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COMUNICADO TÉCNICO N° 32

RELIGAMENTO AUTOMÁTICO DE DISJUNTOR INSTALADO EM


SUBESTAÇÃO DE ENTRADA DE ENERGIA

1. OBJETIVO

Estabelecer critérios para rearme automático do disjuntor principal instalado em


SEE - Subestação de Entrada de Energia convencional - atendida em média
tensão, quando do retorno da tensão na rede de distribuição da AES Eletropaulo.

2. CONSIDERAÇÕES GERAIS

2.1 A AES Eletropaulo permite atualmente a instalação de relé que retarda a


abertura do disjuntor principal, conforme previsto no item 2.6.2, nota 1, do
Fascículo Subestações Primárias Convencionais do LIG MT 2004, onde a
critério do projetista, pode ser instalado religamento à distância, desde que o
procedimento de rearme seja definido por um profissional habilitado e, ao
lado do disjuntor principal deva sempre ser instalada uma chave de bloqueio
da operação desse disjuntor, com opção para acionamento local ou remoto,
cujo funcionamento está descrito no item 3.2 deste CT.

2.2 Opcionalmente poderá ser instalado pelo cliente um relé para rearme
automático do disjuntor principal, que pode ser previsto em quase todas as
SEE convencionais, desde que, a planta possua circuitos primários com
seccionamentos parciais, efetuados por disjuntores, onde o tempo de rearme
destes circuitos deve ser superior ao tempo de rearme do disjuntor principal
e a medição esteja de acordo com o estabelecido no item 4 deste CT.

2.3 A atuação do relé de rearme só deve ocorrer num intervalo de tempo igual,
ou superior a seis minutos após o retorno da tensão da rede de distribuição
da AES Eletropaulo. Este relé deve ser alimentado pelo TPP ou por um
transformador auxiliar e sua instalação deve estar em conformidade com o
item 3 deste CT.

2.4 Deve ser encaminhado à AES Eletropaulo memorial descritivo, diagramas


trifilar e unifilar de toda instalação indicando os circuitos de controle e
proteção e, também, diagrama funcional da proteção do disjuntor geral e dos
disjuntores parciais.
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2.5 No caso de instalações dotadas de grupo gerador, deve ser apresentada


documentação conforme as notas técnicas específicas para este tipo de
conexão disponível no site da AES Eletropaulo na Internet.

2.6 Para as SEE já existentes recomendamos a instalação de disjuntores


parciais a fim de compatibilizar, a corrente de magnetização na ocasião da
energização dos transformadores dessas instalações com os ajustes dos
relés instantâneos de fase do circuito alimentador e, para as SEE a serem
instaladas devem obrigatoriamente ser previsto disjuntores parciais, caso a
potência de transformação ultrapasse os valores descritos abaixo:

¾ Tensão de 13,2 kV - 2500 kVA


¾ Tensão de 20 kV - 3600 kVA
¾ Tensão de 34,5 kV - 6000 kVA

3. CONDIÇÕES DE FUNCIONAMENTO

Obrigatoriamente a instalação deve ser provida de: Disjuntor motorizado com


disparador de abertura e contatos auxiliares livres 3NA+3NF, relé de sobrecorrente
(função 50/51), relé de subtensão (função 27), disparador de abertura, dispositivo
de retardo, relé de religamento (função 79), relé de bloqueio, (função 86),
intertravamento Kirk, relé de seqüência/inversão de fases (função 47) e relé de
sobretensão (função 59);

Toda SEE com religamento automático deve ser provida de TP a seco, com
potência mínima de 1kVA, e deve ser instalado à jusante da medição e à montante
do disjuntor principal, devendo ser protegido por fusíveis dimensionados apenas
para ICC – corrente de curto-circuito, ou sua alimentação deve ser feita pelo TP da
proteção.

A instalação do transformador auxiliar deve atender ao prescrito no item 2.9.1, do


fascículo Subestações Primárias Convencionais do LIG MT 2004.

A tentativa de religamento automático deve ocorrer apenas uma vez e caso não for
bem sucedida esta função deve ser bloqueada.

