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Antonio Quinet
O termo estilo se origina do grego stylus: um instrumento pontudo de metal, punção que
serve para furar ou gravar. Esse aspecto presente em sua etimologia nos indica sua
característica de marca, corte, furo, e nos servirá para situar o estilo do analista.
A estilística, que pretende ser uma ciência dos registros das línguas, desenvolveu-se sob
a égide da lingüística. Ela se esforça para definir o estilo como conceito operatório e
dele nos fornece ao menos dois significados: i) o estilo como instrumento de
generalização; o estilo designa aqui um sistema de meios e regras prescritos ou
inventados, e utilizados na produção de uma obra, por exemplo, o estilo barroco, o estilo
colonial, o estilo art nouveau etc.; ii) o estilo como instrumento de singularização,
definindo uma propriedade ou qualidade de alguém, em geral um artista de quem se
pode dizer “ele tem um estilo”.
Na estilística, há os que têm o estilo e os que não o têm. Se nesta o estilo é considerado
uma virtude singular e um índice de reconhecimento, na psicanálise a proposta é outra:
a psicanálise admite a vertente do estilo como instrumento de singularização, porém
dele não faz um instrumento de segregação entre talentosos e não talentosos.
Dito de outro modo, o estilo na estilística é diferenciado segundo o acordo ou desacordo
com um sistema de regras e valores: o acento é posto na anterioridade do sistema.
Quando um sujeito se adapta e segue o sistema organizado que constitui um
determinado estilo, ele se encaixa na generalização deste estilo. Em relação à
singularidade, pode haver uma antecipação de um estilo, como é o caso de alguém que
rompe com o sistema de regras e meios de expressão de um determinado estilo a partir
de seu estilo próprio, inventando um novo estilo que outros seguirão. Neste sentido, o
que se chama de singularização é a ênfase na transgressão do sistema, ou seja, em sua
ruptura e a conseqüente inovação. Em outras palavras, o estilo é pessoal e transgride o
sistema de normas do estilo generalizado.
Esse aspecto nos permite evocar a contribuição de Marie-Jean Sauret, (Sauret, 1996)
que define o Analista da Escola - aquele que demonstrou no dispositivo do passe ter
efetuado a passagem de analisante a analista - como uma objeção ao saber ao saber do
Outro (o Outro da teoria o Outro da psicanálise, o Outra da instituição), ou seja, como
singularidade que rompe com o saber universal. Um analista que se constitui como
objeção ao saber é aquele que põe algo de si na elaboração do saber psicanalítico,
contribuindo com seu estilo próprio para uma inovação de saber. “No poeta, quebra-se o
elo da transmissão: o indivíduo, por instantes, opõe-se à sociedade — consciente ou
inconscientemente — e, com os mesmos processos da língua-social — também
consciente ou inconscientemente — cria seus valores individuais, sua língua-indivíduo:
estilo” (Houaiss, 1948). Contra a opinião corrente, Lacan propôs que essa “língua-
indivíduo” é precisamente, como o estilo na poesia, o que se transmite em psicanálise.
Buffon e Lacan
“O estilo é o próprio homem”, diz Buffon. O estilo é o homem a quem me endereço,
corrige Lacan. (Lacan, 1998 [1966]: 9).Melhor dizendo, o estilo é o Outro: o Outro a
quem eu me endereço como lugar é o mesmo Outro de que recebo minha própria
mensagem de forma invertida. Que Outro é esse senão o Outro do pacto da palavra, o
Outro da fala que também é o Outro do comando?
Podemos desdobrar a afirmação de que o estilo é o Outro em pelo menos duas acepções:
na primeira, pode-se considerar que o Outro social, por exemplo, o Outro da
comunidade dos analistas comanda meu estilo, o que corresponde ao estilo
generalizável não muito longe da moda; na segunda, que se trata do Outro do
Inconsciente, pois o Inconsciente é o discurso do grande Outro. O estilo é efetivamente
tributário das leis do inconsciente: “não há forma de estilo, por mais elaborado que seja,
em que o inconsciente não abunde” (Lacan, 1998[1966]:469).
