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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE- UFCG

CENTRO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES- CFP


UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS SOCIAIS- UACS
CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM HISTÓRIA

RAYNARA BERNARDO DE SOUSA

“ A BELEZA NÃO MORA NOS PADRÕES”: A IMPORTÂNCIA DA VOZ


FEMININA NA SÉRIE ANNE WITH AN E- (1890)

CAJAZEIRAS-PB
2023

RAYNARA BERNARDO DE SOUSA


“ A BELEZA NÃO MORA NOS PADRÕES”: A IMPORTÂNCIA DA VOZ
FEMININA NA SÉRIE ANNE WITH AN E- (1890)

Trabalho apresentado como requisito para


avaliação da disciplina de Projeto de
Pesquisa IV ministrada pela professora
Rosilene Alves de Melo.
Orientador(a): Prof. Isamarc Gonçalves
Lôbo

CAJAZEIRAS-PB
2023
SUMÁRIO

RESUMO....................................................................................................................... 4
INTRODUÇÃO............................................................................................................. 5
JUSTIFICATIVA...........................................................................................................7
OBJETIVO GERAL..................................................................................................... 7
OBJETIVOS ESPECIFICOS:......................................................................................8
REFERENCIAL TÉORICO:.......................................................................................8
FONTES E METODOLOGIA:..................................................................................10
CRONOGRAMA:....................................................................................................... 12
REFERÊNCIAS:.........................................................................................................13
RESUMO

Ao longo dessa narrativa envolvente, "Anne With an E" oferece uma visão sensível das
experiências adolescentes, tocando em temas de aceitação pessoal, autoexpressão e
resiliência. Este trabalho visa explorar as maneiras pelas quais a série aborda essa
problemática, destacando o poder transformador da voz feminina na promoção da
autoaceitação, na valorização da individualidade e na luta por igualdade de gênero. Tem
como objetivo analisar como a série aborda e desafia os padrões tradicionais da época em
que se passa no século XIX, destacando a relevância da voz feminina na desconstrução
desses conceitos. Isso é exemplificado pela personagem Anne Shirley, cuja jornada e
perspectiva única, ressoam com muitas mulheres incentivando uma reflexão sobre a
valorização da individualidade e autoaceitação. As principais fontes para a produção
do trabalho é a série “Anne With an E” produzida pela empresa Netflix, buscando
analisar o recorte temporal do século XIX especificamente o ano em que a séria foi
ambientada (1890).

Palavras-Chaves: Feminismo, Identidade feminina, Cinema e História, Desconstrução de


