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SUMÁRIO

MATERIAL PARA O(A) PROFESSOR(A) .......................................................... pág 01

APRESENTAÇÃO ........................................................................................................... pág 02

LÍNGUA PORTUGUESA
Planejamento 1: Os males do uso do cigarro eletrônico ................................... pág 03
Planejamento 2: Leitura de livro de literatura/confecção de livro hexagonal ...... pág 12
Planejamento 3: Gênero rap e figuras de linguagem ....................................... pág 19
Planejamento 4: Conto fantástico .................................................................. pág 23
Planejamento 5: As fakes news e o texto normativo ........................................ pág 32

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MATERIAL PARA O ESTUDANTE ......................................................................... pág 43

APRESENTAÇÃO ........................................................................................................... pág 44

LÍNGUA PORTUGUESA
Atividade 1: Os males do uso do cigarro eletrônico ......................................... pág 45
Atividade 2: Leitura de livro de literatura/confecção de livro hexagonal ............ pág 49
Atividade 3: Gênero rap e figuras de linguagem .............................................. pág 52
Atividade 4: Conto fantástico ......................................................................... pág 57
Atividade 5: As fakes news e o texto normativo .............................................. pág 60

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Prezado(a) Professor(a),

No intuito de contribuir com o seu trabalho em sala de aula, preparamos este caderno com muito
carinho. Por meio dele, você terá a oportunidade de ampliar o trabalho já previsto em seu
planejamento. O presente caderno foi construído tendo por base os Planos de Curso 2024, que
foram elaborados a partir das competências e habilidades estabelecidas na BNCC e no CRMG a
serem desenvolvidas e trabalhadas por todas as unidades escolares da rede pública de Minas
Gerais. Aborda os diversos componentes curriculares e para facilitar a leitura e manuseio foi
organizado de forma linear. Contudo ao implementá-lo em sala de aula, você poderá recorrer
aos planejamentos de forma não sequencial, atendendo às necessidades pedagógicas dos
estudantes. É preciso atentar-se, apenas, para os conhecimentos que são pré-requisitos, ou seja,
aqueles que foram trabalhados nos planejamentos anteriores e que precisam ser retomados com
os estudantes para a construção do novo conhecimento em questão.

Como o principal objetivo deste material é o trabalho com o desenvolvimento de habilidades,


este caderno vem com o propósito de dialogar com sua prática e com o seu planejamento dentro
das habilidades básicas - aquelas que devemos assegurar que todos os nossos estudantes
aprendam.

Destacamos ainda, que o livro didático continua sendo um instrumento eficiente e necessário,
principalmente por não anular o papel do professor de mediador insubstituível dentro dos
processos de ensino e de aprendizagem. Coracini (1999) nos diz que “o livro didático já se
encontra internalizado no professor (...) o professor continua no controle do conteúdo e da forma
(...)”, reafirmando que, o que torna o livro didático e o que torna os Cadernos MAPA eficientes,
é justamente a maneira como o professor utiliza-os junto aos estudantes.

Desejamos a você, professor(a), um bom trabalho!

Equipe da Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores

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MATERIAL DE APOIO PEDAGÓGICO PARA APRENDIZAGENS – MAPA
REFERÊNCIA
2024

UNIDADE TEMÁTICA

Crenças Religiosas e Filosofias de Vida.


Identidades e Alteridades

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S)
CONHECIMENTO

Apreciação e réplica. (EF69LP02X) Analisar e comparar peças publicitárias variadas


Relação entre gêneros e (cartazes, folhetos, outdoor, anúncios e propagandas em
mídias. diferentes mídias, spots, jingle, vídeos etc.), de forma a perceber
a articulação entre elas em campanhas (campanha pela
Efeitos de sentido.
manutenção da limpeza urbana, campanha para salvar algum
Relação do texto com o bicho em extinção, campanhas política, etc.), as especificidades
contexto de produção e das várias semioses e mídias, a adequação dessas peças ao
experimentação de público-alvo, aos objetivos do anunciante e/ou da campanha e à
papéis sociais. construção composicional e estilo dos gêneros em questão, como
Produção de textos forma de ampliar suas possibilidades de compreensão (e produção)
jornalísticos orais. de textos pertencentes a esses gêneros.

Planejamento e (EF69LP04) Identificar e analisar os efeitos de sentido que


produção de textos fortalecem a persuasão nos textos publicitários, relacionando as
jornalísticos orais. estratégias de persuasão e apelo ao consumo com os recursos
linguístico-discursivos utilizados, como imagens, tempo verbal,
Estilo
jogos de palavras, figuras de linguagem etc., com vistas a fomentar
Estratégia de produção: práticas de consumo conscientes.
planejamento de textos
(EF69LP06) Produzir e publicar notícias, fotodenúncias,
informativos.
fotorreportagens, reportagens, reportagens multimidiáticas,
Estratégia de produção: infográficos, podcasts noticiosos, entrevistas, cartas de leitor,
textualização de textos comentários, artigos de opinião de interesse local ou global, textos
informativos. de apresentação e apreciação de produção cultural – resenhas e
outros próprios das formas de expressão das culturas juvenis, tais
como vlogs e podcasts culturais, gameplay, detonado etc. –e
cartazes, anúncios, propagandas, spots, jingles de campanhas
sociais, dentre outros em várias mídias, vivenciando de forma
significativa o papel de repórter, de comentador, de analista, de

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crítico, de editor ou articulista, de booktuber, de vlogger
(vlogueiro) etc., como forma de compreender as condições de
produção que envolvem a circulação desses textos e poder
participar e vislumbrar possibilidades de participação nas práticas
de linguagem do campo jornalístico e do campo midiático de
forma ética e responsável, levando-se em consideração o
contexto da Web 2.0, que amplia a possibilidade de circulação
desses textos e “funde” os papéis de leitor e autor, de consumidor
e produtor.
(EF69LP10X) Produzir notícias para rádios, TV ou vídeos,
podcasts noticiosos e de opinião, entrevistas, comentários, vlogs,
jornais radiofônicos e televisivos, dentre outros possíveis,
relativos a fato e temas de interesse pessoal, local ou global e
textos orais de apreciação e opinião – podcasts e vlogs noticiosos,
culturais e de opinião, orientando-se por roteiro ou texto,
considerando o contexto de produção e demonstrando domínio
dos gêneros e do uso da linguagem oral.
(EF69LP12) Desenvolver estratégias de planejamento,
elaboração, revisão, edição, reescrita/redesign (esses três
últimos quando não for situação ao vivo) e avaliação de textos
orais, áudio e/ou vídeo, considerando sua adequação aos
contextos em que foram produzidos, à forma composicional e
estilo de gêneros, a clareza, progressão temática e variedade
linguística empregada, os elementos relacionados à fala, tais
como modulação de voz, entonação, ritmo, altura e intensidade,
respiração etc., os elementos cinésicos, tais como postura
corporal, movimentos e gestualidade significativa, expressão
facial, contato de olho com plateia etc.
(EF69LP17) Perceber e analisar os recursos estilísticos e
semióticos dos gêneros jornalísticos e publicitários, os aspectos
relativos ao tratamento da informação em notícias, como a
ordenação dos eventos, as escolhas lexicais, o efeito de
imparcialidade do relato, a morfologia do verbo, em textos
noticiosos e argumentativos, reconhecendo marcas de pessoa,
número, tempo, modo, a distribuição dos verbos nos gêneros
textuais (por exemplo, as formas de pretérito em relatos; as
formas de presente e futuro em gêneros argumentativos; as
formas de imperativo em gêneros publicitários), o uso de recursos
persuasivos em textos argumentativos diversos (como a
elaboração do título, escolhas lexicais, construções metafóricas,
a explicitação ou a ocultação de fontes de informação) e as
estratégias de persuasão e apelo ao consumo com os recursos
linguístico-discursivos utilizados (tempo verbal, jogos de palavras,
metáforas, imagens).
(EF69LP18) Utilizar na escrita/reescrita de textos argumentativos,
recursos linguísticos que marquem as relações de sentido entre
parágrafos e enunciados do texto e operadores de conexão
adequados aos tipos de argumento e à forma de composição de

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textos argumentativos, de maneira a garantir a coesão, a
coerência e a progressão temática nesses textos
(“primeiramente, mas, no entanto, em primeiro/
segundo/terceiro lugar, finalmente, em conclusão” etc.).
(EF89LP08) Planejar reportagem impressa e em outras mídias
(rádio ou TV/vídeo, sites), tendo em vista as condições de
produção do texto – objetivo, leitores/espectadores, veículos e
mídia de circulação etc. – a partir da escolha do fato a ser
aprofundado ou do tema a ser focado (de relevância para a
turma, escola ou comunidade), do levantamento de dados e
informações sobre o fato ou tema – que pode envolver
entrevistas com envolvidos ou com especialistas, consultas a
fontes diversas, análise de documentos, cobertura de eventos
etc. -, do registro dessas informações e dados, da escolha de
fotos ou imagens a produzir ou a utilizar etc., da produção de
infográficos, quando for o caso, e da organização hipertextual (no
caso a publicação em sites ou blogs noticiosos ou mesmo de
jornais impressos, por meio de boxes variados).
(EF89LP09A) Produzir reportagem impressa, com título, linha fina
(optativa), organização composicional (expositiva, interpretativa
e/ou opinativa), progressão temática e uso de recursos
linguísticos compatíveis com as escolhas feitas.
(EF89LP09B) Produzir reportagens multimidiáticas, tendo em
vista as condições de produção, as características do gênero, os
recursos e mídias disponíveis, sua organização hipertextual e o
manejo adequado de recursos de captação e edição de áudio e
imagem e adequação à norma-padrão.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Os males do uso de cigarro eletrônico
A) APRESENTAÇÃO:
Neste planejamento de Língua Portuguesa será explorado o trabalho com os gêneros textuais
charge, cartaz publicitário, meme, texto de divulgação científica e notícia analisando o tema “Os
males do uso de cigarro eletrônico”, através de momentos pedagógicos baseados em aulas com
temas atuais e compreensão de textos de diferentes gêneros.
O presente planejamento busca trabalhar aptidões fundamentais para o desenvolvimento da
habilidade de identificação e análise dos efeitos de sentido nos textos publicitários, é importante
articular o estudo dos variados gêneros publicitários às discussões contemporâneas sobre
propaganda e consumo, bem como a influência da propaganda no comportamento de
adolescentes e jovens e a ética na propaganda.
Ao produzir e publicar notícias, reportagens e gêneros publicitários, é indicado observar o estudo
das principais características dos gêneros selecionados e orientar a realização das diferentes
operações de produção de textos, quais sejam: contextualização, planejamento, elaboração do
texto, revisão processual e final. Vale a pena, também, analisar matérias jornalísticas.

