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Voldemort

Não sei quem me gerou... Não sei de qual ventre nasci, durante minha vida já criei
várias hipóteses em minha mente, porém nunca pude averiguar qual seria a verdadeira...
Ainda recém-nascido fui deixado à porta da casa de um homem, cujo o nome era
Albert Voldemort, quem me criou e me deu um nome... John Voldemort.
Albert ainda desfrutava de sua juventude quando começou à me criar e residia na
cidade de Moonglow, na qual participava de um círculo de magia... mais tarde eu também
participaria desse círculo secreto, chamado pelos membros de Conselho das Sombras.
Lembro-me de minha infância bastante agitada e cercada de livros e artefatos
mágicos... em todos os magos e necromances que freqüentavam minha casa eu podia sentir
um espírito maligno e eu sabia de alguma forma que aquilo que eles praticavam não era de
maneira alguma magia branca e benéfica... eu podia sentir o mal que emanava de dentro
deles quando se reuniam e eu sabia que planejavam alguma coisa que eu só vim a saber
mais futuramente.
Iniciei meus estudos aos 6 anos em uma escola de magia negra chamada Círculo
Interno e Destruidor de Sonhos, se localizava secretamente na cidadela de Papua e eram
poucas as crianças que freqüentavam... porém todos meus professores e colegas
aparentavam ser extremamente poderosos. Eu era teleportado todos os dias para Papua e me
dediquei intensamente aos meus estudos sobre magia...
Não demorou para que eu me destaca-se entre os outros, meu talento natural para
magia me colocava à frente de qualquer outro aluno... com o tempo a inveja dentro dos
outros membros do Círculo Interno e Destruidor de Sonhos foi surgindo e passei a ser
discriminado e excluído pelos outros, mas eu não me importava... só tinha uma coisa em
mente, me desenvolver ao máximo em meus estudos e participar do Conselho das
Sombras... após anos de estudos eu percebi meu potencial. Até mesmo o mais poderoso de
meus professores me invejava, eu sabia que os pensamento e poderes deles eram limitados
ao contrário dos meus.
Aos quatorze anos eu era o mais jovem membro do Conselho das Sombras, então eu
descobri do que se tratava aquele círculo tão misterioso e macabro... o Conselho era
composto pelos magos e necromances mais respeitados de Moonglow, eles se reuniam
periodicamente para compartilhar todos os seus conhecimentos e eu percebi que sob o
comando de Albert estavam planejando uma conspiração contra os governantes da ilha.
O Conselho das Sombras era sem dúvida uma organização que brevemente
dominaria Moonglow e futuramente outras ilhas, levando em conta que faziam parte do
círculo pessoas de várias ilhas vizinhas como Magincia, Nujel’m e Occlo. Todos seus
membros eram poderosos, impiedosos e dispostos a conquistar seus objetivos a qualquer
custo... após algum tempo convivendo com aquelas pessoas eu percebi que eram realmente
más e possuíam nas mãos grande quantidade de poder, porém não acreditavam em nada!
A maioria dos componentes do Conselho das Sombras era composto de pessoas que
só pensavam em satisfazer suas vontades e desejos pessoais. Conquistar algumas ilhas e
terras, escravizar outras raças e matar seus inimigos... isso seria o bastante para satisfazer
grande parte daquele círculo de magias negras, eu e Albert porém éramos diferentes. Nós
acreditávamos no poder absoluto e na unificação da força... tomamos frente da organização
e passamos a tomar grande parte das decisões consultando apenas um ao outro.
Meu poder havia se desenvolvido de uma forma incrédula e juntamente com Albert
fui ampliando meus conhecimentos... minha sabedoria era agora incomparável com a de
qualquer outro no reino.
Porém a inveja de outros mortais se colocava mais uma vez em minha frente e tive
de conviver com a intolerância dos outros membros do Conselho das Sombras durante
muito tempo, minha autoridade era freqüentemente questionada... eu sabia que no fundo
cada um deles tinha uma vontade imensa de me matar, porém nunca tiveram coragem de
me fazer nada até então seja por respeito ou por medo aos poderes de Albert, meu mentor.
O Conselho das Sombras agora não era mais o mesmo, aquela organização que fora
um dia sólida e concreta nesse momento se mostrava vulnerável e frágil... obviamente os
membros colocavam toda a culpa na minha pessoa, eu esperava alguma reação deles contra
mim a qualquer momento... porém foi um pouco inesperado o que aconteceu.
Os ataques do Conselho da Sombra haviam se tornado mais freqüentes aos
moradores de Moonglow e outras ilhas, estávamos dispostos a espalhar o medo por toda a
parte e mostrar que não tínhamos escrúpulos... certa vez porém contraí uma doença
misteriosa, que me deixava em constante fatiga e cansaço e me impossibilitou de comandar
um ataque à uma fazenda de Occlo.
Todos os membros do Conselho participaram e eu percebi um olhar muito estranho
no rosto de cada um quando foram em minha casa para buscar Albert... saíram à noite de
barco e voltaram na manhã seguinte com uma versão da história que não me convenceu de
forma alguma, contaram eles que ao atacar a fazenda viram guerreiros armados contra-
atacarem e que no combate Albert veio a falecer, porém suas vestes não estavam
manchadas de sangue e nenhum membro estava ausente, quando perguntei pelo corpo de
Albert disseram que tiveram de deixar no local para poderem fugir... tudo se tornou
bastante dedutível para mim.
Ao notarem que eu não estaria presente no ataque, os membros organizaram um
