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Mais uma vez adicionámos notas explicativas aos slides de apoio às aulas
teóricas, para uma melhor compreensão dos conceitos fundamentais deste
capítulo.
Boas leituras!
Como é que estes interesses conflituosos se conjugam? Como é que são definidos
os preços nos mercados? São duas das questões que iremos tentar compreender
ao longo deste capítulo.
Vamos perceber que todo este processo de troca de bens e serviços é regulado
pelo preço do bem/serviço em causa!
Contudo, para além do preço do bem, existem outros fatores que influenciam os
consumidores nas suas decisões de compra de determinado bem (outros determinantes da
procura), entre os quais, aqueles que aparecem listados (mas existiriam outros…). Daí que
possamos escrever a procura como sendo uma função dos vários determinantes da
procura, com destaque para o preço do próprio bem e outros determinantes da procura.
Esses outros determinantes da procura aparecem na expressão matemática acima escrita
como sendo o termo independente (a), ao qual podemos chamar de procura autónoma,
que representa a parte das intenções de compra que não depende do preço do bem, mas
sim dos outros fatores que também influenciam os consumidores nas suas decisões de
compra do bem.
Esta expressão mostra-nos que a quantidade oferecida (Qs) por parte das
empresas depende do preço do bem (P). Olhando para o declive da função (+ b)
constatamos que o seu declive (ou inclinação) é positivo, e isso traduz a Lei da
Oferta, a qual significa que quando o preço de um bem aumenta, mantendo-se o
resto constante (ie, admitindo a hipótese ceteris paribus), as empresas estão
dispostas a produzir e vender maior quantidade desse bem (pois isso traduz-se em
maiores margens de lucro), pelo que a quantidade oferecida do bem aumenta. Da
mesma forma que, quando o preço do bem diminui, ceteris paribus, as empresas
vão querer vender menos quantidade do bem (pois torna-se menos interessante
vender o mesmo, do ponto de vista empresarial), ou seja a quantidade oferecida
Contudo, para além do preço do bem, existem outros fatores que influenciam as empresas
nas suas decisões de venda de determinado bem (outros determinantes da oferta), entre os
quais os que aparecem listados (mas existiriam outros…). Daí que possamos escrever a
oferta como sendo uma função dos vários determinantes da oferta, com destaque para o
preço do próprio bem e outros determinantes da oferta. Esses outros determinantes da
oferta aparecem na expressão matemática acima escrita como sendo o termo independente
(a), ao qual podemos chamar de oferta autónoma, que representa a parte das intenções de
venda que não depende do preço do bem, mas sim dos outros fatores que também
influenciam as empresas nas suas decisões de venda do bem.
Mais uma vez, não esquecer que a representação gráfica da oferta (e da procura)
apresenta sempre a quantidade oferecida (Qs) (e a quantidade procurada (Qd)) no
eixo das abcissas (eixo do x) e o preço do bem (P) no eixo das ordenadas (eixo do
y).
Quando juntamos no mesmo gráfico a curva da procura (D) com a curva da oferta
(S) de chocolates, existe um ponto que salta à vista: o ponto de interseção das
duas retas. A esse ponto chamamos o equilíbrio de mercado, que ocorre quando
a procura e a oferta se igualam (Qs = Qd), Ou seja, a procura e a oferta interagem
de forma a equilibrar o mercado. A esse preço de equilíbrio (Pe), a quantidade
que os consumidores querem comprar (Qd) corresponde exatamente à quantidade
que as empresas querem vender (Qs). É exatamente por isso que se diz que o
mercado está em equilíbrio, porque ambos os lados do mercado estão satisfeitos a
esse nível de preço, não existindo razão para o preço se alterar.
1) Podem existir situações em que o preço do bem está mais elevado do que
seria o seu preço de equilíbrio. Por exemplo, se o chocolate estiver a ser
vendido ao preço de 4€/unidade, o que acontece?
A esse preço os consumidores desejam comprar menos quantidade (porque o bem
está mais caro), sendo a quantidade procurada (Qd) de apenas 40 unidades. Mas,
do ponto de vista das empresas, é mais interessante vender chocolate a este preço
mais elevado, pelo que a quantidade oferecida (Qs) é de 120 unidades. Desta
forma, as intenções de venda são superiores às intenções de compra (Qs>Qd),
existindo assim um excesso de oferta, que se traduz num excedente do bem no
mercado (ou seja, existe chocolate a mais disponibilizado no mercado e, portanto,
ficarão chocolates em armazém).
