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DISCIPLINA: QUÍMICA BÁSICA

PROFESSOR: FÁBIO CARVALHO

ASSUNTO:TABELA PERIÓDICA

1. Para que serve a Tabela Periódica

A tabela periódica é um modelo criado para organizar e agrupar todos os


elementos químicos já descobertos pelo ser humano.

Nela, os elementos são colocados em ordem crescente de número


atômico. Cada quadrado que compõe a tabela especifica o nome de um
elemento químico, seu símbolo e seu número atômico.

No total, são 118 elementos químicos (92 naturais e 26 artificiais).

Essa tabela foi idealizada para facilitar a classificação, a organização


e o agrupamento dos elementos conforme suas propriedades, o que facilita
até hoje o trabalho de diversos pesquisadores e profissionais que atuam no ramo
da química.

2. Dmitri Mendeleev, o criador da Tabela Periódica

A tabela periódica foi desenvolvida em 1869 pelo químico russo Dmitri


Mendeleev.

Nessa época, eram conhecidos apenas sessenta e três elementos


químicos, que apresentavam propriedades físicas diferentes — alguns eram
leves, alguns pesados, alguns eram líquidos em condições normais e sólidos em
outras situações.

Outros elementos eram normalmente líquidos e excepcionalmente


sólidos. Alguns eram gases leves, outros gases pesados. Alguns eram tão ativos
que se tornavam perigosos manuseá-los sem proteção, outros permaneciam
inalterados durante anos.

Dmitri Mendeleiev estava em busca de um sistema que relacionasse


harmoniosamente todos esses elementos entre si. Para isso, ele dispôs todos
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eles segundo a ordem crescente dos pesos atômicos, começando pelo


hidrogênio e terminando no urânio.

Dessa forma, ele descobriu que, dispondo os elementos em sete grupos


segundo suas propriedades físicas e químicas, surgia uma notável ordem. As
mesmas propriedades repetiam-se de sete em sete elementos. Assim, surgiu
a primeira tabela periódica.

Posteriormente, em 1913, a tabela periódica foi aprimorada pelo físico


inglês Henry Moseley, depois de desenvolver seu método de determinação dos
números atômicos.

Dali em diante, os elementos foram colocados em ordem crescente de


números atômicos, tomando a forma que hoje conhecemos.

3. A Organização da Tabela Periódica

Atualmente, a tabela periódica conta com 118 elementos químicos.

Eles estão dispostos em ordem crescente de números atômicos, da


esquerda para a direita, iniciando no hidrogênio (número atômico igual a 1) e
terminando no recém-incluído oganessônio (número atômico igual a 118).
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Nas colunas da tabela — chamadas de grupos —, estão os elementos


com propriedades físico-químicas semelhantes. Já nas linhas — chamadas de
períodos — está indicada a camada eletrônica mais energética do elemento.

Além da organização em linhas e colunas, a tabela periódica tem várias


subdivisões, diferenciando os elementos em metal ou ametal, representativos ou
de transição e subdividindo-os de acordo com sua distribuição eletrônica.

A seguir, explicamos mais detalhadamente dessa organização:

I. Períodos

Os períodos são as linhas horizontais na tabela periódica e colocam os


elementos em ordem crescente de número atômico.

Atualmente, a tabela conta com sete períodos, ou seja, do primeiro ao


sétimo. Eles indicam em qual camada está o elétron mais energético do
elemento químico correspondente.

Confira quais elementos compõem cada período:

• 1º Período: 2 elementos
• 2º Período: 8 elementos
• 3º Período: 8 elementos
• 4º Período: 18 elementos
• 5º Período: 18 elementos
• 6º Período: 32 elementos
• 7º Período: 32 elementos

II. Grupos

A tabela periódica possui 18 linhas verticais (ou colunas). Elas podem ser
chamadas de grupos ou famílias.

Em cada grupo, estão dispostos elementos de propriedades físico-


químicas semelhantes. A única exceção é o elemento químico hidrogênio, que,
apesar de estar no grupo 1, não possui propriedades semelhantes aos demais.
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Confira alguns dos principais grupos que formam a tabela periódica:

• Grupo 1 (Família 1A): Metais Alcalinos (lítio, sódio, potássio, rubídio, césio
e frâncio).
• Grupo 2 (Família 2A): Metais Alcalinos terrosos (berílio, magnésio, cálcio,
estrôncio, bário e rádio).
• Grupo 13 (Família 3A): Família do Boro (boro, alumínio, gálio, índio, tálio
e nihônio).
• Grupo 14 (Família 4A): Família do Carbono (carbono, silício, germânio,
estanho, chumbo e fleróvio).
• Grupo 15 (Família 5A): Família do Nitrogênio (nitrogênio, fósforo, arsênio,
antimônio, bismuto e moscóvio).
• Grupo 16 (Família 6A): Calcogênios (oxigênio, enxofre, selênio, telúrio,
polônio, livermório).
• Grupo 17 (Família 7A): Halogênios (flúor, cloro, bromo, iodo, astato e
tenessino).
• Grupo 18 (Família 8A): Gases Nobres (hélio, neônio, argônio, criptônio,
xenônio, radônio e oganessônio).

III. Os Elementos de Transição

Além dos grupos mencionados anteriormente, a tabela periódica também


é formada pelos elementos de transição.

Os elementos de transição, também chamados de metais de transição,


ocupam a parte central da tabela. Confira quais são:

• Grupo 11 (Família 1B): cobre, prata, ouro e roentgênio.


