Ficha de Apoio - Aula 8

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HISTÓRIA GERAL COM RODRIGO BIONE 1

◼ O exército passa a também desempenhar


determinadas funções administrativas.
қ A diminuição das guerras de conquista, a
longo prazo, contribuiu para a crise do Sistema
Escravista.
ƍ A Política de Pão e Circo (Panis et Circenses).
қ Prática política surgida durante o
período da República, e que se
perpetuou ao longo do Império.
қ Consistia na realização de
grandes eventos com a
distribuição de alimentos
e diversões como lutas de
gladiadores.
ROMA (PARTE 2): қ Era comum que fosse utilizada para desviar a

A FASE DO IMPÉRIO.
atenção de crises e de problemas sociais reais.
ƍ Feitos de alguns imperadores.
қ Importante: não é comum que se cobre o
que cada imperador fez. São incontáveis
ESQUEMA DE AULA. imperadores, e é impossível saber tudo sobre
eles. Os imperadores apresentados aqui são
alguns dos mais importantes, e muitas vezes
Fase do Império (27 a.C. até 476 d.C.). temos décadas de distância entre um e outros.

ƍ O Império é dividido em “Alto Império” (primeira қ Otávio Augusto (27 a.C. - 14 d.C.).
metade) e “Baixo Império” (Decadência do Império ◼ Primeiro imperador.
Romano do Ocidente).
◼ Comandou um grande projeto de
қ A fase do Império também pode ser chamada urbanização de Roma.
de Principado.
◼ Foi um grande incentivador das artes,
principalmente pela influência de seu
O Alto Império. conselheiro Caio Mecenas.

ƍ A “Pax Romana”. ƍ Exemplos de artistas financiados durante o


período: Horácio e Virgílio.
қ Diminuição das Guerras
de Conquista. қ Calígula (37 - 41).

қ Um dos objetivos era garantir ◼ Reinado marcado por escândalos.


uma melhor administração ƍ Incesto com as irmãs.
das regiões já conquistadas.
ƍ Inclusão de seu cavalo Incitatus na lista de
қ Essa política teve início com o senadores.
primeiro imperador Otávio Augusto, e durou
◼ Existe um debate entre os historiadores
cerca de dois séculos, até a morte do imperador
contemporâneos acerca da veracidade
Marco Aurélio, em 180 d.C.
desses escândalos.
қ Na prática, as regiões do império passaram a
қ Nero (54 - 68).
ser mais fiscalizadas e vigiadas, o que fez da
Pax Romana uma “paz militarizada”. ◼ Iniciou a perseguição aos cristãos.

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◼ Durante o seu governo, ocorreu um dos қ Sistema que estabelecia relações entre grandes
maiores incêndios da história de Roma. proprietários de terra e pessoas com precárias
condições de subsistência.
ƍ Nero atribuiu a culpa aos cristãos, tornando a
perseguição mais violenta. қ O senhor de terras oferecia um local para
moradia e para o cultivo em troca de inúmeros
ƍ Alguns historiadores romanos posteriores
impostos, taxas e obrigações.
culparam o próprio Nero.
қ Ajudou a diminuir ainda mais as cidades.
қ Vespasiano (69 - 79) e seu filho Tito (79 - 81).
қ O Sistema de Colonato colaborou para o
◼ Construção do Anfiteatro Flaviano, mais
surgimento do Sistema de Senhorio e Servidão
conhecido como “Coliseu”.
na Idade Média.
◼ Durante o reinado de Tito, ocorreu a
ƍ A Ascensão do Cristianismo.
famosa erupção do Vesúvio.
қ O Cristianismo surgiu
қ Marco Aurélio (161 - 180).
durante o período inicial
◼ Grande imperador, com uma importante da fase do “Império”,
obra filosófica. dentro das fronteiras
◼ Ele era adepto da corrente filosófica do romanas.
Estoicismo. ◼ O seu espalhamento
aconteceu ao longo
das décadas e séculos
O Declínio do Império Romano do Ocidente seguintes.

