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Direito Processual Civil I

Prof.ª Vanuza

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

▪ Conceito: é o ramo do direito que contém as regras e os princípios que tratam da jurisdição
civil, isto é, da aplicação da lei aos casso concretos, para a solução dos conflitos de interesses
pelo Estado-juiz;
▪ Processo civil: Conflito de interesses + pretensão levado ao Estado-juiz;
▪ O poder e o direito são unos e indivisíveis;
▪ Mas, por razões técnicas e didáticas a ciência processual os desdobra em numerosos ramos,
porém, não há como considerá-los isoladamente;
▪ O processo civil tem ligações com todos os demais ramos do direito, com alguns mais
intensas, com outros menos;
▪ O Processo Civil e a Constituição Federal;
o A maior parte dos princípios que rege o processo civil está na CF/88, e alguns deles
foram reproduzidos nos primeiros artigos do CPC;
o Como princípios são diretrizes que devem conduzir a aplicação e a interpretação das
normas, é impossível estudar e compreender o processo civil sem recorrer à
Constituição;
o São exemplos de normas constitucionais que têm relevância para o processo civil a
garantia geral do acesso à justiça (art. 5º, XXXV), a da isonomia (art. 5º, caput e inc.
I) e a do contraditório (art. 5º, LV).
▪ Processo Civil e Processo Penal;
o São subdivisões do direito processual. Existe uma teoria geral do processo, que estuda
os princípios e institutos fundamentais da ciência processual, aplicáveis ao processo
civil, ao penal, ao trabalhista, ao tributário etc;
o Os institutos fundamentais (jurisdição, ação, defesa e processo) e os princípios
estruturais (devido processo legal, isonomia, contraditório) são os mesmos.
▪ Processo Civil e Direito Penal;
o A restauração de um direito violado terá de ser feita pela jurisdição civil, sob pena de
constituir crime previsto na lei penal como de “exercício arbitrário das próprias
razões”, salvo nos raros casos em que se autoriza a autotelia;
o O direito penal também se entrelaça com o direito processual civil, pois várias
ilicitudes praticadas no curso do processo configuram delitos punidos pelo Código
Penal , como o falso testemunho ou falsa perícia.
▪ Processo civil e direito público;
o O processo civil não se presta à aplicação, ao caso concreto, apenas do direito privado,
mas também do público. As contendas entre o particular e a Fazenda Pública são
veiculadas em processos cíveis.
▪ Processo civil e direito privado;
o O direito empresarial e o direito civil são os que fornecem as regras materiais que o
juiz deve aplicar na composição da maioria dos litígios que lhe são submetidos a
julgamento.
▪ Síntese da evolução histórica;
o Processo Civil na Antiguidade (no Direito Romano);
❖ Confusão entre ação e direito;
❖ Três fases:
• Predominantemente oral (legis actiones);
• Base escrita (período formulário);
• Escrita (extraordinária cognitio) – surgiram princípios e regras que
tratavam do exercício da jurisdição e da formação do processo, desde
o seu início até a sentença.
o Idade média;
❖ Persiste a confusão entre ação e direito;
❖ Invasões bárbaras (prova legal e ordálias);
• O papel do juiz era mais reduzido, pois a sua decisão não era dada com
base na própria convicção, mas no resultado mecânico da soma dos
valores das provas;
• Cada uma tinha o seu valor, e aqueles que as apresentassem mais
valiosas venceriam a demanda, independentemente da convicção do
juiz (prova legal e ordálias).
❖ Fusão entre direito romano e bárbaro.
o Processo Moderno;
❖ Oskar von Bulow, 1868;
• Publicou, na Alemanha, uma obra denominada de “Teoria dos
pressupostos processuais e das exceções dilatórias”. Por que essa é tida
como o marco inicial?
❖ Autonomia do processo civil;
• Foi o momento em que o processo ganhou autonomia, em que se deu
início à superação do pensamento imanentista (inseparável), que não
distinguia a ação e o direito material.
❖ Distinção entre direito material e processual;
❖ Criação de princípios e institutos próprios.
o Processo Atual (e novas perspectivas);
❖ O processo civil tem, nos dias de hoje, passado por grandes alterações.
Surgiram novos movimentos e tendências, que se prestam a atender às
necessidades das sociedades contemporâneas.
❖ Facilitação do acesso à justiça;
• Facilitação do acesso de todos, ou seja, a lei deve adotar mecanismos
que permitam que todos possam levar ao judiciário os seus conflitos,
reduzindo-se a possibilidade da chamada litigiosidade contida, em que
a insatisfação não é levada a juízo e permanece latente.
❖ Duração razoável do processo;
• A demora na solução dos conflitos traz ônus gravosos àquele que
ingressa em juízo, o que estimula o adversário a tentar prolongar
indefinidamente o processo. Devem-se buscar mecanismos que
repartam esses ônus.
❖ Instrumentalidade das formas;
• O processo é instrumento que deve ser sempre o mais adequado
possível para fazer valer o direito material subjacente.
▪ Tutela de interesses coletivos e difusos: é decorrência direta da exigência de garantia de acesso
à justiça. Há direitos que estão pulverizados entre os membros da sociedade, o que traz riscos
à sua proteção, se esta não for atribuída a determinados entes;
▪ Universalização: todos os valores aqui mencionados poderiam ser resumidos neste: a busca
pela democratização e universalização da justiça, única situação em que o Judiciário cumprirá
idealmente o seu papel, que é o de assegurar a todos a integral proteção de seus direitos;
▪ Busca de formas alternativas de solução de conflitos: ao mesmo tempo em que a Constituição
assegura a todos o acesso à justiça, a lei processual estimula a busca pela solução consensual
dos conflitos de interesses e assegura o uso da arbitragem, na forma legal;
▪ Constitucionalização do direito processual: os princípios do processo civil estão, em grande
parte, na Constituição, e as normas devem ser interpretadas sob a ótica constitucional, que
permite falar em um direito constitucional processual.
▪ Efetividade do processo:
o O processo tem de ser instrumento eficaz de solução dos conflitos;
o O consumidor do serviço judiciário deve recebe-lo de forma adequada, pronta e
eficiente;
o A técnica não deve ser um fim último, mas estar a serviço de uma finalidade, qual seja,
a obtenção de resultado que atende ao que se espera do processo, do ponto de vista
ético, político e social.

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