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Direito processual do trabalho I 1

EVOLUÇÃO HISTÓRICA

Não se pode construir um Futuro sem que antes conheçamos o Passado.

“Nenhum jurista pode dispensar o contingente do passado a fim de bem compreender as instituições
jurídicas dos dias atuais.” (WALDEMAR FERREIRA – 1962)

Etimologia da palavra TRABALHO:

Deriva do latim “tripalium”, que era uma espécie de instrumento usado por agricultores para bater, rasgar
e esfiapar o trigo, milho e linho.

No século VI, os Romanos criaram um instrumento semelhante aos dos agricultores e com o mesmo nome,
com a finalidade de TORTURAR.

✓ Evolução mundial:

Escravidão; O escravo era considerado como uma “coisa”;

Sem direitos;

Propriedade do “dominus”

Platão e Aristóteles: O trabalho tinha sentido pejorativo (ele diminuía a pessoa).

✓ Evolução com a participação do Estado:


CONFLITOS
O Estado não participava na resolução dos conflitos entre empregados e
empregadores; =

✓ Intervenção estado: PARALIZAÇÃO


1. Imposição de acordo;
=
2. Mediador
3. Arbitro -Julgador. MENOS IMPOSTOS
Juntas de conciliação e julgamento (DEC. Nº 22.132/32

1º vogal: EMPREGADO

PRESIDENTE: Bacharel ou adv. Nomeado pelo presidente da


Formação República.

2º vogal: EMPREGADOR.

Notificação: Via postal; Via edital ou policial.

Audiência: Hoje.

Menores e mulheres casadas: Não poderiam pleitear sem a necessidade dos pais ou responsável legal, ou
seja, só poderiam pleitear com a autorização do pai ou do marido.

Função: Dirimir conflitos coletivos (relacionados às convenções coletivas)

Acidente de trabalho – Justiça comum;

Somente empregados sindicalizados tem acesso à Junta;


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Essas comissões só faziam a Conciliação e NÃO O JULGAMENTO.

Princípios do processo do trabalho


Conceito: é o início/origem de algo. A maioria dos princípios processuais se encontram na lei e na CF.

Divisão:

a. Gerais: encontrados na CF.


b. Específicos: inerentes ao D.P.T

José Cretella Jr (1988:7) afirma que “princípios de uma ciência são as proposições básicas, fundamentais,
típicas que condicionam todas as estruturações subsequentes. Princípios, neste sentido, são os alicerces
da ciência”.

a. Princípios gerais:

✓ Direitos de petição (Art. 5º, XXXIV, a, CF).


XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de
poder;

✓ Devido processo legal:


• Garantia para as partes;
• O juiz não poderá criar um processo diferente do que já determina a lei.
• Visa a proteção da vida, da liberdade e da propriedade.

✓ Juiz natural: Juízo adequado para o julgamento de determinada demanda, ou seja, ninguém pode ser
julgado senão por autoridade devidamente investida de jurisdição.
• Já existem regras/ normas / leis que fixam a competência;
• Proibição de juízos extraordinários ou tribunais de exceção. (trib. Criados após os fatos) (art. 5º,
XXXVII, CF): “XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;”.

OBS: TRIBUNAIS DE EXCEÇÃO: (ART. 5º, XXXVII, CF): É aquele instituído em caráter temporário e/ou
excepcional; Tal corte NÃO CONDIZ com o ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO;

É constituído ao OPOSTO DOS PRINCÍPIOS básicos de direito constitucional processual, tais como:
contraditório e ampla defesa; legalidade, igualdade...

✓ Publicidade: (ART. 93, IX, CF); cujo objetivo é o de permitir o controle democrático e social das
atividades do Poder Judiciário.
✓ Fundamentação das decisões: (ART. 93, IX, CF);

“IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as
decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes
e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do
interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação;”

Os dois sob pena de nulidade.

✓ Celeridade: (art. 5º, LXXVIII, CF).


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LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os
meios que garantam a celeridade de sua tramitação.

b. Princípios específicos

✓ PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO AO TRABALHADOR:


O princípio da proteção é a direção que norteia todo o sentido da criação do direito do trabalho, no
sentido de proteger a parte mais frágil na relação jurídica – o trabalhador – que até o surgimento de
normas trabalhistas, em especial desta especializada, se via desprotegido face a altivez do empregador.
O princípio da proteção determina um tratamento favorável e preferencial ao EMPREGADO, como
forma de compensar sua usual fragilidade socioeconômica e desigualdade verificada no plano dos fatos,
em contraponto à figura do empregador.
ALGUNS BENEFÍCIOS:
▪ Gratuidade do processo - sem custas (art.790, §3º, CLT);
▪ Assistência judiciária gratuita (aos empregados sindicalizados) - art. 14, lei nº 5.584/70;
▪ Inversão do ônus da prova;
▪ Propositura da ação: último local de trabalho do empregado – visando menores gastos a este e
melhores chances de prova – art. 651, CLT;
▪ O empregado não faz depósito recursal – somente o empregador;

✓ Jus postulandi:
É a possibilidade do empregado e do empregador litigarem sem a necessidade de constituírem advogados,
ou seja, confere aqueles sujeitos da relação de emprego capacidade postulatória para prática de atos
processuais, como se infere do art. 791 da CLT:
Art. 791, CLT: “Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmente perante a Justiça do
Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final”.

Limitações e Exceções:

Cabe esclarecer que, em se tratando de recurso perante o Supremo Tribunal Federal ou no Superior
Tribunal de Justiça, este deverá ser subscrito por advogado, sob pena de o apelo não ser conhecido.
SÚMULA 425 DO TST.

JUS POSTULANDI NA JUSTIÇA DO TRABALHO. ALCANCE.


O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, LIMITA-SE ÀS VARAS DO TRABALHO E AOS
TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de
segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho.

✓ Perícia: No processo do trabalho é o próprio oficial de justiça que avalia o bem quando vai fazer a
penhora do mesmo, eliminando a necessidade de contratação de perito;
✓ Audiência una: A realização da audiência una, na qual é feita a tentativa de conciliação e também é
apresentada a defesa juntamente com a realização de provas, pode ser considerada uma simplificação
do procedimento processual;
✓ Comunicação: A comunicação se dá pelo correio. O oficial de justiça se dá somente em casos especiais;

Fontes do Direito Processual do trabalho


✓ FONTES MATERIAIS:
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O conjunto de fontes materiais se apresenta como o NASCEDOURO da própria CONSTRUÇÃO JURÍDICA


“formalizada”, isto é, “são o complexo de fatores que ocasionam o surgimento de normas, compreendendo
fatos e valores”.

São consideradas fontes materiais os acontecimentos sociais em sentido amplo, os fatores


econômicos, os traços culturais, as construções éticas e morais de uma sociedade, além das nuances
políticas.

✓ FONTES FORMAIS:

As Fontes Formais, por sua vez, são o resultado da pulsão das fontes materiais, caracterizando-se como a
realização concreta e efetiva destas últimas.

As Fontes Formais são “o fenômeno de exteriorização final das normas jurídicas, os mecanismos e
modalidades mediante os quais o direito transparece e se manifesta”.

Nesse sentido, essa modalidade de fonte também apresentam uma DIVISÃO ESPECÍFICA, abarcando as:

• FONTES FORMAIS DIRETAS, que abrangem a lei em sentido genérico;


• FONTES FORMAIS INDIRETAS, que tem sua origem na doutrina e na jurisprudência; e
• FONTES FORMAIS DE EXPLICITAÇÃO, cujas expressões mais importantes são a analogia (semelhança/
correspondência) e a equidade (senso de justiça)

Métodos de solução dos conflitos


✓ MEDIAÇÃO, CONCILIAÇÃO E ARBITRAGEM:

MEDIAÇÃO: é uma forma de solução de conflitos na qual uma terceira pessoa, neutra e imparcial, facilita o
diálogo entre as partes, para que elas construam, com autonomia e solidariedade, a melhor solução para o
conflito. A Mediação não tem um prazo definido e pode terminar ou não em acordo, pois as partes têm
autonomia para buscar soluções que compatibilizem seus interesses e necessidades.

➔ AUTOCOMPOSIÇÃO: Quando as próprias partes decidem.

CONCILIAÇÃO: é um método utilizado em conflitos mais simples, ou restritos, no qual o terceiro facilitador
pode adotar uma posição mais ativa, porém neutra com relação ao conflito e imparcial. É um PROCESSO
CONSENSUAL BREVE, que busca uma efetiva harmonização social e a restauração, dentro dos limites
possíveis, da relação social das partes.

OBS: As duas técnicas são norteadas por princípios como informalidade, simplicidade, economia
processual, celeridade, oralidade e flexibilidade processual e são regidas pela Resolução n. 125/2010 – CNJ.

ARBITRAGEM: É um meio extrajudicial de solução de conflitos, definido em Lei, onde pessoas físicas ou
jurídicas buscam voluntariamente uma solução rápida e definitiva da controvérsia, que verse sobre DIREITO
patrimonial DISPONÍVEL.

Na arbitragem, as partes, através de uma convenção privada, escolhem um ou mais árbitro(s), que
decidirá(ao) o litígio de maneira ágil e eficaz, PROFERINDO DECISÃO DEFINITIVA E IRRECORRÍVEL.

➔ HETEROCOMPOSIÇÃO – Quando um terceiro decide pelas partes.

Autotutela imposição da decisão por uma das partes.


Autocomposição solução do conflito pelas próprias partes envolvidas
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Heterocomposição Se as partes não entrarem em um acordo, há a


heterocomposição, em que um terceiro solucionará
o conflito. Esse terceiro pode ser o Poder Judiciário,
mas é possível utilizar também a arbitragem.

Jurisdição
SIGNIFICADO: todas atividades que os juízes exercem em nome do estado, prestando a garantia
jurisdicional.

✓ Jurisdição é o poder de dizer o direito.


✓ Quem tem o poder de dizer o direito é uma pessoa imparcial, ou seja, o juiz.
✓ A jurisdição é uma atividade privativa do Estado, que aplica as leis ao caso concreto.

Trata-se da obrigação do Estado em dizer quem tem o direito, ou seja, de dirimir os conflitos.

São os juízes que resolvem – de um modo imparcial – todos os conflitos de interesse entre empregados e
empregadores.

A jurisdição tem íntima relação com a competência. Tradicionalmente, fala-se que a competência é a
medida da jurisdição de cada órgão judicial. É a competência que legitima o exercício do poder jurisdicional.
Com razão, Marcelo Abelha Rodrigues, ao afirmar que “todo juiz competente possui jurisdição, mas nem
todo juiz que possui jurisdição possui competência”. É, pois, do exame dessa medida da jurisdição que se
saberá qual órgão judicial é competente para julgar determinada causa.

A jurisdição da Justiça do Trabalho se estende a TODO TERRITÓRIO NACIONAL, por se tratar de uma justiça
federal.

