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TEXTO COMPLEMENTAR:

ARTIGOS E CONGRESSOS CIENTÍFICOS

1 ARTIGOS CIENTÍFICOS
Um bom artigo científico deve ser escrito com clareza, precisão e fluência de tal
forma que o leitor se sinta interessado em sua leitura, e seja capaz de entender o seu
conteúdo facilmente. O artigo deve apresentar adequadamente os objetivos, a meto‐
dologia utilizada e os resultados encontrados.
Infelizmente, um grande número de artigos científicos e técnicos é recusado para
publicação devido à má qualidade da apresentação. Por vezes eles possuem um
excesso de páginas, informações irrelevantes, ausência de conclusões precisas, tabe‐
las e gráficos mal feitos, e carência de comparação dos resultados com trabalhos ante‐
riores.
Quanto à análise de conteúdo, os artigos estão divididos nos seguintes tipos:

1. Artigo de divulgação: É o relato analítico de informações atualizadas sobre um


tema de interesse para determinada especialidade. Não requer necessária‐
mente uma revisão de literatura retrospectiva.
2. Artigo de revisão: São conhecidos como “reviews” e dividem‐se em dois tipos
fundamentais:
a) Revisão anual, contendo a descrição ampla das contribuições da litera‐
tura em determinada área de estudo;
b) Revisão seletiva, crítica e analítica, com enfoque em um problema cien‐
tífico particular e sua solução especifica.
3. Relato de caso clínico: É um importante meio de disseminação do conheci‐
mento referente aos aspectos clínico‐patológicos de um tema científico. Novas
técnicas, terapias, diagnósticos, patologias, materiais e soluções inovadoras
para problemas especiais, fenômenos anatômicos e fisiológicos, são exemplos a
serem relatados. O objetivo desse tipo de artigo científico é auxiliar no plano de
tratamento de um paciente, ajudando aos profissionais e também ao ensino.
As ilustrações são fundamentais nos artigos dessa natureza (radiografias,
fotos...).

1.1 PORQUE PUBLICAR UM ARTIGO?


Existem várias razões para se publicar um artigo técnico ou uma publicação
científica, como:

9 Divulgação científica ‐ A publicação de um artigo científico ou técnico é uma


forma de transmitir à comunidade técnico‐científica o conhecimento de
novas descobertas, e o desenvolvimento de novos materiais, técnicas e meto‐
dos de análise nas diversas áreas da ciência.
9 Aumentar o prestígio do autor ‐ Pesquisadores com um grande volume de
publicações desfrutam do reconhecimento técnico dentro da comunidade
científica, alcançam melhores colocações no mercado de trabalho, e divul‐
gam o nome da instituição a qual estão vinculados.
9 Apresentação do seu trabalho ‐ Muitas instituições de ensino e/ou pesquisa,
e várias empresas comerciais freqüentemente requerem que os seus profis‐
sionais apresentem o progresso de seu trabalho e/ou estudo através da publi‐
cação de artigos técnico‐científicos.
9 Aumentar o prestígio da sua instituição ou empresa ‐ Instituições ou em‐
presas que publicam constantemente usufruem do reconhecimento técnico
de seu nome, o que ajuda a atrair maiores investimentos e ganhos para esta
organização.
9 Se posicionar no mercado de trabalho ‐ O conhecido ditado em inglês
"Publish or perish", ou seja, "Publique ou pereça", provavelmente nunca foi
tão relevante como nos dias de hoje. Redigir um artigo técnico lhe trará uma
boa experiência profissional, e contribuirá para enriquecer o seu currículo,
aumentando assim suas chances de obter uma melhor colocação no mercado
de trabalho.

