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CIV630 – ESTUDO DOS SOLOS – ENSAIOS DE LABORATÓRIO

AULA PRÁTICA 1 - IDENTIFICAÇÃO VISUAL E TÁCTIL

INTRODUÇÃO

O solo é um dos materiais cujas propriedades são estudadas ao longo do curso de


Engenharia Civil, assim como o aço e o concreto. Enquanto o aço e o concreto podem ser
considerados homogêneos, em face de um processo de fabricação que permite controlar tanto
a qualidade quanto a quantidade de seus componentes, o solo é um material heterogêneo,
pois que, nenhum processo de controle ocorre durante a sua formação. Devido a essa não
homogeneidade é que se pode afirmar serem os solos materiais pontualmente diferentes,
originando disso a importância dos resultados de ensaios, tanto in situ quanto em
laboratório, e o reconhecimento de que a Mecânica dos Solos é uma ciência cujos dados
devem ser obtidos, de preferência, experimentalmente.

Os ensaios in situ e em laboratório apresentam, cada um deles, vantagens e


desvantagens.

Em um ensaio in situ, o resultado leva em consideração as características estruturais


do solo, suas eventuais descontinuidades, o que pode não acontecer em um ensaio de
laboratório em face das dimensões reduzidas dos corpos de prova.

No laboratório pode-se ter um maior controle das condições limites do ensaio, do


material ensaiado e da precisão das medidas realizadas, além da possibilidade de se
repetir aqueles ensaios cujos resultados forem considerados não satisfatórios.
Um outro fator a ser levado em conta é o econômico, com os ensaios in situ sendo
mais caros do que os correspondentes ensaios de laboratório, mesmo com o custo adicional
de obtenção de amostras indeformadas

1.1 – TIPOS DE AMOSTRAS

O solo pode ser definido como todo material encontrado na superfície da crosta
terrestre, podendo ser facilmente removido por uma ferramenta qualquer e formado por um
conjunto discreto de partículas (geralmente minerais, mas algumas vezes, contendo matéria
orgânica) e quantidade variáveis de um líquido e um gás, geralmente, água e ar.

Em função do tamanho das partículas, os solos podem ser divididos em dois grupos:
solos grossos ou materiais granulares (areias e pedregulhos) e solos finos (argilosos e
siltosos), propriamente ditos.

 Solos Grossos – mais de 50%, em massa, das partículas são visíveis a


olho nu. O tamanho das partículas estão entre 0,075mm e 76mm;

 Solos Finos – mais de 50%, em massa, das partículas passam na


peneira de malha 0,075mm e estes não são visíveis a olho nu.

Quanto à origem das partículas, os solos podem ser orgânicos ou inorgânicos.


1.2 – EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS

Em um laboratório de Mecânica dos Solos, dois conjuntos de instrumentos são


usados, tanto na realização dos ensaios quanto na medida das grandezas para obtenção dos
resultados: os equipamentos e os acessórios.

• Equipamentos: podem ser distribuídos, conforme sua utilização, em geral ou


específica:

→ De uso geral:
balanças, estufas, dispersores, bombas de vácuo, tornos de talhagem de corpos
de prova, etc.

→ De uso específico:
prensas (ensaios de resistência ao cisalhamento ou de consolidação),
picnômetros, conjuntos de compactação, permeâmetros, etc.

• Acessórios: espátulas, cápsulas de alumínio ou de porcelana, paquímetros,


densímetros, defletômetros, etc.

Durante a realização das medidas, deve-se tomar sempre muito cuidado para se evitar
os erros acidentais, provenientes de descuidos, e os erros sistemáticos por defeitos dos
instrumentos. As recomendações seguintes podem levar a diminuir erros acidentais:

• a prancheta e a folha de ensaio devem permanecer sempre junto do operador;


• não conversar durante a realização da medida e sua anotação na folha de ensaio;
• certifique-se antes da capacidade e da resolução do seu instrumento de medida;
• verifique se não há corrente de ar sobre a balança e se ela está nivelada;
• para instrumentos que necessitam de calibração, verificar se foi feita e se ainda está
correta;
• verificar as condições de limpeza dos instrumentos;
• escrever os números com clareza na folha de ensaio.

