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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CATALÃO.


INSTITUTO DE HISTÓRIA E CIENCIAS SOCIAIS.
LICENCIATURA EM HISTÓRIA.

ANA CAROLYNE MAGGIO LIMA VIEIRA

ENSAIO: “ANNE COM “E”: UM SÉCULO A FRENTE”

HISTÓRIA DO MUNDO CONTEMPORÂNEO

Docente: JEANNE SILVA

Catalão – Go
2023
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“Anne com E”: Um século a frente

Ana Carolyne Maggio Lima Vieira

Resumo: Este breve ensaio tem como objetivo trazer uma análise as temáticas
inseridas série, da plataforma digital Netflix, “Anne with an E” (2017-2019). A série,
representada década de 1890, trata-se de uma menina órfã chamada Anne (Amybeth
McNulty) que aos 13 anos é enviada por engano para viver com um casal irmãos mais
velhos Marilla (Geraldine James) e Matthew Cuthbert (R. H. Thomson), e começa a
sua jornada de adaptação à vida em Green Gables, uma fazenda no Canadá, mas
não somente isso como acompanha-se o amadurecimento da personagem nos
diversos temas abordados, ainda bem atuais, durante o decorrer do seriado. A música
de abertura de “Anne with an E” se chama “Ahead by a Century”, em tradução livre
“um século a frente”, encaixando-se muito bem na proposta da série e nos diversos
temas debatidos em sala de aula durante o semestre. Debates e lutas como o
movimento feminista, racismo estrutural, direitos indígenas, censura, questões sobre
homossexualidade é trazido de forma mais leve devido a idade da personagem, porém
extremamente impactantes quando bem notados.

Palavras chave: Censura; Feminismo; Indígenas; Racismo; Preconceito.

Introdução

"Anne with an E" é uma série de televisão canadense baseada no clássico


romance "Anne de Green Gables" de Lucy Maud Montgomery. Criada por Moira
Walley-Beckett, a série se destaca por sua narrativa envolvente e sua abordagem
contemporânea de temas profundos e complexos. A série mergulha profundamente
em temas sociais, culturais e emocionais. Ela oferece uma visão sensível e moderna
de uma época passada, destacando a relevância contínua desses temas na
sociedade contemporânea. Através da jornada de Anne Shirley, a série nos lembra da
importância da resiliência, da amizade e da busca pela igualdade, enquanto celebra
a singularidade de cada indivíduo.

A primeira temporada se concentra na adaptação de Anne à sua nova vida e


comunidade, enfrentando desafios e oportunidades ao longo do caminho. Muitos dos
temas e personagens que continuarão a ser explorados ao longo da série, incluindo a
jornada de amadurecimento de Anne, sua busca por aceitação e pertencimento, e a
forma como ela desafia as normas sociais da época. A temporada também introduz
os espectadores ao cenário encantador de Avonlea e à rica gama de personagens
que habitam essa pequena comunidade.
Já na segunda temporada, aprofunda os relacionamentos e os desafios
enfrentados por Anne e os outros habitantes da comunidade. A série continua a
explorar questões sociais, como o racismo e a discriminação, à medida que
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personagens negros enfrentam preconceito em Avonlea. Anne se torna uma


defensora da igualdade e justiça social.
A terceira e última temporada, Anne e seus amigos continuam a lutar por
melhorias na educação em Avonlea. Eles enfrentam resistência das autoridades
locais, mas estão determinados a tornar a escola um lugar melhor para todos. A série
continua a abordar questões de igualdade de gênero e empoderamento feminino, à
medida que Anne e outras mulheres da comunidade desafiam as normas sociais da
época.

Figura 1 – Personagem principal Anne.

Fonte: maxseries.tv

Desenvolvimento

I. Como o empoderamento feminino e a censura são tratados na série?

O feminismo em "Anne with an E" é tratado de maneira aberta e progressista ao


longo da série. Anne Shirley, a personagem principal, é uma defensora do
empoderamento feminino e desafia as normas de gênero da época. Ela promove a
ideia de que as mulheres têm o direito de buscar seus próprios sonhos, serem
educadas e terem voz em suas vidas. A série destaca a importância da igualdade de
gênero, da autoconfiança e da autonomia das mulheres, e isso é refletido em vários
aspectos da história, desde a educação das meninas até as oportunidades que
buscam em suas vidas. Além disso, outros personagens, como Marilla Cuthbert e
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Rachel Lynde, também são exemplos de mulheres independentes e fortes, que


contribuem para a narrativa feminista da série.

