Entre Fronteiras: Reflexões sobre Migração, Interculturalidade e Saúde

Mental no Brasil

Loren Aparecida Miranda Felipe

RA 202122679

A migração é um fenômeno complexo que transcende simplesmente a mudança

física de localidade. Ela engloba uma série de desafios que afetam não apenas
os aspectos psicológicos, mas também os sociais, políticos e culturais dos
migrantes, especialmente nos casos de migrações involuntárias. A interação
entre a cultura de origem e a cultura de acolhimento molda o sofrimento
psicológico dos migrantes, muitas vezes levando ao estranhamento e à
vulnerabilidade emocional.
No contexto brasileiro, observamos uma transformação significativa ao longo das
últimas décadas, onde o país passou de uma nação de emigrantes para um
destino atrativo para imigrantes de diversas partes do mundo. Isso se deve, em
grande parte, a políticas econômicas e sociais bem-sucedidas que promoveram
estabilidade e crescimento, tornando o Brasil um ímã para trabalhadores em
busca de melhores oportunidades de emprego e qualidade de vida.
No entanto, a integração dos imigrantes na sociedade brasileira apresenta
desafios, incluindo questões relacionadas à legislação migratória, direitos
humanos e políticas públicas. A garantia de direitos básicos e a promoção da
inclusão social são fundamentais para garantir que os imigrantes possam
contribuir positivamente para o desenvolvimento do país.
O tema da saúde mental na interculturalidade nos convida a uma profunda
reflexão sobre as experiências humanas em contextos de globalização. Uma
abordagem psicodinâmica intercultural se mostra valiosa, ampliando nossa
compreensão para além dos aspectos cognitivos e considerando as dinâmicas
psicológicas mais profundas envolvidas na migração.
Os relatos de casos ilustram vividamente a complexidade das negociações
identitárias e os impactos profundos da migração na psique humana. A
interculturalidade nos desafia a repensar nossos conceitos de normalidade e
patologia, destacando a diversidade e a riqueza das experiências humanas.
Como profissionais de saúde mental, é fundamental estarmos preparados para
enfrentar os desafios do mundo globalizado com flexibilidade, empatia e uma
mente aberta para aprender com as diferentes narrativas que encontramos ao
longo do caminho.