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Introdução da unidade
Situação-problema
Introdução da aula
O objetivo específico de aprendizagem desta aula é criar subsídios para que você
se posicione historicamente sobre a origem da Geografia e da Cartografia, a fim de que
seu estudante possa reconhecer, nessa linguagem, a devida importância da representação
do espaço e, assim, perceber que a as aulas de Geografia vão muito além de se ver
mapas. Outro objetivo é verificar, desde formas mais primitivas de representação, as
técnicas e a evolução da Cartografia, percebendo o quanto o avanço na forma de
conhecer e apreender a realidade se reflete na forma como ela é representada.
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Objetivos gerais de aprendizagem
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Situação-problema
Uma das tarefas mais desafiadoras para o homem primitivo era a de retornar com os
alimentos são e salvo para o agrupamento. A situação era complexa: o homem nem ao
menos havia desenvolvido uma forma coerente de comunicação ainda. Quando
estabelecia rotas e caminhos pelo ambiente, marcava referências e pontos estratégicos a
partir dos quais chegava (ao local de caça/coleta, por exemplo) e depois conseguia
retornar em segurança e com a integridade dos alimentos mantida. Tais representações
primitivas foram de fundamental importância para a sobrevivência da espécie, assim
como foram essenciais para o os primórdios da Cartografia.
Nesse contexto, vamos refletir acerca da seguinte situação: na pintura rupestre, uma das
primeiras formas de registros humanos, encontramos imagens com cenas cotidianas de
nossos antepassados. Dentre vários registros, há rotas que mostravam lugares
específicos, através de referências baseadas em objetos – tais como árvores, rochas, rios
e animais, por exemplo –, simbolicamente desenhados e que apontavam onde a caça era
favorável. Outra função de tais desenhos era a delimitação de territórios e áreas
pertencentes a cada grupo humano. Esses caminhos eram gravados nas paredes das
cavernas e, quando as pessoas que caçavam partiam na busca do alimento, seguiam tais
referências. Para mantê-las sempre consigo, o homem decide registrá-las, com gravetos,
em argila, lascas de madeira, bambu e cascas de árvores.
A Geografia se dedica ao estudo do tempo real, tendo como objeto a realidade e, para
estudá-la, precisamos representá-la. Para tanto, utilizamos a Cartografia, a linguagem da
Geografia.
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🔁 Assimile
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Primeiros mapas
Vamos conhecer agora os primeiros registros utilizados para representar o espaço
geográfico, as primeiras representações que podem ser consideradas como mapas.
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“Mapa de Ga-Sur”
A primeira representação que, convencionalmente, pode ser definida como mapa pelos
cartógrafos é o chamado “Mapa de Ga-Sur”, relíquia cuja data é provavelmente de 2500
a 3000 anos a.C. encontrada na Mesopotâmica e que, provavelmente, representa o rio
Eufrates e alguns agrupamentos humanos circundantes. É uma placa de argila na qual se
aplicou os mesmos princípios da escrita cuneiforme: primeiro, na argila ainda pastosa,
faziam-se as inscrições e depois a peça era cozida, para que se mantivessem os registros
ali feitos. Observe:
Outras peças foram encontradas no Extremo Oriente, em regiões da China e também do
Japão, além de algumas representações que provavelmente se relacionam a rotas de
navegação e à identificação de ilhas.
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🔁 Assimile
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Mapa T-O
Note que o mundo era resumido a três continentes: a Europa, a África e a Ásia. O
símbolo do “T” representava o mar Mediterrâneo, que separava tais continentes. Isso
porque era dessa forma que os homens medievais percebiam a realidade. O mundo, para
eles, resumia-se ao que se vê em tal diagrama. A América, por exemplo, não aparece
como parte do mapa, pois, como se sabe, ainda era desconhecida pela maior parte dos
europeus.