2) Podem também existir situações em que o preço do bem está mais baixo do que seria o
seu preço de equilíbrio. Por exemplo, se o chocolate estiver a ser vendido ao preço de
2€/unidade, o que acontece?
A esse preço os consumidores desejam comprar maior quantidade (porque o bem está
mais barato), sendo a quantidade procurada (Qd) de 120 unidades. Mas, do ponto de vista
das empresas, é menos interessante vender chocolate a este preço tão baixo, pelo que a
quantidade oferecida (Qs) é de apenas 40 unidades. Desta forma, as intenções de compra
são superiores às intenções de venda (Qd>Qs), existindo assim um excesso de procura,
que se traduz numa escassez do bem no mercado (ou seja, não existem chocolates
suficientes no mercado e, portanto, haverá rutura de stocks).
Contudo, essa escassez será temporária, na medida em que, ao existirem consumidores
que desejam adquirir chocolate e não o encontram no mercado, o preço do mesmo irá
aumentar. Ou seja, quando existe escassez no mercado, as forças do mercado
pressionarão a uma subida do preço, conduzindo novamente o mercado ao seu preço de
equilíbrio!
Uma vez conhecido o valor do Pe, basta substituir o P por esse valor nas funções
da oferta e/ou da procura, para determinar a quantidade que será transacionada no
mercado (quantidade de equilíbrio – Qe).
Nota: sempre que nos pedem para determinar o equilíbrio de mercado, teremos de
encontrar os 2 valores: Pe e Qe!
- Uma alteração na oferta do bem ocorre quando se altera, não o preço do bem, mas um
dos outros determinantes da oferta do mesmo. Por exemplo, se houver uma melhoria
tecnológica na produção do bem, irá aumentar a produção, pelo que irá levar a um
aumento das intenções de oferta do bem; ou seja, para o mesmo valor do preço, as
empresas querem vender maior quantidade do bem, conduzindo a uma deslocação da
curva da oferta para a direita, passando a existir uma nova curva da oferta! (no caso
de um fator que conduzisse a uma descida da produção do bem, aconteceria o inverso:
para o mesmo preço as empresas iriam querer vender menos quantidade, conduzindo a
uma deslocação para a esquerda da curva da oferta!)
- Um movimento ao longo da curva de procura (oferta), para uma dada curva de oferta
(procura) não altera o equilíbrio de mercado, gerando apenas um desequilíbrio
temporário, como vimos anteriormente.
- Pelo contrário, sempre que há deslocações da curva de (oferta), para uma dada curva de
oferta (procura), o mercado é conduzido a um novo ponto de equilíbrio, como veremos
de seguida.
O Preço Teto consiste no preço máximo que pode ser cobrado pelo bem, fixado
pelo Governo/entidade reguladora.
A primeira questão é: porque razão o Estado poderá impor preços máximos? Para
defender os interesses dos consumidores! Por considerar que o preço de mercado
Nota que, por definição, um preço garantido é um preço acima do preço de equilíbrio. A
fixação de um preço garantido abaixo do preço de equilíbrio do mercado faria com que a
lei da procura e da oferta conduzisse o mercado novamente para o ponto de equilíbrio
(pois a subida de preço é, neste caso, possível) e a medida implementada pelo Governo
não teria, assim, razão de ser.
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preços dos outros bens (substitutos ou complementares) afetam em concreto o consumo do
bem que estamos a analisar? E quanto ao rendimento dos consumidores, o seu impacto no
consumo será igual em todos os bens?
Estas são algumas das questões que se pretendem esclarecer com o estudo das
Elasticidades. Com o capítulo das elasticidades vamos dar um passo em frente e
quantificar (traduzir em números) este tipo de relações. Assim, a relação quantitativa entre
um dado determinante da procura/oferta e a quantidade procurada/oferecida será analisada
usando o conceito essencial de elasticidade.
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Ou seja, permite quantificar a relação entre o preço de outro bem Y (Py) e a quantidade
procurada do bem X (Qdx), dependendo da relação de substituição ou
complementaridade que se estabelece entre os dois bens, designadamente:
- A relação direta entre o preço de bens substitutos (Py) e a quantidade procurada
do bem X (Qdx): exº: se o preço da massa diminuir, a quantidade procurada de
massa irá aumentar e, consequentemente, a procura de arroz diminuirá (ceteris
paribus);
- A relação inversa entre o preço de bens complementares (Py) e a quantidade
procurada do bem X (Qdx): exº: se o preço dos automóveis diminuir, os
consumidores irão comprar mais automóveis, pelo que irão também consumir
mais combustíveis, ou seja a procura de combustíveis aumenta;
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A EPP mede a variação da quantidade procurada de um bem (QdX) quando o seu
preço (Px) varia. A definição precisa de elasticidade é a variação percentual da
quantidade procurada do bem X dividida pela variação percentual do preço do
bem X. Os passos necessários para o cálculo deste rácio ou divisão encontram-se
no slide seguinte.
