impactos ocorram na sub-bacia do rio Ronuro (não avaliados) ficarão restritos ao alto curso deste rio.
ARCADIS Tetraplan 64
AAI – Avaliação Ambiental Integrada dos Aproveitamentos Hidrelétricos da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu
impacto
impactos positivos
negativo
Agregado por
Agregado por Aumento
Sub Bacia
Compartimento da receita Intensidade
Hidrográfica Incremento
devido ao dos Interferências
do Valor
aumento impactos em áreas
Adicionado
da quota- (sinergias) urbanas
Fiscal
parte SE
municipal
As PCHs no seu conjunto influem em magnitude situada numa escala bem inferior, conforme
esperado, no valor adicionado fiscal e no orçamento dos municípios onde se localizam, que
formam os respectivos compartimentos.
O Compartimento Corredor Transamazônico, por abrigar o AHE Belo Monte, é o receptor dos
impactos de maior magnitude e intensidade, como pode ser observado no valor acumulado
dos resultados individuais por AHE, considerando que os impactos da AHE Belo Monte
ocorrem em mais de um município, sendo o impacto no compartimento a resultante dos
impactos nos municípios.
ARCADIS Tetraplan 65
AAI – Avaliação Ambiental Integrada dos Aproveitamentos Hidrelétricos da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu
Por outro lado, no que se refere ao impacto negativo aferido pelo “deslocamento de
populações”, também é o compartimento que mais sofrerá as manifestações associadas e
decorrentes deste impacto.
Note-se que, mesmo antes da concretização de sua construção, esses sentimentos são
exacerbados, o que se deve às especulações sobre o possível alagamento da terras e
alterações na dinâmica local.
ARCADIS Tetraplan 66
AAI – Avaliação Ambiental Integrada dos Aproveitamentos Hidrelétricos da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu
Outra grande interferência diz respeito à redução da vazão de jusante. Embora uma vazão
mínima seja garantida, suas implicações nos recursos pesqueiros podem ser significativos
devido às modificações ambientais decorrentes dessa alteração.
No caso das PCHs, os reservatórios formados têm pequenas extensões, o que determina que
as alterações no ambiente lótico sejam pouco significativas. Entretanto, o barramento
determina a fragmentação do rio e pode representar barreira para a movimentação de parte
das espécies de peixes. No caso das PCHs do compartimento Formações do Cachimbo, por
estarem situadas no alto curso, próximo às nascentes, essa ruptura é de baixo impacto.
O mesmo ocorre com as PCHs situadas nos altos cursos no compartimento Xingu Meridional,
ressaltando-se, entretanto que as PCHs Paranatinga I e Paranatinga II situam-se já no médio
curso do rio Culuene, ambas próximas entre si, o que intensifica as possíveis alterações nas
comunidades ícticas, conforme avaliação de impacto nos Ecossistemas Aquáticos.
Entretanto, não são esperadas alterações significativas nas comunidades ictiológicas no alto
Xingu, uma vez que a maior parte do sistema hídrico encontra-se preservado (conforme
discutido no item referente a cumulatividade, uma série de sub bacias do compartimento
Xingu Meridional, não sofrem interferências decorrentes de implantação de aproveitamentos
hidrelétricos).
Os Xikrin Kayapó da TI Trincheira Bacajá terão reduzida a acessibilidade pelo rio Bacajá
devido à redução do nível d´água do rio Xingu no trecho de vazão reduzida na Volta Grande
do Xingu, o que diminui, por consequência o nível d´água do rio Bacajá no período chuvoso
ARCADIS Tetraplan 67
AAI – Avaliação Ambiental Integrada dos Aproveitamentos Hidrelétricos da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu
(fenômeno atualmente observado revido ao refluxo das águas do rio Xingu no rio Bacajá no
período de chuvas). Este rio é utilizado pelas comunidades da TI como alternativa para
acessar Altamira, inclusive para o escoamento da castanha, que é comercializada neste
município.
Esse impacto será importante no Corredor Transamazônico, onde será instalado o AHE Belo
Monte. A comparação entre o número de operários no segundo ano da obra, previsto em
15.419, sem considerar a população atraída pelo empreendimento, e a soma da população
das três TIs situadas nas proximidades do sítio desse empreendimento (TIs Paquiçamba,
Arara da Volta Grande e Juruna do Km 17), em torno de 200 pessoas, dá uma idéia de
magnitude do impacto.
Estas três TIs, como as demais, estão sofrendo forte pressão ambiental, que pode ser
incrementada num primeiro momento pelas expectativas geradas pelo início das obras do
AHE Belo Monte, maximizadas pelas transformações econômicas que Corredor
Transamazônico irá sofrer com o empreendimento Belo Monte.
Note-se ainda que a presença dos canteiros de obras, assim como a cidade são fatores de
atração de indígenas, notadamente os jovens, aumentando o contato com não índios.
Já as PCHs requerem menor contingente de trabalhadores para sua construção e têm efeito
menor sobre a atração de população. Ao contrário, sua implantação pode ser considerada
resultante do processo anterior de ocupação e, nesse sentido, têm pouco efeito como
indutoras dessa ocupação.
ARCADIS Tetraplan 68
AAI – Avaliação Ambiental Integrada dos Aproveitamentos Hidrelétricos da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu
A) Conceituação
A avaliação dos conflitos, no âmbito da Avaliação Ambiental Integrada - AAI do rio Xingu, é
uma questão delicada e requer análise minuciosa dos diferentes entendimentos sobre essa
temática.
No presente estudo, o termo “conflito” é entendido como situação de tensão real ou potencial,
resultante de concorrência entre direitos, interesses, usos, atribuições, jurisdições de duas ou
mais partes, suscitadas por empreendimentos hidrelétricos. Os conflitos surgem exatamente
pelo fato de existirem, dentre os diferentes atores sociais, os quais refletem a história e a
cultura de determinados locais e dos grupos sociais e instituições ali presentes, interesses
muitas vezes antagônicos, com diferentes pontos de vista sob a ótica ambiental e social.
Com base no conhecimento adquirido sobre a bacia do rio Xingu, utilizaram-se ferramentas
metodológicas que objetivam antecipar e avaliar o aumento das situações de conflito violento
nas áreas consideradas de tensão política ou social. A identificação das áreas de tensão com
potencial de conflitos é utilizada como base para que se possa definir diretrizes e
recomendações para o planejamento integrado da bacia, visando mitigá-los ou solucioná-los
por meio de processos futuros de negociação.
Assim, tendo como referência o histórico de conflitos na bacia do rio Xingu, foi possível
montar a base para a avaliação dos conflitos existentes e dos potenciais conflitos decorrentes
da implantação dos aproveitamentos hidrelétricos, quer seja em decorrência dos impactos a
serem gerados por eles, quer seja em relação a outros planos, programas e projetos
previstos para a região.
Foram feitas fichas técnicas sobre as principais questões que envolvem os conflitos
identificados, de forma a balizar futuras ações em busca de sua solução. Além dos dados
ARCADIS Tetraplan 69
AAI – Avaliação Ambiental Integrada dos Aproveitamentos Hidrelétricos da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu
Na bacia do rio Xingu, ocorre uma concentração de conflitos em torno da questão do uso e
posse da terra; luta pela reforma agrária e pela regularização fundiária; pelo uso dos recursos
hídricos; pelo uso livre do coco-babaçu; pela proteção de áreas indígenas e de outras
comunidades tradicionais, entre outros fatores.
É nesse contexto que surgem as primeiras lutas pela posse da terra. No período colonial,
travou-se luta entre os portugueses e os povos indígenas. O movimento dos escravos negros
contra os senhores fazendeiros e em busca de liberdade deu origem aos quilombos.
Na década de 1960, o governo de João Goulart iniciou o processo de reforma agrária, criando
a Superintendência de Política Agrária – SUPRA. Contudo, o golpe militar de 1964 conteve os
anseios de muitos camponeses sem terra. Nessa época, a liga camponesa e a SUPRA foram
extintas, criou-se o Instituto Brasileiro da Reforma Agrária, promulgou-se o Estatuto da Terra
no mesmo ano, porém nenhuma iniciativa real de reforma agrária ocorreu, perpetuando a
história de conflitos pelo uso da terra que, apesar de mudanças no quadro político do país, é
travada até os dias atuais.
Segundo o artigo “A longa Marcha do Campesinato Brasileiro” (2001), escrito por Ariovaldo
Umbelino de Oliveira, a violência tem sido a principal característica da luta pela terra no
Brasil.6
No período entre 1964 e 1971, a maior parte das ocorrências de mortes relacionadas à
violência no campo ocorreu na região Nordeste. Já ao longo da década de 70, foi a região da
Amazônia a que concentrou o maior número de assassinatos no campo, resultante da luta de
6
Estudos Avançados, vol. 15, n° 43, setembro/dezembro 2001. São Paulo: USP.
ARCADIS Tetraplan 70
AAI – Avaliação Ambiental Integrada dos Aproveitamentos Hidrelétricos da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu
A partir de então índios, posseiros, colonos e grileiros passaram a ser personagens dos
conflitos. É nessa conjuntura que surgem organizações sociais com alto grau de mobilização
e articulação, atuantes até os dias atuais, dentre os quais se destacam o Conselho
Indigenista Missionário – CIMI e a Comissão Pastoral da Terra – CPT, ambos ligados à igreja
católica.
A partir da década de 80 aumentou a pressão social a favor da luta pela terra – e, em reação
a ela, a violência –, inserida em uma conjuntura política e social de mobilização e articulação
da sociedade civil, de organização de trabalhadores e de partidos de esquerda, buscando o
fim da ditadura e a abertura política. Nesse quadro, ganhava força a questão da reforma
agrária, vista como um meio para se buscar a inclusão social e maior distribuição de renda.
Em resposta à pressão social em defesa da melhor distribuição de terras e do cumprimento
da função social da terra, os latifundiários, na defesa de suas propriedades, criaram a União
Democrática Ruralista – UDR, intensificando os conflitos no campo.
Nas palavras do Instituto Socioambiental, “a Terra do Meio é uma das regiões mais
importantes para conservação da sociobiodiversidade da Amazônia, mas também o palco de
um dos maiores conflitos fundiários do Brasil”8. De fato, essa região difere pouco de outras
existentes na Amazônia, por suas características geográficas e sua população – indígenas,
famílias tradicionais ribeirinhas, posseiros, colonos, fazendeiros, madeireiros, grileiros e
outros. Ela se diferencia pela abundância de seus recursos minerais e naturais – sob esse
7 Goiânia: CPT; Rio de Janeiro: Justiça Global; Curitiba: Terra de Direitos, 2005
8 “No centro do Pará, um desafio sociambiental ao Estado brasileiro”, ISA, 06/10/2006, extraído de http://www.socioambiental.org/nsa/detalhe?id=2329 em 20/02/2009.
ARCADIS Tetraplan 71
AAI – Avaliação Ambiental Integrada dos Aproveitamentos Hidrelétricos da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu
aspecto, é uma das mais ricas da Amazônia – e, por outro lado, pela dinâmica da ocupação e
pela intensidade dos conflitos fundiários e da violência contra trabalhadores rurais.
As estradas que cortam e margeiam a Terra do Meio são vetores importantes da penetração
na região. Dois eixos rodoviários federais, a BR-163 (Santarém-Cuiabá) e a BR-230
(Transamazônica) e um estadual, a PA-279, que liga o sul do Pará a São Félix do Xingu,
associam-se à abertura de várias estradas vicinais, possibilitando a ação antrópica sobre a
floresta [... e ...] o avanço da fronteira através da grilagem de terras públicas, exploração
ilegal de madeira e o corte raso da floresta [...], favorecendo a expansão da pecuária” 9
Nos anos 1970, a abertura da Transamazônica (BR-230) não ocasionou impactos sobre Porto
de Moz e suas florestas. As pressões socioambientais vieram da pesca predatória praticada
9
Sauer, cit., p. 104.
ARCADIS Tetraplan 72
AAI – Avaliação Ambiental Integrada dos Aproveitamentos Hidrelétricos da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu
A partir do início dos anos 1980, empresas madeireiras começaram a penetrar na região,
vindas da região das ilhas, onde se esgotavam as reservas de madeiras nobres. Esse
movimento levou à criação de serrarias e comércio de madeira por parte de empresários
locais. Inicialmente, provavelmente por não terem suas atividades diretamente atingidas, as
comunidades locais não reagiram.
No período entre 1974 e 1982, o escambo (troca de produtos por outros, sem uso de
dinheiro) ainda predominava na região de Porto de Moz, embora já começassem a surgir
alguns pequenos proprietários comerciais. Compradores de madeira atuavam como
fornecedores dos produtos básicos para a sobrevivência dos trabalhadores, que, como
diaristas, extraíam a madeira e a forneciam aos compradores como forma de pagamento por
aqueles produtos. Essa forma de exploração durou enquanto foi abundante a diversidade de
madeiras nobres nas margens dos rios. Tornando-se elas escassas, impôs-se a necessidade
de adentrar a mata.
Entre 1982 e 1990, surgiram as madeireiras de porte médio, que se utilizavam de máquinas e
equipamentos pesados para penetrarem na floresta até 5 km em busca das madeiras nobres.