1.2 O QUE ESCREVER EM CADA ETAPA?


1. Título: Faça um título curto, que chame a atenção, e além de tudo, que reflita
o tema principal do artigo.
2. Nome do autor e afiliação: Escreva o seu nome e a sua afiliação de forma
uniforme e sistemática em todas as suas publicações para que seus artigos
possam ser citados de forma correta por outros autores.
3. Resumo: As pessoas se baseiam no Resumo ou no Abstract para decidirem ler
ou não o restante de um artigo. Assim, resuma de maneira precisa os tópicos
principais do artigo e as conclusões obtidas através do seu trabalho. Não
utilize mais que 100 a 150 palavras. Limite o número de tópicos para evitar
confusão na identificação da mensagem principal do artigo. Caso você possua
um número elevado de tópicos importantes a serem discutidos, reserve
alguns para um artigo futuro. Não inclua referências, figuras ou equações
nesta seção.
4. Abstract: O Abstract é a versão do Resumo em inglês. Por uma questão de
coerência, ele deve possuir tamanho e significado compatíveis com o resu‐
mo. Algumas línguas são mais concisas que outras, mas é inaceitável que o
Resumo e o Abstract contenham divergências. Além disso, a versão em inglês
não deverá ser apenas uma tradução literal ou convencional do resumo, mas
sim uma tradução científica, com a tradução precisa dos termos e expressões
técnicas, ou o seu trabalho poderá ser rejeitado para publicação.
5. Palavras‐chave: Por vezes, editores solicitam a inclusão de um conjunto de
palavras‐chave que caracterizem o seu artigo. Estas palavras serão usadas
posteriormente para permitir que o artigo seja encontrado por sistemas
eletrônicos de busca. Por isso, você deve escolher palavras‐chave abran‐
gentes, mas que ao mesmo tempo identifiquem o artigo. Um bom critério é
selecionar as palavras que você usaria para procurar na Web um artigo
semelhante ao seu.
6. Introdução: A introdução é um apanhado geral do conteúdo do seu artigo
científico sem entrar em muitos detalhes. Apenas poucos parágrafos são o
suficiente. Descreva brevemente a importância da área de estudo.
Especifique a relevância da publicação do seu artigo, ou seja, explique como o
seu trabalho contribui para ampliar o conhecimento em uma determinada
área da ciência, ou se ele apresenta novos métodos para resolver um pro‐
blema. Apresente uma revisão da literatura recente (publicada nos últimos 5
anos), específica sobre o tópico abordado, ou forneça um histórico do
problema. Para se escrever uma introdução informativa para o seu artigo,
você deverá estar familiarizado com o problema. A introdução deve apre‐
sentar a evolução natural de sua pesquisa. Ela pode ser elaborada após você
escrever Discussão e Conclusões. Assim você terá uma boa idéia do que
incluir na sua introdução.
7. Corpo do artigo:
7.1. Definição do problema ‐ Defina o problema ou tópico estudado, expli‐
que a terminologia básica, e estabeleça claramente os objetivos e as hipó‐
teses. Note que artigos são freqüentemente rejeitados para publicação
porque os autores apresentam apenas os objetivos, mas não as hipóteses.
7.2. Formulação teórica, materiais e métodos ‐ Apresente as formulações
teóricas e hipóteses. Liste de forma abrangente todos os materiais e a
metodologia utilizada de forma que os leitores sejam capazes de repro‐
duzir o seu estudo. Em trabalhos experimentais, não faça um diário de
eventos, mas reorganize os procedimentos de uma forma coerente. Você
deverá explicar claramente os procedimentos usados para solucionar o
problema e explicar cada etapa destes procedimentos. Não omita
detalhes importantes. Tudo o que você puder escrever que irá validar o
seu estudo deverá ser incluído nesta seção. Utilize métodos eficientes e
precisos ao invés de técnicas ultrapassadas. Dê crédito ao trabalho de
outras pessoas através de referências: forneça detalhes de conceitos
discutidos e/ou refira‐se às fontes.
8. Resultados: Faça tabelas com os dados obtidos, mas guarde os seus comen‐
tários para a seção Discussão. Uma vez que artigos com tabelas irão obter um
maior número de citações porque outros pesquisadores podem usar os seus
dados como base de comparação, construa suas tabelas com sub‐legendas
adequadas para as linhas e colunas. Se possível, utilize figuras, gráficos, e
outras representações diagramáticas atrativas para ilustrar claramente os
seus dados. Gráficos e tabelas devem sempre ter legendas, dizendo
exatamente o que representam. Falhas comuns em artigos técnicos incluem o
uso inapropriado de tabelas e figuras que confundem os leitores, e a falta de
análises estatísticas adequadas. Tabelas devem ser incluídas quando se dese‐
