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comunicação I
Formação Inicial e
Continuada
+
IFMG
Rafael Batista Andrade
Belo Horizonte
Instituto Federal de Minas Gerais
2021
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Sobre o material
Formulário de
Sugestões
Bons estudos!!
Rafael Batista Andrade
Apresentação do curso
Este curso está dividido em três semanas, cujos objetivos de cada uma são
apresentados, sucintamente, a seguir.
Os ícones são elementos gráficos para facilitar os estudos, fique atento quando
eles aparecem no texto. Veja aqui o seu significado:
Objetivos
Analisar aspectos linguístico-discursivos de cartas de leitor.
Produzir uma carta de leitor segundo as regras desse gênero
de discurso.
Você certamente já ouviu, ou leu textos, em que seus autores defendem a importância
da leitura, não apenas para a formação de estudantes do ensino fundamental, médio e
superior, mas também para qualquer cidadão, independentemente do seu grau de instrução.
Trata-se de uma afirmação pertinente com a qual muitos professores, pedagogos, familiares
e estudiosos da educação e da língua portuguesa, certamente, estão de acordo.
No entanto, essa ideia, bastante difundida, raramente é aprofundada. Se sua difusão
possui alguns aspectos positivos, como o reconhecimento de boa parte da população sobre
o papel relevante da leitura na vida de cada brasileiro e brasileira, as estratégias de leitura
e sua relação com a escrita nem sempre são compreendidas pela população. O que ler?
Quando ler ficção e não ficção? Em que medida a leitura de um texto de um gênero de
discurso específico pode nos ajudar a aperfeiçoar nossas práticas de escrita?
Neste curso, você será incentivado a ler cartas de leitor e a produzi-las porque
compreenderá que esse gênero de discurso lhe proporcionará um meio de se comunicar
com outros cidadãos, a fim de participar ativamente do debate público. Este ocorre sobretudo
no domínio jornalístico e não deve ser confundido com postagens em redes sociais como o
Facebook, o Twitter, o Instagram etc., o que, evidentemente, não nega a importância de tais
instrumentos comunicativos no que diz respeito a outros objetivos, sobretudo quando usados
com finalidades específicas e com uma dosagem dentro de determinados padrões sociais e
profissionais.
Voltando à questão da leitura, você já pode compreender uma especificidade deste
curso. A escolha da carta de leitor visa mostrar que há gêneros de discurso que devem ser
lidos e analisados para, posteriormente, serem produzidos. É algo muito diferente do que
ocorre com outros gêneros discursivos. A título de exemplo, lemos romances, contos,
manuais de instrução, parábolas etc. muito mais por outros motivos que para produzi-los.
Evidentemente, a leitura desses gêneros de discurso contribui para o seu processo de
escrita de modo mais geral: na aquisição de vocabulário e na percepção do uso da norma
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culta padrão da língua portuguesa, por exemplo. Mas se você não tiver lido e analisado um
gênero mais específico como a carta de leitor, a produção desta será certamente
prejudicada, pois você não conhecerá as regras específicas desse gênero, mesmo que
tenha um bom domínio de vocabulário e de algumas regras da norma culta da língua
portuguesa.
Assim, no caso da carta de leitor, vamos ver algumas características desse gênero
de discurso para que você possa compreender por que uma das propostas deste curso
objetiva incentivar a leitura e a produção desse gênero do domínio jornalístico.
O primeiro passo a ser dado nessa direção, que promoverá a sua criatividade e o seu
engajamento no debate público de sua cidade, estado, e no Brasil como um todo, é
compreender que esse gênero de discurso foi estudo por um número significativo de
pesquisadores: linguistas ou analistas do discurso, principalmente. Logo, você encontrará,
aqui, dados muito mais robustos que aqueles, eventualmente, vistos durante o seu cotidiano
escolar e não escolar.
Brocardo (2015, p. 114), por exemplo, considera que a carta de leitor possui uma
função social significativa, uma vez que, por meio dela, tem-se a materialidade ideológica do
leitor sobre enunciados anteriores. Assim, com base em textos publicados antes em um
jornal ou em uma revista, o leitor pode assumir uma postura avaliativa (explicitar seu
posicionamento ideológico) sobre diferentes temas da atualidade, denunciando, discordando
ou concordando com a opinião de outros atores sociais em relação a fatos políticos,
econômicos e sociais do Brasil e do mundo.
