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TOMO 2
DIREITO ADMINISTRATIVO E
CONSTITUCIONAL
2ª Edição
COORDENAÇÃO DO TOMO 2
Vidal Serrano Nunes Júnior
Maurício Zockun
Carolina Zancaner Zockun
André Luiz Freire
Editora PUCSP
São Paulo
2022
ENCICLOPÉDIA JURÍDICA DA PUCSP
DIREITO ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL
DIRETOR
Vidal Serrano Nunes Júnior
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
DIRETORA ADJUNTA
FACULDADE DE DIREITO
Julcira Maria de Mello Vianna
Lisboa
CONSELHO EDITORIAL
1.Direito - Enciclopédia. I. Campilongo, Celso Fernandes. II. Gonzaga, Alvaro. III. Freire,
André Luiz. IV. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
1
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INTRODUÇÃO
1
ATALIBA, Geraldo. República e Constituição, p. 65.
2
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SUMÁRIO
Introdução ......................................................................................................................... 2
1. Sanções contra a improbidade administrativa ......................................................... 4
1.1. Sanções civis, penais, eleitorais, administrativas e político-administrativas. 5
1.2. Independência de instâncias .......................................................................... 7
2. Sanções civis ........................................................................................................... 7
2.1. Classificação das sanções civis ...................................................................... 9
2.2. Prescritibilidade e imprescritibilidade ......................................................... 10
2.3. Irrelevância de prejuízo patrimonial ou locupletamento ilícito ................... 13
2.4. Eficácia temporal ......................................................................................... 14
2.5. Dimensão subjetiva...................................................................................... 16
2.6. Correlação das sanções com a espécie de ato de improbidade .................... 22
2.7. Aplicação cumulativa ou alternativa ........................................................... 24
3. Sanções em espécie ............................................................................................... 26
3.1. Perda da função pública ............................................................................... 27
3.2. Perda de bens ............................................................................................... 30
2
TEIXEIRA, J. H. Meirelles. Curso de direito constitucional, p. 466.
3
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superior a 04 (quatro) anos nos demais casos, estabelecendo que esse não é automático,
devendo ser motivadamente declarado na sentença (art. 92).
2. SANÇÕES CIVIS
7
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3
MARTINS JUNIOR, Wallace Paiva. Probidade administrativa, pp. 370-371, n. 58.
4
FREITAS, Juarez. Do princípio da probidade administrativa e sua máxima efetivação. Revista de direito
administrativo, nº 204/73.
8
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5
MELLO, Cláudio Ari. Improbidade administrativa - considerações sobre a Lei nº 8.429/92. Cadernos de
direito constitucional e ciência política, nº 11/57.
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Elas podem ser classificadas de acordo com sua natureza em sanções punitivas
e reparatórias. As reparatórias consistem (a) no ressarcimento do dano e (b) na perda de
bens. As punitivas subdividem-se em (a) restritivas de direitos (suspensão temporária de
direitos políticos; proibição temporária de contratação com a Administração Pública ou
de recebimento de benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios), (b) pecuniárias
(pagamento de multa civil), e (c) extintivas de situações jurídicas (perda da função
pública).
Sob enfoque distinto, Silvio Antonio Marques anota que a Lei 8.429/1992
contém no art. 12 obrigações civis (ressarcimento do dano e perda de bens ou valores) e
sanções de privação ou interdição temporária de direitos (perda da função pública,
suspensão de direitos políticos, pagamento de multa civil, proibição de contratação com
o Poder Público ou de recebimento de benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios).6
6
MARQUES, Silvio Antonio. Improbidade administrativa: ação civil e cooperação jurídica internacional,
p. 131.
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previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do
serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego. É a lei específica,
de cada âmbito federativo, que fornecerá o lapso prescricional.
No terceiro caso, o prazo também é de 05 anos a partir da data de apresentação
à Administração Pública da prestação de contas final pelas entidades referidas no
parágrafo único do art. 1º da Lei da Improbidade Administrativa, isto é, de entidade que
receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como
daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de
50% do patrimônio ou da receita anual.