ja apresentar um número pequeno de dados. Não devem ser usadas para
listar dados levantados para se plotar um gráfico. Neste caso apenas o gráfi‐
co deve ser apresentado. A seção Resultados deve ser apenas longa o sufici‐
ente para apresentar as evidências de seu estudo.
9. Discussão: Os revisores técnicos irão aceitar o seu artigo para publicação se
eles estiverem convencidos que os seus resultados são válidos. Assim, apre‐
sente argumentos convincentes e adequados, prova matemática, exemplos,
equações, análises estatísticas, padrões ou tendências observadas, opiniões e
idéias além da coleção de números coletados e tabelados. Faça comparações
com resultados obtidos por outros pesquisadores, caso existam. Sugira apli‐
cações para o seu trabalho.
10. Conclusão: Resuma, aponte e reforce as idéias principais e as contribuições
proporcionadas pelo seu trabalho. Você pode iniciar a sua conclusão dizendo
o que foi aprendido através do seu estudo. Sua conclusão deve ser analítica,
interpretativa, e incluir argumentos explicativos. Você deve ser capaz de
fornecer evidências da solução de seu problema através dos resultados
obtidos através do seu trabalho.
11. Trabalho Futuro: Comente sobre os seus planos para um trabalho futuro com
relação ao mesmo problema, ou modificações a serem feitas e/ou limitações
do método utilizado que poderão ou não ser superadas.
12. Agradecimentos: Dê crédito às pessoas e organizações por qualquer suporte
técnico e/ou financeiro recebido durante a realização de seu estudo. Cite
também qualquer material com direitos autorais ou "copyright" utilizado com
permissão, mas que não participem da autoria diretamente da autoria do
trabalho.
13. Referências: A seção das referências demanda tempo para ser organizada, e
é de extrema importância. Mantenha o estilo exigido pelo congresso ou
jornal técnico. As referências normalmente seguem a ordem de apareci‐
mento no texto. Obedeça sempre as normas de publicação específicas de
cada publicação. Forneça informações completas sobre as referências utiliza‐
das.
14. Apêndices: Insira como apêndice as informações que não são fornecidas no
texto principal como, por exemplo, questionários ou software utilizado.
1.3 DICAS DE REDAÇÃO
9 Anexe todos os gráficos e tabelas ao documento. Use as cores branca, preta
ou tons de cinza em suas figuras uma vez que muitos congressos e jornais
técnicos não publicam em cores.
9 Muitas vezes o tamanho dos artigos é limitado entre 6 a 10 páginas (incluin‐
do figuras). Escreva concisamente.
9 Use um manual técnico de redação e estilo para ajudá‐lo com a estrutura de
parágrafos e sentenças, utilização de palavras, estilo de redação, elaboração
de figuras e tabelas, etc.
9 Confira a ortografia e a gramática com o auxilio de seu editor de texto.
9 Imprima ou copie os "Regulamentos para Publicação" do congresso ou jornal
onde você deseja ver o seu artigo publicado. É extremamente importante
reconhecer o formato básico exigido. O seu artigo pode ser rejeitado por não
se encontrar no formato padrão, mesmo que apresente um bom conteúdo.
Margens, espaçamentos, numeração de páginas e figuras, e o estilo das refe‐
rências são todos aspectos importantes. Pode ser útil ter cópia de alguns
artigos publicados em anais ou exemplares anteriores para se ter uma boa
idéia do formato de apresentação de publicações aceitas.
9 Quanto à linguagem científica é importante que sejam analisados os seguin‐
tes procedimentos no artigo científico:
9 Impessoalidade: redigir o trabalho na 3ª pessoa do singular;
9 Objetividade: a linguagem objetiva deve afastar as expressões: “eu
penso”, “eu acho”, “parece‐me” que dão margem a interpretações
simplórias e sem valor científico;
9 Estilo científico: a linguagem científica é informativa, de ordem racio‐
nal, firmada em dados concretos, onde pode‐se apresentar argumentos
de ordem subjetiva, porém dentro de um ponto de vista científico;
9 Vocabulário técnico: a linguagem científica serve‐se do vocabulário
comum, utilizado com clareza e precisão, mas cada ramo da ciência
possui uma terminologia técnica própria que deve ser observada;
9 Correção gramatical: é indispensável, onde se deve procurar relatar a
pesquisa com frases curtas, evitando muitas orações subordinadas,
intercaladas com parênteses, num único período. O uso de parágrafos
deve ser dosado na medida necessária para articular o raciocínio: toda
vez que se dá um passo a mais no desenvolvimento do raciocínio,
muda‐se o parágrafo.
9 Recursos ilustrativos: como gráficos estatísticos, desenhos, tabelas são
considerados como figuras e devem ser criteriosamente distribuídos no
texto, tendo suas fontes citadas em notas de rodapé.