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A produção de textos jornalísticos orais demanda seleção e progressão dos gêneros listados, do
ponto de vista das mídias, das habilidades mobilizadas e do gênero em questão (dos mais
informativos aos mais opinativos). Também é possível selecionar gêneros que façam uso das
várias mídias e abordar gradativamente os recursos delas.
Considerando os gêneros que podem ser gravados e assistidos/ouvidos posteriormente, é preciso
prever o ensino/aprendizagem de uso de aplicativos de captação e edição de áudio e imagem,
de acordo com a disponibilidade. Nesse contexto de produção, cada situação determina suas
estratégias de planejamento, elaboração, revisão, edição, reescrita/redesign e avaliação dos
textos. Se a proposta é a produção de um programa noticioso em vídeo, será necessário, depois
de definido o fato/assunto: - usar câmeras de captação de vídeo e áudio e de aplicativos de
edição do material gravado; - após pesquisa e seleção de informações, produzir roteiros com
indicações do texto a ser lido pelo âncora/jornalista, das entradas de entrevistas ou outras
imagens gravadas.
Os recursos estilísticos e semióticos dos gêneros jornalísticos e publicitários devem ser
percebidos, analisados e associados às práticas de leitura e/ou produção de textos desses
gêneros. Analisando textos da mídia e mostrando as figuras de linguagem usadas.
A utilização de recursos linguísticos que marquem as relações de sentido entre parágrafos e
enunciados do texto e operadores de conexão adequados aos tipos de argumento na
escrita/reescrita de textos argumentativos envolve o uso de recursos textuais que estabeleçam
relações adequadas entre as partes do texto, de modo a conferir-lhe legibilidade e tratamento
apropriado do conteúdo. Esta habilidade é necessária para estabelecer a progressão e a unidade
temática — o "fio da meada" — do texto, assim como sua coesão e coerência.
Em uma reportagem, o texto mais longo e o tratamento mais aprofundado do tema envolvem
mais articulações entre texto verbal e não verbal (efeitos sonoros, perspectiva da câmera, cortes
de imagens etc.). Então, professor (a), considere o nível de autonomia do estudante, propondo
na progressão trabalhos em colaboração que avancem para aqueles mais autônomos.
Do ponto de vista didático, é recomendável que você faça um estudo das principais características
dos gêneros selecionados e a realização das diferentes operações de produção de textos, quais
sejam: contextualização, definição da situação comunicativa em que o texto será produzido
(quem serão os leitores, onde circulará, com que finalidade, em qual gênero); planejamento -
que envolve a elaboração do conteúdo temático (o que será dito) e a organização do texto parte
a parte; elaboração do texto, o processo da construção do texto (textualização); revisão
processual (durante a produção) e final.
Professor (a), diante do aumento do número de adolescentes que estão usando cigarros
eletrônicos, percebe-se a necessidade de falarmos sobre esse assunto. Por isso, este
planejamento visa a consolidação da habilidade norteadora que é alertá-los quanto aos riscos
que esse uso pode acarretar nos estudantes.

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B) DESENVOLVIMENTO:

1º MOMENTO

Organização da turma A escolha do professor.

Recursos e providências Texto impresso, notebook, internet, projetor.

Professor(a), comece a aula perguntando aos estudantes se eles já ouviram falar em cigarro
eletrônico, se sabem o que é, se já viram e se conhecem os efeitos que ele provoca no organismo
do usuário.
Comente com os estudantes sobre o uso cada vez mais frequente do cigarro eletrônico,
principalmente entre os jovens. Esse ato é motivo de preocupação tanto para os pais quanto para
os órgãos de saúde, já que esses dispositivos (também chamados de “vapes”) levam nicotina e
substâncias tóxicas aos pulmões, além de promover danos e complicações ao sistema respiratório
e cardiovascular. O planejamento desses momentos é a leitura de uma sequência de textos de
vários gêneros textuais (charge, cartaz publicitário, notícia, meme) que abordam essa temática.
Portanto, uma depende da outra para que se tenha um bom resultado. Todas as atividades
deverão ser contextualizadas, podendo ser um texto verbal, não verbal ou misto para que a
compreensão seja efetiva.
Após ouvir os comentários dos estudantes, exiba o vídeo sugerido abaixo que explica os riscos
do uso do cigarro eletrônico aos estudantes.

 Estudos apontam que os cigarros eletrônicos podem ser menos prejudiciais à saúde
Domingo Espetacular.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=lDjYNAbH3C8.

Após a exibição do vídeo,pergunte aos estudantes o que mais chamou a atenção deles na matéria
exibida e quais as informações sobre os países citados eles não sabiam.

2º MOMENTO

Organização da turma A escolha do professor.

Recursos e providências Fotocópias de atividades, quadro e pincel.

Professor(a), distribua as cópias do texto “Uso de cigarro eletrônico por apenas 30 dias já
é capaz de gerar problemas respiratórios severos, diz estudo”, passe as questões no
quadro para os estudantes copiarem e responderem-nas no caderno.

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Uso de cigarro eletrônico por apenas 30 dias já é capaz de gerar problemas
respiratórios severos, diz estudo
Consumo por esse período também gera risco 78% maior de ocorrência de falta de ar e
50% maior de desenvolvimento de sintomas de bronquite.
Imagem 1- Cigarro eletrônico

Fonte: (Huffaker in: O Globo, 2023)

Muito utilizado entre jovens, os cigarros eletrônicos representam um grande risco à saúde.
Segundo um estudo feito pelo Center for Tobacco Research do The Ohio State University
Comprehensive Cancer Center e da Southern California Keck School of Medicine, ambos dos
Estados Unidos, apenas 30 dias de consumo dos chamados vapes podem gerar problemas
respiratórios severos, mesmo em pessoas com boas condições de saúde e pouca idade,
público que mais consome esse tipo de produto.
Os pesquisadores acompanharam mais de dois mil jovens com idade média de 17,3 anos. Os
participantes preencheram uma pesquisa online, em 2014, sobre seus sintomas respiratórios
e uso de cigarro eletrônico, cigarro tradicional ou maconha, com cerca de 23% dos
participantes relatando histórico de asma.
Os pesquisadores coletaram dados da maioria desses participantes em outras três ocasiões:
2015, 2017 e 2018. Os participantes foram questionados se já haviam usado um dos três
produtos, e, em caso positivo, eram perguntados sobre o número de dias em que usaram nos
últimos 30 dias. Com isso, foram criados grupos: aqueles que nunca experimentaram um
produto, classificados como “nunca usuários”; participantes que usaram um produto em pelo
menos um dos últimos 30 dias, classificados como usuários “nos últimos 30 dias”.
Usuários de cigarros eletrônicos há 30 dias tiveram um risco 81% maior de apresentar um
sintoma chamado chiado. Para esse grupo, também foi demonstrado um risco 78% maior de
sentir falta de ar e um risco 50% maior de apresentar sintomas de bronquite.
Os pesquisadores analisaram mais de quatro anos de dados de pesquisas sobre o consumo
do produto — que cria um vapor contendo nicotina e outros produtos nocivos à saúde — por
adolescentes e jovens adultos.
Segundo eles, o levantamento contribui para as evidências já existentes de que o uso de
cigarros eletrônicos está associado a um risco maior de problemas respiratórios, apontando,
também, que “reguladores devem considerar as descobertas e trabalhar para minimizar o
impacto negativo do uso de cigarros eletrônicos na saúde dos jovens”.

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Nos Estados Unidos, o uso de cigarros eletrônicos é substancialmente maior entre jovens do
que entre adultos em geral, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças,
com as vendas do produto aumentando quase 50% durante os dois primeiros anos da
pandemia de Covid-19.
As vendas teriam sido impulsionadas principalmente por produtos com sabores doces e
frutados, populares entre adolescentes. O aumento ocorreu mesmo com uma repressão
federal que impôs mais restrições ao marketing para esse tipo de cigarro e para a variedade
de sabores oferecidos.
Fonte: (O Globo, 2023)

1- Por que o uso de cigarros eletrônicos representa um grande risco à saúde?


2- Quem é o responsável pela pesquisa e quanto tempo ela durou?
3- Qual foi a idade média dos entrevistados?
4- O que foi comprovado pela pesquisa realizada?
5- Quais produtos populares entre os adolescentes teriam impulsionado as vendas?

3º MOMENTO

Organização da turma A escolha do professor.

Recursos e providências Fotocópias de atividades, quadro e pincel.

Professor (a), corrija as questões propostas pedindo aos estudantes para lerem em voz alta suas
respostas.

4º MOMENTO

Organização da turma A escolha do professor.

Recursos e providências Cópias do texto, quadro e pincel.

Professor(a), distribua para cada estudante a cópia do texto sobre o cantor Zé Neto, da
dupla com Cristiano, alerta sobre uso de cigarro eletrônico que causou doença no pulmão: 'Para
porque faz mal' e peça a um estudante para fazer a leitura em voz alta.