estereótipos
INTRODUÇÃO

A série televisiva “Anne With an E” é um testemunho emotivo e poderoso sobre a


jornada da adolescência, contada através de uma perspectiva única da protagonista, Anne
Shirley-Cuthbert. Uma série inspirada nos livros “Anne of Green Gables” de Lucy Maud
Montgomery, pela produção da CBC e da Netflix prende a imaginação do público ao retratar a
vida de Anne enquando enfrenta os desafios da identidade, amadurecimento e pertencimento
em um cenário do século XIX.
Fixando uma narração nostálgica com a série, “Anne With an E” nos faz mergulhar
nas profundezas das emoções humanas, uma pequena órfã imaginativa, encontra seu novo lar
na fictícia Avonlea. No decorrer da série, somos todos convidados a acompanhar suas
inumeras experiências enquanto luta para esquecer e superar seu passado assustador e
encontrar seu lugar em uma sociedade totalmente “tradicional”. A evolução da personagens
interpretada pela atriz Amybeth McNulty, é definitivamente surreal desde a sua chegada cheia
de esperança, até sua jornada para reconciliar história pessoal com a busca por aceitação na
sociedade.
Embora sua abordagem esteja focada em Anne, a série também vem abordar as
questões sociais e políticas revelantes, como diversidade, igualdade e feminismo, mostrando
uma visão moderna para essa trama histórica. Tendo uma amizade bastante sincera entre Anne
e Diana Barry, seus embates com os colegas da escola, como por exemplo Gilbert Blythe,
demostram as dificuladades das relações interpessoais e lutas que os jovens daquela época
enfrentam ao encontrar seu lugar em um mundo em modificação.
No decorrer dessa narrativa envolvente, a série em si oferece uma visão sensível das
experiências adolescentes, citando em temas de afeição pessoal, autoexpressão e resiliência. A
série nos faz recordar que a jornada para a maturidade é muitas vezes como uma montanha-
russa emocional, cheia de desafios e êxito que moldeiam o indivíduo. Com sua adaptação
criativa e personagens cativantes, a série ultrapassa a história original e torna-se uma reflexão
profunda sobre a natureza humana e a lutas universais que enfretamos ao crescer.
A série “Anne With an E” é uma obra televisiva que captura não apenas a essência do
romance clássico de Montgomery, mas, explora a dificuldade da jornada adolescente de uma
maneira inesquecível e comovente. Diante dessa narrativa, a série nos lembra que,
independente da época em que se passa, as experiências da juventude são evidente repletas de
emoções cruas e transformadoras, tornando-se assim uma obra que ressoa com o público de
todas a fachetária de idades.
“Anne With an E” ultrapassa o entretenimento padronizado, tendo em vista que a série
narra a história de uma jovem órfã em busca de um lar, mas também nos lança uma visão
profunda sobre a importância da voz feminina na desconstrução dos padrões estereotipados de
beleza naquele cenário. Este trabalho visa explorar as maneiras pelas quais a série aborda essa
problemática, destacando o poder transformador da voz feminina na promoção da
autoaceitação, na valorização da individualidade e na luta por igualdade de gênero.
Atráves da personagem Anne Shirley, é possível identificar como a narrativa da história
desafia as normas preestabelecidas as vozes femininas, tornando-se um incentivo para
discurssões contemporâneas sobre representação. No trecho a seguir, percebe-se a relação de
Anne com o compromisso com a religião naquela época, onde toda jovem deveria obter.
Realmente, a série apresenta a religião como uma parte “superficial” e muitas das vezes
imposta na vida de Anne.
– Nunca faço preces – Anne declarou.
– Ora, Anne, o que é que você está dizendo?! Nunca lhe ensinaram a fazer suas
orações?! Deus sempre quer que as meninas façam suas preces. Você não sabe quem é
Deus, Anne?
– Deus é um espírito infinito, eterno e imutável em Seu ser, sabedoria, poder, santidade,
justiça, bondade e verdade – respondeu Anne.
– Então sabe alguma coisa, pelo menos. Graças a Deus, você não é exatamente uma
ateia. Onde aprendeu isso?
– Oh, na escola dominical do orfanato. Eles nos fizeram aprender todo o catecismo.
Gostei muito. Tem alguma coisa esplêndida em algumas dessas palavras. “Infinito,
eterno e imutável”… não é maravilhoso? Tem tanto ritmo nisso… é como se fosse o
som de um órgão bem grande. Acho que isso não pode ser chamado de poesia, mas
parece muito, não parece?
(Beckett, Moira Walley. Anne With an E. Netflix, 2017. Temporada 1, Episodio 1,
“Sua determinação dita seu destino” 00:48:30- 00:48:40.

Outro exemplo na série, é que Anne em um dos episodios acaba testemunhando uma
amiga sendo assediada e, posteriormente, escreve um jornal sobre o ocorrido, uma representaçaõ
de sua atitude antecipada em relação às questões de igualdade e justiça. Escrever sobre o assédio
que testemunhou, pode ser uma maneira de denunciar o comportamento inadequado do rapaz
sem se dirigir a ele diretamente, o que se cria uma conscientização sobre o problema.
A ação da jovem Anne em escrever no jornal da escola sobre o incidente, pode ser
considerada justa, pois ela está usando a sua voz e influência para chamar a atenção da sociedade
para um problema sério. Além disso, a escrita do jornal pode servir uma ferramenta para iniciar
conversas importantes sobre o respeito e consentimento, para assim criar um ambiente seguro.
No entanto, algumas pessoas podem considerar que a escrita do jornal é uma ação justa e
necessária para combater o assédio, enquanto outras podem argumentar e questionar que Anne
deveria ter tomado medidas mais diretas para interromper o assédio no momento em que
ocorreu.
JUSTIFICATIVA