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➕ Pesquise mais
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💭 Reflita
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Portulanas
Portulanas, nome que passou a definir as cartas náuticas portuguesas, foram as primeiras
formas de representação espacial que continham referências geográficas. Isso se deve à
necessidade apresentada por navegadores para cruzarem os chamados “mares nunca
dantes navegados”. As primeiras formas de referência foram baseadas em astros e em
cálculos realizados com instrumentos como bússola, astrolábio, quadrantes e
balhestilhas. Observe o Planisfério de Cantino, de 1502, um dos primeiros mapa-
múndi reconhecidamente confeccionado a partir de princípios técnicos e metodologia
científica:
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Proponha uma atividade em sala de aula na qual você apresente três mapas do
continente europeu: um mapa político atual, uma carta Portulana e um mapa T-O, da
Era Medieval. Peça que façam uma tabela comparativa, na qual identifiquem
semelhanças e diferenças entre essas concepções e representações da Europa. Em
seguida, discuta com a turma os apontamentos feitos e peça para levantarem hipóteses
para explicar os motivos que justificam. Observe as respostas e faça as mediações e
inferências necessárias.
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Atlas Catalão
Por fim, dentro da Cartografia Portuguesa, o ponto expoente foi mesmo o Atlas Catalão.
Composto de várias portulanas de origens diversas. Trata-se de uma das representações
mais fidedignas da realidade pós-Era Medieval e pré-expansão ultramarina. Sua data é
de 1375. No entanto, o primeiro atlas da Cartografia Moderna é o Theatrum Orbis
Terrarum, que data de 1570.
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💭 Reflita
Agora que você já sabe como a Cartografia se estruturou e se constituiu, viu que seus
primórdios coincidem com o próprio desenvolvimento da Geografia e que em muito
contribuiu para a nossa sobrevivência aqui na Terra. Vamos pensar: como as novas
formas de representação da Terra podem contribuir para o maior entendimento da
realidade?
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📝 Exemplificando
Geografia, assim como outras disciplinas que compõem o currículo escolar, deve
oferecer ferramentas para interpretação e inferência na realidade a partir de seus
conteúdos específicos. Quando o corpo docente promove a alfabetização cartográfica,
viabiliza o entendimento do espaço geográfico através de suas representações, os
produtos cartográficos, dos quais o mapa é o principal representante. Para tanto, uma
alternativa alguns mapas temáticos para a turma. Um bom exemplo são mapas de
vegetação que mostram a devastação da Mata Atlântica ao longo do tempo. A
interpretação deles e bastante simples, mas exige uma leitura mais apurada e não
somente a visão superficial do mesmo.
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Bom, como é inevitável a presença dos mapas na aula de Geografia, vamos prosseguir
aprofundando nossos conhecimentos em linguagem cartográfica para que seus
estudantes possam ver e ler aos mapas.
Conclusão
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⚠ Atenção
Como desafio, vamos elaborar uma primeira etapa da sequência didática, na qual exista
uma problematização intrínseca à Cartografia como linguagem utilizada pela Geografia
para a representação do espaço geográfico. Para tanto, inicie o trabalho a partir da
realidade dos estudantes. Um bom começo pode ser estudar o mapa do bairro no qual a
escola está inserida. O reconhecimento de elementos e fenômenos ali representados
pode ser estimulante para os estudantes, e assim é possível criar as primeiras noções
acerca da sistematização cartográfica.
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⚠ Atenção
Nesse trabalho, você deve considerar que o mapa (ou qualquer outro produto
cartográfico) é um documento para ser visto e lido. Ao nos depararmos com um mapa,
precisamos levar em conta, em primeira instância, qual o contexto histórico, cultural e
espacial esse material se insere.
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Mapa do caminho
Suponha que você tenha acabado de chegar à rodoviária de uma cidade e conheça pouco
ou nada dela. Você participará de um evento a ser realizado em determinado hotel dessa
cidade, porém, na representação que você tem em mãos, pouco se pode entender.
Observe:
📌 Lembre-se
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Realize uma leitura dinâmica da paisagem, verificando a posição dos objetos em relação
ao espaço e assim como se dá a representação da superfície terrestre.