Como conseqüência, o dano ambiental foi desastroso, acelerou-se o processo de apropriação
ilegal das terras e foi atingido diretamente o modo de vida das comunidades ribeirinhas,
baseado no extrativismo. A extração de madeira foi também uma estratégia para a
exploração de outros recursos naturais e o controle de vastas áreas, o que se intensificou a
partir de 1982. E, como a exploração ilegal de madeira foi garantida pela apropriação ilegal
de terras através da emissão de títulos de propriedade fraudulentos e uso de milícias
armadas privadas e pistoleiros, os madeireiros alcançaram tal poder que assumiram o
controle político-administrativo do município de Porto de Moz. O conjunto desse processo
10
Vd. Edma Silva Moreira. Tradição em tempos de modernidade: reprodução social numa comunidade varzeira do
rio Xingu/PA. Belém, EDUFPA, 2004. Apud Sauer, cit., p. 132-134.
ARCADIS Tetraplan 73
AAI – Avaliação Ambiental Integrada dos Aproveitamentos Hidrelétricos da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu
11
Vd. STR e Paróquia de Porto de Moz. “Dossiê: A questão agrária do município de Porto de Moz”, 23/05/2001;
encaminhado à Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI da Grilagem de Terras na Amazônia, da Câmara de
Deputados. Apud Sauer, cit., p. 139-140.
ARCADIS Tetraplan 74
AAI – Avaliação Ambiental Integrada dos Aproveitamentos Hidrelétricos da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu
formas de luta de difícil repressão pelo Estado. Dessa forma, em 18/02/2005 a Justiça
Federal, através de liminar, determinou a interrupção da obra de construção da Paranatinga
II, proibiu que a Fundação Estadual do Meio Ambiente do Mato Grosso (FEMA-MT)
conduzisse o processo de licenciamento ambiental da usina e ordenou o cancelamento dos
financiamentos concedidos pelo Banco do Brasil e o BNDES à empresa Paranatinga Energia
S/A, responsável pelo empreendimento.
Com essa liminar, a Justiça Federal atendeu a solicitação do Ministério Público Federal
(MPF), que, em Ação Civil Pública ajuizada em dezembro de 2004, afirma que o EIA
produzido pela FEMA-MT limita-se a defender o projeto e não prevê os impactos sobre 15
diferentes etnias habitantes de terras indígenas, sobre a bacia do rio Xingu, sobre a fauna,
flora e demais bens naturais da região.12
Mesmo com toda a resistência oferecida pelos índios, com apoio de ambientalistas e
movimentos sociais, o empreendimento foi levado adiante e concluído. Em 12/02/2008,
recebeu liberação da ANEEL para colocar em operação comercial a sua primeira unidade
geradora, de 9,6 MW (a potência instalada total da usina é de 29 MW).
Não tardou mais uma prova da inconformidade dos índios. Nove dias depois, índios
guerreiros da etnia Ikpeng, no Parque Nacional do Xingu, tomaram 12 pessoas como reféns –
oito pesquisadores da Paranatinga Energia e quatro funcionários da Funai –, número que
passaria a 14 no dia seguinte, com uma antropóloga enviada pela Funai para tentar resgatar
os reféns e o piloto que a conduzira. Os Ikpeng, contrários à PCH Paranatinga II, revoltam-se
por só tomarem conhecimento da presença dos pesquisadores da empresa quando eles já se
encontravam no local. Denunciam que estão sempre mal informados em tudo que se refere à
usina e seus efeitos.13
Guerrilha do Araguaia
Consistiu no conflito, de 1972 a 1974, entre forças guerrilheiras do Partido Comunista do
Brasil (PCdoB) instaladas na região, contrárias ao regime militar em vigor no Brasil, e o
Exército (apoiado pelos serviços de informações do próprio Exército, da Marinha e da
Aeronáutica), que, ao longo de três campanhas envolvendo contingentes militares cada vez
maiores, combateu a guerrilha até sua derrota completa e eliminação física de quase todos
os guerrilheiros e de parte dos camponeses que os apoiavam. “A guerra”, como ficou
conhecido o conflito na região, marcou profundamente a população local. Durante muitos
anos os órgãos de segurança permaneceram presentes, vigiando e impondo o silêncio dos
moradores sobre o que lá ocorrera. Os que colaboraram com as forças militares foram
recompensados com terras e vantagens materiais, muitas delas expropriadas dos que
apoiaram de alguma forma os guerrilheiros. As torturas e espancamentos a que muitos
12
Extraído de: http://www.socioambiental.org/nsa/detalhe?id=1927 em 03/03/2009.
13
Extraído de:
http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL311107-5598,00-
INDIOS+MANTEM+REFENS+NO+PARQUE+NACIONAL+NO+XINGU+MT.html em 03/03/2009.
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A marcha, com 1.500 famílias, iniciada sete dias antes, parou no Km 96 da Rodovia PA-150,
que liga Belém ao Sul do Pará, obstruindo-a. No dia 17, o governador do Pará determinou a
desocupação do Km 96. Dois grupos da PM, totalizando 155 homens armados com
metralhadoras, fuzis e revólveres, iniciaram a ação com tiros para o alto, seguidos de
disparos e rajadas sobre os trabalhadores – deixando entre eles 19 mortos e 69 feridos (dos
quais três morreriam mais tarde em decorrência dos ferimentos, totalizando 22 mortos) –, que
se defenderam arremessando paus, pedras, foices, terçados e disparando alguns tiros de um
revólver. Através do único vídeo filmado do confronto, ficou provado que o primeiro tiro partiu
da PM.
O Quadro 4-30 – Conflitos Existentes na Bacia do rio Xingu – por compartimento, a seguir,
revela os conflitos identificados e os principais atores sociais envolvidos.
14
Taís Morais, Eumano Silva. Operação Araguaia: os arquivos secretos da guerrilha. São Paulo: Geração, 2005.
ARCADIS Tetraplan 76
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Empreendedores do Setor
Elétrico
Outros usuários de recursos
A alteração da dinâmica hidráulica, resultante da formação do
hídricos
reservatório, desencadeia uma série de impactos que podem criar
(1); (2); (4); 6; situações de conflitos Organizações Sociais
Restrição ou
(8) relacionadas com a
Negação de Uso Os métodos construtivos utilizados nas obras de AHEs e PCHs
da Água preservação do meio ambiente
interferem diretamente na qualidade das águas, resultam em alta
e com os grupos sociais
mortandade de peixes e perturbação do cotidiano das populações
afetados
tradicionais do entorno.
Lideranças indígenas.
ARCADIS Tetraplan 77
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Compartimentos: (1) Continuum de Áreas Legalmente Protegidas; (2) Várzea do rio Xingu; (3) Corredor Transamazônico; (4) Médio Xingu Pecuária; (5) Formações do
Cachimbo-Área sob influência da BR-163; (6) Alto Xingu Oeste - Área sob influência da BR-163; (7) Alto Xingu Leste - Área sob influência da BR-316; (8) Xingu Meridional.
ARCADIS Tetraplan 78
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Quadro 4-31 - Potenciais conflitos associados aos impactos provocados pela implantação de Usinas Hidrelétricas e PCHs ─ por
Compartimento
ARCADIS Tetraplan 80
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ARCADIS Tetraplan 81
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Compartimentos: (1) Continuum de Áreas Legalmente Protegidas; (2) Várzea do rio Xingu; (3) Corredor Transamazônico; (4) Médio Xingu Pecuária; (5) Formações do
Cachimbo-Área sob influência da BR-163; (6) Alto Xingu Oeste - Área sob influência da BR-163; (7) Alto Xingu Leste - Área sob influência da BR-316; (8) Xingu Meridional
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Para tanto, em virtude da dificuldade de espacialização dos dados contidos nos Planos
Plurianuais nas três esferas governamentais, destacou-se o Plano da Amazônia Sustentável
– PAS, que não se caracteriza como um plano operacional, mas, sim, estratégico, contendo
as diretrizes gerais e as recomendações para sua implementação. As ações operacionais são
planos sub-regionais, alguns já elaborados ou em processo de elaboração, como o Plano de
Desenvolvimento Regional Sustentável para a Área de Influência da Rodovia BR-163
(Cuiabá-Santarém), o Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu, entre
outros.
ARCADIS Tetraplan 87
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Rodovias
Projeto BR-230
Rodovia projetada durante o governo militar, é a terceira maior rodovia do Brasil, com
2.300 km de comprimento, cortando os estados brasileiros do Piauí, Maranhão, Pará e
Amazonas. Em grande parte, a rodovia não é pavimentada. O PAC tem como objetivo a
pavimentação de 835 quilômetros e construção de diversas pontes da rodovia
Transamazônica, integrando a BR-163/PA à Ferrovia Carajás e à Hidrovia do Xingu.
Projeto BR-158
Seu ponto inicial localiza-se entre nas rodovias BR-230 e PA-415, no município de Altamira
no estado do Pará, passando em seguida pelo estado do Mato Grosso e seguindo até o sul
do país na fronteira com o Uruguai.
Projeto BR-163
A rodovia BR-163, que liga Cuiabá (MT) a Santarém (PA), foi aberta nos anos 1970 como
mais uma das grandes obras de infra-estrutura projetadas pela ditadura militar para,
alegadamente, tentar integrar a Amazônia à economia nacional. São 1.780 quilômetros de
estrada, atravessando uma das regiões mais ricas da Amazônia e do País em recursos
naturais, potencial econômico, diversidade étnica e cultural, com a presença de biomas
como a Floresta Amazônica, o Cerrado e áreas de transição entre eles, além de bacias
hidrográficas importantes, como a do Amazonas, do Xingu e Teles Pires-Tapajós.
ARCADIS Tetraplan 88
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Por todos esses fatores, o asfaltamento da BR-163 é um desafio para os movimentos sociais,
ONGs, instituições de pesquisa, sindicatos e outras organizações da sociedade civil que
defendem um modelo de desenvolvimento sustentável para a Amazônia.
No trecho em estudo, a BR-163 atravessa a sub-bacia do rio Curuá, onde estão localizadas
as PCHs Salto do Buriti, Salto do Curuá e Salto Três de Maio, empreendimentos que também
são objeto do presente estudo, podendo trazer conflitos para a região e em torno dos
empreendimentos citados.
O projeto original da rodovia BR-242 previa que o cruzamento da Ilha do Bananal teria dois
trechos principais: o trecho conhecido como Transbananal, ligando São Félix do Araguaia
(MT) a Formoso do Araguaia (TO), atravessando o Território Indígena do Parque do Araguaia
e o Território Indígena Inãwébohona e o trecho chamado de Transaraguaia, antigo nome da
GO-262, ligando Santa Teresinha (MT) à Lagoa da Confusão, também atravessando o
Parque Nacional do Araguaia e território indígena.
A construção dos dois trechos permitiria a abertura de novas fronteiras agrícolas e turísticas,
reduzindo os custos de produção agrícola, aliviando o tráfego na malha rodoviária Sul-
Sudeste. De acordo com o Plano, isso abriria possibilidade de um novo corredor de
exportação, com redução de cerca de 1.100 km em relação aos tradicionais corredores em
direção aos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR).
ARCADIS Tetraplan 89
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Energia Elétrica
ARCADIS Tetraplan 90
56°W 54°W 52°W 50°W
Legenda
- Manu au s -
Interliga cao Tucu rui Gurupá
es tud o - Tucu rui-PA a UHE Belo Monte
Macapa : em
rui -PA a Maca pa-AP
Manaus-AM e Tu cu Porto
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Amazonas Amazonas Capital Estadual
2°S
2°S
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Xingu
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Vitória au s-A pa : em o Tuc
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23 0 s Placas - P Baixo Xingu Bacia do Xingu
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4°S
4°S
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Terras Indígenas
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Compartimentação
16 3
a
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-PA:
Sem Informação
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Corredor Transamazônico
Rio
ime n
-
6°S
tac a
São Félix
Rio do Xingu Tucumã Água Azul Alto Xingu Oeste - Área sob Influência da BR 163
Curuá Ourilândia do Norte
do Norte Xingu Meridional Savânico
Novo Rio
Progresso Maria Continuum
Continuum de Áreas Legalmente Protegidas
Bannach
Pau
Cumaru D'Arco
do Norte
Redenção
8°S
8°S
Salto
Buriti Salto
Salto Três Sub Curuá
de Maio bacia do
Rio Curuá
Santana do
Araguaia
Rio Xingu
Guarantã
Vila
do Norte
10°S
10°S
Rica Localização
Matupá Peixoto de 60°W 45°W
Azevedo Rio Araguaia
Santa
Confresa Terezinha
Porto
0°
São José 0°
Alegre do
do Xingu Norte
Marcelândia Canabrava
Itaúba
do Norte
TO
BR-158, de Riberão
15°S
15°S
União
Cascalheira à
Divisa MT/PA
Cláudia
do Sul São Félix
Alto Boa
do Araguaia
Vista
Sinop Santa
Carmem Rio
Rio
12°S
12°S
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Xingu
30°S
30°S
Mortes
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BR-24 2-M
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Si
14°S
Quadro 4-32 - Potenciais conflitos com os demais Planos, Programas e Projetos previstos ─ por Compartimento
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AAI – Avaliação Ambiental Integrada dos Aproveitamentos Hidrelétricos da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu
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Compartimentos: (1) Continuum de Áreas Legalmente Protegidas; (2) Várzea do rio Xingu; (3) Corredor Transamazônico; (4) Médio Xingu Pecuária; (5) Formações do
Cachimbo-Área sob influência da BR-163; (6) Alto Xingu Oeste - Área sob influência da BR-163; (7) Alto Xingu Leste - Área sob influência da BR-316; (8) Xingu Meridional.
