Você está na página 1de 3

Câmpus de Três Lagoas

Discentes: Alana Fernanda Dos Anjos Pinto, Liriany Vitória França da Silva e Joniane
Marques dos Santos Dellaqua
Disciplina: Semântica da língua portuguesa
Docente: Adriana Viana Postigo Paravisine

ANÁLISE MUSICAL

Sozinho- Caetano Veloso


Às vezes, no silêncio da noite
Eu fico imaginando nós dois
Eu fico ali sonhando acordado
Juntando o antes, o agora e o depois

Por que você me deixa tão solto?


Por que você não cola em mim?
Tô me sentindo muito sozinho

Não sou nem quero ser o seu dono


É que um carinho, às vezes, cai bem
Eu tenho os meus desejos e planos secretos
Só abro pra você, mais ninguém

Por que você me esquece e some?


E se eu me interessar por alguém?
E se ela, de repente, me ganha?
Quando a gente gosta
É claro que a gente cuida
Fala que me ama
Só que é da boca pra fora
Ou você me engana
Ou não está madura
Onde está você agora?
Quando a gente gosta
É claro que a gente cuida
Fala que me ama
Só que é da boca pra fora

Ou você me engana
Ou não está madura
Onde está você agora?

Análise-
A música “sozinho”, foi uma uma canção gravada em 1995 pela cantora Sandra
de Sá e regravada pelo cantor Caetano Veloso em 1998. O som é produzido somente por
um violão utilizado por Caetano, transparecendo um tom calmo e suave,
proporcionando melancolia à letra. Os vocábulos presentes fazem parte do cotidiano,
utilizados pela grande maioria de forma informal, podendo considerá-los como
estratégia para que a música se aconchegue melhor ao ouvinte pelo fato de a mesma
fazer parte de seu meio, de sua realidade. O conteúdo refere-se a um amor não
correspondido, tido somente pelo rapaz, onde a moça, ao que parece, não compartilha
do mesmo sentimento. Esta realidade sempre esteve presente, desde os tempos antigos
até os dias atuais, fazendo parte da vivência de muitos, com isso, a canção fez sucesso
em sua época e ainda hoje é apreciada por uma grande massa, já que ainda existem
muitos amores não correspondidos constituintes da realidade atual.
Tratando-se de semântica, as marcações em amarelo representam as metáforas
presentes: Na primeira estrofe a frase“sonhando acordado” é ambígua, pois sonhar é um
ato involuntário decorrente de quando estamos dormindo, portanto, sonhar acordado,
neste contexto, foi usado em sentido conotativo para designar a produção de cenários
mentais voluntários, sendo assim, trata-se de uma ambiguidade lexical, bem como as
demais “por que você não cola em mim” ,“só que é da boca pra fora”, fazendo parte
dessa mesma definição de ambiguidade lexical já que os termos se encontram em
sentido conotativo: colar empregado como estar junto, estar perto, amá-lo. Da boca pra
fora como se o ‘te amo’ proferido pela moça fosse algo vazio, palavras comuns, sem vir
da alma, sem veracidade.
As marcações em azul, na semântica, representam os atos de fala, tidos como
perguntas, indagações feitas marcadas pelo ponto de interrogação. A marcação roxa
também faz parte dos atos de fala, porém, agora como sugestão.
Em verde destaca-se a paráfrase. A frase “imaginando nós dois” é paráfrase de
“sonhando acordado” pois ambas remetem ao mesmo significado, que é a projeção de
cenários mentais voluntários.

Você também pode gostar