A autora ainda chama a atenção para diferenças entre as cartas de leitor no jornal
impresso e na versão online. Ao trabalhar com textos da revista Veja, ela conclui que o
interlocutor do autor desse gênero de discurso na edição impressa é mais restrito, pois se
trata de assinantes da referida revista. No caso da edição online, o autor da carta de leitor
possui um público mais amplo e diverso. Além disso, a pesquisadora evidencia que, na
versão impressa, a carta de leitor costuma passar por um processo de coautoria, já que
normalmente o editor do jornal ou da revista reelabora os textos originais dos leitores,
imprimindo-lhes outro olhar valorativo. Por fim, justamente por esse viés de coautoria da
carta de leitor na edição impressa da revista supracitada, Brocardo (2015, p. 158) defende
que o uso da norma culta padrão é um dos aspectos estilísticos desse gênero de discurso.
Outros aspectos do estilo da carta de leitor, segundo a pesquisadora, são o uso da
primeira pessoa do plural (nós), o uso de verbos no presente do indicativo e no pretérito
perfeito e a presença de operadores argumentativos, principalmente conjunções. Tais
aspectos são observados tanto na edição impressa quanto na online da carta de leitor, ainda
que, na última, ocorrem traços de uma maior tendência à variedade informal e à influência
de recursos tecnológicos. O último traço importante desse gênero de discurso estudado pela
autora, e que nos interessa neste estudo, é a sua construção composicional. Para Brocardo
(2015, p. 168), a versão impressa da revista impõe às cartas de leitor uma marca de
brevidade, concisão, uma vez que há poucas folhas reservadas a esse gênero na edição
impressa, o que nem sempre ocorre na edição online, em que os autores possuem maior
liberdade, inclusive para usar vocativos.
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Veja, agora, como alguns desses dados apontados até aqui podem ser observados
por você mesmo durante as leituras que realizar de cartas de leitor com o fim de aprimorar
o seu engajamento no debate local, regional e internacional em diferentes meios de
comunicação. Dessa maneira, a sua formação profissional e cidadã estará mais alinhada
com as exigências deste novo milênio, pois a leitura e a produção de cartas de leitor
enriquecerão o seu repertório textual, desenvolvendo a sua competência comunicativa, o
seu pensamento crítico, a sua colaboração para o debate público e a sua criatividade.
O primeiro ponto que você deve considerar, a fim de se preparar para a produção de
cartas de leitor, é diferenciar a leitura e a análise desse gênero de discurso. Logo, deve-se
privilegiar a habilidade de comparar a publicação das cartas de leitor em diferentes jornais,
sendo um destes necessariamente aquele em que você almejará publicar seu texto.
Comecemos com uma carta de leitor do jornal Folha de São Paulo. Na seção Painel do
Leitor, são encontrados os dados para possíveis publicação.
folha.com/paineldoleitor leitor@grupofolha.com.br
Cartas para al. Barão de Limeira, 425, São Paulo, CEP 01202-900. A Folha se reserva o
direito de publicar trechos das mensagens. Informe seu nome completo e endereço1.
Reforma tributária
O artigo “O teto, a renda básica e a tributação” (Tendências / Debates, 30/11), de Roberto
Luis Troster, ex-economista-chefe da Febraban, trouxe sugestões muito interessantes para
uma reforma tributária em nosso país. Estranhei que até agora esse artigo não teve grande
repercussão, pois, em minha opinião, é a melhor proposta formulada para resolver os graves
problemas fiscais e sociais. A Folha poderia fazer uma comparação com as diversas
propostas de reforma tributária que estão por aí e, com isso, contribuir com o debate.
