Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A Constituição Federal de 1988 foi o marco inicial que estabeleceu o recurso especial. Seu
objetivo foi desafogar o STF (“crise do recurso extraordinário”). Indicação de que o próprio STJ
já nasceu sob a perspectiva de ser um “filtro”.
2.2. Criação do STJ como forma de maximizar a proteção do direito objetivo federal
A ideia que se tinha era de que, com a criação de uma nova Corte, o alívio para o STF seria tal
que o mecanismo da arguição de relevância, vigente à época, se tornaria desnecessário.
A triste realidade, porém, é que a criação do STJ não resolveu a crise do recurso
extraordinário, embora a Corte tenha contribuído enormemente para a consolidação da
cidadania no Brasil
3.2.Função uniformizadora
Essa função se dirige à conformação de uma unidade jurídica e à garantia do respeito aos
princípios da igualdade perante a lei e da legalidade. Busca-se que haja uniformidade na
aplicação e interpretação das regras e princípios jurídicos em todo o território submetido à sua
vigência
Num seio de uma sociedade de massa, na qual, como não poderia ser diferente, processos
muito similares se repetem aos milhares (senão aos milhões, em alguns casos), a falta de
uniformidade é um convite bastante atrativo à litigiosidade.
Se todos podem ter razão, os incentivos à litigância aumentam consideravelmente de ambos os
lados, pois, na penumbra da incerteza, há sempre uma chance de vitória (ou, digamos, de
vantagem) a motivar a propositura de um processo judicial.
3.3.Função dikelógica
3.4.Função paradigmática
No Brasil, a regra é que cada decisão judicial só tenha eficácia entre as partes e os
precedentes tenham caráter persuasivo, servindo tão somente de orientação para a livre
convicção do juiz (CPC (LGL\2015\1656), art. 371). desde a reforma do Poder Judiciário de
2004, é possível notar o recrudescimento de um movimento por parte da academia no sentido
de aumentar a força dos precedentes
O ano de 2017 foi o de menor crescimento no estoque19, isso se deve atribuir, em grande
medida, às diversas estratégias adotadas recentemente pelos legisladores e juristas de toda
sorte envolvidos na missão comum de frear a litigiosidade de massa. O remédio para essa crise
não pode ser outro, portanto, a nosso sentir, que não o defendido há décadas por Pires e
Albuquerque e Victor Nunes Leal: diminuir o número de processos que acorrem ao Superior
Tribunal de Justiça.
Para fazer frente ao volume sempre crescente de processos, as decisões tornaram-secada vez
mais individuais, em detrimento da técnica de julgamento em colegiado
A multiplicação de óbices – cuja aplicação, como visto, é marcada por inerente grau de
subjetividade – tem conduzido o Tribunal, em determinados casos concretos, a adotar também
a subjetividade para a finalidade oposta, ou seja, para flexibilizá-los, em hipóteses em que o
exame do recurso especial se impõe a bem do sistema. Caminha-se paulatinamente, já,
portanto, para a prática da ideia de arguição de relevância, como imperativo de sobrevivência
do STJ na qualidade de tribunal de uniformização do direito federal.
Com o filtro da relevância, prevemos que será retrilhado o caminho inverso, no sentido do
retorno ao julgamento colegiado e do abrandamento do rigor dos óbices, em situações
limítrofes, como no tocante ao exame da explicitude do prequestionamento materialmente
verificado no conteúdo do acórdão.
4.2.Experiência estrangeira
EUA: É aceito para julgamento o caso que obtiver a concordância de quatro juízes (rule of
four). Os critérios para admissão envolvem fatores não somente jurídicos, mas também
políticos. Não basta que o recorrente demonstre erro de direito; deve demonstrar que é
essencial para o sistema a solução de sua causa pela Suprema Corte. Entre os fatores que
Costumam justificar a concessão writ of certiorari, menciona Ives Gandra divergência na
interpretação da legislação federal, desrespeito notório aos procedimentos judiciais correntes e
repercussão geral de determinada questão de
legislação federal.
Critérios mais precisos que possibilitem a segurança de que haverá exame mais frequente de
questões federais, abordadas de forma discrepante nos diversos Tribunais de segundo grau.
Cumpre evitar que o inatingível ideal de tornar objetivos os critérios de admissibilidade dos
recursos especiais, por natureza subjetivos, conduzam a um sistema de “filigranas legislativas”
que naufrague num “preciosismo detalhista.
Preconiza-se, portanto, um sistema flexível que, embora marcado pela subjetividade inerente à
função de julgar, seja de fácil compreensão pelos profissionais do direito e pela coletividade
dos jurisdicionados. O modelo, já testado com êxito, deve ser, no nosso entendimento, o
adotado pela EC 45/2004 (LGL\2004\2637)
Por jurisprudência dominante, entendemos a consolidada na Seção competente do STJ.
Não se trata de uma arguição de relevância pura, mas de um modelo híbrido, dual, que
concebe duas possibilidades para a apreciação das causas pelo STJ: para aquelas de diminuto
valor, uma avaliação mediante o sistema da relevância; e para aquelas de considerável valor,
uma avaliação mediante o sistema de alçada.
5. Conclusão
Mais oportunidade de ter o seu mérito analisado, o que, por ventura, também reforçaria a
função nomofilática dos recursos dos tribunais de cúpula