Você está na página 1de 34

CV3 Supervisar Técnicas de Alvenaria Resultado de Apredzagem 5: Supervisar o levatamento de uma coberturas

INSTITUTO MÉDIO POLITECNICO

IMEP
DOCENTES: Engo BORGES MATE & Engo CLAÚDIO COIMBRA

SUPERVISAR TÉCNICAS DE ALVENARIA

FICHA DE APONTAMENTO Nº 5

Resultado de Aprendizagem nº 5

Supervisar o levantamento de uma cobertura

2º SEMESTRE

ANO: 2021

Critérios de Desempenho:

 Identificar o tipo de cobertura: horizontal (de betão); inclinado (com asnas).

 Supervisar a montagem da estrutura da cobertura nas paredes mestras.

 Supervisar a instalação dos elementos de cobertura.

 Supervisar o isolamento sob a cobertura.

 Verificar a aplicação das técnicas apropriadas seguindo as boas práticas.

 Verificar a limpeza do local de trabalho.

 Respeitar as regras de saúde e segurança no trabalho.

Elaborado por: Engo Borges Mate & Engo Claúdio Coimbra bpemate@gmail.com 1
CV3 Supervisar Técnicas de Alvenaria Resultado de Apredzagem 5: Supervisar o levatamento de uma coberturas

V. Supervisar o levantamento de uma cobertura

1. Identificar o tipo de cobertura: horizontal (de betão); inclinado (com asnas).

1.1.Definição da cobertura e suas funções

Coberturas são estruturas que se definem pela forma, observando as características de função e
estilo arquitectónico das edificações.
As coberturas têm como função principal a protecção das edificações, contra a acção das
intempéries, atendendo às funções utilitárias, estéticas e económicas. Em síntese, as coberturas
devem preencher as seguintes condições:
Funções utilitárias: impermeabilidade, leveza, isolamento térmico e acústico;
Funções estéticas: forma e aspecto harmônico com a linha arquitetônica, dimensão dos elementos,
textura e coloração;
Funções económicas: custo da solução adoptada, durabilidade e fácil conservação dos elementos.

1.2.Sistemas de coberturas
Os sistemas de cobertura que foram sendo utilizados foram evoluindo desde as estruturas mais
primitivas (Fig. 1) à medida que o Homem foi desenvolvendo a sua capacidade construtiva e o seu
conhecimento no domínio de novos materiais e tecnologias de construção. Desta forma, foi
possível a concepção de coberturas capazes de corresponder às crescentes exigências de qualidade
e funcionalidade, procurando simultaneamente obedecer a determinados critérios estéticos e
económicos.

Fig. 1 - As estruturas primitivas de cobertura

Elaborado por: Engo Borges Mate & Engo Claúdio Coimbra bpemate@gmail.com 2
CV3 Supervisar Técnicas de Alvenaria Resultado de Apredzagem 5: Supervisar o levatamento de uma coberturas

A nível da acessibilidade, as coberturas inclinadas são sempre consideradas não acessíveis (ou
seja, não estão concebidas nem dimensionadas para acesso frequente de pessoas), ao contrário das
coberturas em terraço que podem ou não ser acessíveis.
As coberturas inclinadas eram compostas inicialmente por estruturas de madeira muito simples
assentes sobre o terreno e revestidas por peles de animais, colmo, folhas e ramos de árvores. De
forma a aumentar o espaço útil dentro da construção, foi necessário introduzir um novo elemento
de madeira colocado na horizontal, capaz de absorver os impulsos horizontais da cobertura e
transferi-los para os elementos verticais da construção (paredes e pilares). A partir desta estrutura
de madeira inicial, desenvolveu-se o elemento hoje designado por asna (Fig. 2), utilizado ainda
com muita frequência na actualidade, apesar de inserido em estruturas de maior complexidade e
utilizando diversos materiais.

Fig. 2 - Vários tipos de asnas de madeira

1.3.Constituição das coberturas inclinadas


Os sistemas mais frequentes em coberturas inclinadas de edifícios correntes (incluindo a laje de
esteira), sendo estabelecidos quais os principais aspectos a observar quer nos materiais aplicados,
quer na sua instalação. Serão ilustradas, a título de exemplo, as zonas correntes de cada solução,
não devendo no entanto de forma nenhuma ser menosprezada a importância de uma correcta
pormenorização.
As coberturas inclinadas são as mais utilizadas em edifícios unifamiliares e em edifícios
habitacionais de pequeno e médio porte. Este tipo de coberturas é assim designado por apresentar
superfícies planas inclinadas, que devem estar perfeitamente desempenadas, cada uma delas
recebendo o nome de “água”. A inclinação dada a estas superfícies tem por objectivo o fácil e
rápido escoamento das águas das chuvas e da neve, se for caso disso, que caiem sobre elas.

Elaborado por: Engo Borges Mate & Engo Claúdio Coimbra bpemate@gmail.com 3
CV3 Supervisar Técnicas de Alvenaria Resultado de Apredzagem 5: Supervisar o levatamento de uma coberturas

1.4.Esteira horizontal
A esteira horizontal poderá ser constituída por uma laje maciça ou aligeirada, ou ainda por
elementos leves (esteira leve), habitualmente de revestimento de tecto, como placas de gesso
cartonado, placas de estafe, tecto de madeira, etc. Neste último caso, existirão elementos
resistentes de suporte à esteira leve (Figs. 4 e 5).

Fig. 3 - Cobertura inclinada, isolamento térmico na esteira horizontal: 1 - revestimento interior; 2


- esteira horizontal; 3 - isolamento térmico; 4 - revestimento do isolante térmico (eventual); 5 -
ripado de apoio da telha; 6 - elemento estrutural da vertente inclinada; 7 – revestimento da
cobertura

Fig. 4 - Cobertura inclinada, isolamento térmico na esteira horizontal (esteira leve acessível): 1 -
esteira leve / revestimento interior; 2 - estrutura de suporte da esteira; 3 - camada de apoio do
isolamento térmico; 4 - isolamento térmico; 5 - revestimento do isolamento térmico (eventual); 6
- ripado de apoio da telha; 7 - elemento estrutural da vertente inclinada; 8 -revestimento da
cobertura.

