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Microbiologia Básica

e Ambiental
Material Teórico
Biorremediação: A Contribuição dos Microrganismos

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Dr. Jorge Henrique da Silva

Revisão Textual:
Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco
Biorremediação: A Contribuição dos
Microrganismos

• Introdução

• O uso de microrganismos para remediar sistemas naturais

• Fatores que interferem na biorremediação

• Degradação de poluentes organoclorados em efluentes


industriais

Nesta Unidade será apresentado o conceito de biorremediação,


assim como o papel de diversos microrganismos nesse processo
natural de remediação de sistemas contaminados.

Para que você tenha um excelente rendimento nos estudos, é de extrema importância que,
além de ler atentamente o conteúdo desta Unidade, você consulte, ainda, os materiais
complementares e assista ao vídeo sugerido. Recomenda-se também que você busque outras
fontes que possam contribuir ao seu aprendizado.
Seja um(a) gestor(a) ambiental diferenciado(a), aprofunde-se no tema e enriqueça, ainda
mais, seus conhecimentos!
“O segredo de um grande sucesso está no trabalho e no contínuo estudo”.

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Unidade: Biorremediação: A Contribuição dos Microrganismos

Contextualização

Para atender a atual demanda por diversos produtos e alimentos, as indústrias vêm, cada vez
mais, utilizando compostos sintéticos em seus processos produtivos.
Esses compostos, principalmente os biocidas (agrotóxicos), que na sua maioria são xenobióticos
e recalcitrantes, quando atingem os sistemas naturais (solo, biota, água e atmosfera) podem
causar sua contaminação.
Nesta Unidade você verá o importante papel que alguns microrganismos desempenham,
degradando esses compostos poluentes e remediando, assim, os ambientes naturais contaminados.

Explore
Para tanto, inicie este aprendizado assistindo ao vídeo Biorremediação de agrotóxicos,
disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Y036RArXIvg.

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Introdução

No final do século XIX os resultados das pesquisas dos microbiologistas Beijerinck e


Winogradsky evidenciaram que microrganismos (neste caso, as bactérias) poderiam contribuir
com a reciclagem da matéria (elementos químicos). Estes estudos deram origem ao ramo
das Ciências Biológicas, a ecologia microbiana, que passou a estudar a relação entre os
microrganismos e o meio em que vivem.
Os elementos químicos como o oxigênio (O), o carbono (C), o nitrogênio (N), o fósforo
(P), entre outros, são indispensáveis à manutenção da vida. Entretanto, na forma como esses
elementos se encontram distribuídos (naturalmente) nos diversos sistemas naturais (solo, ar,
água), os organismos mais complexos como as plantas e os animais não conseguem absorver
tais elementos. Assim, para que esses organismos possam “utilizar” tais elementos, o papel de
“transformação”, desempenhado pelos microrganismos, é imprescindível.
Neste contexto surge a Biotecnologia, Ciência que pode ser conceituada como o conjunto de
diversas técnicas que utilizam “agentes” biológicos (organismos, células, organelas, moléculas,
enzimas) para obter bens (produtos), ou mesmo desempenhar processos de remediação de
sistemas naturais contaminados por poluentes, ou tratamento de efluentes (esgotos).
Entre as diversas técnicas que a Biotecnologia faz uso, a Engenharia Genética se destaca
como uma tecnologia inovadora, que nos permite substituir métodos tradicionais de produção
(moléculas, enzimas ou hormônios), assim como possibilita obter produtos inteiramente novos,
como por exemplo os Organismos Geneticamente Modificados (OGM).
Na área de saneamento e remediação ambiental, avanços na ecologia microbiana têm
permitido um maior conhecimento das interações entre os microrganismos como a matéria e os
seres vivos, além de suas contribuições nos processos de remediação ambiental.

O uso de microrganismos para remediar sistemas naturais

No final da década de 1980, os cientistas aperfeiçoaram alguns processos onde microrganismos


utilizavam substâncias poluentes como fonte de energia, ou mesmo, através de suas enzimas,
conseguiam degradar (“quebrar”) substâncias poluentes originais em outras pequenas, de menor
potencial poluente (ou inertes). Após os resultados desses estudos e pesquisas, os cientistas
passaram a utilizar com maior frequência os microrganismos (ou suas enzimas) para “limpar”
(remediar) sistemas naturais contaminados. Esses processos são chamados de biorremediação.

Importante
Ressalta-se que outros organismos, além dos microrganismos, também apresentam potencial para
remediar ambientes contaminados, como por exemplo, as algas e as plantas.

