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Direito – Pindamonhangaba – 1° e 2º DD

Teoria Geral do Processo


Aula n. 01 – 1º Semestre 2022
PROFESSORA – RAFAELA VICENTE MORISHITA
RECADOS IMPORTANTES AOS ALUNOS
• 1 – CHAMADA 2 X NAS AULAS

• 2 – PARTICIPAÇÃO EM SALA DE AULA GANHARÁ 1 PONTO NA MÉDIA FINAL (MEU CRITÉRIO)

• 3 – PROVAS P1 E P2

• 4 – COPIOU DO COLEGA NA PROVA PERDE 0,5.

• 5 – EM CADA AULA TRAREI QUESTÕES DA OAB E CONCURSOS EM QUE O GABARITO SERÁ


DISPONIBILIZADO NO GRUPO DE WHATSAPP DA TURMA

• 6 – O material de apoio será a apostila. Os slides e questões serão um complemento da aula, e


todos eles poderão ser matérias de objeto de prova.
TEORIA GERAL DO PROCESSO

• AULA 01 - NOÇÕES PRELIMINARES DO PROCESSO


• O PROCESSO vem do latim procedere, seguir adiante.
• É marcha avante;
• A expressão direito processual vem do direito alemão.
Direito processual é um conjunto de princípios, de regras e de
instituições que visa solucionar o litígio entre as partes.
Não se trata de algo isolado, mas de um conjunto, de um todo, de
um sistema.
• Há regras próprias, como o Código de Processo Civil, o Código de
Processo Penal, a CLT.
2.1 Pontos iniciais

• A vida em sociedade exige a observância de dois vocábulos: “partilhar” e “conviver”.

• Ocorre que o indivíduo, em sua essência, tende a privilegiar: o que é seu, de seu interesse ou do interesse
de seu grupo. Daí aparecem os conflitos.

• O papel do Direito, neste contexto, é exatamente ordenar a sociedade, harmonizar os interesses, evitar
desgaste e sacrifício excessivos entre os membros da sociedade
• No Brasil, por exemplo, podemos apontar a questão das terras indígenas como uma convergência de
interesses.

• Podemos, então, apontar o litígio como o conflito de interesses ou a incompatibilidade entre interesses
colocados em uma relação.

• Visando impedir que a lei do mais forte impere sobre a do mais fraco, o direito surge, como regulador das
relações sociais (“ubi societas, ibi jus”).

O interessado procura a “Justiça”... Ele está atrás de assistência, amparo, defesa e


proteção de seus direitos. Ele precisa da tutela jurisdicional, ele precisa de um julgador
imparcial que examinará seu pedido e fará com que este direito seja efetivado. O órgão
encarregado de apreciar este pedido é o Poder Judiciário.
Ocorre que existe uma forma, um meio para se receber esta tutela do Estado Juiz.
Aí entramos no que se denomina de “processo”.
O processo, tradicionalmente, é visto como o instrumento democrático através do qual a
jurisdição se opera.
Hoje, devemos lembrar que os interesses em pauta não são apenas individuais. Os
interesses podem ser coletivos ou ainda, difusos. Para cada interesse em conflito o órgão
jurisdicional deverá entregar a proteção que é buscada, através do processo.
Direito Material x Direito Processual

• Diante dos direitos atribuídos pela lei aos membros da sociedade, temos o surgimento de várias
normas de direito material, que são as que indicam os direitos de cada indivíduo ou grupo de
indivíduos.

• Por outro lado, as normas processuais são instrumentais, pois só existirão se houver um
titular de direito material desrespeitado, ou que ele julgue que tenha sido desrespeitado e, diante
disso, recorra ao Judiciário para que o garanta.

• O processo não é um fim em si mesmo, é um instrumento, um meio de buscar a satisfação de


um direito material desrespeitado

• . Assim, as normas de direito processual regem o instrumento adotado pelo Estado-Juiz para fazer
valer os direitos daqueles que a ele recorreram.
I – EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO PROCESSO

1 – NO ESTRANGEIRO

Inicialmente, a forma de solução de conflito era confiada aos sacerdotes.

• Em outras oportunidades, os conflitos eram solucionados pelos


anciãos.

• O processo vai surgindo no curso do tempo.


• 1.1 Direito Romano

• O direito processual romano é comumente dividido em três fases


através das quais se pode acompanhar sua evolução através dos
séculos, vejamos:

• 1ª Fase: chamada de período primitivo ou arcaico e vai da fundação


de Roma (754 a.C.) até o ano de 149 a.C

➢ Vale apontar ainda que, nesse período, a execução


pessoal ainda era a regra.
• 2ª FASE: O período formulário recebe seu nome da adoção de fórmulas escritas no processo
anteriormente oral.