Elaborado por: Engo Borges Mate & Engo Claúdio Coimbra bpemate@gmail.com 4
CV3 Supervisar Técnicas de Alvenaria Resultado de Apredzagem 5: Supervisar o levatamento de uma coberturas

Fig. 5 - Cobertura inclinada, isolamento térmico na esteira horizontal (esteira leve não acessível):
1 - esteira leve / revestimento interior; 2 - estrutura de suporte da esteira; 3 - isolamento térmico;
4 - ripado de apoio da telha; 5 - elemento estrutural da vertente inclinada; 6 - revestimento da
cobertura.

Fig. 6 - Cobertura inclinada com estrutura contínua (isolamento térmico exterior): 1 - contra-
ripado; 2 - ripado de apoio da telha; 3 - revestimento interior; 4 - laje inclinada (maciça ou
aligeirada); 5 - fixação da camada isolante; 6 - camada de regularização; 7 - isolamento térmico; 8
- espaço de ar drenado e ventilado; 9 - revestimento da cobertura.
1.5.Classificação de coberturas inclinadas
Propõem-se diversas formas de classificar as coberturas inclinadas e respectivos revestimentos:
 quanto ao número de vertentes;
 quanto ao funcionamento estrutural dos elementos de revestimento;
 quanto ao tipo de estrutura de suporte dos materiais de revestimento;
 quanto à natureza dos materiais de revestimento;
 quanto à continuidade dos elementos de revestimento;

Elaborado por: Engo Borges Mate & Engo Claúdio Coimbra bpemate@gmail.com 5
CV3 Supervisar Técnicas de Alvenaria Resultado de Apredzagem 5: Supervisar o levatamento de uma coberturas

 quanto à forma dos elementos de revestimento;


 quanto à dimensão dos elementos de revestimento;
 quanto à opacidade dos elementos de revestimento.
1.5.1. Quanto ao número de vertentes
A cobertura inclinada pode apresentar-se sob as seguintes formas:
 de uma água (telheiro), cobertura inclinada constituída por uma vertente (Fig. 7, em cima
à esquerda);
 de duas águas, cobertura inclinada constituída por duas vertentes que formam a cumeeira
na sua intersecção, formando duas empenas (Fig. 7, em cima à direita);
 de quatro águas, cobertura inclinada constituída por quatro vertentes que se intersectam
definindo uma cumeeira e quatro rincões (Fig. 7, em baixo à esquerda);
 pavilhão, forma particular da cobertura de quatro águas em que as vertentes se intersectam
definindo apenas quatro rincões que concorrem num ponto; designa-se geralmente por
pavilhão a cobertura de quatro águas constituída por quatro vertentes iguais,
correspondentes a uma planta quadrada (Fig. 7, em baixo à direita).

Fig.7 - Em cima, à esquerda, cobertura de uma água; em cima, à direita, cobertura de duas águas;
em baixo, à esquerda, cobertura de quatro águas; em baixo à direita, pavilhão.

Elaborado por: Engo Borges Mate & Engo Claúdio Coimbra bpemate@gmail.com 6
CV3 Supervisar Técnicas de Alvenaria Resultado de Apredzagem 5: Supervisar o levatamento de uma coberturas

1.5.2. Quanto ao funcionamento estrutural dos elementos de revestimento


As coberturas podem ser:
 diferenciadas, nas quais os elementos de revestimento descarregam sobre outros bastante
mais rígidos, que vencem o vão principal:
 os elementos de revestimento podem ser soletos, telhas, chapas ou outros elementos
descontínuos de pequenas e médias dimensões, em praticamente qualquer tipo de material:
cerâmico, cimentício, metálico, polimérico, betuminoso, etc.;
 os elementos macro-resistentes podem ser vigas (de inércia constante ou variável), asnas
com as mais diversas configurações e arcos (Fig. 8), em madeira (Fig. 9, à esquerda) ou
derivados, em betão, metálicos ou em alvenaria (Fig. 9, à direita);
 indiferenciadas (ou auto-portantes), em que a estrutura de suporte, que vence o vão
principal, desempenha também funções de revestimento (Fig. 10):
 cascas de betão, são elementos pré-fabricados, de dupla curvatura com a forma de
parabolóides de revolução, em betão pré-esforçado pré-tensionado de pequena espessura,
podendo vencer vãos da ordem dos 30 m (Fig. 11, à esquerda);
 cascas metálicas, que podem ter eixo longitudinal rectilíneo, vencendo vãos até aos 11 m,
ou curvilíneo, vencendo vãos até aos 23 m (Fig. 11, à direita);
 painéis pré-fabricados em betão (Fig. 12, à esquerda).

Fig. 8 - Elementos principais das estruturas diferenciadas de coberturas de betão: vigas, asnas e
arcos (da esquerda para a direita)

Fig. 9 - À esquerda, asnas, madres e varas em madeira e, à direita, madres e ripas em betão pré-
esforçado apoiadas em muretes em alvenaria

Elaborado por: Engo Borges Mate & Engo Claúdio Coimbra bpemate@gmail.com 7
CV3 Supervisar Técnicas de Alvenaria Resultado de Apredzagem 5: Supervisar o levatamento de uma coberturas

Fig. 10 - Estruturas indiferenciadas de coberturas de betão: painéis (em T ou U), painéis plissados
e cascas (da esquerda para a direita)

Fig. 11 - À esquerda, cobertura de grande vão de cascas de betão; à direita, cobertura realizada
com cascas metálicas
1.5.3. Quanto ao tipo de estrutura de suporte dos elementos de revestimento
As estruturas de suporte dos elementos de revestimento podem ser:
 contínuas, ou seja, um elemento contínuo ou um conjunto de peças monolíticas e
semelhantes:
- laje estrutural (maciça ou estrutural, betonada in-situ ou pré-fabricada) em betão (Fig. 12, à
direita);
 descontínuas, constituídas por vários elementos distintos:
 ripado (e contra-ripado) em madeira (Fig. 13, à esquerda);
 ripas pré-fabricadas em betão (Fig. 13, à direita);
 ripado metálico (Fig. 14, à esquerda).

