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o horizonte em que um a um
nos ______
vendando-nos os olhos.
Período Pré-Colonial
As grandes migrações entre 200/300 DC dos povos Bantu de hábitos guerreiros e oriundos
dos Grandes Lagos, forçaram a fuga destes povos primitivos para as regiões mais pobres em
recursos.
Antes do séc. VII, foram estabelecidos Entrepostos comerciais pelos Suahil-árabes na costa
para trocar produtos do interior, fundamentalmente ouro e marfim por artigos de várias
origens.
Havia um homem que morava sozinho perto da floresta. Ele era caçador e,
na verdade, não morava totalmente sozinho: tinha seis cães. Muitas vezes,
entrava na floresta e nunca se perdia, pois era caçador experiente,
acostumado com a região. Os cães iam sempre com ele e, além de lhe
fazerem companhia, ajudavam-no a encontrar os caminhos e a caça.
“Onde vou passar a noite?”, pensou o caçador. “Onde eu e meus cães iremos
dormir?”
Então ele avistou uma casa bem no meio da floresta. Animou-se todo, pois
poderia pedir abrigo a quem nela morasse. A moradora era uma feiticeira,
mas o caçador não sabia disso e foi todo feliz pedir-lhe que o deixasse passar
a noite lá. No dia seguinte, poderia continuar a caçar e achar o caminho de
volta para casa.
O que ela queria fazer com aquilo? Furar e matar o caçador, para depois
comê-lo.
No dia seguinte, pela manhã, o caçador acordou todo contente, sem saber o
que havia acontecido. Se os cães pudessem falar, contariam, mas eles só
latiam, e o homem achou que era de animação com o novo dia.
A bruxa não se conformava com aquilo. Onde já se viu, ver sua refeição indo
embora assim, vivinha da silva?
— Antes de ir, me faça um favor? Eu sou velhinha e não consigo subir nesses
embondeiros. Você pode subir em um deles e pegar as frutas? Preciso delas e
não consigo tirá-las sozinha…
O homem respondeu:
— Epa! Nem precisa colher os frutos! Você escapou durante a noite, mas
agora não escapa! Eu ia matá-lo, mas seus cães o defenderam!
Agora você está aí em cima, sozinho! Seus cachorros foram embora quando o
viram subindo, subindo, subindo na árvore em direção ao céu.
O caçador ficou olhando para ela com cara de quem não estava entendendo
nada: ela não era uma pobre velhinha solitária que morava na floresta? Que
história era aquela de tentar matá-lo durante a noite? E por que ele havia
feito o esforço de subir naquela árvore enorme se ela nem queria os frutos?
— Eu quis que você subisse para que seus cachorros fossem embora! Agora
eu vou derrubar esse embondeiro, com você aí em cima! Vou roer todo o
tronco com meu único dente, matá-lo e comê-lo, sem que seus cães possam
fazer coisa alguma. Eles nem estão aqui!
— Você vai ver! Agora, sim! Você vai ser a minha carne! Eu vou comê-lo! Vou
derrubar a árvore e você vai morrer!
O caçador, muito assustado, pôde ver lá de cima a velha roendo o tronco com
seu único dente, que parecia feito do mais afiado metal.
A velha roía, roía, roía, e logo o tronco foi ficando fininho, fininho…
O caçador sentiu o tronco balançando para lá e para cá. E viu que logo iria
cair nos braços da velha faminta e roedora.
Acontece que ele era muito atlético e, além de subir em árvores, era capaz de
dar saltos muito compridos. Ao cair, a árvore aproximou-se de outro
embondeiro, e o homem saltou para a outra árvore.
A velha ficou furiosa, mas parou de gritar, talvez para poupar suas forças.
Aproximou-se do outro tronco e começou a roê-lo com seu único dente.
Roeu, roeu e roeu, até que o tronco enorme ficou fininho e começou a
balançar…
O caçador saltou novamente para a árvore seguinte e subiu cada vez mais
alto.
— Você não me escapa! Você vai ser minha carne e eu vou comê-lo!
E roía, roía, roía cada árvore até derrubá-la, mas sempre o homem conseguia
pular para a seguinte. E assim foi com todos os embondeiros até chegar ao
sétimo e último.
O homem ficou triste e se lembrou dos cães, pois sabia que não poderia mais
escapar. Aquele era o último embondeiro e seriam necessários pelo menos
uns cem anos até que o próximo nascesse e crescesse o bastante. Estava
triste pelo destino das árvores e dos cães. Por causa de tanta tristeza,
começou a cantar enquanto a velha roía, roía, roía, com seu único dente, o
tronco do sétimo embondeiro:
Matchima era o nome de seu cão preferido, o mais velho e sábio, chefe dos
outros. Os cães estavam na floresta brincando e se divertindo, mas
escutaram o canto do dono. Finalmente perceberam o que estava
acontecendo e correram para salvá-lo. Correram tão rápido que a velocidade
fez surgir uma tempestade, uma tempestade tão forte que poderia abater o
último embondeiro.
A feiticeira morreu e o caçador foi salvo por seus cães. Nunca mais se
perderam.