(Baixo Império). ◼ As cidades foram um ambiente de maior


propagação inicial do Cristianismo.
ƍ Algumas das razões que levaram à decadência do
Império Romano do Ocidente: қ Durante os três primeiros séculos do
Cristianismo, os seguidores da religião foram
қ As Crises do Terceiro Século (239 - 284). brutalmente perseguidos.
◼ Série de crises políticas que envolveram ◼ O isolamento das diferentes comunidades
o assassinato de inúmeros imperadores. cristãs por conta da perseguição contribuiu
қ A Crise do Sistema Escravista. para o surgimento de inúmeras vertentes
cristãs.
қ As Invasões e Migrações dos “Povos Germânicos”.
қ A perseguição foi encerrada quando o
◼ Muitos desses povos entram pacificamente
Imperador Constantino se converteu ao
no Império Romano. Outros entraram
cristianismo e proclamou o "Edito de Milão”
violentamente.
(“Edito de Tolerância”, 313).
◼ Um dos maiores motivadores dessas
◼ Foi permitido que, dentro do Império
migrações germânicas é a tentativa de
Romano, as pessoas passassem a seguir
fugir de povos advindos da Ásia (Hunos,
a religião cristã.
por exemplo).
◼ O Édito de Milão, contudo, não obrigou
◼ A longa convivência entre germânicos e
o cristianismo. Ainda era permitido ser
romanos, ao longo dos séculos, promove
seguidor da antiga religião politeísta
uma fusão cultural que será essencial
romana.
para a formação do Sistema Feudal
durante a Idade Média. қ Constantino e alguns de seus sucessores
(Teodósio, por exemplo) tentaram criar uma
қ O Êxodo Urbano (Processo de Ruralização).
vertente oficial do cristianismo para o Império
қ A Ascensão do Cristianismo. Romano.
ƍ O Colonato. ◼ Essa vertente oficial do Império Romano

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passou a ser conhecida como Cristianismo enchentes de rios, Augusto melhorou tanto sua
Católico. aparência que poderia justificadamente se gabar:
‘Encontrei Roma construída de tijolos; deixo-a
◼ Quando isso ocorreu, contudo, diversos povos
vestida de mármore’".
germânicos já eram adeptos da vertente
cristã conhecida como “Cristianismo Ariano”
ou “Arianismo''.
қ O Edito de Tessalônica (“Edito de Constantino-
Calígula (Suetônio, “A Vida dos Doze
pla”, 380). Césares”).
◼ O Imperador Teodósio, um século antes “Era de alta estatura, tez palidíssima, corpo enorme, o
do fim do Império Romano do Ocidente, pescoço e as pernas delgadas. Os olhos, assim como as
torna obrigatório o Cristianismo Católico têmporas, fundos. A fronte larga e carrancuda. Cabelos
nas fronteiras do Império. raros e o alto da testa desguarnecido. O resto do corpo,
cabeludo. Constituía crime capital olhá-lo, quando
◼ A perseguição, que antes de Constantino
ele passava, por cima, e pronunciar por qualquer
era voltada aos cristãos, muda de lado e
motivo a palavra “cabra”. Seu rosto era naturalmente
passa a ser voltada aos não-Católicos.
horrível e repelente. E ele procurava torná-lo ainda
◼ Essa obrigação de seguir o Catolicismo, com feroz, compondo-o diante dum
raras exceções, vai se estender ao longo de espelho para inspirar terror e
toda a Idade Média no Ocidente europeu. espanto. Não era são nem de
ƍ Algumas décadas antes do fim, já era perceptível corpo nem de espírito”.
que os Romanos do Ocidente estavam em uma “Para evitar que Incitatus,
crise sem precedentes. seu cavalo favorito, fosse
қ Exemplo: Saque de Roma por Alarico, Rei dos perturbado, ele sempre fazia
Visigodos, em 410. piquetes pela vizinhança com
tropas na véspera das corridas,
ƍ O Império Romano do Ocidente chega ao fim com ordenando que fizessem
a deposição do último imperador Rômulo Augusto silêncio absoluto. Incitatus
Calígula e Incitatus -
Jean Victor Adam (Século XIX).
pelo guerreiro germânico Odoacro em 476. possuía um estábulo de
қ Fim da Antiguidade. mármore, uma banca de marfim, cobertores roxos
e um colar de jóias; também uma casa, uma equipe
қ Início da Idade Média.
de escravos e móveis - para fornecer entretenimento
adequado aos hóspedes que Caio [Calígula] convidou
em seu nome. Diz-se que ele até planejava conceder a
TEXTOS AUXILIARES. Incitatus um cargo de consulado”.