atentado ao meu mentor... até então eu sempre protegi Albert e ele sempre fez o mesmo
comigo, porém desta vez eu estava debilitado e sem minha presença e minha proteção
Albert foi covardemente morto.
Eu pedi para que se retirassem de minha casa, pois minha dor era muito grande e eu
precisava refletir... o Conselho das Sombras era secreto, sempre atacávamos usando
máscaras para não sermos reconhecidos pelos moradores da ilha e acho que foi por essa
razão que eles não me mataram naquele instante... já era manhã e muitos moradores de
Moonglow estavam acordados e poderiam ouvir gritos. Os membros disfarçaram que
respeitavam minha perda, me desejaram seus pêsames falsos e saíram educadamente de
minha casa... eu sabia que eles voltariam quando fosse noite e me matariam sem piedade e
covardemente assim como fizeram com Albert. Fugi naquela mesma noite, durante um dos
ataques eu havia me apoderado de um barco e deixado-o aportado esperando para ser
usado... o momento havia chegado, pegando somente o necessário para minha
sobrevivência eu parti rapidamente naquela tarde.
Contratei um marinheiro para guiar o barco o matei no meio do caminho pois os
suprimentos levados não estavam sendo suficientes para nós dois. Eu mesmo conduzi o
barco durante os próximos dias até a grandiosa e esplêndida cidade de Trinsic, distante o
bastante para que eu jamais fosse importunado pelo Conselho das Sombras... eu sabia
também que sem a minha liderança e a de Albert o círculo acabaria dentro de pouco tempo.
Ele era composto de magos muito poderosos porém sem nenhuma ambição e que só teriam
algum futuro sob a liderança dos Voldemorts... eles fizeram sua escolha e sofreram as
conseqüências por seus atos.
Passei vários meses na cidade Trinsic, eu ainda era muito jovem e minha aparência
não demonstrava o que eu realmente era... para os olhares de ignorantes mortais eu era
apenas um garoto que usava roupas de mago, os membros do Conselho das Sombras porém
já me tinham visto em combate... sem medo e sem piedade eu massacrava meus oponentes.
Me alimentava de pequenos animais que habitavam as florestas de Trinsic, durante
várias vezes me deparei com criaturas que tentaram me matar... consegui sobreviver todas
as vezes.
Certa vez ouvi um boato sobre uma ordem, na qual os membros adoravam e
cultuavam um ser chamado Leviathan... era uma ordem que nem mesmo o Conselho das
Sombras chegava perto. Os Seguidores de Leviathan, como eram chamados, eram liderados
por Gul’dan... um homem de extremo poder de persuasão e capacidade de combate, as
quais eu pude presenciar mais tarde.
Gul’dan e grande parte de seus seguidores se encontravam em Trinsic e eu tive de
conhecê-lo, um homem que era considerado mais forte do que eu Voldemort, não se
encontra todos os dias. Era um homem alto e de cabelos longos e pretos, estava sempre
cercado de pessoas trajando vestes negras e se ajoelhando diante de seus pés... sua aura de
poder era realmente impressionante. Ele e as pessoas que o acompanhavam sempre
empunhavam armas e cajados... os Seguidores de Leviathan aparentavam ser portadores de
grande poder igualmente a seu líder.
Me apresentei à Gul’dan... nos próximos dias fui conhecendo pouco a pouco os
outros membros e seus ideais, eles me pareceram um tanto fechados a opiniões externas...
Gul’dan porém era mais receptivo e prestava atenção quando eu falava e certa vez me
perguntou se eu gostaria de participar de uma reunião de sua seita e descobrir a fonte de
poder de todos eles... eu obviamente aceitei o convite.
Daquele dia eu me lembro até hoje, a voz de todos eles agiam como um só
murmurando o nome de Leviathan... nós estávamos cercados de velas e todos eles estavam
totalmente concentrados no que faziam, uma aura de medo e terror tomou o local...
estávamos na floresta porém parecíamos isolados do resto do mundo, Gul’dan então mudou
sua fisionomia completamente, aquela aparência que sempre manifestava poder e segurança
no que falava agora estava dominada inteiramente por ódio... uma voz que não se parecia
nem um pouco com a de Gul’dan começou a sair de sua boca, os outros membros
permaneciam calados, eu então percebi o que estava acontecendo... Leviathan estava entre
nós e usando Gul’dan como intermediário.
Gul’dan ia gesticulando e falando de uma forma que fazia medo em qualquer
pessoa, por mais corajosa e brava que esta fosse. Uma névoa negra pairava sobre nossas
cabeças, aquela voz, aquelas palavras, as atrocidades faladas, tudo aparentemente era muito
normal para aquelas pessoas... nem o mais cruel membro do Conselho das Sombras poderia
achar aquilo normal.
O líder dos Seguidores de Leviathan então pareceu entrar em um transe profundo...
o silêncio tomou conta da clareira onde nos encontrávamos, a voz macabra parou durante
um longo período... os músculos da face de Gul’dan se contorciam de uma maneira que eu
nunca vira antes, então quando ele abriu o olhos estes pairaram sobre a minha pessoa...
imediatamente os outros membros começaram a me encarar e então Gul’dan disse:
“ Voldemort, você deve seguir seu destino ao lado daqueles que são iguais à você...
aqueles que acreditam e seguem o verdadeiro poder, o de Leviathan... A sabedoria dele
deve ser compartilhada com a de todos os seus fiéis seguidores, você foi um dos escolhidos
por ele para receber parte de seu poder e ajudar a espalhar o caos pelo reino...”
Então eu fui marcado pela marca mágica a eterna de Leviathan... que está em meu
braço direito porém repousa sobre meu coração.