Algumas situações particulares não foram evidenciadas pela Lei n. 8.429/92. São
exemplos dessa constatação a omissão de regras próprias para a prescrição de atos de
improbidade administrativa relativamente a servidores temporários, agentes públicos
civis especiais ou honoríficos, e particulares beneficiários ou partícipes do ato de
improbidade administrativa, bem como não trata de situações singulares como a de
servidor titular de cargo de provimento efetivo investido em cargo comissionado e da
reeleição de agentes políticos.
Os servidores temporários, contratados com base no art. 37, IX, da Constituição
Federal (contrato temporário), e os agentes públicos civis especiais (ou agentes
honoríficos), não se submetem ao prazo prescricional do inciso II do art. 23, que é
específico dos titulares de cargo ou emprego público, ou seja, de posições permanentes
na organização do poder. A lacuna deve ser suprida pela adoção do prazo quinquenal
previsto no inciso I do art. 23 em virtude da identidade da natureza do vínculo com o
Estado, precário e transitório, que os assemelha aos agentes públicos políticos eletivos ou
comissionados ou aos servidores ocupantes de cargos de provimento em comissão. 7
Na hipótese de designação ou nomeação de servidor público titular de cargo de
provimento efetivo para o exercício de cargo de provimento em comissão, o prazo
prescricional parametriza-se pelo inciso I do art. 23, como enuncia decisão a timbrar que
“exercendo cumulativamente cargo efetivo e cargo comissionado, ao tempo do ato
reputado ímprobo, há de prevalecer o primeiro, para fins de contagem prescricional, pelo
7
MARTINS JUNIOR, Wallace Paiva. Probidade administrativa, pp. 381-382, n. 60.
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simples fato de o vínculo entre agente e Administração pública não cessar com a
exoneração do cargo em comissão, por ser temporário”.8
E “no caso específico de mandato eletivo, consoante exegese do art. 23, I, da Lei
8.429/1992, na hipótese de reeleição do agente político, o prazo prescricional para a ação
de improbidade administrativa começa a fluir após o término ou cessação do segundo
mandato, pois, embora distinto do primeiro, há uma continuidade do exercício da função
pública, com a permanência do vínculo existente entre o agente e o ente político, uma vez
que a lei não exige o afastamento do cargo para a disputa de novo pleito eleitoral”.9
Em relação a pessoas físicas ou jurídicas beneficiárias ou partícipes do ato de
improbidade administrativa, referidas no art. 3º da Lei 8.429/1992, entende-se adequada
a extensão das regras de seu art. 23.10 Decisão estampa que “aos particulares, réus na ação
de improbidade administrativa, aplica-se a mesma sistemática atribuída aos agentes
públicos para fins de fixação do termo inicial da prescrição”.11
Também a lei não oferece soluções para as causas de suspensão ou de
interrupção da prescrição, o que conduz ao esforço interpretativo. Sérgio Turra Sobrane
sugere, com propriedade, a incidência do art. 200 do Código Civil preceituando que
“quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a
prescrição antes da respectiva sentença definitiva”, bem como as causas de interrupção
do Código Civil e do Código de Processo Civil.12 Além delas, devem incidir, no caso do
inciso II do art. 23 da Lei da Improbidade Administrativa, as causas de suspensão e
interrupção da responsabilidade disciplinar, já que há remissão ao instituto da prescrição
no âmbito administrativo relativamente aos agentes públicos permanentes.
Em relação aos agentes públicos que têm vínculo permanente – agentes políticos
vitalícios (magistrados e membros do Ministério Público e do Tribunal de Contas),
servidores públicos stricto sensu (investidos em cargos públicos de provimento efetivo)
e empregados públicos (investidos em empregos públicos) – a baliza da prescrição é a
8
STJ, REsp 1.060.529-MG, 2ª Turma, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, 08-09-2009, v.u., DJe 18-09-
2009.
9
STJ, AgRg-REsp 1.510.969-SP, 1ª Turma, Rel. Min. Regina Helena Costa, 27-10-2015, v.u., DJe 11-11-
2015.