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Unidade: Biorremediação: A Contribuição dos Microrganismos

Alguns microrganismos que mostraram, em escalas laboratoriais, grande eficiência nos


processos de remoção de poluentes, começaram a ser utilizados para remediar ambientes
contaminados, como por exemplo, poços subterrâneos contaminados e em locais onde ocorrem
acidentes com derramamentos de compostos químicos.
Neste aspecto, no desastre com o petroleiro Exxon Valdez, ocorrido em 1989 no Golfo do
Alaska (Figura 1), uma das técnicas para remediar (despoluir) as áreas contaminadas pelo petróleo
derramado foi a utilização de microrganismos com potencial de degradar esse tipo de óleo.
Figura 1 – Derramamento de petróleo no golfo do Alaska em 1989 – processos de contenção
do óleo e de remediação.

Fonte: cwu.edu - PH2 POCHE/ Wikimedia Commons

A partir das evidências de sua eficiência, tanto em pesquisas como em campo, o processo
de biorremediação é recomendado pelos cientistas como uma técnica viável à remediação
(descontaminação) de sistemas (solo e água) poluídos, assim como para decompor resíduos
especiais e efluentes industriais.
Embora figurem outras técnicas de engenharia que, por meio de processos físicos e/
ou químicos recuperam ambientes poluídos, a técnica de biorremediação é natural, além
de mais adequada e eficaz para restaurar sistemas naturais contaminados por substâncias
xenobióticas recalcitrantes.

Xenobióticos são compostos químicos não naturais, sintetizados pelo homem, que os microrganismos
não degradam – esses compostos são “estranhos” para tais!
Recalcitrantes são compostos químicos que não sofrem degradação e, assim, perduram por longo
período nos sistemas naturais.

Entre essas substâncias (tóxicos estranhos e persistentes) que vêm sendo lançadas nos sistemas
ambientais há mais de cem anos, encontram-se os pesticidas, metais pesados, fármacos, corantes.
Ressaltasse que muitos desses compostos ou de seus produtos de degradação causam danos
enormes à saúde ambiental e humana. Algumas substâncias são potencialmente mutagênicas,
de teratogênicas e carcinogênicas, consequências que vêm modificando a estrutura ecológica e
funcional das comunidades biológicas, inclusive humana.

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Mutagênico se refere ao agente que pode causar mutação, ou seja, dano no material genético (DNA)
de um ser vivo. Esse dano no DNA pode ser transmitido às gerações seguintes.
Teratogênico diz respeito ao agente capaz de causar malformações no feto ainda em desenvolvimento.
Carcinogênico é o agente com potencial cancerígeno, isto é, com poder de iniciar o desenvolvimento
de um câncer em um ser vivo.

Nos processos de biorremediação, utilizam-se microrganismos autóctones ou introduzidos


(modificados ou não geneticamente) com capacidade de degradar essas substâncias xenobióticas
recalcitrantes, transformando-as em moléculas com menor potencial poluidor, ou ainda
transformando-as em compostos químicos mais simples, como por exemplo:
H 2O ( água ) , CO2 ( gás carbônico ) , NH 3 ( amônia ) , SO4 −2 ( sulfato ) , PO4 −2 ( fosfato ) .

Microrganismos autóctones são seres que vivem no mesmo ambiente que é objeto da pesquisa
ou intervenção.
Entende-se por compostos químicos mais simples nesse processo a transformação de uma
substância complexa em outra mais elementar (como água e gás carbônico), cuja operação é
chamada de mineralização.

Devido à combinação genética individual das diferentes espécies microbianas, ao longo


das gerações, suas vias metabólicas evoluíram, assim como a capacidade de degradar
compostos xenobióticos.
Estudos sobre a adaptação dos microrganismos à exposição a esses compostos e aumento
da eficiência dos processos de degradação estão cada vez mais desenvolvidos. Nesse sentido,
ressalta-se que técnicas moleculares atuais têm contribuído para o avanço das pesquisas sobre
adaptação na evolução dos microrganismos.

Fatores que interferem na biorremediação


Diversos fatores podem influenciar a capacidade de qualquer sistema microbiológico de
degradação, entre os quais pode-se citar: o físico, o químico e o biológico.

Fatores físicos
Entre os fatores físicos destacam-se a luminosidade, a temperatura e o sistema onde ocorre
o processo (água, solo, sedimento). Quando os compostos xenobióticos alcançam o solo, as
partículas que compõem esse substrato (ou matriz), através da atração de cargas opostas,
conseguem adsorver os compostos xenobióticos, processo que diminui a disponibilidade de
substâncias poluentes (compostos xenobióticos) para que os microrganismos possam degradá-
las. A taxa da atividade metabólica dos microrganismos pode ser reduzida quando o processo
ocorre em ambientes que apresentam temperaturas baixas; como consequência, a taxa de
degradação dos compostos xenobióticos também é reduzida.