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Zé Neto, da dupla com Cristiano, alerta sobre uso de cigarro eletrônico que causou
doença no pulmão: 'Para porque faz mal'
Músico publicou nas redes sociais que está terminando tratamento para uma doença
pulmonar, mas que está bem.
Imagem 2 – Zé Neto

Fonte: (G1, 2021)

O cantor sertanejo Zé Neto, da dupla com Cristiano, publicou nas redes sociais na madrugada
desta quarta-feira (22) que a doença pulmonar que está fazendo tratamento foi causada pelo
uso de cigarro eletrônico. Ele alertou sobre como o cigarro pode fazer mal e aliviou os fãs ao
esclarecer que está bem.
"Está tudo bem e realmente passei por problema sério no pulmão devido ao cigarro eletrônico.
Quem mexe com essa bosta, para com isso porque faz mal. Obrigada por quem rezou por mim,
desejaram coisas boas por mim. Está tudo bem. Tem muita gente postando desgraça. Tudo
que a gente faz de bom é difícil as pessoas postarem. Mas qualquer notícia ruim todo mundo
posta, divulga e viraliza. Mas está tudo certo e estou bem, terminando o tratamento estarei
zero. Já estou 99. Obrigado pelo carinho", afirmou.
Segundo a assessoria do cantor informou ao g1, Zé Neto apresenta foco de vidro do pulmão,
o que tem causado um pouco de falta de ar para cantar. Segundo a equipe da dupla, este
problema pode ser consequência da Covid-19 ou também do consumo de cigarro eletrônico.
Apesar do diagnóstico, a assessoria afirmou ao g1 que a doença não é grave e nenhum show
precisou ser adiado ou cancelado.
Os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs), nome técnico dado aos cigarros eletrônicos,
têm a venda proibida no Brasil desde 2009. Segundo a Anvisa, desde então o cigarro eletrônico
tem sido objeto de estudos para que seja medido seu impacto à saúde. "Até o momento, ainda
restam incertezas e controversas relativas ao uso e aos riscos atribuídos a esses dispositivos",
diz o órgão.
A regulação destes dispositivos ainda está em fase de discussão e tem previsão para ser
concluída até 2023.
O assunto repercutiu depois que um vídeo foi publicado nesta semana nas redes sociais. Nas
imagens, Zé Neto aparece conversando com a equipe dele.
“Obrigado do fundo do meu coração. Eu vou falar para você, eu nesse projeto conversei com
o Cristiano, a gente postou. Muita gente estava com medo, todo mundo aqui sabe, não é
segredo, eu estou com um problema no pulmão. Estou tratando, estou tentando, nem achei

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que ia conseguir. Mas Deus é tão maravilhoso que mais uma vez eu acho que nós saímos daqui
com uma ‘bala’ do projeto. Muito obrigado, de coração”, disse o cantor no vídeo.
A assessoria de imprensa da dupla afirmou que a doença pode ser consequência da Covid-19.
Em junho de 2020, Zé Neto testou positivo para a doença. Ele fez teste de coronavírus no
Hospital de Base de Rio Preto, após apresentar tosse, espirro e febre.
Durante o isolamento, Zé Neto publicou um vídeo nas redes sociais agradecendo pelo apoio
que recebeu e pediu para que as pessoas respeitassem as orientações de prevenção à doença.
O parceiro de palco, Cristiano, também teve a confirmação para a doença, mas em 21 de março
deste ano. Ele precisou ser internado no Hospital de Base para o tratamento e recebeu alta no
dia 27 do mesmo mês.
Fonte: (G1, 2021)

Após a leitura, comente sobre o texto e pergunte aos estudantes se eles se lembram ou
conhecem outras pessoas que já passaram pela mesma situação que o cantor Zé Neto.
Em seguida, passe as questões no quadro para os estudantes copiarem e responderem-nas no
caderno registrando os trechos da notícia lida que representam os elementos básicos de uma
notícia.

Quem?

O quê?

Quando?

Onde?

Por quê?

Como?

Professor (a), realize, de forma coletiva, a correção das atividades realizadas, evidenciando as
características textuais.

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UNIDADE TEMÁTICA

Leitura. Oralidade. Análise linguística/semiótica. Produção de textos.

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S)
CONHECIMENTO

Reconstrução da textualidade (EF69LP47A) Analisar, em textos narrativos ficcionais, as


e compreensão dos efeitos de diferentes formas de composição próprias de cada gênero, os
sentidos provocados pelos recursos coesivos que constroem a passagem do tempo e
usos de recursos linguísticos e
articulam suas partes, a escolha lexical típica de cada gênero
multissemióticos. para a caracterização dos cenários e dos personagens e os
Consideração das condições efeitos de sentido decorrentes dos tempos verbais, dos tipos
de discurso, dos verbos de enunciação e das variedades
de produção.
linguísticas (no discurso direto, se houver) empregados.
Estratégias de produção:
planejamento, textualização e (EF69LP47B) Identificar o enredo e o foco narrativo e
percebendo como se estrutura a narrativa nos diferentes
revisão/edição.
gêneros e os efeitos de sentido decorrentes do foco narrativo
Variação linguística. típico de cada gênero, da caracterização dos espaços físico e
Estratégias de leitura. psicológico e dos tempos cronológico e psicológico, das
diferentes vozes no texto (do narrador, de personagens em
Apreciação e réplica. discurso direto e indireto), do uso de pontuação expressiva,
palavras e expressões conotativas e processos figurativos e
do uso de recursos linguístico-gramaticais próprios a cada
gênero narrativo.
(EF69LP51) Engajar-se ativamente nos processos de
planejamento, textualização, revisão/edição e reescrita,
tendo em vista as restrições temáticas, composicionais e
estilísticas dos textos pretendidos e as configurações da
situação de produção – o leitor pretendido, o suporte, o
contexto de circulação do texto, as finalidades etc. – e
considerando a imaginação, a estesia e a verossimilhança
próprias ao texto literário.
(EF69LP55X) Reconhecer, considerando a situação
comunicativa, as variedades da língua falada, o conceito de
norma-padrão e o de preconceito linguístico.
(EF89LP33) Ler, de forma autônoma, e compreender –
selecionando procedimentos e estratégias de leitura
adequados a diferentes objetivos e levando em conta
características dos gêneros e suportes – romances, contos
contemporâneos, minicontos, fábulas contemporâneas,
romances juvenis, biografias romanceadas, novelas, crônicas
visuais, narrativas de ficção científica, narrativas de suspense,
poemas de forma livre e fixa (como haicai), poema concreto,
ciberpoema, dentre outros, expressando avaliação sobre o
texto lido e estabelecendo preferências por gêneros, temas,
autores.

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PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Leitura de livro de literatura e confecção de livro hexagonal
A) APRESENTAÇÃO:
Prezado(a) professor(a), este planejamento terá como foco a importância da literatura para a
vida escolar dos estudantes e a análise de textos narrativos ficcionais com suas diferentes formas
de composição próprias de cada gênero. Nele vamos trabalhar os recursos coesivos que
constroem a passagem do tempo e articulam suas partes, a escolha lexical típica de cada gênero
para a caracterização dos cenários e dos personagens e os efeitos de sentido decorrentes dos
tempos verbais, dos tipos de discurso, dos verbos de enunciação e das variedades linguísticas
empregados.
Por meio da leitura das obras literárias, dê aos estudantes a oportunidade para identificar o
enredo e o foco narrativo e perceber como se estrutura uma narrativa nos diferentes gêneros e
os efeitos de sentido decorrentes do foco narrativo típico de cada gênero, da caracterização dos
espaços físico e psicológico e dos tempos cronológico e psicológico, das diferentes vozes no texto
(do narrador, de personagens em discurso direto e indireto), do uso de pontuação expressiva,
palavras e expressões conotativas e processos figurativos e do uso de recursos linguístico-
gramaticais próprios a cada gênero narrativo.
Professor(a), selecione previamente os livros literários que os estudantes usarão para a realização
da confecção do livro hexagonal com os elementos mais importantes da obra lida que são:

▪ biografia resumida do autor;


▪ personagens principais com características;
▪ descrição do lugar e duração da história;
▪ palavras novas que aprendeu;
▪ ilustração que melhor representa a história lida.

A análise de diferentes formas de composição próprias de cada gênero/texto narrativo ficcional


busca reconhecer as especificidades da participação em cada prática, apropriando-se dos
diferentes gêneros orais ou escritos nelas envolvidos. Demanda o envolvimento frequente e
sistemático do estudante em práticas públicas e formais de leitura e/ou produção de textos, orais
e/ou escritos, em que a correção deve ser realizada. Em um conto, por exemplo, avaliar o campo
semântico e inferir, a partir daí, seus sentidos.
O estudo do texto narrativo ficcional por meio de uma narrativa curta, visa elencar e analisar os
principais elementos ficcionais: foco narrativo, personagens, tempo, espaço.
Por meio de organizações variadas da turma, você pode estimular os estudantes a participarem
de produções coletivas, grupos, duplas ou individuais. Considere o engajamento dos estudantes
no processo de produção de textos literários através de uma motivação interna que pode ser
provocada externamente pelas práticas culturais adotadas: rodas e clubes de leitura, eventos
culturais, como saraus, mostra de cinema e show de esquetes, dentre outras.
Através da leitura de textos narrativos ficcionais, você levará os estudantes a reconheceram as
variedades da língua falada, o conceito de norma-padrão e o de preconceito linguístico visando

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o envolvimento do domínio de normas urbanas de prestígio e expressar-se, oralmente ou por
escrito, "com correção". Seu desenvolvimento demanda convívio cotidiano com a variação
linguística de forma que o estudante possa perceber as características principais de cada
variedade e sua adequação ao contexto de origem.
Com este planejamento, você proporcionará aos estudantes ler, de forma autônoma e
compreender selecionando procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes
objetivos e levando em conta características dos gêneros e suportes, expressando avaliação sobre
o texto lido e estabelecendo preferências por gêneros, temas e autores. Sugere-se, quando
possível, a articulação dos professores da área, o que possibilitará explorar as diferentes
linguagens, bem como com a pessoa responsável pela sala de leitura e/ou biblioteca, quando
houver. Esta habilidade articula-se com a habilidade de mostrar interesse e envolvimento com a
leitura de textos literários, no sentido de que se envolver nas mais variadas práticas de leitura
literária favorece o desenvolvimento da autonomia dos estudantes.

B) DESENVOLVIMENTO:

1º MOMENTO: ESCOLHA E LEITURA DO LIVRO LITERÁRIO (EM PROSA)

Organização da turma A escolha do professor.

Texto impresso, livros literários do acervo da biblioteca da


Recursos e providências
escola.

Professor(a), inicie a aula falando sobre a importância da leitura e seus benefícios ao longo de
sua formação escolar.
Disponibilize o texto abaixo através de fotocópia e faça a leitura com a turma.

"A Literatura é a arte da palavra. Podemos dizer que a literatura, assim como a língua que
ela utiliza, é um instrumento de comunicação e de interação social, ela cumpre o papel de
transmitir os conhecimentos e a cultura de uma comunidade.
A literatura está vinculada à sociedade em que se origina, assim como todo tipo de arte,
pois o artista não consegue ser indiferente à realidade.
A obra literária é resultado das relações dinâmicas entre escritor, público e sociedade, porque
através de suas obras o artista transmite seus sentimentos e ideias do mundo, levando seu
leitor à reflexão e até mesmo à mudança de posição perante a realidade, assim a literatura
auxilia no processo de transformação social.
A literatura também pode assumir formas de crítica à realidade circundante e de denúncia
social, transformando-se em uma literatura engajada, servindo a uma causa político-
ideológica.
Podemos dizer que o texto literário conduz o leitor a mundos imaginários, causando prazer
aos sentidos e à sensibilidade do homem.

