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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
DOUTORADO EM ENSINO DE CIÊNCIAS E MATEMÁTICA
SÃO PAULO
2020
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE
TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA
FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
CDU: 51(07)
UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO DE
CIÊNCIAS E MATEMÁTICA
BANCA EXAMINADORA:
Aos meus pais, Geraldo e Maria, pela dedicação e amor, por me mostrarem o
verdadeiro significado de uma família e por terem me ensinado valores de
simplicidade, honestidade, humildade e respeito ao próximo. Mãe, as suas orações
incansáveis me transmitem todo o seu amor. Pai, os seus esforços, mesmo com
muitas dificuldades, ofereceram-me o melhor da vida. Gratidão!
A minha princesa Giovanna, a minha Gigi, a melhor parte de mim, que trouxe
brilho e traz luz à minha vida. Te amo!!!!
Ao Odair, com quem convivo desde criança e que compartilha a vida comigo,
obrigada por sempre me guiar para a calmaria.
Aos amigos Joyce Mobley, Val Prates, Kelly Coutinho, Eder Anelli, Marylin
Dollen, Vick Moraes, Anderson Barros, Carlos Adriano Martins, Júlio César Gomes,
Geovane, Sidney, Felipe Costa, Karen Diana, Andréia Lacerda, Adriana Cordeiro.
RESUMO
ABSTRACT
This study is part of a Research Project that is part of the set of research produced at
the CCPPM Group. This investigation had as its central question: To what extent
aspects of the methodology of Classroom Studies can contribute to the continued
formation of a group of teachers who teach Mathematics in the Interdisciplinary Cycle
in the Municipal Network of the City of São Paulo in a context of curricular
implementation?.This is a qualitative research of an interpretive nature, whose strategy
used for data collection was triangulation. The theoretical framework is based on
authors such as: Curi e Pires (2008); Gatti e Barreto (2009); Ponte (1992, 1998); Tardif
(2000, 2002); Shulman (1986, 1987, 2005); Ball, Thames e Phelps (2008); Gómez-
Chacón (2003); Curi (2004); Schön (1987); Alarcão (2005); Nóvoa (1992); Boavida e
Ponte (2002); Fiorentini (2006), among others. The data show that participation in a
collaborative and reflective process of planning agendas and activities, observing and
analyzing the actions carried out in the classroom, systematic and incessant reflection
on the action and on the action in the scenarios of learning, enabled the professional
development of the participants in the Interdisciplinary Cycle meetings and gave more
quality to the training of teachers and researchers who teach Mathematics in Basic
Education. The research results also show that the Research Project developed in the
Classroom Studies, promoted many situations of reflection from the investigation of
the praxis, allowing the group of teachers of the Interdisciplinary Cycle to become
protagonists of their own professional development, which values their knowledge of
experience and consolidates knowledge in action and about action and intensifies
them by socializing in a collaborative and reflective work centered on dialogue,
negotiation, trust and respect, with a view to improving the students' learning results.
CAPÍTULO I
1 A METODOLOGIA DE FORMAÇÃO ESTUDOS DE AULA ............... 27
1.1 A Origem dos Estudos de Aula ........................................................ 27
1.2 Os Estudos de Aula nos Estados Unidos ....................................... 29
1.3 Os Estudos de Aula no Reino Unido ............................................... 31
1.4 Os Estudos de Aula em Portugal ..................................................... 32
1.5 Os Estudos de Aula no Chile ............................................................ 33
1.6 Os Estudos de Aula na Espanha ...................................................... 34
1.7 Os Estudos de Aula na Itália............................................................. 37
1.8 Os Estudos de Aula no Brasil........................................................... 37
1.9 Considerações do Capítulo .............................................................. 49
CAPÍTULO II
2 MARCO TEÓRICO DA PESQUISA .................................................... 50
2.1 Processo de Formação e Desenvolvimento Profissional de
Professores ........................................................................................ 50
2.2 O Conhecimento e o Saber: Tipologias ........................................... 54
2.2.1 Saberes Docentes na Perspectiva de Tardif ................................... 56
2.2.2 Conhecimentos Docentes na Perspectiva de Shulman ................. 58
2.2.3 Vertentes dos Conhecimentos Necessários para Ensinar
Matemática ......................................................................................... 62
2.3 As Crenças, Concepções e Mitos .................................................... 67
2.3.1 Sobre Concepções ............................................................................ 68
2.3.2 Sobre Crenças ................................................................................... 69
2.3.3 Sobre Mitos ........................................................................................ 71
2.4 Sobre Reflexão .................................................................................. 72
2.5 Sobre Colaboração............................................................................ 75
2.6 Temas Matemáticos Envolvidos nas Atividades Selecionadas .... 78
2.7 Algumas Reflexões Sobre os Aspectos Teóricos que Subsidiam
Nossa Pesquisa...............................................................................................83
CAPÍTULO III
3 METODOLOGIA E CENÁRIO DA PESQUISA ................................... 86
3.1 A Abordagem ..................................................................................... 86
3.2 A Estratégia de Triangulação de Dados .......................................... 88
3.2.1 A Observação .................................................................................... 90
3.2.2 O Uso de Protocolos Observacionais .............................................. 93
3.2.3 O Uso do Recurso do Vídeo e Áudio ............................................... 94
3.2.4 O Uso de Fotografias ........................................................................ 97
3.2.5 O Uso de Questionários .................................................................... 98
3.3 Caracterização do Cenário de Pesquisa ........................................ 100
3.4 Os Sujeitos Participantes da Pesquisa ......................................... 103
3.5 Sobre os Documentos e Materiais Curriculares Empregados na
Pesquisa ........................................................................................... 108
CAPÍTULO IV
4 OS ESTUDOS DE AULA NA PESQUISA......................................... 115
4.1 As Etapas dos Estudos de Aula na Nossa Pesquisa ................... 115
4.1.1 Etapa 1- Formação de Formadores ................................................ 116
4.1.2 Etapa 2- Planejamento .................................................................... 118
4.1.3 Etapa 3- Observação das Aulas ..................................................... 122
4.1.4 Etapa 3- Reflexão das Aulas ........................................................... 124
4.1.5 Etapa 5- Divulgação dos Resultados ............................................. 126
4.2 A Atividade Realizada no 4º ano .................................................... 129
4.2.1 O Planejamento do 4º ano .............................................................. 131
4.2.2 A Observação da Aula do 4º ano ................................................... 134
4.2.3 A Reflexão da Aula do 4º ano ......................................................... 138
4.3 A Atividade Realizada no 5º ano .................................................... 142
4.3.1 O Planejamento do 5º ano .............................................................. 144
4.3.2 Observação da Aula do 5º ano ....................................................... 145
4.3.3 A Reflexão da Aula do 5º ano ......................................................... 148
4.4 A Atividade Realizada no 6º ano .................................................... 151
4.4.1 O Planejamento do 6º ano .............................................................. 152
4.4.2 A Observação da Aula do 6º ano ................................................... 153
4.4.3 A Reflexão da Aula do 6º ano ......................................................... 156
CAPÍTULO V
5 ANÁLISES E REFLEXÕES DOS ESTUDOS DE AULA NA
PESQUISA ........................................................................................ 162
5.1 Vertentes dos Conhecimentos dos Professores para Ensinar
Matemática ....................................................................................... 163
5.1.1 O Conhecimento Específico do Conteúdo .................................... 163
5.1.2 Conhecimento Pedagógico do Conteúdo ..................................... 166
5.1.2.1 Conhecimentos Sobre os Documentos Curriculares de Matemática
da Rede Municipal de São Paulo......................................................172
5.1.2.2 Conhecimentos Sobre os Materiais Curriculares de Matemática
da Rede Municipal de São Paulo.................................................... .174
5.2 Crenças e Mitos em Relação ao Uso de Materiais Manipuláveis 176
5.3 Contextos de Reflexão .................................................................... 180
5.4 Contextos de Colaboração ............................................................. 182
5.5 As Aprendizagens dos Professores e Estudantes ....................... 187
5.6 Gestão da Sala de Aulas ................................................................. 190
5.7 Considerações Sobre o Capítulo ................................................... 192
APRESENTAÇÃO DA TESE
1
O foco narrativo desse tópico será feito na primeira pessoa do singular.