Elaborado por: Engo Borges Mate & Engo Claúdio Coimbra bpemate@gmail.com 8
CV3 Supervisar Técnicas de Alvenaria Resultado de Apredzagem 5: Supervisar o levatamento de uma coberturas

Fig. 12 - À esquerda, solução indiferenciada de cobertura em painéis em betão; à direita, estrutura


de suporte contínua em laje estrutural em betão

Fig. 13 - À esquerda, ripado e contra-ripado em madeira e, à direita, varas e ripas pré-fabricadas


de betão pré-esforçado
1.5.4. Quanto à natureza dos materiais de revestimento
Os revestimentos são classificados em:
 vegetais (não descritos neste documento)
 colmo; palha; ramos de árvores;
 pétreos naturais
 soletos de), granito) ou calcário;
 pétreos artificiais
 telha cerâmica;
 telha de cimento;
 fibrocimento;
 soletos de pedra artificial;

Elaborado por: Engo Borges Mate & Engo Claúdio Coimbra bpemate@gmail.com 9
CV3 Supervisar Técnicas de Alvenaria Resultado de Apredzagem 5: Supervisar o levatamento de uma coberturas

 betuminosos
 placas, membranas, telas e feltros betuminosas (não tratados neste documento, por
corresponderem a sistemas de impermeabilização);
 chapas betuminosas com fibras celulósicas;
 chapas betuminosas com fibras de amianto;
 sintéticos (não tratados neste documento, por corresponderem a sistemas de
 impermeabilização)
 membranas de PVC plastificado;
 membranas de borracha butílica;
 membranas de EPDM;
 metálicos
 chapas de zinco;
 chapas de alumínio;
 folhas de cobre;
 chapas de aço galvanizado;
 chapas de aço inoxidável;
 placas de chumbo;
 telhas metálicas;
 plásticos
 chapas de policloreto de vinilo;
 chapas de poliester reforçado com fibras de vidro;
 chapas de polimetacrilato de metilo;
 chapas alveolares de policarbonato;
 mistos
 chapas de aço revestidas com betume e folhas de alumínio;
 painéis sandwich com camada de isolamento térmico;
 “telhas” metálicas revestidas com grânulos minerais;
 telhas asfálticas.

Elaborado por: Engo Borges Mate & Engo Claúdio Coimbra bpemate@gmail.com 10
CV3 Supervisar Técnicas de Alvenaria Resultado de Apredzagem 5: Supervisar o levatamento de uma coberturas

1.5.5. Quanto à continuidade dos elementos de revestimento


Os elementos de revestimento são classificados em:
 elementos contínuos (geralmente em rolos)
 telas betuminosas;
 feltros betuminosos;
 membranas betuminosas e sintéticas;
 elementos descontínuos
 telhas ;
 chapas metálicas, plástico, etc.;
 placas betuminosas;
 soletos.
1.5.6. Quanto à forma dos elementos de revestimento
Os elementos de revestimento podem ser:
 planos ;
 curvos;
 ondulados;
 espaciais, em forma de pirâmide, etc.;
 Mistos.

Fig. 14 - Em cima, à esquerda, telha de betão; em cima, à direita, chapa metálica; em baixo,
aplicação de placas betuminosas

Elaborado por: Engo Borges Mate & Engo Claúdio Coimbra bpemate@gmail.com 11
CV3 Supervisar Técnicas de Alvenaria Resultado de Apredzagem 5: Supervisar o levatamento de uma coberturas

Fig. 15 - Em cima, à esquerda, revestimento plano de fibrocimento; em cima, à direita,


revestimento curvo ondulado de policarbonato; em baixo, à esquerda, revestimento plano ondulado
de fibrocimento; em baixo, à direita, revestimento em pirâmide de policarbonato
1.5.7. Quanto à dimensão dos elementos de revestimento
Os elementos de revestimento podem ser classificados nas seguintes categorias:
 pequenas dimensões
 telhas;
 soletos;
 médias dimensões
 chapas;
 grandes dimensões
 canaletes;
 painéis;
 cascas.
1.5.8. Quanto à opacidade dos elementos de revestimento
Os elementos de revestimento podem ser classificadas como:
 opacos;
 translúcidos;
 transparentes.

Elaborado por: Engo Borges Mate & Engo Claúdio Coimbra bpemate@gmail.com 12
CV3 Supervisar Técnicas de Alvenaria Resultado de Apredzagem 5: Supervisar o levatamento de uma coberturas

2. Supervisar a montagem da estrutura da cobertura nas paredes mestras.


2.1.Cobertura
Etapa da obra cuja finalidade principal é proteger a edificação das intempéries. Além disso, uma
cobertura (ou telhado) pode compor arquitetonicamente o aspecto de uma construção e também
proporcionar conforto térmico no seu interior.
Entre os materiais mais comuns aplicados em coberturas estão as pedras naturais (ex.: ardósia),
o metal (alumínio, zinco), a cerâmica e o fibrocimento.
2.2.Qualidades essenciais de uma boa cobertura:
 Impermeabilidade e estanqueidade;
 Resistência a esforços mecânicos;
 Inalterabilidade de forma e dimensões;
 Leveza;
 Secagem rápida após as chuvas;
 Facilidade de execução e manutenção.
Telhas cerâmicas: grande variedade de formas, facilidade de colocação.
Tipos mais comuns: colonial, francesa e "Plan";
Consumo aproximado de telhas por metro quadrado de telhado (Tabela 3):
Tabela 1 – Consumo de unidades de cada tipo de telha por m².

Elaborado por: Engo Borges Mate & Engo Claúdio Coimbra bpemate@gmail.com 13
CV3 Supervisar Técnicas de Alvenaria Resultado de Apredzagem 5: Supervisar o levatamento de uma coberturas

2.3.Tesoura de telhado com telha cerâmica.

Figura 16 – Detalhe de uma tesoura de telhado.


Tabela 2 - Dimensões comerciais de peças para tesouras (até 10 m de vão).

Figura 17 - Montagem de telhado de estrutura de madeira e telhas cerâmicas

Elaborado por: Engo Borges Mate & Engo Claúdio Coimbra bpemate@gmail.com 14
CV3 Supervisar Técnicas de Alvenaria Resultado de Apredzagem 5: Supervisar o levatamento de uma coberturas

Telhas de fibrocimento: grandes chapas onduladas, nos mais diferentes perfis, alta resistência
mecânica, peso reduzido, excelente estanqueidade, montagem fácil, grande número de peças e
acessórios complementares de fixação, vedação, etc. Por causa de problemas ligados à saúde do
trabalhador nas fábricas, os compósitos com fibra de amianto vêm sendo substituídos no mercado
por produtos de cimento reforçado com fibra sintética à base de PVA (Figura 58).