• O TST - Tribunal Superior do Trabalho tem jurisdição em todo território nacional.


• Os TRT’s - Tribunais Regionais do Trabalho tem jurisdição no seu Estado.
• As VT’s - Varas do Trabalho tem sua jurisdição nos Municípios.

Art. 116. CF - Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por um JUIZ SINGULAR.

OBS: Em comarcas onde não exista jurisdição de Vara do trabalho, a lei pode atribuir competência
trabalhista ao Juiz de Direito (arts. 668 e 669 da CLT e art. 112 da CF).

Competência
Obs.: Emenda Constitucional 45/04.

Obs.1: Cada órgão é competente para julgar determinadas causas.

Obs. 2:Em estados que não exista a jurisdição da justiça do trabalho, é atribuída competência a justiça
comum. (art. 668 e 669, CLT; art. 112, CF).

Obs. 3: Nas varas do trabalho, a jurisdição será exercida por um juiz singular, ou seja, o órgão de primeira
instância, aqui no caso é Juiz do Trabalho. (art.116, CF.)

Anteriormente, o artigo 114 CF previa que "compete à Justiça do Trabalho conciliar e julgar os dissídios
individuais e coletivos entre trabalhadores e empregadores “.
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AGORA está previsto que "compete à Justiça do Trabalho PROCESSAR E JULGAR as AÇÕES ORIUNDAS DA
RELAÇÃO DE TRABALHO" (inciso I).

Se o funcionário for demitido ou exonerado e quiser processar o Estado, o Município ou a União, ele vai
para Justiça Federal ou a do Trabalho? Depende, se o regime contratação do funcionário Público for
estatutário, ele entra com ação na esfera Federal. Mas se o regime for celetista será na esfera da Justiça do
Trabalho.

Classificação das espécies de competências da justiça do trabalho


Os critérios material, funcional e em razão da pessoa firmam regras de competência absoluta. Já os critérios
territoriais e em função do valor da causa estabelecem, em princípio, regras de competência relativa.

1. COMPETÊNCIA MATERIAL: dispõe sobre quais as matérias que serão julgadas pelo judiciário
trabalhista: art. 114 da cf. Sempre que a causa de pedir e o pedido formulado se enquadrarem em uma
das hipóteses do art.114, CF, a competência será da Justiça do Trabalho. Tem-se entendido que a
determinação da competência material da Justiça do Trabalho é fixada em decorrência da causa de
pedir e do pedido.

A competência material original do processo do trabalho, nada mais é do que o julgamento de lides que se
originam da relação de emprego (empregado + empregador).

Obs.: STF – excluídas as demandas que envolvam os servidores públicos estatutários.

Art. 114. CF - Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:


I. as ações oriundas da RELAÇÃO DE TRABALHO, abrangidos os entes de direito público externo e
da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios;
A Justiça do trabalho não tem competência para julgar servidor público estatutário nem quando se tratar
de relação jurídico-administrativa. A regra é que a Justiça do Trabalho terá competência para julgar apenas
empregado público da Administração Pública.
Ex.: uma empregada foi contratada pela empresa Alfa e foi terceirizada na União. Quando se tratar de
terceirização, a competência será da Justiça do Trabalho. Quando essa empregada for ajuizar ação, ela pode
ajuizar ação contra a empresa Alfa e contra a União, para que a União seja responsabilizada de forma
subsidiária. Neste caso, também é competência da Justiça do Trabalho julgar essa ação.

II. as ações que envolvam exercício do direito de greve;


A Justiça do Trabalho passou a ser competente para julgar também ações possessórias, como, por exemplo,
ação de reintegração de posse, ação de manutenção e os interditos proibitórios.
Súmula Vinculante n. 23: A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória
ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada.

ATENÇÃO: Somente é competência da Justiça do Trabalho as pessoas jurídicas de direito privado, inclusive
as empresas públicas e as sociedades de economia mista.

Competência do STJ:

✓ Movimento de âmbito nacional;


✓ Movimento que atinja mais de uma região da justiça federal;
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✓ Movimento que compreenda mais de uma unidade da federação.

Competência do TRF:

✓ Uma única região da justiça federal;


✓ Âmbito local.

Competência do TJ:

✓ Uma unidade da federação;


✓ Âmbito local.

III. as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre
sindicatos e empregadores;

IV. os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver
matéria sujeita à sua jurisdição;

V. os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no


art. 102, I, o;

VI. as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho;

VII. as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de
fiscalização das relações de trabalho;
O órgão de fiscalização é o Ministério do Trabalho.

VIII. a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos
legais, decorrentes das sentenças que proferir;

IX. outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.

2. COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA PESSOA:


Trata-se daquilo que Moacyr Amaral Santos define como a “competência em razão das condições das
pessoas”. Trata-se, como a própria denominação indica, daquela competência definida em razão da
condição pessoal de um ou todos os sujeitos da lide.

Tal competência é, na verdade, uma prerrogativa de foro. Em função do exercício de determinados cargos
ou em função de determinadas qualificações jurídicas, algumas lides serão atraídas para a Justiça do
Trabalho ou afastadas dela.

Quem são as pessoas que podem demandar na Justiça do Trabalho?

Por força do art. 114 da CF, será competente a Justiça do Trabalho para processar e julgar as ações em que
figurarem como parte:

I. Prestadores de serviço em geral: relação de emprego e de trabalho;


II. Os sindicatos (inciso III);
III. Entes de Direito Público externo (inciso I);
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IV. Celetistas de Administração Publica direita e indireta (regidos pela CLT) - trabalham para a União,
Estado, DF, Municípios, autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, etc. (inciso I);
V. o INSS, quando promove a execução das contribuições previdenciárias (inciso VIII);
VI. Ministério Público do Trabalho, na hipótese do § 3- do art. 114 da CF.
VII. Servidores de cartórios extrajudiciais
VIII. Atletas profissionais.

3. COMPETÊNCIA TERRITORIAL

Art. 651 CLT dispõe sobre o local aonde a ação trabalhista deve ser ajuizada.

Art. 651 - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade onde o
empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado
noutro local ou no estrangeiro.

A competência territorial, na Justiça do Trabalho, firma-se, em princípio, em função do local da prestação


de serviços. Percebe-se que a competência territorial será do foro da prestação de serviços mesmo que a
reclamação trabalhista seja ajuizada pelo empregador.

Obs.: Competência territorial – relativa – vedada arguição de oficio pelo juiz – arguição pela parte
interessada- exceção de incompetência – arguição na defesa (junto com a contestação – sob pena de
prorrogação.
Arguição: alegação fundamentada.

Objetivo, de a competência territorial ser na localidade do empregado:

▪ Melhor condição de fazer provas;


▪ Haverá tramite mais rápido do processo;
▪ Proporciona mais facilidade para o acesso à justiça pelo trabalhador;
▪ Evitar gastos desnecessários do empregado;
▪ Propor ação contra o empregado no local de sua prestação de serviço. Visando a observância do
Princípio Protecionista, que determina um tratamento favorável e preferencial ao empregado,
como forma de compensar sua usual fragilidade socioeconômica e a desigualdade verificada no
plano dos fatos, em contraponto à figura do empregador.

➔ Se o empregado trabalhou em várias localidades ao longo do contrato de trabalho, por força de


transferências, qual será a competência territorial? Será no ultimo local de prestação de serviço, salvo
se tratando de transferência provisória.

4. COMPETÊNCIA FUNCIONAL

A competência funcional consiste na distribuição de atividade entre os diversos órgãos jurisdicional que
devam atuar no mesmo processo.

▪ Varas do Trabalho: É exercida monocraticamente pelo juiz titular. Art. 647 a 659 da CLT.
▪ Tribunal Regionais do Trabalho: Art.670ao 683 da CLT.
▪ Tribunal Superior do Trabalho: basicamente visa uniformizar a jurisprudência – Lei 7701/89 e
Regimento Interno do TST.

Pode ser:
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✓ Vertical (hierárquica ou por graus) - É feito com base no sistema hierarquizado de distribuição de
competências entre os diversos órgãos judiciais.
✓ Horizontal: Feita com base nos órgãos judiciais do mesmo grau de jurisdição.

Conflitos de competência
São inúmeras as possibilidades de conflitos de competência entre os órgãos jurisdicionais, embora o art.
803 da CLT tenha fixado que os conflitos de jurisdição podem ocorrer entre:

a. Varas do Trabalho e juízes de Direito investidos na administração da Justiça do Trabalho;


b. Tribunais Regionais do Trabalho;
c. Juízos e Tribunais do Trabalho e órgãos da Justiça Ordinária”.

É preciso que se identifique, de todo modo, que somente é possível a existência de conflitos entre órgãos
de mesma hierarquia. Se hierarquicamente inferior, não há falar conflito entre órgãos judiciais, dado que a
declaração do hierarquicamente superior prevalecerá, tal qual pontua a Súmula 420 do TST.

SÚMULA 420, TST. Não se configura conflito de competência entre Tribunal Regional do Trabalho e Vara do
Trabalho a ele vinculada.

De acordo com o CPC, art.66, caput e parágrafo único, há conflito de competência quando:

i. Dois ou mais juízes se declaram competentes- conflito positivo;


ii. Dois ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuídos um ou outro a competência
iii. Entre dois ou mais juízes surge controvérsias acerca da reunião ou separação de processos.

Os conflitos de competência:

• Entre Juízes do Trabalho da mesma Região, são solucionados pelo TRT respectivo;

• Entre juízes do Trabalho de diferentes Regiões, são solucionados pelo TST respectivo;

“Súmula 236 STJ: Não compete ao Superior Tribunal de Justiça dirimir conflitos de competência
entre juízos trabalhistas vinculados a Tribunais Regionais do Trabalho diversos.”

• Entre Juízes do Trabalho e juízes estaduais ou juízes federais, são solucionados pelo TRT;

• O Juiz de direito exerce jurisdição trabalhista nas localidades em que não haja Varas do Trabalho ou
esta não tenha jurisdição sobre o local. NESSE CASO, a competência para resolver o conflito
envolvendo jurisdição trabalhista entre o Juiz de direito e o Juiz do trabalho será o TRT!!!

• Entre Juiz do Trabalho e Juiz Federal, são solucionados pelo STJ;

• Entre juízes do Trabalho e TRT’s, são solucionados pelo TST;

• Entre Tribunais Regionais de diferentes regiões, são solucionados pelo TST;

• Entre Juízes do Trabalho e juízes de direito, são solucionados pelo STJ;

• Entre o TST e qualquer órgão jurisdicional, pelo STF.


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• ATENÇÃO: Não pode configurar conflito de competência entre Tribunal Regional do Trabalho e Juiz a
ele vinculado; nem entre TRT e TST, considerando o escalonamento hierárquico dos órgãos
jurisdicionais.
TRT X TST NAÕ EXISTE

Existe uma HIERARQUIA e SUBORDINAÇÃO

Organização da justiça do trabalho

• No primeiro grau, funcionam as varas do trabalho.