10
MARTINS JUNIOR, Wallace Paiva. Probidade administrativa, p. 384, n. 60.
11
STJ, AgRg-AREsp 161.126-SP, 2ª Turma, Rel. Min. Assusete Magalhães, 02-06-2016, v.u., DJ 13-06-
2016.
12
SOBRANE, Sérgio Turra. Improbidade administrativa: aspectos materiais, dimensão difusa e coisa
julgada, pp. 187-193.
12
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13
MARTINS JUNIOR, Wallace Paiva. Probidade administrativa, p. 384, n. 60.
14
STJ, REsp 1.014.161-SC, 2ª Turma, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, 17-08-2010, v.u., DJe 20-09-
2010.
15
STJ, REsp 711.732-SP, 1ª Turma, Rel. Min. Luiz Fux, 28-03-2006, v.u., DJ 10-04-2006, p. 139.
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16
STJ, REsp 1.523.385-PE, 2ª Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, 13-09-2016, v.u., DJe 07-10-2016.
17
Aos que forem condenados à suspensão dos direitos políticos, em decisão transitada em julgado ou
proferida por órgão judicial colegiado, por ato doloso de improbidade administrativa que importe lesão ao
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patrimônio público e enriquecimento ilícito, desde a condenação ou o trânsito em julgado até o transcurso
do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena.
18
STJ, MC 17.110-PE, 1ª Turma, Rel. Min. Benedito Gonçalves, 10-08-2010, m.v., DJe 20-09-2010.
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19
STF, ADI 4.578-AC, ADC 29-DF, ADC 30-DF, Tribunal Pleno, Rel. Min. Luiz Fux, 16-02-2012, m.v.,
DJe 29-06-2012.
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MARTINS JUNIOR, Wallace Paiva. Probidade administrativa, p. 325, n. 45.
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STJ, REsp 1.038.762-RJ, 2ª Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, 18-08-2009, v.u., DJe 31-08-2009.
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22
STJ, REsp 896.044-PA, 2ª Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, 16-09-2010, v.u., DJe 19-04-2011.
23
SANTOS, José Anacleto Abduch; BERTONCINI, Mateus; COSTÓDIO FILHO, Ubirajara. Comentários
à Lei 12.846/2013: Lei anticorrupção, p. 155.
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“(...) como não estamos diante de uma lei que cuida de ato de improbidade
administrativa, para cuja prática se exige um servidor público, mas diante de
atos lesivos à Administração Pública, que são praticados por particulares, a lei
cuida da matéria como sendo, praticamente, o reverso da medalha em relação
à Lei de Improbidade Administrativa: enquanto nesta, para ser alcançado, o
particular necessita que o agente público pratique um ato de improbidade para
o qual, no entanto, ele induz ou concorre (art. 3º da Lei de Improbidade
Administrativa), em caso de atos lesivos à Administração Pública deve haver
unicamente o comportamento do particular. A atuação conjunta do servidor
público sem dúvida desloca o fato para a Lei de Improbidade
Administrativa”.24
Segue-se daí a adequada exegese do art. 3º da Lei 12.846/2013 a excluir a
responsabilidade subjetiva de dirigentes e empregados de pessoa jurídica por atos lesivos
à Administração Pública pela Lei 8.429/1992.
O preceito enuncia a concorrência da responsabilidade das pessoas jurídicas e de
seus dirigentes, administradores, empregados e terceiros ao cunhar que “a
responsabilização da pessoa jurídica não exclui a responsabilidade individual de seus
dirigentes ou administradores ou de qualquer pessoa natural, autora, coautora ou partícipe
do ato ilícito”. Ele se harmoniza com o ordenamento vigente que não é infenso à
responsabilização da pessoa jurídica, como exemplificam o § 5º do art. 173 da
Constituição de 198825 e o art. 32 da Lei 12.529/2011,26 solidariamente ou não à pessoa
natural.
A independência dessa esfera de responsabilidade é reiterada no § 1º desse art.