Figura 18 – Telhas de fibrocimento


Telhas metálicas (alumínio): peso reduzido, fácil execução, condutoras de calor, desconforto
térmico.
Algumas telhas têm dupla camada metálica, com enchimento de material isolante térmico. A

Figura 19 – Telha metálica termo isolante.

Elaborado por: Engo Borges Mate & Engo Claúdio Coimbra bpemate@gmail.com 15
CV3 Supervisar Técnicas de Alvenaria Resultado de Apredzagem 5: Supervisar o levatamento de uma coberturas

Telha de betão: fácil aplicação, medidas padronizadas e de bom acabamento. Apresenta a


desvantagem do maior peso por m2 de telha não aplicada. A baixa absorção de água, porém, pode
compensar esta desvantagem após a chuva.
Execução - aspectos fundamentais a serem estudados no projeto e execução de coberturas:
 Peso próprio do telhado;
 Sentido de montagem;
 Recobrimentos (longitudinal e transversal);
 Largura útil das telhas;
 Vãos máximos entre dois apoios;
 Balanços máximos;
 Presença de calhas;
 Dimensionamento das estruturas;
 Fixação das telhas;
 Proteção da madeira da estrutura do telhado e pintura das telhas;
 Custos.
Tabela 3 – Inclinação necessária e peso por m² de cada tipo de telha

Figura 20 – Telhado de fibrocimento embutido

Elaborado por: Engo Borges Mate & Engo Claúdio Coimbra bpemate@gmail.com 16
CV3 Supervisar Técnicas de Alvenaria Resultado de Apredzagem 5: Supervisar o levatamento de uma coberturas

Figura 21 – Formatos e posições de calhas e rufos.

3. Supervisar a instalação dos elementos de cobertura.


A cobertura, parte superior da edificação que a protege das intempéries, é constituída por uma
parte resistente (laje, estrutura de madeira, estrutura metálica, etc.) e por um conjunto de telhas
com função de vedação (telhado), podendo apresentar ainda um forro e uma isolação térmica.

3.1.Funções básicas que uma cobertura deve cumprir


Sendo a cobertura a parte superior das construções, destinado a dar-lhe proteção contra as
intempéries, esta deve cumprir as seguintes funções básica:
 Proteção das partes internas das construções;
 Dar inclinação adequada, de acordo com o tipo de telha utilizada, para drenar
 águas pluviais;
 Formar um "colchão de ar" entre o forro e a telha, possibilitando controle da temperatura
interna, melhorando as condições de conforto térmico.
3.2.Componentes das estruturas de sustentação dos telhados
A estrutura é considerada como o conjunto de componentes ligados entre si, com a função de
suportar o telhado.
A estrutura é composta por uma armação principal e outra secundária. A estrutura principal pode
ser constituída por tesouras, pontaletes ou por vigas principais sendo a estrutura secundária
constituída pelas ripas, caibros e terças. Para estruturas metálicas e de madeira onde são assentadas
telhas do tipo ondulada a estrutura secundária resumi-se basicamente em terças, frechais e
pontaletes.

Elaborado por: Engo Borges Mate & Engo Claúdio Coimbra bpemate@gmail.com 17
CV3 Supervisar Técnicas de Alvenaria Resultado de Apredzagem 5: Supervisar o levatamento de uma coberturas

3.2.1. Estrutura secundária


A estrutura secundária é um conjunto de componentes ligados entre si com a função de suportar o
telhado, podendo ser constituída das seguintes peças:
 Ripas: Peças de madeira pregadas sobre os caibros, atuando como apoio das telhas
cerâmicas;
 Caibro: Peças de madeira, apoiadas sobre as terças, atuando por sua vez como suporte das
ripas;
 Terças: Peças de madeira ou metálica, apoiadas sobre tesouras, pontaletes ou ainda sobre
paredes, funcionando com sustentação dos caibros (caso das telhas cerâmicas) ou telhas
onduladas (fibra de vidro, cimento-amianto, zinco, alumínio);
 Frechal: Viga de madeira ou metálica, colocada no topo das paredes com a função de
distribuir as cargas concentradas provenientes de tesouras, vigas principais ou outras peças
da estrutura. E comum , também, chamar de frechal a terça da extremidade inferior do
telhado;
 Terça cumeeira: Terça da parte mais alta do telhado;
 Pontaletes: Peças dispostas verticalmente, constituindo pilares curtos sobre os quais
apóiam-se as vigas principais ou as terças;
 Chapuz: Calço de madeira, geralmente de forma triangular, que serve de apoio lateral para
a terça;
 Contra ventamento: Peça disposta de forma inclinada, ligando as tesouras com a
finalidade de travar a estrutura. Esta disposição aumenta a estabilidade das tesouras, pois
com o seu intermédio a uma maior resistência à ação lateral do vento.

Figura 22. Estrutura secundária de uma cobertura

Elaborado por: Engo Borges Mate & Engo Claúdio Coimbra bpemate@gmail.com 18
CV3 Supervisar Técnicas de Alvenaria Resultado de Apredzagem 5: Supervisar o levatamento de uma coberturas

Figura 23. Pontaletes e contraventamento suportando uma cumeeira


3.2.2. Estrutura principal
A estrutura principal é um conjunto de componentes ligados entre si com a função de suportar a
estrutura secundária e o telhado, e como já dissemos anteriormente, pode ser constituída por
tesouras, pontaletes ou por vigas principais.
A tesoura e uma treliça de madeira ou metálica formada por barras ligadas pelas extremidades,
formando um conjunto rígido. Os pontos de união das barras, denominados de nó da treliça, são
admitidos rotulados, embora a ligação tenha alguma rigidez.
As treliças planas denominam-se isostáticas quando os esforços nas barras podem ser
determinados pelas três equações de equilíbrio da Estática. As treliças planas isostáticas podem
ser de três categorias:
a) Simples: formadas a partir de três barras ligadas em triângulo, juntando-se a estas
duas novas barras para cada novo nó rotulado.