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Nota bem:
- A variação absoluta abrevia-se por ∆ e a variação percentual por ∆%. A primeira
calcula-se pela diferença entre valores de uma dada variável; por exemplo, ∆Q =
Q2-Q1 e a segunda considera essa variação absoluta relativamente aos valores
médios da variável em causa; considerando o mesmo exemplo, ∆%Q = ∆Q / Q
média = (Q2-Q1) / (Q1+Q2)/2; podemos multiplicar o resultado por 100 para que
o resultado final fique em percentagem (%).
- Ao contrário do slide anterior, esta fórmula de cálculo da EPP apresenta
módulos (| |) apenas para facilitar os cálculos, pois, por definição, a EPP assumirá
sempre valores negativos que, em valor absoluto (ou seja, em módulo), passam a
valores positivos (|-| = +).
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Aplicando a fórmula de cálculo da EPP (do slide anterior), considerando os
valores apresentados na Figura 1 (slide 22), a EPP assume o valor de 0,43.
- Procura rígida (ou inelástica), quando o valor da EPP é < 1 (no caso em
apreço; EPP = 0,43), ou seja, quando o numerador da fração (∆%Q) é < que o
denominador (∆%P) (no exemplo é o que acontece (0,286 < 0,667)),
traduzindo que a quantidade procurada varia menos que proporcionalmente
(ou seja, numa % menor) relativamente à variação do preço; significa,
portanto, que a QdX reage pouco às alterações do Px.
- Procura elástica, quando o valor da EPP é > 1 (seria o caso da EPP calculada
usando os valores da Figura 2, slide 22), ou seja, quando o numerador da
fração (∆%Q) é > que o denominador (∆%P), traduzindo que a quantidade
procurada varia mais que proporcionalmente (ou seja, numa % maior)
relativamente à variação do preço; significa, portanto, que a QdX reage muito
às alterações do Px.
- Procura unitária, quando o valor da EPP é = 1 (caso menos comum, mas
ainda assim possível de acontecer), ou seja, quando o numerador da fração
(∆%Q) é = ao denominador (∆%P), traduzindo que a quantidade procurada
reage na mesma proporção que as alterações do preço, o mesmo é dizer que a
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quantidade procurada varia proporcionalmente (ou seja, na mesma %) relativamente à
variação do preço; significa, portanto, que a QdX reage proporcionalmente às
alterações do Px.
Recordemos que o sinal da EPP é sempre negativo. Assim, no exemplo apresentado, EPP
= 0,43, apenas porque se usaram módulos para simplificar os cálculos (EPP = |−0,43| =
0,43). Contudo, é importante não esquecer a intuição por detrás deste sinal negativo
esperado para a EPP: segundo a lei da procura, quando o preço aumenta, a quantidade
procurada diminui e vice-versa; logo, em termos de cálculo da EPP teremos sempre um
valor negativo a dividir por um valor positivo e vice-versa, pelo que o resultado dessa
divisão (a EPP) dará sempre um valor negativo. Assim, interpretamos uma EPP = |−0,43|
= 0,43 da seguinte forma: uma diminuição do preço de 1% conduz a um aumento da
quantidade procurada de 0,43% e vice-versa.
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a procura do bem; quanto mais próximo de 1 for o valor da EPP, menos rígida é
a procura do bem.
- Também no grupo dos bens de procura elástica (EPP>1) existem diferenças:
quanto mais próximo de 1 (mas superior a 1) for o valor da EPP, menos elástica
é a procura do bem; quanto mais elevado for o valor da EPP, mais elástica é a
procura do bem, ou seja, mais reage a QdX às alterações no Px.
Esta é, aliás, a grande mais valia da EPP para as empresas. O facto de,
conhecendo a EPP do bem que vendem, conseguirem antecipar como é que os
consumidores (QdX) vão reagir às alterações do preço do bem (Px), ou seja, se
vão reagir muito ou pouco às variações do preço, e assim perceberem qual é a
melhor estratégia de preços, ou seja, se devem aumentar ou diminuir o preço do
bem, com o intuito de aumentar as suas receitas.