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AAI – Avaliação Ambiental Integrada dos Aproveitamentos Hidrelétricos da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu
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AAI – Avaliação Ambiental Integrada dos Aproveitamentos Hidrelétricos da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu
ARCADIS Tetraplan 97
AAI – Avaliação Ambiental Integrada dos Aproveitamentos Hidrelétricos da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu
Local: Hotel Hilton/Salão Marajó – Av. Presidente Vargas, 882 – Centro – Belém – PA
Local: Casa de Cultura de Altamira – Rua das Palmeiras s/nº – Premem – Altamira –
PA
4.5.2. Objetivos
Os principais objetivos da reunião foram:
ARCADIS Tetraplan 98
AAI – Avaliação Ambiental Integrada dos Aproveitamentos Hidrelétricos da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu
5%
20%
Instituições Civis
35% Instituições Governamentais
Instituições Privadas
Instituições Educacionais
40%
6%
25%
Instituições Civis
33% Instituições Governamentais
Instituições Privadas
Instituições Educacionais
36%
Entidade
ELETRONORTE
ELETROBRÁS
ARCADIS Tetraplan
Consórcio CNEC
Empresa de Pesquisa Energética - EPE
Elabore – Acessória Estratégica em Meio Ambiente
ARCADIS Tetraplan 99
AAI – Avaliação Ambiental Integrada dos Aproveitamentos Hidrelétricos da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu
Entidade
E em Altamira:
Entidade
ELETRONORTE
ELETROBRÁS
ARCADIS Tetraplan
Consórcio CNEC
AIMAT - Reflorestadora
Alta Resolução
Associação KIRINAPÃN
Entidade
HERBALIFE
IBAMA
IBGE
INCRA
INSS
Jornal O Paranense
Leme Engenharia
SEBRAE
STTR - Altamira
TV Canção Nova
TV Líder
Entidade
XSA
Apresentação do Estudo
considerando que empreendimentos como estes afetam essas áreas por meio de
efeitos de borda e outros processos que se instalem nas redondezas das UCs.
E em Altamira:
E em Altamira:
Considerar hipóteses de “alterações” (valor adicional) em função das mudanças climáticas que podem
afetar o empreendimento em um espaço temporal maior (2050) justificaria os impactos negativos que
serão gerados? Quais as estratégias adotadas para a gestão dos riscos?
Considerar que nestas áreas há vulnerabilidades no Plano de Desenvolvimento Regional e adaptação
às mudanças climáticas. Dar a este Plano de Desenvolvimento um caráter também sociocultural,
verificando estratégias de adequações.
IDEFLOR
Análise combinada dos incrementos gerados pelo AHE e fatores estruturais como os padrões de uso
da terra (baixa produtividade/ha) elevado preço e alta concentração, tipo de mão-de-obra que aflui,
capacidade dos municípios comportarem novas dinâmicas.
Intensificar e quantificar as ocorrências de endemismo – “complexificando” a abordagem para a
biodiversidade endêmica e os significados ecológicos, científicos e sociais.
Dar visibilidade no EIA-RIMA para os fatores ecológicos derivados da seca da Volta Grande (todos os
fatores biofísicos co-relacionados).
Criar novas oportunidades de aprofundamento das questões mais sensíveis dos impactos, diálogo
entre a AAI e o EIA-RIMA e as contribuições da academia e da sociedade local, bem como dos
gestores públicos. Qualificar as instâncias participativas.
WWF Brasil
Transparência e divulgação das informações:
-Sinto que é difícil encontrar os resultados dos estudos; Assim fica difícil de apoderar;
-Acho que é preciso investir na divulgação das pesquisas nas principais cidades da bacia; Exemplo:
poderíamos ter recebido algum documento revisão, mesmo que preliminar.
Estratégias e investimentos para também coletar ou construir informações; Senti que a AAI da Bacia do
rio Xingu foi construída em grande parte com dados secundários.
Investir na criação de Comitê de Bacia.
Expor nos documentos que nos estudos atuais elaborados nada garante que no futuro poderão ser
construídas outras grandes hidrelétricas. Expor assim que a decisão de construir ou não é política, pois
isto pode ser um dos pontos que gera insegurança na população.
Não vi uma abordagem mais profunda com relação às belezas cênicas e sítios históricos existentes das
populações indígenas.1
Recomendo aprofundar os estudos socioeconômicos realizados na AAI, tentar estudar mais a dinâmica
socioeconômica e demográfica.
Senti falta de uma abordagem na AAI das políticas públicas em vigor para a gestão territorial, na área
de influência da Bacia do Xingu. Exemplo: ZEE, Programa ARPA, créditos verdes.
Não pode faltar uma avaliação dos custos socioambientais inerentes de investimentos de grande parte
como as hidrelétricas por exemplo. Uma mensuração dos custos de oportunidades.
MPE
A análise de cenários não pode deixar de considerar os seguintes pontos:
Os municípios afetados pelos empreendimentos apresentam fragilidades socioeconômicas nas
condições atuais resultante da histórica fase de ocupação. Não é prudente uma análise que não
pondera ao crescimento as características peculiares da região.
As variáveis escolhidas não conseguem reproduzir um percentual razoável das mudanças que
acontecerão com a entrada dos empreendimentos. É necessário incluir variáveis mais representativas
dos processos socioambientais.
A matriz de interação entre as regiões compartimentadas simplificou de modo radical as prováveis
interações. Isto é prejudicial para a compreensão global da questão. Mesmo com as dificuldades de
acesso, não é possível excluir totalmente as interações entre os compartimentos, pois as pressões
modificam significativamente as conclusões apresentadas.
EMBRAPA
Nos cenários considerar também a expansão da fronteira agrícola que se segue ao desflorestamento,
incluindo o desflorestamento das APPs (matas ciliares).
Nos estudos localizados das PCHs os impactos do desflorestamento e das atividades agropecuárias
sobre a qualidade da água e os ecossistemas aquáticos precisam ser considerados. Os sinais de
alterações na hidroquímica fluvial e na biota aquática se diluem em diagnósticos de bacias feitos em
escalas de menor detalhamento, ou seja, maior abrangência geográfica*.
Levando-se em conta a importância do balanço do carbono no que se refere às mudanças climáticas e
toda sua implicação nas relações institucionais, tornam-se indispensáveis estudos que avaliem as
emissões de metano pelo reservatório em Belo Monte e sejam consideradas as possibilidades de
mitigação dessas emissões.
* Sistemas de produção agropecuária sustentáveis deveriam ser incentivados com o objetivo de
mitigarem-se os impactos nos recursos hídricos.
Sem identificação do autor
Apresentação seqüencial dos instrumentos de estudos ambientais como: inventário ambiental, EIA,
AAI... Para que se possa conhecer todos os aspectos e impactos ambientais levantados, para então
avaliarmos quais seriam de fato importantes para a AAI (pH, OD, N, DBO)
No caso dos aspectos importantes para a AAI e que não dispõem de dados, realizar levantamento real
para os mesmos, pois a forma como a AAI foi construída, ficou muito superficial e sua funcionalidade
real, dando a entender que se apenas um aspecto (impacto) possuísse dados, apenas esse comporia a
AAI, e isso não revela nenhum cenário.
Na construção dos cenários deveria ser prevista uma situação com um número maior de PCHs e AHE,
para então revelar a capacidade de absorção da bacia.
Considerar os diversos estudos e pesquisas das instituições de ensino e pesquisa.
Estudar as diversas pressões que as áreas de conservação irão sofrer.
Prever infra-estrutura urbana para os municípios alvo, para antes do início das obras e medidas
preventivas.
Conhecer o planejamento do governo estadual na efetivação dos comitês de bacia hidrográfica.
Consultar as diretrizes previstas no Projeto de Lei Indigenista do Estado do Pará, que está em fase de
elaboração pela coordenação da
Dialogar com o governo as prospecções de cenários de ordem da infra-estrutura urbana, saneamento,
saúde e educação principalmente uma vez que o Estado está elaborando diversos planos como
saneamento, habitação, recursos hídricos e resíduos sólidos.
Conservação Internacional
Criação de mecanismos de reconhecimento dos serviços ambientais prestados pelas UCs e TIs com
conseqüente criação de jornais de “pagamentos” às comunidades locais do interior dessas áreas por
esses serviços. Iniciativas como essas podem incentivar a conservação dessas áreas pelas
comunidades locais, inclusive contra as novas pressões a serem inseridas pelos empreendimentos.
Fonte: Elaboração ARCADIS Tetraplan
Scarpali - IBAMA
Um Monitoramento 100% da Bacia: Uso e Qualidade da água; Indicadores públicos; Resposta imediata
aos ilícitos ambientais, inibindo-os; Controle.
Apresentação nos diversos municípios que fazem parte da Bacia do Rio Xingu sobre a AHE Belo
Monte
5. Cenários
5.1. Introdução
Em função do reduzido número de PCHs, e, por definição as suas reduzidas escalas
de geração, e o fato de que a maioria delas já se encontrar implantada, adotou-se o
pressuposto de que suas presenças não alteram o comportamento das variáveis
cenarizadas no contexto do modelo adotado. Do que decorre que a construção do
cenário prospectivo foi feita apenas tendo em conta os impactos do AHE Belo Monte
Pretende-se assim, utilizar esta ferramenta para efeitos de se avaliar os impactos que
a implantação e operação da AHE Belo Monte terá sobre três variáveis básicas, a
população, o valor adicionado e o desflorestamento. São variáveis que tem o poder de
sintetizar as principais questões socioambientais envolvidas no processo em analise.
Esses pressupostos, por sua vez, dão os contornos a fase seguinte, quando se
estabelecem determinadas premissas e hipóteses sobre o comportamento das
variáveis referenciais básicas selecionadas - PIB, População e Desmatamento, que
funcionam também como forma de controle dos processos antevistos, permitindo
avaliar a consistência de seus movimentos.
Bacia do rio Xingu, de forma comparativa com e sem o AHE Belo Monte, dando assim
suporte às Diretrizes e Recomendações.
deverá ter sido finalizada; e, (b) o período de 2015 até 2025, como de consolidação
dos principais impactos e dos resultados dos Programas Ambientais.
Tais cenários, construídos por meio de um modelo customizado, são úteis para se
prever a evolução dessas principais variáveis socioambientais de modo criterioso, ou
melhor, de acordo com um quadro de premissas e hipóteses plausíveis. Foram
utilizados modelos de simulação, tanto para o valor adicionado, discriminado
setorialmente, como para a população. O desmatamento foi cenarizado a partir de
hipóteses sobre a velocidade do avanço do desmatamento nos diferentes
compartimentos.
Assim, trata-se sempre da variação da parte (Bacia do rio Xingu) sobre o todo (Brasil)
em um determinado período. A partir deste padrão identificado são feitas variações
nessas taxas de contribuição a partir de determinadas hipóteses, que são conjecturas
quantitativas sobre o comportamento dessas taxas.
o valor adicionado bruto a ser gerado pela operação do AHE Belo Monte
estimado em cerca de R$ 5,3 bilhões.
O fato é que a região não tem, pelo seu perfil e estruturação da atividade
econômica atuais, capacidade de absorver o potencial de crescimento do PIB
estimado, mas apenas uma parcela a ser identificada.
5.2.1. Pressupostos
Os pressupostos considerados são fatores determinantes para a economia
brasileira e seu ritmo de evolução de longo prazo, e também do comportamento
demográfico e da gestão dos recursos hídricos e da matriz energética, no âmbito
nacional. Os fatores determinantes relacionados ao desflorestamento foram
formulados especificamente com base no conhecimento que se tem da bacia do
rio Xingu, podendo ser aplicado para outras regiões da Amazônia legal.
5.3.1. População
Conhecidas as diversas situações pertinentes à construção e operação do AHE
Belo Monte, entendeu-se como conveniente elaborar cenários para dois cortes
temporais: anos 2015 e 2025. No primeiro, abrangendo parte do período da
construção da usina; no segundo, continuidade da construção e operação.
Como o AHE Belo Monte é de grande porte, uma das maiores do Brasil (11.000
MW), com certeza implicará impactos diversos. Do ponto de vista populacional,
considerando-se experiências passadas na construção de grandes hidrelétricas, é
de se esperar um significativo fluxo imigratório para os municípios do Corredor
Transamazônico.
Neste ponto, surge a questão de como será esta dinâmica demográfica no interior
do compartimento, em quais municípios o crescimento demográfico será maior,
quais poderão ficar fora desses movimentos, quais podem sofrer avanços ou
recuos da taxa de crescimento em função de suas próprias condições econômicas,
por exemplo, com a diminuição da atividade extrativa vegetal e o fechamento da
várias madeireiras, alguns municípios baseados nesta atividade podem apresentar
um refluxo populacional.
Altamira contava com 84.398 habitantes, Brasil Novo com 20.747 e Vitória do
Xingu com 10.349 habitantes (IBGE, 2005), considerando-se apenas o primeiro
como de porte mais relevante, menor somente do que o município de Sinop, na
Bacia do rio Xingu.
em torno de 2,66% para Altamira; 1,36%, Brasil Novo; e -3,00%, Vitória do Xingu.
Como são, de modo geral, municípios de porte não significativos, esses números
praticamente retratam praticamente a manutenção do tamanho da população. No
caso de Vitória do Xingu, por exemplo, não obstante tenha decrescido no período,
sua população manteve-se em torno de 10 mil habitantes.