3º da Lei 12.846/2013 ao estabelecer que “a pessoa jurídica será responsabilizada
independentemente da responsabilização individual das pessoas naturais referidas
no caput”. Todavia, a responsabilidade de dirigentes ou administradores é subjetiva,
como informa o § 2º do art. 3º da lei, ao condicioná-la à culpabilidade,27 de tal sorte que,
24
Antonio Araldo Ferraz Dal Pozzo, Augusto Neves Dal Pozzo, Beatriz Neves Dal Pozzo e Renan
Marcondes Facchinatto. Lei Anticorrupção: apontamentos sobre a Lei nº 12.846/2013, pp. 52-53.
25
“A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica, estabelecerá a
responsabilidade desta, sujeitando-a às punições compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra
a ordem econômica e financeira e contra a economia popular”.
26
“As diversas formas de infração da ordem econômica implicam a responsabilidade da empresa e a
responsabilidade individual de seus dirigentes ou administradores, solidariamente”.
27
“Os dirigentes ou administradores somente serão responsabilizados por atos ilícitos na medida da sua
culpabilidade”.
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RTJ 211/225.
29
“MEDIDA CAUTELAR INOMINADA INCIDENTAL – IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
– AGENTE POLÍTICO – COMPORTAMENTO ALEGADAMENTE OCORRIDO NO EXERCÍCIO DE
MANDATO DE GOVERNADOR DE ESTADO – POSSIBILIDADE DE DUPLA SUJEIÇÃO TANTO
AO REGIME DE RESPONSABILIZAÇÃO POLÍTICA, MEDIANTE ‘IMPEACHMENT’ (LEI Nº
1.079/50), DESDE QUE AINDA TITULAR DE REFERIDO MANDATO ELETIVO, QUANTO À
DISCIPLINA NORMATIVA DA RESPONSABILIZAÇÃO CIVIL POR
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a hipótese de atos de improbidade praticados pelo Presidente da República (art. 85, V),
cujo julgamento se dá em regime especial pelo Senado Federal (art. 86), não há norma
constitucional alguma que imunize os agentes políticos, sujeitos a crime de
responsabilidade, de qualquer das sanções por ato de improbidade previstas no art. 37, §
4º. Seria incompatível com a Constituição eventual preceito normativo
infraconstitucional que impusesse imunidade dessa natureza”.30
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médio e os que atentam contra os princípios da administração pública têm menor grau de
gravidade”. 31
Silvio Antonio Marques comunga deste entendimento reverberando a coerência
do legislador “na definição qualitativa e quantitativa de cominações civis por ato ímprobo,
que variam conforme a gravidade das condutas, as quais foram divididas em três
modalidades que preveem tipos classificados em ordem decrescente de importância, na
visão do legislador. Os atos mais deletérios ao patrimônio e a outros interesses públicos
provocam as cominações mais severas, enquanto os menos graves legitimam
consequências jurídicas mais leves”.32
Logo, ao ato de improbidade da espécie enriquecimento ilícito (art. 9º) o juiz
deve aplicar as sanções do inciso I do art. 12 da Lei 8.429/1992; se, todavia, for o ato
subsumido ao art. 10, as do art. 12, II; e, se, por fim, nem um nem outro se configurar,
mas, ocorrer improbidade da espécie de atentado aos princípios da administração pública
o juiz deve adotar as reprimendas do art. 12, III.
Note-se que o art. 11 da Lei 8.429/1992 desempenha a função de norma residual:
se o ato não for classificado como enriquecimento ilícito ou prejuízo ao erário (arts. 9º e
10) e denotar improbidade nem por isso estará o agente isento de responsabilização,
conforme decide o Superior Tribunal de Justiça,33 conquanto seja de bom grado timbrar
que a improbidade administrativa não se caracteriza, para efeito do art. 11, em mera
irregularidade ou simples ilegalidade dissociada de desvio ético de conduta,
desonestidade, má fé.34
31
MARTINS JUNIOR, Wallace Paiva. Probidade administrativa, p. 327, n. 46.