14
Como já foi dito, nos anos de 2017 e 2018, o Grupo CCPPM dedicava-se ao
planejamento da elaboração de materiais curriculares que seriam produzidos para a
Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, para implementação do Currículo da
Cidade de Matemática. Em 2018, foram desenvolvidos materiais destinados a alunos
e professores de Matemática, intitulados “Caderno da Cidade Saberes e
Aprendizagens”.
4 O Ciclo de Alfabetização envolve os três primeiros anos do Ensino Fundamental (1º, 2º e 3º). O
Interdisciplinar abarca os três anos seguintes (4º, 5º e 6º). Por fim, o ciclo Autoral compreende os três
anos subsequentes (7º, 8º e 9º).
20
A minha opção por este Ciclo de Aprendizagem também se justifica por ser
Pedagoga e por ter buscado aprimoramento profissional me matriculado no curso de
Licenciatura em Matemática.
Os textos foram produzidos pela professora Edda Curi com base na análise
dos dados iniciais da investigação que vinha sendo realizada em pesquisas da área
de Educação Matemática, especialmente as que discutem a organização curricular
como rede de significados e em discussões realizadas sobre a Base Nacional Comum
Curricular de Matemática (BRASIL, 2017), além dos apontamentos presentes no
Currículo da Cidade: Matemática.
Revisitar toda essa trajetória não foi tarefa simples, pois a aproximação com
a formação continuada de professores que ensinam Matemática e com a metodologia
de formação Estudos de Aula foi motivada por muitos fatos que emergiram desde a
formação inicial e tiveram continuidade ao adentrar ao Grupo de Pesquisa CCPPM, e
Relevância do Tema8
8 A partir dessa seção o foco narrativo será feito na primeira pessoa do plural
23
resultados, assim como suprir possíveis distorções quando se utiliza um recurso único
de recolha de dados. Esses procedimentos serão aprofundados no Capítulo 3,
referente à Metodologia e cenário da Pesquisa. Passamos, adiante, para a
apresentação da estrutura da tese.
Estrutura da Tese
cenário do estudo.
Antes, porém, ressaltamos que, por meio de uma revisão de literatura sobre
essa metodologia, encontramos diferentes traduções, que variam de acordo com o
país. Em nossa investigação, usaremos a versão Estudos de Aula para fazer menção
a metodologia é que traduzida em Inglês como “Lesson Study”.
O modelo japonês dos Estudos de Aula, de acordo com Baldin e Felix (2011),
compõe-se de três etapas: (1) planejamento da aula; (2) realização da aula e (3)
reflexão sobre aula.
Por ser encarada como uma inovação aceitável e eficiente, de acordo com
Murata (2011), no ano 2000, o Estudo de Aula chamou a atenção de muitos
educadores dos EUA (Choksi e Fernandez 2004; Grupo de Pesquisa em Estudo da
Lição 2007; Lewis et al. 2004; Conselho Nacional de Pesquisa 2002; Laboratório
Educacional Regional do Norte 2002; Richardson 2004; Stepanek 2001, 2003;
Takahashi e Yoshida 2004; Wilms 2003).
Dudley (2014), assevera que isso contribui para que os professores possam
desenvolver novas teorias e compreender como os estudantes aprendem, levando a
melhorias no desempenho de seus estudantes e do seu próprio desenvolvimento
profissional.
Os Estudos da aula, de acordo com Bussi et al. (2017), é constituído por três
etapas. A primeira, “Aula de construção” (Planejamento de aulas) requer a preparação
criteriosa, por um grupo de professores, de uma aula e dos materiais didáticos que
serão utilizados pelos estudantes; a análise de contexto de classe; a identificação dos
objetivos da aula; a definição do objeto. Já a “Observação de aula” (Realização da
aula), é concretizada em sala de aula, na presença de observadores externos, que
centram as atenções em algumas dinâmicas estabelecidas por meio de uma grade de
observação. A aula é filmada para uma análise subsequente. Na etapa “Análise de
lições e redesenho”, os membros que compõem o Projeto, analisam as videofilmagens
da aula e avaliam os resultados dos observadores externos, a fim de redesenhar e
melhorar a aula.
Como já foi dito na introdução desta tese, no período de 2016 a 2017, foi
desenvolvido, pelo Grupo CCPPM, o projeto “Grupos Colaborativos: contribuições
para a melhoria da qualidade de ensino de Matemática nos Anos Iniciais do Ensino
40
10
Discussões Curriculares: contribuições de um grupo colaborativo para a implementação de um novo
currículo de Matemática e o uso de materiais curriculares na rede pública municipal de São Paulo
42
específica dos formadores, alguns deles tinham saberes práticos, mas não eram
ligados à academia, cada um trazia consigo múltiplas experiências resultantes do
desempenho de sua atividade profissional, mas faltava uma formação mais
acadêmica.
rede.
Na tese, Utimura (2019) destaca como resultados positivos das pesquisas que
desenvolve com a metodologia Estudos de Aula a etapa de Reflexão em que se
fortalecem as relações profissionais e pessoais entre os participantes, além da
ampliação dos conhecimentos profissionais dos professores, conforme citação a
seguir:
Assim como no Japão, alguns países como Estados Unidos e Reino Unido,
centram-se nas aprendizagens dos estudantes, ao empregar o Estudos de Aula. Em
contrapartida, há países como Portugal, Espanha, Itália e Brasil, em que o foco está
no desenvolvimento profissional dos professores, presumindo que esse
desenvolvimento faz com que haja melhoria nas aprendizagens dos estudantes.
Cabe esclarecer que o curso de formação em que nossa tese está ancorada,
foi organizado como um curso de formação continuada, com horas determinadas,
conteúdos definidos anteriormente e certificação. No próximo capítulo, buscamos
discutir alguns aspectos teóricos que consideramos importante para compreendermos
melhor o tipo de formação oferecida pelo referido curso. Assim, apresentaremos
alguns autores que discutem sobre formação continuada de professores; outros que
oferecem fundamentos teóricos sobre conhecimentos, crenças e saberes de
professores; e ainda autores que discutem sobre a cultura da reflexão sobre a própria
prática e contextos de colaboração.