Anos se passaram desde então, eu fiquei sabendo que o Conselho das Sombras
havia sido descoberto pelas autoridades e destruído... nenhum membro restara daquela
seita. Meus poderes como mago aumentaram mais ainda e dentre os outros seguidores eu
me destacava... porém ao contrário do que acontecia no Conselho das Sombras os outros
membros não me invejavam e sim me respeitavam... sem sombra de dúvidas aquele era o
meu lugar.
Eu havia conquistado a confiança de Gul’dan e ocupava um cargo elevado dentro da
seita, eu estava tomando conta da cidade de Trinsic quando o império do caos desabou...
Rapidamente após capturarem Gul’dan e massacrarem grande parte dos Seguidores
de Leviathan as tropas do reino iriam marchar sobre Trinsic dentro de pouco tempo... não
me restou outra alternativa a não ser fugir, outros seguidores me acompanharam em minha
jornada... muitos morreram ao sermos atacados por monstros ou pelos exércitos de British,
eu porém me mantinha vivo à todo custo.
O tempo parecia não passar... minha fé em Leviathan e na volta de Gul’dan porém
não se enfraqueceu, ao contrário, ela se fortaleceu ainda mais. Mas sem Leviathan eu
parecia ser vulnerável e provavelmente os outros membros também se sentiam assim.
Durante minha jornada pelo mundo pude encontrar outros seguidores de meu mestre que
também aguardavam ansiosos a volta da supremacia do exército do caos, porém sem a
liderança de Gul’dan não podíamos fazer nada... afinal era através dele que nos
comunicávamos com Leviathan.
Durante algumas vezes encontrei também traidores, que blasfemaram e se disseram
não mais Seguidores de Leviathan e agora leais à British... esses evidentemente foram
mortos por mim ou por outros que ainda eram fiéis à meu mestre.
Os anos passaram enfim... mas afinal minha espera terminou! Há alguns dias senti a
melhor sensação que tive nos últimos anos, meu braço queimava e ardia como se estivesse
sobre uma forja em brasas... a marca de Leviathan reapareceu em mim novamente!
Agora é só uma questão de tempo... procurarei pelo meu mestre e de alguma forma
eu tenho certeza de que eu não o encontrarei e sim de que ele me encontrará! Gul’dan
finalmente está livre... os fiéis a ele serão recompensados e os traidores severamente
punidos! Os membros se aglomerarão diante de seus pés... Leviathan dominará dessa vez!

A vida será tão rara quanto os diamantes...


Brilhe de negro o Sol!
Brilhe de sangue a Lua!
O caos está próximo.

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