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10 A BIBLIOTECONOMIA BRASILEIRA Template
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DOI: https://doi.org/10.21728/logeion.2023v9n2.p178
https: p178-198
A BIBLIOTECON
ECONOMIA BRASILEIRA NA DÉCAD CADA DE 1980
um olhar discurs
iscursivo a partir dos artigos publicados
os na Revista
R de
Biblioteconomia de Brasília
Gabrielle Francinne
Franc de S. C. Tanus1
Universidade Federal
eral do Rio Grande do Norte
gf
gfrancinne@gmail.com
_______________________
____________
Resumo
Os discursos da Biblioteconomia
nomia brasileira são objeto de estudo desta pesquisa,, que se
s concentrou nos artigos
publicados durante a décadaa de 19801 na Revista de Biblioteconomia de Brasília.
lia. Es
Essa revista, cujo primeiro
número foi publicado em 1973, 73, encerrou
en suas atividades em 2001 e teve como foco
co as ááreas de Biblioteconomia,
Ciência da Informação, Arquivo
rquivologia e afins. Com a intenção de discutir sobre bre dois
do conceitos centrais da
Biblioteconomia - o de bibliotec
blioteca e o de bibliotecário - analisamos as produções
ções que versavam sobre tais
categorias de análise. A pesquis
esquisa é, então, considerada exploratória, de cunho ho bib
bibliográfico, cujo método
empregado foi o da análise se de conteúdo. Essa década foi marcada pela importân portância da informação e da
tecnologia como fatores responsá
sponsáveis pelo desenvolvimento social e econômicoo do país. A biblioteca, nesse
contexto de uma sociedade da informação,
inf é marcada pela discussão da automaçãoão de seus serviços e produtos.
O bibliotecário, visto como um profissional
pr da informação, também tem um importante
ortante papel a desempenhar na
sociedade, inclusive, o de estar
tar ao lado dos mais vulneráveis.
Palavras-chave: Epistemologialogia da Biblioteconomia. Análise de conteúdo. Revista
evista de Biblioteconomia de
Brasília. Institucionalização da Biblioteconomia.
Bib
Bra
Brazilian library science in the decade of 1980
an discussive analysis
sis of the
t articles published in the Revista de Biblioteco
lioteconomia de Brasília
Abstract
The discourses of Brazilian Librarianship
Libra are the object of study of this research,, which
whic focused on the articles
published during the 1980s in the Revista de Biblioteconomia de Brasília. This journ journal, whose first issue was
published in 1973, ended itss activities
activ in 2001 and focused on the areas of Librariansh
arianship, Information Science,
Archival Science and the like. e. With
Wit the intention of discussing two central concepts ts of L
Librarianship - the library
and the librarian - we analyzed
zed the productions that dealt with such categories of analysis.
analy The research is, then,
considered exploratory, of a bibliographic
biblio nature, whose method used was the content
ntent aanalysis. This decade was
marked by the importance of information
inf and technology as factors responsible le for the country's social and
economic development. Thee library,
librar in this context of an information society, is marked by the discussion of the
automation of its services andnd products.
pro The librarian, seen as an information profession
fessional, also has an important
role to play in society, including
ding that
th of being on the side of the most vulnerable.
Keywords: Epistemology of Librarianship. Content analysis. Journal off Lib
Librarianship of Brasília.
Institutionalization of Librarianshi
rianship.
1
Professora do Departamento nto de Ciência da Informação da Universidade Federal
eral do
d Rio Grande do Norte
(UFRN). Mestra e Doutoraa em Ciência
C da Informação (UFMG). Trabalhou comoo bibli
bibliotecária do Sistema de B
2,3
Estudantes de Biblioteconomi
onomia da Universidade Federal do Rio Grande doo Norte.
Nor Bolsista de Iniciação
científica no projeto intitulado
do "Discursos
"D contemporâneos da Biblioteconomia", vincu
vinculado ao Departamento de
Ciência da Informação (DECIN--UFRN).
Esta obra
o está licenciada sobumalicença
Creati
CreativeCommonsAttribution 4.0 International (CCCC BY-NC-SA
BY 4.0).
LOGEION: Filosofia
fia da informação,
i Rio de Janeiro, v. 9, n. 2, p. 178-198
198, mar./ago. 2023.
