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Texto: Romanos 5: 1-5

Tema: Vivendo pela fé

Introdução 1: “O que te move?” Essa é uma pergunta tema de várias propagandas e vídeos motivacionais
que é feita várias vezes por profissionais da área da psicologia e que tem sido tema de discussão entre
muitos filósofos ao longo da história da humanidade. Não é preciso se aprofundar muito no estudo da
psicologia para perceber que as pessoas atualmente vivem constantemente à procura de algo que as faça
mudar, que as motive a viver e trabalhar para conquistar seus objetivos. Ampliando essa ideia, tudo que
vemos hoje no mundo precisa de um combustível: seu carro, seus eletrônicos, seu próprio corpo. Dessa
forma, também não seria diferente com a nossa vida cristã, a qual tem por combustível principal a nossa fé.
(Intro 2) E é justamente nesse ponto que o presente texto nos convida a pensar, e fica fácil responder à
pergunta feita pelos vários pensadores: o que nos move é a nossa fé. Com base nisso, eu gostaria de afirmar
que:
Proposição:
“A fé deve ser o nosso fator responsável por nos fazer prosseguir na vida cristã”.
Porquê?
1. A fé é a base da nossa mudança. (v. 1-2)
2. A fé é a base da nossa luta. (v. 3)
3. A fé é a base da nossa esperança. (v. 4-5)

1. A fé é a base da nossa mudança. (v. 1-2)


Paulo aqui escreve aos romanos enfatizando que pela fé foi possível alcançar a justificação de nossos
pecados através do sangue derramado por Jesus Cristo na cruz. A palavra “Justificação” é um termo legal
que significa estar livre de qualquer culpa imputada pelo pecado. Através desse ato de amor feito por Cristo,
Deus nos declara justos, o que determina que estamos livres do castigo pelo pecado e perdoados por Ele.
Nessa passagem podemos observar uma declaração límpida e precisa de que passamos pela justiça de Deus e
não fomos condenados eternamente, e o fator responsável por nos propiciar isso é a fé. Somente a fé pôde
nos conceder o dom da graça de Deus em favor de sua justiça. Por isso, a fé deve motivar a nossa mudança
de vida, pois fomos justificados! Não carregamos mais a culpa de ter se rebelado contra nosso Senhor e
temos a obrigação como seus servos de buscar viver de maneira diferente da qual vivíamos antes de sermos
perdoados. No filme e livro “O Peregrino”, Cristão, o personagem principal do filme, carrega um fardo
imenso em suas costas até que encontra a cruz de Cristo e se livra dele. Essa é uma simples analogia para
demonstrar que fomos libertos da grande culpa que carregávamos em nós. A fé que manifestamos a Jesus
para nos livrar desse fardo nada mais é do que uma mensagem de alívio por acharmos graça ao Senhor
mesmo que não merecêssemos. Porém, além de ser uma mensagem de alívio, é uma mensagem de
responsabilidade. Uma vez obtida a justificação, somos chamados a viver de um modo condizente com
aquilo que acreditamos, isto é, aplicar uma mudança contínua e eficaz em nossas vidas que seja coerente
com a transformação pela qual passamos quando fomos perdoados por Deus.
Isso não te incomoda? Não incomoda crer no sacrifício vicário de Cristo, sabendo que o cordeiro santo e
totalmente sem culpa pagou o mais alto preço que poderia ser pago em favor de nós, e mesmo assim não
fazer nada a respeito? Infelizmente vivemos uma vida cristã na qual esquecemos de considerar o preço que
foi pago pra que eu e você estivéssemos aqui hoje louvando a Deus. A separação que o pecado causou foi
definitiva, assim como água e óleo não se misturam, Deus e pecado, santidade e impureza, também não
poderiam se relacionar. Estávamos todos condenados ao sofrimento eterno, mas a ira divina foi aplacada
pelo sacrifício que foi feito em favor de nós. Quem dera pudéssemos entender a grandiosidade do que foi
feito por nós, porque certamente não estaríamos vivendo tão displicentemente como vivemos hoje. Não é
uma mudança fácil, requer sacrifício e muita luta contra nossa carne que constantemente nos faz querer
voltar às velhas práticas, o próprio Jesus alertou quando disse “Aquele que vier após mim, tome sua cruz e
siga-me.” Paul Washer em uma pregação certa vez disse: “Você que diz que Deus te salvou e continua nas
mesmas práticas de antes, eu te pergunto: Deus o salvou de quê?”. Portanto, somente mediante a fé é
possível nos desgarrar do pecado ao qual sempre estivemos escravizados desde o pecado de Adão.