Assim, o primeiro passo para corrigir Buffon é colocar o Outro lá onde ele coloca o
próprio homem. Buffon situa o estilo tributário do pequeno outro e Lacan inicialmente o
situa articulado ao grande Outro do Inconsciente. No esquema L (Lacan, 1987[1954-5]:
284), a mensagem que o sujeito envia ao outro, ao pequeno outro, é na verdade uma
mensagem que lhe vem do inconsciente como discurso do Outro. Mas como situar o
estilo como estilo do Outro quando nós sabemos que o Outro não existe?
Quando o sujeito chega no final de análise, ele se depara com o ponto de inconsistência
do Outro, lá onde o Outro não responde, deixando o sujeito sem recurso, pois sabe que
do Outro não virá qualquer salvação. O Outro não responde porque não existe e o
sujeito se vê diante da solidão originária, do desamparo. Nesse ponto de inconsistência
do Outro, em que o sentido se perde, e o apelo se esgota, o sintoma perde também o seu
endereçamento ao Outro e aí se reduz a um toco de real.
Por outro lado, o Outro — o Outro da demanda e o Outro do comando com sua
exigência superegóica — se desvanece. O final de análise coloca em questão a
identificação do estilo do sujeito com o estilo do Outro, ou seja, ele suspeita se o estilo
provém mesmo do Outro. Podemos inferir que é esta a razão de Lacan concluir no texto
de Abertura dos Escritos que não é o Outro e sim o objeto a o que responde pela questão
do estilo:
“É o objeto que responde à pergunta sobre o estilo que formulamos logo de saída. A
esse lugar que, para Buffon, era marcado pelo homem, chamamos de queda desse
objeto, reveladora por isolá-lo, ao mesmo tempo, como causa do desejo em que o
sujeito se eclipsa e como suporte do sujeito entre verdade e saber” (Lacan, 1998,
[1966]:11)
O estilo não é o próprio homem. O estilo não é o Outro. O estilo é o objeto a, causa de
desejo. Se é possível remeter o estilo ao Outro da linguagem, isto se deve à articulação
entre o gozo e o significante, como veremos adiante. Em psicanálise, a questão do estilo
se articula tanto com a verdade quanto com o saber.
Se o estilo que advém numa análise é o estilo relativo ao Outro, na condição de barrado,
então o matema que corresponde a esse estilo é correlativo ao matema S(A): há uma
falta no Outro. Ora, o ponto de falta no Outro é o correlato topológico do objeto a, causa
de desejo, que o sujeito encontra no final da análise a partir da travessia da fantasia, uma
vez que era esta que sustentava a suposição da existência do Outro.
A travessia da fantasia é a condição para que haja esse encontro com a inconsistência do
Outro, todavia este não é absolutamente necessário. Ele pode ocorrer ou não, e quando
ocorre é sempre ocasional, contingente, por acaso. É por acaso que o sujeito tropeça, se
depara com a falta do Outro e experimenta esse sem recurso do apelo ao Outro.
Se o estilo advém do sem recurso, como se dá em uma análise esse processo em que
advém o estilo? E qual sua relação com o sintoma?
A identificação com o sintoma no final de análise (Lacan, 1976) não nos diz nada da
operação analítica, pois não é com seu sintoma que o analista opera. Uma teoria do
estilo merece ser elaborada para que se articulem final de análise, ato analítico e
transmissão da psicanálise.
As vias do gozo
A passagem do semi-dizer do sintoma ao bem dizer o sintoma que constitui o próprio
processo analítico implica num efeito na enunciação do sujeito, muitas vezes constatado
pelos mais próximos ao comentarem algo como: “Há algo que mudou em você, eu não
sei direito o que é... isso deve ser efeito da análise”. Amigos, parentes, colegas notam
uma mudança verdadeira na maneira, no jeito de ser, de viver, de falar e de escrever da
pessoa. Trata-se de um efeito sobre o estilo que a psicanálise deve considerar e tentar
justificar, pois trata-se de um efeito na enunciação que corresponde a uma mudança
operada na economia do gozo.