Figura 24.Treliças planas isostáticas simples

Elaborado por: Engo Borges Mate & Engo Claúdio Coimbra bpemate@gmail.com 19
CV3 Supervisar Técnicas de Alvenaria Resultado de Apredzagem 5: Supervisar o levatamento de uma coberturas

b) Compostas: formadas pela ligação de duas ou mais treliças simples por meio de rótulas ou
barras birrotuladas;

Figura 25. Treliças planas isostáticas composta do tipo fink


c) Complexas: treliças isostáticas que não obedecem às regras de formação de treliças simples ou
compostas.
As treliças mais empregadas na prática são as simples e compostas. As treliças Howe apresentam
as diagonais comprimidas e os montantes tracionados. Nas treliças Pratt, as diagonais são
tracionadas e os montantes comprimidos. A treliça Warrem apresenta parte das diagonais
comprimidas e parte tracionada.
4. Supervisar o isolamento sob a cobertura.
4.1.Isolamento térmico
A camada de isolamento térmico deverá ser contínua, contornando eventuais elementos estruturais
emergentes em relação ao plano horizontal da esteira (Fig. 5). Serão referidos, mais adiante, os
requisitos a observar pelos materiais isolantes térmicos a aplicar nesta solução.
Quando o espaço do desvão se destine a área de arrumos, instalação de equipamentos ou se preveja,
por qualquer outra razão, a possibilidade de circulação sobre a esteira, dever-se-á aplicar uma
camada de protecção do material isolante térmico. A constituição desta camada dependerá do tipo
de isolante utilizado, nomeadamente no que diz respeito à sua resistência mecânica, características
físico-químicas (de forma a ser garantida a total compatibilidade entre estas duas camadas) e
resistência à água. É usual, nestes casos, o recurso a placas dos diversos materiais derivados da
madeira. Tendo em atenção que, em geral, os materiais que constituem a camada de protecção têm
uma baixa permeabilidade ao vapor de água, torna-se necessária a aplicação de uma barreira pára-
vapor entre a camada de apoio do isolamento térmico e a camada isolante, que poderá ser
constituída, a título exemplificativo, por folhas de polietileno com uma sobreposição de juntas não
inferior a 15cm. Evita-se, deste modo, uma concentração excessiva de vapor na face superior do
isolante térmico no Inverno e, consequentemente, um risco acrescido de ocorrência de
condensações.

Elaborado por: Engo Borges Mate & Engo Claúdio Coimbra bpemate@gmail.com 20
CV3 Supervisar Técnicas de Alvenaria Resultado de Apredzagem 5: Supervisar o levatamento de uma coberturas

4.1.1. Cobertura com estrutura contínua


No caso de se pretender que o desvão da cobertura inclinada tenha um comportamento termo-
higrométrico, torna-se necessário criar condições construtivas que o permitam, nomeadamente a
aplicação do sistema de isolamento térmico nas vertentes inclinadas da cobertura. O tipo de sistema
e a sua forma de aplicação variará de acordo com o tipo de estrutura.
No entanto, uma nota prévia merece especial referência: quer nos casos de estrutura contínua como
naqueles de estrutura descontínua, a camada de isolamento térmico deverá, sempre que possível,
ser aplicada na face exterior da estrutura. Procura-se, deste modo, manter os próprios elementos
estruturais na zona isolada do edifício, o que traz todo o conjunto de benefícios característicos do
facto de uma estrutura estar sujeita a uma variação de temperatura reduzida (neste caso, semelhante
à variação da temperatura interior). Adicionalmente, nos casos em que a estrutura disponha de uma
boa capacidade térmica, será esta aproveitada em benefício da inércia térmica do espaço interior
subjacente, melhorando assim o conforto interior. Algumas intervenções de reabilitação poderão
não prever a remoção do revestimento da cobertura pelo que, nestes casos, se poderá equacionar a
possibilidade de aplicação do material isolante térmico na face interior do elemento estrutural.
Aborda-se, em primeiro lugar, a situação de coberturas inclinadas com uma estrutura contínua,
casos em exista uma laje maciça ou aligeirada.
Está representada, na Fig. 6, a constituição de coberturas inclinadas com estrutura contínua. O
elemento estrutural poderá ser constituído por lajes maciças, aligeiradas ou pré-fabricadas,
devendo sempre poder constituir-se como suporte contínuo. Nos casos de lajes maciças, a sua
capacidade térmica é aproveitada para a inércia térmica do espaço interior, contribuindo assim
para uma maior facilidade na obtenção de condições de conforto no espaço subjacente.
A camada de regularização destina-se a criar uma superfície regular e desempenada que servirá de
base para a colocação da camada isolante térmica. Poderá ser constituída por uma argamassa ou
betonilha tradicionais, sendo que, dependendo da sua espessura, poderá fazer-se recurso a
betonilhas de inertes leves, como forma de contribuição para um melhor isolamento térmico. Deve
no entanto considerar-se que, nos casos em que tal seja necessário, os dispositivos de fixação do
material isolante atravessarão esta camada de regularização, pelo que a sua constituição deve
considerar os esforços daí resultantes.
Deve construir-se, em toda a zona perimetral das vertentes inclinadas, um elemento de travamento
à camada de isolamento térmico, que poderá ser constituído por argamassa tradicional ou por
Elaborado por: Engo Borges Mate & Engo Claúdio Coimbra bpemate@gmail.com 21
CV3 Supervisar Técnicas de Alvenaria Resultado de Apredzagem 5: Supervisar o levatamento de uma coberturas

elementos pré-fabricados em madeira (ripados). Estes elementos vão evitar a deslocação da


camada isolante que tem origem na tendência de deslizamento devida à inclinação da vertente da
cobertura.
A fixação do material isolante dependerá do tipo de isolamento a aplicar, bem como da inclinação
da cobertura. Os materiais pouco rígidos ou flexíveis deverão sempre ser fixos à estrutura mediante
dispositivos apropriados ao material em questão. Os materiais de isolamento térmico rígidos
poderão dispensar a fixação em coberturas cuja inclinação seja inferior a 15º (27%), salvo
situações específicas essencialmente relacionadas com zonas de grande exposição ao vento ou
outras solicitações ao plano da cobertura que aconselhem uma forte solidarização do conjunto.
A fixação dos materiais rígidos é realizada, em geral, fazendo recurso a buchas plásticas
apropriadas (Fig. 7), que devem ter o comprimento suficiente para penetrarem no suporte estrutural
cerca de 3,0 a 4,0 cm. Devem utilizar-se quatro buchas por placa rígida de isolamento térmico,
colocadas a cerca de 10/15 cm dos seus cantos.
Nos casos em que exista uma camada auxiliar de impermeabilização colocada sob o isolante
térmico, não é conveniente a utilização de meios de fixação mecânicos, uma vez que a sua
execução implica a perfuração das camadas adjacentes. Assim, para se evitar a perfuração daquela
camada de impermeabilização, é conveniente a fixação da camada de isolamento térmico mediante
o recurso a meios aderentes como colas. Deve no entanto assegurar-se que a cola utilizada é
compatível com o suporte e o material isolante seleccionado. Por outro lado, deve atender-se a que
não é aconselhável a utilização de fixação por meios aderentes em coberturas cuja inclinação seja
superior a 30º (58%). Nestes casos apenas será admissível a fixação mecânica.
A colocação do material isolante deve ainda ter em atenção a necessidade de continuidade nesta
camada, incluindo zonas de cumeeira e laró. Nestas últimas, e quando existam caleiras constituídas
por materiais que impeçam a passagem do vapor de água (materiais com muito baixa
permeabilidade ao vapor como o zinco), deve aplicar-se sob o isolamento térmico uma barreira
pára-vapor. O objectivo desta operação é o de evitar a passagem de vapor de água para a face
superior do isolamento, onde se concentraria devido à existência da caleira, aumentando assim
significativamente o risco de ocorrência de condensações.