3.1 ATUAÇÃO PELA REDE DA CONCESSIONÁRIA

Os relés de subtensão, de seqüência/inversão de fases e de sobretensão devem


ser alimentados pelo secundário TPP ou do transformador auxiliar, acima citado,
que por sua vez deve ser conectado nas fases "R”, “S" e "T". Quando da ocorrência
de evento que provoque subtensão, falta de tensão, falta de uma das fases ou
desequilíbrio de tensão entre fases na rede de distribuição da AES Eletropaulo,
este relé atuará, provocando a abertura do disjuntor principal, que fica por tempo
indeterminado aguardando a normalização da rede. Quando ocorrer o retorno da
tensão, o disjuntor através de um outro relé de retardo ou simplesmente dispositivo
de retardo deve atrasar seu fechamento em seis minutos ou mais, evitando assim
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que todas as demais cargas de outros clientes entrem simultaneamente na rede de


distribuição da AES Eletropaulo;

3.2 ATUAÇÃO PELA REDE DO CLIENTE:

Além das exigências descritas no item anterior, para atuação do disjuntor por falhas
oriundas das instalações do cliente, o disjuntor principal da SEE deve ser provido
de relé de bloqueio (função 86) instalado no painel.
Havendo uma falta à jusante do disjuntor, o relé de sobrecorrente (função 50/51N)
atuará sobre o disparador de abertura do disjuntor abrindo seus contatos principais.
Simultaneamente será acionado o relé de bloqueio (função 86) que impedirá o
fechamento do disjuntor até que o operador faça manualmente o "reset" desse relé
de bloqueio, permitindo assim o fechamento do disjuntor.

4. CONTROLE DAS INSTALAÇÕES COM REARME AUTOMÁTICO

Tendo em vista que:

1. O padrão básico estabelecido no LIG MT 2004 não permite a instalação de


relés de religamento automático; e que,

2. A instalação de relé de rearme automático, ou à distância, é opção do


cliente, e está sujeita à prévia aprovação da AES Eletropaulo;

Na subestação de entrada de energia ligada em média tensão onde for implantado


este tipo de recurso deve obrigatoriamente ser provida de sistema de medição
por telemetria, ficando a cargo do cliente o ônus correspondente à instalação
deste tipo de medição e de comunicação, modem celular, TV a cabo, linha
discada, ou outra opção que mais se adéqüe às condições locais.

Estas exigências se fazem necessárias para gerenciar os religamentos do disjuntor


da SEE em caso de falta, de acordo com os critérios estabelecidos no item 3.1
deste comunicado e na carta modelo, Anexo I.

5. SEE QUE POSSUEM REARME AUTOMÁTICO INSTALADO À REVELIA

Quando for constatado pela AES Eletropaulo que alguma instalação já possui
dispositivos de rearme automático instalados sem a devida permissão, o
fornecimento de energia elétrica poderá ser suspenso, caso o cliente não regularize
as instalações conforme estabelecido neste comunicado e de acordo com os Art.
90 e 91 da Resolução 456.
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6. ESQUEMA BÁSICO DE CONTROLE E PROTEÇÃO

Como sugestão, apresentamos no Anexo III um esquema básico de controle e


proteção para possibilitar o rearme automático de disjuntores.
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Anexo I

Carta modelo

"A <nome da empresa, razão social – CNPJ >, solicita à AES Eletropaulo,
permissão para instalação de relé de rearme automático para o seu disjuntor
principal instalado na sua SEE - Subestação de Entrada de Energia,
atendida em média tensão, situada na <Rua / Avenida, nº - Bairro -
Cidade>, <SAT´r nº se houver>, onde o sistema de medição será feito com
leitura remota.

