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UNIVESIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO – UENF

CENTRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA – CCT


ENGENHARIA CIVIL

DENISE FERREIRA DIAS (20201100075)

RELATÓRIO 1: ENSAIO DE GRANULOMETRIA


Ensaios Laboratoriais

Campos dos Goytacazes – RJ


2023
DENISE FERREIRA DIAS (20201100075)

RELATÓRIO 1: ENSAIO DE GRANULOMETRIA

Relatório apresentado à
disciplina de Mecânica dos
Solos I, do curso de Engenharia
Civil da UENF, como requisito
parcial de avaliação.

Campos dos Goytacazes – RJ


2023
1. INTRODUÇÃO

O solo compõe a crosta terrestre e é proveniente da ação do intemperismo em


diferentes rochas. Para a engenharia civil, o solo é o local no qual todas as
construções serão apoiadas, e para tal, o seu estudo é imprescindível. Conhecer um
solo no qual será apoiada uma construção é essencial para que haja uma construção
segura e que atenda a todos objetivos impostos. Para isso, são realizados teste no
campo e/ou laboratoriais. Nos laboratórios, são feitos ensaios com base em amostras
retiradas do campo. Essas amostras podem ser indeformadas, ou seja, guardam
características físicas, como estrutura e umidade do solo; ou deformadas, isto é, o
solo retirado é fragmentado.
Os ensaios realizados nas aulas utilizaram-se de amostras deformáveis. Estas, se
estiverem muito úmidas, devem ser secas ao ar. Além disso, as amostras precisam
ser reduzidas mantendo a proporção de grãos. Para isso, é feito o quarteamento das
amostras. São separados 1500g de material tratando-se de pedregulhos e/ou arenoso
por amostra. Por sua vez, solos argilosos e siltosos, 2000g, por amostras. Essas
quantidades são determinadas por norma e estão atreladas ao diâmetro dos grãos.
Esses procedimentos são para obter-se amostras homogêneas, representativas e
suficientes.

2. OBJETIVO

Nesse relatório será descrito o ensaio de granulometria, além dos ensaios para
determinação da umidade higroscópica e densidade real dos grãos.

3. DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA

A distribuição granulométrica, ou também chamado de ensaio de granulometria,


consiste em determinar a quantidade de grãos em cada faixa de tamanhos de
partículas, desde argilas à pedregulhos. É normatizada pela ABNT NBR 7181 – Solo
– Análise Granulométrica. Para solos com fração grossa, apenas o peneiramento é
suficiente. Para solos com fração fina, como siltes e argilas, é realizada a
sedimentação. No geral, como os solos são compostos de todas as frações, são
realizadas as duas etapas em conjunto.
O início desse ensaio consiste em passar a amostra na peneira 10 para separar o
material fino do material grosso. Caso necessário, realizar o destorroamento no
almofariz com a mão de gral. Após isso, o material retido é lavado na peneira 10, e do
material passante é retirado uma parte para lavagem na peneira 200, visando retirar
partículas argilosas que ficam presas no material grosso. Separados o material fino
do grosso, colocar em estufa para secagem por 24 horas com temperatura de 100°C
± 5°C. Nessa fase também costuma-se separar amostras para determinação de
umidade.
Como comentado, o peneiramento se divide em fino e grosso. O peneiramento
grosso é feito com as peneiras com malhas maiores que 2mm de diâmetro (peneiras
números 1 ½”, 1”, ¾”, 3/8”, 5/16”, ¼”, 4, 8 e 10, ordem decrescente). O peneiramento
fino é feito com as peneiras números 20, 40, 60, 100, 200 (ordem decrescente).
Realiza-se o peneiramento e pesa-se o material retido em cada peneira.
Posteriormente, é calculado o percentual e monta-se a curva granulométrica.
O material passado na peneira 10 pode ainda passar por um processo de
sedimentação para determinar a porcentagem de grãos em diâmetros inferiores ao da
peneira 200. A sedimentação é feita deixando a amostra por pelo menos 12 horas, em
125ml de uma solução a base de hexametafosfato de sódio, no qual tem objetivo de
dissipar as partículas. Passado esse tempo, o material mais a solução são colocados
em um copo do dispersor de solos por 15 minutos. Posteriormente, verte-se esse copo
em uma proveta de 1000ml e completa com água destilada. Nesse momento, são
realizados os ciclos de rotação por 1 minuto. A partir daí, são realizadas as leituras
com o densímetro, nos tempos de 15s, 30s, 60s, 120s, 240s, 480s, 900s, 1800s,
3600s, 7200s, 14400s, 28800s e 86400s. Esse ensaio de sedimentação é baseado
na Lei de Stoke, que relacionada a velocidade de queda das partículas, o peso
específico do material, o peso específico do fluido e o diâmetro da partícula.
Vale ressaltar a importância de realizar o destorroamento, a utilização da
solução defloculante e da mistura mecânica. Todos esses processos são essenciais
para separação das partículas, combatendo a agregação que ocorre naturalmente.
Com o resultado desse ensaio, pode-se classificar o solo como uniforme, bem
graduado ou mal graduado. Essa determinação é importante pois influencia
diretamente o empacotamento e a resistência do solo. Além disso, impacta no tipo de
solo que se trata, e o comportamento ao receber uma estrutura.
4. UMIDADE HIGROSCÓPICA