Cenários População
População Cenários População Ano
Ano - Sem UHE Belo
Total - Com UHE Belo Monte
Unidade Territorial Monte
Cenários População
População
Ano - Sem UHE Belo Cenários População Ano
Total
Monte - Com UHE Belo Monte
Continuum de Áreas
Legalmente Protegidas 0 0 0 0 0
Várzeas do Rio Xingu 55.845 61.174 64.691 59.318 63.894
Corredor
Transamazônico 184.850 202.488 214.129 327.189 352.427
Médio Xingu Pecuária 91.775 100.532 106.312 97.483 105.003
Formações do Cachimbo
sob Influência da BR 163 37.067 40.604 42.938 39.373 42.410
Alto Xingu Oeste - Área
sob Influência da BR 163 289.210 316.806 335.019 307.198 330.895
Alto Xingu Leste - Área
Sob Influência da Belém-
Brasilia 130.048 142.457 150.647 138.137 148.792
Xingu Meridional
Savânico 127.693 139.877 147.919 135.635 146.098
879.421 963.335 1.018.716 1.064.960 1.147.108
Cenários População
População Cenários População Ano
Ano - Sem UHE Belo
Municípios - Total - Com UHE Belo Monte
CodIBGE Monte
Bacia
2005 2015 2025 2015 2025
Bom Jesus
510185 do Araguaia 4.554 4.989 5.275 4.837 5.210
150172 Brasil Novo 20.747 22.727 24.033 66.112 71.212
510260 Campinápolis 12.796 14.017 14.823 13.592 14.640
Cana Brava
510269 do Norte 6.295 6.896 7.292 6.687 7.202
510270 Canarana 18.732 20.519 21.699 19.897 21.432
510305 Cláudia 11.728 12.847 13.586 12.457 13.418
510335 Confresa 26.955 29.527 31.225 28.632 30.840
Cumaru do
150276 Norte 6.172 6.761 7.150 6.556 7.062
510370 Feliz Natal 9.132 10.003 10.578 9.700 10.448
Gaúcha do
510385 Norte 5.465 5.986 6.331 5.805 6.253
Guarantã do
510410 Norte 32.940 36.083 38.158 34.989 37.688
150310 Gurupá 25.685 28.136 29.753 27.283 29.387
510455 Itaúba 6.383 6.992 7.394 6.780 7.303
510558 Marcelândia 17.996 19.713 20.846 19.115 20.590
510560 Matupá 11.958 13.099 13.852 12.702 13.682
150445 Medicilândia 22.440 24.581 25.994 23.836 25.674
Nova
510620 Brasilândia 4.786 5.243 5.544 5.084 5.476
Nova Santa
510619 Helena 3.603 3.947 4.174 3.827 4.122
510624 Nova Ubiratã 7.430 8.139 8.607 7.892 8.501
Nova
510625 Xavantina 17.408 19.069 20.165 18.491 19.917
Ourilândia do
150543 Norte 19.965 21.870 23.127 21.207 22.843
510630 Paranatinga 15.755 17.258 18.251 16.735 18.026
Peixoto de
510642 Azevedo 19.224 21.058 22.269 20.420 21.995
Planalto da
510645 Serra 2.952 3.234 3.420 3.136 3.377
Porto Alegre
510677 do Norte 9.337 10.228 10.816 9.918 10.683
150590 Porto de Moz 28.923 31.683 33.504 30.722 33.092
5.3.3. Resultados
Apresentam-se no quadro 5.5 os valores projetados segundo as hipóteses assumidas,
permitindo de imediato uma avaliação do impacto do empreendimento Belo Monte
sobre o valor adicionado.
Ressalte-se que os três municípios Altamira, Vitória do Xingu e Brasil Novo por
hipótese, concentram todo o crescimento do valor adicionado do compartimento
Transamazônico, assim, nas tabelas a seguir, eles aparecem representando os
impactos para o compartimento em questão.
É importante que a leitura desses números seja feita considerando essa hipótese
simplificadora, ou seja, entende-se que a implantação e operação da AHE Belo Monte
Brasil Vitória
Setor Condição Altamira Bacia do Xingu
Novo do Xingu
VA Agropecuária
2005 47.813 24.373 24.312 3.159.787
VA Agropecuária SEM USINA
2015 (TENDENCIAL) 70.775 36.078 35.987 4.677.257
VA Agropecuária COM USINA
2015 (PROSPECTIVO) 361.804 327.107 327.016 6.226.677
VA Agropecuária SEM USINA
2025 (TENDENCIAL) 104.764 53.405 53.270 6.923.483
VA Agropecuária COM USINA
2025 (PROSPECTIVO) 535.558 484.199 484.064 9.217.003
Brasil Vitória
Setor Condição Altamira Bacia do Xingu
Novo do Xingu
(TENDENCIAL)
COM USINA
VA Total 2015 (PROSPECTIVO) 3.213.875 374.540 2.811.692 18.238.643
SEM USINA
VA Total 2025 (TENDENCIAL) 714.198 123.617 118.869 17.011.403
COM USINA
VA Total 2025 (PROSPECTIVO) 4.757.320 554.411 4.161.991 26.997.646
Fonte: Elaboração ARCADIS Tetraplan
5.4.1. Introdução
A abordagem da configuração descritiva tem por objetivo sinalizar os números
relativos ao desflorestamento na Bacia do Xingu, com o que se pretende contribuir na
corroboração de muitas análises e estudos sobre o próprio processo de
desflorestamento. Não é escopo do tema, como o próprio título indica, descrever
processos, mas estabelecer padrões observados no período 2000/2007, associando-
os a uma perspectiva de futuro mediante algumas premissas e hipóteses sobre os
mesmos.
Nome do Taxa de
Contribuição (%) de Área (%) de Área Área
Município Área do Variação
Incremento (%) no Desflorestada Desflorestada Líquida
Município- Área Total Área Total Ucs e Anual
da Área incremento em relação à em relação à "Disponível"
UF Bacia Desflorestada Desflorestada Tis no
Desflorestada total da Área do Área do do
(km²) (km2) 2000 (km2) 2007 (Km2) período
2000-2007 Bacia 2000- Município Município Município
2007 2000-
2007 2000 2007 (km²) 2007
2007
Água Boa MT 5.136 0 0,3 1 0,3 n/d 0,0% 0,0% 0,0% 5.134
Altamira PA 159.229 1.803 4.728 146.685 2.924 14,76% 10,7% 1,1% 3,0% 7.817
Alto Boa
Vista MT 1.302 566 688 613 122 2,83% 0,4% 43,5% 52,9% 0
Anapu PA 8.155 332 715 5.136 383 11,59% 1,4% 4,1% 8,8% 2.305
Bannach PA 2.916 1.445 1.814 166 368 3,30% 1,3% 49,6% 62,2% 936
Bom Jesus
do Araguaia MT 2.644 1.105 1.300 86 195 2,35% 0,7% 41,8% 49,2% 1.258
Brasil Novo PA 6.368 946 2.116 1.558 1.169 12,18% 4,3% 14,9% 33,2% 2.694
do Norte
Canarana MT 9.323 1.502 1.787 667 285 2,51% 1,0% 16,1% 19,2% 6.870
Cláudia MT 2.582 755 966 0 211 3,59% 0,8% 29,2% 37,4% 1.616
Confresa MT 2.944 805 1.264 6 459 6,66% 1,7% 27,3% 42,9% 1.674
Cumaru do
Norte PA 16.974 3.941 6.173 4.052 2.232 6,62% 8,2% 23,2% 36,4% 6.748
Feliz Natal MT 11.474 963 1.627 5.238 663 7,77% 2,4% 8,4% 14,2% 4.610
Gaúcha do
Norte MT 16.915 1.905 2.996 8.267 1.091 6,68% 4,0% 11,3% 17,7% 5.652
Guarantã do
Norte MT 1.411 194 291 564 96 5,93% 0,4% 13,8% 20,6% 557
Marcelândia MT 10.083 1.652 2.242 1.569 590 4,46% 2,2% 16,4% 22,2% 6.272
Matupá MT 2.153 85 225 774 139 14,84% 0,5% 4,0% 10,4% 1.154
Medicilândia PA 6.296 625 1.267 262 642 10,62% 2,3% 9,9% 20,1% 4.768
Nova
Brasilândia MT 21 0 0 0 0 n/d 0,0% 0,0% 0,0% 21
Nova Santa
Helena MT 724 234 253 0 19 1,13% 0,1% 32,3% 35,0% 471
Nova Ubiratã MT 12.077 2.183 3.573 1.704 1.391 7,30% 5,1% 18,1% 29,6% 6.799
Nova
Xavantina MT 113 0 0 0 0 n/d 0,0% 0,0% 0,0% 113
Novo
Progresso PA 259 10 17 22 8 8,81% 0,0% 3,7% 6,7% 219
Ourilândia do
Norte PA 13.801 878 1.021 12.155 144 2,19% 0,5% 6,4% 7,4% 625
Paranatinga MT 19.647 1.585 2.256 3.546 671 5,17% 2,5% 8,1% 11,5% 13.846
Peixoto de
Azevedo MT 12.239 1.021 1.544 6.234 523 6,08% 1,9% 8,3% 12,6% 4.461
Planalto da
Serra MT 44 0 0 0 0 n/d 0,0% 0,0% 0,0% 44
Porto Alegre
do Norte MT 316 119 141 0 22 2,51% 0,1% 37,7% 44,8% 174
Porto de Moz PA 14.906 66 591 10.827 525 36,72% 1,9% 0,4% 4,0% 3.488
Primavera do
Leste MT 989 0 0 0 0 n/d 0,0% 0,0% 0,0% 989
Querência MT 17.853 3.012 4.573 7.279 1.561 6,15% 5,7% 16,9% 25,6% 6.001
Ribeirão
Cascalheira MT 3.287 790 979 128 189 3,11% 0,7% 24,0% 29,8% 2.180
Santa
Carmem MT 3.935 719 1.313 0 594 8,98% 2,2% 18,3% 33,4% 2.622
Santa Cruz
do Xingu MT 5.625 977 1.251 557 274 3,59% 1,0% 17,4% 22,2% 3.818
Santo
Antônio do
Leste MT 1.545 0 0 0 0 n/d 0,0% 0,0% 0,0% 1.545
São Félix do
Araguaia MT 9.682 2.712 3.256 2.296 544 2,65% 2,0% 28,0% 33,6% 4.130
São Félix do
Xingu PA 84.068 5.985 12.299 61.111 6.314 10,84% 23,1% 7,1% 14,6% 10.657
São José do
Xingu MT 7.464 3.815 4.084 1.326 269 0,98% 1,0% 51,1% 54,7% 2.053
Senador
José Porfírio PA 12.887 125 363 9.209 238 16,46% 0,9% 1,0% 2,8% 3.315
Tucumã PA 2.488 1.841 1.969 12 128 0,97% 0,5% 74,0% 79,1% 507
União do Sul MT 4.593 447 860 6 414 9,81% 1,5% 9,7% 18,7% 3.727
Vera MT 1.232 302 615 0 314 10,72% 1,1% 24,5% 49,9% 617
Vila Rica MT 3.818 802 1.666 0 864 11,01% 3,2% 21,0% 43,6% 2.152
Vitória do
Xingu PA 2.965 860 1.523 110 663 8,51% 2,4% 29,0% 51,4% 1.331
Bacia do
Xingu 509.258 47.617 74.976 294.504 27.359 6,70% 100,0% 9,4% 14,7% 139.778
A análise desses resultados deverá, entretanto, ser feita com muita cautela,
pois algumas ocorrências influem sobremaneira nos mesmos. É o caso, por
exemplo, de municípios em que o desflorestamento foi inexpressivo em 2000
ou em que a área de supressão florestal apresentou-se estabilizada no período
2000/2007. No primeiro caso, implica projetar taxas altíssimas de
desflorestamento e, no segundo, taxas baixíssimas, trazendo resultados nessa
conformidade, que não retratam a dinâmica que se espera para a região da
Bacia do Xingu. Como exemplo de municípios enquadrados nas situações
descritas tem-se Campinápolis, Planalto da Serra, Nova Xavantina, entre
outros.
Não obstante essas restrições, uma avaliação que aporte maiores reflexões às
informações disponibilizadas, inclusive com insumos obtidos a partir da descrição dos
processos socioeconômicos adjacentes, pode fornecer pistas mais seguras que as
palmilhadas na simulação.
Tendo como ponto de partida o fato de que vários dos municípios já terem áreas
desflorestadas em superfície superior às constantes em muitas das faixas propostas,
simulou-se para todas as faixas qual seria a taxa de crescimento de desflorestamento
a ser observada no período 2007/2025 que viabilize cada uma das propostas. Em
outros termos, determinou-se qual a taxa que, aplicada na área líquida florestada
disponível do município (área total menos a área desflorestada e menos UCs e TIs)
em 2007, levaria à concretização da proposta de conservação na faixa selecionada,
em uma espécie de cenário normativo.
É, além do mais, importante ressaltar que, embora o município possa ter área líquida
disponível em 2007, pode ocorrer que essa área seja exaurida em qualquer ano ao
longo do período 2007/2025 no processo de desflorestamento, razão pela qual foi
rotulado como “LULP”, ou seja, “limite ultrapassado em qualquer ano ao longo do
período”. As células grafadas com “PREJUD” referem-se aos municípios com cálculos
prejudicados por constarem como zero de desflorestamento em 2000.