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A literatura transformou-se, em várias partes do mundo, em disciplina escolar dada a sua
importância para a língua e a cultura de um país, assim como para a formação de jovens
leitores.”
Fonte: (Cabral in: Brasil Escola,[2023])

Após a leitura do texto e visando motivar os estudantes a participarem da atividade, levante


questões como:
• O que é literatura?
• Por que a literatura auxilia no processo de transformação social?
• Quais os benefícios ao ler uma obra literária?
• Cite exemplos de obras literárias que leu e que serviram de crítica à realidade e de
denúncia social?
• Por que a literatura se transformou em disciplina escolar?

Exponha os livros literários de contos e crônicas previamente selecionados para os estudantes e


solicite que escolham e realizem a leitura em sala.

2º MOMENTO: ROTEIRO DE LEITURA/CAPA DO TRABALHO

Organização da turma A escolha do professor.

Recursos e providências Folha de ofício, roteiro de leitura impresso.

Professor(a), relembre o assunto trabalhado no momento anterior e, em seguida, distribua e peça


para que os estudantes respondam ao roteiro de leitura (atividade 1) em folha separada.
Além disso, ensine aos estudantes como se faz a capa para o trabalho, conforme o modelo
adotado pela escola.
Sugestão: solicite a cada estudante ou cada grupo que traga uma cartolina (cor clara) e pincéis
para o momento seguinte.

3º MOMENTO: CONFECÇÃO DO LIVRO HEXAGONAL

Organização da turma A escolha do professor.

Folha de ofício, cartolina (cor clara), pincéis, lápis, régua,


Recursos e providências
tesoura, molde do hexágono e roteiro de leitura impresso.

Para melhor entendimento da atividade recomendo que assista ao vídeo indicado abaixo.

 Confecção de livro hexagonal Giselle Mazzini


Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=GOPB4s1CXy0.

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Professor(a), este é o momento de você ensinar aos estudantes a confeccionarem o livro
hexagonal (atividade 2). Siga as orientações do passo a passo.
Imagem 1 - Modelo livro hexagonal

Fonte: (Oliveira, 2023)


PASSO A PASSO
Distribua um molde do hexágono para cada estudante ou grupo.
Desenhe os hexágonos, no quadro, explicando como cada estudante deverá desenhar os 7
hexágonos na cartolina.
É recomendável que cada estudante ou grupo faça as marcações na cartolina a lápis primeiro,
depois recorte as bordas externas e passe canetinha de sua preferência por cima delas.
Professor (a), coloque o número de 1 a 7 nos hexágonos e explique aos estudantes quais
informações deverão aparecer em cada hexágono. É recomendável que a ilustração fique no
hexágono do centro.
Sugestão de informações a serem registradas em cada hexágono:
1. Nome do livro/nome do texto selecionado/nome do autor;
2. Personagens principais da história e principais características;
3. Lugar e duração da história;
4. Biografia resumida do autor e imagem do rosto dele;
5. Palavras novas que aprendeu;
6. Tema(s) da realidade abordado(s) na história;
7. Ilustração (é recomendável que o estudante faça um desenho que represente a história
que leu. Se o estudante não conseguir desenhar, ele poderá colar uma imagem adequada
à história lida).

Professor (a), avise aos estudantes que todas as informações devem ser registradas na mesma
posição para que, ao expor os trabalhos, os demais estudantes possam lê-los.
Os estudantes deverão terminar a atividade em casa, caso não dê tempo durante o momento.

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Molde a ser reproduzido para cada estudante:
Imagem 2 - Molde do hexágono

Fonte: Fonte: (Oliveira, 2023)

4º MOMENTO: RODA DE CONVERSA

Organização da turma Trabalho de apresentação oral.

Formar um círculo em sala de aula ou em outro local


Recursos e providências disponível na escola.
Roteiro do trabalho preenchido.

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Imagem 3 – Roda de conversa

Fonte: (Freepik, [2023])

Na data marcada, peça aos estudantes para se sentarem em círculo em sala de aula ou em outro
local disponível na escola. Em seguida, informe aos estudantes que cada um ou cada grupo
deverá falar o nome do livro que leu, o nome do texto escolhido, o nome do autor relatando
resumidamente a biografia dele e, para finalizar, cada estudante deverá fazer um breve resumo
sobre a história lida sem contar o desfecho destacando o que mais chamou a atenção dela.
Professor(a), incentive os estudantes a participarem dessa atividade, já que ela proporciona um
momento de ampliar os conhecimentos relacionados ao texto narrativo, divulgar e compartilhar
as histórias lidas com eles. Após a apresentação de todos os estudantes, faça as considerações
finais valorizando e parabenizando a participação de cada um e recolha os roteiros respondidos
e os livros literários.

▪ Nome do livro que leu;


▪ Nome do texto que leu;
▪ Nome do autor e resumo da biografia dele;
▪ Resumo da história lida sem contar o desfecho;
▪ O que mais chamou a atenção na história.

5º MOMENTO

Organização da turma A escolha do professor.

Livros hexagonais feitos pelos estudantes.


Recursos e providências
Ornamentação do mural.

Professor(a), defina o melhor dia da semana para realizar a exposição dos trabalhos em sala de
aula e/ou no mural da escola. Ornamente o mural antecipadamente.

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UNIDADE TEMÁTICA

Leitura. Oralidade. Análise linguística/semiótica. Produção de textos.

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S)
CONHECIMENTO

Apreciação e réplica. (EF69LP21) Posicionar-se em relação a conteúdos veiculados em


práticas não institucionalizadas de participação social, sobretudo
Figuras de linguagem.
àquelas vinculadas a manifestações artísticas, produções culturais,
Variação linguística. intervenções urbanas e práticas próprias das culturas juvenis que
pretendam denunciar, expor uma problemática ou “convocar” para
uma reflexão/ação, relacionando esse texto/produção com seu
contexto de produção e relacionando as partes e semioses
presentes para a construção de sentidos.
(EF89LP37X) Analisar e empregar os efeitos de sentido do uso de
figuras de linguagem como ironia, eufemismo, antítese, aliteração,
assonância, dentre outras.
(EF69LP55X) Reconhecer, considerando a situação comunicativa,
as variedades da língua falada, o conceito de norma-padrão e o de
preconceito linguístico.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: GÊNERO TEXTUAL RAP / FIGURAS DE LINGUAGEM
A) APRESENTAÇÃO:
Neste planejamento de Língua Portuguesa, você encontrará atividades relacionadas ao gênero
textual rap. O planejamento envolve a leitura e o estudo de uma letra de música abordando
algumas figuras de linguagem.
As atividades levam os estudantes a reconhecerem as variedades da língua falada, o conceito de
norma-padrão e o de preconceito linguístico, considerando a situação comunicativa. Envolve o
domínio de normas urbanas de prestígio e/ou referem-se a expressar-se, oralmente ou por
escrito, "com correção". Seu desenvolvimento demanda convívio cotidiano com a variação
linguística de forma que o estudante possa perceber as características principais de cada
variedade e sua adequação ao contexto de origem.
O desenvolvimento da habilidade (EF89LP37X) pode ser contextualizado em projetos de
produção de textos do campo literário; na elaboração de artigos de divulgação de conhecimento;
em projetos de estudo das figuras de linguagem em textos literários ou de divulgação de
conhecimento. Recomenda-se que os aspectos referidos sejam estudados levando em
consideração os efeitos de sentido que produzem e a relação que estabelecem entre os trechos
do enunciado; que a terminologia gramatical e a sistematização só sejam abordadas depois que
os aspectos em foco tiverem sido compreendidos.
O presente planejamento busca desenvolver habilidades fundamentais para estimular o

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reconhecimento das práticas encontradas nas periferias das grandes cidades e para analisar as
suas especificidades por meio do estudo dos recursos das diferentes linguagens em que se
constitui o gênero rap, o que dará subsídios ao estudante para formar opiniões sobre seus
conteúdos.
Para tanto, propomos uma reflexão acerca da letra da música “Eu vim de lá” de Kyan.
Para finalizar o estudo, os estudantes produzirão um rap em grupos.

B) DESENVOLVIMENTO:

1º MOMENTO: CONHECENDO O GÊNERO RAP

Organização da turma A escolha do professor.

Cópias do texto impresso, cópias da letra de música, caixa de


Recursos e providências
som, celular, internet, projetor, notebook.

Professor(a), inicie a prática perguntando aos estudantes o que é o gênero musical rap, se já
ouviram, se conhecem cantores e se sabem quais são as características desse estilo. Em seguida,
distribua o texto explicativo sobre o gênero em estudo para os estudantes, peça a um estudante
para fazer a leitura dele em voz alta.

O gênero textual rap é um texto oral produzido para ser declamado, como um discurso, sobre
um fundo musical. É caracterizado, sonoramente, pela presença de rimas e contém marcas das
variedades linguísticas que costumam ser usadas por jovens das periferias urbanas. De maneira
geral, os temas dessas produções relacionam-se às experiências desses jovens.
O arranjo da música que acompanha a letra do rap é, em geral, bastante simples. O texto pode
ser apresentado à capela (sem acompanhamento musical) ou vir acompanhado por sons
produzidos com a boca e o nariz ou, ainda, por uma base montada eletronicamente ou por
instrumentos.
No gênero textual rap, predominam temas críticos e a denúncia da exclusão social, do
preconceito racial e das condições precárias de vida nos bairros mais pobres. Também estão
presentes os temas relacionados à produção artística. São mensagens carregadas de ideologia
e que, muitas vezes, apresentam imagens fortes e até mesmo violentas.
No entanto, a preocupação com a mensagem crítica a ser transmitida não elimina a força da
poesia, obtida pela exploração da sonoridade e do sentido das palavras e pela construção de
imagens expressivas.

Após a leitura do texto explicativo, reforce os pontos mais relevantes, em seguida solicite que os
estudantes se sentem em duplas e distribua uma cópia da letra da música “Eu vim de lá” para
cada uma, faça a exibição da música para a turma, ouça os relatos sobre a mensagem trazida
por ela e passe as questões sobre ela no quadro ou, se preferir, projete na tela.