Juvenal (“Sátiras”). Nero (Suetônio, “A Vida dos Doze Césares”).


“O povo que antes concedia comandos militares, “Ninguém foi autorizado a sair do te-
consulados, legiões e tudo mais, agora não se intromete atro durante seus recitais, por mais
mais e espera ansiosamente por apenas duas coisas - urgente que fosse o motivo. Lemos
pão e circo!” sobre mulheres dando à luz na
platéia e sobre homens que fi-
cavam tão entediados de ouvir
Augusto (Suetônio, “A Vida dos Doze e aplaudir que caíam furtiva-
Césares”). mente da parede dos fundos,
já que os portões eram mantidos
“Ciente de que a cidade era arquitetonicamente
trancados, ou que se fingiam de
indigna de sua posição como capital do Império
mortos e eram carregados para o enterro”.
Romano, além de ser vulnerável a incêndios e
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Conversa de Tito e Vespasiano (Suetônio, Amiano Marcelino fala sobre os Hunos
“A Vida dos Doze Césares”). (“Res Gestae”).
“Tito queixou-se do imposto que Vespasiano “Todos eles têm membros compactos e firmes,
cobrou sobre o conteúdo dos mictórios da cidade. pescoços grossos, e são tão prodigamente disformes
Vespasiano entregou-lhe uma moeda que fazia e feios que os poderíamos tomar por animais bípedes
parte da receita do primeiro dia: ‘Cheira mal?’ ele [...]
perguntou. E quando Tito disse ‘Não’, ele continuou:
Eles certamente têm a forma de homens, embora
‘Ainda assim, vem da urina.’”.
rudes, mas são tão resistentes que não precisam de
fogo nem de alimentos bem saborosos, mas vivem das
raízes das ervas que obtêm no campo, ou no meio-cru
Trecho do Édito de Milão (313) segundo Lúcio carne de qualquer animal, que eles simplesmente
aquecem rapidamente colocando-a entre suas
Lactâncio (De Mortibus Persecutorum, 48).
próprias coxas e as costas de seus cavalos”.
“[...] cremos ser o nosso dever tratar junto
com outros assuntos, que merecem a nossa
atenção para o bem da maioria, tratar também
daqueles assuntos nos quais se funda o respeito
Jordanes escreve sobre Átila (“A origem e
à divindade, a fim de conceder tanto aos cristãos as façanhas dos Godos” = “Gética”).
quanto a todos os demais a faculdade de seguirem
“Seu exército somava quinhentos mil homens. Ele
livremente a religião que cada um desejar, de
foi um homem nascido no mundo para abalar as
maneira que toda a classe de divindade que habita
nações, o flagelo de todas as terras, que de alguma
a morada celeste seja propícia a nós e a todos os
forma aterrorizou toda a humanidade pelos terríveis
que estão sob a nossa autoridade. Assim temos
rumores espalhados sobre ele. Ele era altivo em seu
tomado esta saudável e retíssima determinação de
andar, revirando os olhos para cá e para lá, de modo
que a ninguém seja negada a faculdade de seguir
que o poder de seu espírito orgulhoso aparecia no
livremente a religião que tenha escolhido para o
movimento de seu corpo. Ele era de fato um amante da
seu espírito, seja a cristã ou qualquer outra que
guerra, mas contido em ações, poderoso em conselhos,
achar mais conveniente [...]”.
gracioso com os suplicantes e leniente com aqueles
que uma vez foram recebidos em sua proteção”.

Édito de Tessalônica (380).