Quadro 5-8 Taxa Anual de Crescimento de Desflorestamento Necessária à Implementação de Propostas de Manutenção de Diferentes
Níveis de Conservação
Nome do Conserva Conserva Conserva Conserva Conserva Conserva Conserva Conserva Conserva
Município 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10%
Água Boa 50,37% 56,27% 59,83% 62,41% 64,43% 66,11% 67,54% 68,78% 69,89%
Altamira LULP LULP LULP LULP LULP LULP 0,82% 1,57% 2,23%
Alto Boa Vista LULP LULP LULP LULP LULP LULP LULP LULP LULP
Anapu LULP LULP LULP 1,42% 2,69% 3,74% 4,63% 5,41% 6,10%
Bannach LULP LULP LULP LULP LULP LULP LULP LULP LULP
Bom Jesus do LULP LULP LULP LULP LULP LULP LULP LULP LULP
Araguaia
Brasil Novo LULP LULP LULP LULP LULP LULP LULP 0,10% 0,76%
Campinápolis 52,35% 58,33% 61,94% 64,54% 66,60% 68,29% 69,74% 71,00% 72,13%
Canabrava do LULP LULP LULP LULP LULP LULP LULP 0,43% 1,08%
Norte
Canarana LULP LULP 0,80% 2,42% 3,70% 4,75% 5,65% 6,44% 7,14%
Cláudia LULP LULP LULP LULP LULP 0,02% 0,88% 1,63% 2,30%
Confresa LULP LULP LULP LULP LULP LULP LULP 0,32% 0,98%
Cumaru do Norte LULP LULP LULP LULP LULP LULP LULP LULP LULP
Feliz Natal LULP LULP LULP 0,70% 1,95% 2,99% 3,88% 4,65% 5,34%
Gaúcha do Norte LULP LULP LULP LULP LULP 0,69% 1,56% 2,31% 2,98%
Guarantã do LULP LULP LULP LULP LULP 0,77% 1,64% 2,40% 3,07%
Norte
Gurupá 24,50% 29,39% 32,33% 34,47% 36,14% 37,53% 38,71% 39,75% 40,66%
Itaúba LULP LULP LULP LULP LULP LULP LULP LULP 0,24%
Marcelândia LULP LULP LULP 0,63% 1,88% 2,92% 3,80% 4,58% 5,26%
Matupá LULP 0,15% 2,43% 4,08% 5,38% 6,45% 7,36% 8,16% 8,87%
Medicilândia LULP LULP 0,68% 2,30% 3,58% 4,63% 5,53% 6,32% 7,01%
Nova Brasilândia ZNO ZNO ZNO ZNO ZNO ZNO ZNO ZNO ZNO
Nova Santa LULP LULP LULP LULP LULP 0,61% 1,47% 2,23% 2,90%
Helena
Nova Ubiratã LULP LULP LULP LULP LULP 0,74% 1,61% 2,36% 3,03%
Nova Xavantina ZNO ZNO ZNO ZNO ZNO ZNO ZNO ZNO ZNO
Novo Progresso 1,34% 5,32% 7,72% 9,46% 10,82% 11,95% 12,91% 13,75% 14,50%
Ourilândia do LULP LULP LULP LULP LULP LULP LULP LULP LULP
Norte
Paranatinga LULP 1,15% 3,45% 5,12% 6,43% 7,51% 8,44% 9,24% 9,96%
Peixoto de LULP LULP LULP 0,81% 2,06% 3,10% 3,99% 4,76% 5,45%
Azevedo
Planalto da Serra ZNO ZNO ZNO ZNO ZNO ZNO ZNO ZNO ZNO
Porto Alegre do LULP LULP LULP LULP LULP LULP LULP LULP 0,58%
Norte
Porto de Moz LULP 0,93% 3,23% 4,89% 6,20% 7,28% 8,20% 9,01% 9,72%
Prainha 19,08% 23,76% 26,58% 28,62% 30,22% 31,55% 32,68% 33,67% 34,54%
Primavera do ZNO ZNO ZNO ZNO ZNO ZNO ZNO ZNO ZNO
Leste
Querência LULP LULP LULP LULP LULP LULP LULP 0,27% 0,93%
Ribeirão LULP LULP LULP LULP 0,60% 1,62% 2,49% 3,26% 3,93%
Cascalheira
Santa Carmem LULP LULP LULP LULP LULP 1,01% 1,88% 2,64% 3,31%
Santa Cruz do LULP LULP LULP 1,12% 2,38% 3,42% 4,31% 5,09% 5,78%
Xingu
Santo Antônio do 50,90% 56,82% 60,40% 62,98% 65,01% 66,69% 68,13% 69,38% 70,49%
Leste
São Félix do LULP LULP LULP LULP LULP LULP LULP 0,08% 0,74%
Araguaia
São Félix do LULP LULP LULP LULP LULP LULP LULP LULP LULP
Xingu
São José do LULP LULP LULP LULP LULP LULP LULP LULP LULP
Xingu
Senador José LULP 3,40% 5,75% 7,46% 8,80% 9,90% 10,85% 11,67% 12,41%
Porfírio
Sinop LULP LULP LULP LULP LULP LULP LULP LULP LULP
Sorriso ZNO ZNO ZNO ZNO ZNO ZNO ZNO ZNO ZNO
Tucumã LULP LULP LULP LULP LULP LULP LULP LULP LULP
União do Sul LULP LULP 1,47% 3,10% 4,39% 5,45% 6,36% 7,15% 7,85%
Vera LULP LULP LULP LULP LULP LULP LULP LULP LULP
Vila Rica LULP LULP LULP LULP LULP LULP LULP 0,18% 0,84%
Vitória do Xingu LULP LULP LULP LULP LULP LULP LULP LULP LULP
Elaboração ARCADIS-Tetraplan
Redução da
Velocidade
Taxa de Variação Velocidade
Necessária ao
Municípios Anual no período Necessária ao
alcance da
2000-2007 alcance da proposta
proposta de 20%
de 20%
Elaboração ARCADIS-Tetraplan
Como visto anteriormente, entende-se que a relação mais apropriada para captar a
importância de cada agregado territorial no desflorestamento da bacia é a contribuição
individualizada de cada município no incremento da área desflorestada no período
focado.
Contribuição
Nome do Município UF Contribuição
Acumulada
1 Tucumã 83,64%
2 Bannach 73,23%
3 Vera 72,17%
4 Vitória do Xingu 70,93%
5 Sinop 66,68%
6 Vila Rica 63,42%
7 São José do Xingu 57,87%
8 Confresa 56,57%
9 Bom Jesus do Araguaia 55,63%
10 Alto Boa Vista 52,88%
11 Itaúba 51,09%
12 Porto Alegre do Norte 51,01%
13 Brasil Novo 49,26%
14 Cumaru do Norte 47,86%
15 Canabrava do Norte 46,69%
16 Santa Carmem 46,55%
17 Cláudia 44,55%
Elaboração ARCADIS Tetraplan
Área Desflorestada 47.617 50.808 54.212 57.844 61.720 65.855 70.268 74.976
Área Desflorestada 77.605 80.326 83.142 86.057 89.075 92.198 95.430 98.776
Elaboração ARCADIS-Tetraplan
120.000
100.000
Área Desmatada (Km2)
80.000
60.000
40.000
20.000
0
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
Ano
Elaboração ARCADIS-Tetraplan
É de se esperar que durante as obras do AHE Belo Monte, por conta do aumento da
demanda por produtos da agropecuária e outros efeitos indiretos do empreendimento,
haja algumas inflexões e/ou um deslocamento (maior declividade e/ou maior
intercepto) ascendente na curva de desflorestamento, significando maior pressão pela
ocupação das terras.
Como pode ser observado, o “rank” entre os municípios não se altera, sinalizando,
mais uma vez, o direcionamento dos incrementos da ocupação.
Considerando, por outro lado, o percentual de ocupação das terras dos municípios no
período 2015/2025, verifica-se que muitos deles exauriram praticamente a sua
disponibilidade de terras florestadas e outros tantos estão próximos dessa situação.
160.000
140.000
Área Desmatada (Km2)
120.000
100.000
80.000
60.000
40.000
20.000
0
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023
2024
2025
Ano
Essas interações apontam para eventuais sinergias de um dado fenômeno, que pode
ocorrer em função de um efeito de vizinhança, dada a proximidade territorial, ou pode
resultar de maneira disjunta, em decorrência da acessibilidade ou da similaridade da
dinâmica socioeconômica ou ambiental.
A Atualização do Inventário Hidrelétrico da Bacia do Rio Xingu definiu que o AHE Belo
Monte será o único aproveitamento no rio Xingu. Embora seja este o único
empreendimento previsto, Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) em operação ou
em construção, localizadas nas cabeceiras de afluentes (rios Curuá, Ronuro) ou nos
formadores (rio Culuene) estão presentes e assim, mesmo que com pequena
intensidade, determinam efeitos adversos e benefícios na ambiência dos
compartimentos e sub-bacias hidrográficas em que se encontram.
Compartimentos
Compartimentos 1 2 3 4 5 6 7 8
3 Corredor Transamazônico 1 1 x 1 1 0 0 0
4 Médio Xingu Pecuária 1 0 1 x 0 0 1 0
5 Formações do Cachimbo - Área sob influência da BR-163 1 0 0 0 x 0 0 0
6 Alto Xingu Oeste - Área sob Influência da BR-163 1 0 0 0 0 0 x 0
7 Alto Xingu Leste - Área sob Influência da BR – 316 1 0 0 0 0 0 x 0
8 Xingu Meridional 1 0 0 0 0 1 1 x
Fonte: Elaboração ARCADIS Tetraplan
Por outro lado, à exceção do compartimento 2, Várzeas do rio Xingu, situado no limite
norte da bacia hidrográfica, todos os demais relacionam-se com o compartimento 1,
afetando-o seja por meio de vetores de desflorestamento (compartimentos 3 e 5), e,
também, ocupação desordenada (compartimento 4), ou ainda, por intermédio de
efeitos de borda, exportação de nutrientes e de sedimentos intensificada,
determinando alterações no ecossistema aquático (compartimentos 6, 7 e 8, situados
a montante).
Por outro lado, o compartimento Corredor Transamazônico é aquele que interage com
todos os demais compartimentos, exceto com o Compartimento Xingu Meridional, Alto
Xingu Leste e Alto Xingu Oeste, em que a interação foi considerada pouco significativa
dada a distância e a baixa acessibilidade.
Em termos de meio físico foi avaliada a perda de potencial mineral, impacto analisado
na avaliação ambiental distribuída, acarretada pela implantação de cada um dos
empreendimentos. No caso das PCHs essa perda foi considerada insignificante, pois a
possibilidade de atingir alguma reserva mineral seria realmente extrema, e no caso de
Belo Monte foi considerada de baixa significância, pela inundação de jazidas de
areia/cascalho e argila. O ouro, que é a principal ocorrência mineral na futura área de
inundação do AHE Belo Monte, já teve suas jazidas exploradas no passado. Por este
motivo, foram consideradas insignificantes. Como se tratam de perdas localizadas, as
mesmas não ocasionarão impactos sinérgicos entre um e outro empreendimento.
No que se refere aos aspectos bióticos terrestres, no Quadro 6-2 são resumidas as
principais interferências, em decorrência da implantação dos empreendimentos
hidrelétricos previstos ou existentes em um dado compartimento, sobre os demais
compartimentos. Utiliza-se o fenômeno de desflorestamento como indicador desses
efeitos sinérgicos sobre os ecossistemas terrestres, pois este sintetiza não apenas
Compartimento 1 2 3 4 5 6 7 8
Continuum de
1 x
Áreas Protegidas
Várzeas do Rio
2 x
Xingu
Corredor Pressões
Possibilidade de
Transamazônico decorrentes
Possibilidade de aumento de
do transito de
deslocamento de pressão de
Pressão de barcos e
parte da população desflorestamento
desflorestamento navios em
atraída pelas obras devido à migração
sobre TI e UC. direção a
do AHE Belo Monte de população
Vetores em direção Vitória do
3 x para este atraída pelas obras
à RESEX Verde Xingu, com
compartimento, do AHE Belo
Para Sempre, a aumento de
atraídas pelas Monte, embora em
sul, em direção à TI ocupação das
frentes de menor escala já
Arara e à Transiriri, margens e
desflorestamento que nesse trecho
consequente
existentes. não há nenhum
supressão de
centro urbano.
vegetação.
Médio Xingu
4 x
Pecuária
Formações do Interferência em
Cachimbo - Área Unidade de
5 x
sob influência da Conservação de
BR-163 proteção integral
Alto Xingu Oeste - * Interferências em
Área sob UC de proteção
Influência da BR- 6 integral isolada, x
163 que não faz parte
do Continuum de
Compartimento 1 2 3 4 5 6 7 8
Áreas Protegidas,
devido ao
crescente
desflorestamento e
expansão de
culturas cíclicas.
Alto Xingu Leste -
Área sob
7 x 0
Influência da BR –
316
Xingu Meridional *Pressão de
ocupação com
pastagens e
8 x
culturas em TIs que
não fazem parte do
Continuum
Nesse sentido, a implantação de PCHs pode ser considerada mais como o resultado
de um processo anterior de desflorestamento e de ocupação, do que elemento indutor
dessa ocupação. Ou seja, há uma ocupação da região que gera demanda por energia
e as PCHs são implantadas para atender essa demanda local (ou, ainda, como forma
de negócio). Portanto, podem ser consideradas mais um elemento dentro de um
conjunto de fatores que leva a alterações ambientais existentes no sul da bacia, na
região das cabeceiras, ainda que possam determinar alguma intensificação da
produção local.