• No segundo grau, funcionam os Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs)
• No terceiro grau, funcionam o Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Art. 111, CF. São órgãos da Justiça do Trabalho:


I – o Tribunal Superior do Trabalho;
II – os Tribunais Regionais do Trabalho;
III – Juízes do Trabalho.

Prerrogativas: Art. 33 do LOMAN: Lei organica da Magistratura Nacional e tambem na lei complementar nº
35/1979.

Art. 33 - São prerrogativas do magistrado:


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I - ser ouvido como testemunha em dia, hora e local previamente ajustados com a autoridade ou Juiz de
instância igual ou inferior;
II - não ser preso senão por ordem escrita do Tribunal ou do órgão especial competente para o julgamento,
salvo em flagrante de crime inafiançável, caso em que a autoridade fará imediata comunicação e
apresentação do magistrado ao Presidente do Tribunal a que esteja vinculado (vetado);
III - ser recolhido a prisão especial, ou a sala especial de Estado-Maior, por ordem e à disposição do
Tribunal ou do órgão especial competente, quando sujeito a prisão antes do julgamento final;
IV - não estar sujeito a notificação ou a intimação para comparecimento, salvo se expedida por autoridade
judicial;
V - portar arma de defesa pessoal.

Deveres: Art.35, LOMAN/ art. 658, CLT / Art. 139, CPC.

Os principias deveres funcionais dos magistrados estão elencados:

Art. 35 - São deveres do magistrado:


I - Cumprir e fazer cumprir, com independência, serenidade e exatidão, as disposições legais e os atos de
ofício;
II - não exceder injustificadamente os prazos para sentenciar ou despachar;
III - determinar as providências necessárias para que os atos processuais se realizem nos prazos legais;
IV - tratar com urbanidade as partes, os membros do Ministério Público, os advogados, as testemunhas, os
funcionários e auxiliares da Justiça, e atender aos que o procurarem, a qualquer momento, quanto se trate
de providência que reclame e possibilite solução de urgência.
V - residir na sede da Comarca salvo autorização do órgão disciplinar a que estiver subordinado;
VI - comparecer pontualmente à hora de iniciar-se o expediente ou a sessão, e não se ausentar
injustificadamente antes de seu término;
VIl - exercer assídua fiscalização sobre os subordinados, especialmente no que se refere à cobrança de
custas e emolumentos, embora não haja reclamação das partes;
III - manter conduta irrepreensível na vida pública e particular.

Proibições: Art. 95, parágrafo único, CF.

Parágrafo único. Aos juízes é vedado:

I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;

II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;

III - dedicar-se a atividade político-partidária;

IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades


públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei;

V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do
afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração.

Impedimentos: Art. 144, CPC


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Será quando o magistrado NÃO puder atuar no processo de forma alguma.

Ex.: uma causa está sendo patrocinada pelo Escritório X e a esposa do magistrado é advogada desse
escritório.

Suspeição: art. 145, CPC.

Será quando os atos do magistrado se demonstrarem “duvidosos”.

Ex.: Se o magistrado for amigo íntimo da parte ou do advogado.

ESTRUTURA INTERNA DA VARA DO TRABALHO

As varas de trabalho são os órgãos de primeira instância da justiça do trabalho, exercendo a jurisdição local
onde se encontra, devendo a lei definir sua competência territorial.

Compete as varas do trabalho, processar e julgar as ações oriundas das relações de trabalho (CF, art. 114, I
a IX) e aquelas que, por exclusão, não sejam de competência originaria dos tribunais trabalhistas.

Obs.: Em cada vara há um juiz do trabalho titular (fixo), e um substituto (não é fixo), ambos são nomeados e
empossados pelo desembargador presidente do TRT, após aprovação em concurso público.

Nas comarcas onde não existir Vara do Trabalho, a lei pode atribuir competência jurisdicional trabalhista
aos juízes de direito (art. 668, CLT; art. 112, CF).

Art. 112 CF. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua
jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho.

Súmula n. 10 do STJ

Instalada a Vara do Trabalho, cessa a competência do juiz de direito em matéria trabalhista, inclusive para a
execução das sentenças por ele proferidas.

Secretaria da VT (art. 711, CLT).

Art. 711 - Compete à secretaria das Juntas:


a) o recebimento, a autuação, o andamento, a guarda e a conservação dos processos e outros papéis que lhe
forem encaminhados;
b) a manutenção do protocolo de entrada e saída dos processos e demais papéis;
c) o registro das decisões;
d) a informação, às partes interessadas e seus procuradores, do andamento dos respectivos processos, cuja
consulta lhes facilitará;
e) a abertura de vista dos processos às partes, na própria secretaria;
f) a contagem das custas devidas pelas partes, nos respectivos processos;
g) o fornecimento de certidões sobre o que constar dos livros ou do arquivamento da secretaria;
h) a realização das penhoras e demais diligências processuais;
i) o desempenho dos demais trabalhos que lhe forem cometidos pelo Presidente da Junta, para melhor
execução dos serviços que lhe estão afetos.

Secretario da VT (art. 712, CLT)

✓ cumprir e fazer cumprir as ordens emanadas do Presidente e das autoridades superiores;


✓ tomar por termo as reclamações verbais nos casos de dissídios individuais;
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✓ promover o rápido andamento dos processos, especialmente na fase de execução, e a pronta


realização dos atos e diligências deprecadas pelas autoridades superiores;
✓ secretariar as audiências da Junta, lavrando as respectivas atas.

TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO – TRT’S

Composição: Segundo o art. 115, CF.

✓ 7 juízes (recrutados na mesma região). Serão chamados DESEMBARGADORES;


✓ Maiores de 30 anos e menores de 65 anos, natos ou naturalizados;
✓ Serão nomeados pelo Presidente da República.

Obs.: Os juízes dos TRTs são chamados de “Desembargadores do Trabalho (resolução CSJT nº 104/2012),
sendo nomeados pelo presidente da república, e seu número varia em função do volume de processos
recebidos/examinados pelo tribunal.

Observar a questão do quinto constitucional

1/5 dentre advogados (com mais de 10 anos de atividade profissional) e membros do MPT (com mais de 10
anos de efetivo exercício profissional) (art. 94, CF).

I. um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do
Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94;

II. os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antiguidade e merecimento, alternadamente.

EC nº 45/ 2004.

TRT instalará justiça itinerante visando a celeridade processual. Os TRTs podem funcionar de forma
descentralizada, com a criação de câmaras regionais, o que permite o acesso a jurisdição.

Compete ao TRT, originariamente, processar e julgar as ações de sua competência originária (ex.: dissídios
coletivos, mandados de segurança, ações rescisórias); em grau recursal julga os recursos das decisões de
varas de trabalhos.

Segundo o § 1º do artigo em questão, serão instaladas pelos TRTs a Justiça Itinerante, que é uma forma de
levar a jurisdição do trabalho a lugares mais longes e necessitados, através de unidades móveis.

TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO – TST

Composição

✓ Sede em Brasília;
✓ Composto por 27 Ministros; dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e
cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da República,
após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal. Sendo:
a. 1/5 dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e do Ministério
Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício.
b. Os demais dentre juízes dos TRTs, oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio
TST.
✓ Maiores de 35 e menores de 65 anos;
✓ Nomeados pelo Presidente da República;
✓ Necessário sabatina e aprovação por maioria absoluta do senado;
✓ Segue também as regras do quinto constitucional.
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Art. 111-A CF. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre
brasileiros com mais de trinta e cinco anos e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e
reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado
Federal, sendo:

I. um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do
Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art. 94;

II. os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira,
indicados pelo próprio Tribunal Superior.

§ 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do Trabalho.

Junto ao tribunal do trabalho funcionam:

1. Escola Nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados do trabalho (Enamat): cuida, além


de outras coisas, do regulamento dos cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira de
magistratura.
2. Conselho Nacional da Justiça (CSJT): Exerce a função de supervisão administrativa orçamentária,
financeira e patrimonial da JT de primeiro e segundo graus.

Atos, termos e prazos


ATOS
CONCEITO: (ART. 188 a 193 CPC e ART. 770 ao 782 da CLT)

O ato processual é um ato jurídico que objetiva a constituição, a conservação, o desenvolvimento, a


modificação ou a extinção da relação processual. Estes ocorrem, evidentemente, no curso do processo,
podendo ser praticados pelas partes, pelo juiz ou pelos órgãos auxiliares da Justiça.

Resumindo, tudo que for feito entro do processo é um ato processual.

Art. 770 - Os atos processuais serão públicos salvo quando o contrário determinar o interesse social, e
realizar-se-ão nos dias úteis das 6 (seis) às 20 (vinte) horas.

Parágrafo único - A penhora poderá realizar-se em domingo ou dia feriado, mediante autorização expressa
do juiz ou presidente.

Princípio da publicidade: cujo o objetivo é o de permitir o controle democrático e social das atividades do
Poder Judiciário. em regra, todos os atos são públicos e qualquer pessoa pode ter acesso àquele processo;
salvo quando segredo de justiça.

EXCEÇÃO: a penhora poderá ser feita em um dia não útil em horário distinto, porém somente com a
autorização do juiz.

COMUNICAÇÃO DOS ATOS: elas podem se dá através:

• CITAÇÃO: é o ato notificatório pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado para
integrar a relação processual (art. 238 do CPC).
CPC, Art. 238. Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou interessado para integrar
a relação processual.
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• INTIMAÇÃO é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e dos termos do processo (art. 269 do
CPC).
CPC, Art. 269. Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e dos termos do processo.

IMPORTANTE: Na Justiça do Trabalho se utiliza o termo NOTIFICAÇÃO para todos os casos, para citar quanto
para intimar alguém.

FORMAS DE NOTIFICAÇÃO NO PROCESSO DO TRABALHO

Podem ser de quatro tipos:

• Postal;
• Edital;
• Oficial de Justiça; ou
• Eletrônica.

• OFICIAL DE JUSTIÇA:

✓ Se dará no PROCESSO DE EXECUÇÃO para que o executado cumpra o julgado. (art. 880 CLT).
✓ Se o endereço do Reclamado se localizar em zona não servida por entrega domiciliar de
correspondência, ou seja, o endereço do reclamado não tem a entrega de correios.

• NOTIFICAÇÃO POR EDITAL: Ocorre quando o reclamado cria dificuldades para o recebimento da
notificação postal, e se por acaso não for encontrado, ocorrera a notificação através de edital.

É importante ter cuidado quanto à ordem dessas notificações. Assim, com base na CLT, a notificação é feita
primeiramente pela via postal, e depois por edital.

Art. 841, §1. CLT - A notificação será feita em registro postal com franquia. Se o Reclamado criar embaraços
ao recebimento da notificação postal para comparecimento à audiência ou não for encontrado, far-se-á a
notificação por edital, inserto no jornal oficial ou no que publicar o expediente forense, ou, na falta, afixado
na sede da Vara ou Juízo.