1.4 AONDE PUBLICAR ?


Existem diferentes formas para avaliar relevância um periódico científico (veí‐
culo responsável pela edição e publicação de seu artigo), mas o fator de impacto das
publicações vem sendo priorizado pelas agências de fomento e pelos pesqui‐sadores.

FATOR DE IMPACTO
O fator de impacto começou a ser considerado como uma maneira de avaliar as
revistas científicas a partir da década 60 do século XX, quando Eugene Garfield, dire‐
tor do Institute of Scientific Information (ISI) e criador da base de dados bibliográfica
Science Citation Index (SCI), elegeu esse instrumento, que determina a freqüência com
que um artigo é citado, como forma de classificar e avaliar as revistas incluídas na
referida base de dados.
O Science Citation Index é uma base de dados multidisciplinar de onde se pode
recuperar os resumos, em inglês, de todas as revistas da literatura científica inde‐xadas
à base de dados, o que corresponde a cerca de 100% dos artigos científicos. Nesta
base estão indexadas 5.330 revistas que cobrem 160 campos do conhecimento
científico, onde estão disponibilizadas, para os usuários, aproximadamente 300.000
referências por semana, que foram citadas em cerca de 17.000 artigos. Hoje, a base de
dados do SCI contém aproximadamente 14 milhões de artigos científicos.
Anualmente essa base elabora o Journal Citation Report (JCR) que é uma publi‐
cação que se dedica a avaliar o impacto científico (Fator de impacto) de um grupo de
5.330 periódicos.
O fator de impacto (FI) corresponde ao número de citações que um periódico
recebe em dois anos anteriores ao ano do cálculo, dividido pelo número de todos os
artigos neles publicados neste mesmo período.

Ex: Gastroenterology

* Citações em 1998 para artigos publicados em:


1996 = 4.524
1997 = 4.422
1996 + 1997 = 8.946

* Número de artigos publicados em:


1996 = 392
1997 = 474
1996 + 1997 = 866

* Cálculo: Citações a artigos recentes / Número de artigos recentes

8.946 / 866 = 10.330,000 FI = 10,33

Na internet existem alguns sites que disponibilizam o fator de impacto porém, a


maioria desatualizado, pois o ISI comercializa a base atualizada em CD‐ROM.
Um endereço na qual pode consultar o fator de impacto atualizado é o portal de
periódicos da CAPES para as instituições que tem acesso, não são todas as revistas da
área médica, mas as mais relevantes estão representadas nesse portal.

http://www. periodicos.capes.gov.br

Outra forma de pesquisar online é no site russo Molbiol no seguinte link:

http:// www.molbiol.ru/eng/jounals/

Não são todas as revistas que estão representadas, apenas uma parcela, esse site
por vezes encontra‐se for a do ar, porém é um site atualizado.