Francisco Napoli (São Paulo, SP)2
Repare que a carta de leitor possui parágrafo único. Se você ler uma seção inteira do
Painel do Leitor, do jornal Folha de São Paulo, em sua versão online ou escrita, reparará
que praticamente todos os textos seguem esse critério. Logo, diante da informação de que
o jornal poderá fazer cortes em seu texto, não faz muito sentido você escrever uma carta de
leitor extensa, com mais de um parágrafo. Outra característica que se destaca nesse
exemplo é iniciar a carta de leitor com uma alusão ao texto comentado. Trata-se de uma
estratégia interessante e bastante produtiva, pois tanto os editores do jornal como os leitores
podem acionar facilmente o tema que você abordará. Em menos de três linhas, o autor da
referida carta faz isso e aponta o posicionamento dele sobre o tema em questão. No
enunciado seguinte, há um aprofundamento do comentário dele com críticas à pouca
repercussão do artigo de opinião a que ele se refere. Por fim, o autor evidencia o que deveria
ser feito para o aperfeiçoamento do debate em torno da reforma tributária, indicando o papel
que o próprio jornal deveria exercer.
Essas dicas, contudo, não podem ser consideradas como o único modo de se
produzir uma carta de leitor, pois há muitas variáveis em sua constituição, isto é, sua
formação. Isso, aliás, ocorre com todos os gêneros de discurso. Estes sempre possuem uma
estabilidade relativa, porque podem apresentar aspectos diferentes. É por essa razão que
você precisa ler diferentes cartas de leitor para seguir as regras desse gênero de discurso
e, ao mesmo tempo, escrevê-las com originalidade e criatividade. Vejamos, pois, mais outra
carta de leitor. Nesse caso, trata-se de uma parte das análises realizadas por Brocardo
(2015, p. 170) na versão digital da revista Veja.
LEONARDO PALMEIRA
28/08/2013 às 17:58h
[...] Igualdade na educação básica não será construída da noite pro dia e nesse sentido faço
a pergunta: o enorme contingente de alunos saídos do ensino médio devem esperar a
melhoria do ensino fundamental para refazê-lo, e a partir daí tentar uma vaga nas
universidades?3
Nessa segunda carta de leitor, Brocardo (2015, p. 170) destaca o papel do uso de
uma linguagem informal na versão online da revista Veja. De fato, a concordância verbal “o
enorme contingente de alunos saídos do ensino médio devem”, em vez de “o enorme
contingente de alunos saídos do ensino médio deve”, demonstra uma produção textual que
não se enquadra no âmbito formal. Além disso, o uso de “pro” também reforça esse caráter
informal. De qualquer forma, a autora ressalta a estratégia de finalizar a carta do leitor com
uma pergunta, o que não deixa de ser uma estratégia argumentativa interessante. Esse tipo
de estratégia não precisa estar reservado apenas à edição online.
Com esses dois exemplos, você já possui uma boa ideia de que a sua produção de
cartas de leitor pode variar conforme o meio de comunicação que escolher. Alguns traços,
entretanto, estão presentes em qualquer carta de leitor, como vimos na subseção anterior e
na análise da primeira carta de leitor apresentada aqui. Embora acredite que tanto a
3 BROCARDO, Rosangela Oro. O gênero carta do leitor em diferentes suportes e mídias: uma análise de aspectos
linguístico-discursivos. 2015. 201 f. Dissertação (Mestrado em Letras) – Universidade Estadual do Oeste do Paraná,
Cascavel, 2015. Disponível em: http://tede.unioeste.br/bitstream/tede/2428/1/rosangela%20_oro.pdf. Acesso em: 11 nov.
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produção desse gênero de discurso no âmbito virtual como em edições impressas dará
muitas contribuições para o seu crescimento pessoal e profissional, pelo fato de este curso
visar o desenvolvimento de sua comunicação, ressalto a importância de que você tente
privilegiar a publicação de seus textos em meios impressos de comunicação. Isso porque
uma carta de leitor, como essa de Leonardo Palmeira, assemelha-se muito a postagens de
redes sociais e pode ter um valor social menor. Tanto é assim, que você não precisa fazer
um curso como este para trabalhar com as suas postagens em redes sociais.