2. A fé é a base da nossa luta. (v.3-4)


Nesse versículo, Paulo passa a alertar aos romanos de que mediante a fé e consequente paz com Deus que
obtivemos, passaremos agora a enfrentar uma luta muito grande que virá naturalmente pelo simples fato de
sermos cristãos. Essas tribulações as quais Paulo se refere nos descreve a luta que se configura em todos os
aspectos de nossa vida e se estenderá por todo o tempo que passaremos aqui na terra. O versículo ainda nos
diz que somente passaremos por esses desafios na condição de cristão; mas, sobretudo, que devemos nos
gloriar nas nossas dificuldades. À primeira impressão isso pode parecer um tanto contraditório, entretanto,
se analisarmos mais afundo veremos que somente mediante a fé é que poderemos entender o porquê de
estarmos em determinadas situações e mesmo assim continuar lutando baseados e motivados inteiramente
pelo que cremos. O gloriar-se nas tribulações é nos despir de todo orgulho que temos e entender que agora
servimos a um Deus santo pelo qual vale a pena passar por momentos difíceis quando por muitas vezes
nossas convicções são postas à prova (1 Pedro 4: 12-14). O próprio Paulo experenciou isso com o espinho
na carne, onde mesmo obtendo uma resposta que aos olhos humanos parecia negativa continuou a confiar
em Deus e nos seus propósitos. Outro bom exemplo também foi José que não apenas lutou contra a tentação
de pecar contra o Senhor ao ter a oportunidade de possuir a mulher de Potifar, como também foi condenado
injustamente e sofreu as consequências de um crime que não cometeu; e na bíblia não nos faltam exemplos,
poderíamos ainda citar vários outros nomes de pessoas que aparentemente sofreram um grande revés na sua
vida e enfrentaram um momento de grande dificuldade mas mesmo assim mantiveram-se firmes naquilo que
professavam, e tudo isso só foi possível mediante a fé convicta dessas pessoas. A fé que eles nutriam e
mantinham no Senhor foi capaz de lhes guiar, confortar e motivar durante os períodos de “crise”.
E como nós temos nos portado diante dessas situações? Como temos lidado quando reveses nos acontecem
e precisamos tomar posturas duras que vão de encontro à nossa velha natureza? Infelizmente, quando
vivenciamos situações como essa nossa primeira atitude geralmente é nos voltar contra Deus e perguntar o
porquê de tudo aquilo estar acontecendo; e então, momentos depois já estamos considerando abandonar
aquilo que acreditamos pensando inteiramente em benefício próprio. Basta apenas um momento de pressão,
um rápido revés no trabalho, na família, na faculdade, seja onde você estiver, e já damos o braço a torcer,
deixando que esse mundo nos imponha seus padrões. Quem dera tivéssemos a postura de homens como Jó,
Paulo, ou o próprio Jesus, quando foi sagazmente tentado pelo diabo, que primeiramente oraram ao Senhor,
cuidando primeiramente de seu relacionamento com Ele ao invés de ignorá-lo. Nos enchemos de ansiedade,
procuramos a solução mais fácil o mais rápido possível e esquecemos quem de fato está no controle de
nossas vidas (1 Pedro 5:7). Por isso, é necessário nutrir e fortalecer a nossa fé, para que possamos tirar
proveito dos momentos difíceis que passamos para nos aproximar mais de Deus, como diz no versículo 4
parte a: “E a perseverança, experiência”. A palavra experiência significa que fomos aprovados em nosso
teste, e por isso podemos nos gloriar pelos resultados positivos que a tribulação nos trouxe
3. A fé é a base da nossa esperança (v. 5)
Por último, Paulo enfatiza que podemos nos regozijar e ter nossa esperança comprovada pelo amor de Deus
demonstrado em nossas vidas. Em outras palavras, Deus nos dá a graça de recebermos os Espírito Santo
para obtermos a certeza da segurança da nossa salvação e percebermos a sensação de pertencimento que
temos por estar sendo escolhido por Deus e fazendo parte daqueles que futuramente irão com Ele morar.