Essa mudança incide na relação entre significante e gozo, que é uma relação de
causalidade: “o significante é a causa do gozo” (Lacan, 1982 [1972-3]: 36). O que isso
quer dizer?
Lacan desdobrou essa causalidade a partir das quatro causas de Aristóteles descritas no
livro II da Física. O exemplo utilizado por Aristóteles para abordar as quatro causas é o
do artista escultor que faz de um bloco de mármore uma estátua. A causa material é
aquilo de que a coisa é feita, ou seja, é a própria matéria, no caso, o bloco de mármore.
A causa eficiente é o agente, ou seja, o escultor que utiliza seus músculos e o
instrumento, a espátula, por exemplo, para fazer a estátua. Em outras palavras, o agente
que atua sobre a matéria com seus próprios movimentos e a transforma em um objeto
estético. A causa formal é a idéia, o modelo que o escultor tem da estátua, “a idéia que
está na alma do artesão”, diz Aristóteles. A causa formal não está no corpo como a causa
eficiente, porém na idéia do agente. Por último, a causa final é aquilo em vistas do que
toda a operação é realizada. A causa final é chegar-se a um efeito de belo, ou seja, é para
atingir o Belo que a estátua foi feita.
Segundo Lacan, para os seres falantes. a essência aristotélica (ousia, a substância) é da
ordem do gozo. Desdobrando o axioma “o significante é a causa do gozo” de acordo
com as quatro causas de Aristóteles, teremos: como causa material, o significante é o
material para se chegar ao gozo, para abordá-lo. Sem o significante não há gozo do
corpo. O corpo gozante tem como material o significante. Como causa eficiente, o
significante é o projeto com o qual se limita o gozo. É o caminho que o gozo efetua,
comparado por Lacan com o trajeto da abelha que transporta o pólen da flor-macho para
a flor-fêmea. Isso indica que o significante é o escultor das vias de gozo, é ele que traça
as ruas, os canais por meio dos quais o corpo goza. Como causa formal, ele é o
estreitamento, o aperto ao qual o gozo é submetido. É o “modelo” do gozo que Lacan
encontra na gramática. O significante estreita, aperta o gozo na gramática. A causa
formal promovida pelo significante produz uma gramática do gozo cuja melhor
ilustração encontramos no verbo.. A gramatização do gozo como causa formal não deixa
de evocar a gramática pulsional promovida por Freud em sua metapsicologia. E como
causa final, o significante é o freio do gozo, um “alto lá” ao gozo. A causa final do gozo
não é o Belo nem qualquer outro ideal, pois o significante como causa final é a barreira
ao gozo, um limite interno a ele. Segundo Lacan, ela se encontra na “origem do
vocativo do comando”, o comando do supereu — “goza!” — desvelando a estrutura do
significante provocando o gozo.
Como causa de gozo, o significante nos mostra que a linguagem traça as vias do gozo;
ela promove seus caminhos, ruas e avenidas, seus compartimentos e comportas
favorecendo umas, dificultando outras ou impossibilitando ainda outras. O significante
fabrica os circuitos de gozo para o sujeito. Nesses circuitos, situam-se tanto o sintoma
como a fala própria ao sujeito, pois ambos são tecidos de linguagem e de gozo.
Ora, é nisso que a análise opera: nas vias de gozo do significante, nessas vias da
economia libidinal promovidas pelos significantes. Se há limites intransponíveis, pois
nem todos os compartimentos podem ser abertos, outros são transpostos ao serem
desatados alguns nós de significação do sintoma. E como o sintoma é do mesmo tecido
da linguagem, ao se desfazerem os nós de gozo do sintoma, algumas comportas se
abrem para o dizer, para o bem dizer. A modificação das vias significantes de gozo é
correlata à passagem do semi-dizer do sintoma a seu bem dizer, que se acompanha
necessariamente de uma mudança na enunciação, ou seja, no jeito de lidar com a
linguagem, incidindo sobre o estilo do sujeito.
A transmissão do estilo
O estilo como a “única formação que podemos transmitir àqueles que nos seguem” nos
faz definir a transmissão em psicanálise como endereçamento do estilo do analista.
