Coucieiro, Vila Verde @ Lendas de

Portugal - Lenda de D. Sapo

A Lenda de D. Sapo
Narrador - Era uma vez um fidalgo a quem o povo dava o nome de D.Sapo.

Este fidalgo era dono de um solar e de vastas terras, situadas na freguesia de

Coucieiro, Vila Verde.

Narrador- Todos os seus servidores o odiavam, pois era injusto e cruel.

Servidores, todos – Maldito D. Sapo!

Narrador- Mas o que mais os revoltava era que o tal fidalgo inventou, que tinha o direito de
dormir com as noivas daquela zona após o casamento, na primeira noite de núpcias.

Servidor 1 – Temos que fazer alguma coisa!

Servidor 2 – Mas como? Não podemos, ele manda matar-nos ou deixa-nos à fome!

Narrador - Por este motivo qualquer novo casal sofria em silêncio, sem ter coragem de se
revoltar.

Narrador - Certo dia, um jovem alfaiate vendo próximo o seu casamento.

Decidiu apresentar-se ao fidalgo na noite de núpcias, disfarçado de noiva e matá-lo.

Narrador - Na noite, após o casamento, entrou no quarto do D. Sapo, disfarçado de noiva.

Alfaiate – Maldito sejas! Vou matar-te!

D.Sapo - Socorro, socorro! Quem és tu?

Alfaiate – Sou o noivo, e com a minha noiva não hás de dormir! (ouvem-se gritos, os dois
lutam).

Narrador - O alfaiate, com a sua arma, a tesoura, matou o D. Sapo.

Narrador - Começaram todos a temer a sua sorte. O alfaiate, com medo da justiça do Rei, por
ter matado o seu representante, resolveu confessar o seu crime.
Alfaiate- Venho apresentar-me a Vossa Majestade.

Sou alfaiate e venho pedir que me absolva, pois matei um Sapo!

Narrador - O Rei pensou e, olhando para tão humilde confissão, disse.

Rei - Se mataste um sapo é mais um, menos um! Estás perdoado!

Narrador - Disse o Rei, não se lembrando do fidalgo. O alfaiate ganhou coragem e acrescentou.

Alfaiate- Esse sapo é o fidalgo D. Sapo lá da nossa terra que, abusando do seu poder, queria
dormir com a minha noiva e com todas as noivas.

Rei - Estás perdoado e palavra de Rei não volta atrás!

Narrador- E foi assim que noivos e noivas daquela localidade ficaram livres do abuso praticado
por este fidalgo.

Fim

Baixa o pano