Infelizmente, devido ao pecado original, nos tornamos pessoas extremamente inseguras e pessimistas, e
vivemos buscando alguma coisa que nos faça ancorar em uma base que nos permita suportar as ondas da
vida. Isso se tornou tão expressivo na história da humanidade que renomados pensadores, aclamados pelo
mundo, como Schopenhauer e Nietzsche, trataram em suas obras sobre a ideia do Niilismo, na qual impera
sobremaneira um pessimismo na vida de alguém e não há nada que se possa fazer. Ou seja, não adianta o
que você fizer ou o que busque, a vida consistirá em um grande vazio sem propósito que só nos trará
insegurança e tristeza. É por isso que Deus, sabendo de nosso íntimo, nos proporciona duas evidências:
Primeiramente, Ele habita em nós. Deus nos dá a graça de obter o Espírito Santo habitando em nós para que
se confirme o ato de amor que foi feito em nosso favor e que nos traz a paz, conforto e segurança mediante
todas as incertezas a que somos postos. E segundo, Deus se revela a nós. Ele nos confirma seu caráter e suas
promessas através de suas obras (Salmos 19:1) nos mostrando que a Ele pertencem todas as coisas e que está
no controle de nossas angústias internas e externas, e por isso devemos nos curvar diante dele para que
deixemos nosso Senhor conduzir a nossa vida. Daniel 2: 20-21 nos mostra que Ele é quem está no governo
de tudo, Ele é quem possui a sabedoria e conhecimento de todo universo, podendo controlar o clima (21a), a
política (21b), e a ciência (21c). Além disso, Salmos 139 nos mostra claramente que Ele também conhece
todas as nossas peculiaridades e que devemos nos gloriar nisso. E tudo isso nós entendemos e cremos
mediante a fé.
Será que sua fé tem lhe feito regozijar na esperança que Deus nos traz? A Bíblia nos mostra que temos um
Deus que nos ama, nos conhece, nos chama pra si e que está no governo de tudo, e você ainda acha que
sozinho por sua conta está mais preparado que o Senhor para tomar o controle de sua vida? Temos esse
privilégio em relação ao mundo, e, infelizmente, às vezes não damos a devida importância. É só olhar
poucos minutos para a vida lá fora no mundo para perceber o quão vazio as pessoas são e de como recorrem
a meios tão deploráveis para preencher esse enorme buraco que tem em suas vidas. As pessoas se jogam no
álcool, drogas e prazeres mundanos na tentativa de se sentir feliz e de possuir algum propósito na vida. E
isso pode até te satisfazer e completar o vazio que sente, mas esse efeito passa, e nunca será permanente. É
por isso que hoje a “doença da moda” é a depressão, onde o principal sintoma que as pessoas relatam é a
profunda tristeza e falta de objetivo na vida, pessoas que começam cada vez mais a sentir o vazio que
possuem e não conseguem encontrar algo novo que as faça obter uma falsa alegria por alguns instantes.
Tudo isso porque buscam completar algo vazio com esperanças vazias e sem fundamentos, a qual sabemos
que só se pode alcançar mediante a fé em Jesus Cristo. Esse mesmo versículo ainda nos diz que a segurança
Deus nos proporciona é inconfundível. (v.5: “Ora, a esperança não confunde...”). Desse modo, não há
motivos para buscar e se encher de falsas esperanças, porque a esperança verdadeira está firmada naquilo
que Deus nos propôs através das evidências de seu amor por nós. Nossa esperança está firmada na fé que
nos permite regozijar no Senhor.

Reflexão Final:
Como tem andado a sua fé? Será que ela tem embasado a sua vida cristã? Hoje entendemos que a fé é o que
nos faz prosseguir na vida cristã porque a partir dela é que podemos mudar nossas condutas do velho
homem, lutar contra o pecado e nos regozijar em Deus na esperança dos dias vindouros onde finalmente
iremos nos encontras com Ele. Basicamente, essa é a rota da nossa caminhada cristã, e a motivação que
precisamos para trilhar todo esse caminho virá essencialmente da nossa fé.

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