32
MARQUES, Silvio Antonio. Improbidade administrativa: ação civil e cooperação jurídica
internacional, p. 129.
33
STJ, REsp 1.026.516-MT, 1ª Turma, Rel. Min. Luiz Fux, 22-02-2011, v.u., DJe 07-04-2011; STJ, REsp
1.038.736-MG, 2ª Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, 04-05-2010, v.u., DJe 28-04-2011; STJ, REsp
884.083-PR, 1ª Turma, Rel. Min. José Delgado, 18-10-2007, m.v., DJe 16-04-2008.
34
“3. O entendimento majoritário desta Corte Superior é no sentido de que a configuração de ato de
improbidade administrativa exige, necessariamente, a presença do elemento subjetivo, inexistindo a
possibilidade da atribuição da responsabilidade objetiva na esfera da Lei 8.429/92” (STJ, REsp 875.425-
RJ, 1ª Turma, Rel. Min. Denise Arruda, 09-12-2008, v.u., DJe 11-02-2009).
“9. A exegese das regras insertas no art. 11 da Lei 8.429/92, considerada a gravidade das sanções e
restrições impostas ao agente público, deve se realizada cum granu salis, máxime porque uma interpretação
ampliativa poderá acoimar de ímprobas condutas meramente irregulares, suscetíveis de correção
administrativa, posto ausente a má-fé do administrador público, preservada a moralidade administrativa e,
a fortiori, ir além de que o legislador pretendeu” (STJ, REsp 797.671-MG, 1ª Turma, Rel. Min. Luiz Fux,
05-06-2008, v.u., DJe 16-06-2008).
23
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35
STJ, REsp 365.087-PR, 1ª Turma, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, 17-11-2009, v.u., DJe 03-12-2009.
36
STJ, REsp 1.376.481-RN, 2ª Turma, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, 15-10-2015, v.u., DJe 22-10-
2015.
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são aplicadas cumulativamente ou não, balizada a opção, motivada37 pelo juiz, pelos
parâmetros legais de gravidade do fato, extensão do dano causado e proveito patrimonial
obtido pelo agente (art. 12 e parágrafo único, da Lei 8.429/1992).
Se o juiz opta pela aplicação cumulativa ou não das sanções deverá fazê-lo, em
qualquer caso, atendendo ao princípio da proporcionalidade (ou seja, da justa medida)
que demanda o exame de adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito
e interdita tanto o excesso quanto a insuficiência (ou falta), fundamentando as razões
pelas quais escolhe todas, algumas ou uma delas. Como já decidido, “a aplicação das
penalidades previstas na norma exige que o magistrado considere, no caso concreto, ‘a
extensão do dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente’
(conforme previsão expressa contida no parágrafo único do art. 12 da Lei 8.429/1992).
Assim, é necessária a análise da razoabilidade e proporcionalidade em relação à gravidade
do ato de improbidade e à cominação das penalidades, as quais podem ocorrer de maneira
cumulativa, embora não necessariamente”.38 Para esse fim, “o espectro sancionatório da
lei induz interpretação que deve conduzir à dosimetria relacionada à exemplariedade e à
correlação da sanção, critérios que compõem a razoabilidade da punição” sendo
“necessária a observância da lesividade e reprovabilidade da conduta do agente, do
elemento volitivo da conduta e da consecução do interesse público, para efetivar a
dosimetria da sanção por ato de improbidade, adequando-a a finalidade da norma”.39
O legislador infraconstitucional, em atenção ao mandado constante do § 4º do
art. 37 da Constituição de 1988 que se refere à forma e à gradação previstas em lei,
estabeleceu blocos de sanções de natureza idêntica para as três espécies de improbidade
administrativa, em que algumas são, todavia, variáveis em função do tempo e do valor de
acordo com a gravidade do ato.
Da mesma maneira como obtemperado em relação à aplicação cumulativa ou
não das sanções típicas da Lei de Improbidade Administrativa, o juiz deve fundamentar,
em cada uma das escolhidas que admitem variação de tempo ou de valor, os patamares
máximos ou mínimos.