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Unidade: Biorremediação: A Contribuição dos Microrganismos

Importante
O processo de adsorção ocorre quando moléculas de um composto/substância (adsorvidas) aderem
(fixam-se) a uma superfície sólida (adsorvente).

Fatores químicos
Diversos fatores químicos também podem influenciar na taxa de degradação de um composto
xenobiótico, entre esses fatores destacam-se: a composição química e o pH da matriz (água ou
solo), a concentração de oxigênio ( O2 ) , o potencial redox da matriz, a umidade e a estrutura
molecular do composto xenobiótico (poluente).

pH significa potencial hidrogeniônico, grandeza físico-química que indica (em uma escala de 0 a 14)
a acidez (de 0 a 6,9), neutralidade (7) ou alcalinidade (de 7,1 a 14) de uma solução.
As reduções-oxidações – ou redox – são reações de transferência de elétrons. Para que ocorra uma
“reação redox”, deve haver um agente que perderá elétrons (redutor) e outro que os receberá (oxidante)

Em relação à estrutura molecular do poluente, pode-se citar a alta persistência de compostos


nitroaromáticos nos sistemas naturais, como os agrotóxicos e o Trinitrotolueno (TNT), por
exemplo na Figura 2.
Figura 2 – Estrutura molecular Apesar de avanços nas pesquisas, os cientistas ainda se
do TNT.
empenham para conseguir isolar microrganismos que possam
degradar esses complexos compostos xenobióticos.
Ainda há alguns metais, classificados como “pesados”,
que podem inibir a atividade das enzimas (produzidas pelos
microrganismos), e por conseguinte, reduzir também a capacidade
de degradação de compostos xenobióticos. Por outro lado, em
algumas condições os elementos químicos do tipo metais podem
melhorar a capacidade de degradação do composto xenobiótico,
Fonte: brasilescola.com atuando como cofatores enzimáticos.

Atenção
Os metais pesados apresentam massa entre 63,5 e 200,5 e densidade superior a 4,0 g/cm3 e estão
situados na tabela periódica entre o cobre (Cu) e o chumbo (Pb). Para a manutenção de suas funções
vitais, os organismos precisam (em pequenas quantidades) de alguns desses metais. Entretanto, em
quantidades elevadas esses elementos podem se tornar tóxicos. Os metais pesados como chumbo
(Pb), cádmio (Cd) e mercúrio (Hg) não possuem nenhuma bioquímica e a acumulação de qualquer
um desses no organismo pode provocar doenças graves.

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Se na matriz (água ou solo) estiverem presentes outros compostos xenobióticos quimicamente
menos complexos, esses podem dificultar a degradação dos compostos xenobióticos mais
complexos, pois no processo de degradação os microrganismos “darão preferência” a esses
compostos de menor complexidade.
Os compostos hidrocarbonetos alifáticos predominam como contaminantes de águas
subterrâneas. Esses compostos estão presentes na composição do petróleo cru e também
em seus produtos combustíveis. Muitos desses compostos apresentam-se ainda como
clorados ou alcanos e alquenos bromados, contendo de um a três elementos de carbono
(C), como por exemplo: os haloalcanos, o etileno dibrometo (EDB), o tricloroetano (FCA)
e o tricloroetileno (FCE).

O composto hidrocarboneto alifático é constituído apenas por átomos de carbono (C) e de hidrogênio
(H). Sua estrutura molecular não forma anel aromático, dado que é aberta.
Haloalcanos são compostos químicos originados dos alcanos. Onde neste último ocorre a substituição
de um ou mais átomos de hidrogênio (H) por igual número de átomos de halogênio (Cl, F, Br ou I).

Figura 3 – Exemplo de alguns hidrocarbonetos A degradação desses compostos pela ação


alifáticos.
de microrganismos é amplamente estudada,
assim como os resultados dessas pesquisas têm
servido como base para diversas tecnologias de
biorremediação. Essas pesquisas têm sinalizado que
no processo de biodegradação desses compostos a
atividade de enzimas do tipo mono-oxigenases e a
oxidação química são imprescindíveis.
Os estudos afirmam ainda que compostos de
cadeia longa são degradados de forma mais lenta
se comparados aos de cadeia curta; compostos
Fonte: guidechem.com
saturados são degradados mais rápido que seus
análogos insaturados; a velocidade de degradação de uma molécula é inversamente proporcional
ao grau de ramificação que essa apresenta.

