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1 CONSIDERAÇÕES GERAIS
As Subestações (SE) destinam-se a elevar os valores da tensão, ou tensão,
designação que será adotada neste artigo, quer nas centrais de produção de energia,
quer nas redes de transmissão de energia (habitualmente designadas por redes
primárias) – recebendo o nome de subestações elevadoras – e a baixar os valores da
tensão, quer igualmente na rede primária, quer nas redes de distribuição – recebendo
neste caso o nome de “subestações abaixadoras”.
A variação dos valores da tensão é realizada pelos transformadores.
Designando os níveis de tensão por EAT [(Extremamente Alta Tensão) ou MAT (Muito
Alta Tensão)], AT (Alta Tensão) e MT (Média Tensão), ter-se-á:
Subestações elevadoras: MT/AT; MT/EAT; AT/EAT; EAT/EAT.
Subestações abaixadoras: EAT/EAT; EAT/AT; AT/MT.
2 TENSÕES DE SERVIÇO
A classificação dos níveis de tensão difere de país para país, razão pela qual se
referem os valores das tensões normalizadas, de acordo com a Norma IEC 60038,
que correspondem aos valores máximos de tensão suportados pelos
equipamentos e que se indicam na Tabela 1.
1 Este artigo foi escrito segundo o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, e está baseado nas Normas IEC
por serem normas internacionais e usadas na maior parte dos países.
2 NBR: Normas Brasileiras.
3 IEC: International Electrotechnical Commission.
4 U: Tensão de serviço (tensão da rede).
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Tabela 1 – Tensões normalizadas
TENSÕES SUPORTÁVEIS
MÍNIMAS5
TENSÃO MAIS
NÍVEL DE
ELEVADA AO CHOQUE
TENSÃO 60HZ, 1M
(kV ef) ATMOSFÉRICO
(kV ef6)
(kV pico)
3.6 10 40
7.2 20 60
12 28 75
MT 17.5 38 95
24 50 125
36 70 170
52 95 250
5 Valores da tensão aplicada aos equipamentos para os ensaios à frequência industrial e ao choque.
6 ef: eficaz.
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3 EQUIPAMENTOS DE ALTA TENSÃO
Os equipamentos EAT e AT das subestações são os seguintes:
Disjuntores.
Seccionadoras.
Transformadores de Potência.
Transformadores de Corrente (TC) ou de Intensidade (TI).
Transformadores de Potencial (TP) ou de Tensão (TT).
Descarregadores de sobretensões (DST).
Reatâncias de Neutro e de Limitadoras de Curto-Circuito.
Capacitor de Acoplamento e Bobina Tampão.
Isoladores de Apoio e Cadeias.
Barramentos e ligadores.
Equipamento de MT.
Caminhos de Cabos.
Cabos de Potência, Comando e Controle.
Rede de terras ou aterramento (subterrânea e aérea).
Serviços Auxiliares de Corrente Alternada (transformador; grupo de
emergência; quadros elétricos).
Serviços Auxiliares de Corrente Contínua (bateria e carregadores; quadros
elétricos).
Sistema de Comando, Controle e Protecção (SCCP).
Instalações Complementares dos Edifícios (iluminação, tomadas de usos
gerais, climatização, etc.).
Instalações Elétricas Exteriores.
5 CONFIGURAÇÕES DE SUBESTAÇÕES
As configurações habituais das subestações são as seguintes:
Barramento simples.
Duplo barramento, com ou sem interbarras.
Duplo barramento com interbarras e seccionadoras de “bypass”.
Disjuntor e meio.
Triplo barramento
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As figuras 1 a 4 mostram as diversas configurações.
BATERIA DE
CAPACITORES
4
Bypass
BATERIA DE
CAPACITORES
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Figura 3 – Disjuntor e meio
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Figura 4 – Triplo barramento
A simbologia dos equipamentos representados nas figuras está de acordo com a
Norma IEC 60617.
A escolha da configuração de qualquer subestação é, normalmente feita pela respetiva
entidade exploradora, tendo em atenção o modo de exploração da rede em que a
subestação se integra e os critérios adotados para a continuidade e qualidade do
serviço.
Numa mesma subestação podem existir várias configurações diferentes, uma por cada
nível de tensão.
Normalmente a configuração barramento simples é utilizada em subestações de
“pequena” importância”, onde a continuidade de serviço não é predominante.
A configuração duplo barramento utiliza-se em subestações onde a garantia da
continuidade de serviço é importante, e no arranjo com “interbarras” e seccionadora
de bypass é possível manter a continuidade de serviço nas situações em que
haja avaria do disjuntor, ou necessidade de se proceder à sua manutenção.
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Com esta configuração a mudança de barramento é feita sem perder a continuidade
do serviço, e é possível distribuir os painéis por ambos os barramentos, com o
objetivo de minimizar o número de painéis que possam ficar fora de serviço em caso
de atuação da proteção de barras.
Obter uma maior fiabilidade na rede e uma redução de custos, principalmente de
manutenção, é utilizada a configuração de disjuntor e meio.
Quando se pretende realizar a manutenção da totalidade de um painel sem
interrupção de serviço, utiliza-se a configuração de triplo barramento, em que o
painel é totalmente colocado em bypass.
Nesta configuração, que se utiliza nas instalações EAT, só é possível colocar um
painel de cada vez em bypass.
6 TIPOS CONSTRUTIVOS
As SE EAT e AT são, na generalidade, instaladas no exterior (parque exterior), sendo.
o equipamento, com exceção dos transformadores, montado em estruturas metálicas.
A ligação das linhas é aérea, terminando no pórtico de amarração de linha. Este tipo
de subestações é vulgarmente designado por AIS (Air Insulated Substation).
Nas subestações existem, fundamentalmente, os seguintes tipos de painéis,
compostos principalmente pelos equipamentos de proteção (disjuntores), isolamento
(seccionadores), medida (transformadores de tensão e de intensidade) e
descarregadores de sobretensões.
Painel(eis) Linha.
Painel(eis) Transformador(es).
Painel de Interbarras e/ou Tensão de Barras e /ou Seccionador de terra de barras
e /ou seccionador de bypass.
Painel bateria de capacitores
Painel reatâncias de neutro e/ou limitadoras de curto-circuito
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Figura 6 – Corte de uma Subestação AIS
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Figura 9 – GIS para montagem interior
Particular atenção deve ser dada às caixas terminais de cabo (que devem obedecer
ao prescrito na Norma IEC 62271-209), quando utilizam óleo ou gás como material de
isolação, que devem dispor de um sistema de selagem para evitar fugas de óleo ou
de gás para o GIS.
Uma outra solução habitualmente utilizada, quando o espaço exterior disponível
para implantação da subestação é reduzido, são as designadas SE híbridas, em
que o equipamento EAT e AT (seccionadores, seccionadores de terra, disjuntores e
transformadores de medida são instalados num invólucro pré-montado em fábrica,
com isolação a gás (usualmente o SF6)), como se exemplifica na Figura 11.
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Figura 11 – Exemplo de uma subestação híbrida
A ligação entre os equipamentos enclausurados e os outros equipamentos realiza-se
por meio de barramentos isolados no ar, à semelhança do que acontece nas AIS.
As principais vantagens desta solução são:
Redução do espaço necessário (ver Figura 12).
Redução dos trabalhos de construção civil.
Redução do tempo de montagem.
AIS
Subestação híbrida