ARTIGO
1 INTRODUÇÃO
LOGEION: Filosofia
fia da informação, Rio de Janeiro, v. 9, n. 2, p. 178-198
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ARTIGO
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fia da informação, Rio de Janeiro, v. 9, n. 2, p. 178-198
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ARTIGO
A discussão sobre
bre o ensino da Biblioteconomia é também uma marca dessa década.
Em 1982, foi instauradoo o segundo
se currículo mínimo, que estabeleceu
ceu qu
que a duração do curso
seria de quatro anos, noo mínimo,
mín e de sete, no máximo, mas não sem
em crí
críticas que reverberam
nos eventos e nas publicaçõ
blicações da área. Ademais, uma nova questão
tão ad
adentrou o cenário da
Biblioteconomia brasileira
leira - a chegada dos microcomputadores - que
ue deu certa concretude ao
ensino acerca da automação
ação que, “[...] que até então, era ensinado como conhecimento quase
‘abstrato’ de automação
ão nos Cursos de Bacharelado em Biblioteconomi
onomia (SOUZA, 2009, p.
128).
A sistematização
ção dos
d acontecimentos e dos discursoss da Biblioteconomia é
imprescindível para que possamos compreendê-la do pontoo de vista histórico e
epistemológico. Algumas
as pesquisas
pe mais recentes voltaram-se paraa os discursos,
d como as de
Marques e Saldanha (2018)
2018), Xavier et al (2019), Gama (2021) e Tanus,
Tanu Oliveira e Araújo
(2022). Estas últimass autoras,
auto em específico, analisaram os discursos
discu da Revista de
Biblioteconomia de Brasília
sília, publicados na década de 1970. Nessa direção,
direçã visando continuar
a observação dos discursos,
ursos, o objetivo geral deste trabalho foi dee analisar
anal os discursos de
autoras e autores brasileir
rasileiros publicados na Revista de Biblioteco
teconomia de Brasília, 180
especificamente, acercaa dos conceitos de biblioteca e de bibliotecário,
rio, ao longo da década de
1980. Conhecer e compree
ompreender essas duas categorias - biblioteca
oteca e bibliotecário - é
imprescindível para a Biblioteconomia,
Bibliot porque elas são o centro de seu campo
ca científico, mas,
que, obviamente, não se restringe
restr a elas.
2 PROCEDIMENTOS
S METODOLÓGICOS
ME
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fia da informação, Rio de Janeiro, v. 9, n. 2, p. 178-198
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ARTIGO
científicos, conformando
do a classificação
c deste trabalho a partir dee seu objetivo, que vai ao
encontro da pesquisa exploratória
explo e bibliográfica (GIL, 2002). O método
mét adotado para o
desenvolvimento desta pesquisa
pesqu foi o de análise de conteúdo (BARDIN
RDIN, 2011), que envolve
três fases: 1) a de pré-análise
análise; 2) a de exploração do material, categorizaç
orização ou codificação; 3)
e a do tratamento dos resultados,
resulta das inferências e da interpretação.
Detalhadamente,
e, foram
fora realizados os seguintes processos: identificação
ident de todos os
artigos publicados na Revista
Revis de Biblioteconomia de Brasília durante
urante a década de 1980;
seleção dos artigos com
m potencial
po de análise, isto é, voltados para
ra a discussão
d acerca das
bibliotecas e dos bibliotecá
liotecários; leitura integral dos artigos seleciona
ecionados e produção dos
fichamentos dos artigos
gos selecionados
se e do texto final. Importante
tante explicitar
e que esses
conceitos (biblioteca e bibliotecário)
biblio foram mobilizados em artigos em cujos
cu títulos e resumos
nem sempre essa presença
sença era tão óbvia, por isso foi necessário
io incluir
incl um conjunto de
produções que poderiam
m trazer
traz esse discurso a fim de obtermos umaa completude
com do tema e do
contexto de produção.
Durante a década
ada de
d 1980, foram publicados, na Revista de Biblioteconomia de
Brasília, dez volumes (v. 8 ao 17), semestralmente, portanto, 20 fascíc
fascículos e mais de 200 181
artigos. Para analisar o conteúdo,
co foram selecionados 38 artigos
gos de
d autores e autoras
brasileiros/as (ver Apêndice)
ndice). Depois da seleção e de ler cada um dos artigos,
ar procedemos à
análise textual, conforme
me disposto
di nas seções a seguir. Interessante
te perceber
per que os artigos
dessa década ainda se aproximam
aprox das características já apontadas na década
déc anterior (1970),
isto é, com uma média de dez
de páginas e um conjunto de referências menor,
meno comparado com as
recentes publicações (mais
mais extensas
ex e com mais referências).