Vejamos agora um último exemplo para que compreenda um aspecto valorativo da
carta de leitor em meios de comunicação impressos. Veloso (2013) estudou cartas de leitor
da mídia impressa de referência publicadas na primeira quinzena de fevereiro de 1980. Os
meios de comunicação escolhidos foram Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo e
revista Veja. Para encerrarmos essa exposição, leia esta carta cujo tema está relacionado
com questões de diplomacia.
Em primeiro lugar, observe que o fato de se ter preservado um texto de 1980 deve-
se muito ao trabalho da imprensa de referência. É por razões como essa que sugiro a
publicação de suas cartas de leitor, prioritariamente, nesse tipo de meio de comunicação.
Em segundo lugar, destaca-se o conhecimento mínimo do autor do texto sobre o tema e a
ativação desse saber como uma provável referência a textos que foram publicados no jornal
em questão. O vocativo (Sr. Redator) deve ser compreendido como uma característica do
gênero carta de leitor daquela época (1980), que já passou por transformações e nem
sempre é usado hoje em dia. Por fim, é preciso compreender a ironia, principalmente pelo
uso das aspas em “Parabéns”, visto que, na realidade, o autor da referida carta desaprova
a atitude do então presidente da República de aprovar a ida da delegação brasileira às
Olimpíadas de Moscou.
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Por fim, chegou o momento de você revisar o conteúdo da etapa e descansar para
dar prosseguimento as atividades deste curso.
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Semana 2 – Análise e produção de resenhas Plataforma +IFMG
Objetivos
Analisar aspectos linguístico-discursivos de resenhas.
Produzir uma resenha segundo as regras desse gênero de
discurso.
Na semana anterior, foi estudado o gênero de discurso carta de leitor. Nesse período,
você compreendeu as características do referido gênero e o produziu com vistas a participar
do debate regional e nacional sobre temas atuais e de seu interesse. Uma das razões para
ter começado este curso pela carta de leitor foi o fato de esta ser caracterizada por um texto
breve, normalmente de parágrafo único. Com isso, a sua prática de escrita no âmbito
midiático foi iniciada com base em um gênero de discurso de menor complexidade,
preparando você para esta semana, na qual será estudada a resenha.
É muito provável que você já tenha tido contato com a resenha em outras ocasiões
de sua vida estudantil, profissional ou social. Aliás, diferentemente da carta de leitor, a
resenha ou resenha crítica circula em diferentes ambientes, como o acadêmico e o campo
de entretenimento, sobretudo no âmbito jornalístico. Algumas características desse gênero
de discurso podem ser restritas a esses suportes, isto é, a esses lugares em que são
publicadas, lidas ou ouvidas. Mas há outras que são comuns a qualquer tipo de resenha e
que você poderá encontrar em muitos estudos realizados por linguistas ou analistas de
discurso.
No trabalho de Fortes e Crestani (2019, p. 92), por exemplo, encontra-se uma
definição mais abrangente de resenha, inclusive com base no trabalho de outros autores
que se debruçaram sobre o estudo desse gênero de discurso. Em síntese, pode-se
considerar a resenha como um texto verbal (oral ou escrito) ou multissemiótico (com duas
linguagens ou mais, como linguagem oral, visual etc.), em que se apresenta a descrição da
obra que será resenhada (um filme, um livro, uma exposição de arte etc.). A essa
apresentação ou resumo da obra se somam partes com a formulação de conceitos de valor
em relação a esta. Nesses trechos valorativos da resenha, o leitor encontrará falhas e
méritos da obra resenhada, com a opinião do resenhista, recomendando-a ou não ao seu
interlocutor (leitor, ouvinte, internauta etc.).
Tendo em vista essa definição, há alguns pontos que devem ser comparados com a
carta de leitor, trabalhada na semana anterior, a fim de aprofundar o seu conhecimento sobre
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Pedro Doria
O problema mais grave que atinge as democracias não é apenas de difícil
compreensão. É igualmente difícil encontrar solução. É difícil medir seu impacto. É difícil,
até, de perceber. Porque a maioria das pessoas não percebe o problema que começa a
testar até democracias longevas e em geral estáveis, como as dos EUA e do Reino Unido.