Importante

Na estrutura molecular de compostos saturados são encontradas apenas ligações químicas do tipo simples.

Fatores biológicos
A presença e a disponibilidade de microrganismos que apresentam a capacidade de degradar
os compostos xenobióticos (poluentes) é o primeiro passo para que o processo de biorremediação
possa ocorrer.

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Unidade: Biorremediação: A Contribuição dos Microrganismos

Não se pode afirmar que na natureza não figurem microrganismos (ou enzimas) que
consigam degradar toda e qualquer molécula (composto químico) sintetizada por processos
artificiais. Porém, os cientistas já sabem que vários compostos xenobióticos recalcitrantes podem
ser degradados pela ação de microrganismos que apresentam enzimas com capacidade de
decompor moléculas complexas. Às vezes o processo de degradação desses compostos ocorre
através da atividade conjunta (consorciada) de microrganismos onde cada um pode atuar sobre
diferentes fases do processo.
Conforme já ressaltado, a degradação biológica (por microrganismos) pode ocorrer com
maiores chances quando a estrutura molecular do composto xenobiótico é “parecida” à estrutura
de compostos naturais, como a lignina, por exemplo. Quando isso ocorre é possível que, ao
final do processo de biodegradação, produtos minerais e/ou nutritivos sejam aproveitados pelo
próprio microrganismo (energia ou biomassa), ou mesmo disponibilizados no ambiente.
No processo de biodegradação é possível também que a molécula do composto seja
degradada apenas parcialmente, sem que os produtos resultantes venham contribuir à “nutrição”
do microrganismo. Essa degradação (parcial) metabólica chamamos de cometabolismo.
É possível que os produtos do processo cometabólico venham sofrer as ações de enzimas
de outros microrganismos, o que poderá contribuir à completa degradação do composto
xenobiótico, ou seja, sua mineralização (mineralização).
Nas técnicas de biorremediação de sistemas (solo ou água) contaminados, considerar a
contribuição de diversos tipos de microrganismos (cometetabolismo) nas variadas etapas
do processo é necessário, pois é grande a dificuldade de se conseguir apenas um tipo de
microrganismo que apresente todas as enzimas que serão necessárias para que ocorra a
degradação total (mineralização) do composto xenobiótico.
Ainda no ambiente, os microrganismos podem trocar material genético entre si, fator que
contribui para aumentar o “potencial degradador” de uma microbiota. Mesmo que determinada
microbiota apresente todos os requisitos (genéticos e bioquímicos) necessários à degradação
de um composto xenobiótico, ressalta-se que se as características físicas e químicas do meio
não estiverem de acordo com as necessidades nutricionais do microrganismo, o processo de
degradação pode não ocorrer.
Fica claro, portanto, que em qualquer sistema (solo ou água) todos os parâmetros físico-
químicos (do meio e do composto xenobiótico), assim como os microbiológicos, devem ser
considerados “conjuntamente” para que se possa conseguir que o processo de biodegradação
seja bem-sucedido.

Desafios da biorremediação
Porém, devido à alta complexidade que essa biotecnologia apresenta, diversos desafios podem
surgir no desenvolvimento de um processo de biorremediação. Entre os quais, destacam-se: baixa
produção de enzimas necessárias no processo – frequentemente quando as concentrações dos
compostos poluentes são significativamente pequenas ou elevadas; presença de diversos compostos
poluentes, ao mesmo tempo, em uma matriz contaminada – o que demanda a seleção de diferentes
microrganismos com metabolismos específicos para os diversos tipos de compostos poluentes; rápida
adsorção dos compostos poluentes em partículas que constituem a matriz (solo ou água) – ficando
assim, não acessíveis aos microrganismos (ou enzimas) para a degradação.

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Frise-se que os resultados obtidos em escalas e condições controladas em laboratórios não
asseguram a mesma eficiência em campo. Nesse aspecto, algumas questões merecem importância,
tais como: os microrganismos sobreviverão e se reproduzirão nas condições naturais (em campo – in
situ)? O processo terá impacto negativo (danos) ao ambiente?

Etapas do processo de biorremediação


Para se desenvolver um processo de biorremediação, alguns passos devem ser seguidos.
Primeiro, deve-se caracterizar o tipo de matriz (solo ou água) que será remediada, descrevendo suas
propriedades físico-químicas; na sequência, identificar os compostos poluentes e suas propriedades
físico-químicas; após, selecionar e isolar microrganismos (preferencialmente os “nativos” –
autóctones) com alto potencial para degradar os poluentes; após serem selecionados, através do
“enriquecimento” das condições favoráveis à reprodução, a população de microrganismos deve ser
aumentada, (bioaumentação) e estimulada (bioestimulação) para produzir enzimas degradadoras;
em seguida, os microrganismos devem ser aplicados/inseridos na matriz a ser remediada, seguido do
monitoramento do processo (Quadro 1).