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Por que branco é o cara que grava?
Leia este texto:
Por que é o branco quem me entrevista?
Eu Vim de Lá
Por que é o branco quem me contrata?
Kyan Por que é o branco quem administra?
Vou ter que desabafar Por que o rap é cultura de preto e o branco
Ahn, ahn, ahn que fala e a moda dita?
E por que normalmente o cara preto serve e
Que eu vim de lá da favela o cara branco é quem manda?
Cotidiano complicado E por que que meu papo é pra preto e as
Nasci e cresci vendo roubo e guerra balada que canto só tem gente branca?
O certo agindo no errado Mas se o preto e o branco é igual
Isso que tô falando do mano de farda E mais da metade do Brasil é preto
Que teve educação, bem fundamentado Por que no jantar com mais de 20 ricos, de
Ganhou poder e a arma de fogo todos os ricos sou o único preto?
E me deu a escolha de pagar ou ser forjado É, sou o único preto
Ahn, sou o único preto
Eu sei que é errado É, sou o único preto
Mas nasci e vivi vendo tudo isso
E na escola nem o mais estudado Ó, Senhor, nos guarde, por favor
Conseguiu explicar o porquê do racismo que Olhe e vigie os nossos caminhos
eu tô sofrendo Se não existisse o grupo Racionais
Mas, senhor, por que tá me batendo? Provavelmente eu quem taria servindo
Mas, senhora, por que tá escondendo? Ó, menor, me escuta
Alguém me explica, eu não tô entendendo Que eu tô na luta pra não ser bandido
Por que sou medido sempre onde chego? Investe seu tempo no seu talento
Por que tão rindo do meu cabelo? Pra erguer a família e tá sendo servido
Por que a branquinha me olha estranho?
Por que ela acha que preto é feio? Ó, Senhor, por favor
Oh, mãezinha, por que que eu não nasci Cuide e guarde dos nossos meninos
branco? Uso de espelho sempre Racionais
Se até na escola a professora Solange me Pra te incentivar a não tá mais servindo
olha com ódio e descaso Ó, menor, me escuta
Porque sua filha perdeu a vaga pra mais um Que eu tô na luta pra não ser bandido
pretinho privilegiado Investe seu tempo no seu talento
E ela que disse, na sala falou Pra erguer a família e tá sendo servido
Cota é desculpa pra ser vagabundo É, tá sendo servido
Preto e branco é a mema coisa É, tá sendo servido
E o racismo é desculpa pra tudo
Saí da escola educado por ela Ó, Senhor, por favor
E revoltado com tudo que via Cuide e guarde dos nossos meninos
A vida é corrida, tem o preto e o branco Ó, Senhor, por favor
E a largada é a mesma fita Cuide e guarde dos nossos meninos
(Por favor)
Mas aí, professora, hoje estourei e cheguei
aqui em cima Valeu, valeu, valeu
E chegando aqui, encontrei menos preto É nóis
E muito mais branco do que eu gostaria
Fonte:(Kyan in: Letras, [2023])
Professora, me explica por que só tem
branco no espaço de pessoa rica?

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a) A quem o eu lírico se dirige no texto?
b) Quem é o mano de farda?
c) Quais as discriminações a que o negro passa na sociedade?
d) Transcreva do texto três exemplos de antíteses.
e) Transcreva do texto um exemplo de anáfora.
f) Quais os recursos expressivos contribuíram para a musicalidade do texto?
g) Qual variedade linguística foi empregada no texto? Exemplifique.
h) Transcreva os termos da linguagem coloquial e escreva o correspondente na norma culta.
i) O que é cota? A que cota o eu lírico está se referindo?
j) Transcreva do texto quatro rimas

2º MOMENTO: CORREÇÃO DAS QUESTÕES PROPOSTAS

Organização da turma A escolha do professor.

Recursos e providências Folha com as questões, texto impresso, quadro e pincel.

Professor (a), retome o assunto abordado no momento anterior e faça a correção das questões
propostas e registre as respostas no quadro, conforme a necessidade da turma.

3º MOMENTO: PESQUISA DE LETRAS DE MÚSICA (GÊNERO RAP)

Organização da turma A escolha do professor.

Recursos e providências Texto impresso.

Professor(a), solicite aos estudantes que formem pequenos grupos para pesquisarem letras de
música do gênero rap para que possam fazer a análise e socializar com os demais estudantes os
resultados das impressões e comparações.

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UNIDADE TEMÁTICA

Leitura. Oralidade. Análise linguística/semiótica. Produção de textos.

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S)
CONHECIMENTO
Reconstrução da textualidade
(EF69LP47A) Analisar, em textos narrativos ficcionais, as
e compreensão dos efeitos de
diferentes formas de composição próprias de cada gênero, os
sentidos provocados pelos recursos coesivos que constroem a passagem do tempo e
usos de recursos linguísticos e articulam suas partes, a escolha lexical típica de cada gênero
multissemióticos. para a caracterização dos cenários e dos personagens e os
Consideração das condições efeitos de sentido decorrentes dos tempos verbais, dos tipos de
de produção. discurso, dos verbos de enunciação e das variedades linguísticas
Estratégias de produção: (no discurso direto, se houver) empregados.
planejamento, textualização e
(EF69LP51) Engajar-se ativamente nos processos de
revisão/edição.
planejamento, textualização, revisão/edição e reescrita, tendo
Variação linguística. em vista as restrições temáticas, composicionais e estilísticas
Estratégias de leitura. dos textos pretendidos e as configurações da situação de
Apreciação e réplica. produção – o leitor pretendido, o suporte, o contexto de
circulação do texto, as finalidades etc. – e considerando a
imaginação, a estesia e a verossimilhança próprias ao texto
literário.
(EF69LP55X) Reconhecer, considerando a situação
comunicativa, as variedades da língua falada, o conceito de
norma-padrão e o de preconceito linguístico.
(EF89LP33) Ler, de forma autônoma, e compreender –
selecionando procedimentos e estratégias de leitura adequados
a diferentes objetivos e levando em conta características dos
gêneros e suportes – romances, contos contemporâneos,
minicontos, fábulas contemporâneas, romances juvenis,
biografias romanceadas, novelas, crônicas visuais, narrativas de
ficção científica, narrativas de suspense, poemas de forma livre
e fixa (como haicai), poema concreto, ciberpoema, dentre
outros, expressando avaliação sobre o texto lido e
estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.
(EF69LP53A) Ler em voz alta textos literários diversos – como
contos de amor, de humor, de suspense, de terror; crônicas
líricas, humorísticas, críticas; bem como leituras orais
capituladas (compartilhadas ou não com o professor) de livros
de maior extensão, como romances, narrativas de enigma,
narrativas de aventura, literatura infanto-juvenil.
(EF89LP37X) Analisar e empregar os efeitos de sentido do uso
de figuras de linguagem como ironia, eufemismo, antítese,
aliteração, assonância, dentre outras.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: Gênero conto fantástico.

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A) APRESENTAÇÃO:
Neste planejamento de Língua Portuguesa será explorado o trabalho com o gênero textual conto
fantástico analisando as características, através de momentos pedagógicos baseados em leitura
e estudo do conto “As formigas” de Lygia Fagundes Telles.
O presente planejamento busca desenvolver a habilidade fundamental para reconhecer as
especificidades da participação em cada prática, apropriando-se dos diferentes gêneros orais ou
escritos nelas envolvidos. Demanda o envolvimento frequente e sistemático do estudante em
práticas públicas e formais de leitura e/ou produção de textos, orais e/ou escritos, em que a
correção deve ser realizada. Em um conto, por exemplo, avaliar o campo semântico e inferir, a
partir daí, seus sentidos.
Visando a consolidação da habilidade norteadora deste planejamento, o mesmo tem como
objetivo final de aprendizagem: estimular o estudante a participar de produções coletivas, grupos,
duplas ou individuais; perceber as características principais de cada variedade linguística e sua
adequação ao contexto de origem; explorar as diferentes linguagens, bem como com a pessoa
responsável pela sala de leitura e/ou biblioteca, quando houver; mostrar interesse e envolvimento
com a leitura de textos literários, no sentido de que se envolver nas mais variadas práticas de
leitura literária favorece o desenvolvimento da autonomia dos estudantes.
Professor (a), incentive os estudantes à leitura de obras literárias, por exemplo, a leitura de
contos, considerando a diversidade de obras adequadas à faixa etária, destinados ao público
juvenil; narrativas de aventura clássicas, antologias de crônicas, contos e poemas. Traga para a
sala de aula sugestões que façam o estudante interessar não só pela leitura como pela produção
textual.

B) DESENVOLVIMENTO:

1º MOMENTO: CARACTERÍSTICAS DO GÊNERO CONTO FANTÁSTICO

Organização da turma A escolha do professor.

Recursos e providências Notebook, internet.

Introduza a aula fazendo a exibição da videoaula do “Se liga na educação” sobre o gênero conto.

 Conto fantástico - Rede Minas


Disponível em:
https://drive.google.com/file/d/1DvZZqrQF50bR0ZsKWG9sWvVyjdCRrkwL/view?pli=1.

Explanando sobre o Gênero Conto – cite suas características, a estrutura do enredo (introdução,
complicação, clímax, desfecho) e os elementos fundamentais de uma narrativa (fatos,
personagens, lugar e tempo). Pergunte aos estudantes: o que é conto fantástico? Já leram
algum conto fantástico? Cite o nome do conto e o autor.

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2º MOMENTO: LEITURA E ESTUDO DO CONTO FANTÁSTICO

Organização da turma Formar duplas.

Recursos e providências Cópias do texto “As formigas”, pincel, lousa.

Após ouvir as respostas, proponha a leitura silenciosa ou oral do conto “As formigas” de Lygia
Fagundes Telles.

As formigas – Conto de Lygia Fagundes Telles

Quando minha prima e eu descemos do táxi, já era quase noite. Ficamos imóveis diante do
velho sobrado de janelas ovaladas, iguais a dois olhos tristes, um deles vazado por uma
pedrada. Descansei a mala no chão e apertei o braço da prima.
– É sinistro.
Ela me impeliu na direção da porta. Tínhamos outra escolha? Nenhuma pensão nas redondezas
oferecia um preço melhor a duas pobres estudantes com liberdade de usar o fogareiro no
quarto, a dona nos avisara por telefone que podíamos fazer refeições ligeiras com a condição
de não provocar incêndio. Subimos a escada velhíssima, cheirando a creolina.
– Pelo menos não vi sinal de barata – disse minha prima.
A dona era uma velha balofa, de peruca mais negra do que a asa da graúna. Vestia um
desbotado pijama de seda japonesa e tinha as unhas aduncas recobertas por uma crosta de
esmalte vermelho-escuro, descascado nas pontas encardidas. Acendeu um charutinho.
– É você que estuda medicina? – perguntou soprando a fumaça na minha direção.
– Estudo direito. Medicina é ela.
A mulher nos examinou com indiferença. Devia estar pensando em outra coisa quando soltou
uma baforada tão densa que precisei desviar a cara. A saleta era escura, atulhada de móveis
velhos, desparelhados. No sofá de palhinha furada no assento, duas almofadas que pareciam
ter sido feitas com os restos de um antigo vestido, os bordados salpicados de vidrilho.
Vou mostrar o quarto, fica no sótão – disse ela em meio a um acesso de tosse. Fez um sinal
para que a seguíssemos.
– O inquilino antes de vocês também estudava medicina, tinha um caixotinho de ossos que
esqueceu aqui, estava sempre mexendo neles.
Minha prima voltou-se:
– Um caixote de ossos?
A mulher não respondeu, concentrada no esforço de subir a estreita escada de caracol que ia
dar no quarto. Acendeu a luz. O quarto não podia ser menor, com o teto em declive tão
acentuado que nesse trecho teríamos que entrar de gatinhas. Duas camas, dois armários e
uma cadeira de palhinha pintada de dourado. No ângulo onde o teto quase se encontrava com
o assoalho, estava um caixotinho coberto com um pedaço de plástico. Minha prima largou a
mala e, pondo-se de joelhos, puxou o caixotinho pela alça de corda. Levantou o plástico. Parecia
fascinada.
– Mas que ossos tão miudinhos! São de criança?
– Ele disse que eram de adulto. De um anão.