“O Dilema das Redes”, documentário dirigido por Jeff Orlowski e que estreou na Netflix, tenta
apresentar justamente isso. Desenha o problema.
A internet não era uma máquina de manipulação política. Ela se tornou uma. Isto
ocorreu no momento em que os algoritmos de aprendizado de máquina, uma forma de
inteligência artificial, passaram a controlar a maneira como nos informamos. Estes
algoritmos aprendem o comportamento humano e são orientados a resolver uma questão:
descobrir como fazer para que passemos a maior quantidade de tempo possível numa
determinada plataforma. O objetivo nada tem de maléfico — as plataformas vivem de
publicidade e, quanto mais tempo estamos lá, mais publicidade vendem. São negócios.
Os algoritmos funcionaram e descobriram o ponto fraco de nossos cérebros. Eles nos
mantêm constantemente indignados e, indignados, nas redes ficamos. Políticos que
aprendem a explorar o discurso da indignação constante, não raro extremistas, não raro
populistas, se aproveitam desta característica para também capturar nossa atenção
contínua.
Aos poucos, a distinção entre o que é verdade e o que é mentira se esvai, até usar
máscara ou não em meio a uma pandemia respiratória vira reafirmação de identidade
política. A sociedade racha ao ponto de o debate desaparecer e a troca de ideias ocorrer no
ritmo de guerra civil. Um conflito que escorre pelas ruas e, em alguns casos, termina até em
mortes.
“O Dilema das Redes” é extremamente didático: o filme intercala os depoimentos de
ex-executivos das grandes empresas do Vale do Silício com uma família fictícia na qual cada
um vai cada vez mais tendo dificuldade de largar o celular. Em especial está o caso do filho
adolescente, que neste processo também se radicaliza politicamente. Atores também
interpretam o algoritmo, numa alegoria de como o programa ‘pensa’ para tomar decisões.
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Atividade 1
Cite um trecho da resenha em que o autor aponta falhas do referido documentário.
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Atividade 2
Assinale V para as alternativas VERDADEIRAS e F para as FALSAS.
A-( ) O título da resenha apresenta neutralidade.
B- ( ) A ausência de um pequeno texto entre o título e o nome do autor impossibilita a
classificação do texto como resenha.
C-( ) O primeiro parágrafo mostra que o documentário apresenta um problema atual.
D–( ) O terceiro e o quinto parágrafos apresentam resumo da obra resenhada.
E–( ) “Complicada”, “didático” e “ironicamente” são exemplos de expressões verbais de
apreciação.
Atividade 3
O autor da resenha apresenta uma avaliação positiva ou negativa da obra resenhada?
Justifique sua resposta.
Justificativa:
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Após a realização dessa atividade, faça uma breve revisão do que aprendeu durante esta
semana. Em seguida, realize uma pausa para reflexão e descanso. Assim, assista a bons
filmes relacionados aos temas com os quais trabalhou até aqui.
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Semana 3 – Análise e produção de artigos de opinião
Objetivos
Analisar aspectos linguístico-discursivos de artigos de opinião.
Produzir um artigo de opinião segundo as regras desse gênero
de discurso.
Donald Trump fracassou como presidente. Perdeu por sua incompetência. E não cansa de
perder. Perdeu nas urnas, perdeu na Suprema Corte e perdeu no Colégio Eleitoral. Sua
tentativa de atacar o sistema democrático americano e dar um golpe não deu certo. Os EUA
não são uma república das bananas, apesar do atual ocupante da Casa Branca lembrar
líderes populistas autoritários latino-americanos.
Carter perdeu porque a situação econômica era ruim e seu adversário, Ronald Reagan, além
do carisma, foi um dos maiores fenômenos políticos dos últimos 100 anos nos EUA.
Conseguiu não apenas ser ultra popular dentro de seu Partido Republicano, como também
entre eleitores democratas.
Já Trump enfrentou Joe Biden, que estava aposentado e nunca despertou grandes paixões.
Ninguém o responsabilizou pela crise econômica. Sabem que o mundo todo enfrenta o
mesmo problema e a economia americana vinha tendo uma boa performance, apesar do
aumento do déficit. O problema mesmo foi seu comportamento negacionista 7.