Vale lembrar que a regra geral é a citação via postal. Caso não seja possível, então parte-se para a citação
via edital.

PRAZO PARA VALIDADE DA NOTIFICAÇÃO: (levando em consideração que a notificação foi feita pelo
correio) (ART. 841 CLT)

Do momento em que for protocolada a reclamação trabalhista, o secretário ou escrivão deverão remeter
cópia da petição ao Reclamado no prazo de 48 horas.

O recebimento da notificação deverá ocorrer com o prazo mínimo de 5 dias antes da audiência.

Art. 841 - Recebida e protocolada a reclamação, o escrivão ou secretário, dentro de 48 (quarenta e oito)
horas, remeterá a segunda via da petição, ou do termo, ao reclamado, notificando-o ao mesmo tempo, para
comparecer à audiência do julgamento, que será a primeira desimpedida, depois de 5 (cinco) dias.

Se a notificação for recebida com um prazo menor que 5 dias, ela será nula. O reclamando deve comprovar
através do A.R.

Se o reclamado não for notificado, mas comparecer espontaneamente? Nesse caso, é preciso se atentar
ao disposto no Código de Processo Civil.
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A falta da notificação pode ser suprida pelo comparecimento espontâneo do réu. Porém, não respeitado o
quinquídio legal (5dias) previsto no art. 841, o Reclamado poderá comparecer à audiência apenas para arguir
a nulidade de citação, caso em que decretada a nulidade pelo juiz, será designada nova data para realização
da audiência, respeitando o prazo de cinco dias, na qual o réu apresentará sua defesa.

Art. 239. (...) § 1º O comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a falta ou a nulidade da
citação, fluindo a partir desta data o prazo para apresentação de contestação ou de embargos à execução.

Quando for ajuizada a reclamação trabalhista, logo após o reclamado será notificado pelos Correios
(notificação postal). Dessa correspondência será gerado um aviso de recebimento.

É importante ter cuidado em prova quanto à ordem dessas notificações. Assim, com base na CLT, a
notificação é feita primeiramente pela via postal e, não sendo possível, será feita via edital. Contudo, na
prática, primeiramente é feita a notificação via postal e, não sendo possível, é feita a notificação via Oficial
de Justiça.

Se os dois meios anteriores falharem, então é feita a notificação via edital

OBS: NOTIFICAÇÃO DO RECLAMANTE - Para o Reclamante, não será expedido a Notificação. Este será
notificado da audiência na data de protocolo da reclamação. (art. 841, § 2º, CLT).

Não há necessidade de notificação do reclamante, por ser ele que iniciou a ação, e na data da audiência
vem expressa quando protocolada a ação. Caso no protocolo não haja a data, o advogado é notificado pelo
próprio site do PJE.

§ 2º - O reclamante será notificado no ato da apresentação da reclamação ou na forma do parágrafo


anterior.

OBS: Súmula nº 16 do TST - NOTIFICAÇÃO

Presume-se recebida a notificação 48 (quarenta e oito) horas depois de sua postagem. O seu não-
recebimento ou a entrega após o decurso desse prazo constitui ônus de prova do destinatário
(RECLAMADO)

Levando o A.R como prova.

Essa sumula é um tanto” impossível”, pois é bem improvável que depois de postado no correio o individuo
irá receber a notificação em 48h (por conta da lerdeza dos correios).

Existe a possibilidade de notificação por e-mail.

No PROCESSO ELETRÔNICO, todas as citações, intimações e notificações, far-se-ão por meio eletrônico,
nos termos da Lei n. 11.419/2006 e caso viabilizem o acesso à íntegra do processo correspondente serão
consideradas vista pessoal do interessado para todos os efeitos legais.

(Ver art. 20, da Resolução Consolidada 25, do CNJ.)

TERMOS
CONCEITO: É a redução a escrito de certos atos processuais praticados nos autos de um processo.

Ex.: ata de audiência.

Pode ser compreendido também como a reprodução gráfica do ato.


17

Exemplo: se tem como exemplo o termo de audiência, em que os acontecimentos ocorridos durante a
solenidade são escritos e materializam documentalmente, assim como um acordo, os depoimentos pessoais
e a colheita da prova testemunhal.

➔ (art. 771 e seguintes CLT).

Art. 771. Os atos e termos processuais poderão ser escritos a tinta, datilografados ou a carimbo.

Obs.: Hoje, via de regra, os termos são digitados, pois o futuro é o processo judicial por meio eletrônico.

PRAZOS
Os prazos não devem ser confundidos com os atos.
Art. 775. Os prazos estabelecidos
CONTAGEM DE PRAZO: neste Título serão contados em
dias úteis, com exclusão do dia do
1. Contados EM DIAS ÚTEIS; começo e inclusão do dia do
2. EXCLUSÃO do dia do COMEÇO e INCLUSÃO do dia do vencimento.
VENCIMENTO.

PODERÁ SER PRORROGADO:


I - quando o juízo entender necessário;
II - em virtude de força maior, devidamente comprovada.

Exemplo 1

Uma pessoa “A” recebeu uma intimação na quarta-feira, dia 10. O prazo é de oito dias. Nesse caso, o dia da
intimação será considerado o início do prazo e a quinta-feira, dia 11, é que será o dia do início da contagem
desse prazo. Vale lembrar que na contagem é necessário excluir o dia do início e incluir o dia do vencimento.
De acordo com essa regra, o 8º dia será uma segunda-feira, dia 22 e esse será o dia do vencimento.

OBS: Será suspensa a contagem dos prazos processuais em todos os órgãos do Poder Judiciário, inclusive da
União, entre 20 de dezembro a 20 de janeiro, período no qual não serão realizadas audiências e sessões de
julgamento, como previsto no art. 220 do CPC.

Importante! uma pessoa pode ser intimada ou notificada no sábado, contudo, o prazo somente começará a
ser contado no dia útil subsequente.

SÚMULA N.º 262. PRAZO JUDICIAL. NOTIFICAÇÃO OU INTIMAÇÃO EM SÁBADO. RECESSO FORENSE.
(redação do item II alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 19.05.2014)

I - Intimada ou notificada a parte no sábado, o início do prazo se dará no primeiro dia útil imediato e a
contagem, no subsequente.
II - O recesso forense e as férias coletivas dos Ministros do Tribunal Superior do Trabalho suspendem os
prazos recursais

Nulidades processuais
Ocorre nulidade quando: Faltar algum requisito que a lei prescreve como necessário para a sua validade.
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• NULIDADE ABSOLUTA: A nulidade absoluta será


declarada toda vez que o ato processual viciado
violar normas de interesse público, no caso de
todos, portanto, prejudica todos os atos. Podendo
ser declarada de oficio pelo magistrado, não se
permitindo às partes disporem sobre esse
interesse, como no caso da incompetência
absoluta, a qual deve ser declarada de ofício e pode
ser alegada em qualquer tempo e grau de
jurisdição, independentemente de exceção (art. 64, § 1º, do CPC).

OBS: Durante o trâmite processual, a nulidade absoluta não preclui, podendo, a qualquer momento, ser
declarada.

Nulidade absoluta

Recai sobre interesses públicos.

Pode ser declarada de OFICIO pelo magistrado.

Pode ser alegada em qualquer tempo e grau de


jurisdição.

EXEMPLO a INCOMPETÊNCIA FUNCIONAL, que representa nulidade absoluta → Uma Reclamação


Trabalhista, não poderia ser protocolada em um TRT, sendo que é função da Vara do Trabalho proceder ao
julgamento de uma RT.

• NULIDADE RELATIVA: Aqui o vício do ato processual viola normas de interesse privado, dependendo
sempre da provocação do interessado, não podendo ser declarada de ofício pelo magistrado, como
ocorre nos casos de incompetência relativa, em
que esta pode ser prorrogada se não oposta
exceção pelo reclamado no momento da
apresentação da defesa.
EXEMPLO a INCOMPETÊNCIA EM RAZÃO DO
LUGAR, que representa nulidade relativa, pois
deve ser alegada pela parte no momento
próprio, sob pena de tornar competente o juízo
que, em princípio, era incompetente.

Nulidade relativa

Recai sobre interesses particular

Não pode ser declarada de oficio pelo magistrado.

Necessita da provocação do interessado.

A nulidade processual deve ser falada na primeira vez que manifestar na audiência, e se não se manifestar
ocorre a preclusão.
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Ação Trabalhista
É o direito de provocar o exercício da tutela jurisdicional pelo Estado, para solucionar dado conflito
existente entre certas pessoas.

Outros Conceitos:

✓ LIDE: é um conflito de interesse qualificado pela pretensão do autor, que é resistida pelo réu.
✓ PROCESSO: complexo de atos e termos coordenados por meio dos quais a ação é exercida, sendo
concretizada a prestação jurisdicional.
✓ PROCEDIMENTO: é a forma do andamento do processo.
ELEMENTOS DA AÇÃO:

✓ SUJEITO: é a pessoa que pode ingressar com um processo perante o Poder Judiciário.

✓ OBJETO DA AÇÃO: é o pedido de obtenção de um pronunciamento judicial, que pode ser favorável
ou não ao autor. - Posicionamento do Judiciário.

✓ CAUSA DE PEDIR: pressupõe a existência de um direito material assegurado ao autor, o qual gerou a
pretensão resistida. Vai ser a base para o pedido.

Todos os elementos da ação devem estar interligados.

CONDIÇÕES DA AÇÃO São os pontos necessários para que haja a ação:

✓ POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO: pedido do autor tem que estar amparado por uma norma
material que o assegure, exemplo: uma pessoa que trabalha em um bingo (o bingo é uma atividade
que não é reconhecida pela lei), e é demitida, e ingressa em uma ação trabalhista pedido seus
direitos, não haverá possibilidade de receber seu pedido, pois essa atividade não é ambarada por lei.

✓ INTERESSE DE AGIR: interesse da parte de recorrer ao judiciário para a obtenção do reconhecimento


de um direito ameaçado ou violado;

✓ LEGITIMIDADE DA PARTE: deve haver identidade da pessoa que faz o pedido (autor) com a pessoa a
que a lei assegura o direito material. O mesmo ocorre no polo passivo da ação. Esta deve ser
proposta contra a pessoa que nega o direito pretendido pelo autor.
Ex: O EMPREGADO não poderá propor ação contra uma pessoa que nunca foi seu EMPREGADOR.

PRESSUPOSTOS DE VALIDADE DO PROCESSO

✓ COMPETÊNCIA: é uma parcela que cabe a cada justiça analisar. É o espaço geográfico e a matéria em
que o juiz pode analisar a questão que lhe é submetida.
Ex. VT não tem competência para analisar uma questão de divórcio.