Ecossistemas Aquáticos
Compartimento 1 2 3 4 5 6 7 8
Continuum de 1 x
Áreas
Legalmente
Protegidas
Várzeas do Rio 2 x
Xingu
Corredor 3 alteração x alteração da
Transamazônico na qualidade da
qualidade água pelo
da água e aumento de
redução desflorestamento
das e atração de
populações população e
ou função da
eliminação proximidade com
de Belo Monte
espécies
intolerantes
à
degradação
da
qualidade
da água;
aumento da
erosão na
ria fluvial
pela
redução da
carga de
sedimentos
e alteração
dos
habitats
ribeirinhos
Médio Xingu 4 x
Pecuária
Formações do 5 alteração na x
Cachimbo - qualidade da
Área sob água a
influência da jusante,
BR-163 principalmente
pela
intensificação
de atividades
antrópicas e
atração de
população
Compartimento 1 2 3 4 5 6 7 8
Também o volume dos reservatórios das PCHs é muito pequeno em relação à vazão
afluente indicando pouca ou nenhuma capacidade de regularização, característica
comum desse tipo de aproveitamento.
Os reservatórios das PCHs dos compartimentos Xingu Meridional e Alto Xingu Oeste
não causam alterações significativas do ponto de vista limnológico nos tributários e
formadores do Xingu onde se acham situados, a ponto de alterar significativamente os
compartimentos a jusante. No entanto, a intensificação das atividades antrópicas já
existentes pode significar influência nas condições limnológicas dos rios, seja pelo
aporte de sedimentos, nutrientes ou contaminantes, como produtos agroquímicos, com
possibilidade de interferências nos compartimentos a jusante, particularmente no
Continuum de Áreas Protegidas, conforme já comentado.
O mesmo pode ser dito das PCHs no compartimento Formações do Cachimbo, sendo
que, nesse caso, as interferências nas áreas protegidas podem ser maiores, pela
proximidade e também pela possibilidade de desflorestamento que tende a crescer na
área.
A discussão do regime hídrico mostrou que, no caso das PCHs existentes e previstas
no rio Xingu relativamente ao AHE Belo Monte, as dimensões dos empreendimentos
são de ordens de magnitude totalmente distintas, o que, conjugado à grande distância
ao longo do rio entre as PCHs e o Corredor Transamazônico, torna inexistente a
interferência entre eles.
Além disso, têm-se as características próprias do rio Xingu que corroboram essa
afirmativa. Conforme medições de transporte de sedimentos realizadas em Altamira,
um pouco a montante do futuro barramento do AHE Belo Monte, verifica-se que a
concentração de sedimentos no rio Xingu é bastante baixa, quando comparada a
outros rios amazônicos
A região da Volta Grande situa-se entre a foz do rio Iriri e a localidade de Belo Monte,
no Corredor Transamazônico, sendo caracterizada por canais predominantemente em
rochas, com rápidos e cachoeiras, além de uma forte inflexão de seu curso. As águas
são claras, relativamente pobres em nutrientes, mas com influência antrópica nas
proximidades de Altamira. A fauna de peixes é rica e apresenta endemismos.
Prevalecem espécies de pequeno porte, adaptadas aos rápidos e corredeiras.
Esse trecho tem condições ecológicas distintas do restante do rio Xingu, a montante,
apresentando ictiofauna similar à do rio Amazonas, com presença de tabuleiros de
desova de tartarugas, bem como ocorrência de botos. A formação de praias e ilhas na
região próxima à Vitória do Xingu define ambientes pouco comuns no restante do rio,
nos quais se encontram várias espécies que não ocorrem a montante. Áreas alagadas
e lagos centrais nas ilhas fluviais servem como hábitats permanentes para espécies
sedentárias, como pirarucu, aruanã ou como hábitats temporários para espécies
migradoras como o tambaquí que se alimentam nestes locais, durante a sua fase
jovem e/ou periodicamente durante o período chuvoso, quando adultos. Estas
espécies não ocorrem rio acima.
Esta grande diferenciação entre o ambiente do alto Xingu, caracterizado por clima e
vegetação savânica e sua transição para a floresta, em relação ao baixo Xingu, com
vegetação e climas marcadamente amazônicos, função do gradiente altitudinal do rio
Xingu, aliado à existência de grande número de cachoeiras, corredeiras e acidentes
fluviais, que constituem barreiras geográficas para parte das espécies de peixes, são
fatores importantes que favorecem a diversificação e, em alguma medida, a separação
da fauna íctica.
Já a região encachoeirada da Volta Grande funciona como barreira para muitos peixes
migradores da calha do rio Amazonas que se deslocam para o rio Xingu, configurando
um obstáculo à dispersão de muitas espécies.
Nas águas do rio Xingu, a maioria dos peixes está associada a um habitat preferencial
(60%), e pode ser considerada “especialista de habitat”. Isto se deve às
particularidades da geografia do Xingu, que propiciam a formação de padrões
específicos de distribuição e uma grande quantidade de endemismos em pequenos
trechos do rio.
Socioeconomia
Desse modo, esses aspectos são aqueles que concorrem para viabilizar em maior ou
menor grau a transmissão de impactos socioeconômicos no território da bacia, sendo
importantes nesse sentido as duas rodovias que correm paralelo no sentido norte sul,
a Belém- Brasília (BR 010) e a Cuiabá-Santarem (BR 163).
Do que resulta que a maior parte dos núcleos urbanos da bacia mantém relações
socioeconômicas mais intensas com cidades exteriores a bacia, condição que
determinará de modo geral uma baixa sinergia entre os compartimentos e seus
impactos derivados dos empreendimentos.
Portanto, mesmo supondo a presença dos entes públicos buscando controlar esse
processo com eficiência, avalia-se que dado sua magnitude, ele poderá ocorrer. O
mesmo pode ser considerado em relação à Reserva Extrativista Verde Para Sempre
no compartimento Várzeas do Rio Xingu.
Em adição, como será uma via de passagem fluvial para o transporte dos insumos
para a construção do empreendimento AHE Belo Monte, essa intensa movimentação
ao longo de anos deverá provocar também um incremento da urbanização ao longo
das margens do rio Xingu no seu estuário.
Mas, um fator que atua no sentido inverso, promovendo interação entre ambas é o fato
de que o compartimento não é composto por “áreas legalmente protegidas”, ao
contrário, já se encontra antropizado de modo significativo, é a região mais próxima
em que já ocorre um intenso processo de ocupação baseado principalmente na
pecuária bovina e na extração de madeira.
Por fim, o compartimento Xingu Meridional, com várias PCHs terá interações com
todos os compartimentos contíguos, particularmente com o Continuum de Áreas
Protegidas, considerando os conflitos já manifestados entre ambos. Pois de um lado
tem-se a presença de PCHs no Xingu Meridional, com os impactos cumulativos
analisados e de outro um compartimento “continuum”, cuja natureza é a conservação
socioambiental, a resultante deverá ser uma intensificação desses conflitos na medida
em que esses novos AHEs pretendidos para a bacia venham a se implantar.
Esse vetor, que parte do compartimento Médio Xingu Pecuária em direção oeste
(Terra do Meio), no compartimento Continuum de Áreas Protegidas, começa a se
ramificar para norte, passando pela EE Terra do Meio, em direção aproximada à
estrada conhecida como Transiriri, já no compartimento Corredor Transamazônico. Há
chances, portanto, de se estabelecer uma linha contínua desflorestada no sentido
norte sul, além da linha no sentido leste oeste, já em curso, interligando o que
atualmente se configuram como manchas isoladas de desflorestamento ao longo de
estradas não oficiais.
7. Diretrizes e Recomendações
O atual modelo de desenvolvimento adotado no Brasil reconhece as vantagens
comparativas decorrentes da abundância de recursos naturais, o que dá proeminência
aos segmentos da economia relacionados ao agronegócio e à mineração, que estão
entre os mais dinâmicos da economia paraense e mato-grossense.
Com esse perfil produtivo, a dinâmica de desenvolvimento, que tem tido um impacto
relevante sobre o meio ambiente, tem-se, ainda, a necessidade de ampliar a oferta de
energia elétrica.
É nesse contexto que deve se analisar a dinâmica de ocupação da bacia do rio Xingu,
caracterizada por diversos vetores de desflorestamento que se expandem tanto no
sentido de Norte para Sul, principalmente a partir do compartimento Corredor
Transamazônico em direção às Terras Indígenas e em Unidades de Conservação do
compartimento Continuum de Áreas Protegidas, assim como no sentido de Sul para
Norte, a partir dos compartimentos situados no extremo sul da bacia. Associam-se a
estes vetores, outros, exógenos à bacia, quais sejam, a partir do arco do
desflorestamento, que se dirige de leste para oeste, e a partir da BR-163, no sentido
contrário.
Reafirma-se que essa dinâmica não sustentável de ocupação da bacia do rio Xingu
está intrinsecamente associada ao modelo de desenvolvimento agropecuário e as
fragilidades de gestão dos governos, nas suas varias esferas, entre outros aspectos.
Por isso, a seguir, encontram-se endereçadas algumas recomendações que
extrapolam a governabilidade e âmbito de atuação do setor elétrico e se inscrevem no
Apoio aos diversos entes institucionais que tratam da biodiversidade dos vários
biomas, seja criando novas Unidades de Conservação (UCs), seja contribuindo para
implantar medidas preventivas e de repressão contra danos ou ameaças à
biodiversidade das UCs existentes. Tanto quanto essa ação for garantida, dando
chances para uma boa governança, tanto maior será o resultado da parceria, o que
significa que os programas de proteção da biodiversidade terão mais sucesso,
podendo refletir na conservação da Amazônia, do Cerrado entre outros biomas.
(ii) No caso do AHE Belo Monte, tendo em vista o regime de operação da usina e suas
implicações sobre os aspectos socioambientais, efetivar mecanismos de
acompanhamento público das regras operativas, notadamente no que se refere ao
hidrograma ecológico proposto pelos estudos de impacto ambiental no processo de
licenciamento ambiental.
(iii) Incentivar a criação de Comitês de sub bacias e da bacia do rio Xingu, no contexto
do Plano Nacional de Recursos Hídricos, contribuindo nas diversas etapas do
processo. Uma vez criado, garantir representatividade do setor elétrico e dos
empreendedores atuantes na bacia.
8. Referências Bibliográficas
APROVEITAMENTO HIDRELÉTRICO (AHE) BELO MONTE – Estudo de Impacto
Ambiental (EIA). LEME Engenharia Ltda, 2008.
CEDI. O “ouro verde” das terras dos índios. Centro Ecumênico de Documentação e
Informação. São Paulo, 1993.
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COUDREAU, H. Viagem ao Xingu. São Paulo: Edusp/Itatiaia, 1977.
ESCADA, M.I.S, et. al. Processos de ocupação nas novas fronteiras da Amazônia (o
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RIBEIRO, B. Tecelãs tupi do Xingu. Revista de Antropologia. São Paulo, USP, vols.
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STOTZ, D.F.; et al. Neotropical birds: ecology and conservation. University of Chicago
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______. Ieipari: sacrifício e vida social entre os índios Arara. São Paulo: Editora
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UNESCO. The United Nations World Water Development Report. Water for people,
water for life. (Disponível em http://www.unesco.org/water/wwap). Apud. ANA, 2005.
Instância de
Entes Institucionais Natureza Área de Atuação (*)
Atuação
Pública,
Federal,
Privada,
Nome Completo/ Estadual,
(ONG, Breve Descrição
Sigla Municipal ou
Movimento
Regional.
Social)
ARCADIS Tetraplan
Anexo II – Matriz de Atores Sociais
Instância de
Entes Institucionais Natureza Área de Atuação (*)
Atuação
Pública,
Federal,
Privada,
Nome Completo/ Estadual,
(ONG, Breve Descrição
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Movimento
Regional.
Social)
Ministério Público
Pública Federal
Federal
Dr. Álvaro Lotufo Manzano e-mail: amanzano@prto.mpf.gov.br Tel: (63) 3219 7214, Dr. Adrian Pereira
Ziemba e-mail: adrianz@prto.mpf.gov.br Tel: (63) 3219 7202
Órgão executivo do Ministério da Saúde, é uma
das instituições do Governo Federal responsável
Fundação Nacional em promover a inclusão social por meio de ações
Pública Federal
de Saúde - FUNASA de saneamento. A FUNASA é também a
instituição responsável pela promoção e proteção
à saúde dos povos indígenas.
Endereço: SAS - Q4 - Bl "N" - 6º andar - Gabinete- Ala Norte - Brasília/DF CEP: 70070-040
Telefones: (61) 3314 6466 / 6619 - www.funasa.gov.br – Dr. Jose Raimundo Machado
Sua missão é viabilizar soluções para o
Empresa Brasileira desenvolvimento sustentável do espaço rural,
de Pesquisa com foco no agronegócio, por meio da geração,
Pública Federal
Agropecuária - adaptação e transferência de conhecimentos e
EMBRAPA tecnologias, em benefício dos diversos
segmentos da sociedade brasileira.
Endereço: Parque Estação Biológica - PqEB s/n°. - Brasília, DF - Brasil - CEP 70770-901
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Representante em Belém – Ricardo – fone: 91 – 3204.1105
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do Meio Ambiente e Responsável por formular, coordenar, executar e
dos Recursos fazer executar a Política Nacional de Meio
Naturais Pública Federal Ambiente e da preservação, conservação e uso
Renováveis – racional, fiscalização, controle e fomento dos
IBAMA recursos naturais renováveis.
