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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

CAMPUS I
DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM GEOGRAFIA
COMPONENTE CURRICULAR: ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM GEOGRAFIA I
TURNO: NOITE
PROFESSOR (A): DRª. JOANA D’ARC ARAÚJO FERREIRA

ANDRÉ GUERRA DE MENEZES (202300803)


MARCOS PAULO DO CARMO LIMA (202300315)
MIGUEL CABRAL BEZERRA (202300722)
WEZEM KENNEDY FELIX LIBERATO (202300447)

RESUMO: “MAPAS MENTAIS”

CAMPINA GRANDE/PB
2023
SOBRE A AUTORA

Amélia Regina Batista Nogueira possui Licenciatura Plena em Geografia pela


Universidade Federal do Amazonas (1987), Graduação em Serviços Social pela
Universidade Federal do Amazonas (1990), Mestrado em Geografia (Geografia Física)
pela Universidade de São Paulo (1994) e Doutorado em Geografia (Geografia Física)
pela Universidade de São Paulo (2001). Atualmente é professora titular da
Universidade Federal do Amazonas. Tem experiência na área de Geografia, com
ênfase em Geografia Humanista Cultural e Ensino de Geografia, atuando
principalmente nos seguintes temas: Mapas mentais como representação dos mundos
vividos; Ensino de Geografia, Geografia e abordagens fenomenológicas.

RESUMO: “MAPAS MENTAIS”

Em leitura conjunta, o grupo percebeu que o texto vai nos mostrar uma forma
bastante simples, porém, muito eficaz, quando se trata de observar e lembrar de
determinados locais. Trata-se dos mapas mentais. Um objeto de estudos
compartilhado por geógrafos e não geógrafos, buscando compreender o mundo, a
partir da observação feita pelos indivíduos desse espaço. Dessa forma, a autora nos
revela que os “Mapas Mentais” nos mostram como os lugares estão sendo
compreendidos.
Os mapas mentais se tornaram objeto de estudos por diversos pesquisadores
das áreas da Geografia, Arquitetura, Sociologia e Antropologia, feitos por estudiosos
de renome como Peter Gould e White, Horácio Capel, dentre outros. Estudos recentes
também têm apontado que os mapas mentais são também uma metodologia de
investigação em debates como sobre a percepção ambiental, percepção de paisagem,
tal como também nos trabalhos de antropologia, que tentam ver nas imagens mentais,
traços ligados à cultura. Pode-se por exemplo, citar os trabalhos da professora
Niemayer, e os da comissão pró-índio do Acre, que elaboraram o ATLAS deste estado
valendo-se dos mapas mentais de professores indígenas daquele lugar.
Kelvin Lynch, através de sua obra “imagem da cidade”, foi um dos idealizadores
da discussão da utilização dos mapas mentais. Lynch mostra que através das
descrições que as pessoas fazem de suas percepções da cidade, pode-se conhecer
elementos básicos das paisagens urbanas e assim construir uma imagem geral da
cidade. Lynch tem grande importância, pois ele afirmou a importância das imagens
mentais, nas discussões sobre a cidade e ter considerado que, com representações
de rotas percorridas diariamente pelas pessoas, pode-se “identificar elementos
básicos da paisagem urbana e construir uma imagem geral da cidade, pois, segundo
Lynch, nas imagens individuais parece existir “uma coincidência fundamental entre os
membros do grupo”.
Gould e White (1974) consideram os mapas mentais como imagens que estão
na cabeça dos homens, não somente dos lugares, mas também dos lugares distantes,
construídos pelas pessoas valendo-se de universos simbólicos, sendo produzidos por
acontecimentos históricos, sociais e econômicos divulgados. Gould utiliza mapas
mentais feitos pelos estudantes de três universidades norte-americanas, de lugares
que estes conhecem direta ou indiretamente e demonstrou que diferenças percebidas
entre várias partes da superfície da terra afetam os momentos migratórios de tipos
muito diferentes. Gould vai dizer que os “Mapas Mentais” estão relacionados às
características do mundo real, no entanto, Tuan questionou essa proposição, que
levantou a questão de os mapas mentais serem construções imaginárias dos lugares.
Jorge Gaspar e Anne Marian (1975) defendem a tese de que cada cidade tem
uma ideia sobre a organização do espaço, em um determinado território. Isso
corresponde a um mapa mental, a uma imagem, o qual se adquire através de
informações do tipo mais variado, em experiências vividas nos locais. Gaspar e Marian
ressaltam que o estudo das imagens mentais, através dos mapas mentais que os
alunos têm de um território, permitiriam ao professor corrigir anomalias e preencher
lacunas.
Yves André e Antoine Bailly vão trazer as discussões das representações
mentais para o ensino da Geografia utilizando também o saber que os alunos
adquiriram na sua história de vida, no seu espaço vivido. Ambos vão dizer que o
homem conhece e aprende seu território, e isso deve ser considerado.
André (1989) vai ressaltar que o homem se relaciona com o seu território tal
como sua casa. Ele carrega valores simbólicos e isso é um fato, pois é comum quando
viajamos, por exemplo, ao retornar para a nossa cidade, temos um sentimento de
estarmos “em casa”, isso ocorre devido o mapa mental o qual criamos uma imagem
socioespacial, e que consiste em fazer da nossa cidade nossa “casa”. Bailly, qual tinha
sua forma de entender e explicar o assunto semelhante a André, também reconhece
a carta mental como um produto, uma representação que se tem de seu entorno
espacial. A carta mental permite fixar imagens de uma área dada e executar os limites
dos conhecimentos espaciais. Os trabalhos destes dois foram os que mais chamaram
atenção.
Mediante ao exposto, as aulas de Geografia também deveriam ter como ponto
de partida o conhecimento dos lugares, informações de viagens, leituras de romances,
etc. Os mapas mentais poderiam ser utilizados para levantar com os alunos os
problemas socais e ambientais, por exemplo, dos lugares onde eles vivem. Os mapas
mentais são então, representações construídas através de percepções dos lugares
vividos, experienciados, que partem de uma realidade.
Ao trazer para a Geografia essas discussões, para compreensão do lugar e dos
mapas mentais, se entende que a Geografia deveria investigar e interpretar o saber
que cada um traz da relação de sua vida com o lugar vivido, antes de trazer uma
caracterização acabada do lugar. A geograficidade só é possível na relação homem-
mundo.

REFERÊNCIA

NOGUEIRA, Ámelia R.B. Mapa mental: recurso didático para o estudo do lugar.
1994. São Paulo – SP.

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