50
Nas investigações realizadas por Curi e Pires (2008), as autoras afirmam que
o tempo destinado à formação inicial de professores para ensinar Matemática nos
Anos Iniciais do Ensino Fundamental nos cursos de Pedagogia, na época em que
pesquisaram, era escasso. Afirmam ainda que esse tempo de formação não possibilita
aprofundamento em conhecimentos matemáticos, em discussões sobre questões de
natureza didática e metodológica de ensino de Matemática, em fundamentos teóricos
e de resultados de pesquisa na área de Educação Matemática e em discussões
curriculares.
O movimento de fora para dentro, pois O movimento é de dentro para fora, visto que é
assimila os conhecimentos necessários e as preciso tomar decisões importantes referentes às
informações que são difundidas. questões que deseja considerar, aos projetos que se
busca experimentar e a forma que os quer
desenvolver, isto é, o professor é escopo de
formação, mas é sujeito central no desenvolvimento
profissional.
Encarada como um modo categorizado, por Muito embora possa refletir em cada momento em
temáticas ou por disciplinas, como na um ou em outro aspecto, volta-se sempre a provocar
formação inicial ou como avaliação. o professor como um todo.
O ponto de partida é a teoria, muitas vezes. Parte da teoria e da prática, de uma forma articulada.
Convém pontuar que o nosso curso de extensão, apesar de ter carga horária
definida, programação organizada e certificação, tinha aspectos que se relacionavam
ao desenvolvimento profissional de professores, como o de utilizar a prática como
ponto de partida, de modo a desafiar os professores, em todo o processo de formação,
a se posicionarem como protagonistas. O curso partia do princípio de que o professor
já possui conhecimentos para ensinar Matemática, mas que esses podem ser
ampliados e modificados. Também durante toda a realização do curso, a teoria e a
prática emergiam de forma articulada, e a teoria era utilizada para subsidiar as
práticas. Esses aspectos corroboram a concepção de formação continuada
apresentada por Gatti e Barreto (2009).
No curso em que esta tese está ancorada, o grupo era formado por
professores de uma rede de ensino com um currículo próprio e uso de materiais
curriculares. Portanto, o contexto era bem específico e as discussões pautavam-se
54
Sobre esse aspecto, o autor considera que o saber docente tem raízes na
formação profissional, em instituições de ensino e nos lugares em que atuam nas
experiências de trabalho.
especializados etc.
Saberes provenientes de sua A prática do ofício na escola Pela prática do trabalho e pela
própria experiência na e na sala de aula, a socialização profissional.
profissão, na sala de aula e experiência dos pares etc.
na escola.
Fonte: TARDIF (2002, p. 63)
educacional.
Um ano mais tarde Shulman (1987), ampliou seus estudos e destaca que a
base de conhecimentos para o ensino de um professor incorpora sete categorias:
Conhecimento do Conteúdo; Conhecimento do Currículo; Conhecimento Pedagógico
do Conteúdo, Conhecimento Pedagógico Geral; Conhecimento dos Alunos e de suas
características; Conhecimento dos Contextos Educacionais; Conhecimento dos fins,
propósitos e valores da Educação e de sua base histórica e filosófica. O autor enfatiza,
como em 1986, que o Conhecimento Didático de Conteúdo é um conhecimento
específico de professores.
11Tradução usada para as expressões que Shulman utiliza: Content Knowledge, Curricular Knowledge,
Pedagogical Content Knowledge).
60
Fonte: Ball, Thames e Phelps (2008, p. 403), tradução de Pazuch, Lima, Albrecht (2018)
Assim, de acordo com Ball, Tames e Phelps (2008), o lado esquerdo da Figura
2, refere-se ao domínio “Conhecimento Específico do Conteúdo”, que foi
ramificado em três categorias: (1) Conhecimento Comum do Conteúdo (2)
Conhecimento Horizontal do Conteúdo e (3) Conhecimento Especializado do
Conteúdo. Já o lado direito, trata do domínio “Conhecimento Pedagógico do
conteúdo”, que passa ser fracionado em “Conhecimento do Conteúdo e dos
Estudantes”, “Conhecimento do Currículo” e “Conhecimento do Conteúdo e do
Ensino”.
Para situar o leitor, esclarecemos, a seguir, o que Ball et al. (2008) consideram
a respeito destes domínios.
Eles consideram que o professor tem que ter esse conhecimento comum
“para uso próprio” do conteúdo, mas que esse conhecimento deve ir além. Todo
professor tem de compreender quando o livro apresenta uma definição indevida ou
até mesmo quando os seus estudantes erram em suas respostas. A ideia central, é
que o professor compreenda a natureza dos erros e dos acertos, sob a perspectiva
matemática, como também do ensino (pedagógico).
Para Ball (1991, p.1), “o conhecimento que os professores têm dos conteúdos
matemáticos interage com suas suposições e crenças sobre ensino e aprendizagem,
67
A este respeito, Cury (1999) chama a atenção para a polissemia dos termos
“concepção” e “crença”. Para a autora, as definições apresentadas por muitos
pesquisadores são divergentes. Com isso, ela justifica o surgimento de expressivas
produções acadêmicas que versam sobre a conceituação dos termos e as suas
diferenças. Outro impasse revelado por Cury (1999) refere-se aos problemas de
traduções, influenciando no modo que os pesquisadores fazem menção aos
construtos.
Essa definição nos permite compreender que novas crenças são incorporadas
entre as existentes, e que influenciam a aprendizagem, uma vez que interferem
diretamente nas decisões tomadas e nas relações que os professores estabelecem
com os estudantes, operando como um filtro que os movem em direção às próprias
expectativas diante dos avanços e entraves apresentados pelos estudantes.
era difícil e só poucos poderiam aprender, e por causa dessa crença selecionavam
conteúdos para seus alunos que consideravam que seria fácil para eles aprenderem.
Outra crítica revelada por Tardif e Moscoso (2018) diz respeito ao aspecto
formal da reflexão do professor, pois é evidente que o profissional reflexivo “reflete”
74
Antes de finalizamos este capítulo, uma questão que nos faz refletir é: Quais
são os conhecimentos matemáticos envolvidos nas atividades propostas nos Estudos
de Aula selecionadas para nossa tese? Segundo os autores estudados, esses
conhecimentos — comuns e especializados — devem ser de domínio dos professores
que vão desenvolvê-los. Assim, no próximo tópico, apresentamos os aportes teóricos
78
Ele relata que três tipos de atitudes ocorrem sucessivamente de acordo com
o nível escolar do estudante e que essas, às vezes, coexistem em alguns níveis de
ensino. Segundo o pesquisador, não há conflito entre “visto” e “sabido” ou elas são
ignoradas nos desenhos dos estudantes do início da escolarização. O autor destaca
que nessa fase os estudantes desenham o que veem. Nas duas fases posteriores, os
estudantes procuram representar, sem adaptações, as propriedades do objeto que
consideram importantes em detrimento da representação do objeto da maneira como
ele o imagina. Nesse caso, as representações de objetos geométricos espaciais
passam a ter a influência do “sabido” sobre o “visto”.
Com relação a outros aspectos indicados por autores como Curi e Pires
(2008), Gatti e Barreto (2009), Ponte (1998) e Imberon (2010), que discutem as
necessidades de formação, concordamos que, um curso de formação continuada
deve identificar as necessidades dos professores, pautar-se em reflexões sobre as
práticas dos professores e estudar temáticas nas quais os professores se sintam
aguçados em se aprofundar, além de incorporar pesquisas de educadores
matemáticos sobre o ensino e a aprendizagem. Assumimos a concepção de professor
como um profissional comprometido, autônomo, que pesquisa e reflete sobre a própria
prática, e transforma seu conhecimento para que seus alunos avancem nas
aprendizagens.
