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ADPP INSTITUTO POLITÉCNICO DE NACALA

RESULTADO DE APRENDIZAGEM (2)

Laboratório de Solos

É o órgão encarregado do controle de qualidade e da assistência técnica à execução de obras de terra,


desde o reconhecimento até a sua conclusão.

Amostra

Amostra é uma parte ou uma porção de um solo que permite conhecer através de ensaios a qualidade
do mesmo.

Importância da amostragem do solo

Então, para iniciarmos nosso estudo sobre os tipos de amostragem do solo, precisamos falar sobre a
importância desse procedimento.

Então, você deve lembrar que todo ensaio se inicia com uma amostra de solo.

Logo, podemos dizer que a amostragem do solo é a fase preliminar de ensaios laboratoriais de
solos.

Então, resumindo, qual é a importância da amostragem do solo?

Podemos dizer que para que haja a correta caracterização do solo por meio dos ensaios laboratoriais
é indispensável que a amostragem seja feita de maneira precisa!

Agora que já falamos um pouco sobre a importância da amostragem, vamos descrever mais a fundo
os dois tipos de amostras que são utilizados nos laboratórios de geotecnia:

• Deformadas;

• Indeformadas.

Amostras deformadas

Como o nome sugere, amostras deformadas são representações do solo desagregado.

Embora tal solo seja desagregado, esse tipo de amostra é muito utilizado na prática. A partir desse
tipo de amostragem é possível realizar os seguintes estudos do solo:

• Identificação tátil e visual do solo;

• Ensaios de granulometria, limites de consistência (liquidez e plasticidade);

• Ensaio de compactação do solo;

CV3 em Construção Civil. III Bloco. Modulo: Efectuar análises de materiais granulados .
Código: UC CCA0130111171. 2023. Formador: Ruben Reis
ADPP INSTITUTO POLITÉCNICO DE NACALA

Além disso, ainda pode ser utilizado quando se quer estudar parâmetros como permeabilidade
resistência a cisalhamento do solo, mas não em condições in situ, visto que esse estudo é feito a
partir de amostras indeformadas!

Retirada de amostras deformadas

Para iniciarmos a retirada das amostras deformadas é necessário inicialmente fazer uma limpeza
superficial do terreno em que se fará a amostragem.

Então, devem ser retiradas plantas, raízes, impurezas e qualquer material que seja estranho ao solo.

Após essa etapa de limpeza, pode-se de fato começar a retirada das amostras.

Nessa etapa é muito importante que você saiba de qual profundidade do solo será sua amostra.

Caso sua amostragem seja muito superficial, de até 1,0m a 1,5m, é possível fazer o avanço
(escavação) até tal profundidade utilizando pás e picaretas e, então, retirar a amostra da
profundidade desejada.

Porém, caso a amostragem seja de uma profundidade maior, torna-se trabalhoso e inviável realizar o
avanço por meio de pás e picaretas. Então, para esses casos são indicados o uso de trados (cavadeira
ou helicoidal).

Trado cavadeira para retirada de amostras

Se o solo apresentar boa coesão e, assim, não necessitar de tubo de revestimento durante a escavação,
pode ser realizada a escavação com o trado cavadeira.

Porém, caso tenhamos um solo pouco coesivo ou muito mole, faz-se necessário o uso de um tubo de
revestimento para escavação e é indicado o trado helicoidal.

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Trado Helicoidal

Para profundidades superiores a 6,0m, sempre é indicado o uso de trado helicoidal com tubo
de revestimento para o solo.

Após a coleta das amostras, as mesmas devem ser colocadas em sacos plásticos e precisamente
identificadas com:

• Local da amostragem;
• Data da amostra;
• Profundidade da amostra;
Amostras indeformadas

As amostras indeformadas não devem realizar ruptura ou mudança na estrutura, composição mineral,
textura e teor de umidade do solo do local da amostragem.

Para isso, o processo de retirada do amostra indeformada é mais complexo que o de amostras
deformadas.

As amostras indeformadas são utilizadas para caracterizar o solo in situ. Logo, características como
índices físicos, permeabilidade e resistência ao cisalhamento do solo in situ podem ser obtidas através
de amostras indeformadas.

Usualmente, dividimos a retirada de amostras indeformadas em dois tipos principais, de acordo com
a cota da retirada da amostra:

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• Indeformada de superfície;

• Indeformada em profundidade;

As amostras indeformadas em profundidade não são tão usuais e seu processo de retirada é
relativamente simples, sendo o mesmo realizado em sondagens de reconhecimento, modificando
apenas o amostrador, sendo o mais utilizado na prática o amostrador Shelby.

A seguir, vamos nos aprofundar nas amostras indeformadas de superfície, que são mais usuais na
prática.