Quadro 1 – Etapas do processo de biorremediação.

Caracterização/ Diagnóstico da Mzatriz


Contaminada (Solo/Água)

Caracterização do composto popuente

Definição/ Planejamento
da Biorremediação

Seleção/ Isolamento dos


Microrganismos degradadores
(Bioaumentação/ Bioestimulação)

Introdução dos Microrganismos


sobre o subtrato

Monitoramento/ Ajustes
Fonte: Adaptado de Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (2012)

Os resultados do monitoramento poderão evidenciar que as condições físicas e químicas


do substrato (matriz) não estejam mais tão favoráveis como no princípio do processo. Nesses
casos, far-se-á necessário a “correção” dessas variáveis para que durante todo o processo a
bioestimulação e bioaumentação sejam contínuas.
Pesquisas mostram que essas “correções” são comuns nos processos de remediação de
águas e solos contaminados com hidrocarbonetos aromáticos, solventes (como benzeno,
tolueno e xileno), entre outros poluentes.

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Unidade: Biorremediação: A Contribuição dos Microrganismos

Processos de biorremediação
Geralmente diversos métodos de biorremediação são utilizados apenas em áreas não
muito extensas. Entretanto, alguns métodos podem ser empregados à remediação de grandes
áreas agrícolas contaminadas. Para tanto, nessas extensas áreas, como alternativa mais viável
(praticidade e eficácia), recomenda-se a utilização de rizobactérias ou de plantas (fitorremediação).

Os processos de biorremediação podem ser do tipo in situ, onde os poluentes são degradados
no próprio local (site ou sítio), ou do tipo ex situ, quando as matrizes (solo, água ou resíduos)
são retirados do local de origem e tratados em locais ou estruturas especializadas, como por
exemplo reatores (Figura 4).
Figura 4 – Exemplo de reatores anaeróbios.

Fonte: esagua.com.br

Reatores fase lama (bioslurry)


Nesse processo o solo contaminado com o composto xenobiótico (poluente) é retirado
do local e transportado até os reatores (bioslurry). Antes de ser colocado no reator, são
retiradas as partículas maiores através de um processo de peneiramento. No reator, ao solo
é adicionada água e, através de agitadores, o solo se tornará uma lama. A essa lama é
adicionado ar e nutrientes para manter o sistema em condições de aerobiose. Permitindo,
assim, um aumento da comunidade microbiana aeróbia que utilizará, também, como
fonte de recursos (nutrientes e energia) os compostos poluentes. Após o solo ser tratado,
novamente seco poderá retornar ao local de origem, ou ser utilizado em outro local ou
processo (Figura 5).

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Figura 5 – Processo fase lama (bioslurry).

Lodo/ Solo
Descontaminado
Agitador Descarga

BioReator/Lama Clarificador

Lodo/ Solo
Contaminado
Fonte: alken-murray.com

Esse tipo de processo é ideal para remediação de solos que apresentam alto teor de argila, o
que dificulta o tratamento in situ, devido a sua baixa permeabilidade.
Esse sistema de remediação apresenta com vantagem o controle de diversos fatores, tais
como: nutrientes; temperatura; pH; população microbiana; coleta e recuperação de possíveis
gases emitidos.

Landfarming
Nesse processo de biorremediação a matriz (resíduos industriais) é transferida da área
de origem e acondicionada em locais chamados de “células de confinamento” (pilhas).
Ressalta-se que essa técnica de biorremediação é comumente utilizada para remediar matrizes
poluídas com hidrocarbonetos e poluentes derivados das indústrias ou processos petroquímicos.
Para se iniciar o processo de biorremediação utilizando-se essa técnica, a superfície que
receberá a matriz poluída deve ser previamente preparada (com manta impermeabilizante
e microrganismos).
Após se colocar a matriz poluída na superfície, de forma esparrada e formando pilhas, os
microrganismos poderão atuar sobre os compostos poluentes, degredando-os. De tempos
em tempos, será necessário o revolvimento dos compostos, para inserir oxigênio no sistema.
Pode-se também, e ainda, adicionar mais nutrientes para que a bioaumentação possa
ocorrer, contribuindo para o aumento da eficiência do processo (Figura 6).
Diversos estudos têm mostrado que essa técnica é eficaz para remediar esses tipos de
poluentes, sendo que em alguns casos a redução da concentração dos poluentes chega a
cerca de 100%, isso em apenas alguns meses.