Vejamos a relação entre a EPP e a receita total, tendo como ponto de partida um
aumento do preço (variação positiva do preço):
- Quando a procura é elástica em relação ao preço (EPP > 1, ou seja, ∆%Q >
∆%P), um aumento do preço faz diminuir a receita total, pois a quantidade
procurada diminui mais que proporcionalmente relativamente à variação do
preço (variação negativa da quantidade procurada > variação positiva do
preço). Ou seja, apesar de o preço aumentar, isso provoca uma diminuição
significativa (maior do que o aumento do P) na quantidade vendida, pelo que,
considerando o efeito conjugado de P e Q, as RT vão ser menores.
- Quando a procura é rígida em relação ao preço (EPP < 1, ou seja, ∆%Q <
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∆%P), um aumento do preço faz aumentar a receita total, pois a quantidade procurada
diminui menos que proporcionalmente relativamente à variação do preço (variação
negativa da quantidade procurada < variação positiva do preço). Ou seja, o aumento do
preço irá provocar uma diminuição mais ligeira (menor do que o aumento do P) na
quantidade vendida, pelo que, considerando o efeito conjugado de P e Q, as RT vão ser
maiores.
- No caso fronteira de procura unitária (ou com elasticidade unitária i.e. EPP = 1, ou seja,
∆%Q = ∆%P), um aumento do preço não tem qualquer efeito na receita total, pois a
quantidade procurada varia proporcionalmente, em sentido oposto, às alterações do
preço (variação negativa da quantidade procurada = variação positiva do preço). Ou
seja, se o preço aumentar vai provocar uma diminuição proporcional na quantidade
vendida, anulando assim o efeito do aumento do preço, pelo que as receitas totais vão
permanecer inalteradas.
Logo, muitas empresas querem saber se aumentando os preços irão aumentar ou diminuir
a receita. Pela análise que fizemos, ambos os cenários são possíveis, dependendo do tipo
de procura que a empresa enfrenta!
- Quando a procura é elástica em relação ao preço (EPP > 1, ou seja, ∆%Q >
∆%P; no exemplo em concreto: EPP = 1,5 > 1, ou seja, ∆%Q (15%) > ∆%P
(10%)), uma diminuição do preço faz aumentar a receita total, pois a
quantidade procurada aumenta mais que proporcionalmente relativamente à
variação do preço (variação positiva da quantidade procurada > variação
negativa do preço). Ou seja, a diminuição do preço irá provocar um aumento
significativo na quantidade vendida (de 15%, maior do que a diminuição de
10% do P), pelo que, considerando o efeito conjugado de P e Q, as RT vão ser
maiores.
- Quando a procura é rígida em relação ao preço (EPP < 1, ou seja, ∆%Q <
∆%P; no exemplo em concreto: EPP = 0,5 < 1, ou seja, ∆%Q (5%) < ∆%P
(10%)), uma diminuição do preço faz diminuir a receita total, pois a
quantidade procurada aumenta menos que proporcionalmente relativamente à
variação do preço (variação positiva da quantidade procurada < variação
negativa do preço). Ou seja, a diminuição do preço irá provocar um aumento
ligeiro na quantidade vendida (de apenas 5%, menor do que a diminuição de
10% do P), pelo que, considerando o efeito conjugado de P e Q, as RT vão ser
menores.
- No caso fronteira de procura unitária (EPP = 1, ou seja, ∆%Q = ∆%P = 10% no
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exemplo dado), uma diminuição do preço não tem qualquer efeito na receita total, pois
a quantidade procurada varia proporcionalmente, em sentido oposto, às alterações do
preço (variação positiva da quantidade procurada = variação negativa do preço). Ou
seja, se o preço diminuir vai provocar um aumento proporcional na quantidade vendida,
anulando assim a diminuição do preço, pelo que as receitas totais vão permanecer
inalteradas.
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ultrapassada pela subida da quantidade procurada e, como tal, a receita total
sobe.
- Uma leitura vertical da tabela reforça que uma mesma alteração no preço do bem tem
impactos diferentes sobre a receita total, consoante o tipo de procura que o bem
enfrenta. Assim:
- Uma subida do preço, provoca: uma subida nas receitas totais dos bens de
procura rígida; mas uma descida nas receitas dos bens de procura elástica; e não
tem impacto nas receitas dos bens de procura unitária;
- Uma descida do preço, provoca: uma descida nas receitas totais dos bens de
procura rígida; uma subida nas receitas dos bens de procura elástica; e não tem
impacto nas receitas nos bens de procura unitária.