3.1 A Abordagem
pesquisa. Dito isto, nossa investigação está imbricada em uma pesquisa de natureza
qualitativa de cunho interpretativo.
Recursos O uso do vídeo. Este recurso foi eficaz para a aquisição de episódios
audiovisuais importantes na realização da aula, capturando interações complexas na
prática que devem ser analisadas e discutidas entre os pares;
O uso de áudio. Registramos por áudio, os encontros de formação na
universidade sede do projeto, afim de garantir que os sujeitos participantes
não se sentissem constrangidos, logo no primeiro módulo do curso. A
utilização deste recurso foi importante para que estes profissionais fossem
adquirindo confiança e futuramente permitissem que suas aulas fossem
filmadas.
O uso de fotografias. Registramos todos momentos importantes das
formações, bem como documentamos os protocolos dos estudantes, os
registros dos professores na lousa, produzidos nos Estudos de Aula
desenvolvido.
Fonte: Elaborado pela pesquisadora a partir de Estrela (1994), Denzin e Lincoln (2006) e
Creswel (2010).
3.2.1. A Observação
Possibilita meios diretos e satisfatórios para O observado tende a criar impressões favoráveis ou
estudar uma ampla variedade de fenômenos. desfavoráveis no observador.
Exige menos do observador do que as outras A ocorrência espontânea não pode ser prevista, o
técnicas. que impede, muitas vezes, o observador de
presenciar o fato.
Permite a coleta de dados sobre um conjunto Fatores imprevistos podem interferir na tarefa do
de atitudes comportamentais típicas. pesquisador.
Permite a evidência de dados não constantes Vários aspectos da vida cotidiana, particular, podem
do roteiro de entrevistas ou de questionários. não ser acessíveis ao pesquisador.
92
observacionais”.
Outro aspecto que merece destaque, é que Powell, Francisco e Maher (2004,
p. 16), em seus estudos, empregaram uma sequência de sete fases analíticas,
interativas e não lineares, conforme ilustramos na Figura 4
Fonte: elaborado pela pesquisadora a partir de Powell, Francisco e Maher (2004, p.16).
Observar atentamente aos Para se familiarizar com o conteúdo dos dados de vídeo, assistimos
dados do vídeo. e ouvimos as filmagens várias vezes, sem impor intencionalmente
uma lente analítica específica sobre o que observamos. Buscamos,
assim, nos acostumar com a sessão de pesquisa em sua totalidade.
Descrever os Dados de Vídeo Mapeamos os dados de vídeo de tal forma que alguém lendo as
descrições teria uma ideia objetiva do conteúdo das filmagens.
Compreendemos que as descrições nos apoiaram na familiarização
com os múltiplos dados. As descrições que foram codificadas no
tempo permitiram a identificação rápida dos episódios.
(comportamentos).
Adaptamos o que Gil (2008) designou acerca das distinções entre os múltiplos
tipos de questões referente ao seu conteúdo, como podemos destacar abaixo:
Enfatizamos que essas distinções apontadas por Gil (2008) contribuíram para
que pudéssemos elaborar instrumentos que permitiram conhecer e compreender o
perfil dos professores, suas convicções e relações, seus sentimentos sobre a
Matemática e o seu ensino.
seria um processo lento, mas que poderia influenciar a alteração das práticas destes
profissionais em sala de aula e, consequentemente, a melhoria das aprendizagens
dos estudantes.
Desse modo, guiando-se pela possibilidade de ter uma visão geral dos dados
coletados da primeira parte do questionário, instrumento 1 (Apêndice B), ilustramos
no Quadro 7 o perfil dos participantes, especialmente para organizar e retratar as
convergências e as divergências de gênero, idade, tempo de magistério, ano que
atuam, tempo de atuação na escola e na Secretaria Municipal de Educação(SME) de
São Paulo, e a diretoria de origem.
P1 F 41 4º 25 3 8 Penha
P3 F 59 6º 20 11 16 Santo Amaro
P4 F 45 4º 12 1 mês 6 Penha
P5 F 33 5º 15 5 5 Santo Amaro
P6 M 31 6º 10 2 6 São Mateus
P7 F 37 5º 16 4 5 Guaianases
P8 F 35 5º 15 6 6 Freguesia
P9 F 35 5º 16 7 8 Guaianases
P11 F 32 5º 12 3 3 Capela do
Socorro
P14 F 71 4º 16 10 16 Freguesia
P15 F 53 6º 29 15 17 Capela do
Socorro
P19 F 29 5º 6 3 3 Guaianases
P20 F 48 6º 17 7 16 Guaianases
P21 F 35 5º 11 4 7 Capela do
Socorro
P23 F 36 4º 3 2 3 Capela do
Socorro
Fonte: elaborado pela pesquisadora a partir da primeira parte do questionário aplicado
Chamam-nos a atenção que temos uma professora que está vinculado a SME
há 42 anos.
Médio, nos permite perceber que há oito (8) professores que cursaram o antigo curso
de Magistério. Em relação ao nível de Graduação, em nossa pesquisa, predominaram
professores licenciados em Pedagogia (10). Contudo, sete escolheram este curso
como segunda opção.
curso de formação e utilizados nos Estudos de Aulas. No entanto, para esta tese serão
analisados apenas alguns episódios selecionados dos Estudos de Aula.
Antes de finalizar esta seção, é importante enfatizar que outo fato de destaque
e muito significativo nessas formações foi a presença da Profa. Dra. Joana Mata
Pereira, da Universidade de Lisboa, profissional reconhecida por suas produções
intelectuais acerca da Lesson Study com o pesquisador português João Pedro da
Ponte. Na ocasião, tanto os formadores tiveram a oportunidade de conhecer e discutir
as pesquisas desenvolvidas empregando a metodologia de Estudos de Aula na área
de Educação Matemática, em Portugal, quanto a pesquisadora convidada de apreciar
um pouco do trabalho que desenvolvemos a respeito da temática no Brasil. Julgamos
ter sido um espaço oportuno, por excelência, para promover o debate acerca da
metodologia Estudos de Aula, em suas diversas facetas.
FICHA DO PLANEJAMENTO
Ano
Eixo estruturante
Ideias Fundamentais
Tipos de Raciocínios
O que fazer
Tempo
Organização da turma
Indicadores de Avaliação
Outro aspecto a ser enfatizado, diz respeito aos critérios para a escolha dos
professores que teriam as suas aulas observadas, filmadas e consequentemente,
objetos de estudo, visando assim atender mais um dos princípios para a constituição
de um grupo colaborativo, a negociação de sentidos, o grupo elegeu dois critérios de
escolha:
Destacamos que por princípios éticos e legais, pois a pesquisa envolve seres
humanos, foi apresentado aos professores das escolas o Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido (TCLE)21, nas versões estudantes e professores, no qual
elaboramos e que estão relacionados no Apêndice G. Dessa forma, a formadora
20
JEIF: Trata-se de uma Jornada que reúne os professores das escolas para discutirem temas
importantes para a sua formação e trocar informações sobre os estudantes em sala de aula.