A umidade higroscópica representa a quantidade de água no solo após secagem


ao ar. Esse parâmetro é determinado através da pesagem da cápsula vazia (Mcv),
pesagem da cápsula com a amostra apenas seca ao ar (solo úmido) (Msu) e, após
levar para a estufa por 24 horas a uma temperatura de 105°C, pesagem da cápsula
com o solo seco (Mss). A umidade higroscópica (h) é dada pela Equação 1.
𝑀𝑠𝑢 − 𝑀𝑠𝑠
ℎ= (1)
𝑀𝑠𝑠 − 𝑀𝑐𝑣

Vale ressaltar que esse ensaio é feito em duplicadas para certificação dos
resultados, no qual a média confere a umidade higroscópica. Além disso, as cápsulas
devem ser devidamente identificadas para que não haja erros.

5. DENSIDADE REAL DOS GRÃOS

A partir da densidade real dos grãos podemos compreender o comportamento real


do volume sólido do solo, sem considerar os vazios ocupados pelo ar e pela água. A
norma DNER-ME 093/64 rege esse ensaio. A determinação desse parâmetro utiliza-
se de picnômetros. Estes devem ser devidamente calibrados, ou seja, terem a massa
determinada do conjunto picnômetro mais água na temperatura usada no ensaio.
Esse ensaio consiste em pesar uma porção de material e colocar no picnômetro,
posteriormente, adicionar água destilada até preencher a metade do picnômetro. A
partir daí, o picnômetro é aquecido para garantir a remoção de todo ar presente no
solo. Após isso, completa-se o picnômetro com água destilada e pesa o conjunto
(picnômetro + solo + água). Por fim, retira-se todo material do picnômetro e preenche
com água destilada, e realiza a pesagem (picnômetro + água). A densidade real dos
grãos é dada pelo quociente entre a massa do solo seco e a diferença das massas de
água no picnômetro apenas com o líquido e do picnômetro com líquido mais solo. Ou
seja, a massa de água que foi ocupada pelo solo. A Equação 2 apresenta o cálculo
da Densidade Real dos Grãos (retirada da norma).
𝑃2 − 𝑃1
𝐷= (2)
(𝑃4 − 𝑃1 ) − (𝑃3 − 𝑃2 )
Onde:
D – densidade real do solo;
P1 – peso do picnômetro vazio e seco;
P2 – peso do picnômetro mais amostra;
P3 – peso do picnômetro mais amostra, mais água;
P4 – peso do picnômetro mais água;

6. CONCLUSÃO

Dado o exposto, os ensaios de granulometria, umidade hidroscópica e densidade


real dos grãos são essenciais para caracterização e classificação do solo, visando a
utilização de técnicas assertivas para sua funcionalidade.
A partir do que foi desenvolvido em sala, segue em anexo a curva granulométrica
do solo trabalhado e as tabelas referentes a umidade higroscópica e a densidade real
dos grãos.

7. REFERÊNCIAS

DNER – ME 093/64 – “Densidade real dos solos”.

NBR 6457 – ABNT – “Amostras de Solo – Preparação para Ensaios de


Compactação e Ensaios de Caracterização”.

NBR 7181 – ABNT – “Solo – Análise Granulométrica”.

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