QUALIS CAPES
Um dos indicadores utilizados e aceitos, no Brasil, pela maioria dos pesquisa‐
dores, instituições de ensino e pesquisa e agências financiadoras de pesquisa e pós‐
graduação, particularmente pelo CNPq e pela Capes, tem sido o Science Citation Index
(SCI) através da publicação do JCR.
A CAPES recentemente criou o QUALIS ‐ que é o processo de classificação dos
periódicos utilizados pelos programas de pós‐graduação para a divulgação da pro‐
dução intelectual de seus docentes e alunos. Tal processo foi concebido para atender a
necessidades específicas do sistema de avaliação e baseia‐se nas informações
fornecidas pelos Programas mediante a Coleta de Dados. Esta classificação é feita ou
coordena‐da pelo representante de cada área (Matemática, Educação física, Enferma‐
gem Farmácia, Medicina, etc..) e passa por processo anual de atualização.
O QUALIS está dividido em: Internacional e Nacional. Ambos subdivididos em
categorias indicativas de qualidade em A, B e C. As combinações dessas categorias
compõem nove alternativas indicativas da importância do periódico utilizado, e, por
inferência, do próprio trabalho divulgado. No entanto, não se pretende, com essa
classificação, que é específica para um processo de avaliação de área, definir quali‐
dade de periódicos de forma absoluta.
O mesmo periódico, ao ser classificado em duas ou mais áreas distintas, pode
receber diferentes avaliações. Isto não constitui inconsistência, mas expressa o valor
atribuído, em cada área, ao que o periódico publica de sua produção.
O QUALIS utiliza como referencial para o cálculo das categorias indicativas de
qualidade internacional o Fator de Impacto do ISI.
Maiores informações consulte o endereço eletrônico: http://qualis.capes.gov.br

1.5 PROCESSO DE SUBMISSÃO


A via de submissão dos artigos normalmente é eletrônica, ou seja, o arquivo
contendo o trabalho deve ser enviado para a editora responsável pela publicação do
trabalho, podendo ser uma comissão editorial para periódicos ou um comitê orga‐
nizador para eventos.
Data para submissão:

9 Periódico ‐ fluxo contínuo, isto é, o envio pode ser feito a qualquer data
do ano, porém a publicação fica sujeita ao tamanho da fila de espera. Al‐
guns periódicos exigem que ao menos um dos autores sejam assinantes
da revista.
9 Eventos ‐ data de submissão vence bem antes do evento. Geralmente é
exigido que o autor pague a taxa de inscrição do evento após o parecer de
aceito do trabalho, porém antes da apresentação do mesmo.

A contribuição do trabalho deve ser original e inédita, e não está sendo avaliada
para publicação por outra revista; não sendo o caso, justificar em "Comentários ao
Editor". Em ambos os casos a formatação dos artigos é própria, ou seja, depende de
cada veículo. Para garantir tal individualidade são disponibilizados arquivos para
submissão em formato próprio, em geral encontrados no respectivo site de divulga‐
ção.

1.6 AVALIAÇÃO DO VALOR E RELEVÂNCIA DO TRABALHO


Todos os artigos antes de ser publicados passam por uma comissão científica
própria da Revista ou Evento e esta, encaminha o artigo a referis (revisores, em geral
pesquisadores já conhecidos da área sobre o tema principal do trabalho) capacitados e
analisarem os conteúdos e metodologias científicas aplicadas.
Os critérios de avaliação dos artigos estão disponíveis no site do veículo de pu‐
blicação e qualquer pesquisador interessado em publicar seus artigos inéditos deverá
segui‐los. Após a submissão o processo para a publicação pode demorar de alguns
meses até anos...

2 EVENTOS CIENTÍFICOS
Um Evento é considerado uma ação extensionista, que implica na apresentação e
exibição pública e livre ou também com clientela específica, do conhecimento ou
produto cultural, científico e tecnológico desenvolvido, conservado ou reconhecido
pela Universidade. Para atividade de 8 h ou mais, com avaliação, classificar como
Curso.
Tipos de eventos:

9 Ciclo de Palestras: Série de palestras pronunciadas por especialistas, sempre


com um tema específico. É menos formal que uma conferência pela exigência
na formação do palestrante que, no caso é um especialista. O grupo que
compõe a platéia já possui um conhecimento sobre o assunto, havendo
perguntas no decorrer ou no final da apresentação.
9 Conferência: Consiste na exposição de um tema de interesse geral, por espe‐
cialista de elevada qualificação, conceito e amplo conhecimento da matéria
dirigida a um público numeroso, de um bom nível cultural e diversificado,
demonstrando familiaridade com o assunto abordado. È um ato similar a uma
palestra, porém mais formal e em condições mais confortáveis, sendo comum
à figura do moderador ou presidente de mesa para conduzir o evento.
Podem‐se utilizar perguntas, mas devem ser feitas por escrito e selecionada
pelo moderador, para evitar a alteração das características do evento.
9 Congressos: É o mais largamente difundido, com uma programação centrada
em determinada área de conhecimento, com o objetivo de atualização,
divulgação ou transferência de conhecimentos científicos e novas técnicas.
Eles podem ser definidos como reuniões promovidas por entidades
associativas visando debater assuntos que interessem a um determinado
segmento profissional. Todos os congressistas, ao termino do congresso rece‐
berão os anais, uma espécie de documentação oficial, reunindo as informa‐
ções que serão encaminhadas às autoridades competentes, com o pronun‐
ciamento oficial da classe. Os congressos podem ser técnicos ou científicos,
sendo que os técnicos desenvolvem‐se por meio de sessões de comissões.
Estas comissões também são chamadas de grupos de trabalho. Após estudos
detalhados de cada tema, as recomendações submetidas à apreciação do
plenário, que ao final, poderá aprová‐las ou não. Já os científicos permitem a
participação plena e formal de todos os congressistas, ou temas livres,
reservados aos congressistas previamente inscritos para efetuarem uma
apresentação de seus trabalhos, sendo promovidos por entidades científicas
e tomando várias denominações, conforme as suas características: mesa
redonda, simpósio, conferencia, painel e sessão de tema livre. (Em geral é
promovido por Sociedades)
9 Colóquio: Semelhante à conferência, o colóquio é apresentado por profis‐
sional de renome e com notório saber no assunto e tem como objetivo o
esclarecimento de um tema ou tomada de decisão. É mais utilizado em
classes específicas, como por exemplo, o segmento médico.
9 Convenção: São reuniões fechadas promovidas por entidades sociais, empre‐
sariais de forma esporádica e não freqüente tendo por objetivo o
congraçamento e integração de classes, grupos ou profissionais das próprias
organizações promotoras estimulando debates e discussões técnicas para
estabelecer diretrizes gerais, podendo, também, ter caráter deliberativo
sobre determinados assuntos de âmbito mais restrito As convenções
recebem o apoio e patrocínio das próprias entidades dos participantes,
podendo ter em sua programação atividades de lazer e, freqüentemente,
distribuição de prêmios, brindes e sorteios. (Em geral é promovida por
empresas)
9 Debate: Consiste na apreciação e discussão de temas específicos, em geral
controvertidos e antagônicos, por dois ou mais debatedores, defendendo
ponto de vista e posições diferenciadas. Em geral, o debate é dirigido por
entidade oficial e dirigido para técnicos estudantes de maior nível. Existe a
necessidade de um moderador para a coordenação do debate. Pode ser aber‐
to ao público, entretanto, nunca a platéia participa. (em geral promovido por
partidos, sindicatos, etc...)
9 Encontro: Reunião de pessoas de uma categoria para debater sobre temas
antagônicos, e/ou polêmicos apresentados por representantes de grupos
participantes, necessitando de um coordenador para resumir e apresentar as
conclusões do grupo. As características básicas dos encontros são seme‐
lhantes à do congresso, porém com menor abrangência de público; enquanto
o congresso reúne todos os profissionais que têm interesse em determinada
área, o encontro reúne somente um segmento específico, tendo a produção
de anais.
9 Estudo de Caso: Encontros que são discutidos soluções frente a um proble‐
ma peculiar que aflige determinada área, demanda a produtos ou serviços.
Podem ser direcionadas em qualquer área de atuação. Quanto à organização
de uma reunião de estudo de caso, é necessário que haja: agendamento,
convocação, distribuição de pautas, estrutura de receptivo (se for o caso),
disponibilizarão de equipamentos. O coordenador apresenta o caso e deter‐
mina um tempo para seu estudo, que depende da sua complexidade.
9 Feiras: São eventos geralmente de caráter comercial e de grande porte, que
reúnem fornecedores, expositores, compradores, clientes, usuários, entida‐
des de fomento, financeiras, bancos, para estabelecer contatos comerciais ou
lançamento de novos produtos, serviços ou tecnologias. O objetivo principal
de uma feira é proporcionar contato com os canais de comercialização.