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Unidade: Biorremediação: A Contribuição dos Microrganismos

Figura 6 – Processo de landfarming.

Essa técnica, de baixo custo e de alta


eficiência, entretanto, apresenta algumas
desvantagens, tais como: aumento da
poluição do ar devido a volatilização de
compostos orgânicos; contaminação de
áreas (solos e águas) ao entorno devido
aos possíveis escorrimentos superficiais de
poluentes. Ressalta-se que para se evitar
esses fatores desfavoráveis, estudos na
área de Engenharia Ambiental já mostram
resultados positivos.

Fonte: envirotech-inc.com

Compostagem
A utilização dessa técnica (compostagem) para degradar compostos orgânicos poluentes
vem mostrando significativos resultados. Pesquisas têm mostrado a eficiência do processo
de compostagem para se remediar matrizes (solos ou resíduos sólidos orgânicos) contendo
poluentes como agrotóxicos, hidrocarbonetos derivados do petróleo, clorofenóis e
hidrocarbonetos aromáticos policíclicos. Nesse processo de biorremediação, utilizam-
se microrganismos (aeróbios) para degradar resíduos de matéria orgânica. Ao final do
processo, resultam como produtos compostos orgânicos de menor massa molecular e,
também, compostos inorgânicos.
O processo de compostagem pode ser dividido em duas etapas, onde a atividade
metabólica microbiológica, a temperatura e o pH sofrem alterações, propiciando mudanças
significativas na estrutura do composto que é degradado (transformado).
A primeira etapa é chamada de termofílica. Nessa, a temperatura se eleva devido a alta
(e intensa) atividade microbiana; e a segunda é a mesofílica. Nessa última etapa a atividade
microbiana já se encontra reduzida e, consequentemente, a temperatura do sistema abaixa
consideravelmente, o pH se eleva, ocorrendo, ao final, a maturação do composto orgânico
– rico em nutrientes (Figura 7).

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Figura 7 – Etapas da compostagem.
Processo de compostagem

Fase termofílica Fase mesofílica

Temperatura
80 Temp. sem controle
Sólidos voláteis
Temp. sob controle
70
PH
60
9
50
8
Sólidos voláteis (1%)

40
7
Temperatura (oC)

30
Formação de 6
20 ácidos húmicos
(produção do composto) 5

PH
10 Degradação e
“higienização” 4
0
Fase 1 Fase 2 Fase 3 Fase 4
Tempo de compostagem (dias)
Fase 1 - 12 a 24 horas (aquecimento) Fase 3 - 2 a 5 dias (resfriamento)
Fase 2 - 70 a 90 dias (degradação ativa) Fase 4 - 30 a 60 dias (maturação)
Fonte: Fundação Demócrito Rocha/ fdr.com.br

O sucesso da compostagem estará condicionado ao monitoramento e controle das


condições físicas e químicas, oferecendo as melhores condições à máxima atividade
microbiana. Assim, durante o processo se faz necessário monitorar e controlar nas leiras
(montes de compostos orgânicos) em processo de degradação, as seguintes variáveis:
temperatura ( t C ) , taxa de oxigênio ( O2 ) , umidade, relação carbono e nitrogênio (C/N).
o

O processo de compostagem tem se mostrado como uma alternativa viável (técnica,


econômica e ambiental) para solucionar o problema gerado pela alta produção de resíduos
orgânicos (nos diversos processos antrópicos). Pois, além de reduzir o volume dos resíduos,
esses são transformados em compostos fertilizantes (adubo) de qualidade e que podem
substituir produtos agroquímicos nos sistemas produtivos agroindustriais (Figura 8).
Figura 8 – Manejo das leiras no processo de compostagem e composto orgânico final.

Fonte: breakitdown.com.au, normanack/ Wikimedia Commons

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Unidade: Biorremediação: A Contribuição dos Microrganismos

Ressalta-se que as indústrias produtoras de papel e celulose utilizam o processo de


compostagem para tratar seus resíduos orgânicos, utilizando, ainda, o produto final
(composto orgânico) como adubo em seus processos produtivos florestais.
Destaca-se que a compostagem é considerada como referencial por organismos
governamentais e de pesquisa à elaboração de novas propostas que simulem processos
naturais na gestão de resíduos, garantindo assim a sustentabilidade.