✓ INSUSPEIÇÃO: (Ausência de razão para Suspeição) – O JUÍZ DEVERÁ SER IMPARCIAL. O magistrado
não pode ser amigo ou inimigo de nenhuma das partes, muito menos ser parcial.

✓ INEXISTÊNCIA DE COISA JULGADA: O juiz não pode decidir o que já foi anteriormente decidido por
outro juiz., ou seja, julgar a mesma ação já decidia por outro juiz. Não poderá haver coisa julgada
SOBRE O ASSUNTO PLEITEADO.
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✓ INEXISTÊNCIA DE LITISPENDÊNCIA: PROIBIDO REPETIÇÃO DA AÇÃO. A lide não poderá ser submetida
duas vezes aos mesmos órgãos competentes. Se a ação já está em curso com as mesmas partes,
causa de pedir e pedido, não é possível que o autor ingresse com uma segunda ação, repetindo a
primeira.

✓ CAPACIDADE PROCESSUAL DOS LITIGANTES: as partes devem ser capazes para propositura da ação e
para prática de atos processuais. (art. 791 e ss CLT, e art. 70 e ss, CPC)

✓ REGULARIDADE DA PETIÇÃO INICIAL: deverá atender os requisitos estipulados em lei, para não ser
considerada inepta, ou seja, a petição deve estar de acordo com os requisitos que são estipulados em
lei, se assim não o for não será válida.

✓ REGULARIDADE DA CITAÇÃO: está sujeita a pena de nulidade absoluta.

Procedimentos/ritos: que podem ser seguidos, e devem ser observados.

✓ SUMÁRIO: Valor até 02 salários mínimos (Lei 5.584/70, art. 2º)

TESTEMUNHAS: Como a Lei não estabelece a quantidade, por analogia ao rito ordinário, se usa até 3
testemunhas.

✓ SUMARÍSSIMO: Valor da causa de 2 à 40 salários mínimos.


TESTEMUNHAS: 2 testemunhas.
✓ ORDINÁRIO: Valor da causa superior a 40 salários mínimos.
TESTEMUNHAS: 3 testemunhas.

OBS: Art. 840, § 1º, CLT

Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.

§ 1º. Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a qualificação das partes, a breve
exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e com indicação
de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante.

Ministério Público do Trabalho


É a instituição permanente e essencial à função jurisdicional, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica,
do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

Celso Ribeiro Bastos ensina que o Ministério Público:


“tem a sua razão de ser na necessidade de ativar o Poder Judiciário, em pontos em que este remanesceria
inerte porque o interesse agredido não diz respeito a pessoas determinadas, mas a toda coletividade.
Mesmo com relação aos indivíduos, é notório o fato de que a ordem jurídica por vezes lhe confere direitos
sobre os quais não podem dispor. Surge daí a clara necessidade de um órgão que zele tanto pelos interesses
da coletividade quanto pelos dos indivíduos, este apenas quando indisponíveis. Trata-se, portanto, de
instituição voltada ao patrocínio desinteressado de interesses públicos, assim como de privados, quando
merecem especial tratamento do ordenamento jurídico”.

PRINCÍPIOS GERAIS: (art. 127, § 1º, CF)


21

São princípios institucionais do Ministério Público: a UNIDADE, a INDIVISIBILIDADE e a INDEPENDÊNCIA


FUNCIONAL.
§ 1º - São princípios institucionais do
Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e
a independência funcional.
GARANTIAS DOS MEMBROS DO MP: Servem de
certa forma para evitar que os membros
coagidos a praticar atos ilícitos, e exercem suas
atividades de forma correta.
✓ VITALICIEDADE: Após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença judicial
transitada em julgado;

✓ INAMOVIBILIDADE: Não poderá ser trocado de promotoria, salvo por motivo de interesse público
(para melhor outros locais), mediante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público,
pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa;

✓ IRREDUTIBILIDADE DE SUBSÍDIO: O salário não pode ser mexer, para que ele possa trabalhar da
melhor forma possível. Fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI,
150, II, 153, III, 153, § 2º, I, todos da CF (art. 128, § 5º, I, a a c, CF).
Obs.: são as mesmas garantias estabelecidas para o juiz.
VEDAÇÕES AO MP:
I. receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais;
II. exercer a advocacia;
III. participar de sociedade comercial, na forma da lei;
IV. exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério;
V. exercer atividade político partidária;
VI. receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades
públicas.
São as mesmas vedações estabelecidas para o juiz.
PRERROGATIVAS GERAIS DO MP: A LC 75/93 trata da organização, atribuições e do Estatuto do Ministério
Público da União, sendo que assegurado aos integrantes do Ministério Público as prerrogativas constantes
no art. 18 e seguintes da referida Lei Complementar.
ÓRGÃOS INTEGRANTES DO MPT:
✓ Procurador-Geral do Trabalho;
✓ Colégio de Procuradores do Trabalho;
✓ Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho;
✓ Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho;
✓ Corregedoria do Ministério Público do Trabalho;
✓ Subprocuradores-Gerais do Trabalho;
✓ Procuradores Regionais do Trabalho;
✓ Procuradores do Trabalho (art. 85, LC 75).

ALGUMAS OBSERVAÇÕES

1. No MPT, a carreira tem início no cargo de Procurador do Trabalho e termina no de Subprocurador-


Geral do Trabalho.
22

2. O Procurador do Trabalho, como órgão inicial da carreira do MPT, localiza-se nas Procuradorias
Regionais do Trabalho nos Estados e no Distrito Federal.
3. O Procurador Regional do Trabalho, na qualidade de órgão do MPT, atua junto aos TRTs.
4. Os Subprocuradores-Gerais do Trabalho são órgãos designados para atuarem junto ao TST e nos
ofícios na Câmara de Coordenação e Revisão. São lotados na Procuradoria-Geral do Trabalho.
A ATUAÇÃO JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL DO MPT:

A atuação judicial do MPT está disciplinada pelos arts. 127 e 129, CF, e art. 83 (incisos I a XIII), LC 75/93, a
qual derrogou, por incompatibilidade, o disposto nos arts. 736 e segs., CLT.

O MPT, na sua atuação judicial, pode ser como:

✓ PARTE:
a. promover as ações que lhe sejam atribuídas pela CF e pelas leis trabalhistas;
b. promover a ação civil pública no âmbito da Justiça do Trabalho, para defesa de interesses
coletivos, quando desrespeitados os direitos sociais constitucionalmente garantidos;
c. propor ações cabíveis para declaração de nulidade de cláusula de contrato, acordo coletivo
ou convenção coletiva, que violem as liberdades individuais ou coletivas ou os direitos
individuais indisponíveis dos trabalhadores;
d. propor as ações necessárias à defesa dos direitos e interesses dos menores (art. 793, CLT),
incapazes e índios, decorrentes das relações de trabalho;
e. instaurar instância em caso de greve, quando a defesa da ordem jurídica ou o interesse
público assim o exigir (art. 114, § 3º, CF);
f. promover mandado de injunção, quando a competência for da Justiça do Trabalho;
g. interpuser, como parte, recurso das decisões da Justiça do Trabalho.

✓ CUSTOS LEGIS (FISCAL DA LEI)


a. manifestar-se em qualquer fase do processo trabalhista, acolhendo solicitação do juiz ou por
sua iniciativa, quando entender existente interesse público que justifique a intervenção;
b. recorrer das decisões da Justiça do Trabalho, quando entender necessário, nos processos em
que atue como fiscal da lei, bem como pedir revisão da súmula de jurisprudência do TST;
c. funcionar nas sessões dos TRTs, manifestando-se verbalmente sobre a matéria em debate,
sempre que entender necessário, sendo-lhe assegurado o direito de vista dos processos em
julgamento, podendo solicitar as requisições e diligências que julgar conveniente;
d. promover ou participar da instrução e conciliação em dissídios decorrentes da paralisação de
serviços de qualquer natureza, oficiando obrigatoriamente nos processos, manifestando sua
concordância ou discordância, em eventuais acordos firmados antes da homologação,
resguardado o direito de recorrer em caso de violação da lei ou da CF;
e. requerer às diligências que julgar convenientes para o correto andamento dos processos e
para a melhor solução das lides trabalhistas.

A ATUAÇÃO EXTRAJUDICIAL DO MPT

A atuação extrajudicial do MPT opera-se na esfera administrativa. Como exemplos têm-se:

• integrar os órgãos colegiados;


• instaurar inquérito civil e outros procedimentos administrativos, sempre que cabíveis, para
assegurar a observância dos direitos sociais dos trabalhadores;
• requisitar à autoridade administrativa federal competente, dos órgãos de proteção ao trabalho, a
instauração de procedimentos administrativos, podendo acompanhá-los e produzir provas;
23

• ser cientificado pessoalmente das decisões proferidas pela Justiça do Trabalho, nas causas em que o
órgão tenha intervindo ou emitido parecer escrito;
• exercer outras atribuições que lhe foram conferidas por lei, desde que compatíveis com sua
finalidade (art. 84).

2º PARTE

Ação trabalhista
Audiência: é o ato de escutar e entender. Consiste no ato praticado sob a presidência de um juiz a fim de
ouvir ou de atender as alegações das partes.

A audiência se distingue da Sessão, haja vista que esta é a realização de várias audiências ou julgamentos,
em que são decididos vários processos, enquanto a Audiência consiste no ato do juiz de ouvir as partes, suas
testemunhas e suas reinvindicações.

No processo do trabalho, concentra-se nas audiências a maioria dos atos processuais, prestigiados aos
princípios da concentração dos atos na audiência e da oralidade. Esta será uma e contínua, sendo
geralmente decidida no mesmo dia. Caso não o seja, o juiz marcara sua continuação para a próxima
desimpedida, independente de nova intimação (art.849 CLT).

Art. 849 - A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for possível, por motivo de força maior,
concluí-la no mesmo dia, o juiz ou presidente marcará a sua continuação para a primeira desimpedida,
independentemente de nova notificação.

As audiências serão públicas (art.93, IX, CF).

LOCAL E REALIZAÇÃO DAS AUDIÊNCIAS

As audiências serão realizadas na sede do Juízo ou Tribunal em dias úteis previamente fixados, entre 8
(oito) e 18 (dezoito) horas, não podendo ultrapassar 5 (cinco) horas seguidas, salvo quando houver matéria
urgente.

a. Publicas;
b. Realizadas na sede do Juízo ou Tribunal;
c. Em dias uteis;
d. Das 8h até 18h;
e. Não pode ultrapassar 5 horas seguidas; SALVO quando for matéria de natureza alimentar.

Matéria urgente é a que compreende pagamento de salários, pois o salário tem natureza alimentar.

Art. 813 - As audiências dos órgãos da Justiça do Trabalho serão públicas e realizar-se-ão na sede do Juízo
ou Tribunal em dias úteis previamente fixados, entre 8 (oito) e 18 (dezoito) horas, não podendo ultrapassar
5 (cinco) horas seguidas, salvo quando houver matéria urgente.