21
Os Termos de Consentimento Livre e Esclarecido estão relacionados no ANEXO II
125
Suzete Borelli fez uma breve explanação a respeito desse documento, a fim de que
tivessem uma melhor compreensão e não gerar dúvidas. Com isso, os Termos foram
confiados aos professores que desenvolveriam as atividades propostas para que
pudessem assinar e, também, encaminhar aos responsáveis dos estudantes
solicitando a devida autorização para a participação no estudo. Essas autorizações
encontram-se em nosso domínio, constituindo-se instrumento legal para a realização
da referida investigação junto aos professores e estudantes envolvidos.
A fase reflexão sobre as aulas envolve a análise propriamente dita dos dados
recolhidos, ou seja, das videofilmagens, dos registros escritos e dos protocolos dos
estudantes, por meio de fotografias.
É oportuno revelar ainda que consideramos haver pouco tempo para o estudo
sobre os episódios das aulas acompanhadas que permitissem maior reflexão entre os
professores e os formadores, sendo possível somente nos momentos coletivos, que
envolviam os demais ciclos de aprendizagem. Esse fato acabou sendo um dificultador
para análise dos dados.
Podemos dizer que, como formadoras, fomos novamente bem acolhidas pela
equipe gestora e pelos professores que compõem o quadro funcional da unidade
escolar. Foi um momento gratificante e de muito crescimento para todos, pois até
mesmo os professores que assistiam os relatos das formadoras se sentiram muito
mais envolvidos e à vontade em relação ao primeiro contato na jornada JEIF, para
exporem as suas convicções, dúvidas e anseios em relação à metodologia de
formação “Estudos de Aula”.
22Os textos podem ser encontrados no sítio da Secretaria Municipal de Educação pelo seguinte
endereço. http://portal.sme.prefeitura.sp.gov.br.
129
23
As atividades originais encontram-se no Anexo III
130
As mães de Cauã e Tainá são artesãs. Muitas vezes elas combinam suas peças para formar alguns
conjuntos para vender.
1.Dona Nina, mãe de Tainá, precisa fazer um levantamento de quantas contas precisa comprar para
fazer três tipos de pulseiras. Tainá separa as quantidades para ela e calcula o total de contas a
serem compradas. Ajude Tainá a realizar o levantamento:
a) A pulseira que ela irá fazer precisa de 12 contas grandes e entre cada uma delas, 3 menores
intercaladas. Ela produzirá 25 pulseiras desse tipo. Quantas contas grandes ela precisará
comprar?
b) Quantas contas pequenas ela precisará para as 25 pulseiras?
c) Quantas contas ela vai precisar no total?
d) Descreva o procedimento que você realizou para resolver o item c?
2. Dona Nina fez outro tipo de pulseira, com 15 contas coloridas e de mesmo tamanho. Dona Nina
entrega 120 pulseiras desse tipo por semana. Ela tem 68 pacotes dessas contas com 100 unidades
cada. Você acha que o material é suficiente para uma semana?
24 O trecho que está em negrito corresponde a parte do objetivo que se relaciona com a atividade.
131
25
Peças artesanais utilizadas para confeccionar pulseiras.
133
convencional da multiplicação.
Esse episódio causou estranheza para ela e em uma discussão rápida entre
elas, as formadoras decidiram intervir com esse aluno, pois a professora (P4) estava
ocupada fazendo as correções necessárias na lousa.
Protocolo 1
Protocolo 2
Protocolo 3
Protocolo 2
Nesta sequência, você irá aprofundar seus conhecimentos em geometria, discutindo características,
similaridades e diferenças entre prismas e pirâmides, acompanhando as aventuras de Leticia com o
brinquedo de seu irmão e com os desafios que ela fez a Talita.
ATIVIDADE 1
O irmãozinho de Leticia ganhou um brinquedo de montar de presente de aniversário. Ele pediu para
Leticia e Talita ensinarem como monta-lo. Para ensinar, as amigas leram no manual de
instrução a apresentação das peças. Veja o que descobriram. Este brinquedo e composto por 10
pecas coloridas:
6 prismas e 4 pirâmides. Com elas, você pode montar o robô:
As amigas exploraram as peças e perceberam que havia diferença no formato das bases:
Entre os prismas, havia um com base triangular, três com base quadrangular, um com base
pentagonal e um com base hexagonal.
Entre as pirâmides, encontraram uma com base triangular, outra com base quadrada, outra
com base pentagonal e a última com base hexagonal.
formato e a quantidade das bases nas pirâmides e nos prismas, o formato da face
lateral, ou seja, o triângulo nas pirâmides e quadriláteros nos prismas.
27
É um doce gelatinoso, comum em festas infantis, existindo em muitas outras variedades .
149
ATIVIDADE 4
Ana estava curiosa a respeito da Astronomia. Com isso, descobriu em um site a informação de que
devemos aos egípcios e aos sumérios a divisão do dia em 24 horas. Ela descobriu, ainda, que as
unidades de medida de tempo pertencem ao sistema sexagesimal, isso quer dizer que ele é um
sistema de numeração na base 60.
1. Ana questionou com João se ele conhecia os divisores de 60. Descubra esses divisores.
2.Existe alguma semelhança entre os divisores encontrados e a organização do nosso relógio
analógico?
3. Desenhe um relógio analógico, colocando os números.
4. Ana explicou que o sistema sexagesimal auxiliou a medição do tempo em unidades menores do
que de um dia. Quais unidades de medida de tempo são menores que um dia e que você conhece?
5. Complete as tabelas:
29 Trata-se de uma tabela em que são distribuídos dois eixos, um horizontal e outro vertical. Em cada
um deles os números 1 a 10 são distribuídos e, em seguida, uma malha quadriculada com uma casinha
é desenhada para cada multiplicação entre os números dos dois eixos. Em seguida, multiplicam-se os
números do eixo horizontal com os do eixo vertical, posteriormente, coloca-se o resultado na casinha
correspondente da grade. Qualquer um dos eixos ou colunas pode funcionar como multiplicando ou
multiplicador. Uma vez que todos os números possam ser multiplicados, a tabela pitagórica está
completa.
155
Protocolo 1-
Protocolo 2-
160
Protocolo 3-
Protocolo 4-
O grupo constatou que os estudantes não sabiam que a ideia era representar
em um número racional sob a forma fracionária, ou seja, que eles deveriam perceber
1
que 10 segundos representam de um minuto. Para eles, era mais fácil dizer que 120
6
fenômeno investigado.
Além disso, os dados da pesquisa revelam que a professora não acatou o que
havia sido planejado para o início da aula, pois ela não seguiu as orientações iniciais
acerca da atividade que os estudantes desenvolveriam, como também não retomou
os conteúdos matemáticos incorporados na atividade, bem como não realizou o
levantamento dos conhecimentos prévios dos estudantes.
Pelos dados da pesquisa, ficou evidente, ainda, que não houve qualquer tipo
de orientação acerca da atividade que os estudantes desenvolveriam em sala de aula,
muito menos houve a revisitação de conteúdos matemáticos que estariam presentes
na atividade.