Cada ato do analista traz a marca ou o estilo do que Lacan considera o protótipo do ato
analítico, ou seja, o ato da passagem de analisante a analista, realizado no interior de
uma análise. Se isso é verdadeiro, o passe é o dispositivo em que se pode efetivamente
verificar o estilo daquele analista, pois é ele que poderá acolher, recolher e até mesmo
fazer a seriação da variedade dos finais de análise dos analistas, assim como o que de
sua enunciação chega até o júri do passe.
No preâmbulo da “Ata de fundação da Escola freudiana de Paris” (Lacan 1964), Lacan
diz que o termo Escola “deve ser tomado no sentido em que, nos tempos antigos, queria
dizer certos lugares de refúgio e até mesmo bases de operação contra o que já se podia
chamar de mal-estar na civilização. Para nos atermos ao mal-estar na psicanálise, a
Escola entende oferecer seu campo não apenas a um trabalho de crítica, mas à abertura
do fundamento da experiência, à colocação em causa [discussão, debate] do estilo de
vida no qual ela desemboca”.. A própria definição de Escola de Lacan implica a
avaliação do estilo de vida a que uma psicanálise leva. O estilo de vida aqui se distingue
radicalmente das normas e dos modelos: não é possível se normatizar, nem se prever o
estilo que o sujeito adotará ao término de uma análise.
Por mais duvidosos que sejam os resultados de uma análise, eles se encontram “para
além das flutuações de moda e das premissas cegas a que se fiam tantas terapias”,
continua Lacan nesse texto. É importante salientar aqui essa diferença que apreendemos
entre o estilo e a moda. Apesar de quem faz moda se chamar estilista, há toda uma
diferença entre o que é da ordem do estilo em sua singularidade e a moda que tenta ditar
um estilo generalizável (4).
Lacan situa os resultados da psicanálise em oposição às flutuações da moda. Podemos,
entretanto, nos perguntar se também não existe moda na psicanálise, uma moda que
acaba se opondo ao estilo singular como resultado de uma psicanálise. A Associação
Mundial de Psicanálise é mestre em lançar a moda de temas, termos e frases que todos
saem repetindo. Antes era o “um por um”, agora a “Escola Una”. O desconhecimento e
o descaso da questão do estilo chegaria às raias do ridículo se não fosse grave e seu
testemunho pode ser lido, por exemplo, no Correio da Escola Brasileira de Psicanálise
de junho de 1998 em que seu presidente escreve: “O analista não deve ser um escravo
do estilo [...]. Redizer que o estilo é o homem a quem nos endereçamos é equiparar o
analista ao homem pronto a todas as circunstâncias [...]. O analista pronto a todas as
circunstâncias destacará em cada tempo: presente, passado e futuro a permanência da
causa. Sustentará um estilo marcado pelo seu endereçamento. É o que propicia a
conversação como um método pedagógico da causa psicanalítica”. Esta pérola do
desvio da psicanálise, resvalando explicitamente para a pedagogia, indica o que está
implícito no método da conversação: fazer os analistas entrarem no discurso
universitário, educando a causa analítica para melhor atenuá-la. Se o objetivo explicito
de conversação é a pedagogia da causa analítica, ela se revelou na prática um processo
stalinista de expurgo dos contestadores (5). É o método de uma nova “psicanálise de
massa” que mal escamoteia a psicologia das massas descrita por Freud antecipando o
nazismo e o fascismo. Por outro lado, um estilo “marcado pelo endereçamento” é o
oposto de um endereçamento marcado pelo estilo. Um estilo marcado pelo seu
endereçamento é um estilo que é sempre do Outro, modulado e determinado pelo Outro.
Se há algo que não pode ser uniformizado e que não pode ser marcado pelo
endereçamento é justamente o estilo da singularidade que é o estilo do analista. O estilo
de cada analista não pode ser marcado pelo Outro a quem ele endereça sua mensagem.
Uma Escola que determine um estilo a seus membros, uma Escola que imponha um
estilo é aquela que funcionará como Outro. Consequentemente, as pessoas terão seu
estilo marcado a partir desse endereçamento, o que vai contra o discurso do analista,
pois o estilo é tributário do objeto a, causa de desejo. O estilo do analista, como já
tínhamos acentuado, é vinculado a essa singularidade do objeto a e à incompletude do
Outro [S(A)]; não há portanto o Outro completo, garante para o qual se possa endereçar
seu ato, o que não quer dizer que o estilo não esteja no laço social.
A transferência de trabalho, como Lacan desenvolve na “Ata de fundação”, é a
transferência que se dá de um sujeito a um outro sujeito. Quando se endereça uma
mensagem, uma fala, não se pode cair na ilusão que se está falando para o Outro, o
coletivo. Na verdade, a transmissão da psicanálise, através da transferência de trabalho,
ocorre de um para cada um individualmente, na transferência de trabalho com quem
transmite. Em outras palavras, o conceito de transferência de trabalho indica que não se
transmite para o público, como Outro do coletivo, pois ela é um conceito que aponta
para S (A): a inexistência do Outro. O estilo do analista na transmissão de seu ensino é
um estilo sem Outro.
Em uma psicanálise, o analista não se dirige ao Outro mas ao sujeito, e o seu estilo em
seu ato é da ordem do “eu não penso”. É um estilo separado da cadeia do pensamento
inconsciente, ao sabor da contingência, ou seja, que não se prepara nem se planeja.
Nessa acepção, estilo de contingência significa que de repente a transmissão cessa de
não se escrever e o estilo se transmite, produz encontro. O estilo do analista faz aparecer
que a verdade provém do real (Lacan, 1993[1974]:11). Como um estilete, stylus, ele
fura, penetra, corta; ele rompe com a repetição da cadeia significante e, no ato, aparece
como um puro dizer. Vinculado portanto ao desejo do analista e a seu ato, o estilo do
analista é um estilo de passe, momento do ato analítico produzido como resposta do
sujeito ao encontro com o real no final de análise: estilo que provoca a passagem e a
partir do qual não é impossível que desta algo se transmita. Eis o desafio do dispositivo
do passe inventado por Lacan: verificar que é possível depreender um estilo que
implique uma passagem, a passagem a analista, ou seja, o passe. E seus atos trarão essa
marca. É um etilo pas sans acte, passe en acte. (Nguyen, 1998).
A emergência de um estilo para cada analista se dá no momento do passe. O estilo é,
portanto, inventado, criado na passagem de analisante a analista. Por consegüinte, ele
não se apoia na fantasia, tampouco no sintoma. Ele é o resultado da travessia da fantasia
para ser um estilo novo, ex-nihilo, correlato ao desejo novo como desejo do analista,
desejo epistêmico, desejo de saber. Eis a operação da transmissão pela via do estilo:
transmissão de passe causando passe.
Antonio Quinet
quinet@openlink.com.br
Notas
1. “O analista também se identifica com seu sintoma”, diz Lacan na “Abertura da Seção
Clínica”.
2. Há pouco tempo, em um restaurante, ouvi um cantor em Curitiba que tinha em seu
repertório desde blues, jazz, até música sertaneja, passando por bossa nova, rock e
chorinho; a cada vez que ele cantava uma música parecia que era outro cantor que a
estava cantando. Podíamos até reconhecer o cantor que ele estava imitando, ou seja,
aquele com cujo estilo ele estava se identificando. Diante deste fato, Jorge Sezarino
propôs uma comparação, uma diferença entre o intérprete e o cantor. O intérprete é
aquele que tenta imitar o estilo de um cantor conhecido e o cantor é o que canta cada
música à sua maneira com o estilo que lhe é próprio.
3. Em francês: “Je me range plutôt du côté du barroque”
4. Também existe a moda no âmbito “psi”: a moda da síndrome do pânico, a moda da
depressão e a última moda do TOC (transtorno obsessivo-compulsivo), cujo tratamento
medicamentoso foi a grande estrela do Congresso Brasileiro de Psiquiatria em São
Paulo de 1998, junto com a prevenção da depressão.
5. Cf. Os desenvolvimentos que apresento em meu texto “Pacto, que pacto” sobre os
processos stalinistas em que as Conversações da AMP se transformaram (Quinet,
1998d).
Bibliografia
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