Serão apresentadas,
adas, a seguir, as duas categorias escolhidass intencionalmente
inte para a
análise de conteúdo.
3.1 BIBLIOTECA
Algumas interpretaçõ
pretações a respeito das bibliotecas resultaram
am da leitura dos autores
analisados, de modo que são apresentadas discussões sobre bibliote
ibliotecas de multimeios,
automação das biblioteca
liotecas, bibliotecas públicas (bibliotecaa popular)3,
po bibliotecas
3
O estudo de Ribeiro (1986)
6) traz a informação de que é considerado o primeiroo estud
estudo de usuários aplicado à
Biblioteca Pública no Brasil.
asil. A pesquisa foi solicitada pela Prefeitura Municipal
ipal dde Recife, que objetivava
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ARTIGO
universitárias (articuladas
das com
co a educação de usuários), bibliotecass em hospitais,
h bem como a
implementação de bibliotec
bliotecas-laboratório nos Cursos de Bibliotecono
teconomia. É interessante
acrescentar que um doss artigos
artig sinaliza que, após a realização do evento ‘Seminários Novos
Rumos’, na Escola de Biblioteconomia
Biblio da UFMG, em 1983, houve uma m
mudança de ideia dos
participantes que, antes,
es, associavam
ass a biblioteca a um acervo bibliográfico,
bibliog um local de
estudo ou de trabalhoo do bibliotecário,
b e passaram a concebê-la
la numa
num perspectiva mais
ampliada, “como um espaço
espaç de diálogo e intercâmbio de informaçõe
rmações” (VIEIRA, 1983,
p.182). Além disso, ass bibliotecas
bibl são associadas a centros de documentação,
docum centros de
informação e unidades de informação.
inf
O termo ‘biblioteca
oteca de multimeios’ trabalhado por Sueli Amaral
Amar (1987) enfatiza a
inclusão de materiais não convencionais
co que se diferenciam dos materiais
materi bibliográficos de
acordo com suas especificaçõ
ificações. As bibliotecas (unidades de informação)
ação), que também podem
ser denominadas de “centro
centro e/ou serviço de documentação e/ou informa
formação”, devem incluir,
em seus acervos, os mais
ais diferentes
dife registros, independentemente doo suporte
supo ou do formato. A
autora salienta que a inserção
inser de outros materiais requer a organiz
rganização adequada e a
divulgação para os usuários,
uários, o incentivo do seu uso e espaços adequado
quados para isso dentro da 182
biblioteca. Alguns problema
blemas que são apontados perpassam a insuficiên
ficiência da graduação em
incluir esse debate, o que ocasiona um desconhecimento da organiza
ganização (processamento
técnico) dos materiais de multimeios,
mu falta de instrumentos adequados
ados e suficientes para seu
controle bibliográfico, mercado
merca de trabalho pouco explorado e umaa litera
literatura incipiente sobre
o tema ‘multimeios’.
Esses novos e outros tipos de registros envolvem o desenvolvim
volvimento da tecnologia.
Porém, nos artigos, é notório
notó o debate acerca da automação,, da informatização
i e da
mecanização. Alguns dos autores
au que trabalham com essas discussões
sões são:
sã Murilo Bastos da
Cunha (1984, 1985); Nice Figueiredo (1986); Regina Célia Monteneg
ntenegro de Lima (1986);
Eliane Serrão Alves Mey
ey (1988);
(1 Andreia S. P. Pinheiro, Eleonora
ra R. C. Franco, Maria do
Carmelo Quartin Graça (198
1987); Jaime Robredo (1986) e Tarcísio Zandona
andonade (1984). Podemos
dizer que, nessa década,
a, destacaram-se
des as produções bibliográficass voltadas
volta para as questões
tecnológicas e suas inclusões
inclus a partir de diversas manifestações
ções nas
n bibliotecas, nas
disciplinas e nos eventos,
os, a saber:
s
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ARTIGO
A automação
aut de bibliotecas e sistemas de informação
ação bibliográfica vem sendo
discut
discutida há algum tempo nos congressos nacionais de Biblioteconomia
Bib no país. O
tema automação
a dos processos e produtos bibliográficos
cos tem crescido em volume de
literat
literatura publicada e sua importância tem também ambém aumentado na área
biblio
biblioteconômica, na medida em que é quase imprescindíve
indível, na atualidade, o uso do
compu
computador nas diversas tarefas executadas pela biblioteca
bibliot moderna (CUNHA,
1985, p.1-2).