Outro aspecto que entendemos ser conveniente discutir, que diz respeito à
comunicação em sala de aula e que consideramos que esteja incluído no
conhecimento do conteúdo e do ensino, pois para se comunicar adequadamente o
professor precisa além de conhecer muito bem o conteúdo a ser ensinado conhecer
seus alunos, sua linguagem, as representações que utilizam, entre outros aspectos.
dois zeros apareceram nos resultados dos estudantes, sem nenhuma referência do
cálculo que eles deveriam fazer. Esse tipo de procedimento repercute no significado
que o zero representa dentro do próprio Sistema de Numeração Decimal.
Compreendemos que a ideia do zero sem valor, para eles significa que podem
tanto inseri-lo, como excluí-lo, no momento que bem entenderem.
Assim, entendemos que essa ideia não é adequada, pois os algarismos zeros
do número 900 indicam haver um algarismo que está representando a unidade da
dezena e da unidade, isto é, esse número possui 90 dezenas, ou 900 unidades, ou
ainda 9 centenas.
Diante desses dados, foi optado pela coordenação do curso por iniciar o
primeiro módulo, com uma discussão sobre os documentos curriculares, confiando
que isso trouxesse apropriação e ampliação sobre esses conhecimentos.
tem a crença de que o uso de um material mais concreto, mas lúdico, facilita a
aprendizagem matemática. Essa crença pode decorrer do mito que a Matemática é
abstrata e que é preciso que tenha concretude, o que é corroborado em nossos
estudos teóricos sobre crenças e mitos relativos à Matemática e seu ensino.
Machado (2011) também aborda esse tema, quando coloca sobre o mito que a
Matemática é abstrata e estende a noção de concreto para a concretude baseada em
um conteúdo de significações. Ele comenta que em Matemática, a abstração é
178
Compreendemos que o uso desse e outros recursos podem tornar a aula mais
criativa, permitindo que os estudantes tenham um interesse maior pelo objeto
matemático abordado, contribuindo para a construção de conceitos. Porém, é
primordial que os professores façam a mediação desse processo, permitindo que os
estudantes aprendam a utilizar esses recursos em situações didáticas, construindo e
ressignificando conhecimentos a partir de experimentações.
Na fase de observação das aulas, os dados mostram que havia abertura para
a negociação de sentidos entre os professores e as pesquisadoras-formadoras e até
mesmo com a equipe gestora das escolas participantes.
em filmar as aulas, a outra teria a incumbência de fazer registros escritos nas fichas
elaboradas para essa etapa.
Nesse sentido, podemos observar que isso só foi possível porque o grupo
apresentava em todas as etapas dos Estudos de Aula, a liderança compartilhada e
a corresponsabilidade (FIORENTINI, 2006). Todas as atividades de trabalho foram
assumidas e negociadas por todos os participantes, apresentando relações
horizontais, ou seja, não hierárquicas, compartilhando a liderança e o compromisso a
187
A sala ambiente foi um dos imprevistos que ocorreu na turma do 6º ano, pois
o professor (P6) não finalizou a atividade como deveria, sem feedback acerca das
aprendizagens dos estudantes, tampouco sem a retomada de conteúdos importantes
que foram trabalhados, não permitindo a apropriação dos conceitos abordados na
atividade.
Além disso, no início da atividade, (P6) não seguiu o que foi planejado, pois a
sua conversa inicial com os estudantes foi para reforçar a necessidade de terem
trazidos os Termos de Consentimentos assinados pelos responsáveis para
participarem da investigação, sem qualquer tipo de orientações acerca da atividade
que os estudantes desenvolveriam em sala de aula, muito menos a retomada de
conteúdos matemáticos que estariam contidos na atividade.
Todavia, na etapa de reflexão, a gestão da sala de aula foi uma das pautas
de discussões do 6º ano. Nessa reunião, o professor espontaneamente admitiu para
as formadoras e para o grupo de professores que a gestão da sala de aula foi
realmente um dos maiores desafios enfrentados por ele.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A parceria entre as instituições promotoras pode ser vista como uma prática
que beneficiou toda a comunidade científica da área, como também as instituições de
ensino nas quais os participantes do Projeto de Pesquisa estavam vinculados. Além
disso, foi fator importante e decisivo para o processo de implementação curricular e
modificações de práticas de professores.
Observamos nos dados iniciais dos primeiros instrumentos deste Projeto que
os professores dos Anos Iniciais apresentavam dificuldades para ensinar alguns
conteúdos matemáticos, bem como apresentavam fragilidades conceituais sobre a
Matemática que ensinavam, mas por outro lado, os profissionais aparentavam ter mais
clareza dos saberes de seus estudantes e uma relação interpessoal mais favorável,
conquanto cientes da necessidade de se aperfeiçoar mais para ensinar Matemática.
Já os especialistas revelavam um encadeamento melhor com a Matemática e o seu
ensino, contudo, mostravam pressupostos didáticos compatíveis com a concepção
tecnicista, tendo uma visão linear do currículo, sem se apropriarem, de fato, da ideia
do currículo em redes de significados.
32
Os professores tiveram de assinar uma declaração de desistência do curso. O modelo está
relacionado no APÊNDICE I.
33
O Programa de Especialização Docente (PED) é um programa de pós-graduação lato sensu na
197
Municipal de Educação de São Paulo (SME-SP), com algumas aulas aos sábados.
Assim, a efetivação desse convênio nos causou um certo desconforto, pois não se
atentaram com o nosso cronograma, provocando uma sobreposição de datas e,
consequentemente, a desistência de alguns professores em participar no nosso
Projeto, uma vez que o programa ofertado é em nível de pós-graduação lato sensu na
modalidade de especialização e promovia a evolução de carreira.
E para concluir....
Como encontrar nas palavras, uma linguagem que possa expressar os meus
sentimentos, aprendizagens e desafios enfrentados durante o desenvolvimento da
pesquisa?
34
O foco narrativo das reflexões da pesquisadora será feito na primeira pessoa do singular.
199
Mas e com relação ao curso de doutorado? Que reflexões podem ser feitas?
Durante esta jornada observei que um curso de Doutorado não forma somente
pesquisadores, ele também contribui para a formação de um formador de professores
ou futuros professores. Saliento que o curso de doutorado e minha inserção em
Projetos de Pesquisa e de formação de professores me consolidou como formadora
de professores. Considero-me uma formadora iniciante, com muito a aprender, porém
com muito a contribuir, e sigo na reflexão a respeito da formação continuada ao longo
da minha vida profissional.
com mais experiência e saberes que me proporciona formar outros. Assim, sigo na
expectativa de atuar novamente como formadora de professores que ensinam
Matemática.
Ainda com base nos dados de minha tese, senti dificuldades em analisar os
conhecimentos dos professores ao longo do Projeto, fico me perguntado, em como
proceder para poder compreender como os professores que ensinam Matemática
mobilizam seus conhecimentos e suas crenças ao se relacionarem com os
documentos e materiais curriculares?
REFERÊNCIAS
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XUHUA. (2017). Cultural transposition of Chinese lesson study to Italy: an
exploratory study on fractions in a 4th grade classroom. International Journal for
Lesson and Learning
Studies.http://www.emeraldinsight.com/eprint/VVXZJBUHGS3NZMHFGDE9/full.Aces
so em: 12 out. 2019.
CHENG, E. C.k.; LO, Mun Ling. Learning Study: Its Origins, Operationalisation, and
Implications. 2013. Disponível em:
<https://www.oecdilibrary.org/docserver/5k3wjp0s959pen.pdf?expires=1581101240&
id=id&accname=guest&checksum=09A98173EB0EE661AC905E8FDBD279CF>.