Destaca-se, primeiro, o status do autor desse artigo de opinião. Guga Chacra, além
de ser colunista do jornal O Globo, é comentarista de política internacional da Globonews e
da TV Globo nos Estados Unidos. Logo, sua opinião possui o respaldo desse status, que
também é reforçado pela sua formação acadêmica, uma vez que ele é Mestre em Relações
Internacionais pela Columbia University de Nova York. Ademais, o próprio título já antecipa
a orientação argumentativa de seu artigo de opinião: uma avaliação negativa da postura de
Donald Trump no final do mandado presidencial.
Uma característica que não foi apontada anteriormente, e que aparece no referido
artigo de opinião, é o uso de imagem após o título do texto. Trata-se de um traço que
normalmente caracteriza esse gênero de discurso, ainda que a ausência desse elemento
visual em nada diminui sua finalidade, seu eixo temático e sua estrutura composicional. Algo
muito mais frequente, enquanto elemento constitutivo do artigo de opinião, é o fato de se
apresentar, no primeiro parágrafo, uma delimitação do tema abordado. No caso do texto de
Guga Chacra, delimita-se o fracasso do presidente Donald Trump com a inserção de fatos
que marcaram o mandato do presente dos Estados Unidos nos últimos anos, comparando-
o com líderes populistas autoritários da América Latina. Fica explícita, portanto, a tese que
será defendida: Donald Trump foi o pior presidente dos Estados Unidos, quando comparado
com Carter e Bush pai.
Nos parágrafos seguintes, Guga Chacra procura convencer o leitor de que sua tese
é plausível e deve ser aderida por este. No segundo parágrafo, indica que o próprio fato de
Donald Trump ter cumprido apenas um mandado presidencial já é um indício de seu mau
desempenho. Também mostra que Trump não teria justificativas para não ter conseguido
ser reeleito, comparando-o, genericamente, com George Bush e Jimmy Carter. Por essa
razão, dedica o terceiro parágrafo a explicações da derrota de Carter e, o quarto, aos motivos
pelos quais Bush foi derrotado por Bill Clinton. Por fim, o autor evidencia que Donald Trump
enfrentou um candidato já aposentado, Joe Biden, e foi derrotado principalmente por causa
da postura negacionista que assumiu, principalmente durante o enfretamento da pandemia
do novo coronavírus, o que justifica a classificação que o colunista atribui a Donald Trump:
um presidente pior do que Carter e Bush pai.
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Instituto Federal de Minas Gerais
Pró-Reitoria de Extensão
3.2 A busca pelo status de leitor e de articulista com o artigo de opinião
Com a leitura e a produção de artigos de opinião, você poderá moldar parte de seu
status profissional, social e acadêmico. Esta é a principal contribuição que este curso visa
dar a você. Não se deve concluir, de tudo que foi dito no item anterior, que a produção de
artigos de opinião está restrita aos colunistas de jornais e que se deve almejar ser
responsável por uma coluna regular de jornal ou revista. Evidentemente, se isso vier a
ocorrer, será um diferencial para o seu status profissional, social e acadêmico.
Mas a própria leitura de artigos de opinião em diversos meios de comunicação
mostrará a você que há possibilidades de produzir artigos de opinião em curto prazo. Veja,
por exemplo, que, na seção de opinião do jornal Folha de São Paulo, há um convite para o
envio de artigos de opinião na seção denominada Tendência/Debates. Vê-se, pois, que esse
jornal já separou um espaço para que não colunistas publiquem o referido gênero de
discurso. Dessa forma, o seu status de articulista, ainda que seja eventual, pode ser
desenvolvido e isso certamente poderá ter reflexos positivos em sua vida pessoal,
profissional, acadêmica e social.
Figura 4: Tendências/Debates.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/tendenciasdebates/envie_seu_artigo.shtml (acesso em: 20
jan.2021).
O tópico anterior foi encerrado com uma dica de análise para que você tenha uma
referência de jornais e revistas para possíveis publicações de seus artigos de opinião. Ficou
claro também que, diferentemente da carta de leitor, a publicação de artigos de opinião pode
demandar muito mais tempo. Nesse sentido, é importante que busque alternativas para sua
participação no debate público a curto prazo.