Elaborado por: Engo Borges Mate & Engo Claúdio Coimbra bpemate@gmail.com 22
CV3 Supervisar Técnicas de Alvenaria Resultado de Apredzagem 5: Supervisar o levatamento de uma coberturas

Fig. 26 - Fixação mecânica de isolante térmico numa cobertura inclinada com estrutura contínua
4.1.2. Telhas
As telhas, por si só, não asseguram em geral um isolamento térmico compatível com a utilização
do desvão para habitação, para o que se recorre a soluções construtivas e materiais específicos, tais
como:
 espuma rígida de poliuretano em placas;
 poliestireno expandido extrudido ou moldado em placas;
 lã mineral (ou de rocha) em mantas;
 aglomerado negro de cortiça em placas;
 granulado negro de cortiça a granel;
 lã de vidro em mantas.

Fig. 27 - Soluções de isolamento térmico em coberturas de estrutura descontínua: em sótão


habitado (à esquerda) e em laje de esteira de um telhado sem forro (à direita)
5. Verificar a aplicação das técnicas apropriadas seguindo as boas práticas.
5.1.Estruturas de apoio tipo tesouras
As armações tipo tesouras correspondem ao sistema de vigas estruturais treliçadas, ou sejam,
estruturas isostáticas executadas com barras situadas num plano e ligadas umas ao outras em suas
extremidades por articulações denominadas de nós, em forma de triângulos interligados e
constituindo uma cadeia rija, apoiada nas extremidades.

Elaborado por: Engo Borges Mate & Engo Claúdio Coimbra bpemate@gmail.com 23
CV3 Supervisar Técnicas de Alvenaria Resultado de Apredzagem 5: Supervisar o levatamento de uma coberturas

5.2.Tipos de tesouras
Independente do material a ser utilizado na execução de estruturas tipo tesoura, as concepções
estruturais são definidas pelas necessidades arquitetônicas do projeto e das dimensões da estrutura
requerida, onde podemos ter os seguintes esquemas:

T e s o u ra s im p le s
T e s o u ra c o m la n te r n im

T e s o u ra s im p le s c o m a s n a s

T e s o u ra c o m la n te r n im

T e s o u ra c o m tir a n te s e e s c o ra s T e s o u ra s e m lin h a

T e s o u ra d e m a n s a rd a T e s o u ra tip o s h e e d

T e s o u ra d e a lp e n d r e

Figura 28: esquemas de tesouras


5.3.Elementos de uma tesoura e terminologia
Para orientar a comunicação com o pessoal nas obras a terminologia das peças que compõem um
telhado é a seguinte:
3

14
2 1

5 7 8 10

2
12 11

6
9
13

– 11 – E s c o ra
1 R ip a s 6 – F re c h a l
– 12 – P o n t a le t e , m o n t a n t e ou p e n d u ra l
2 C a ib r o s 7 – C hapuz
3 – C u m e e ir a s 8 – P e rn a ou em pena 13 – F e rra g e m ou e s t r ib o
– 14 – fe rra g e m ou c o b r e ju n t a
4 T e rç a s 9 – L in h a , t e n s o u ou t ir a n t e
15 – V is t a , t e s t e ir a ou aba
5 - C o n tra fre c h a l 10 – P e n d u ra l o u p e n d u ra l c e n tra l
16 – M ão fra n c e s a

Figura 29: elementos de uma tesoura e terminologia

Elaborado por: Engo Borges Mate & Engo Claúdio Coimbra bpemate@gmail.com 24
CV3 Supervisar Técnicas de Alvenaria Resultado de Apredzagem 5: Supervisar o levatamento de uma coberturas

5.4.Detalhes de ligações dos elementos – sambladuras e entalhes


São tipos de ligações práticas entre duas peças de madeiras definidas após verificação das
resistências das superfícies de contacto ao esmagamento e, às vezes, ao cisalhamento de um
segmento da peça (caso específico dos nós extremos da tesoura).

x b
2 cm α
a
d
90º
Di

b
re
çã
o
do
de
nt

J u n ta e x tre m a p a ra
e

α pequeno
X pequeno

ão

Su rm
pe
c.

Sucção

c . p e rm
0
10

6 mm
b
6 mm

Figura 30: Detalhes de ligações dos elementos

Elaborado por: Engo Borges Mate & Engo Claúdio Coimbra bpemate@gmail.com 25
CV3 Supervisar Técnicas de Alvenaria Resultado de Apredzagem 5: Supervisar o levatamento de uma coberturas

5.5.Detalhes dos elementos de amarração


São os elementos de amarração e de ancoragem que proporcionam a ligação que deve existir entre
a edificação e a cobertura. Usualmente os elementos de amarração são constituídos de barras,
braçadeiras, cantoneiras ou chapas de aço colocados de forma a fixar as tesouras ou cavaletes
firmemente nas lajes, vigas ou paredes da construção de forma a suportar os possíveis esforços
médios de arrancamento ou movimentação da cobertura (ventos, chuva, e dilatação térmica).

Fugura 31: Detalhes dos elementos de amarração

5.6.Detalhes dos elementos de ancoragem


Os elementos de ancoragem são necessários quando são maiores os esforços de arrancamento da
estrutura de cobertura, exigindo dessa forma a execução de dispositivos de aprisionamento das
tesouras com maior critério. Nos esquemas a seguir são mostrados sete tipos de ancoragem mais
usuais e seus resultados em termos de desempenho (carga média de ruptura).