➢ O processo ainda se encontra dividido na forma outrora mencionada. Deve-se atentar que na fórmula
do processo de caráter ordinário deveria conter a questão do caso, uma explicação dos fatos, uma
atribuição de direitos e o pedido de decisão do Juiz. No procedimento extraordinário, concedia-se a
solução da causa em favor do autor ou do réu conforme seu entendimento, criando uma nova fórmula
que compunha o direito material.

➢ Nesse período o processo passa a se iniciar com uma intimação privada do autor ao réu que, caso
desrespeitada, poderia se converter em uma condução à força ao juízo perante testemunhas.

➢ A execução passou a ser regida por ato separado e não mais se tratava de responsabilidade pessoal,
embora o réu respondesse com todo o patrimônio.

➢ Foi instituída também a execução especial mediante a qual o credor poderia tomar posse de um bem
do devedor e caso a dívida não fosse paga, o bem iria à venda em procedimento que seria a origem
da venda em hasta pública.
• 3ª FASE: Na fase cognitio extraordinária ou pós-clássica tem-se a consolidação da jurisdição nas mãos
do poder público e de seus funcionários, com o fim da divisão do processo.

➢ O processo perde boa parte da oralidade e aumenta a formalidade.

➢ Aparece também a citação por escrito.

➢ Além disso, a ausência do réu depois da contestação não impedia o julgamento em seu favor com base
nas provas.

➢ A decisão final (sententia), nunca confundida com as decisões instrumentais do processo


(interlocutiones), era, graças à organização hierárquica da jurisdição, passível de uma apellatio, que
encaminhava a lide, em última instância, até o imperador, e de recursos extraordinários como a
supplicatio e a antiga restitutio in integrum.
1.2 Processo Germânico

No processo germânico, a jurisdição era exercida pelo povo.

O procedimento era totalmente oral.

As Ordálias, ou juízos de Deus, eram:

a) a prova pelo fogo; Em que o réu tinha de caminhar sobre as brasas durante certo tempo ou braseiro; b) pela água fervendo; c)
pela prova do cadáver; d) pela prova de água fria; Se submergisse, estava dizendo a verdade. Se voltasse à tona, era considerado
culpado; e) pela prova da serpente. Em que somente seria picado se fosse culpado.

Na antiga Pérsia, para se descobrir a verdade, havia a prova do arroz. A pessoa deveria engolir certa quantidade de arroz, ainda cru. Se não
digerisse o cereal, estaria mentindo.

“Toda mulher de quem se saiba ser alcoviteira será queimada viva; se existirem apenas comentários, e ela negar, será absolvida
pela prova do fogo.”
- mulher que mexerica; intrigante, leva e traz.
• A norma acima é uma espécie de ordália.

• As ordálias eram provas divinas a que se submetiam os acusados quando as provas não eram suficientes para uma convicção
de certeza, ou seja, substituam o juízo humano pelo juízo divino que, por ser infalível, não cometeria injustiças. Em caso de
dúvida, a ordália era o instrumento jurídico invocado.
1.3 França
Na França, a Ordenação Civil de Luiz XIV, de 1667, ofertou os fundamentos para o Código de Processo
Civil francês de 1806.

1.4 Portugal
As Ordenações Afonsinas (1446) eram divididas em 05 livros. O terceiro livro era referente ao processo
civil.
As Ordenações Manuelinas (1521) fazia a compilação das leis promulgadas depois do Código anterior. O
processo civil era previsto no livro terceiro.
As Ordenações Filipinas (1603) eram compostas por 05 livros. O terceiro era o referente ao processo civil.
2 – NO BRASIL

• Constituição de 1824. Regulamento 737, de 25 de novembro de 1850.

• Consolidação das Leis do Processo Civil. Decreto n. 736, de 16 de setembro de 1890.

• Constituição de 1891. Surgimento de Códigos Estaduais.

• Constituição de 1934. Constituição de 1937.

• CPC de 1939. Constituição de 1946.

• Constituição de 1967. Emenda Constitucional n. 1/1969.

• CPC de 1973. Lei 7.244, de 07 de novembro de 1984.

• Constituição de 1988. Lei 9.099, de 26 de dezembro de 1995.

• A partir de 1992 foram sendo feitas pequenas reformas no CPC. Lei 13.103, de 16 de março de 2015.

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