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– De um anão? É mesmo, a gente vê que já estão formados… Mas que maravilha, é raro à beça
esqueleto de anão. E tão limpo, olha aí – admirou-se ela. Trouxe na ponta dos dedos um
pequeno crânio de uma brancura de cal.
– Tão perfeito, todos os dentinhos!
– Eu ia jogar tudo no lixo, mas se você se interessa pode ficar com ele. O banheiro é aqui ao
lado, só vocês é que vão usar, tenho o meu lá embaixo. Banho quente extra. Telefone também.
Café das sete às nove, deixo a mesa posta na cozinha com a garrafa térmica, fechem bem a
garrafa recomendou coçando a cabeça. A peruca se deslocou ligeiramente. Soltou uma
baforada final:
– Não deixem a porta aberta senão meu gato foge.
Ficamos nos olhando e rindo enquanto ouvíamos o barulho dos seus chinelos de salto na
escada. E a tosse encatarrada.
Esvaziei a mala, dependurei a blusa amarrotada num cabide que enfiei num vão da veneziana,
prendi na parede, com durex, uma gravura de Grassman e sentei meu urso de pelúcia em cima
do travesseiro. Fiquei vendo minha prima subir na cadeira, desatarraxar a lâmpada fraquíssima
que pendia de um fio solitário no meio do teto e no lugar atarraxar uma lâmpada de duzentas
velas que tirou da sacola. O quarto ficou mais alegre. Em compensação, agora a gente podia
ver que a roupa de cama não era tão alva assim, alva era a pequena tíbia que ela tirou de
dentro do caixotinho. Examinou- a. Tirou uma vértebra e olhou pelo buraco tão reduzido como
o aro de um anel. Guardou-as com a delicadeza com que se amontoam ovos numa caixa.
– Um anão. Raríssimo, entende? E acho que não falta nenhum ossinho, vou trazer as ligaduras,
quero ver se no fim da semana começo a montar ele.
Abrimos uma lata de sardinha que comemos com pão, minha prima tinha sempre alguma lata
escondida, costumava estudar até de madrugada e depois fazia sua ceia. Quando acabou o
pão, abriu um pacote de bolacha Maria.
– De onde vem esse cheiro? – perguntei farejando. Fui até o caixotinho, voltei, cheirei o
assoalho.
– Você não está sentindo um cheiro meio ardido?
– É de bolor. A casa inteira cheira assim – ela disse. E puxou o caixotinho para debaixo da
cama.
No sonho, um anão louro de colete xadrez e cabelo repartido no meio entrou no quarto fumando
charuto. Sentou-se na cama da minha prima, cruzou as perninhas e ali ficou muito sério, vendo-
a dormir. Eu quis gritar, tem um anão no quarto! mas acordei antes. A luz estava acesa.
Ajoelhada no chão, ainda vestida, minha prima olhava fixamente algum ponto do assoalho.
– Que é que você está fazendo aí? – perguntei.
– Essas formigas. Apareceram de repente, já enturmadas. Tão decididas, está vendo?
Levantei e dei com as formigas pequenas e ruivas que entravam em trilha espessa pela fresta
debaixo da porta, atravessavam o quarto, subiam pela parede do caixotinho de ossos e
desembocavam lá dentro, disciplinadas como um exército em marcha exemplar.
– São milhares, nunca vi tanta formiga assim. E não tem trilha de volta, só de ida – estranhei.
– Só de ida.
Contei-lhe meu pesadelo com o anão sentado em sua cama.
– Está debaixo dela – disse minha prima e puxou para fora o caixotinho. Levantou o plástico. –
Preto de formiga. Me dá o vidro de álcool.

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– Deve ter sobrado alguma coisa aí nesses ossos e elas descobriram, formiga descobre tudo.
Se eu fosse você, levava isso lá pra fora.
– Mas os ossos estão completamente limpos, eu já disse. Não ficou nem um fiapo de cartilagem,
limpíssimos. Queria saber o que essas bandidas vêm fuçar aqui.
Respingou fartamente o álcool em todo o caixote. Em seguida, calçou os sapatos e como uma
equilibrista andando no fio de arame, foi pisando firme, um pé diante do outro na trilha de
formigas. Foi e voltou duas vezes. Apagou o cigarro. Puxou a cadeira. E ficou olhando dentro
do caixotinho.
– Esquisito. Muito esquisito.
– O quê?
– Me lembro que botei o crânio em cima da pilha, me lembro que até calcei ele com as
omoplatas para não rolar. E agora ele está aí no chão do caixote, com uma omoplata de cada
lado. Por acaso você mexeu aqui?
– Deus me livre, tenho nojo de osso. Ainda mais de anão.
Ela cobriu o caixotinho com o plástico, empurrou-o com o pé e levou o fogareiro para a mesa,
era a hora do seu chá. No chão, a trilha de formigas mortas era agora uma fita escura que
encolheu. Uma formiguinha que escapou da matança passou perto do meu pé, já ia esmagá-la
quando vi que levava as mãos a cabeça, como uma pessoa desesperada. Deixei-a sumir numa
fresta do assoalho.
Voltei a sonhar, aflitivamente, mas dessa vez foi o antigo pesadelo em torno dos exames, o
professor fazendo uma pergunta atrás da outra e eu muda diante do único ponto que não tinha
estudado. Às seis horas o despertador disparou veementemente. Travei a campainha. Minha
prima dormia com a cabeça coberta. No banheiro, olhei com atenção para as paredes, para o
chão de cimento, a procura delas. Não vi nenhuma. Voltei pisando na ponta dos pés e então
entreabri as folhas da veneziana. O cheiro suspeito da noite tinha desaparecido. Olhei para o
chão: desaparecera também a trilha do exército massacrado. Espiei debaixo da cama e não vi
o menor movimento de formigas no caixotinho coberto.
Quando cheguei por volta das sete da noite, minha prima já estava no quarto. Achei-a tão
abatida que carreguei no sal da omelete, tinha a pressão baixa. Comemos num silêncio voraz.
Então me lembrei:
– E as formigas?
– Até agora, nenhuma.
– Você varreu as mortas?
Ela ficou me olhando.
– Não varri nada, estava exausta. Não foi você que varreu?
– Eu?! Quando acordei, não tinha nem sinal de formiga nesse chão, estava certa que antes de
deitar você juntou tudo… Mas então quem?!
Ela apertou os olhos estrábicos, ficava estrábica quando se preocupava.
– Muito esquisito mesmo. Esquisitíssimo.
Fui buscar o tablete de chocolate e perto da porta senti de novo o cheiro, mas seria bolor? Não
me parecia um cheiro assim inocente, quis chamar a atenção da minha prima para esse aspecto
mas estava tão deprimida que achei melhor ficar quieta. Espargi água-de-colônia flor de maçã
por todo o quarto (e se ele cheirasse como um pomar?) e fui deitar cedo. Tive o segundo tipo
de sonho que competia nas repetições com o sonho da prova oral: nele, eu marcava encontro

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com dois namorados ao mesmo tempo. E no mesmo lugar. Chegava o primeiro e minha aflição
era levá-lo embora dali antes que chegasse o segundo. O segundo, desta vez, era o anão.
Quando só restou o oco de silêncio e sombra, a voz da minha prima me fisgou e me trouxe
para a superfície. Abri os olhos com esforço. Ela estava sentada na beira da minha cama, de
pijama e completamente estrábica.
– Elas voltaram.
– Quem?
– As formigas. Só atacam de noite, antes da madrugada. Estão todas aí de novo.
A trilha da véspera, intensa, fechada, seguia o antigo percurso da porta até o caixotinho de
ossos por onde subia na mesma formação até desformigar lá dentro. Sem caminho de volta.
– E os ossos?
Ela se enrolou no cobertor, estava tremendo.
Aí é que está o mistério. Aconteceu uma coisa, não entendo mais nada! Acordei pra fazer pipi,
devia ser umas três horas. Na volta senti que no quarto tinha algo mais, está me entendendo?
Olhei pro chão e vi a fila dura de formiga, você lembra? não tinha nenhuma quando chegamos.
Fui ver o caixotinho, todas trançando lá dentro, lógico, mas não foi isso o que quase me fez
cair pra trás, tem uma coisa mais grave: é que os ossos estão mesmo mudando de posição, eu
já desconfiava mas agora estou certa, pouco a pouco eles estão… estão se organizando.
– Como, organizando?
Ela ficou pensativa. Comecei a tremer de frio, peguei uma ponta do seu cobertor. Cobri meu
urso com o lençol.
– Você lembra, o crânio entre as omoplatas, não deixei ele assim. Agora é a coluna vertebral
que já está quase formada, uma vértebra atrás da outra, cada ossinho tomando seu lugar,
alguém do ramo está montando o esqueleto, mais um pouco e… Venha ver!
– Credo, não quero ver nada. Estão colando o anão, é isso?
Ficamos olhando a trilha rapidíssima, tão apertada que nela não caberia sequer um grão de
poeira. Pulei-a com o maior cuidado quando fui esquentar o chá. Uma formiguinha desgarrada
(a mesma daquela noite?) sacudia a cabeça entre as mãos. Comecei a rir e tanto que se o chão
não estivesse ocupado, rolaria por ali de tanto rir. Dormimos juntas na minha cama. Ela dormia
ainda quando saí para a primeira aula. No chão, nem sombra de formiga, mortas e vivas,
desapareciam com a luz do dia.
Voltei tarde essa noite, um colega tinha se casado e teve festa. Vim animada, com vontade de
cantar, passei da conta. Só na escada é que me lembrei: o anão. Minha prima arrastara a mesa
para a porta e estudava com o bule fumegando no fogareiro.
– Hoje não vou dormir, quero ficar de vigia – ela avisou.
O assoalho ainda estava limpo. Me abracei ao urso.
– Estou com medo.
Ela foi buscar uma pílula para atenuar minha ressaca, me fez engolir a pílula com um gole de
chá e ajudou a me despir.
– Fico vigiando, pode dormir sossegada. Por enquanto não apareceu nenhuma, não está na
hora delas, é daqui a pouco que começa. Examinei com a lupa debaixo da porta, sabe que não
consigo descobrir de onde brotam?