37
STJ, REsp 658.389-MG, 2ª Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, 26-06-2007, v.u., DJ 03-08-2007, p. 327.
38
STJ, REsp 1.376.481-RN, 2ª Turma, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, 15-10-2015, v.u., DJe 22-10-
2015.
39
STJ, REsp 1.130.198-PR, 1ª Turma, Rel. Min. Luiz Fux, 02-12-2010, v.u., Dje 15-12-2010.
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3. SANÇÕES EM ESPÉCIE
O exame particularizado de cada uma das sanções típicas (ou próprias) da Lei
8.429/1992 revela que o diploma legal dedicou a cada uma das espécies de atos de
improbidade administrativa descritas nos arts. 9º, 10 e 11 blocos de sanções respectivas
nos incisos I, II e III do art. 12, e que compreendem a perda de bens, a perda da função
40
STJ, REsp 1.376.481-RN, 2ª Turma, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, 15-10-2015, v.u., DJe 22-10-
2015.
41
STJ, REsp 1.019.555-SP, 2ª Turma, Rel. Min. Castro Meira, 16-06-2009, v.u., DJe 29-06-2009.
42
STJ, REsp 1.009.204-MG, 2ª Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, 01-12-2009, v.u., DJe 17-12-2009.
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SOBRANE, Sérgio Turra. Improbidade administrativa: aspectos materiais, dimensão difusa e coisa
julgada, p. 156.
27
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44
MARTINS JUNIOR, Wallace Paiva. Probidade administrativa, pp. 363-364, n. 56.
45
STJ, REsp 924.439-RJ, 2ª Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, 06-08-2009, v.u., DJe 19-08-2009.
28
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46
GARCIA, Emerson; ALVES, Rogério Pacheco. Improbidade administrativa, pp. 449-450.
47
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo expressou que “a perda da função pública deve ser
compreendida em sentido amplo, alcançando as várias espécies de vínculo, funcional ou não, do agente
público com a Administração Pública, de modo a valer então, para o agente inativo, da seguinte maneira: a
improbidade praticada na atividade era causa que impunha a desvinculação compulsória, motivo pelo qual
a sentença anula a aposentação e aplica-lhe a perda da função pública” (TJSP, ACP 81.025-0/7-00, São
Paulo, Órgão Especial, Rel. Des. Palma Bisson, m.v., 29-07-2009). Nesse julgamento foi trazida à baila a
impossibilidade do decreto de cassação da aposentadoria em razão do caráter contributivo do sistema
previdenciário. Ora, assentado que a cassação da aposentadoria equivale à demissão e à perda da função
pública por motivo ocorrido na atividade, o caráter contributivo de benefício previdenciário não impede
sua incidência, reportando-se o julgado a pronunciamentos do Supremo Tribunal Federal (MS 23.219-9-
RS, Tribunal Pleno, Rel. Min. Eros Grau, 30-06-2005, DJ 19-08-2005).
48
STJ, REsp 1.298.092-SP, 1ª Turma, Rel. Min. Regina Helena Costa, 09-08-2016, v.u., DJe 15-09-2016;
STJ, REsp 1.191.613-MG, 1ª Turma, Rel. Min. Benedito Gonçalves, 19-03-2015, v.u., DJe 17-04-2015;
STJ, REsp 1.249.531-RN, 2ª Turma, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, 20-11-2012, v.u., DJe 05-12-
2012; STJ, REsp 1.169.762-RN, 2ª Turma, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, 10-08-2010, v.u., DJe 10-
09-2010.
49
STJ, CC 100.862-MG, 1ª Seção, Rel. Min. Castro Meira, 10-06-2009, v.u., DJe 18-06-2009.
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DIREITO ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL
50
MARTINS JUNIOR, Wallace Paiva. Probidade administrativa, pp. 346-349, n. 53.
51
FERRARESI, Eurico. Improbidade administrativa: Lei 8.429/92 comentada, p. 139.
52
STJ, REsp 1.019.955-SP, 2ª Turma, Rel. Min. Castro Meira, 16-06-2009, v.u., DJe 29-06-2009.