§ 1º - Em casos especiais, poderá ser designado outro local para a realização das audiências, mediante edital
afixado na sede do Juízo ou Tribunal, com a antecedência mínima de 24 (vinte e quatro) horas.

O § 1º ressalta que em casos especiais, poderá ser designado outro local para a realização das audiências,
mediante edital afixado na sede do Juízo ou Tribunal, com a antecedência mínima de 24 (vinte e quatro)
horas.
24

Exemplo: Oitiva do Presidente da República, do Senado, da Câmara dos Deputados.

PESSOAS PRESENTES NA AUDIÊNCIA

a. Os escrivães ou secretários
b. As partes;
c. Testemunhas;
d. E demais pessoas que devem comparecer (perito, por exemplo)

Art. 814 - Às audiências deverão estar presentes, comparecendo com a necessária antecedência. os
escrivães ou secretários

Art. 815 - À hora marcada, o juiz ou presidente declarará aberta a audiência, sendo feita pelo secretário ou
escrivão a chamada das partes, testemunhas e demais pessoas que devam comparecer.

ATRASO DE AUDIÊNCIA POR AUSENCIA DO JUIZ

O Parágrafo único do art. 815 da CLT diz que se, até 15 (quinze) minutos após a hora marcada, o juiz ou
presidente não houver comparecido, os presentes poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro
de registro das audiências.

Obs.: NÃO CONFUNDIR COM ATRASO DE PAUTA.

Parágrafo único - Se, até 15 (quinze) minutos após a hora marcada, o juiz ou presidente não houver
comparecido, os presentes poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro de registro das
audiências.

SUSTITUIÇÃO DO EMPREGADOR

Art. 843, 1º É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer outro preposto que
tenha conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o proponente.

Art. 843, §3º O preposto a que se refere o §1º deste artigo não precisa ser empregado da parte reclamada.

O Empregador poderá se fazer substituir pelo gerente ou por qualquer outro


preposto, que, conforme o § 3º do art. 843 CLT (incluído pela Reforma
Trabalhista), não precisa ser empregado deste.

Nesse sentido, o empregador não precisa comparecer


pessoalmente à audiência, entretanto deverá
obrigatoriamente ser representado por alguém.

Há de se notar que quem for representar o Empregador,


deverá ter conhecimento dos fatos, e cujas declarações obrigarão o
proponente. Nos casos em que o preposto for representar o reclamado,
então será necessário que possua uma autorização denominada “carta de
preposição”.

Além disso, esse preposto não precisa necessariamente ter vivenciado os fatos em questão, pois basta que
deles tenha conhecimento. Outro ponto importante é que tudo aquilo que for dito pelo preposto vincula o
reclamado, isso porque está falando em nome do próprio reclamado. O preposto deverá responder qualquer
pergunta diretamente ao juiz e não ao advogado.
25

SUSTITUIÇÃO POR MOTIVO DE DOENÇA OU MOTIVO PONDEROSO

§ 2º Se por doença ou qualquer outro motivo poderoso, devidamente comprovado, não for possível ao
empregado comparecer pessoalmente, poderá fazer-se representar por outro empregado que pertença à
mesma profissão, ou pelo seu sindicato.

Segundo o § 2º do art. 843 da CLT, se por doença ou qualquer outro motivo poderoso*, devidamente
comprovado, não for possível ao Empregado comparecer pessoalmente, poderá fazer-se representar por
outro empregado que pertença à mesma profissão, ou pelo seu sindicato.

*PONDEROSO: que tem importância; relevante.

AUSÊNCIA DO RECLAMANTE

O que acontece se o reclamante não comparecer? A ausência das partes em audiência pode trazer
algumas consequências ao processo. Por exemplo, se na primeira audiência houver falta injustificada do
reclamante, então o processo será arquivado, ou seja, extinto sem a resolução do mérito (art. 844, CLT). Já
nos casos em que o reclamante comparece, mas o reclamado não, para o reclamado haverá à revelia e a
confissão quanto à matéria de fato. Se ambas as partes faltarem injustificadamente, o processo também
será extinto sem a resolução de mérito.

Art. 844 - O não comparecimento do reclamante à audiência importa Arquivamento da reclamação


o arquivamento da reclamação, e o não-comparecimento do +
reclamado importa revelia, além de confissão quanto à matéria de Pagamento das custas
fato. Mesmo sendo beneficiário da
justiça gratuita.
O pagamento das custas é condição para a propositura de novo
demanda. No dia seguinte poderá propor uma nova ação.

§ 3° O pagamento das custas a que se refere o § 2° é condição para a propositura de nova demanda.

A exceção é se houver comprovação no prazo de 15 dias de que essa ausência ocorreu por uma razão
legalmente justificável. O beneficiário terá 15 dias para justificar sua ausência. Se a justificativa for plausível,
o juiz apreciará e decidirá sobre o recolhimento ou não das custas (§2º).

§ 2° Na hipótese de ausência do reclamante, este será condenado ao pagamento das custas calculadas na
forma do art. 789 desta Consolidação, ainda que beneficiário da justiça gratuita, SALVO se comprovar, no
prazo de quinze dias, que a ausência ocorreu por motivo legalmente justificável.

E SE O BENEFICIARIO FALTAR MAIS DE UMA VEZ? Se der causa a dois arquivamentos seguidos, haverá
PUNIÇÃO, pelo prazo de 6 meses, do direito de reclamar em juízo (art. 732 CLT) + pagamento das custas.

Essa impossibilidade de propor uma nova reclamação trabalhista no prazo de 6 meses é chamado pela
doutrina de PEREMPÇÃO. A reclamação que for novamente proposta, será encaminhada para a mesma Vara
Trabalhista da primeira.

LER EM CASA - Súmula 9 TST e OJ 245 SDI – I TST

AUSÊNCIA DO RECLAMADO

§ 4º A revelia não produz o efeito mencionado no caput deste artigo se:


I - havendo pluralidade de reclamados, algum deles contestar a ação;
II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
26

III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à prova do
ato;
IV - as alegações de fato formuladas pelo reclamante forem inverossímeis ou estiverem em contradição com
prova constante dos autos.

Conforme orientação do §5º do art. 844 da CLT, ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na
audiência, serão aceitos a contestação e os documentos eventualmente apresentados.
Se os documentos apresentados contrariarem a presunção de veracidade alegada pelo reclamante, a
revelia ficará afastada.
O adiantamento da petição inicial: A doutrina trabalhista majoritária admite que o aditamento da petição
inicial seja requerido até a audiência, antes da apresentação da respostado réu o que ocorre em audiência;
O juiz acolhendo o aditamento antes da apresentação da defesa, designará nova audiência para que o réu
possa contestar novo pedido.

Reclamação trabalhista
Petição inicial
• Elementos da ação:
a. Sujeito: é a pessoa que pode ingressar comum processo perante o Poder Judiciário.
Obs.: O trabalhador autônomo é um sujeito do processo, mas tem direito de ação na Justiça do
Trabalho, que é incompetente para examinar sua pretensão.
b. Objeto da ação: é o pedido de obtenção de um pronunciamento judicial, que pode ser favorável ou
não ao autor.
c. Causa de pedir: pressupõe a existência de um direito material assegurado ao autor, o qual gerou a
pretensão resistida. Vai ser a base para o pedido.
• Das condições da ação
a. Possibilidade Jurídica do pedido;
b. Interesse de agir;
c. Legitimidade das partes.

A reclamação trabalhista é conhecida também como: Exordial; Vestibular; Peça de Ingresso; Atrial, etc...

Características e requisitos

A reclamação trabalhista tem seu fundamento legal no art. 840 da CLT, enquanto os seus requisitos estão
dispostos no parágrafo primeiro do referido artigo.

Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.


§ 1º Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a qualificação das partes, a breve
exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e com indicação
de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante.

Os requisitos da reclamação trabalhista escrita são:

a. indicação do juízo competente;


b. qualificação das partes;
c. exposição dos fatos;
d. pedido com o devido valor;
e. a data e assinatura do reclamante.
27

A reclamação trabalhista, por conta do princípio da oralidade, que permeia o processo do trabalho, poderá
ser escrita ou verbal.

Entretanto, não se engane, pois o que na verdade é escrita ou verbal é a forma de ajuizamento da ação,
uma vez que, dentro do prazo máximo de cinco dias, contados da distribuição da reclamação trabalhista
verbal, a mesma deverá ser reduzida a termo, conforme dispõe art. 786, parágrafo único da CLT, e a partir
desse ponto segue o mesmo procedimento da reclamação trabalhista escrita.

A Reclamação Trabalhista deverá conter os seguintes requisitos:

I. ENDEREÇAMENTO COMPLETO

O endereçamento definirá o juízo ou Tribunal que irá apreciar sua petição, razão pela qual deverá ser
endereçada para o juízo ou tribunal competente em razão do lugar para processá-la e julgá-la.

A competência territorial está definida no art. 651 e seus parágrafos da CLT. A regra geral é que a
reclamação trabalhista deverá ser ajuizada no foro do local da prestação do serviço, independentemente
do local da contratação.

Se o examinador fornecer o local da prestação dos serviços, esse será também o juízo competente para
julgar e processar a ação trabalhista. Se for dado também o juízo do lugar da contratação, sabe-se que
ambos os juízos são competentes para julgar e processar uma reclamação trabalhista: tanto o lugar da
prestação dos serviços como do lugar da contratação. Nesse caso, sempre se deve eleger o juízo do lugar da
prestação dos serviços.

Exemplo: se o empregado trabalhou no Rio de Janeiro, esse será o juízo escolhido.

Na prova não é possível utilizar dados ou fatos não informados no enunciado da questão, assim, quando
não for indicado o local da prestação do serviço, deverá ser deixada a lacuna, representada pelas reticências
“...”, conforme exemplo abaixo:

“AO DOUTO JUÍZO DA ... VARA DO TRABALHO DE ...”

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA ________ VARA DO TRABALHO DE SÃO LUÍS/MA.

Não se esqueça do juiz de direito investido na jurisdição trabalhista, art. 112 da CF/88. No caso do juiz de
direito investido na jurisdição trabalhista, deverá ser utilizado o seguinte endereçamento:

“AO JUÍZO DE DIREITO DA ... VARA CÍVEL DA COMARCA DE ...”

Obs.: No PJE, a designação do juízo é realizada no próprio sistema, quando o advogado seleciona o órgão
jurisdicional competente, antes de enviar a petição. Por segurança, o profissional deve manter a tradição,
indicando, na petição inicial a autoridade competente.

II. QUALIFICAÇÃO COMPLETA DO RECLAMANTE

A petição inicial é a peça que inicia o processo, onde as partes estão sendo apresentadas ao Poder
Judiciário, de forma que é essencial sua individualização.

É muito importante não esquecer que não é válido criar dados que não estejam no enunciado. No caso do
exercício não fornece nenhum dado do reclamante, basta indicar a qualificação e endereço completos.