1.3 – RESULTADO DE ENSAIOS

Quase todos os ensaios da Mecânica dos Solos se encontram, atualmente,


normatizados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e elas devem ser
respeitadas para que os resultados obtidos possam ser comparados com aqueles obtidos em
outros laboratórios sob as mesmas condições.
CLASSIFICAÇÃO TÁCTIL-VISUAL DOS SOLOS

A identificação de um solo, através de testes rápidos e sem a utilização de equipamentos, é


de grande importância para a engenharia geotécnica, pois poderá ser realizada no campo e sem a
necessidade das instalações de um laboratório. Ela tem o particular interesse em agrupar solos com
características semelhantes permitindo definir o tipo e número de ensaios necessários a sua
caracterização de um modo mais correto.

ABNT NB-617 – normatiza o procedimento para a identificação das amostras obtidas em uma
sondagem de simples reconhecimento.

ASTM D-2488 – descreve os procedimentos necessários à identificação e descrição dos vários tipos
de solos, de uma forma mais geral.

Além da identificação do solo através dos testes visuais e tácteis, devem-se apresentar
informações suplementares, sempre que possível, quanto às características geológicas, pedológicas
e termos regionais usados na área em estudo, bem como, a presença de materiais não pertencentes
ao solo, a existência de vazios macroscópicos, raízes, etc.

1.0 EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS

• peneiras de aberturas 4,8mm (#4) e 0,075mm (#200)


• bisnaga de borracha
• recipientes de vidro
• facas e espátulas
• lentes de aumento
• cápsulas de alumínio
• cápsulas de porcelana
• dessecador
• bandeja metálica
• destorroador de madeira

2.0 PROCEDIMENTOS PARA IDENTIFICAÇÃO TÁCTIL-VISUAL

2.1 Teste visual e táctil 2.2 Teste de sujar as mãos

2.3 Teste de desagregação do solo


2.4 Teste de resistência do solo seco
submerso
2.6 Teste de mobilidade da água
2.5 Teste de dispersão em água
intersticial
Esses testes são simples e um tanto rudimentares, contudo eles são de valor inestimável, por
isso devem ser feitos com critério. A análise visual e Tátil consta essencialmente de identificarr:

1 – a ocorrência ou não de matéria estranha ao solo (raízes, pequenas conchas, matéria


orgânica, etc.); 2 – a cor natural da amostra; 3 – o teor de umidade; 4 – materiais reconhecíveis, no
caso de solo granular; 5 – odores estranhos; 6 – granulometria.

Essa sequência é praticamente simultânea e praticamente não exige equipamento, exigindo


sim, uma grande experiência no reconhecimento e trato com o solo.

Com excessão da granulometria, todas as observações são imediatas. A classificação


granulométrica usando-se equipamentos simples, além do tato, visão e experiência, é a mais difícil e
por isso existem alguns testes básicos que são usados como procedimento de rotina no
reconhecimento das amostras.

3.0 PROCEDIMENTO

3.1 Teste visual e tátil

Misturando-se uma pequena quantidade de solo com água, sabe-se que:

• as areias são ásperas ao tato, apresentam partículas visíveis a olho nu e permitem


muitas vezes o reconhecimento de minerais;
• o silte é menos áspero do que a areia, mas perceptível ao tato. Entre siltes grossos
e areia fina, a distinção é praticamente impossível, a não ser com o auxílio de outros testes;
• as argilas, quando misturadas com água e trabalhadas entre os dedos, apresentam
uma semelhança com pasta de sabão escorregadia; quando secas, os grãos finos das
argilas, proporcionam ao tato, a sensação de farinha.