Considerando o contexto
cont da época, ainda marcado ainda pela incipiente
in entrada dos
equipamentos e das formas
rmas automatizadas
a de trabalho, não podemos
os estranhar
estr essa busca por
entender seu impacto. Nessa direção, em alguns escritos, enfatiza-se
se o marco da introdução
tecnológica dentro da “sociedade
“socie informatizada”, em particular, no esp
espaço das bibliotecas,
descrevendo as novas vivências
vivên que passariam a surgir com uma frequência
frequ cada vez mais
crescente, em que se aufere
aufer que “a automação das tarefas gerencia
renciais e administrativas
(aquisição, empréstimo,
o, circulação
cir etc.) já é uma realidade em
m nu
numerosas bibliotecas
brasileiras [...]” (ROBREDO
REDO, 1986, p.65), apesar das inúmeras dificuldad
culdades ou da resistência:
Lamentavelmente, [nós], profissionais da Biblioteconom
Lame conomia, temos aprendido a
refuga o mito das máquinas pensantes mais pela
refugar ela su
sucessão de fracassos na
autom
automação de bibliotecas, ainda que não registrados na literatura
lit especializada, do
que pela
p convivência com sistemas operacionais bem m sucedidos
suc (ZANDONADE,
1984, p. 6).
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A biblioteca
bib pública é uma demonstração prática da fé da democracia na educação
univer
universal, considerada como um processo contínuo ao longo
lo de toda a vida e no
reconh
reconhecimento de que a natureza do homem se realiza
aliza no
n saber e na cultura. A
biblio
biblioteca pública é o principal meio de proporcionar
nar a todos o livre acesso aos
regist
registros dos conhecimentos e das ideias do homem mem e às expressões de sua
imagi
imaginação criadora (TSUPAL, 1987, p.154, grifo nosso).
sso).
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ARTIGO
O destaque tipográfic
ográfico na citação - “num país de censura” - revela
rev a consciência do
autor sobre o momentoo histórico
histó e político que acometia o país, a ditatura
ditatur civil militar (1964-
1985). Entre as dezenass de artigos
a lidos, esse registro não foi encontrado
ntrado em outros textos ou
na década anterior, 1970, nos artigos analisados dessa revista
ta (TANUS;
(TA OLIVEIRA;
ARAÚJO, 2022). Outra
ra questão
que importante é o uso da palavra democrac
mocracia, mostrando que a
informação, a biblioteca
teca e os bibliotecários têm compromissos
issos inadiáveis com o
desenvolvimento do país
aís e com
co a construção democrática.
As bibliotecas universitárias
unive são destacadas como subsistemas
temas do sistema que é a
Universidade (NEVES,, 1987).
1987 Para isso, deve acompanhar as mudanças
danças daquela instituição,
inclusive dos serviços ofertados,
oferta para que continuem sendo bem aceitos
ceitos por sua comunidade,
185
e não, obsoletos. Para acompanhar
acom a missão de instituição, a biblioteca
ioteca universitária precisa
contar com um pessoall de alto
al nível, capaz de se comunicar com sua exigente
ex clientela, com
necessidades de informação
ação bastante diversificadas, tanto na quantidade
tidade quanto na qualidade
(NEVES, 1987).
A biblioteca universit
iversitária, como objeto de estudo de pesquisa,
sa, foi abordada por Neusa
Dias Macedo (1982), que atentou
ate para conhecer, por meio dos usuários,
ários, questões pertinentes
às bibliotecas, como, por
or exemplo,
exe seu uso, os hábitos de leitura, o conhecimento
conhe das fontes, a
normalização e a metodolog
odologia de pesquisa. Infelizmente os resultados
ltados apontaram para um
desconhecimento e pouco
uco uso
u da biblioteca, o que poderia alterarr parte da realidade com o
cumprimento da disciplina
iplina ‘Orientação Bibliográfica’. Nessa perspect
rspectiva, a “educação de
usuários”, também nomeada
meada de orientação bibliográfica, pesquisa bibliográfica
biblio e instruções
para uso da biblioteca,, desempenharia
dese um importante papel na comunid
munidade acadêmica para
aumentar seu uso ou o conhecimento
conhe dos serviços, dos produtos e dos
os recursos
rec informacionais
(CUNHA, 1986), um tema
ema em crescimento desde a década anterior.