“LOQUIDAUM DA SILVA (Nome do Reclamante), nacionalidade, estado civil, PORTEIRO (profissão), RG nº


xxxxxxx, CPF nº xxx.xxx.xxx-xx, CTPS nº xxxx/xxxx, PIS nº xxxxxxxxxxx, residente e domiciliado à Rua/Avenida
xxxxxxxx, nº xxx, bairro xxxxxx, Cidade/Estado, vem a presença de Vossa Excelência, por seu advogado que
28

esta subscreve, endereço profissional à Rua xxxxxxx, onde recebe as notificações, e-mail
alquingelson@gmail.com, com procuração em anexo, propor

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA pelo rito sumaríssimo

em face de ROUME LTDA (Nome do Reclamado), pessoa jurídica de direito privado, CNPJ xx.xxx.xxxx-xx,
estabelecida à Rua / Avenida xxxxxxxxx, nº xxx, bairro xxxxxx, SÃO LUÍS / MA (Cidade / Estado), com
fundamento nos artigos 840 e seguintes da CLT e 319 CPC, pelas razões de fato e de direito que passa a
expor:

O nome do reclamante pode ser colocado em maiúsculas para dar destaque, mas isso não é obrigatório.

Se o examinador deu os dados (nacionalidade, estado civil, profissão, RG, CPF...), devem-se colocar esses
dados na peça. Se o examinador não forneceu esses dados, basta escrever “qualificação e endereço
completos”.

NOME DO RECLAMANTE, qualificação e endereço completos, vem, respeitosamente, perante Vossa


Excelência, por intermédio de seu advogado adiante assinado (procuração anexa), com escritório
profissional no endereço completo, onde recebe intimações e notificações, com fulcro no art. 840, caput e §
1º, da CLT, PROPOR:

III. ADVOGADO (PROCURAÇÃO ANEXA)

Nesse momento deverá ser indicado o advogado do reclamante, ou seja, daquele que está ajuizando a
reclamação trabalhista. É muito simples, basta indicar o advogado e informar que a procuração consta anexa

“FULANO DE TAL,..., por seu advogado com procuração anexa,...”

IV. FUNDAMENTO LEGAL

É de suma importância a indicação correta do fundamento legal, uma vez que é elemento necessário para
justificar tecnicamente o motivo pelo qual foi escolhida a peça a ser confeccionada.

A fundamentação irá variar conforme a peça, para reclamação trabalhista o fundamento legal é o art. 840,
§ 1º, da CLT.

“FULANO DE TAL,..., com fundamento no artigo 840, § 1º, da CLT, ...”

V. VERBO

Aqui deverá ser informado o verbo correto relacionado ao ato processual que irá praticar. Com relação à
petição inicial, o verbo correto, ou melhor, os verbos corretos são: Propor ou Ajuizar.

“FULANO DE TAL,..., vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência PROPOR/AJUIZA

✓ Interpor é uma palavra que se utiliza para recursos.


✓ Oferecer é palavra usada para contestação.
✓ Impetrar é usada para mandados de segurança.
✓ Propor é a palavra adequada para ação.

VI. NOME DA PEÇA

É de suma importância a indicação correta da peça, uma vez que é elemento necessário para justificar
tecnicamente o motivo pelo qual ela foi escolhida.
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O nome irá variar conforme a peça. Sugiro que o nome da peça seja destacado em letra maiúscula, bem
como seja centralizado.

“RECLAMAÇÃO TRABALHISTA...”

RESUMINDO:
→ COLOCAR O RESUMO COMPLETO DO PROFESSOR – SLIDE 6
Deve-se pensar na estrutura da petição, na estrutura de uma reclamação trabalhista. Isso é importante
para se ter um “gancho” para se saber qual será o próximo passo. A seguir, é necessário memorizar a
estrutura da reclamação trabalhista:

I – Preliminar de mérito;
II – Mérito;
III – Pedidos;
IV – Requerimentos finais.
VII. PRELIMINAR

São os fatos importantes que merecem destaque e prioridade.

1. Comissão de Conciliação previa (facultativo): O reclamante esclarece que não passou pela Comissão
de Conciliação Previa, uma vez que esta é uma faculdade do autor, nos termos das liminares
concedidas pelo STF na ADI’S 2139 e 2160.
2. Tramitação preferencial do feito
a. Idoso
b. Dissidio sobre salário
c. Dissidio originário pela falência do empregador
d. Quando se tratar de portador de doença grave
e. Quando se tratar de pessoa com deficiência.
3. Da Justiça Gratuita (art.790, §3º e 4º, CLT).
a. Aqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40% do limite máximo dos beneficiários do
Regime Geral de Previdências Sociais;
b. A parte que comprovar insuficiência de recurso para o pagamento das custas do processo.

No caso do exemplo que ele colocou, vai ser colocar a Justiça gratuita.

DA JUSTIÇA GRATUITA

Inicialmente o demandante requer que seja concedida as benesses da Justiça Gratuita, eis que atualmente
se encontram sem condição de arcar com as onerosas custas processuais e os honorários advocatícios, sem
prejuízo próprio e de sua família, indicando para o patrocínio da causa o subscrito, que aceita o encargo da
lei.

O presente pedido de gratuidade Judiciária está devidamente amparado pelo Art. 98, § 1º e Art. 99 todos do
CPC; art. 790, §3º e 4º, CLT, pela lei 1.060/50, bem como do artigo 5º, inciso LXXIV da Constituição Federal,
com o fim precípuo de não afastar a distribuição da Justiça aos jurisdicionados mais carentes.

Sendo assim, requer desde já que se digne Vossa Excelência em conceder o benefício da assistência judiciária
ao Requerente.

4. Da assistência judiciaria gratuita.


30

VIII. FATOS

É caso concreto, aqui será contado a história do Reclamante. É importante colocar de forma mais clara e
em ordem cronológica.

O caso concreto sempre será o relato dos fatos e dados apresentados pelo próprio exercício, como, por
exemplo,

O Reclamante alega que iniciou seus trabalhos junto a Reclamada em 02/01/2015, na função de porteiro,
com o salário de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais).

Em 01/03/2020 a Reclamada procedeu com o desligamento sem justa causa do funcionário, pagando suas
verbas trabalhistas, contudo não o fez corretamente.

O Reclamante, em seu último mês vinculado à empresa, laborou 2 horas a mais, em relação a sua jornada de
trabalho, durante um período de 10 dias, perfazendo um total de 20 horas extras que não foram
devidamente pagas ao Senhor LOQUIDAUM.

Por fim, impende destacar que também teve suprimido o pagamento das suas férias referentes ao período
de 2019 – 2020.

IX. MERITO OU DO DIREITO

Aqui será o contraponto/contrate entre o fato e o direito pretendido, MERITO + CAUSA DE PEDIR.

Dada a profissão do Reclamante, Nobre Magistrado, está assegurada constitucionalmente a jornada máxima
de oito horas por dia e quarenta e quatro semanais, de forma que qualquer trabalho acima deste limite
importa em prorrogação de jornada, devendo o empregador remunerar o serviço extraordinário com o
adicional legal, nos termos do que prevê o art. 7º, inciso XVI da Constituição Federal e o art. 58 da CLT.

Considerando que a jornada legal máxima era de 8 horas por dia e o Reclamante ultrapassou 02 horas
durante o período de 10 dias, este tem direito ao pagamento de um total de 20 horas extras, acrescidas do
adicional de 50% sobre cada hora. Tal dispositivo encontrasse concretizado no entendimento do TST, nas
súmulas nº 366 e 376. (Colocar também Jurisprudências de forma coerente)

Com base nos vencimentos do Reclamante, chegamos ao valor da hora extra (50%) de R$ 10,21, perfazendo
um total de R$ 204,20.

Assim, requer os pagamentos das horas extras, acrescidas do adicional de 50%, no total de R$ 204,20.

Pedido do período de férias 2019/2020.

O Reclamante prestou serviços à Reclamada, sem, no entanto ter gozado as férias do período em comento,
nem tampouco a recebeu em sua rescisão, não sendo observado o que garante o art. 7º, XVII, CF , o art. 130
da CLT, assim como as súmulas 7 e 328 do TST. (Colocar também Jurisprudências de forma coerente)

Considerando-se como base legal para cálculo o salário de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais), juntamente
com o adicional de 1/3 constitucional sobre o salário no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais), totalizando o
valor de R$2.000,00 (dois mil reais).

Desta feita requer a condenação da empresa ao pagamento das férias do período 2019/2020 às cifras de
R$2.000,00 (dois mil reais).

X. HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS
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Os honorários sucumbenciais são devidos pela parte sucumbente ao advogado da parte vencedora, assim,
ao ajuizar a ação, deverá ser requerida a condenação da reclamada ao pagamento dos referidos honorários,
com base no art. 791-A da CLT.

EXEMPLO:

O artigo 133 da Constituição Federal, norma cogente, de interesse público, das partes e jurisdicional, tornou
o advogado indispensável à administração da Justiça. Sendo necessária a presença do profissional em Juízo,
nada mais justo e coerente do que o deferimento de honorários sucumbenciais.

Assim, requer a condenação da Reclamada ao pagamento dos honorários sucumbenciais, no importe de 15%
sobre o valor da sentença, como preconiza o art. 791-A, CLT

XI. PEDIDOS

O mais importante nesse momento é requerer a procedência dos pedidos, bem como repetir os pedidos já
realizados no desenvolvimento das teses com outra formatação utilizando o menor espaço possível.

Nos termos do art. 840, § 1º, da CLT o pedido deverá ser líquido, de forma que é necessário demonstrar tal
liquidação de forma teórica.

O pedido é o resumo do que o autor que receber. Aqui basicamente será replicado o que fora solicitado
anteriormente, justamente com seus respectivos valores:

EXEMPLO:

SLIDE 14

Diante de todo o exposto, requer:

a.A notificação da Reclamada para oferecer contestação, sob pena de revelia e confissão quanto à matéria
de fato;

b.A condenação da Reclamada ao pagamento das 20 Horas Extras, acrescidas do adicional de 50%, no
importe de R$ 204,20 (duzentos e quatro reais e vinte centavos);

c.A condenação da Reclamada ao pagamento das Férias referente ao período 2019/2020, acrescidas de 1/3
constitucional no importe de R$ 2.000,00 (dois mil reais);

d. A condenação da Reclamada ao pagamento dos honorários sucumbenciais no importe de 15%;

e.A produção de todos os meios de prova em direito admitidos, em especial a prova documental, o
depoimento pessoal e a oitiva de testemunhas.

Na Justiça do Trabalho o pedido deve ser CERTO, DETERMINADO E COM A INDICAÇÃO DE VALOR.

XII. NOTIFICAÇÃO

Neste item deverá ser requerido que seja realizada a notificação da parte contrária para comparecimento
em audiência.