Figura 32: Detalhes dos elementos de ancoragem

Elaborado por: Engo Borges Mate & Engo Claúdio Coimbra bpemate@gmail.com 26
CV3 Supervisar Técnicas de Alvenaria Resultado de Apredzagem 5: Supervisar o levatamento de uma coberturas

5.7.Detalhes dos elementos de captação de água


Os elementos de captação de águas pluviais de coberturas compõem o sistema de coleta e condução
das águas que vai desde o telhado propriamente dito até ao sistema público de destinação dessas
águas (drenagem superficial e subterrânea da via pública). Em geral os elementos de captação e
condução são executados em chapas de ferro galvanizado, mas podem ser de PVC rígido,
fibrocimento ou betão armado impermeabilizado.
A colocação e fixação dos elementos de captação de água devem ocorrer pouco antes do arremate
final do telhado e o engenheiro deve verificar os seguintes pontos antes de liberar a continuidade
dos trabalhos, pois é prudente evitar retorno de operários sobre a cobertura para fazer reparos para
não causar danos às telhas e acessórios e com isso provocar infiltrações e goteiras:
 conferir as emendas (soldas e rebites);
 verificar se o recobrimento mínimo é respeitado (8 cm em telhados comuns);
 fazer um teste de vazamento e caimento (ver se água fica parada em pontos da calha);
 ver se existem juntas de dilatação em calhas com mais de 20m;
 verificar os pontos de impermeabilização.

C a lh a m o ld u r a p a r a b e ir a l 8
8
8 8
10
10 8
10 8 35
22 25
17
16 70 17 89
55
60 60 60
16 17
17
55 65 89

8
C a lh a a m e r ic a n a p a r a b e ir a l
8 10
10 8
8 8
10 36
8 31
25
75 86
65
65 75 91

91
65 71

C a lh a q u a d r a d a p a r a e n c o n tr o c o m p a r e d e

15 15
10 10
10 10

80 80 100 100
75 75

80
100 100

Elaborado por: Engo Borges Mate & Engo Claúdio Coimbra bpemate@gmail.com 27
CV3 Supervisar Técnicas de Alvenaria Resultado de Apredzagem 5: Supervisar o levatamento de uma coberturas

C a lh a d e p la t ib a n d a
15 15
10 10 15 15
150
120
110

100
80 85

R u f o in t e r n o
10
10
10

75 85 105
15 15 15

150 170
200

R u fo e x te rn o
10
10 10

60 70 80

170 10 10
190 10
230

R u f o c o m p in g a d e ir a

220
140
135 40
80 40 80 15
55 40 15
15
15
15
15

C a lh a d e á g u a f u r t a d a
13 13 10
13 13 10 10
10
12 12
12 12
90 90 105 105

13 13 10
10 30 30
10
12 12 10
130 130 250 250

Figura 33: Detalhes dos elementos de captação de água


Elaborado por: Engo Borges Mate & Engo Claúdio Coimbra bpemate@gmail.com 28
CV3 Supervisar Técnicas de Alvenaria Resultado de Apredzagem 5: Supervisar o levatamento de uma coberturas

5.8.Glossário na área de execução de coberturas


Água – é o tipo de caimento dos telhados em forma rectangular ou trapezoidal (meia - água, duas
águas, três, quatro águas).
Alpendre - cobertura suspensa por si só ou apoiada em colunas sobre portas ou vãos. Geralmente,
fica localizada na entrada da edificação.
Amianto – originado do mineral chamado asbesto, composto por filamentos delicados, flexíveis
e incombustíveis. É usado na composição do fibrocimento.
Beiral – parte da cobertura em balanço que se prolonga além da prumada das paredes.
Caibros – peças e madeira de média esquadria que ficam apoiadas sobre as terças para distribuir
o peso do telhado.
Calha – é canal ou ducto em alumínio, chapas galvanizadas, cobre, PVC ou latão que recebe as
águas das chuvas e as leva aos condutores verticais.
Cavalete – é a estrutura de apoio de telhados feita em madeira, assentada diretamente sobre laje.
Chapuz – é o calço de madeira, geralmente em forma triangulas que serve de apoio lateral para a
terça ou qualquer outra peça de madeira.
Clarabóia – é a abertura na cobertura, fechada por caixilho com vidro ou outro material
transparente, para iluminar o interior.
Contrafrechal – é a viga de madeira assentada na extremidade da tesoura.
Cumeeira – parte mais alta do telhado no encontro de duas águas.
Empena, oitão ou frontão - cada uma das duas paredes laterais onde se apoia a cumeeira nos
telhados de duas águas.
Espigão – intersecção inclinada de águas do telhado.
Frechal – é a componente do telhado, a viga que se assenta sobre o topo da parede, servindo de
apoio à tesoura. Distribui a carga concentrada das tesouras sobre a parede.
Platibanda – mureta de arremate do telhado, pode ser na mesma prumada das paredes ou com
beiral.
Policarbonato - Material sintético, transparente, inquebrável, de alta resistência, que pode
substituir o vidro, proporcionando grande luminosidade.
Recobrimentos – são os transpasses laterais, inferior e superior que um elemento de cobrimento
(telha) deve ter sobre o seguinte.
Rincão (água furtada) – canal inclinado formado por duas águas do telhado.
Ripas – são as peças de madeira de pequena esquadria pregadas sobre os caibros para servir de
Elaborado por: Engo Borges Mate & Engo Claúdio Coimbra bpemate@gmail.com 29
CV3 Supervisar Técnicas de Alvenaria Resultado de Apredzagem 5: Supervisar o levatamento de uma coberturas

apoio para as telhas.


Tacaniça – é uma água em forma triangular.
Terças – são as vigas de madeira que sustentam os caibros do telhado, paralelamente à cumeeira e
ao frechal.
Tirante – é a viga horizontal (tensor) que, nas tesouras, está sujeita aos esforços de tração.
Treliça – é a armação formada pelo cruzamento de ripas de madeira. Quando tem função
estrutural, chama-se viga treliça e pode ser de madeira ou metálica.
Varanda – área coberta ao redor de bangalôs (casas térreas), no prolongamento do telhado.
Concepção e construção: Telha cerâmica
Sistema de suporte: alvenaria

Figura 34

Elaborado por: Engo Borges Mate & Engo Claúdio Coimbra bpemate@gmail.com 30
CV3 Supervisar Técnicas de Alvenaria Resultado de Apredzagem 5: Supervisar o levatamento de uma coberturas

5.9.Concepção e construção da Telha cerâmica


5.9.1. Assentamento das telhas
Nota: para telhas de encaixe, começar por baixo, à direita ou à esquerda, consoante o sentido de
encaixe lateral das telhas.