53
MARTINS JUNIOR, Wallace Paiva. Probidade administrativa, pp. 346-349, n. 53.
30
ENCICLOPÉDIA JURÍDICA DA PUCSP
DIREITO ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL
54
MIRANDA, Francisco Cavalcanti Pontes de. Comentários à Constituição de 1967, t. V, pp. 196-200;
FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Comentários à Constituição brasileira, pp. 602-603; MELLO
FILHO, José Celso de. Constituição Federal anotada, pp. 444-445.
55
PAZZAGLINI FILHO, Marino; ROSA, Márcio Fernando Elias; FAZZIO JÚNIOR, Waldo.
Improbidade administrativa, pp. 133-134.
56
ARAÚJO, Edmir Netto de. O ilícito administrativo e seu processo, pp. 231-232.
31
ENCICLOPÉDIA JURÍDICA DA PUCSP
DIREITO ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL
57
MARTINS JUNIOR, Wallace Paiva. Probidade administrativa, pp. 369-370, n. 57.
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ENCICLOPÉDIA JURÍDICA DA PUCSP
DIREITO ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL
58
MARQUES, Silvio Antonio. Improbidade administrativa: ação civil e cooperação jurídica
internacional, p. 135.
59
Fábio Medina Osório. Improbidade administrativa: observações sobre a Lei 8.429/92, p. 173.
60
MARTINS JUNIOR, Wallace Paiva. Probidade administrativa, pp. 370-374, n. 58.
61
Juarez Freitas. O controle dos atos administrativos e os princípios fundamentais, p. 118.
62
SOBRANE, Sérgio Turra. Improbidade administrativa: aspectos materiais, dimensão difusa e coisa
julgada, pp. 160-161.
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que ela tem natureza sancionatória e não ressarcitória,63 enquanto Silvio Antonio Marques
a considera indenizatória.64
Não se deve olvidar que a tutela de interesses transindividuais abrange também
o dano moral, como esclarece a Lei 7.347/1985. Por isso, a multa civil é própria para
punição do dano moral pela prática de ato improbidade administrativa, cumulada ou não
com o ressarcimento de dano material.
Ela tem alíquota e base de cálculo variável, conforme a espécie de improbidade
administrativa praticada. Esta multa é receita extratributária da entidade interessada (art.
1º), fixada nos limites máximos e mínimos, segundo os critérios de dosimetria do
parágrafo único do art. 12, sendo revertida para o patrimônio da entidade interessada.65
63
FERRARESI, Eurico. Improbidade administrativa: Lei 8.429/92 comentada, p. 146.
64
MARQUES, Silvio Antonio. Improbidade administrativa: ação civil e cooperação jurídica
internacional, p. 136.
65
MARTINS JUNIOR, Wallace Paiva. Probidade administrativa, pp. 370-374, n. 58.
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seja sócio majoritário, de modo que é plenamente cabível nos casos de sucessão
societária, consórcios, sociedade em conta de participação etc. Embora seja aplicável à
pessoa jurídica também, nada impede sua incidência sobre seus sócios com o emprego da
teoria da desconsideração da personalidade jurídica. Assim como não se impede aplicação
da desconsideração inversa, tal como prevista no Código de Processo Civil (art. 133, §
2º) e cujos contornos foram fixados pela jurisprudência.66 Se na desconsideração se
alcança a pessoa física porque a pessoa jurídica é o artifício para a prática de ilícitos e não
tem bens para responder, na desconsideração inversa se atinge a pessoa jurídica porque a
prática de ilícitos é imputável ao administrador que é insolvente.
A sanção prevista no art. 12 da Lei 8.429/1992 aplica-se tanto a agentes públicos,
quanto a particulares e se projeta em qualquer nível administrativo (federal, estadual ou
municipal),67 mas, adverte a literatura, que, no tocante ao fomento público, veda somente
a outorga de benefícios e incentivos fiscais ou creditícios condicionados e especiais, e
não os gerais e incondicionados.68 No tocante à contratação com o Poder Público a lei
utiliza fórmula que inibe tanto a participação em qualquer modalidade de licitação quanto
o recurso a qualquer forma de contratação (ou convenção em sentido amplo).