Degradação de poluentes organoclorados em efluentes industriais


Compostos poluentes organoclorados são frequentemente encontrados em águas residuárias
(efluentes) de processos industriais.
Como os processos atuais (usuais) de tratamentos dos efluentes não foram desenvolvidos para
eliminar (degradar) compostos poluentes complexos, e muito menos diversos desses poluentes
na mesma matriz (esgoto) ao mesmo tempo, faz-se necessário que pesquisas em Engenharia de
Saneamento sejam, cada vez mais, desenvolvidas.
De forma geral, tem-se buscado uma alternativa que permita não apenas a remoção desses
compostos poluentes, mas também sua completa degradação (mineralização).
As principais técnicas de tratamento de efluentes industriais são apresentadas na Figura 9.

Figura 9 – Processos de tratamento de efluentes.

Tratamento de efluentes industriais

Biológico Físico Químico

Aeróbio Anaeróbio Decantação Anaeróbio Incineração POA* Eletroquímico

Enzimático Adsorção Fotocatálise Ozonização Fenton

Fonte: scielo.br

Por permitirem o tratamento de grande volume de efluentes, degradando e transformando


compostos poluentes orgânicos em água ( H 2O ) e gás carbônico ( CO2 ) com baixos investimentos,
os processos biológicos são os mais utilizados.
O tratamento biológico de efluentes tem como fundamento o uso de compostos poluentes como
fonte de energia e de nutrientes para que os microrganismos possam se desenvolver e se reproduzir.

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Nos processos biológicos do tipo aeróbios, o aceptor de elétrons ( e ) é gás oxigênio ( O2 ) . Ao

final desse processo tem-se a formação de água ( H 2O ) e gás carbônico ( CO2 ) . Por outro lado, nos
processos biológicos do tipo anaeróbios, o gás oxigênio ( O2 ) não está presente. Nesse contexto,
participaram como agentes aceptores de elétrons ( e ) algumas formas de nitrogênio (N), enxofre

(S) e carbono (C), como por exemplo: NO3− , SO 4−2 e CO2 . Os compostos poluentes serão
degradados até gás carbônico ( CO2 ) e gás metano ( CH 4 ) .
O principal objetivo do processo biológico de tratamento de efluentes é reduzir a carga de
matéria orgânica presente. Como indicadores de eficiência de um processo de tratamento de
efluente, utilizam-se: Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO); Demanda Química de Oxigênio
(DQO), ou Carbono Orgânico Total (COT).

Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) é o indicador mais utilizado para medir a poluição dos
corpos hídricos por despejos orgânicos. A DBO indica a quantidade necessária de gás oxigênio
(O2) para degradar determinada carga de matéria orgânica em meio hídrico. Sua unidade de
medida é mg/L.
Demanda Química de Oxigênio (DQO) é a quantidade de oxigênio (O2) necessária para oxidar a
matéria orgânica presente em um corpo hídrico. Nessa técnica utiliza-se o agente químico dicromato
de potássio (K2Cr2O7). O aumento da DQO deve-se principalmente à efluentes, principalmente os
industrias. Sua unidade de medida é mg/L.

Processo aeróbio
Esse processo conta com a contribuição de bactérias e fungos que requerem o gás oxigênio
( O2 ) para sobreviverem. As duas técnicas mais usuais para o tratamento de efluentes industriais
são as de lagoas aeradas e de sistemas de lodos ativados.
Na primeira técnica (lagoas aeradas) o efluente é submetido à ação de diversos microrganismos
que, de maneira consorciada, degradam os compostos presentes no efluente durante alguns dias.
A técnica dos lodos ativados apresenta-se como o processo de biorremediação mais eficiente
e versátil. Esse método foi desenvolvido no início do século XX, na Inglaterra, e é usado para
tratar os mais diversos tipos de efluentes industriais, assim como efluentes domésticos.
A operação de um sistema de lodos ativados exige pouco substrato auxiliar e, devido à
existência de um grande número de microrganismos (bactérias, fungos e protozoários) presentes
no lodo e que contribuirão com a degradação de diversos tipos de compostos poluentes, é
possível ainda se remover a toxicidade crônica e aguda, em um tempo bem menor que no
processo de aeração.
O esquema de uma Estação de Tratamento de Efluente (ETE) que utiliza a técnica de lodo
ativado é apresentado na Figura 10. Após o efluente chegar (no estado bruto) à ETE, esse é
lançado no tanque de aeração, onde o processo de oxidação da matéria orgânica ocorrerá.
Ainda nesse tanque, ao efluente é introduzida e misturada uma cultura microbiológica na forma
de flocos (o chamado lodo ativado).