A escolha da série enquanto material de análise, surge a partir de uma motivação, pois,
olhando pelo lado cinéfilo, a mesma retrata uma história incrível, emocionante, e ao mesmo
tempo uma história de superação de uma garotinha órfão. Com isso, o que mais nos comove é
o envio de Anne para a casa de um casal de irmãos por engano e mesmo assim ela conquista
amor do casal, uma garota sonhadora e que ama escrever, superando todos os obstáculos
retratados na série, se tornando uma pessoa amada por todos. Por outro lado, a série chama
atenção na significância das pautas feministas nela desenvolvida, que enfatiza a questão da voz
feminina ser silenciada na época em que a série se passa, como também a liberdade de
escolhas das mulheres sobre suas próprias vidas.

No tocante ao universo acadêmico, busca-se contribuir para uma ampla gama de


disciplinas acadêmicas, fornecendo uma compreensão mais profunda das complexidades das
questões de gênero, empoderamento e autoimagem na sociedade contemporânea. Visto que,
para se somar aos estudos da acadêmia como foram efetivados pelo históriado Manoel Alves
Neto com seu trabalho “Entre fadas boas, uma má: o arquétipo de Malévola no cinema” 1. Como
também, trabalhos com uma temática semelhante intitulados “Ler pode salvar sua vida:
Literatura e Inteligência Emocional na série Anne With An E” escrito por Stefani
Hemkemeier,2 e “O Protagonismo Feminino em Anne de Green Gables” por, Janaina Pontes
dos Santos.3
Entretanto, esse trabalho pode ir muito além do ambiente acadêmico, alcançando um
público mais amplo e contribuindo para uma sociedade mais inclusiva, igualitária e consciente
das questões de gênero. Podendo assim, inspirar as mulheres a serem mais confiante,
assertivas e a se expressarem sem medo. Isso pode encorajar uma geração de mulheres a luta
por seus direitos, objetivos e sonhos.

OBJETIVO GERAL:

1
NETO, Manoel Alves. “Entre fadas boas, uma má: o arquétipo de Malévola no cinema”: Monografia
apresentada à disciplina Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). 2022. Tese (Graduação em Licenciatura em
História) – Curso de Educação – Universidade Federal de Campina Grande, Cajazeiras, 2022.
2
HEMKEMEIER,Stefani. “Ler pode salvar sua vida”: Literatura e Inteligência Emocional na obra Anne With An
E. 2020. Tese (Graduação em Letras – Língua Portuguesa) - Curso de Educação - Universidade do Sul de Santa
Catarina, Tubarão, 2020.
3
SANTOS, Janaina. O PROTAGONISMO FEMININO EM ANNE DE GREEN GABLES. 2021. Tese ( Graduação
em Letras – Língua Portuguesa) - Curso de Educação - Universidade Federal da Paraíba – Campus IV,
Mamanguape-PB, 2021.
Analisar como a série aborda e desafia os padrões tradicionais da época em que se
passa, destacando a relevância da voz feminina na desconstrução desses conceitos,
investigando como as características únicas da voz de Anne Shirley contribuem para a
apresentação de uma jovem feminina forte e resiliente, examinando como sua perspectiva
única desafia as convenções de gênero da época e influencia outros personagens ao seu
redor.

OBJETIVOS ESPECIFICOS:

I. Analisar a jornada de autoafirmação e autoexpressão da protagonista Anne Shirley ao


longo da série Anne With an E, explorando como sua voz evolui desde sua chegada a Green
Gables até suas realizações finais.
II. Comparar os acontecimentos no cénario em que a série se passa, buscando uma
comparação ao mundo contemporâneo e rever a evolução dos movimentos feministas.
III. Avaliar a protagonista como representação de mulher forte e inspiração para outras
mulheres na atualidade, analisando como sua jornada em série pode promover a autoconfiança
ao público feminino.

REFERENCIAL TÉORICO:

A intersecção do cine e da história tem sido uma área de investigação rica e diversificada,
provendo informações valiosos sobre como a representação audiovisual molda e é moldada pelo
contexto histórico. A exploração desta relação intrincada revela uma compreensão mais profunda
de como as narrativas cinematográficas podem refletir e reinterpretar eventos e valores
históricos. No caso da série “Anne With an E”, exemplo eloquente desse entrelaçamento, esta
análise faz todo o sentido quando examinamos a forma como a produção aborda a voz feminina
e sua importância no contexto do século XIX.
Embora a série não seja um documento cinematográfico, mas sim uma produção audiovisual, os
conceitos de Marc Ferro podem ser aplicados para analisar a contribuição que a série oferece em
relação a estes dois tipos de perspectivas históricas, e assim por diante, para fornecer uma
representação visual dramatizada da série. Embora a série seja uma obra de ficção e tenha sido
adaptada para fins narrativos e de entretenimento, ela ainda pode fornecer informações sobre
situações e tradições históricas.

Segundo Ferro, a documentação cinematográfica traz dois tipos de contribuição. Primeiro,


proveem uma representação visual direta de eventos históricos e permitem-nos capturar
momentos autênticos do passado. Em segundo lugar, refletem as perspectivas culturais e
ideológicas da época em que foram criadas, permitindo assim a análise das opiniões e ideias
predominantes na sociedade da época. Essencialmente, a documentação cinematográfica provê
uma janela para a compreensão das mentalidades e valores que moldaram os eventos históricos e
o contexto em que foram criados. (FERRO, 1988)4
A série aqui analisada oferece um ambiente interessante no qual se pode discutir complexa
relação entre cinema e história. Adaptado do famoso romance de Lucy Maud Montgomery,
“Anne of Green Gables”, transporta os espectadores para a ilha do príncipe Eduardo no século
XIX. Ao fazer isso, ele não apenas dá vida a elementos da história mas também canaliza as
mentalidades e valores dominantes da época. Este pano de fundo histórico fornece o cenário
ideal para explorar as dinâmicas de gênero e as relações sociais que permeavam a sociedade do
século XIX.

O mundo instinto pode ser, e tem sido, representado nos filmes para convence-lo de que
vala a pena ver com atenção o mundo da história na tela, um mundo que pode
representar um passado importante , fazer um tipo de história que é suficientemente
complexa para que tenhamos de aprender a interpretá-la (Ronsestone, 2010, pág 14).

Pode-se entender que a série aqui analisada utiliza a representação história e a narrativa visual
para convencer o público de que vale a pena explorar o passado na tela. A série em si convida a
todos a aprender e interpretar as destas representações históricas, apresentando uma visão de um
mundo histórico onde a compreensão das relações de gênero e outras questões sociais daquela
época, são de extrema importância. No entanto, muitos observam a série apenas como um
entretenimento, mas é também um artefato cultural que vem desafiar e redefinir os limites entre
o cinema e a história.
Todavia, os filmes históricos podem ser usados como instrumento para despertar o interesse do
público pelo passado e a história. Ao assistir a um filme ou até mesmo série que retrata um
passado significante, o público é incentivado a mergulhar na história e a aprender como
interpretar as dificuldades da história e os eventos figurados na tela. Diante disso, o cinema
acaba se tornando uma ponte entre o mundo moderno e o passado, convidando o público a
explorar e compreender o significado mais profundo da história por trás das imagens em
movimento.
A protagonista, Anne Shirley, é uma jovem determinada e apaixonada por aprender,
cujas as suas vontades desafiam as expectativas tradicional para as mulheres da época. Através
4
FERRO, Marc. Cinema e História. Tradução Flávia Nascimento, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992
dela e de outras personagens femininas, a série explora questões como empoderamento
feminino, igualdade de gênero, e a luta por autonomia em uma sociedade totalmente
tradicional.
Segundo Beauvoir (2009, p. 200), historicamente, as mulheres alcançaram uma forma de
liberdade ao aceitar papéis e expectativas socialmente designados, mesmo que essas funções
possam parecer restritivas. Ao "tornar-se cativas" das normas sociais, as mulheres abriram mão
de um certo tipo de liberdade pessoal para se adequar às convenções da época. A interação entre
os papéis tradicionais e a busca por liberdade das mulheres, acaba que se destacando como
muitas vezes se transformaram em limitações impostas em uma fonte de força e capacidade de
agir dentro de uma sociedade que as marginalizava.5
Na série, observamos como as personagens femininas, incluindo Anne, muitas das vezes
precisam enfrentar as limitações que são impostas a todas as mulheres em uma sociedade
tradicional do século XIX. Apesar de que, essas mulheres se encontrem em posições subalternas,
elas buscam e lutam pela sua liberdade ao impor suas próprias identidades. A renúncia à
convenção social é uma forma de empoderamento, permitindo que elas se libertem das
expectativas impostas pela sociedade e encontrem sua própria força interior.
Anne Shirley, em particular, traduz essa ideia ao rejeitar as normas tradicionais impostas
para as mulheres de sua época. Ela expressa sua opinião, busca pela sua própria educação e
enfrenta desafios com determinação, enquanto permanece fiel a si mesma. Ao optar por desafiar
as normas sociais, Anne se torna cativa das expectativas das pessoas ao seu redor, mas essa
"catividade" é o que a impulsiona a se reconectar com sua força e a emergir como uma voz
independente e inspiradora para as outras mulheres.
Na série "Anne with an E", Anne Shirley foge totalmente dos padrões tradicionais da
época de várias maneiras, demonstrando sua personalidade única e forte, mostrando a
determinação em desafiar as expectativas sociais. Anne tem uma imaginação muito grande e um
modo de se expressar eloquente. Ela naão foge apenas dos estereótipos das mulhereas tranquila ,
mas também se recusa a esconder sua criatividade, paixões e principalmente sua voz. A grande
vontade de Anne é de se tornar uma grande escritora bem-sucedida e conhecida a explorar o
mundo. Essa sua ambição vai muito além das expectativas comum para as mulheres do século
XIX, que muitas das vezes eram direcionadas apenas para o casamento, maternidade ou até
mesmo empregada doméstica.

FONTES E METODOLOGIA:

5
BEAUVOIR, Simone. O segundo sexo: fatos e mitos. Tradução Sérgio Milliet. – 2. Ed. – Rio de janeiro: Nova
Fronteira, 2009. 2v.
Para o desenvolvimento dessa pesquisa será utilizado a série Anne With na E como
analise em seu contexto histórico e social, visto que a série possui 3 temporadas cada uma
contendo 10 episódios.
A presente pesquisa se utiliza como metodologia a análise filmica, onde demonstra
um estudo profundo sobre a série Anne with na E ,bem como o foco na história
social/cultural e faz uma revisão bibliográfica através de autores que conversam com o assunto
abordado na série em questão e trazer um recorte sobre os objetivos e explicação da sociedade
naquele recorte temporal do século XIX. Tendo como base os autores Marc Ferro, Simone
Beuavior, Robert Ronsenstone, Maria Stela Bresciani entre outros estudiosos que elaboraram
estudos pertinentes com base no cinema.
A pesquisa será realizada com foco na análise dos conteúdos dos episódios,
observando, principalmente, a evolução das ações da personagem Anne Shirley. O objetivo é
levantar a porcentagem de participação da personagem desde a 1° temporada até a 3°, para
comprovar a alternância de protagonismo feminista de Anne Shirley. Portanto, é necessário
assistir algumas vezes cada episódio para observar, em um momento, o conteúdo e, em outro,
contabilizar o tempo da voz feminina voltado na série naquele século, como também a série se
torna um documento de grande importância como finalidade de criar conceitos para o público
feminino.
Da 1° à 3° temporada de Anne with na E, muitos fatos vêm à tona, fazendo com que o
público conheça melhor os personagens e se familiarize com o contexto. Mas como explicar
esse sucesso? Muitas momentos impactantes ocorrem na série, a mesma conquistou muitos fãs
por conta da personagem principal , por se tratar de uma menina órfã com muitos traumas na
vida, que no decorrer da série todos eles vão sendo superados. Em 1908, a trajetória de Anne
destaca os diversos rótulos femininos que infelizmente perduram até hoje. Quando, por
exemplo, a Sra. Cuthbert quer devolver Anne ao orfanato por ser uma menina e “incapaz de
trabalhar na fazenda” já que era apenas uma tarefa para os homens.
Segundo Ronsenstone(2010, p. 15) “Os filmes servem para criar uma reputação para
diretores e astros e gerar dinheiro para os produtores. Para eles, a história é apenas mais uma
ferramenta para vender ingressos”. A repercussão na mídia, as matérias jornalísticas, além das
reações espontâneas dos fãs ao se manifestarem em redes sociais, criarem sites que se
tornam referencia sobre a série, por meio desses dados ficou comprovado que, para os
padrões da empresa, a série Anne with na E não era um produto com longa vida. A série não
alcançou os números esperados e, apesar de protestos de fãs de todo o mundo, de muitos
pedidos de comunidade, de mobilizações em redes sociais, falou mais alto e a série foi
descontinuada ao fim da 3° temporada.

CRONOGRAMA:

2023
Atividades Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Leitura de textos X X X X X X X
base
Levantamento de X X X
pesquisas no capes
Fichamento de X X X X
textos
Analise dos X X X
episódios da série
2024
Atividades Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Redação/ X X X X X X X X
Escrita da
monografia
Revisão da X X X
pesquisa/
monografia
Defesa da X
monografia
REFERÊNCIAS:
ACSELRAD, Marcio. A teoria feminista vai ao cinema: configurações e reconfigurações do
feminino na tela. Vozes e Diálogo, v.14, n. 01, 201
ANGELIN, Rosângela. Estratégias para a autonomia das mulheres desde os movimentos
feministas. Coisas do Gênero: Revista de Estudos Feministas em Teologia e Religião, São
Leopoldo, v. 5, n. 1. p. 20-34, jan./jun. 2019.

BEAUVOIR, Simone. O segundo sexo: fatos e mitos. Tradução Sérgio Milliet. – 2. Ed. – Rio
de janeiro: Nova Fronteira, 2009. 2v.

BRESCIANI, Maria Stela (org.) - Revista Brasileira de História - no. 18 - SP - ANPUH/


Marco Zero - 1989/90

CARVALHO, Amasa Ferreira. O movimento feminista e a luta pelo empoderamento da


mulher. Paraíba: Gênero & Direito, 2015.
CASTORIADES, Cornelius. A instituição imaginária da sociedade. 6. ed. Rio de Janeiro:
Paz e Terra, 1982.
COSTA, Vânia Maria Torres. Os movimentos sociais e a televisão: em busca de visibilidade.
Trabalho apresentado ao NP 7 - Comunicação Audiovisual, do IV Encontro dos Núcleos de
Pesquisa da Intercom, 2004.

Empoderamento de Mulheres:uma proposta de Análise para as Organizações. 2008.


FARIA, Nalu et al. Feminismo e autonomia das mulheres: caminhos para o
enfrentamento à violência. São Paulo: Sempreviva Organização Feminista, 2018. GARCIA,
Carla Cristina. Breve história do feminismo. São Paulo: Claridade, 2011.
FERRO, Marc. Cinema e História. Tradução Flávia Nascimento, Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1992.
HOBSBAWN, Eric J. A era das revoluções: Europa 1789 -1848. Tradução de Maria Tereza
Lopes Teixeira e Marcos Penchel. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991 [1977].

Marlene Catarina de Oliveira Lopes Melo - Bolsista Sênior do CNPq.


MAYER, Carolina Aires. O protagonismo feminino proativo nas narrativas audiovisuais de
ficção científica. Natal: CCHLA, 2018. MENDES, Raiana Siqueira, VAZ, Bruna Josefa de
Oliveira.
ROSENSTONE, Robert. A história nos filmes/ Os filmes na história, São Paulo: Paz e
Terra, 2010, 264 p. Resenha de: VIANNA, Alexander Martins. Filmes, história e narrativa.
História da Historiografia. Ouro Preto, n. 7, 301-304, nov,/dez. 201
CUNHA, Maria de Fátima. Mulher e Historiografia: Da visibilidade à diferença. Hist.
Ensino, Londrina, v. 6, p. 141-161, out. 2000
MORAIS, J. . A HISTORIOGRAFIA DO CINEMA BRASILEIRO: PERSPECTIVAS PARA
UMA ABORDAGEM TEÓRICOMETODOLÓGICA. Fênix - Revista de História e Estudos
Culturais, v. 13, n. 1, 30 jun. 2016.

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