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Viszla Vos Greyevous. 22 Anos.

Antes mesmo de ser concebido, eu já tinha consciência de havia algo diferente, um


sentimento, um aviso e junto uma pergunta, o garoto cujo a existência foi programada
por alguém presente no próprio Pendor das Sombras, alguém me queria vivendo no
Plano Material e ele conseguiu.
Minha mãe faleceu no meu nascimento, um parto de risco. Um bebê pálido e de pele tão
gélida que era quase como um cadáver que respirava e chorava. Ao mesmo tempo em
que nasci um poder latente de procedência desconhecida veio junto do meu ser.
Eternova, um reino regido por mãos tiranas com legado de ferro. Sir. Callum Vos
Greyevous, General do Exército e meu pai. Apesar do Rei não ser um exemplo de líder,
meu pai seguia suas ordens a risca, afinal, esse era o seu trabalho, mas isso não durou
muito tempo.
Meu pai e algumas outras pessoas estavam cansadas da tirania do Rei, e estavam
planejando minuciosamente uma rebelião, um golpe de estado, para finalmente derrubar
a coroa manchada de tirania. Meu pai ao decorrer de seus anos como general foi
plantando sementes nas mentes de seus soldados, sementes, cujo objetivo era mostrar
como o atual Rei não era um exemplo de líder a ser seguido. Alguns acataram a ideia e
outros não.
Cinco anos após o meu nascimento foi quando a rebelião explodiu, uma declaração de
guerra com o desejo fervoroso de liberdade, igualdade e coragem para derrubar o tirano.
A rebelião se instalou no Reino, e durante dezessete anos foi travada uma grande e
sangrenta guerra.
Desde os meus cinco anos eu convivi no centro da Aliança Rebelde, meu pai sempre
tentou em ensinar suas habilidades de combate e estratégias de um cavaleiro dentro de
campo, mas eu nunca fui o mais inteligente e muito menos tinha o corpo forte, então
deixei o combate de lado e tentei procurar outros meios de ajudar a rebelião.
Estudando em livros e assistindo alguns rebeldes manipulando a realidade e a matéria
de maneira incompreensível, eu me “lembrei” de uma sensação que eu já havia sentido
antes, novamente, um sentimento, um aviso, uma declaração e uma pergunta, que agora
eu tinha a resposta: Magia.
Eu descobri que diferente de alguns outros praticantes de magia da rebelião, eu não
precisei estudar para utilizar magia, eu nasci com ela, um dom, do bem ou do mau, eu já
não sei, mas com certeza um dom. E finalmente eu teria uma maneira de conseguir
auxiliar a rebelião em zona de combate, frente a frente com o perigo, encarando a morte.
Por longo dezessete anos dentro da Aliança Rebelde eu segui aprimorando e
descobrindo mais sobre a Magia Latente desconhecida dentro do meu ser, nunca
imaginaria que alguém tão desprovido de força como eu poderia ser tão útil em
combate, a magia é realmente um dom incrível, porém, enquanto mais eu entendia e
aprimorava as minhas habilidades, mais eu entendia que ela não era proveniente de
energias boas, afinal, um homem caminhar mesmo pálido e de pele tão gélida quanto
um cadáver, não era proveniência de algo divino. E foi em uma noite que isso se provou
verdade.
Era noite de Lua Nova, linda no céu, reluzente, eu estava de guarda nessa noite, toda
via, os grilos, o brilho da Lua e a leve brisa que pairava no ar, me deixaram tão
confortável que eu simplesmente dormi. Eu me vejo em um espaço levemente
translúcido e sombrio, conseguia enxergar uma cidade, eu estava em um beco, mas de
uma forma astral e não física, e lá estava, uma silhueta de chifres com olhos azuis que
eram a única coisa “visível” dela, ela estava encarando até os confins da minha alma,
me senti sufocado, tentei falar, porém, não havia propagação de som, mas, uma voz
calma e cava ressoava na minha mente, como se estivesse sendo emitida de todos os
lados, dizendo:
– Garoto Herdeiro. Cuidado, o caminha das sombras é traiçoeiro, requer disciplina e
dedicação. A sombra não é somente a ausência de luz, mas sim portadora de mistérios e
energia, use-as, mas não se deixe ser consumido por elas, igual eu fui. –
Eu despertei do sono com essa memória recente na minha mente, imediatamente
esqueci do sono e fui em busca de procurar algo sobre a minha árvore genealógica,
porém não encontrei nada, perguntei ao meu pai sobre algum homem de chifres e ele
disse que já encontrou muitos, porém, até onde ele sabe, em nossa família nunca teve
nenhum deles, a minha curiosidade disparou.
Chegado no fatídico dia, enquanto estávamos voltando de um batalha nós fomos
emboscados, tentamos reagir, porém muito morreram, meu pai infelizmente faleceu, e
os que sobraram foram levados para os calabouços. Depois desse dia eu tracei meu
objetivo: Vingar meu pai e retirar o reino das mãos do Rei Tirano e após isso
compreender mais sobre meus antepassados e meus poderes.

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