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Unidade: Biorremediação: A Contribuição dos Microrganismos

Em seguida, já no tanque de sedimentação, devido à diminuição da concentração de oxigênio


( O2 ) , os flocos formados por agregados de microrganismos e partículas de compostos orgânicos
(presentes no efluente), irão ao fundo, formando os sedimentos (sedimentação).
Ressalta-se que, devido à baixa concentração de oxigênio ( O2 ) , é favorecido o desenvolvimento
de microrganismos anaeróbios como as bactérias metanogênicas. Dessa maneira, o processo
de tratamento de efluentes por lodo ativado se apresenta como uma técnica mais apurada,
combinando processos de degradação aeróbios e anaeróbios.
Ressalta-se que nesse processo a recirculação de grande parte da biomassa microbiana é uma
importante característica do método que permitirá que os microrganismos permaneçam por
mais tempo no sistema, aumentando, assim, a oxidação dos poluentes orgânicos, diminuindo o
tempo de tratamento do efluente.
Figura 10 – Processos de tratamento de efluentes por lodo ativado.

Efluente
Efluente Tanque de + Lodo Tanque de
sedimentação Efluente tratado
industrial bruto Aeração I
II

Descarte do
Recirculação do lodo
excesso de lodo

Fonte: scielo.br

O alto custo de implantação, assim como a formação de grandes quantidades de lodo


(resíduo), podem ser considerados os principais inconvenientes dessa técnica. Por exemplo, não
se pode utilizar esse lodo (biomassa rica em nutrientes) para fertilizar culturas na agroindústria,
pois diversos estudos têm evidenciado que esse substrato possui uma grande capacidade
para adsorver diferentes compostos poluentes orgânicos. Alguns estudos mostraram que
aproximadamente 50% do poluente pentaclorofenol, presente em um efluente, pode ser retido
nos lodos ativados pelo processo de adsorção.
Outro fator que é considerado como negativo nesse processo é a liberação de poluentes na
atmosfera devido à volatilização. Para resolver esse inconveniente, algumas ETE apresentam
sistemas de biorreatores.

Processo anaeróbio
Devido ao fato de certos microrganismos, do tipo anaeróbio, mostrarem-se capazes de
degradar grande número de poluentes clorados, transformando-os em moléculas não poluentes,
a técnica de tratamento de efluentes por anaerobiose vem tendo grande destaque.
Pesquisas têm evidenciado que compostos xenobióticos recalcitrantes com organoclorado
(Figura 11) podem ser degradados por microrganismos em condições de anaerobiose.

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Figura 11 – Processos de tratamento de efluentes por lodo ativado.

Fonte: Instituto Nacional de Ecologia/ inecc.gob.mx

Atualmente, pode-se considerar que os processos mais eficientes de biorremediação de


efluentes utilizam, de maneira alternada (e complementar), a fase anaeróbia e anaeróbia.

Processos enzimáticos
Os processos enzimáticos, aliados com as técnicas de melhoramento genético, podem ser
considerados com uma das mais atuais tecnologias à biorremediação de efluentes.
As enzimas capazes de degradar a lignina, coma manganês peroxidase e a lignina
peroxidase, destacam-se nesse cenário por conseguirem degradar diversos compostos
poluentes (xenobióticos recalcitrantes).

Lignina é uma macromolécula associada à celulose das plantas, que confere impermeabilidade,
rigidez e resistência a ataques mecânicos microbiológicos e aos tecidos dos vegetais.

Ressalta-se que a utilização dos processos enzimáticos, em larga escala, somente passou
a apresentar viabilidade a partir do momento em que os cientistas conseguiram imobilizar as
enzimas em uma matriz adequada.
Pesquisas têm evidenciado que os processos enzimáticos têm enorme potencial à degradação
de compostos poluentes presentes nos efluentes das indústrias de papel e celulose. Entre os
resultados, destaca-se a degradação de efluentes provenientes do processo de branqueamento
de polpa de celulose, onde é empregada a enzima lignina peroxidase, produzida pelo fungo
Phanerochaete chrysosporium. Ressalta-se que essas enzimas são imobilizadas em matrizes da
alginato e de troca iônica (compostas de resina).

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Unidade: Biorremediação: A Contribuição dos Microrganismos

Material Complementar

Diálogo com o Autor

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“Nenhum obstáculo é tão grande se a sua vontade de vencer for maior.”

BAIRD, C. Química ambiental. Porto Alegre, RS: Bookman, 2005.

BIORREMEDIAÇÃO de agrotóxicos. 21 jan. 2014. Disponível em:


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BIOTECNOLOGIA, disponível em:


http://www.biotecnologia.com.

BIOTECNOLOGIA: ensino e divulgação. Disponível em:


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Referências

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Unidade: Biorremediação: A Contribuição dos Microrganismos

Anotações

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