28
Tombei na cama, acho que nem respondi. No topo da escada o anão me agarrou pelos pulsos
e rodopiou comigo até o quarto, acorda, acorda! Demorei para reconhecer minha prima que
me segurava pelos cotovelos. Estava lívida. E vesga.
– Voltaram – ela disse.
Apertei entre as mãos a cabeça dolorida.
– Estão aí?
Ela falava num tom miúdo como se uma formiguinha falasse com sua voz.
– Acabei dormindo em cima da mesa, estava exausta. Quando acordei, a trilha já estava em
plena. Então fui ver o caixotinho, aconteceu o que eu esperava…
– Que foi? Fala depressa, o que foi?
Ela firmou o olhar oblíquo no caixotinho debaixo da cama.
– Estão mesmo montando ele. E rapidamente, entende? O esqueleto está inteiro, só falta o
fêmur. E os ossinhos da mão esquerda, fazem isso num instante. Vamos embora daqui.
– Você está falando sério?
– Vamos embora, já arrumei as malas.
A mesa estava limpa e vazios os armários escancarados.
– Mas sair assim, de madrugada? Podemos sair assim?
– Imediatamente, melhor não esperar que a bruxa acorde. Vamos, levanta.
– E para onde a gente vai?
– Não interessa, depois a gente vê. Vamos, vista isto, temos que sair antes que o anão fique
pronto.
Olhei de longe a trilha: nunca elas me pareceram tão rápidas. Calcei os sapatos, descolei a
gravura da parede, enfiei o urso no bolso da japona e fomos arrastando as malas pelas escadas,
mais intenso o cheiro que vinha do quarto, deixamos a porta aberta. Foi o gato que miou
comprido ou foi um grito?
No céu, as últimas estrelas já empalideciam. Quando encarei a casa, só a janela vazada nos
via, o outro olho era penumbra.
Fonte: (Telles in: Conto brasileiro, 2016)

Professor (a), aproveite esse momento para explorar os elementos do texto narrativo
perguntando aos estudantes:
• Por que esse texto é considerado um conto fantástico?
• Quais são as personagens da história?
• Qual é o tipo de narrador presente na história?
• Onde aconteceu a história e quanto tempo ela durou?
• Qual foi o tipo de discurso predominante na história?
• Qual a variedade linguística utilizada pela autora?

Após ouvir as respostas, escreva na lousa ou projete as questões propostas e peça aos
estudantes para fazerem as atividades a seguir, no caderno.

29
PRIMEIRAS IMPRESSÕES
1. O que você sentiu lendo esse conto? Do que mais gostou e do que menos gostou? Por
quê?
2. O que parece estar implícito nesta fala e no gesto da dona da pensão “fechem bem a
garrafa – recomendou coçando a cabeça”, considerando o que acontece depois? Que
problema poderia haver se as estudantes deixassem a garrafa mal fechada?
3. Faça uma pesquisa sobre o artista Marcello Grassmann. Em seguida, responda:
a) O que fato de a narradora enfeitar seu quarto com uma gravura feita por esse artista
permite inferir sobre os gostos dela?
b) Como essa característica da personagem pode influenciar sobre o que ela conta? O
que podemos pensar sobre os fatos narrados?

O TEXTO EM CONSTRUÇÃO
1. Quanto ao momento em que as personagens chegam à pensão, há uma descrição do
espaço com o uso de uma personificação. Escreva o trecho que melhor exemplifica esse
processo.
2. Nos contos de mistério, geralmente, o espaço em que ocorre a ação é descrito com
detalhes que nos fazem imaginar lugares sinistros, sombrios. Para você, o que na descrição
e na narração sobre a pensão permite ao leitor achar também graça e humor?
3. Lygia Fagundes Telles tirou a expressão “mais negra que a asa da graúna” do romance
Iracema, de José de Alencar, publicado em 1865. Para descrever a beleza da protagonista,
o narrador compara a cor de seus cabelos com o negro da asa de um pássaro típico da
região do Ceará, a graúna. No conto, a expressão ganha efeitos de humor, pois é atribuída
à peruca usada pela dona da pensão.
Leia esta passagem do conto: “A dona era uma velha balofa, de peruca mais negra que a
asa da graúna.” Como o uso da expressão em destaque contribui para os efeitos de humor
da narrativa?
4. O foco narrativo apresenta narrador que também participa como personagem da
história por ele contada.
a) De que forma a escolha de um narrador com essa característica contribui para a
construção do mistério?
b) Localize no texto o neologismo desformigar. Com base em que processo de formação
de palavras na língua portuguesa ele foi inventado?
( ) derivação
( ) composição
c) Que sentidos esse neologismo pode ter no contexto do conto?

5. As formigas são insetos extraordinários. Algumas conseguem carregar objetos com


peso dez ou até cinquenta vezes superior ao seu próprio peso. As da espécie carpinteira
têm o curioso hábito de fazer ninho em madeira úmida e antiga. Movimentam-se à
noite em busca de comida. Considerando essas informações, que explicações lógicas
você daria para os acontecimentos do conto?
6. Releia a frase que fecha o conto: “quando encarei a casa, só a janela vazada nos via,
o outro olho era penumbra”. Como você relacionaria esse desfecho com o conceito de
fantástico?

30
3º MOMENTO: CORREÇÃO DO ESTUDO DO CONTO FANTÁSTICO

Organização da turma A escolha do professor.

Recursos e providências Pincel, lousa.

Professor(a), faça a correção do conto “As formigas” de Lygia Fagundes Telles registrando na
lousa as respostas conforme a necessidade da turma.

31
UNIDADE TEMÁTICA

Esportes.

OBJETO(S) DE
HABILIDADE(S)
CONHECIMENTO

Reconstrução do contexto de EF09LP01) Analisar o fenômeno da disseminação de notícias


produção, circulação e falsas nas redes sociais e desenvolver estratégias para
recepção de textos. reconhecê-las, a partir da verificação/avaliação do veículo,
Caracterização do campo fonte, data e local da publicação, autoria, URL, da análise da
jornalístico e relação entre os formatação, da comparação de diferentes fontes, da consulta
gêneros em circulação, mídias a sites de curadoria que atestam a fidedignidade do relato
e práticas da cultura digital. dos fatos e denunciam boatos etc.
Reconstrução do contexto de (EF89LP17) Relacionar textos e documentos legais e
produção, circulação e normativos de importância universal, nacional ou local que
recepção de textos legais e envolvam direitos, em especial, de crianças, adolescentes e
normativos. jovens – tais como a Declaração dos Direitos Humanos, a
Constituição Brasileira, o ECA -, e a regulamentação da
Reconstrução das condições
organização escolar – por exemplo, regimento escolar–, a
de produção e cirulação e
seus contextos de produção, reconhecendo e analisando
adequação do texto à
possíveis motivações, finalidades e sua vinculação com
construção composicional e ao
experiências humanas e fatos históricos e sociais, como forma
estilo e gênero. (Lei, código,
de ampliar a compreensão dos direitos e deveres, de
estatuto, código, regimento fomentar os princípios democráticos e uma atuação pautada
etc.). pela ética da responsabilidade (o outro tem direito a uma vida
Discussão oral. digna tanto quanto eu tenho).

Apreciação e réplica. (EF69LP20A) Identificar, tendo em vista o contexto de


produção, a forma de organização dos textos normativos e
Relação entre gêneros e
legais, a lógica de hierarquização de seus itens e subitens e
mídias.
suas partes: parte inicial (título – nome e data – e ementa),
blocos de artigos (parte, livro, capítulo, seção, subseção),
artigos (caput e parágrafos e incisos) e parte final
(disposições pertinentes à sua implementação).
(EF69LP24) Discutir casos, reais ou simulações, submetidos a
juízo, que envolvam (supostos) desrespeitos a artigos, do
ECA, do Código de Defesa do Consumidor, do Código
Nacional de Trânsito, de regulamentações do mercado
publicitário etc., como forma de criar familiaridade com textos
legais – seu vocabulário, formas de organização, marcas de
estilo etc.–, de maneira a facilitar a compreensão de leis,
fortalecer a defesa de direitos, fomentar a escrita de textos
normativos (se e quando isso for necessário) e possibilitar a

32
compreensão do caráter interpretativo das leis e as várias
perspectivas que podem estar em jogo.
(EF69LP01) Diferenciar liberdade de expressão de discursos
de ódio, posicionando-se contrariamente a esse tipo de
discurso, vislumbrando possibilidades de denúncia quando for
o caso.

PLANEJAMENTO
TEMA DE ESTUDO: As fakes news e o texto normativo
A) APRESENTAÇÃO:
O texto normativo é, como o nome diz, um conjunto de normas e instruções. Ele geralmente
tem o caráter oficial, documental e formal. Ele tem sempre um cabeçalho, o texto com a norma
em si (dividido em capítulos, artigos e incisos), fecho e justificação. Interpretar uma lei não é
o mesmo que interpretar um texto de jornal, de revista ou um romance. Nos textos normativos,
usa-se uma linguagem padrão, formal com termos técnicos, uma linguagem específica que
muitas vezes exige conhecimento jurídico para interpretá-los.
Neste planejamento, procuramos utilizar dois artigos do Código Penal Brasileiro para os
estudantes identificarem a sua estrutura e também para relacioná-los com os casos envolvendo
fakes news. Como o projeto de lei das fake news não foi aprovado ainda, é importante eles
saberem que existem situações que são enquadradas nele.
Com este planejamento, esperamos que nossos estudantes compreendam o que são fakes
news, seu surgimento, como e por que são criadas, as consequências na sociedade e a
importância de combatê-las. Compreendam ainda o fenômeno das notícias falsas e suas
relações com interesses individuais ou de grupos mobilizados para a manipulação de opinião
pública; analisem os impactos sociais e políticos causados pela disseminação dessa prática;
desenvolvam postura crítica e combativa à prática de produção e disseminação delas e se
engajam em campanhas de conscientização para o combate a essa prática.