EXEMPLO:
32

Requer seja a reclamada noticada, via postal, para comparecimento em audiência.

XIII. ENCERRAMENTO

Esse é um ponto da peça prático-profissional que merece grande atenção. Não raro, vários examinandos
acabam assinando a petição, gerando sua reprovação sumária pelo fato de terem se identificado.

Assim, é de suma importância que não se assine a peça.

EXEMPLO:

SLIDE 15

Pugna o Reclamante pela TOTAL PROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS com a condenação da Reclamada ao
pagamento das verbas pleiteadas, acrescidas de juros e correção monetária.

Por fim, manifesta o interesse pela conciliação, nos termos do art. 319, VII, CPC.

Atribui-se a causa valor de R$ 3.000,00 (três mil reais).

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Local e Data

Drº Alquingelson Pereira

OAB nº 00019

Contestação Trabalhista
Todo o processo é fundado na relação de bilateralidade, onde o autor dirige sua ação ao Estado-Juiz, como
o objetivo de produzir efeitos no réu, onde este também deve produzir pedido (resposta) a acusação com o
endereçamento para o órgão jurisdicional competente, com o objetivo de que a pretensão do autor seja
rejeita.

No processo do Trabalho chamamos essa resposta/ direito de defesa de Contestação Trabalhista.

Estrutura básica da Contestação:

I. ENDEREÇAMENTO:

O endereçamento é mais fácil do que na reclamação trabalhista, pois basta observar o endereçamento
utilizado na petição inicial.

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 00ª VARA DO TRABALHO DE SÃO LUÍS/ MA

AO DOUTO JUIZO DA 00ª VARA DO TRABALHO DE SÃO LUÍS/ MA

Obs.: Não esqueça que nesse momento processual já existe uma ação tramitando, consequentemente essa
ação foi numerada ao ser distribuída junto ao Poder Judiciário, razão pela qual deverá indicar o número do
processo.

II. QUALIFICAÇÃO:
33

Nome do Reclamado, qualificação e endereço completo, vem a presença de Vossa Excelência, por seu
advogado que esta subscreve, endereço profissional à Rua xxxxxxx, onde recebe as notificações, e-mail
xxx@xxx.com.br, com procuração em anexo, com fulcro no art. 847 da CLT, oferecer

CONTESTAÇÃO

à Reclamatória Trabalhista que lhe move Reclamante, já qualificado nos autos em epígrafe, pelas razões de
fato e de direito a seguir expostas.

III. PRELIMINAR (MATÉRIA PROCESSUAL):

1º Passo: Identificar PROBLEMAS DO PROCESSO: Ir aos ART. 337 CPC e 852-B CLT para ver se os problemas
estão neles.

2º Passo: Achado o PROBLEMA DE PROCESSO, desenvolver o tópico do problema (FATO/ FUNDAMENTO/


PEDIDO) e requerer no pedido de cada tópico a EXTINÇÃO DO PROCESSO; devemos nos basear nos art. 485 e
487 CPC, para identificar se o pedido será de Extinção COM ou SEM JULGAMENTO DO MÉRITO.

Observação: Na prática, a Incompetência do Juízo, apesar de ser uma EXCEÇÃO (resposta do réu), é arguida
em Preliminar de Contestação.

A EXCEÇÃO se encontra nos art’s. 799 e 800 CLT.

1. Inépcia da petição inicial – ausência de causa de pedir

A reclamante afirma que foi obrigada a aderir ao desconto para o plano de saúde, tendo assinado na
admissão, contra a sua vontade, um documento autorizando a subtração mensal, contudo não formula
qualquer pedido. FATO

Segundo estabelece o art. 330, § 1º, I, do CPC, a petição inicial é inepta, dentre outras hipóteses, quando lhe
faltar pedido, sendo o que aconteceu com os descontos salariais para ser integrado em plano de saúde, que
a reclamante sustenta que eram indevidos, porém não apresentou qualquer pedido. FUNDAMENTO

Esclarece-se que, à luz do art. 337, IV, do CPC, a inépcia da inicial deve ser analisada em preliminar de
contestação. FUNDAMENTO

Diante do exposto, requer a extinção do processo sem resolução do mérito, nos moldes dos arts. 485, I, e
330, I, do CPC (indeferimento da petição inicial), em relação ao pedido de descontos salariais relativos ao
plano de saúde. PEDIDO

Sucessivamente, caso não seja acolhida a preliminar de mérito, requer a análise dos demais itens a seguir
expostos.

IV. PREJUDICIAL DE MÉRITO;

PRESCRIÇÃO: (Súmula 308, TST)

OBS: Não é admitida a Prescrição de Ofício pelo juiz. O advogado deverá arguir em sede de Prejudicial de
Mérito.

✓ BIENAL: (Art. 7º, XXIX, CF e Art. 11, CLT): Prazo: 2 anos após a saída do trabalho.
✓ QUINQUENAL (Aplicadas nas parcelas previstas em Lei): Prazo: 5 anos do ajuizamento da ação para
trás.
34

Em reclamação trabalhista ajuizada em 27/02/2018, a reclamante postulou parcelas que retroagem à data
de sua admissão, que ocorreu em 25/10/2012. FATO

Com fundamento nos arts. 7º, XXIX, da CF e 11 da CLT, o direito de ação quanto a créditos resultantes das
relações de trabalho prescreve em 5 anos, contados da data do ajuizamento da ação (Súmula 308, I, do TST).
FUNDAMENTO

Diante do exposto, requer a extinção do processo com resolução do mérito, nos termos do art. 487, II, do
CPC, quanto às parcelas postuladas anteriores aos últimos 5 anos, contados do ajuizamento da ação, ou seja,
anteriores a 27/02/2013. PEDIDO

Sucessivamente, caso não seja acolhida a preliminar de mérito, requer a análise dos demais itens a seguir
expostos.

✓ TOTAL (Aplicadas nas parcelas NÃO previstas em Lei, de trato sucessivo e que tenham sido alteradas
ou suprimidas pelo empregador unilateralmente) Ex.: 14º salário.: Prazo: 5 anos contados da
supressão do benefício pra frente.

DECADÊNCIA:

✓ Mandado de Segurança; prazo de 120 dias contatos da ciência do ato ilícito praticado pela
autoridade coatora.

✓ Ação Rescisória; 2 anos contados do dia imediatamente subsequente do trânsito em julgado da


última decisão proferida na causa – art. 975 CPC e Súmula 100, I, TST)

✓ Inquérito Judicial para Apuração de Falta Grave; 30 dias quando o empregador optar pela
suspensão do empregado estável, contados da data da suspensão – Súmula 403 STF. Ver também
súmula 62 TST

V. MÉRITO (POR TÓPICOS FATOS E FUNDAMENTOS);

Colocar um tópico para cada fundamento arguido pelo Reclamante na inicial. FATO / FUNDAMENTO /
PEDIDO.

1. Horas Extras
35

A reclamante postulou o pagamento de horas extras com adicional de 50%, explicando que cumpria a
extensa jornada de segunda a sexta-feira, das 10h às 20h, com intervalo de duas horas para refeição, e aos
sábados, das 16h às 20h, sem intervalo. FATO

Não assiste razão à reclamante, pois esta laborava 8 horas diárias, de segunda a sexta-feira, e 4 horas aos
sábados, logo o limite constitucional, de 8 horas diárias e 44 horas semanais, não foi ultrapassado, à luz dos
arts. 7º, XIII, da CF e 58 da CLT. FUNDAMENTO

Diante do exposto, requer a IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO da reclamante. PEDIDO

RECONVENÇÃO

A Reconvenção deve ser proposta na Contestação (art. 343, caput, CPC) observada a seguinte estrutura:

1. Preliminar: para destacar o cabimento da Reconvenção (competência, legitimidade,


procedimento e conexão);
2. Formatar a arguição utilizando o FATO / FUNDAMENTO / PEDIDO;
3. Valor da causa.

→ Vai ser uma Mini Petição dentro da Contestação.

VI. PEDIDO (REQUERIMENTO DE IMPROCEDÊNCIA);

Diante do exposto, requer a produção de todos os meios de prova em direito admitidos, em especial pessoal
do reclamante, sob a consequência de confissão.

Por fim, requer o ACOLHIMENTO DA PRELIMINAR DE MÉRITO, nos termos dos


arts. 485, I, e 330, I do CPC e, sucessivamente, art. 485, IV, do CPC, em relação a......

Posteriormente, o acolhimento da prejudicial de mérito para que seja


estabelecida a EXTINÇÃO DO PROCESSO COM A RESOLUÇÃO DO MÉRITO, à luz do art. 487, II do CPC,
quanto ......., e, sucessivamente, no mérito, requer a IMPROCEDÊNCIA DE TODOS OS PEDIDOS do
reclamante, condenando-o ao pagamento de custas processuais.

VII. PROVAS.
VIII. LOCAL, DATA, ASSINATURA
IX. Nestes temos,

Pede deferimento

Local e data

Advogado

OAB nº

ALGUNS ART IMPORTANTES:

✓ ART. 319 CPC (REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL);


✓ ART. 330 CPC (INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL);
✓ ART. 337 CPC (PRELIMINAR EM CONTESTAÇÃO);
✓ ART. 485 CPC (QUANDO O JUIZ NÃO RESOLVERÁ / JULGARÁ O MÉRITO);
✓ ART. 487 CPC (QUANDO O JUIZ RESOLVERÁ /JULGARÁ O MÉRITO);
✓ ART. 847 CLT (DEFESA DO REQUERIDO);
✓ ART. 852-B CLT (MAIS ITENS PARA AS RECLAMAÇÕES TRABALHISTAS);
36

• PRESSUPOSTOS DA AÇÃO:

Prazo da contestação:

“Art. 841, CLT - Recebida e protocolada a reclamação, o escrivão ou secretário, dentro de 48 (quarenta e
oito) horas, remeterá a segunda via da petição, ou do termo, ao reclamado, notificando-o ao mesmo tempo,
para comparecer à audiência do julgamento, que será a primeira desimpedida, depois de 5 (cinco) dias”

O réu terá o prazo de 5 dias para preparar sua resposta escrita e 20 minutos para apresenta-la em
audiência.

Art. 847 - Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua defesa, após a leitura da
reclamação, quando esta não for dispensada por ambas as partes.

Observações:

1. Se o prazo de 5 dias não for respeitado, mas o réu comparecer e apresentar sua defesa sem
alegação de nenhuma nulidade, o juiz deve prosseguir com o andamento do processo, já que não se
declara nulidade se não houve manifesto prejuízo às partes (art. 794, CLT)

2. A inobservância do prazo de 5 dias acarreta na nulidade dos atos processuais subsequentes (que
vem depois) por violação aos princípios do devido processo legal e da ampla defesa, devendo o juiz,
a requerimento do réu, ou, de ofício, no caso de revelia, designar nova audiência, a qual deverá
ocorrer no prazo mínimo de 5 dias.
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