66
“III – A desconsideração inversa da personalidade jurídica caracteriza-se pelo afastamento da autonomia
patrimonial da sociedade, para, contrariamente do que ocorre na desconsideração da personalidade
propriamente dita, atingir o ente coletivo e seu patrimônio social, de modo a responsabilizar a pessoa
jurídica por obrigações do sócio controlador. IV – Considerando-se que a finalidade da disregard doctrine
é combater a utilização indevida do ente societário por seus sócios, o que pode ocorrer também nos casos
em que o sócio controlador esvazia o seu patrimônio pessoal e o integraliza na pessoa jurídica, conclui-se,
de uma interpretação teleológica do art. 50 do CC/02, ser possível a desconsideração inversa da
personalidade jurídica, de modo a atingir bens da sociedade em razão de dívidas contraídas pelo sócio
controlador, conquanto preenchidos os requisitos previstos na norma. V – A desconsideração da
personalidade jurídica configura-se como medida excepcional. Sua adoção somente é recomendada quando
forem atendidos os pressupostos específicos relacionados com a fraude ou abuso de direito estabelecidos
no art. 50 do CC/02. Somente se forem verificados os requisitos de sua incidência, poderá o juiz, no próprio
processo de execução, ‘levantar o véu’ da personalidade jurídica para que o ato de expropriação atinja os
bens da empresa” (STJ, REsp 948.117-MS, 3ª Turma, Rel. Min. Nancy Andrighi, 22-06-2010, v.u., DJe
03-08-2010, RT 901/169).
67
MARTINS JUNIOR, Wallace Paiva. Probidade administrativa, pp. 370-374, n. 58.
68
SOBRANE, Sérgio Turra. Improbidade administrativa: aspectos materiais, dimensão difusa e coisa
julgada, p. 164.
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DIREITO ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL
REFERÊNCIAS
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Revista dos Tribunais, 1994.
ATALIBA, Geraldo. República e Constituição. 2. ed. São Paulo: Malheiros
Editores, 1998.
DAL POZZO, Antonio Araldo Ferraz; DAL POZZO, Augusto Neves; DAL
POZZO, Beatriz Neves; FACCHINATTO, Renan Marcondes. Lei Anticorrupção:
apontamentos sobre a Lei nº 12.846/2013. 2. ed. São Paulo: Contracorrente, 2015.
FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Comentários à Constituição brasileira.
5 ed. São Paulo: Saraiva, 1984.
FERRARESI, Eurico. Improbidade administrativa: Lei 8.429/92 comentada.
Rio de Janeiro: Forense, 2011.
FREITAS, Juarez. Do princípio da probidade administrativa e sua máxima
efetivação. Revista de direito administrativo, v. 204, abr./jun., 1996.
__________________. O controle dos atos administrativos e os princípios
fundamentais. São Paulo: Malheiros Editores, 1997.
GARCIA, Emerson; ALVES, Rogério Pacheco. Improbidade administrativa. 4.
ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008.
MARQUES, Silvio Antonio. Improbidade administrativa: ação civil e
cooperação jurídica internacional. São Paulo: Saraiva, 2010.
MARTINS JUNIOR, Wallace Paiva. Probidade administrativa. 4. ed. São
Paulo: Saraiva, 2009.
MELLO, Cláudio Ari. Improbidade administrativa - Considerações sobre a Lei
nº 8.429/92. Cadernos de direito constitucional e ciência política, v. 11, abr./jun., 1995.
MELLO FILHO, José Celso de. Constituição Federal anotada. 2 ed. São Paulo:
Saraiva, 1986.
MIRANDA, Francisco Cavalcanti Pontes de. Comentários à Constituição de
1967. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1987. Tomo V.
PAZZAGLINI FILHO, Marino; ROSA, Márcio Fernando Elias; FAZZIO
JÚNIOR, Waldo. Improbidade administrativa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1998.
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