Endereço: Avenida Tancredo Neves 2501 – Campus da UFRA – fone: (91) 3274.1237 – Belém - Pará
– Contato: Italo José Araruna Vieira - www.ibama.gov.br
Estabelece e executa a Política Indigenista de
forma a promover a prestação de assistência
Fundação Nacional médico – sanitária e educação básica aos índios;
Pública Federal demarcar, assegurar e proteger as terras por eles
do Índio - FUNAI
tradicionalmente ocupadas; atua, ainda, na
defesa dos interesses indígenas, de sua cultura,
de suas terras, de suas riquezas naturais e o
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Lex
70.390-025 - Brasília/DF, T.: (61) 3313-3500
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Órgão responsável pela execução da reforma
de Colonização e
Pública Federal agrária e pela promoção, coordenação e controle
Reforma Agrária –
da questão fundiária no País.
INCRA
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Tel: 0 xx 11 3515-8900, Fax: 0 xx 11 3515-8904 / 3515-8922, isa@socioambiental.org
Sergio Mauro Santos Filho (Sema) - Secretário Executivo
O Greenpeace é uma organização global e
independente que atua para defender o meio
ambiente e promover a paz, inspirando as
pessoas a mudarem atitudes e comportamentos.
Organização Investigando, expondo e confrontando crimes
Greenpeace Brasil Não Internacional ambientais, desafiamos os tomadores de decisão
Governamental a reverem suas posições e mudarem seus
conceitos. Também defendemos soluções
economicamente viáveis e socialmente justas,
que ofereçam esperança para esta e para as
futuras gerações.
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Sua missão é representar as organizações
Organização filiadas e promover a participação e os interesses
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Amazônico – GTA
Governamental comunidades de base, no processo de
desenvolvimento sustentável da Amazônia Legal.
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Tel/Fax: (62) 346-7048
A história tem sido marcada pela resistência na
terra, luta pela natureza preservada e pela
construção de um Projeto Popular para o Brasil
Movimento dos Organização que contemple uma nova Política Energética
Atingidos por Não Federal justa, participativa, democrática e que atenda os
Barragens - MAB Governamental anseios das populações atingidas, de forma que
estas tenham participação nas decisões sobre o
processo de construção de barragens, seu
destino e o do meio ambiente.
Endereço: HIGS Quadra 705, Asa Sul, Bloco K, Casa 11, Brasília / DF, CEP: 70350-711
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Congrega instituições da sociedade civil que
atuam na promoção do desenvolvimento
sustentável e na conservação do Cerrado. São
Rede Cerrado de mais de 300 entidades identificadas com a causa
Rede Federal
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rurais, extrativistas, indígenas, quilombolas,
geraizeiros, quebradeiras de coco, pescadores,
ONGs, entre outros.
Endereço: SCLN - 107 - Bloco B - sala 206 - Setor Comercial - Brasília/DF – CEP: 70743-520
Fone: (61) 3274 7789 - http://www.redecerrado.org.br
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Associação pessoas físicas e jurídicas ligadas ao
Brasileira de Entidade de planejamento e à gestão dos recursos hídricos no
Federal
Recursos Hídricos - classe Brasil. Desenvolve ações de caráter técnico-
ABRH científico, espinha dorsal da sua atuação,
jurídico-institucional e social.
DF: Representante Oscar de M. Cordeiro Neto – Endereço: ENC/FT, Campus UnB. Asa Norte. CEP:
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legislação e políticas públicas, educação
Organização ambiental e comunicação. Além disso, há
WWF – Brasil Não Federal também projetos de viabilização de unidades de
Governamental conservação, por meio do estímulo a alternativas
econômicas sustentáveis envolvendo e
beneficiando comunidades locais.
SHIS EQ QL 6/8 Conjunto E CEP: 71620-430, Brasília/DF Tel: (61) 3364-7400 Fax: (61) 3364-7474 -
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Estatística IBGE Pública . Federal conhecimento da sua realidade e ao exercício da
cidadania
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Instância de
Entes Institucionais Natureza Área de Atuação (*)
Atuação
Pública,
Federal,
Privada,
Nome Completo/ Estadual,
(ONG, Breve Descrição
Sigla Municipal ou
Movimento
Regional.
Social)
Secretaria de
Estado de Meio Pública Estadual
Ambiente
Palácio Paiaguás, Rua C, CEP 78050-970 - Cuiabá - Mato Grosso - Brasil. Tel.: (65) 3613-7200
Secretaria de
Coordenar e dar suporte à formulação das
Estado de
Pública Federal políticas públicas objetivando o desenvolvimento
Planejamento e
sustentável do Estado de Mato Grosso.
coordenação Geral
Centro Político Administrativo - CPA - Cuiabá - MT
CEP : 78.050-970 Telefone: (65) 3613-3281 Ouvidoria 3613-3275 Fax: (65) 3613-3234
Atividades concernentes à organização da
estrutura fundiária, à distribuição sobre as terras
públicas e devolutas, ao reconhecimento das
Instituto de Terras
posses legítimas, à alienação das terras de seu
do Estado do Mato Pública Estadual
domínio, ao exercício das diversas formas de
Grosso
aquisição de terras, à promoção do processo
discriminatório administrativo de acordo com a
legislação vigente.
Centro Político Administrativo - CPA - Rua B - Edifício Ceres, 1º Andar - Cuiabá - MT
CEP : 78.050-970 Telefone: (65) 613-6100 Fax: (65) 613-6135
Tem como missão contribuir de forma
participativa para o desenvolvimento rural
Secretaria de
sustentado, centrado no fortalecimento da
Estado de
Pública Estadual agricultura familiar, por meio de processos
Desenvolvimento
educativos que assegurem a construção do pleno
Rural – SEDER
exercício da cidadania e melhoria da qualidade
de vida.
Centro Político Administrativo – CPA – Rua 02, s/nº Ed. Ceres, 3º Andar – CEP 78058-250 – Cuiabá –
MT, TEL: (65) 3613-6200 / Fax: (65)3613-6207, e-mail: seder@seder.mt.gov.br.
Missão de se tornar um diferencial na educação
Universidade
e no desenvolvimento de pesquisas e projetos
Federal do Mato Pública Federal
inseridos no contexto socioeconômico e cultural
Grosso
do Estado.
Avenida Fernando Corrêa, s/nº Coxipó Cuiabá-MT 78060-900
Fone/PABX: +55 (65) 3615-8000 / FAX: +55 (65) 3628-1219
ARCADIS Tetraplan
Anexo II – Matriz de Atores Sociais
Instância de
Entes Institucionais Natureza Área de Atuação (*)
Atuação
Pública,
Federal,
Privada,
Nome Completo/ Estadual,
(ONG, Breve Descrição
Sigla Municipal ou
Movimento
Regional.
Social)
ARCADIS Tetraplan
Anexo II – Matriz de Atores Sociais
Instância de
Entes Institucionais Natureza Área de Atuação (*)
Atuação
Pública,
Federal,
Privada,
Nome Completo/ Estadual,
(ONG, Breve Descrição
Sigla Municipal ou
Movimento
Regional.
Social)
Rua Amambaí, 160, Setor Alvorada. Cuiabá, MT. CEP 78048-460. Fone: (65) 3621 -3068. Fax: (65)
3621 -2942.
E-mail: cptmt@terra.com.br
O CIMI é um organismo vinculado à CNBB -
Conselho Organização Conferência Nacional dos Bispos do Brasil que,
Indigenista não Regional em sua atuação missionária, conferiu um novo
Missionário – CIMI Governamental sentido ao trabalho da igreja católica junto aos
povos indígenas.
Cimi Regional Mato Grosso; Conselheiro: Gilberto Vieira dos Santos
Rua dos Nambikuara, 32; Santa Helena - Caixa Postal 147; Cuiabá - MT - CEP 78005-970
Telefone: 65-3621- 9095 - Fax: 65-3621-6548 E-mail: cimimt@terra.com.br www.cimi.org.br
ESTADO DO PARÁ
Instância de
Entes Institucionais Natureza Área de Atuação (*)
Atuação
Pública,
Federal,
Privada,
Nome Completo/ Estadual,
(ONG, Breve Descrição
Sigla Municipal ou
Movimento
Regional.
Social).
ARCADIS Tetraplan
Anexo II – Matriz de Atores Sociais
Instância de
Entes Institucionais Natureza Área de Atuação (*)
Atuação
Pública,
Federal,
Privada,
Nome Completo/ Estadual,
(ONG, Breve Descrição
Sigla Municipal ou
Movimento
Regional.
Social).
ARCADIS Tetraplan
Anexo II – Matriz de Atores Sociais
Instância de
Entes Institucionais Natureza Área de Atuação (*)
Atuação
Pública,
Federal,
Privada,
Nome Completo/ Estadual,
(ONG, Breve Descrição
Sigla Municipal ou
Movimento
Regional.
Social).
fvpp@amazon.com.br
O CNPT tem uma estrutura funcional de co-
gestão entre representantes das Populações
Tradicionais, Organizações não Governamentais
e Órgãos do Governo Federal e Estadual
(Conselho Nacional dos Seringueiros - CNS ;
Movimento Nacional dos Pescadores –
Centro Nacional de
MONAPE; Grupo de Trabalho Amazônico - GTA ;
Desenvolvimento
Rede de ONGs da Mata Atlântica; Instituto de
Sustentado das Federal
Estudos Sócio Econômicos – INESC;
Populações
Coordenação das Organizações Indígenas da
Tradicionais (CNPT)
Amazônia Brasileira – ColAB; Centro de
Articulação dos Povos Indígenas do Brasil –
CAPOIB; Comissão de Defesa do Consumidor,
Meio Ambiente e Minorias da Câmara Federal;
Programa Comunidade Solidária; Divisão de
Projetos Especiais - INCRA
cnpt.sede@ibama.gov.br
Instância máxima de articulação dos povos e
Coordenação das organizações indígenas da Amazônia Brasileira,
Organizações Organização reúne hoje na sua base política 75 organizações
Indígenas da Não Regional e 165 povos indígenas, estimula e acompanha a
Amazônia Brasileira Governamental criação de outras organizações, visando a
- COIAB expansão e o fortalecimento do movimento
indígena.
Endereço: Avenida Ayrão 235, Bairro: Presidente Vargas - Cep: 69025-290 - Manaus - Amazonas
Telefone: (92) 233-0749 Fax: 233-0209 - www.coiab.com.br – Coordenador Jecinaldo Barbosa Cabral.
Tem como missão promover a conservação do
PEQUI - Pesquisa e Organização Cerrado, seja com resultados científicos, seja
Conservação do Não Regional com ações políticas. Somos todos envolvidos
Cerrado Governamental com a causa ambientalista em suas diversas
áreas
Endereço: SCLN 113 bloco B sala 109, Brasília-DF. Cep: 70763-520 - Telefone: (61) 3037-7876
www.pequi.org.br – diretora Isabel Belloni Schmidt
ARCADIS Tetraplan
Anexo II – Matriz de Atores Sociais
Instância de
Entes Institucionais Natureza Área de Atuação (*)
Atuação
Pública,
Federal,
Privada,
Nome Completo/ Estadual,
(ONG, Breve Descrição
Sigla Municipal ou
Movimento
Regional.
Social).
ARCADIS Tetraplan
Anexo II – Matriz de Atores Sociais
Instância de
Entes Institucionais Natureza Área de Atuação (*)
Atuação
Pública,
Federal,
Privada,
Nome Completo/ Estadual,
(ONG, Breve Descrição
Sigla Municipal ou
Movimento
Regional.
Social).
Endereço: Praça Barão do Rio Branco, 93, Campinas Belém, Belém – PA – CEP: 66015-060 – Tel:
(91) 4006-8600 – Presidente: Ângela Serra Sales
Associação
Instituição devidamente capacitada para exercer,
Brasileira de
Entidade de de forma ampla e plural, uma significativa
Engenharia Federal
classe liderança nos diversos setores que integram o
Sanitária e
saneamento básico e ambiental brasileiro.
Ambiental - ABES
Endereço: Av.Duque de Caxias, 160/Loja 12 - São Braz - 66.090-250 - Belém – PA – Telefone: (91)
3226-1624
Desenvolve trabalho de base junto aos povos da
terra e das águas através da convivência,
promoção, apoio, acompanhamento e assessoria
Comissão Pastoral nos seus processos coletivos de conquista dos
Privada Federal
da Terra - CPT direitos e da terra, de produção sustentável; nos
seus processos de formação integral e
permanente e na divulgação de suas vitórias e no
combate das injustiças.
PA: Rua Barão do Triunfo 3151, Bairro Marco, Belém – PA – CEP: 66093-050 – Tel.: (91) 226-5258 /
Fax (91) 226-6491
Promover a educação profissional e tecnológica,
Serviço Nacional de
a inovação e a transferência de tecnologias
Aprendizagem Privada Federal
industriais, contribuindo para elevar a
Industrial SENAI
competitividade da indústria brasileira.
PA: Travessa Quinteno Bacaiúva, Bloco B, 4º andar, 1588, Bairro Nazaré, Belém – PA – CEP: 66035-
190 – Tel.: (91) 3223-6612 / 6764 / Fax: (91) 322-5073.
Tem o objetivo de fomentar o desenvolvimento
Serviço de Apoio às sustentável, a competitividade e o
Pequenas e Médias Privada Federal aperfeiçoamento técnico das microempresas e
Empresas - SEBRAE das empresas de pequeno porte industriais,
comerciais, agrícolas e de serviços.