Percebemos quee alguns
algu artigos produzidos tratavam da associaçã
sociação das bibliotecas às
terminologias dos centros
tros de documentação. A partir de então, passou
assou-se a entender que os
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3.2 BIBLIOTECÁRIOS
A década de 1980
80 apresenta
apr algumas produções referentes aoo processo
proc de formação do
bibliotecário, em que se discute
disc sobre a importância de se revisar e adaptar
adap constantemente o
currículo profissional, atentando
atenta para as transformações ocorridass na sociedade
s e no meio
profissional. São cadaa vez mais frequentes os discursos voltados
os para
par as tecnologias de
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Conforme Mueller
ler (1984,
(1 p. 164), o que se deseja não é integrar
tegrar os diferentes cursos
ligados à informação, mas que
q esses profissionais tenham uma ampla visão e treinamento
diversificado, que aproxim
proxime uma área das demais, identificando
icando semelhanças que
possibilitassem estabelecer
lecer um núcleo comum básico de formação
ção profissional.
pr Assim, a
formação desses profissionai
sionais da informação seria otimizada.
Retomando as questões
quest tecnológicas, Robredo (1984) enxerga
xerga como algo que irá
agregar valor ao desenvolvi
nvolvimento das atividades informacionais,, visto que o bibliotecário
poderá utilizar os produtos
dutos gerados em processos automatizados com o uso do computador
em quase toda as etapas
as do ciclo informacional. No que se refere aos serviços
se bibliográficos
automatizados, Gomess (1982)
(198 afirma que os bibliotecários desenvolve
nvolveram suas atividades
distanciados dos pesquisador
uisadores, quando, na verdade, deveriam reunir-se
se conforme suas áreas
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4 CONSIDERAÇÕES
S FINAIS
FIN
O enfoque ressaltado
altado nesta pesquisa foi a descrição analíticaa dos artigos
a escritos pelos
autores brasileiros da área da
d Biblioteconomia e da Ciência da Inform
Informação durante toda a
década de 1980. Especific
ificadamente, voltamos nossa mobilização
ação para a Revista de
Biblioteconomia de Brasília
sília - RBB (1973-2001), uma das pioneiras
iras no
n campo de estudos
biblioteconômicos e que publicou diversos trabalhos de pesquisa
squisadores brasileiros e
estrangeiros. Embora tais produções
pro abarquem diversos tópicos versados
rsados em questões ligadas
192
ao campo da Biblioteconom
economia, centralizamos nosso objetivo em analisar
anal duas categorias
estabelecidas a priori: as bibliotecas
bib e os bibliotecários.
As discussões dessa
dess época foram marcadas por temas
as como
co informatização,
mecanização, entrada dos computadores
co e, por sua vez, técnicas dee introdução
intro da automação
nos processos bibliotecário
tecários e outros equipamentos tecnológicos
icos nos ambientes das
bibliotecas, que promoveram
veram reflexões sobre as bibliotecas e seus profiss
rofissionais, bem como no
ensino e na própria Bibliotec
blioteconomia. Assim, nesse momento marcado
ado pe
pelas tecnologias, “[...]
a Biblioteconomia, como
omo ciência
c responsável pela administração
ão da memória social do
homem, deverá ter na informática
inform sua principal aliada e colaboradora”
ra” (ZANDONADE,
(Z 1984,
p. 6), o que reflete também
ambém nas relações interdisciplinares acadêmica
dêmicas e profissionais, a
começar pelos analistass de sistema.
si
Destarte, a informaçã
ormação, como objeto de estudo e de trabalho,
lho, ta
também ganha espaço
nas discussões e é apresentad
sentada como um elemento de desenvolvimento
nto e de
d progresso no país.