Acesso em: 04 nov. 2019.
CURI, E. A matemática e os professores dos anos iniciais. São Paulo: Musa Editora,
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CURI, E.; PIRES, C.M.C. (2008). Pesquisas sobre a formação do professor que
ensina matemática por grupos de pesquisa de instituições paulistanas.Educação
Matemática Pesquisa, v. 10(1), 151-189.
DUDLEY, P. (2011) Lesson Study: what it is, how and why it works and who is
DUKE, N. K., & BECK, S. W. (1999). Education should consider alternative formats
for the dissertation. Educational Researcher, 28(3), 31-36.
DOLL JR., W.E. Currículo: uma perspectiva pós-moderna. Porto Alegre: Artes
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GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
GÓMEZ, E.S.; GÓMEZ, Á.P. Las Lesson Study ¿Qué son? 2011. Disponível
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Dissertação. São Paulo: Pontifica Universidade Católica de São Paulo: Programa de
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SCHÖN, Donald. The reflective practitioner. New York : Basic Books, 1983
______. “Knowledge and teaching: foundations of the new reform”. In: Harvard
Educational Review, n. 57, 1987, p. 1-22.
VAN HIELE, P. M. Similarities and differences between the theory of learning and
teaching of Skemp and the Van Hiele levels of thinking. In: TALL, D. O.; THOMAS,
M.; SKEMP, Richard R. Intelligence, learning and understanding in mathematics: a
tribute to Richard Skemp. Flaxton: Post Pressed, 2002.
APÊNDICE
Ano
Eixo Estruturante
Unidade e Atividade
Ideias Fundamentais
Tipos de Raciocínio
O que fazer
Tempo
Organização da turma
Indicadores de avaliação
211
Escola:
Ano:
Professora:
Data:
Tempo de observação:
DADOS DA ATIVIDADE
Eixo Estruturante:
Unidade:
Sequência:
Atividade:
Escola:
Ano:
Professora:
Data:
Tempo de observação:
DADOS DA ATIVIDADE
Eixo Estruturante:
Unidade:
Sequência:
Atividade:
Escola:
Ano:
Professora responsável pela condução da aula:
Data da sessão de reflexão:
TÓPICOS DE REFLEXÃO
Identificação dos focos de reflexão e a justificativa de sua escolha pelo grupo de formadores
do ciclo
INSTRUMENTO 1
1.Perfil do professor(a)
2. Formação acadêmica
Nível Curso(s) Ano de término
Médio
/Magistério
Graduação
Especialização
Mestrado
Doutorado
Com a profissão
INSTRUMENTO 2
3. Assinale com X o que corresponde à sua visão sobre sua capacidade em relação à
matemática
INSTRUMENTO 3
15. Minha experiência mais negativa com a matemática acontece quando ...
Agora, responda:
20.Quais conteúdos matemáticos você acha importante de serem ensinados aos alunos
do ciclo que atua?
221
INSTRUMENTO 4
Este instrumento foi feito com base na obra de Nilson José Machado “Matemática e Língua
Materna: análise de uma impregnação mútua.
Nessa obra o autor desmistifica algumas afirmações que pairam no senso comum sobre a
Matemática e que acabam influenciando no ensino e na aprendizagem dessa área do
conhecimento, afirmações estas, que, segundo o autor, orientam a ação docente, consciente
ou inconscientemente.
1.Discorra sobre as afirmações apresentadas pelo autor e apresente (pode ser com exemplos)
algumas implicações para o ensino de matemática.
A matemática é exata.
A matemática é abstrata
3.Aprofundar conhecimentos
acerca dos eixos estruturantes
que organizam os objetos de
conhecimento de Matemática;
Objetivos de Aprendizagem e
Desenvolvimento.
7. Planejar e desenvolver um
Projeto Integrador dos ODS.
1º SEMESTRE
14 Formação
23 Módulo I
Março 07 Formação
09 Módulo I
14 Formação
23 Módulo I
28 Formação
Abril 06 Módulo I
11 Formação
27 Módulo I
Maio 02 Formação
11 Módulo I
16 Formação
25 Módulo I
30 Formação
Junho 08 Módulo I
06 Formação
226
15 Módulo I
2º SEMESTRE
Agosto 01 Formação
03 Módulo II
08 Formação
17 Módulo II
22 Formação
31 Módulo II
Setembro 05 Formação
14 Módulo II
19 Formação
28 Módulo II
Outubro 03 Formação
05 Módulo II
17 Formação
26 Módulo II
31 Formação
Novembro 09 Módulo II
14 Formação
23 Módulo II
Dezembro 05 Formação
07 Seminário
12 Formação
14 Encerramento do curso
APÊNDICE E- CERTIFICADO
228
DECLARAÇÃO
_____________________________________________________
Assinatura
229
Parte 1. Discutir em cada ano do ciclo os planejamentos que foram organizados, verificando
se há ainda há necessidade de ajustes.
Cada ano deverá se organizar para fazer a leitura dos textos que são pertinentes ao tema
matemático escolhido.
Comunicado
Olá professores (as)!
Gostaríamos de lembrar que o projeto “Discussões Curriculares: contribuições de um
grupo colaborativo para a implementação de um novo currículo de Matemática e o uso
de materiais curriculares na rede pública municipal de São Paulo” é presencial.
Em função de algumas ausências de professores durante o curso, temos recebido as
justificativas e negociado com umas estas faltas. Sabemos que elas decorrem das reposições
de aula que estão ocorrendo nas unidades escolares por conta da greve.
No entanto, também fomos informados que alguns de vocês se inscreveram em um outro
curso de pós-graduação (PED – Programa de Especialização Docente), que em um primeiro
momento ocorreria durante a semana e posteriormente por decisão da Secretaria com as
Universidades proponentes fez a mudança para que os encontros presenciais ocorrência aos
sábados e muitos deles coincidem com as datas propostas nos nossos encontros do Projeto de
Pesquisa.
Em função disso, precisamos que os professores que optarem por acompanhar o curso PED,
devem formalmente fazer o seu desligamento deste Projeto de pesquisa, que também tinha
como objetivo fornecer aos seus participantes uma certificação de 100 horas de participação,
dando direito a evolução funcional (1,5) pontos em um período de 1 ano por sua participação
e contribuição para a implementação do Currículo da Cidade – Matemática.
Para os que não forem continuarem no Projeto, solicito que preencham o formulário anexo
com a sua desistência formal, pois ela será anexada no próximo relatório da UNESCO,
entidade que propiciou junto à SME o desenvolvimento deste Projeto.
___________________
Professora Dra. Edda Curi
Coordenadora da Pós-Graduação da Universidade Cruzeiro do SUL
Responsável pelo Projeto: “Discussões Curriculares: contribuições de um grupo colaborativo
para a implementação de um novo currículo de Matemática e o uso de materiais curriculares
na rede pública municipal de São Paulo”.