Figura 2 - Jornal escrito por Anne

Fonte: Anne com E - Netflix

O episódio 6 da terceira temporada de trata de questões sérias e importantes


relacionadas ao assédio, ao feminismo e à liberdade de expressão. No episódio
anterior, Josie (Miranda McKeon) foi vítima de assédio por parte de seu namorado
Billy (Christian Martyn), e Anne tomou medidas para defendê-la. No entanto, suas
ações levaram a uma série de repercussões na cidade de Avonlea. Ao perceber a
injustiça enfrentada por Josie, decide escrever um artigo opinativo afirmando que as
mulheres são seres completos por si mesmas, em vez de dependerem de homens
para sua plenitude. Essa afirmação desencadeia uma reação negativa da Câmara
Municipal, que tenta censurar o jornal escolar. A reação dos alunos da escola é de
revolta contra a censura e em defesa da liberdade de expressão. Anne lidera uma
marcha de protesto, com o apoio de amigos, incluindo Gilbert (Lucas Jade Zumann).
Eles defendem a ideia de que a liberdade de expressão é um direito humano
fundamental e se recusam a aceitar a censura imposta pela Câmara Municipal.

Figura 3 – Alunos vão a Câmara Municipal

Fonte: Anne com E - Netflix


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O episódio culmina com a máquina de impressão da escola sendo retirada por


um grupo de homens e a escola sendo incendiada. Isso demonstra a intensidade das
tensões na cidade de Avonlea em relação às questões de gênero, igualdade e
liberdade de expressão. Anne escolhe defender o que acha certo, que é a injustiça
cometida contra as mulheres como um todo, em vez de se concentrar em questões
pessoais. Josie também mostra coragem ao não se calar diante da situação. O
episódio aborda temas de empoderamento feminino, resistência contra o patriarcado
e a importância de lutar pelos direitos e pela igualdade de gênero. Ele inspira os
personagens e os espectadores a se levantarem contra a injustiça e a defenderem o
que acreditam ser certo.

II. O racismo e a discriminação

Preconceito e racismo em vários momentos ao longo da série, principalmente


através da personagem Sebastian "Bash" (Lacroix Dalmar Abuzeid). Bash é um
personagem negro que enfrenta discriminação e racismo em Green Gables e na
sociedade canadense do século XIX. É um personagem introduzido na segunda
temporada e é casado com a amiga de Anne, Mary (Cara Ricketts). Sua presença em
Green Gables expõe os preconceitos raciais existentes na comunidade, e ele enfrenta
hostilidade e discriminação de algumas pessoas da cidade devido à sua origem. A
série destaca como muitos dos personagens na cidade têm visões estereotipadas dos
negros, baseadas em preconceitos enraizados. Isso é exemplificado quando Bash é
frequentemente visto como uma ameaça simplesmente por ser negro, apesar de sua
personalidade gentil. A história dele é uma narrativa de luta pela aceitação e igualdade
em uma sociedade que não está pronta para aceitar pessoas de diferentes origens
étnicas. Ele e sua esposa, Mary, lutam para construir uma vida em Green Gables,
apesar dos desafios que enfrentam.
Uma das cenas mais encantadoras, é quando os Cuthberts chamam Gilbert e
Bash para um jantar de natal e Anne o recebe com a seguinte frase: “Você é o
Sebastian. Que emoção. Li sobre os antigos reinados da África e sobre os mouros da
Espanha. Mas nunca havia conhecido uma pessoa de cor antes. Ninguém com suas
feições. A sua pele é simplesmente extraordinária. É um grande prazer conhecer
você.” (ANNE, Temporada 2, Episódio 7). Essa cena demonstra como Anne realmente
é cativante e como os preconceitos não nascem com alguém, são desenvolvidos e
impostos por uma sociedade preconceituosa.

Figura 4 - Anne conhece Bash

Fonte: Anne com E - Netflix


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É importante destacar que a série usa a narrativa de Bash não apenas para
retratar o racismo histórico, mas também para promover a discussão sobre igualdade
e inclusão em nosso contemporâneo.

I. A homossexualidade é tratada de forma sutil

A série aborda a questão da diversidade de gênero por meio do personagem


Cole, que desafia as normas de gênero esperadas para meninos na sociedade da
época. O fato de Cole não se encaixar no modelo convencional causa conflitos e
discriminação, especialmente com o professor Sr. Phillips. Os comentários
preconceituosos do professor em relação a Cole, sugerindo que ele tem "inclinações
femininas". Essa atitude reflete os estereótipos e preconceitos da sociedade em
relação à masculinidade e à feminilidade. Anne, demonstra empatia e aceitação em
relação a Cole e à tia de Diana, Gertrudes, que viveu um relacionamento não
convencional com outra mulher. Enfatizando a importância da compreensão e da
aceitação das diferenças. A série busca normalizar as relações afetivas de forma a
desafiar a visão convencional da sociedade da época. Anne questiona por que deveria
haver algo de errado em viver uma vida com alguém que se ama, sugerindo uma
abordagem progressista em relação ao amor e à diversidade nas relações humanas.
Utilizando momentos de tensão, como os conflitos com o professor Sr. Phillips, a
segunda temporada também destaca a importância da aceitação e da compreensão
em relação a cada indivíduo. A sensibilidade de Anne em relação a essas questões
contrasta com a hostilidade e o preconceito enfrentados por Cole.

Figura 5 - Diana, Anne e Cole

Fonte: Anne com E - Netflix

A personagem Josephine Barry (Deborah Grover) é a tia de Diana Barry (Dalila


Bela), a melhor amiga de Anne. Cativada pela personagem principal, Josephine
convida Anne, Diana e Cole para uma festa em comemoração ao aniversário da
falecida companheira “Gertrudes”. Durante a festa, o trio de amigos descobre que o
companheirismo das personagens não se trata apenas de amizade, e sim que, elas
eram casadas. Sua postura busca naturalizar, a vista dos telespectadores, as relações
afetivas. A naturalidade que os debates são trazidos aparece como contraponto dos
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momentos de tensão. Essa postura sensível é notória em uma conversa com Marilla,
depois de voltar de uma festa na casa de Josephine: “Acho que também aprendi algo
sobre o amor. Não é igual pra todo mundo. Pode ter muitas formas diferentes. O que
pode haver errado com uma vida se for vivida com quem você ama?” (ANNE,
Temporada 2, Episódio 7).

I. Educar para civilizar?

A temática dos conflitos étnicos é explorada através da introdução de


personagens indígenas. No entanto, a representação desses personagens difere
daquela do personagem negro, Bash. Enquanto Bash enfrenta preconceito e
discriminação, os indígenas são vistos com estereótipos de selvageria, paganismo e
barbarismo. A série também aborda a preocupação de "civilizar" e "salvar as almas"
das crianças indígenas através da educação, o que se relaciona com debates
históricos sobre o projeto educacional ligado ao poder e à dominação cultural e
religiosa.
O contraste entre o tratamento dado aos negros e aos indígenas é destacado na
série, refletindo a história de proibição dos negros de frequentarem escolas no Brasil
e o esforço de evangelização e instrução dos indígenas desde os tempos coloniais.
Aborda-se o "encontro de duas culturas" e problematiza a ideia de "educar para
civilizar", comum no século XIX. Anne, a personagem principal, se mostra disposta a
se aproximar e aprender sobre a diversidade das culturas que encontra. No entanto,
como alguém pertencente ao mundo dos brancos, ela também reproduz valores e
crenças, inclusive a ideia de que a escola é algo positivo e necessário. Isso a leva a
apoiar ingenuamente a proposta de sua amiga indígena de frequentar um internato
governamental, onde a aculturação é evidente e a educação está fortemente ligada à
religião.
A série provoca a reflexão do espectador ao apresentar situações que destacam
a imposição de uma cultura dominante, ao mesmo tempo em que destaca o
conhecimento negligenciado dos povos originários em favor de uma cultura
considerada superior. Isso é evidenciado em um episódio em que a professora
substituta, Sra. Stacy (Joanna Douglas), leva os alunos para uma aula de campo na
floresta. Durante a excursão, um aluno se machuca, e uma anciã indígena é chamada
para ajudar. Ela utiliza conhecimentos medicinais tradicionais, como o uso de mel para
combater a infecção e plantas para aliviar a dor, para tratar o ferimento. Gilbert, que
aspirava a se tornar médico, fica profundamente impressionado com o conhecimento
indígena demonstrado nessa situação.
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Figura 6 - Curandeira pede a Gilbert o mel para passar na ferida

Fonte: Anne com E - Netflix

A cena permite uma reflexão sobre quanto conhecimento é negligenciado ao se


desconsiderar alguns povos como capazes e possuidores de cultura e saberes.
Gilbert, conversando com Bash sobre o ocorrido indaga: “E as abelhas...são geniais.
Como elas produzem uma substância que pode curar feridas. Por que isso não está
em nenhum dos livros de medicina que eu li? E a curandeira usou casca de
salgueiro para dor. Por que não podemos usar a natureza para o bem da medicina?
Faz você pensar, não faz? O que mais não sabemos?” (ANNE, Temporada 3,
Episódio 5).

Os indígenas, dentre outros povos originários, detêm conhecimentos que são


transmitidos de geração em geração. Esses conhecimentos são processos
educativos que preservam a cultura, compartilhando práticas e habilidades que se
baseiam na experiência. Essa tradição pode ser desmantelada se a conexão
fundamental com essa transmissão for rompida. A série ilustra como o processo de
escolarização, nesse contexto, teve o efeito de suprimir a base cultural desses
povos. Isso fica evidente quando Ka’Kwet (Kiawentiio Tarbell) consegue escapar da
escola e retorna à tribo Mi'kmaq. Mesmo após um curto período de frequentar a
escola, ela já havia perdido sua habilidade no artesanato, entre outras coisas, e não
conseguia mais se integrar harmoniosamente nas relações de sua comunidade de
origem.
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Figura 7 - Ka’Kwet, antes e depois da intervenção escolar.

Fonte: Anne com E – Netflix

Considerações finais:

Refletir sobre o impacto educacional da série Anne with an E nos leva a uma
análise mais profunda da própria natureza da educação. "Ninguém escapa à
educação", o que nos obriga a considerar os complexos mecanismos envolvidos nos
processos educativos, independentemente de serem formais ou informais. Nesse
contexto, é importante reconhecer que tudo o que é produzido por seres humanos
neste mundo, em suas interações sociais, geralmente carrega alguma forma de
intencionalidade, mesmo que não seja óbvia. Que tipos de objetivos educacionais
estão entrelaçados na literatura, no cinema, nas séries, nas novelas, nos programas
de TV, nos meios impressos, no teatro, nas artes, na religião e em todas as formas de
expressão humana? Que tipo de educação está implícita em nossas vidas cotidianas,
nos desafios que enfrentamos, no que ignoramos, silenciamos ou nos dedicamos
excessivamente a compreender?
Ao considerar a convergência de diferentes períodos temporais, como a
adaptação de um livro em uma série, somos levados a refletir sobre as estruturas que
persistem ao longo do tempo, as resistências de indivíduos que não se conformam
com os padrões estabelecidos e as experiências de comunidades cujo potencial
muitas vezes não é reconhecido, mas que compartilham conhecimentos que podem
ser vistos como subversivos em certos contextos.
Anne with an E, por exemplo, apresentou-nos questões como o racismo, a
homofobia e o preconceito de gênero, ao mesmo tempo em que demonstrou a
importância da resistência e da diversidade. Aprendemos que as pessoas podem
mudar, que o amor e a crença genuína na justiça têm um profundo impacto na
essência humana.
Finalmente, Anne nos conduz ao âmbito da História da Educação, não apenas
por abordar temas intrinsecamente relacionados a esse campo de estudo, mas
principalmente por destacar a ideia de que a vida das pessoas, suas jornadas e suas
experiências também têm um caráter educativo. Portanto, em Anne, podemos
discernir uma abordagem atemporal fundamental: a capacidade de se colocar no lugar
do outro.
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Referências:

Anne with na E [Seriado]. Direção: Paul Fox, Amanda Tapping, Anne Wheeler, Norma
Bailey, Helen Shaver. Produção: Susan Murdoch e John Calvert. Canadá: Netflix,
CBC, 2017. 3 Temporadas

ALBUQUERQUE JR. Durval Muniz. Regimes de Historicidade: como se alimentar de


narrativas temporais através do Ensino de História. In: GABRIEL, Carmem T.;
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nas Aulas de História. Rio de Janeiro: Mauad X, 2016.

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Legislação Trabalhista no Entreguerras Brasileiro (1917-1937). 2016. 198f. Tese
(Doutorado em História). Unicamp, Campinas.

IGLÉSIAS, Francisco. Encontro de duas culturas: América e Europa. Estudos


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em Anne de Green Gables, de Lucy Maud Montgomery. Travessias interativas. São
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18 fev. 2020

SILVA, Marcelo Gomes. “Por meio da resistência”: processo de profissionalização


docente no Manifesto “Ao Professorado de Minas” (1900). 134 f. Dissertação
(Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade do Estado do Rio
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SILVA, Marcelo Gomes “Operários do pensamento”: trajetórias, sociabilidades e


experiências de organização docente de homens e mulheres no Rio de Janeiro (1900-
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SOIHET, Rachel. História das Mulheres. In: CARDOSO, Ciro F. S. e VAINFAS,


Ronaldo (orgs.). Domínios da História: ensaios da teoria e metodologia. Rio de
Janeiro: Campus, 1997.

Anne with na E [Seriado]. Direção: Paul Fox, Amanda Tapping, Anne Wheeler, Norma
Bailey, Helen Shaver. Produção: Susan Murdoch e John Calvert. Canadá: Netflix,
CBC, 2017. 3 Temporadas

https://blogfca.pucminas.br/ccm/anne-with-an-e-questoes-socioculturais-atraves-dos-
seculos/
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https://cinemacomrapadura.com.br/criticas/572460/critica-anne-with-an-e-cbc-2017-
2019-um-seculo-a-frente/

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