3.2 Teste de sujar as mãos

Faz-se uma pasta de solo com água e esfrega-se na palma das mãos, colocando-se, em
seguida, sob água corrente:
• o solo mais arenoso lava-se facilmente, isto é, os grãos de areia limpam-se
rapidamente das mãos;
• o solo mais siltoso só se limpa depois que bastante água correu sobre as mãos,
sendo necessário sempre alguma fricção para a limpeza total;
• o solo mais argiloso distingue-se pela dificuldade de se desprender da palma das
mãos, porque os grãos, muito finos, impregnam-se na pele, sendo necessário friccionar
vigorosamente para a palma da mão se ver livre da pasta.

3.3 Teste de desagregação do solo submerso

Coloca-se um torrão de solo em um recipiente contendo água, sem deixar o torrão imerso por
completo. A desagregação da amostra é rápida quando os solos são siltosos e lenta quando os solos
são argilosos.
3.4 Teste de resistência do solo seco

Uma amostra de solo seco agregado pode apresentar grande, média ou nenhuma resistência,
quando se tenta desfazê-la entre os dedos. Isso indica, respectivamente, uma grande coesão, dos
solos argilosos; pouca coesão para os solos siltosos e nenhuma coesão para os solos arenosos.

3.5 Teste de dispersão em água

Para esse teste, o solo deve estar completamente desagregado, e por isso, devem-se
desfazer os torrões com o auxílio de almofariz e da mão de borracha.
Deve-se tomar especial cuidado com os agregados de solos finos, porque estes são muitas
vezes resistentes à desagregação mecânica feita pelo almofariz e mão de borracha, sendo
necessário, para uma separação perfeita dos grãos, a adição de defloculantes.
Coloca-se uma pequena quantidade da amostra de solo destorroado, numa proveta com
água; agita-se o conjunto, provocando assim uma dispersão homogênea do solo na água. Deixa-se
em repouso e observa-se o tempo de deposição da maior parte de partículas constituintes da
amostra:
• os solos mais arenosos assentam suas partículas em 30 a 60 segundos;
• os solos siltosos em 15 a 60 minutos;
• os solos argilosos podem levar horas em suspensão.

3.6 Teste da mobilidade da água intersticial

Faz-se uma mistura homogênea de solo e água, até a consistência de pasta, sem chegar ao
estado de lama. Coloca-se essa pasta na palma de uma das mãos em concha, e com o auxílio da
outra mão, provocam-se vibrações na pasta de solo. A reação a esse movimento é o aparecimento
de uma superfície úmida e brilhante, na pasta de solo com a mão em concha. A seguir, abre-se a
mão, o que provocará o aparecimento de fissuras e o ressecamento aparente da superfície da pasta.

O tempo de reação da massa de solo, isto é, sob as vibrações, se rapidamente assume um


aspecto liso e brilhante, indica a presença de maior porcentagem de partículas grossas. Também ao
se abrir a mão, se o solo rapidamente se fissura e torna a absorver a água superficial, indica a
facilidade de movimento da água através das partículas ou presença de solos grossos.

A reação lenta, tanto no aparecimento da superfície brilhante, como na fissuração reduzida,


indica a presença de solos finos, ou seja, indica a dificuldade de movimentação das partículas de
água aderentes ou coesas às partículas de solo.
AULA PRÁTICA 1 - IDENTIFICAÇÃO VISUAL E TÁCTIL

Nome: Matrícula:
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Nome: Matrícula:
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Utilize os testes apresentados e identifique cada uma das cinco amostras de solo, com
os dados obtidos ao final dos testes e conclua com o tipo de solo predominante.

Amostra 1
Teste visual e tátil –

Teste de sujar as mãos –

Teste de desagregação do solo submerso –

Teste de resistência do solo seco –

Teste da mobilidade da água intersticial –

Amostra 2
Teste visual e tátil –

Teste de sujar as mãos –

Teste de desagregação do solo submerso –

Teste de resistência do solo seco –

Teste da mobilidade da água intersticial –

Amostra 3
Teste visual e tátil –

Teste de sujar as mãos –

Teste de desagregação do solo submerso –

Teste de resistência do solo seco –

Teste da mobilidade da água intersticial –

Amostra 4
Teste de dispersão em água –

Amostra 5
Teste de dispersão em água –

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