235
Termo de Desistência
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
________________________________________________________________.
_______________________________________
(Assinatura)
236
ANEXOS
Convidamos o(a) Sr(a) para participar da Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética em agosto de
2018 denominada DISCUSSÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE UM NOVO CURRÍCULO DE
MATEMÁTICA E DE MATERIAIS CURRICULARES DE APOIO A ALUNOS E PROFESSORES DA
REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE SÃO PAULO POR MEIO DE GRUPOS COLABORATIVOS E DA
METODOLOGIA ESTUDOS DE AULAS. A pesquisa agrega o Projeto 914 BRZ 1147, Edital nº
01/2018, Perfil 2, da UNESCO _ Discussões Curriculares: contribuições de um grupo
colaborativo para a implementação de um novo currículo de Matemática e o uso de materiais
curriculares na rede pública municipal de São Paulo sob a responsabilidade da pesquisadora
Edda Curi, a qual pretende promover discussões curriculares na área de Educação Matemática que
possam contribuir para a consecução e a implementação de um novo currículo de Matemática na
rede municipal de São Paulo – SME e para o uso de materiais curriculares de Matemática em cada
ano de escolaridade do ensino fundamental. Essa pesquisa está acoplada ao Curso de Extensão
denominado Concepções, aportes teóricos e práticos que fundamentam o Currículo de
Matemática da Cidade de São Paulo que será realizado de fevereiro de 2019 até dezembro de
2019 na Universidade Cruzeiro do Sul.
A participação do(a) vosso(a) filho(a) é voluntária e ocorrerá por meio de realização das tarefas
propostas por seu professor nas aulas de matemática observadas por pesquisadores da
Universidade.
Os riscos decorrentes da participação do(a) vosso(a) filho(a) na pesquisa são mínimos pois a coleta
de dados será previamente agendada na escola, suas dúvidas serão esclarecidas quanto à
participação e ao uso das respostas de seus filhos para fins de pesquisa. Haverá veiculação de
imagens, de textos e do áudio. No caso desses documentos produzidos, sua utilização será apenas
para fins de pesquisa e aprovado pelos pais dos participantes.
Se o(s) Sr(a) aceitar autorizar a participação do(a) vosso(a) filho(a), estará contribuindo para a
melhoria do ensino de matemática na rede municipal de São Paulo.
Se depois de consentir a participação do(a) vosso(a) filho(a) o(s) Sr(a) desistir do mesmo(a)
continuar participando, tem o direito e a liberdade de retirar seu consentimento em qualquer fase da
pesquisa, antes ou depois da coleta dos dados, independente do motivo e sem nenhum prejuízo a
242
Vossa Senhoria ou ao vosso(a) filho(a). O(a) Sr(a) não terá qualquer despesa e também não
receberá qualquer remuneração. Os resultados da pesquisa serão analisados e publicados, sendo
a identidade do(a) vosso(a) filho(a) preservada e guardada em sigilo. Para qualquer outra
informação, o(a) Sr(a) pode entrar em contato com o pesquisador responsável no campus Liberdade,
Rua Galvão Bueno 868 sala 1003, bloco A ou por telefone 33853015 ou com o Comitê de Ética em
Pesquisa da Universidade Cruzeiro do Sul, Av. Dr. Ussiel Cirilo, 225, São Miguel, São Paulo, SP,
telefone (11) 2037 5805.
Se o(a) Sr(a) se sentir suficientemente esclarecido sobre essa pesquisa, objetivo, procedimentos e
eventuais riscos e benefícios, convido-o(a) a assinar este Termo, elaborado em duas vias, sendo
que uma ficará com o(a) Sr(a) e a outra com o pesquisador.
Identificação do Participante:
Nome do estudante:
Data de Nascimento:
Nome do responsável:
RG: CPF:
Telefone:
Endereço:
Convidamos o(a) Sr(a) para participar da Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética em agosto de
2018 denominada DISCUSSÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE UM NOVO CURRÍCULO DE
MATEMÁTICA E DE MATERIAIS CURRICULARES DE APOIO A ALUNOS E PROFESSORES DA
REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE SÃO PAULO POR MEIO DE GRUPOS COLABORATIVOS E DA
METODOLOGIA ESTUDOS DE AULAS. A pesquisa agrega o Projeto 914 BRZ 1147, Edital nº
01/2018, Perfil 2, da UNESCO _ Discussões Curriculares: contribuições de um grupo
colaborativo para a implementação de um novo currículo de Matemática e o uso de materiais
curriculares na rede pública municipal de São Paulo sob a responsabilidade da pesquisadora
Edda Curi, a qual pretende promover discussões curriculares na área de Educação Matemática que
possam contribuir para a consecução e a implementação de um novo currículo de Matemática na
rede municipal de São Paulo – SME e para o uso de materiais curriculares de Matemática em cada
ano de escolaridade do ensino fundamental. Essa pesquisa está acoplada ao Curso de Extensão
denominado Concepções, aportes teóricos e práticos que fundamentam o Currículo de
Matemática da Cidade de São Paulo que será realizado de fevereiro de 2019 até dezembro de
2019 na Universidade Cruzeiro do Sul.
Sua participação na pesquisa e no curso é voluntária e dará por meio de inserção em curso de
formação de professores a ser realizado na sede da Universidade Cruzeiro do Sul – campus
Liberdade, e adequação de suas aulas à formação realizada e aos materiais didáticos curriculares,
permitindo a observação das mesmas por parte dos pesquisadores.
Os riscos decorrentes de sua participação na pesquisa são mínimos, pois a coleta de dados será
previamente agendada na Universidade ou na escola, suas dúvidas serão esclarecidas quanto à sua
participação e ao uso de suas respostas para fins de pesquisa. Haverá veiculação de imagens, textos
e áudio. No caso desses documentos produzidos em aula, como diários, relatórios de aula, ou outros
registros desenvolvidos em situações de ensino, sua utilização será apenas para fins de pesquisa e
aprovado pelo participante. No caso das observações do pesquisador você poderá pedir para que o
pesquisador deixe de observar em alguns momentos que julgar que esteja exposto, que deixe de
gravar imagens, ou que esclareça os motivos de observar determinada ação e o que fará com tal
informação.
Se o(s) Sr(a) aceitar participar, estará contribuindo para os benefícios que o estudo poderá propiciar
em termos de melhorias do currículo de matemática e de materiais didáticos e da prática de
professores que ensinam Matemática.
Se depois de consentir em sua participação o(s) Sr(a) desistir de continuar participando, tem o direito
e a liberdade de retirar seu consentimento em qualquer fase da pesquisa, antes ou depois da coleta
dos dados, independente do motivo e sem nenhum prejuízo a Vossa Senhoria. O(a) Sr(a) não terá
qualquer despesa e também não receberá qualquer remuneração. Os resultados da pesquisa serão
244
analisados e publicados, sendo sua identidade preservada e guardada em sigilo. Para qualquer outra
informação, o(a) Sr(a) pode entrar em contato com o pesquisador responsável no campus Liberdade,
Rua Galvão Bueno 868 sala 1003, bloco A ou por telefone 33853015 ou com o Comitê de Ética em
Pesquisa da Universidade Cruzeiro do Sul, Av. Dr. Ussiel Cirilo, 225, São Miguel, São Paulo, SP,
telefone (11) 2037 5805.
Se o(a) Sr(a) se sentir suficientemente esclarecido sobre essa pesquisa, objetivo, procedimentos e
eventuais riscos e benefícios, convido-o(a) a assinar este Termo, elaborado em duas vias, sendo
que uma ficará com o(a) Sr(a) e a outra com o pesquisador.
Identificação do Participante:
Nome:
RG: CPF:
Telefone:
Endereço: