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FEMINISTA E

A MODA
PARA COMEÇAR
O QUE É O FEMINISMO E QUAL SEU OBJETIVO?
O feminismo é um movimento social e político de mulheres e para
mulheres que desde o século XIX vem ganhando espaço em todo o
mundo, promovendo mudanças políticas e sociais em benefício das
mulheres e da sociedade como um todo. Sua atuação não busca
impor algum tipo de superioridade feminina, mas a igualdade entre
os sexos.
A palavra feminismo foi usada pela primeira vez na primeira metade
do século XIX pelo filósofo francês e teórico do socialismo utópico
Charles Fourier (1772-1837), autor do livro “Teoria dos quatro
movimentos”, no qual afirma que o progresso da sociedade como um
todo tem como pré-condição a conquista de direitos pelas mulheres.
Quando a Revolução Francesa surgiu, foi grandemente influenciada
pelos ideais do Iluminismo - que foi um movimento onde os direitos
dos homens foi grandemente ampliado e as mulheres deixadas de
lado pelas mudanças que estaria acontecendo.
Duas mulheres desse período tiveram seus escritos utilizados
posteriormente como base do movimento feminista: Olympe de
Gouges (1748-1793), ativista francesa que escreveu a “Declaração
dos direitos da mulher e da cidadã” em 1791 e dois anos depois foi
condenada à morte e Mary Wollstonecraft (1759-1797), educadora
inglesa que publicou em 1792 o artigo “Reivindicação dos direitos
da mulher”, em que advogava que as mulheres deveriam
ter o mesmo acesso que os homens à educação formal.
O QUE DEFENDE?
Defende a igualdade jurídica, política e social entre homens e mulheres.
Essa igualdade deve ocorrer no campo dos direitos e das
oportunidades, direitos políticos, liberdades civis, direito à educação,
direitos reprodutivos (dentre eles, o que mais causa controvérsia é o
direito ao aborto), direitos trabalhistas, equiparação salarial e divisão do
trabalho doméstico.
ALGUMAS DE SUAS CONQUISTAS:
DIREITO DO VOTO (Movimento Sufragista) - Fim do século XIX e primeiras décadas do século XX.
Desejavam o direito de votar e ser votada. Movimento formado e organizado por mulheres de
classe alta, média e operárias . O primeiro país a garantir o voto feminino foi a Finlândia, em 1893.
Os demais o fizeram ao longo do século XX, especialmente nos pós-guerras. O último país a
efetivar o voto feminino foi a Arábia Saudita, em 2015. No Brasil foi em 1932, pelo então
presidente Getúlio Vargas
DIREITO DE CONSENTIR- Metade so século XX ( 1960-1980). A sexualidade feminina foi tópico de
destaque nesse período já que as mesmas não tinham liberdade sexual, os direitos reprodutivos, a
saúde da mulher (acesso a métodos contraceptivos). A filósofa francesa Simone de Beauvoir
(1908-1986) influenciou de modo significativo nesse período. especialmente por sua obra “O
Segundo Sexo”, publicada em 1949. Sua tese fundamental é que ser mulher é uma construção
social, e não biológica, sintetizada em sua famosa frase: “Não se nasce mulher, torna-se”.
DIREITO DE ESTUDAR - Foi apenas em 1879 que as mulheres passaram a ter direito de ingressar
em uma universidade. Ainda assim, a matrícula deveria ser feita por seus pais ou maridos.
Lei Maria da Penha - Lei criada em 2006 com o objetivo de punir com mais rigor os agressores
contra a mulher no âmbito doméstico e familiar.
QUAL SUA LIGAÇÃO COM A MODA?
O mundo fashion apesar de ser conhecido por ter oprimido e privado muitas
mulheres a partir de suas regras ditatoriais presentes nos editoriais de grifes
influentes no mercado, foi capaz de ser um grande aliado do publico feminino e
suas lutas por igualdade de gênero.
Ao longo do século XIX, a função exercida pelas mulheres na sociedade
estava longe de ser influente. Submissa e silenciada, a figura feminina não
desfrutava de nenhum direito moral igualitário em comparação aos homens-
como dito anteriormente. Neste período insatisfatório da história,
os espartilhos permaneciam em alta– enjaulando suas
condutas e comprimindo suas costelas.
Com a chegada da Primeira Guerra Mundial, o espartilho foi perdendo seu brilho
enquanto a simplicidade foi colocada em alta e as mulheres passaram a tomar novos
postos de trabalho para sustentar a casa - já que os maridos estavam na guerra.
Em 1917, a guerra já não era uma preocupação e Coco Chanel, com suas atitudes
transgressoras, passou a protagonizar esse período, incluindo o tweed, jaquetas
com cortes retos, listras Breton e calças nos guarda-roupas femininos. Tal
sucesso trouxe uma nova visão sobre a feminilidade. Agora, com praticidade e
elegância, as mulheres sequestraram trajes masculinos e avançaram mais um
passo no caminho para a liberdade dos costumes.
No fim da década de 1940, a primeira coleção de Christian Dior, “The New
Look”, seduziu as cinturas e resgatou a necessidade feminina pelo luxo,
que havia se perdido durante os últimos anos. Com vestidos e saias
acinturados, bustos evidentes, luvas e saltos, a sofisticação começou a
tomar as ruas. Escasso durante a guerra, o glamour voltara acentuado e
simbolizado pelo tailleur bar – um casaco de seda creme com ombros
naturais e uma longa saia preta plissada, retratando puro refinamento.
Foi nesta época que, Yves Saint Laurent criou o smoking para as mulheres,
composto com uma blusa transparente e calça masculina, sendo um selo
registrado da grife e sinalizando uma nova atitude do público feminino. “Chanel deu
às mulheres a liberdade, mas Yves Saint Laurent lhes deu poder”, disse Pierre
Bergé, co-fundador da marca.
Em 1970, as calças jeans atingiram o ápice da popularidade na moda feminina
e o estilo se tornou uma escolha – elas usavam vestidos, calças ou minissaias
como quisessem. Neste cenário, o jeans passou a ser um item universal e
que não reconhecia as diferenças de gênero.
Já na década de 1980, o “power dressing” foi um estilo o qual
as mulheres transmitiram seu poder e autoridade em campos
profissionais e políticos estritamente masculinos.
Agora, se tornaram populares os ternos com ombros largos,
estofados e cortes fortes e, mais uma vez, o mundo feminino
tomou para si peças, usadas apenas por homens, como os
ternos Giorgio Armani.
Nos anos 1990, a moda voltou a reverenciar a liberdade,
evidenciando movimentos como o grunge e o punk Riot. Ainda de
modo retraído, os preconceitos estavam sendo deixados de lado
e a lingerie ganhou destaque, sendo usada à mostra, em diferentes
formas e tons. Calças pantalonas, saias longas e blazers também
fizeram parte do look.
Atualmente, alguns nomes como Prada e Céline buscam desfilar
mulheres ao mesmo tempo em que abordam temas
como representatividade social. Em 2014, Karl Lagerfeld
marcou a primavera-verão com um desfile recheado de modelos
marchando pelas causas feministas, trazendo slogans como: “vote
em Coco” e “Ladies First”.
A mulher conseguiu reafirmar a sua confiança e poder na
sociedade em tempos vulneráveis para a sua afirmação,
garantindo segurança para conquistar seu papel
como um agente ativo.
MULHERES IMPORTANTES DA MODA
Coco Chanel, Gabrielle Chanel : não só mudou os padrões de
vestimenta em seu tempo, criando uma forma totalmente
distinta de se expressar com suas roupas, como também
empoderou mulheres introduzindo peças tidas como de “uso
masculino'’ na moda feminina.
Mary Quant: foi a estilista que, em 1960, criou a famosa minissaia
e introduziu, no século XX, o modelo Hot Pants.
Elsa Schiaparelli: Estilista e artista plastica que trouxe a imersão
de broches, botões com aparência de moedas, pelos e a cor rosa
choque para o mundo da moda.
Miuccia Prada: Designer de moda com PhD em Ciências Politicas
revolucionou a moda com sua rebeldia e personalidade única,
união que fez com que as causas do feminismo tivessem mais
visibilidade no mundo da moda.
Alem de várias modelos como Gisele Bündchen, Naomi Campbell
(reconhecida oficialmente pela CDFA com icone fashion e primeira
mulher negra a posar na Vogue) e Winnie Harlow (inspiração para
muita gente e também um ícone da moda atual, porta-voz do
público com vitiligo )
REFERENCIAS:
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/
o-que-e-feminismo.htm
https://www.geledes.org.br/quando-o-
feminismo-foi-um-aliado-na-historia-da-
moda/
https://www.zzmall.com.br/magazzine/style/m
ulheres-que-revolucionaram-a-moda
https://claudia.abril.com.br/moda/as-10-
mulheres-que-marcaram-o-mundo-da-moda
https://gshow.globo.com/moda-e-
beleza/noticia/o-papel-da-moda-nos-
movimentos-feministas-ao-longo-da-
historia.ghtml

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