• Grupo 12 (Família 2B): zinco, cádmio, mercúrio e copernício.
• Grupo 3 (Família 3B): escândio, ítrio, sério de lantanídeos* e actinídeos**.
• Grupo 4 (Família 4B): titânio, zircônio, háfnio e rutherfórdio.
• Grupo 5 (Família 5B): vanádio, nióbio, tântalo e dúbnio.
• Grupo 6 (Família 6B): cromo, molibdênio, tungstênio e seabórgio.
• Grupo 7 (Família 7B): manganês, tecnécio, rênio e bóhrio.
• Grupo 8 (Família 8B): ferro, rutênio, ósmio e hássio.
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• Grupo 9 (Família 8B):cobalto, ródio, irídio e meitnério.


• Grupo 10 (Família 8B): níquel, paládio, platina, darmstádio.

IV. Séries de Lantanídeos e Actinídeos

Na tabela periódica, existem duas linhas horizontais posicionadas do lado


de fora do corpo principal. Elas correspondem às chamadas séries dos
lantanídeos e dos actinídeos.

A série de lantanídeos é formada por lantânio, cério, praseodímio,


neodímio, promécio, samário, európio, gadolínio, térbio, disprósio, hólmio, érbio,
túlio, itérbio e lutécio.

A série de actinídeos contém os elementos actínio, tório, protactínio,


urânio, netúnio, plutônio, amerício, cúrio, berquélio, califórnio, einstéinio, férmio,
mendelévio, nobélio e laurêncio.

Eles foram posicionados do lado de fora da tabela porque apresentam um


total de 30 elementos, o que torna impossível coloca-los no corpo principal da
tabela sem deslocar os grupos 4 a 18.

Todos os elementos que pertencem a essas séries apresentam-se no


estado sólido e são considerados metálicos. Na série dos lantanídeos, apenas o
Promécio é um elemento artificial. Já na série dos actinídeos, todos os elementos
após o urânio são sintéticos (produzidos pelo homem).

Outra curiosidade é que todos os actinídeos são considerados elementos


radioativos por apresentarem um número atômico superior a 84. No caso dos
lantanídeos, apenas o Promécio é radioativo.

4. As Propriedades Periódicas

Muitas propriedades químicas e físicas dos elementos e das substâncias


simples variam periodicamente, ou seja, em intervalos regulares em função do
aumento (ou da diminuição) dos números atômicos.
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As propriedades que se comportam dessa forma são chamadas de


propriedades periódicas. Confira a seguir mais sobre elas:

I. Raio Atômico

Raio atômico é a metade da distância (r = d/2) entre os núcleos de dois


átomos de um mesmo elemento químico, sem estarem ligados e assumindo os
átomos como esferas.

Na tabela periódica, o raio atômico aumenta de cima para baixo e da


direita para a esquerda.

Isso acontece porque em uma mesma família (coluna), as camadas


eletrônicas vão aumentando conforme se desce uma “casa” e,
consequentemente, o raio atômico aumenta.

Em um mesmo período (linha), o número de camadas eletrônicas é o


mesmo, mas a quantidade de elétrons vai aumentando da esquerda para a
direita e, com isso, a atração pelo núcleo aumenta, diminuindo o tamanho do
átomo.

II. Energia ou Potencial de Ionização

É a energia mínima necessária para remover um elétron de um átomo ou


íon no estado gasoso.

Esse elétron é sempre retirado da última camada eletrônica, que é a mais


externa e é conhecida como camada de valência.

Quanto maior o raio atômico, mais afastados do núcleo os elétrons da


camada de valência estarão, a força de atração entre eles será menor e,
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consequentemente, menor será a energia necessária para retirar esses elétrons


e vice-versa.

Por isso, a energia de ionização dos elementos químicos na tabela


periódica aumenta no sentido contrário ao aumento do raio atômico, isto é, de
baixo para cima e da esquerda para a direita.

III. Eletronegatividade

É a tendência que um átomo tem de atrair elétrons para si em


uma ligação química covalente de uma molécula isolada.

Os valores das eletronegatividades dos elementos foram determinados


pela escala de Pauling. Foi observado que, conforme o raio aumentava, menor
era a atração do núcleo pelos elétrons compartilhados na camada de valência.

Por isso, a eletronegatividade também aumenta no sentido contrário ao


aumento do raio atômico, sendo que varia na tabela periódica de baixo para cima
e da esquerda para a direita.
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IV. Eletropositividade

É a capacidade que um átomo tem de se afastar de seus elétrons mais


externos, em comparação a outro átomo, na formação de uma substância
composta.

Visto que é o contrário da eletronegatividade, a sua ordem crescente na


tabela periódica também será o contrário da mostrada para a eletronegatividade,
ou seja, será de cima para baixo e da direita para a esquerda.
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V. Eletroafinidade ou Afinidade Eletrônica

Corresponde à energia liberada por um átomo do estado gasoso, quando


ele captura um elétron.

Essa energia é chamada assim porque ela mostra o grau de afinidade ou


a intensidade da atração do átomo pelo elétron adicionado.

Infelizmente, não são conhecidos os valores de eletroafinidade de todos


os elementos, mas os que estão disponíveis permitem generalizar que essa
propriedade aumenta de baixo para cima e da esquerda para a direita na tabela
periódica.

5. As propriedades aperiódicas

Existem propriedades aperiódicas? Sim!

Essas propriedades variam à medida que o número atômico aumenta,


mas não obedecem à posição na tabela, ou seja, não se repetem em períodos
regulares. Por isso, elas ganham essa nomenclatura.

São propriedades aperiódicas: calor específico, índice de refração,


dureza e massa atômica.

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