Semelhante às feiras encontra‐se as Exposições com a diferença de vender as
mercadorias ou os objetos expostos.
9 Fórum: É um evento organizado por entidade oficial para discussão e deba‐
te, de forma ampla, de temas específicos e de atualidade bastante comum,
principalmente pela necessidade crescente de se sensibilizar a opinião
pública para certos problemas sociais, contando com a presença e partici‐
pação ativa de elevado número de pessoas interessadas. É livre e as opiniões
são escolhidas por um coordenador que, ao considerar o grupo esclarecido,
apresenta a conclusão.
9 Jornada: Encontro de grupos profissionais, de âmbito regional para discutir
assuntos de interesse comum. Esses encontros são promovidos por entida‐
des de classe, e as conclusões podem servir de diretrizes para o segmento.
Caracteriza‐se por seu caráter prático e objetivo. Possui publicação dos
trabalhos em anais, mas em geral tem peso e relevância menores por seu
caráter regional.
9 Oficinas: Muito parecidas com os workshops, às oficinas geralmente são
destinadas à área educacional, para conhecer novos produtos, dinâmica, com
o intuito de disseminar o conhecimento e práticas ao tema abordado. O
coordenador ou diretor da oficina compõe um comitê de planejamento e
define os especialistas consultores e os assessores dos grupos de trabalho. Os
participantes são divididos em grupos ou equipes com objetivos determi‐
nados. Cada grupo é provido de local adequado, materiais de trabalho e um
instrutor assessor que acompanha o trabalho. O programa pode incluir
estudo individual, consulta bibliográfica, palestras por instrutores e especia‐
listas consultores, discussão em grupos pequenos e em plenário, exercícios
práticos, redação de trabalhos, relatórios e atividades de avaliação, saídas de
campo e até realização de pesquisas.
9 Semana: Reunião de pessoas pertencentes a uma categoria profissional que
visam discutir temas de interesse comum, seguindo o mesmo esquema do
congresso, com palestras, conferências e painéis; nos segmentos acadêmico e
empresarial. O acadêmico é caracterizado pela reunião de estudantes, coor‐
denado por professores e profissionais da área, objetivando informar aos
estudantes de hoje assuntos pertinentes à suas áreas de atuação.
9 Seminário: Evento técnico ou profissional administrado por um coorde‐
nador, tendo a discussão de aspectos técnicos de um mesmo tema, para
participantes que possuem conhecimento prévio do assunto a ser exposto.
Após a apresentação dos temas, são promovidos debates de casos práticos e
experiências entre os participantes e formulam‐se conclusões, podendo os
relatórios finais ficar disponíveis aos interessados.
9 Simpósio: Promovido habitualmente por entidades profissionais e técnico‐
científicas é destinado à divulgação de experiências, pesquisas ou inovações
tecnológicas em determinada área profissional, para a discussão e debate
sobre a sua aplicação prática. De pequeno porte e curta duração, são mais
liberais do que os congressos, tornando o simpósio mais interessante para as
empresas que querem realizar um evento com fim comercial. Os custos são
normalmente pagos pelo promotor, por meio das verbas destinadas ao
marketing do produto/serviço.
9 Mesa‐redonda: É a reunião do tipo clássico, preparada e conduzida por um
moderador orientando a discussão para que ela se mantenha sempre em
torno do tema principal, com um número reduzido (de no máximo 10 pes‐
soas), com elevado nível profissional e técnico para debater coletivamente o
tema preestabelecido e com um tempo limitado. O êxito da mesa‐redonda
depende, em grande parte, do coordenador, que tem a missão de conduzir os
trabalhos de forma que os verdadeiros objetivos sejam atingidos.
9 Painel: Consiste na discussão e analise informal de um problema ou tema
pré‐selecionado, normal‐mente um assunto técnico, por um palestrante,
diversos especialistas ou debatedores, com a participação de um grupo
selecionado e reduzido de pessoas. Muito parecido com a conferência e a
mesa‐redonda, admite aos participantes ouvir, refletir e questionar os pontos
de interesse comum, com uma maior objetividade e qualidade, pois são
analisados os vários aspectos e soluções de problemas e apresentadas
alternativas. Obedece a organização de um painel basicamente ao seguinte
roteiro de atividades: definição do tema, seleção do coordenador/mode‐
rador, definição da metodologia dos trabalhos, fixação do tempo, reunião
antecipada entre os painelistas e o moderador para estabelecimento da
sistemática de abordagem dos assuntos.
9 Workshop: Oficina ou laboratório com o intuito de debater e obter soluções
para casos práticos, apresentação de novas técnicas e desenvolvimento de
novos temas apresentados por participantes do evento, com o auxílio de
especialistas ou técnicos. Na programação geral podem estar incluídas outras
atividades como palestras, oficinas. O termo workshop tem sido utilizado
abusivamente e tem sua origem na oficina de trabalho. Como todo evento
que tem sua parte prática após a explanação, alcança alto retorno de
captação e memorização entre os participantes.