5.9.2. materiais e componentes


5.9.2.1.ripado e contra-ripado;
fixações;
caleiras em larós, algerozes e impermeabilização;
janelas, clarabóias, chaminés e outros elementos emergentes;
forros, guarda-pós e subtelhas;
5.9.2.2.beirais e beirados
5.9.2.2.1. Algumas regras de concepção e cuidados de execução em obra de camadas de
forma:
 A camada de forma deverá ser assente numa superfície limpa e rugosa, que será
previamente molhada;
 A camada de forma deverá ter uma espessura superior a 3 cm e não ultrapassar os 30 cm;
 é necessário bolear todas as arestas vivas, no encontro com elementos emergentes da
cobertura;
 as juntas estruturais da edificação devem acompanhar a camada de forma;
 dever-se-á executar juntas de dilatação (15mm em cada 15m), incluindo nas zonas de

Elaborado por: Engo Borges Mate & Engo Claúdio Coimbra bpemate@gmail.com 31
CV3 Supervisar Técnicas de Alvenaria Resultado de Apredzagem 5: Supervisar o levatamento de uma coberturas

remates Com elementos emergentes da cobertura;


 As betonagens deverão ser executadas em painéis de 3.00m x 3.00m, alternadamente
(fissuração por retracção);
 A camada de forma deverá apresentar-se seca, para poder receber a camada seguinte
(impermeabilização).

Figura 35:
6. Verificar a limpeza do local de trabalho.
A Limpeza Técnica é o processo de remoção de sujidades, mediante a aplicação de agentes
químicos, mecânicas ou térmicos, num determinado período de tempo. Consiste-se na limpeza de
todas as superfícies fixas (verticais e horizontais) e equipamentos permanentes, das diversas áreas
do recinto. Com o objetivo de orientar o fluxo de pessoas, materiais, equipamentos e a frequência
necessária de limpeza.
Segundo FERREIRA (2009), as acções de limpeza são muitas vezes subestimadas, apesar dese
tratar de soluções economicamente mais vantajosas, em comparação com as acções de reparação.
Este tipo de operação apresenta uma grande importância para a resolução de determinadas
anomalias, tais como acumulação de sujidade em fachadas e coberturas, devido à poluição ou
desenvolvimento microbiológico.
Para o elemento construtivo em estudo, e segundo RODRIGUEZ (2005), as acções de limpeza e
lavagem de coberturas é considerada a acção de manutenção mais utilizada durante a sua vida útil.
Segundo FLORES (2002), a metodologia de diagnóstico consiste em:

Elaborado por: Engo Borges Mate & Engo Claúdio Coimbra bpemate@gmail.com 32
CV3 Supervisar Técnicas de Alvenaria Resultado de Apredzagem 5: Supervisar o levatamento de uma coberturas

 identificar o defeito, através da aplicação de medidas provisórias de contenção;


 encontrar as causas mais prováveis de determinado defeito, agindo sobre este;
 encontrar uma solução e controlar o resultado;
 impedir a reincidência dos defeitos em causa em outras situações, actuando logo de início.
7. Respeitar as regras de saúde e segurança no trabalho.
A garantia de segurança e saúde nos locais de trabalho é um direito de todos os trabalhadores e
também um imperativo constitucional.
Nos dias de hoje é comummente aceite que o sucesso das organizações está intimamente
relacionado com a qualidade das condições de trabalho que as entidades empregadoras
providenciam aos seus colaboradores. Desta forma, as condições de Segurança e Saúde no
Trabalho, tornam-se importantes para o aumento da motivação dos colaboradores, o que, por sua
vez, resulta num potencial aumento da competitividade, num aumento da produtividade, e na
redução do absentismo com a diminuição de ocorrência de acidentes e doenças profissionais.
Desta forma, a Segurança e Saúde no Trabalho surge cada vez mais, não só como uma obrigação
legal, mas principalmente, como uma necessidade, a vários níveis, intensificando-se a sua
importância nas organizações.
São Direitos dos trabalhadores:
 Trabalhar em condições de segurança e saúde;
 Receber informação sobre os riscos existentes no local de trabalho e medidas de proteção
adequadas;
 Ser informado sobre as medidas a adotar em caso de perigo grave e iminente;
 Receber informação e formação necessárias ao desenvolvimento da atividade em
condições de segurança e de saúde;
 Ser consultado e participar nas questões relativas à segurança e saúde no trabalho;
 Ter acesso gratuito a equipamentos de protecção individual, sempre que se aplique;
 Realizar exames de saúde na admissão, antes do início da prestação de trabalho, exames
de saúde periódicos e ocasionais;
 Afastar-se do seu posto de trabalho em caso de perigo grave e iminente.

Elaborado por: Engo Borges Mate & Engo Claúdio Coimbra bpemate@gmail.com 33
CV3 Supervisar Técnicas de Alvenaria Resultado de Apredzagem 5: Supervisar o levatamento de uma coberturas

São Deveres dos trabalhadores:


 Cumprir as regras e as instruções dadas pelo empregador em matéria de segurança e saúde
no trabalho e utilizar corretamente os equipamentos de proteção coletiva e individual;
 Zelar pela sua segurança e saúde, bem como pela segurança e saúde das outras pessoas que
possam ser afetadas pelo seu trabalho;
 Utilizar corretamente máquinas, aparelhos, instrumentos, substâncias perigosas e outros
equipamentos e meios colocados à sua disposição;
 Contribuir para a melhoria do sistema de segurança e saúde existente no seu local de
trabalho;
 Comunicar de imediato ao superior hierárquico todas as avarias e deficiências por si
detetadas;
 Contribuir para a organização e limpeza do seu posto de trabalho;
 Participar na formação sobre segurança e saúde no trabalho;
 Comparecer às consultas e aos exames determinados pelo médico do trabalho.

Elaborado por: Engo Borges Mate & Engo Claúdio Coimbra bpemate@gmail.com 34

Você também pode gostar