Ao longo destas três semanas, tenho insistido no papel relevante de meios
alternativos de comunicação, desde que estes possuam credibilidade, como vimos no caso
do Jornal de Resenhas. Logo, certifique-se de que sua pesquisa tenha contemplado esses
meios, além de jornais e revistas da esfera regional, como, por exemplo, de associações de
bairros. Isso porque, a curto prazo, o mais provável é que sua publicação ocorra nesse
espaço de debate público, o que não significa um trabalho menor.
Uma maneira de você atestar a credibilidade do jornal ou revista nos quais pretende
publicar seu texto está na verificação do histórico desse meio de comunicação. Os
responsáveis, as parcerias realizadas, os autores que publicam matérias nele. Dentre essas
parcerias, certamente aquelas realizadas com instituições de ensino, pesquisa e extensão
possuem um valor que deve ser levado em conta. Um exemplo pode ser visto no projeto
ComuniCong (ANDRADE, 2020), que ao realizar uma parceria com o site Hiperteia
proporcionou a publicação de artigos de opinião da comunidade da cidade de Congonhas-
MG e de outras regiões do Alto Paraopeba.
Por fim, como a produção e a publicação de artigo de opinião demandará um tempo
que extrapola os objetivos deste curso, você deve perseguir a escrita desse gênero de
discurso ao longo de sua trajetória pessoal, profissional, acadêmica e social. Pode começar
essa produção e refletir sobre tudo o que aprendeu ao longo deste curso a fim de realizar a
atividade final.
Atividade: Para concluir o curso e gerar o seu
certificado, vá até a sala virtual e responda ao
Questionário “Avaliação geral”. Este teste é constituído
por 10 perguntas de múltipla escolha, que se baseiam na
prática de análise e produção dos gêneros de discurso
carta de leitor, resenha e artigo de opinião. Para se
preparar, faça uma revisão dos principais tópicos
trabalhados ao longo destas três semanas.
ANDRADE, Rafael Batista. Discursive Practices, Extension Activities and Training of Junior
Journalists. Global Journal of HUMAN-SOCIAL SCIENCE: G Linguistics & Education, V.
20, I.9, 2020b. Disponível em http://globaljournals.org/GJHSS_Volume20/E-
Journal_GJHSS_(G)_Vol_20_Issue_9.pdf. Acesso em 23 out. 2020.
CHACRA, Guga. Trump, pior do que Carter e Busch pai. O Globo. Disponível em:
http://blogs.oglobo.globo.com/guga-chacra/post/trump-pior-do-que-carter-e-bush-pai.html.
Acesso em 15 dez. 2020.
DORIA, Pedro. Resenha: ‘O Dilema das Redes’, da Netflix, expõe o problema e pode ser
passo para a solução. Disponível em: http://blogs.oglobo.globo.com/sonar-a-escuta-das-
redes/post/resenha-o-dilema-das-redes-da-netflix-expoe-o-problema-e-pode-ser-passo-
para-solucao.html. Acesso em: 08 dez. 2020.
HARARI, Yuval Noach. 21 lições para o século 21. São Paulo: Companhia das Letras,
2018.
LOPES, Larissa. Atual e assustador: o que achamos de “Maria e João – O conto das bruxas.
Revista Galileu. Disponível em:
39
http://revistagalileu.globo.com/Cultura/noticia/2020/02/atual-e-assustador-o-que-achamos-
de-maria-e-joao-o-conto-das-bruxas.html. Acesso em 08 dez. 2020.
ROULET, E. The description of text relation markers in the Geneva model of discourse
organization. In: FISCHER, K (ed.). Approaches to Discourse Particles. Amsterdam:
Elsevier, 2006. p. 115-131.
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Currículo do autor
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42
Glossário de códigos QR (Quick Response)
Dica do professor
Mídia digital O papel da ciência
Apresentação do na formação da
curso opinião pública sobre
coranavírus e política
Mídia digital
Análise e produção
de artigos de opinião
43
Plataforma +IFMG
Formação Inicial e Continuada EaD