2.1 OBTENÇÃO DE AUXÍLIO FINANCEIRO PARA DESPESAS EM EVENTOS (INSTITUIÇÃO FEDERAL)


Requisitos do candidato ao auxílio.

¾ Estar regularmente matriculado e ativo no Programa de Graduação ou Pós‐


Graduação (especialização, mestrado ou doutorado) da instituição acadê‐
mica;
¾ Ser autor do trabalho a ser apresentado no evento; de preferência, primeiro
autor;
¾ Ter sua solicitação avaliada pelo Colegiado;
¾ No caso de evento no exterior, comprovar proficiência na língua do país onde
se dará o evento. (Só é possível financiamento para alunos de doutorado)

Documentação exigida do candidato.


¾ Formulário de solicitação auxílio devidamente preenchido e com apreciação
do orientador explicitando a relevância da participação do estudante no
evento;
¾ Cópia do resumo e do trabalho completo;
¾ Documento comprobatório de aceitação do trabalho a ser apresentado;
¾ Programação do evento cientifico;
¾ Estar com o Currículo Lattes1 devidamente atualizado, registrado e dispo‐
nível na página do CNPq.

Prazo para apresentação da solicitação: Geralmente até 60 (sessenta) dias antes


do início do evento.
A análise de mérito do trabalho será conduzida com base nas seguintes dire‐
trizes:

¾ Desempenho acadêmico do aluno no programa (IAA);


¾ Situação atual do aluno no programa (ter créditos em disciplina, tempo no
programa, trancamento, prorrogação);
¾ Trabalho a ser apresentado e sua relação com curso de graduação, projeto de
iniciação cientifica ou projeto de doutorado/mestrado;
¾ Características do evento e sua relação com a área de atuação do aluno.

O auxílio pode ser solicitado na própria instituição do aluno ou através de órgãos


de fomento externo em pesquisa e tecnologia como: CNPq, Capes, Faperj, Finep, etc...
Dentre os gastos que podem ser cobertos, totalmente ou parcialmente se encon‐tram:
passagens para a locomoção da instituição para o local do evento e vice‐versa
(dependendo da distancia pode ser ônibus (< 400 km) ou aérea (> 400 km)); loco‐
moção urbana (ônibus ou táxi), alimentação, estadia em hotéis, pousadas ou alber‐
gues (no máximo 3 dias e com o valor máximo da diária fixa) e a taxa de inscrição do
evento. Na volta, todos os comprovantes devem ser apresentados.

1A Plataforma Lattes representa a experiência do CNPq na integração de bases de dados de


currículos e de instituições da área de ciência e tecnologia em um único Sistema de
Informações, cuja importância atual se estende, não só às atividades operacionais de fomento
do CNPq, como também às ações de fomento de outras agências federais e estaduais. O
Currículo Lattes registra a vida pregressa e atual dos pesquisadores e estudantes sendo
elemento indispensável à análise de mérito e competência dos pleitos (pedidos de auxílios:
bolsas, despesas e equipamento) apresentados à Agência. A coleta dos dados e atualização
dos mesmos não é automática, e deve ser feita pelo autor do currículo. Veja mais em
http://lattes.cnpq.br/index.htm.

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