A importância da infraestrut
aestrutura governamental para o provimento da informação,
in por meio
dos serviços de informação
ação e das indústrias de informação associadas
iadas ao setor quaternário,
marca uma “nova ordem
m da informação” (ROBREDO, 1986). As bibliote
ibliotecas e as escolas, por
exemplo, estão dentroo das “indústrias da educação”, que, por sua vez,
v estão dentro da
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ARTIGO
“indústria do conhecimento”
ento”, as quais têm a informação como fatorr de desenvolvimento
d e de
poder, tônica da “sociedade
dade da
d informação” (ROBREDO, 1986, p. 65). Po
Portanto, não é atípico
encontrar pontos de vista
ista de que a informação é poder, um caminho
nho para
pa a democratização
(SILVA, 1986b), um direito de todos, e entendida como recurso econôm
conômico, social e político
(BREGLIA; GUSMÃO,
O, 1986).
198
Como a biblioteca
teca é um espaço que trabalha com os registros
stros do
d conhecimento em
vários suportes e formatos
rmatos, elas desempenham um papel importan
portante no acesso e na
democratização da informaç
formação e do conhecimento. Aos bibliotecários
cários, ora designados de
profissionais da informação,
ação, fica clara também a responsabilidade social diante dos inúmeros
desafios que são postos
tos em um país marcado pelas desigualdades
es sociais.
soc Nessa direção,
convém destacar as críticas
cas realizadas
r em torno de um classismo doo bibliotecário
bibl que tende a
reproduzir as ideias dos
os grupos
gr dominantes (VERGUEIRO, 1988).
8). Souza
So (1986b, p. 96)
refere que “a Biblioteconomi
onomia, no Brasil, está eivada de acomodação
ão e conservadorismo,
co falta
de profissionalismo e muitos
muito outros vícios que fazem dela umaa inocente
inoc útil ao sistema
reinante”. Uma literatura
ura científica
cie que despontou como uma “Bibliote
iblioteconomia crítica”, ao
desvelar a manutenção de uma
um pretensa ordem social, as desigualdades
des do país, e que convoca 193
os bibliotecários a repensarem
ensarem sua função e ação com vistas a transforma
formar a realidade social e
a focar nas comunidades,
es, nas pessoas.
Há uma diversidade
sidade de autores brasileiros que publicaram
am na revista na década
investigada, notadamente,
nte, houve
ho um crescimento de artigos quandoo comparado
comp com a década
anterior. É possível encontr
ncontrar também autores de outras nacionalidad
alidades que tiveram seus
artigos traduzidos para
ra o português, o que revela uma influência
ência e um interesse da
comunidade brasileira nos estudos de: Lester Asheim, Herbertt Goldhor,
Gold Guy Garisson
(Estados Unidos); Salvato
alvatore Carbone (Itália); Álvaro Agudo,
do, Virgínia
V Betancourt
(Venezuela); F. W. Lancast
ancaster, T. D. Wilson (Inglaterra), Stephen Parker
Park (Inglaterra?). De
modo geral, tratar da análise
nálise dos discursos da Biblioteconomia podee ser uum percurso bastante
proveitoso quando se direciona
direcio a compreender o que pode ser construíd
nstruído com a vastidão de
conhecimentos que essa
sa área
áre científica tem a oferecer. São múltiplas
tiplas as oportunidades de
externalizar os entendiment
imentos obtidos a respeito de seu trajeto desafia
desafiador ante ao cenário
brasileiro e que sinalizam
am o momento de realização e construção discurs
iscursiva da realidade, em
especial, do desenvolvimento
imento da Biblioteconomia brasileira.
LOGEION: Filosofia
fia da informação, Rio de Janeiro, v. 9, n. 2, p. 178-198
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ARTIGO
REFERÊNCIAS
FIGUEIREDO, N. M. Aplicação
Aplica de computadores em bibliotecas: estudo comparativo entre
Bra Revista de Biblioteconomia de Brasília
países desenvolvidos e o Brasil.
n. 2, 1986.
asília, Brasília, DF, v. 14,
194
GAMA, T. O. da S. Oss bibliotecários
bibli e a sua memória: um estudo sobre os discursos
circulantes nas edições do Congresso
Co Brasileiro de Biblioteconomiaa e Documentação
Do (1954-
1979). 142 f. Dissertação
ão (Mestrado
(M em Memória Social) - Universidade
idade Federal
F do Estado do
Rio de Janeiro, 2021.
KNYCHALA, C. H. O laboratório
labor no ensino da Biblioteconomia: coerênc
oerência entre teoria e
prática. Revista de Bibliotec
lioteconomia de Brasília, Brasília, DF, v. 9,, n. 1, 1981.
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