Amostra indeformada de superfície

Esse tipo de amostra é retirada próximas à superfície natural do solo, ou pelo menos, a alguma
superfície de fácil acesso, sendo geralmente utilizados cilindros ou escavações, com utilização de
caixas metálicas para tal retirada da amostra.

Como citado anteriormente, a coleta de amostras é bem mais criteriosa que a coleta de amostras
deformadas. A seguir, temos um pequeno resumo do passo-a-passo para a coleta de amostras
indeformadas de superfície.

Retirada da amostra

1. É aberto um poço com diâmetro suficiente para que um operário consiga trabalhar
confortavelmente. Esse poço deve ser escavado até uma cota 10 cm acima da cota desejada
da amostra.

2. Com a caixa metálica, deve-se marcar no fundo do poço a área da amostra a ser retirada e,
então, o solo ao redor dessa área é removido com cuidado, até que o topo da caixa chegue na
cota zero. Pelo processo executivo, deve haver uma pequena sobra de solo acima da caixa, de
aproximadamente de 3 cm.

Início da amostragem de solo indeformado


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1. Nesse ponto, deve-se retirar o solo abaixo da caixa e, se possível, o excesso de solo acima da
caixa e, então, é aplicada uma camada de parafina no topo e na base do bloco.

2. Só então, as laterais da caixa são retiradas e é aplicada uma camada de parafina nas laterais
do bloco, geralmente reforçando as arestas.

3. Tais camadas de parafina servem para garantir que não haverá troca de umidade com o meio
externo e que a umidade do solo in situ será mantida na amostra.

4. A fim de tentar manter a estrutura do solo intacta, é indicado que o bloco seja revestido por
algum pano poroso e coberto por uma segunda camada de parafina ao redor de todo o bloco.

Amostra indeformada de solo finalizada

Então, a amostra indeformada de superfície está preparada para ser enviada ao laboratório.
Lembrando que deve haver muito cuidado no transporte até o laboratório e, que uma vez estando no
laboratório, deve permanecer em uma câmara húmida até sua utilização.

Preparação de amostras de solo para ensaios laboratoriais.


Após a recepção das amostras consideradas com a etapa que antecede a realização dos ensaios
laboratoriais de solos. O processo consiste na secagem, destorar, esquartelar, pesar e peneirar a
amostra para o final das operações dessa etapa, obter-se uma quantidade suficiente, homogénea e
respetiva do solo a ser ensaiado.
A primeira etapa do processo de preparação das amostras que é a secagem, poderá ser feita de
principais formas:
Exposição ao ar livre, a amostra é espalhada em áreas abertas e em contacto com o ar como mostra a
figura abaixo.

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Secagem de amostras ao ar livre.

A amostra é colocada em estufa por um período de 12 horas, a uma temperatura máxima de 60 oC.
Neste caso, esta alternativa só poderá ser empregada se houver o conhecimento de que a temperatura
não mudará as características do material.
Responde como a segunda etapa, destorroamento da amostra que tem como finalidade de desagregar
as partículas menores das partículas maiores do solo. Faz-se de uma maneira que não reduza o
tamanho natural das partículas.
Um processo pelo qual, se extrai das amostras total, uma amostra menor, homogéneo e respetiva da
amostra a ser ensaiada, designa-se por esquartejamento. O esquartejamento faz-se com amostras
destorada, podendo ser auxiliado por um repartidor de amostras.
A amostra é colocada numa superfície plana e limpa, misturada intensamente com auxilio de uma pá
ou colher dependendo da quantidade da amostra a ser preparada, após essa mistura, junta-se e em
seguida é dividida em quatro partes iguais, fazendo duas diagonais sendo uma vertical e outra
horizontal com auxilio da régua metálica. Descartam-se duas partes situadas diametralmente,
misturando-se o material restante e repetindo-se o processo de esquartelamento até obter-se uma
amostra homogénea com o peso necessário aos ensaios.
Colocação de amostra no recipiente. Colocação de amostra no repartidor.

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Pesagem, para este caso, a amostra representativa obtida no esquartelamento deverá ser pesada,
dependo da exigência do tipo de ensaio a ser executado.

Pesagem da amostra a ensaiar.

A última etapa é peneiramento da amostra, este processo é o processo de preparação da amostra, o


material já separado para os diferentes ensaios, se ainda existir algumas partículas maiores, procede-
se a mais um destorroamento para desagregar todos torrões de modo a assegurar a retenção na peneira
somente dos grãos maiores que a abertura da malha.
Peneiramento da amostra a ensaiar.

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Referencias bibliográficas

Almeida, G. C. (2005 ). Caracterização Física e Classificação dos Solos. Universidade Federal de


Juiz de Fora.
Braja, M. D. (1996 ). Fundamentos de Engenharia Geotécnica. Thomson Learning, 2007.

Caputo, H. P. (1988). Mecânica dos Solos e suas Aplicações. (6 ed.). Rio de Janeiro: Livros Técnicos
e Científicos Editora.

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