“[...] édito ao povo de Constantinopla. Jordanes dá um exemplo de migração
É a nossa vontade que todos os povos regidos pacífica de um povo germânico (Visigodos)
pela administração de nossa Clemência pratiquem
a religião que o divino apóstolo Pedro transmitiu
para o Império Romano (Século IV).
aos romanos, na medida em que a religião por ele “[...] enviaram embaixadores [..] ao imperador Valente
introduzida tem prosperado até os nossos dias. [...]. [...] para dizer que se lhes desse uma parte da Trácia ou
da Mésia a fim de a cultivarem, eles se submeteriam
Ordenamos que todas aquelas pessoas que
às suas leis e decisões. E, para que pudesse ter mais
seguem esta norma tomem o nome de cristãos
confiança neles, prometeram tornar-se cristãos, se
católicos. Porém, o resto, aos quais consideramos
lhes dessem professores que falassem a sua língua.
dementes e insensatos, assumirão a infâmia dos
dogmas heréticos, os lugares de suas reuniões não Quando Valente ouviu isto, concedeu alegre e
receberão o nome de igrejas e serão castigados prontamente o que ele próprio havia tencionado pedir.
em primeiro lugar pela divina vingança, e, depois, Recebeu os “Getas” na região da Mésia e colocou-os aí
também, (por justo castigo) pela nossa própria como uma muralha de defesa para seu reino contra
iniciativa, que providenciaremos de acordo com o outras tribos. E como naquele tempo o imperador
juízo divino”. Valente, contaminado pela perfídia ariana [...] enviou-
lhes como pregadores os que favoreciam a sua seita. Eles
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foram e imediatamente infundiram nesse povo rude e Carta em que um romano lamenta as
ignorante o veneno de sua perfídia. Assim os Visigodos
foram feitos, por meio do imperador Valente, arianos transformações sofridas pela
em vez de cristãos. Além disso, pregaram o evangelho cultura romana.
tanto aos Ostrogodos como aos seus parentes Gépidas,
ensinando-os a reverenciar esta perfídia, e convidaram “O vosso amigo Eminêncio, honrado senhor, entregou
todos os povos de sua língua, de onde quer que fossem, uma carta por vós ditada, admirável no estilo [...]. A
a ligarem-se à mesma seita”. língua romana foi há muito tempo banida da Bélgica
e do Reno; mas se o seu esplendor sobreviveu de
qualquer maneira, foi certamente convosco; a nossa
jurisdição entrou em decadência ao longo da fronteira,
Salviano descreve a instabilidade do mas enquanto viverdes e preservardes a vossa
Império Romano em seus momentos eloquência, a língua latina permanecerá inabalável. Ao
retribuir as vossas saudações o meu coração alegra-se
finais (440). dentro de mim por a nossa cultura em desaparição ter
“Os pobres são despojados, as viúvas gemem, os deixado tais traços em vós [...]”.
órfãos são esmagados, a tal ponto que muitos dentre
eles, incluídas gentes de bom nascimento que tinham Apud PEDRERO-SÁNCHEZ, Maria Guadalupe. "História da Idade
Média: textos e testemunhas". São Paulo: Editora UNESP, 2000. p. 42-43.
recebido uma educação superior, refugiam-se entre
inimigos. [...] Não se parecem em nada aos povos
entre os quais buscam refúgio. As suas maneiras são
diferentes, não conhecem a sua linguagem, e, atrevo-
me a dizê-lo, carecem assim mesmo do cheiro fétido
que impregna os corpos e as vestes dos bárbaros.
Preferem, porém, submeter-se a essas diferenças
de costumes a sofrer entre os romanos a injustiça
e a crueldade. [..] E não têm motivo algum para se
arrepender deste desterro. Porque preferem viver
livres sob a aparência de escravidão a serem escravos
sob a aparência de liberdade”.

Jordanes escreve sobre a Queda do Império


Romano do Ocidente em 476 (“A origem e
as façanhas dos Godos” = “Gética”).
“Orestes, tendo tomado
o comando do exército,
partiu de Roma ao
encontro dos inimigos
e chegou a Ravena,
onde parou para fazer
imperador seu filho
Augústulo.
Porém, pouco depois de Augústulo ter sido estabelecido
imperador em Ravena [...], Odoacro, rei dos Turcilingos,
tendo consigo [...] os Hérulos e auxiliares de diversas
tribos, ocupou a Itália. Orestes foi morto e o seu filho
Augústulo, expulso do reino e condenado à pena de
exílio no Castelo Luculano, na Campânia”.
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