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posso substituir por outros combustíveis, pois o carro não é compatível com outros
combustíveis, então terei de continuar a abastecer o meu automóvel com gasolina).
- a percentagem do rendimento absorvida: em geral, quanto maior for a % de
rendimento absorvida pelo consumo desse bem, mais elástica é a sua procura. Nos
exemplos apresentados:
- o automóvel absorve uma elevada porção do rendimento do consumidor, pelo
seu elevado preço. Imaginemos que um automóvel custa, em média, 30.000€, se
o seu preço aumentar 10%, esse aumento é, em termos absolutos, bastante
significativo (aumenta 3.000€), pelo que os consumidores irão reagir bastante a
esse aumento do preço, diminuindo significativamente a compra de automóveis,
daí ter uma procura mais elástica;
- já no caso do lápis, a % do rendimento absorvida é muito reduzida, pelo próprio
valor reduzido dos lápis. Se o preço médio dos lápis for de 1€, e se o seu preço
aumentar 10%, esse aumento (de 0,10€) é tão insignificante que os
consumidores quase nem se vão aperceber do aumento do preço, pelo que irão
reagir muito pouco ao aumento do preço, daí que a procura de lápis não
diminua muito, apresentando uma procura mais rígida.
- o período de tempo que os consumidores levam a ajustar-se à variação dos preços: a
capacidade para ajustar os padrões de consumo a médio/longo prazo, implica que a
EPP seja em geral maior no longo prazo do que no curto prazo.
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Calculada a EPCP, podemos, assim, classificar a relação de consumo dos dois
bens em análise (X e Y) nos seguintes 3 tipos:
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caso do bem X (açúcar); de igual forma, se o preço do bem Y diminui, a quantidade
procurada do bem Y aumenta, ceteris paribus, e, consequentemente, aumenta a
quantidade procurada de bens complementares ao bem Y, como é o caso bem X;
significa, portanto, que há uma relação inversa entre o preço de bens complementares
(Py) e a quantidade procurada do bem X (QdX).
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Finalmente, como vimos no slide 21, a ERP/Elasticidade Rendimento da
Procura analisa o impacto que uma alteração no rendimento dos consumidores
tem na quantidade procurada do bem X, permitindo quantificar a relação entre o
rendimento (Y) e a quantidade procurada do bem X (QdX).
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Calculada a ERP, podemos, assim, classificar o bem em análise (bem X) nos
seguintes tipos:
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compra registada; significa, portanto, que, no caso dos bens inferiores, há uma relação
inversa entre o rendimento (Y) e a quantidade procurada do bem X (QdX). Um dos
exemplos mais comuns apresentados como bens inferiores são os produtos de marca
branca, cujo consumo aumenta quando o rendimento do consumidor e, portanto, o
poder de compra diminui e vice-versa.
Para a maioria dos bens, importa também perceber se os consumidores reagem muito ou
pouco às oscilações do seu rendimento. Assim, no caso dos bens normais, ainda é
possível distinguir as seguintes subclassificações:
- Bens de 1ª necessidade, quando o valor da ERP > 0, mas < 1, ou seja, quando
o numerador da fração (∆%Qdx) é < que o denominador (∆%Y), traduzindo que
a quantidade procurada varia menos que proporcionalmente (ou seja, numa %
menor) relativamente à variação do rendimento; significa, portanto, que a QdX
reage pouco (é menos sensível) às alterações do Y. De fato, é esse o
comportamento tendencial dos consumidores perante os bens essenciais ou de
primeira necessidade, aumentando (diminuindo) a quantidade procurada desses
bens numa proporção menor à subida (descida) do rendimento.
- Bens de luxo, quando o valor da ERP é > 1, ou seja, quando o numerador da
fração (∆%Qdx) é > que o denominador (∆%Y), traduzindo que a quantidade
procurada varia mais que proporcionalmente (ou seja, numa % maior)
relativamente à variação do rendimento; significa, portanto, que a QdX reage
muito (é mais sensível) às alterações do Y. De fato, é esse o comportamento
tendencial dos consumidores perante os bens dispensáveis ou de luxo,
aumentando (diminuindo) a quantidade procurada desses bens numa proporção
maior à subida (descida) do rendimento.
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- Nos bens de luxo (ERP>1), a diminuição do rendimento provoca
uma diminuição mais que proporcional na QdX;
- Nos bens de 1ª necessidade (0<ERP<1), a diminuição do
rendimento provoca uma diminuição menos que proporcional na
QdX;
- No caso dos bens inferiores (ERP<0), a diminuição do rendimento provoca um
aumento na QdX.