Rua Municipalidade, 1461 - Umarizal - Belém - Pará - 66050-350
Fone: (91) 3181-9000 / acom@pa.sebrae.com.br
Criado para ser um núcleo de integração da
UFPA, inicialmente com curso de especialização
Núcleo de Altos interdisciplinar e internacional, conta hoje com
Estudos Pública Regional mestrado em Planejamento do Desenvolvimento
Amazônicos - NAEA e doutorado em Desenvolvimento Sustentável do
Trópico Úmido, contribuindo para a formação de
pesquisadores, docentes e técnicos.
Endereço: Avenida Perimetral S/N Campus Profissional, Bairro Guamá CEP: 66075-650 Belém/PA.
ARCADIS Tetraplan
Anexo II – Matriz de Atores Sociais
Instância de
Entes Institucionais Natureza Área de Atuação (*)
Atuação
Pública,
Federal,
Privada,
Nome Completo/ Estadual,
(ONG, Breve Descrição
Sigla Municipal ou
Movimento
Regional.
Social).
ARCADIS Tetraplan
Anexo II – Matriz de Atores Sociais
Instância de
Entes Institucionais Natureza Área de Atuação (*)
Atuação
Pública,
Federal,
Privada,
Nome Completo/ Estadual,
(ONG, Breve Descrição
Sigla Municipal ou
Movimento
Regional.
Social).
ARCADIS Tetraplan
Anexo II – Matriz de Atores Sociais
Instância de
Entes Institucionais Natureza Área de Atuação (*)
Atuação
Pública,
Federal,
Privada,
Nome Completo/ Estadual,
(ONG, Breve Descrição
Sigla Municipal ou
Movimento
Regional.
Social).
Pará.
Rua Boaventura da Silva, 401/403 Reduto / Belém / Pará. CEP: 66.053-050 Fone: (91) 3204-7400
Diretoria de Planejamento: Diretor - Tatyane Chaves dos Santos Amaral
Tel: (91) 3204-7438/ Fax: (91) 3241-5044
E-mail: tatyaneamaral@sepof.pa.gov.br
Promover a preservação do meio ambiente no
SEMA – Secretaria
âmbito do município, zelando pelo cumprimento
de Meio Ambiente /
Pública Regional da legislação;prestar assessoria técnica
Comissão de
ambiental ao Prefeito e aos demais órgãos da
Ciência da Terra
administração municipal;
Endereço: SEMMA - Secretaria Municipal de Meio Ambiente - Travessa Quintino Bocaiúva, 2078 -
Cremação - CEP: 66045-580 – Belém/PA - Telefone: 241-6332 e 241-6169 -
www.belem.pa.gov.br/semma.
Secretaria Executiva
Coordena, executa e controla as atividades
de Ciência,
relacionadas ao desenvolvimento científico e
Tecnologia e Meio Pública Estadual
tecnológico e à proteção e conservação do meio
Ambiente -
ambiente. Esta instituição coordena o PGAI/PA.
SECTAM.
Endereço: Travessa Lomas Valentinas, 2717 - Marco CEP 66095-770 - Belém/PA – Fone: (91)
3184.3345 – Contato: Ivelise franco Fiock dos Santos.
Órgão colegiado, com funções deliberativas e
Conselho Estadual consultivas, voltado para as questões ambientais.
de Meio Ambiente – Pública Estadual O referido Conselho subsidia, com suas
COEMA decisões, a execução das atividades-fins da
SECTAM quanto ao meio ambiente.
Endereço: Travessa Lomas Valentinas, 2717 - Marco CEP 66095-770 - Belém/PA.
ARCADIS Tetraplan
Anexo II – Matriz de Atores Sociais
Instância de
Entes Institucionais Natureza Área de Atuação (*)
Atuação
Pública,
Federal,
Privada,
Nome Completo/ Estadual,
(ONG, Breve Descrição
Sigla Municipal ou
Movimento
Regional.
Social).
ARCADIS Tetraplan
Anexo II – Matriz de Atores Sociais
Instância de
Entes Institucionais Natureza Área de Atuação (*)
Atuação
Pública,
Federal,
Privada,
Nome Completo/ Estadual,
(ONG, Breve Descrição
Sigla Municipal ou
Movimento
Regional.
Social).
Endereço: Folha 17 Quadra especial Lote especial Campus II UFPA Nova Marabá - Marabá/PA.
Criado para ser um núcleo de integração da
Universidade, inicialmente com curso de
especialização interdisciplinar e internacional, o
Núcleo de Altos Estudos Amazônicos conta, hoje,
com mestrado em Planejamento do
Desenvolvimento, Curso de Especialização em
Desenvolvimento Regional e Gestão de
Cooperativas de Crédito na Amazônia,
NAEA – Núcleo de
Doutorado em Desenvolvimento Sustentável do
Estudos Pública Federal
Trópico Úmido. Dessa forma, o núcleo contribui
Amazônicos
grandemente para a formação de pesquisadores,
docentes e técnicos em planejamento e políticas
públicas. Seus trabalhos de pesquisa na região
Amazônica se voltam para temas ligados ao
desenvolvimento, à preservação do meio
ambiente e de acompanhamento das políticas
governamentais traçadas para o
desenvolvimento da região.
Diretor Geral: Profª. Edna Maria Ramos de Castro / Diretor-Adjunto: Profº. Thomas Piter Hurtienne
Campus Universitário do Guamá: Rua Augusto Corrêa, N º 1; CEP: 66075-110. T: (91) 3201-7231
É uma rede mista, plural e horizontal de
entidades, concebida como um fórum de
articulação para a democratização de políticas
públicas e uma plataforma estratégica de
Fórum da Amazônia
Rede Regional discussão sobre direitos humanos,
Oriental – FAOR
desenvolvimento e sustentabilidade na cidade e
no campo da Amazônia. Entre suas principais
atividades está o monitoramento de problemas
sociais na Amazônia Oriental.
Endereço: Avenida Senador Lemos, 557, Umarizal CEP: 66.050-000 Belém/PA - www.faor.org.br –
(91) 261-4334 contato Jan Rogge e Luciene Andrade
Federação dos
Trabalhadores na Organizar, representar sindicalmente e dirigir a
Agricultura do Pará luta dos trabalhadores rurais do Estado do Pará,
na defesa dos seus direitos e interesses.
(Fetagri-PA)
ARCADIS Tetraplan
Anexo II – Matriz de Atores Sociais
Instância de
Entes Institucionais Natureza Área de Atuação (*)
Atuação
Pública,
Federal,
Privada,
Nome Completo/ Estadual,
(ONG, Breve Descrição
Sigla Municipal ou
Movimento
Regional.
Social).
fetagri@amazon.com.br
Rua Domingos Merreiros, 2020 - Altos - B. Umarizal – Belém, - T.: (91) 3182-4000
Brenda Brito - Secretária Executiva - www.imazon.org.br
Gerar informações científicas e formar recursos
Instituto de Organização
humanos que sirvam de base para um futuro
Pesquisa Ambiental Não Regional
ambientalmente mais saudável e socialmente
da Amazônia-IPAM Governamental
justo para a região amazônica.
Endereço: Tv. Enéas Pinheiro No 1424 CEP: 66.087-660 Belém/PA.
Programa especial da Universidade Federal do
Programa, Pobreza Organização Pará (UFPA), que trabalha no apoio a
e Meio Ambiente na Não Estadual comunidades urbanas e rurais da Amazônia,
Amazônia - POEMA. Governamental através da utilização sustentável dos recursos da
região.
Endereço: Universidade Federal do Pará – Campus Universitário do Guamá – Setor Profissional. Casa
do Poema – Cx postal 8606. CEP: 66.075-900 Belém/PA – Fone: (91) 3201.7686/3201.700/3201.8026
– Presidente: Thomas A. Mitschein e Vice Presidente: Ailton Pires de Lima
Grupo de Ação O grupo desenvolve projetos comunitários
Organização
Ecológica Novos especialmente nas áreas de educação ambiental,
Não Estadual
Curupiras - Novos agricultura sustentável, meio ambiente e turismo
Governamental
Curupiras ecológico.
Endereço: Travessa do Chaco, N. º 729 Apartamento 1604 - Bairro: Pedreira - CEP: 66085-080 -
Cidade: BELÉM/PA - Fone: (91) 3235.0798 - www.ongnovoscurupiras.hpg.ig.com.br
Associação dos Associação trabalha pelo fortalecimento da
Municípios do Movimento região, defendendo e buscando maiores
Regional
Araguaia e Social investimentos em infra-estrutura para o sul e
Tocantins sudeste do Pará.
Endereço: Rodovia Transamazônica, km 22 - CEP: 68.503-140 / Marabá – PA - Fones: (61) 322-1957
e 322-2875 - E-MAIL: amatmaraba@amat.org.br - www.amat.org.br
Tem como missão formar profissionais de nível
superior, desenvolver e compartilhar cultura
Universidade
técnico-científica através de perspectiva e
Federal Rural Pública Estadual
extensão, oferecer serviços à comunidade e
Amazônica - UFRA
contribuir para o desenvolvimento econômico,
social e ambiental da Amazônia.
Endereço: Av. Presidente Tancredo Neves, 2501, Montense, Cx.P. 917, CEP: 66077-530, Belém - PA
ARCADIS Tetraplan
Anexo II – Matriz de Atores Sociais
Instância de
Entes Institucionais Natureza Área de Atuação (*)
Atuação
Pública,
Federal,
Privada,
Nome Completo/ Estadual,
(ONG, Breve Descrição
Sigla Municipal ou
Movimento
Regional.
Social).
Câmara Setorial de
Órgão do Governo Estadual que aprovas projetos
Infra-Estrutura e Pública Estadual
dos setores de Infra-Estrutura e Transporte
Transporte
ARCADIS Tetraplan
Anexo II – Matriz de Atores Sociais
Instância de
Entes Institucionais Natureza Área de Atuação (*)
Atuação
Pública,
Federal,
Privada,
Nome Completo/ Estadual,
(ONG, Breve Descrição
Sigla Municipal ou
Movimento
Regional.
Social).
E-mail: comus.cerimonial@belem.pa.gov.br
Promover o desenvolvimento sustentável
integrado das atividades pesqueira e aquícola no
Secretaria de
Estado do Pará, em todas as suas modalidades,
Estado de Pública Estadual
possibilitando o incremento dos benefícios
Aqüicultura e Pesca
sociais e econômicos do setor, visando o bem-
estar das gerações presentes e futuras.
Antônia do Socorro Pena da Gama
Cargo: Secretária de Estado de Aqüicultura e Pesca
End.: Travessa do Chaco, 2.232 Bairro: Marco.
CEP: 66090-120 Cidade: Belém Estado: PA
Tel.: (91) 4006-1286 Fax: (91) 4006-1262
E-mail: anm.lima@gmail.com
Planejamento e Coordenação Estratégica,
ADA Agência de
Informação e Conhecimento, Competitividade
Desenvolvimento da Pública Estadual
Econômica e Integração Regional, Inclusão
Amazônia
Social.
Djalma Bezerra Mello
Cargo: Diretor Geral da Agência de Desenvolvimento da Amazônia ADA
End.: Avenida Almirante Barroso, 462, bloco C, 7º andar Bairro: Souza
CEP: 66090-900 Cidade: Belém Estado: PA
Tel.: (91) 4008-5440 / 5444 Fax: (91) 4008-5543
Conservation
Internacional do Organização Preservar a biodiversidade global e demonstrar
Brasil privada, sem Federal que as sociedades humanas podem viver em
fins lucrativos. harmonia com a natureza.
ARCADIS Tetraplan
Anexo II – Matriz de Atores Sociais
Instância de
Entes Institucionais Natureza Área de Atuação (*)
Atuação
Pública,
Federal,
Privada,
Nome Completo/ Estadual,
(ONG, Breve Descrição
Sigla Municipal ou
Movimento
Regional.
Social).
ARCADIS Tetraplan
Anexo II – Matriz de Atores Sociais
Instância de
Entes Institucionais Natureza Área de Atuação (*)
Atuação
Pública,
Federal,
Privada,
Nome Completo/ Estadual,
(ONG, Breve Descrição
Sigla Municipal ou
Movimento
Regional.
Social).
ARCADIS Tetraplan
Anexo II – Matriz de Atores Sociais
Empreendedores
Instância de
Entes Institucionais Natureza Área de Atuação (*)
Atuação
Pública,
Federal,
Privada,
Nome Completo/ Estadual,
(ONG, Breve Descrição
Sigla Municipal ou
Movimento
Regional.
Social).
ARCADIS Tetraplan
Anexo II – Matriz de Atores Sociais
Instância de
Entes Institucionais Natureza Área de Atuação (*)
Atuação
Pública,
Federal,
Privada,
Nome Completo/ Estadual,
(ONG, Breve Descrição
Sigla Municipal ou
Movimento
Regional.
Social).
– 3429.5151 - www.eln.gov.br/Usinas/Tucurui
Promover estudos e projetos de construção e
operação de usinas geradoras, linhas de
Eletrobrás Pública Federal
transmissão e subestações, destinadas ao
suprimento de energia elétrica do País.
Endereço: Praia do Flamengo, 66, 8º andar – Flamengo, Rio de Janeiro – CEP: 22210-903 Fax: (21)
25146258 www.eletrobras.com.br – SCMA - Subcomitê de Meio Ambiente.
ARCADIS Tetraplan
ARCADIS Tetraplan S.A.
Website: www.tetraplan.com.br
www.arcadis-global.com