Declaro estar ciente de que se trata de um sistema não convencional e fora


dos padrões da AES Eletropaulo e os custos adicionais de todo sistema de
medição eletrônica com controle dos religamentos, correrão por conta da
<nome da empresa - CNPJ> ou <Nome do proprietário – CPF>”
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Anexo II - Diagrama Unifilar A

CUBÍCULO DE MUFLA DE ENTRADA


MEDIÇÃO

PARA-RAIO

CHAVE
SECCIONADORA
N°1 TP
MEDIÇÃO

MEDIÇÃO
TC
MEDIÇÃO

CHAVE
CUBÍCULO SECCIONADORA
DO DISJUNTOR N°2

TC
PROTEÇÃO
50

50N
FUSÍVEL HH

51
TPP

51N
DISJUNTOR 27 47 59
79

Anexo II - Diagrama Unifilar B


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CUBÍCULO DE MUFLA DE ENTRADA


MEDIÇÃO

PARA-RAIO

CHAVE
SECCIONADORA
N°1 TP
MEDIÇÃO

MEDIÇÃO
TC
MEDIÇÃO

CUBÍCULO CHAVE
TRAFO AUXILIAR SECCIONADORA
N°2

FUSÍVEL HH
TC
PROTEÇÃO

TRAFO AUXILIAR

CUBÍCULO
DO DISJUNTOR CHAVE
50 SECCIONADORA
N°3
27 47 59
50N

51

51N DISJUNTOR 79

Anexo III – Esquema Básico de controle e proteção


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01
1/2
ESQUEMA BÁSICO DE CONTROLE E PROTEÇÃO:SUBESTAÇÃO DE ENTRADA DE ENERGÍA DE MEDIA TENSÃO
COMANDO DE LIGAR MEMORIA DECOMANDO COMANDO DE DESLIGAR SINALIZAÇÃO DISJUNTOR
MANUAL AUTOMÁTICO LIGADO DESLIGADO MANUAL AUTOMÁTICO LIGADO DESLIGADO

SUBESTAÇÃO DE ENTRADA DE ENERGÍA DE MEDIA TENSÃO


ESQUEMA BÁSICO DE CONTROLE E PROTEÇÃO:
86.1
E V
R3
R1
R1 MEMÓRIA DE COMANDO: BIESTÁVEL 59 RELÉ DE SOBRE TENSÃO
R2 BLOQUEIO / SERVIÇO DO RELIGAMENTO AUTOMÁTICO DO DISJUNTOR 52.1: BIESTÁVEL 47 RELÉ DE INVERSÃO DE FASE
R3 BLOQUEIO / DO RELIGAMENTO AUTOMÁTICO PELO COMANDO DE DESLIGAR BTL BOTOEIRA DE LIGAR (REMOTO)
79 RELÉ DE RELIGAMENTO AUTOMÁTICO BTD BOTOEIRA DE DESLIGAR (REMOTO)
50/51
FASE RELÉ DE SOBRECORRENTE INSTANTÂNEO / TEMPORIZADO DE FASE BTRA BOTOEIRA DE COMANDO DO RELIGO
AUTOMÁTICO BLOQUEO / SERVIÇO
50/51 RELÉ DE SOBRECORRENTE INSTANTÂNEO / TEMPORIZADO DE NEUTRO
NE CBC CHAVE DE BLOQUEIO DE COMANDO
27 RELÉ DE SUB-TENSÃO
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2/2
02
PROTEÇÃO RELIGAMENTO AUTOMÁTICO SINALIZAÇÃO DE RELIGT. AUTOMÁTICO PARTIDA DO RELIGT.
SOBRECORRENTE INV. FASE SOBRETENSÃO SUBTENSÃO BLOQUEIO SERVIÇO BLOQUEIO SERVIÇO AUTOMÁTICO

SUBESTAÇÃO DE ENTRADA DE ENERGÍA DE MEDIA TENSÃO


3

ESQUEMA BÁSICO DE CONTROLE E PROTEÇÃO:


50/51
FASE
50/51
NE 47 59 27 R3
BLOQ. LIGAR 52.1
DESLGA 52.1

27
ALARME
86.1 R2 79
86.1 RELÉ DE BLOQUEIO
E INDICADOR LUMINOSA DE DISJUNTOR LIGADO
V INDICADOR LUMINOSA DE DISJUNTOR DESLIGADO
A INDICADOR LUMINOSA DE RELIGAMENTO AUTOMÁTICO BLOQUEADO
B INDICADOR LUMINOSA DE RELIGAMENTO AUTOMÁTICO EM SERVIÇO

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