1º MOMENTO

Organização da turma A escolha do professor.

Recursos e providências Notebook, internet

Professor(a), inicie a aula fazendo as seguintes perguntas para os estudantes sobre o tema
fake news.
1. Você sabe o que é fake news?
2. Você conhece algum caso recente?
3. Você já se deparou com alguma informação falsa? Se sim, qual atitude você tomou?
4. Você sabe quais as consequências a pessoa que cria e compartilha fake news pode ter?

33
Em seguida, faça a exibição da videoaula sobre esse tema.

 Se liga na educação “FAKE NEWS”


Disponível em:
https://drive.google.com/file/d/1J3l18pUOj064GqT2aLvQLPWfoSSCutrC/view.

2º MOMENTO

Organização da turma A escolha do professor.

Recursos e providências Texto impresso, lousa e pincel.

Professor (a), distribua este texto para os estudantes. Faça uma leitura coletiva, em que,
cada estudante, em um dado momento, leia um trecho do texto.

O que são fake news?


Fake news são notícias falsas divulgadas principalmente nas redes sociais. Os boatos têm
informações irreais que apelam para o emocional do leitor/espectador.
"Fake news são notícias falsas publicadas por veículos de comunicação como se fossem
informações reais. Esse tipo de texto, em sua maior parte, é feito e divulgado com o objetivo
de legitimar um ponto de vista ou prejudicar uma pessoa ou grupo (geralmente figuras
públicas).
As Fake news têm um grande poder viral, isto é, espalham-se rapidamente. As informações
falsas apelam para o emocional do leitor/espectador, fazendo com que as pessoas consumam
o material “noticioso” sem confirmar se é verdade seu conteúdo.
O poder de persuasão das fake news é maior em populações com menor escolaridade e que
dependem das redes sociais para obter informações. No entanto, as notícias falsas também
podem alcançar pessoas com mais estudo, já que o conteúdo está comumente ligado ao viés
político."

"Como surgiu o termo fake news?”


O termo fake news ganhou força mundialmente em 2016, com a corrida presidencial dos
Estados Unidos, época em que conteúdos falsos sobre a candidata Hillary Clinton foram
compartilhados de forma intensa pelos eleitores de Donald Trump.
Apesar do recente uso do termo fake news, o conceito desse tipo de conteúdo falso vem de
séculos passados e não há uma data oficial de origem. A palavra “ fake” também é
relativamente nova no vocabulário, como afirma o Dicionário Merriam-Webster. Até o século
XIX, os países de língua inglesa utilizavam o termo “false news” para denominar os boatos de
grande circulação.
As fake news sempre estiveram presentes ao longo da história, o que mudou foi a
nomenclatura, o meio utilizado para divulgação e o potencial de persuasão que o material falso

34
adquiriu nos últimos anos.
Muito antes de o Jornalismo ser prejudicado pelas fake News, escritores já propagavam falsas
informações sobre seus desafetos por meio de comunicados e obras. Anos mais tarde, a
propaganda tornou-se o veículo utilizado para espalhar dados distorcidos para a população, o
que ganhou força no século XX."

"Como funcionam as fake news?”


A produção e veiculação de fake news constituem um verdadeiro mercado, conforme mostra
o especial do jornal Correio Braziliense. Esse universo é alimentado por pessoas de grande
influência, geralmente políticos em campanha eleitoral, que contratam equipes especializadas
nesse tipo de conteúdo viral. Essas equipes podem ser compostas por ex-jornalistas,
publicitários, profissionais de marketing, profissionais da área de tecnologia e até mesmo
policiais, que garantem a segurança da sede e dos equipamentos utilizados.
Alguns produtores de fake news compram ilegalmente os endereços de e-mail e números de
telefone celular de milhões de pessoas para “disparar” o conteúdo falso. Existe a preferência
por contatos de líderes religiosos ou de movimentos políticos, já que eles repassam aos seus
seguidores e pedem que a informação (tida como verdadeira) seja compartilhada.
Nas redes sociais, são criados perfis falsos (com fotos, dados pessoais e publicações diárias)
que começam a interagir com outras pessoas para dar veracidade. Depois, os perfis começam
a espalhar notícias e vídeos de sites falsos e incentivam seus contatos a fazerem o mesmo.
Os sites que contêm as fake news, em sua maioria, também são parte da estratégia das
equipes especializadas nesse serviço. Os responsáveis pelas informações virais compram
domínios de páginas e adotam uma identidade visual semelhante à do alvo (partido político,
por exemplo), começam com publicações por vezes verdadeiras e, assim, atraem seu público.
Com o ganho de relevância nos sites de busca, os produtores de Fake News passam a publicar
informações falsas como se fossem reais.
Os contratantes investem altos valores para que as notícias falsas sejam produzidas e
veiculadas de forma sigilosa e sem deixar rastros para possíveis investigações. Existem gastos
com alojamento temporário e com produtos como celulares pré-pagos e computadores, os
quais são jogados fora após a produção das notícias.
Pagamentos que são feitos costumam sair de cartões recarregáveis para que não haja
rastreamento. É comum a prática de utilizar o CPF das pessoas a serem difamadas para que
os cartões possam ser cadastrados e utilizados. Segundo a matéria do Correio Braziliense, a
tática faz com que a vítima que decida investigar a movimentação acabe chegando ao seu
próprio documento, impedindo-a de continuar a procura pelos criminosos.
Para evitar a perseguição, os produtores mudam de local constantemente, assim como os
profissionais de tecnologia da equipe alteram o IP (tipo de endereço do computador). O
conteúdo produzido é guardado nas chamadas “nuvens”.
O alto investimento em tecnologia e a adoção de estratégias para evitar identificação de quem
contrata o serviço e das pessoas que o fazem são medidas que dificultam o rastreamento dos

35
disseminadores de fake news. Além da dificuldade de localização dos culpados, a legislação
brasileira não tem uma punição exclusiva para esse tipo de crime."

"Por que as pessoas compartilham fake news?”


Segundo levantamento feito por veículos de comunicação, como a Folha de São Paulo, as
páginas de fake news têm maior participação dos usuários de redes sociais do que as de
conteúdo jornalístico real. De 2017 a 2018, os veículos de comunicação tradicionais
apresentaram queda de 17% em seu engajamento (interação), enquanto os propagadores de
fake news tiveram um aumento de 61%.
Para legitimar as fake news, as páginas que produzem e divulgam esse tipo de informação
costumam misturar as publicações falsas com a reprodução de notícias verdadeiras de fontes
confiáveis. Outro problema presente nas redes sociais são as chamadas sensacionalistas que
induzem ao erro. Quem deseja espalhar um boato pode retirar de contexto um dado ou
declaração para usar em seu título ou no texto de sua postagem."
"Outra característica das fake news é a utilização de montagens em vídeos e imagens. O
usuário da internet é muito visual, por isso, uma foto manipulada ou fora de contexto pode
ser facilmente divulgada como verdadeira."

"Consequências das fake news”


Divulgar fake news é um ato muito perigoso. Compartilhar informações falsas, fotos e vídeos
manipulados e publicações duvidosas pode trazer riscos para a saúde pública, incentivar o
preconceito e resultar em mortes. Veja alguns exemplos:

• Linchamento de inocentes
Em 2014, o Brasil presenciou o caso de uma Fake News que teve um fim trágico. Notícia
divulgada pelo UOL Notícias relatou que moradores de Guarujá/SP lincharam uma mulher até
a morte por causa de um boato divulgado no Facebook. Ela foi acusada de sequestrar crianças
para fazer rituais de magia negra, no entanto, a informação era falsa.
O uso das redes sociais para compartilhar notícias também perpetua a violência por causa das
fake news em outros países. A Índia é um cenário preocupante na divulgação de vídeos falsos
pelo WhatsApp. Em 2018, cenas fictícias foram editadas e veiculadas como suposto sequestro
de crianças em Rainpada, uma vila local na Índia. Desesperados, os moradores começaram a
perseguir os supostos sequestradores, resultando na morte de cinco pessoas.

• Questões de Saúde Pública


Movimentos antivacinação voltaram a crescer nos últimos anos. Algumas pessoas contrárias
ao uso de vacinas disseminam notícias falsas e propagam suas visões de que vacinar a
população faz mal, o que é um problema grave, pois a resistência à vacinação coloca em
perigo a população.

36
Por causa do crescimento de casos de sarampo no Brasil em 2018, o Ministério da Saúde teve
que promover campanhas de vacinação. Para combater as fake news sobre o assunto e
incentivar a participação nas campanhas, o Ministério da Saúde (MS) precisou lançar
propagandas e informativos de combate às fake news sobre vacinas em diferentes veículos de
comunicação e nas redes sociais.

• Homofobia
Outro Ministério teve que entrar em cena para desmentir boatos. Em 2016, o Ministério da
Educação (MEC) precisou ir a público esclarecer que não havia a circulação do falso “kit gay”
nas escolas públicas do Brasil.

• Preconceito - Xenofobia
O discurso de ódio que toma conta das redes sociais resultou em ataques a acampamentos de
imigrantes venezuelanos. Moradores de Paracaima, cidade de Roraima pela qual as pessoas
vindas da Venezuela entram no Brasil, usaram paus, pedras e bombas caseiras para atacar os
acampamentos.
Outro exemplo foi o de um comerciante que ficou ferido após ser assaltado por um grupo de
venezuelanos. As fake news sobre o caso divulgaram que o comerciante não foi socorrido
porque a prioridade era atender imigrantes venezuelanos. A informação causou revolta na
população da cidade, que passou a atacar os imigrantes.

• Legitimação da Violência
Posições contrárias a uma ideologia política podem alimentar o discurso de ódio. Fake news
sobre a vereadora Marielle Franco, por exemplo, assassinada em 2018, foram espalhadas pelas
redes sociais. Entre os boatos, estava a suposta ligação da vítima com o tráfico. A Justiça do
Rio de Janeiro entrou no caso e determinou a retirada do conteúdo do ar.
Marielle era uma vereadora ligada à luta pelos Direitos Humanos, em especial das mulheres e
da comunidade negra do Rio de Janeiro. Ela denunciava políticos e policiais por abusos de
poder e outras violações e, por isso, criou inimizades com várias figuras públicas."

"Como combater as fake news?”


O combate às fake news é algo difícil. Os mecanismos de produção e veiculação das falsas
informações são muito eficientes e escondem a identidade dos criminosos.
Para o usuário da internet, o importante é conseguir identificar uma notícia falsa ou
sensacionalista e não compartilhar conteúdo duvidoso. Agências de jornalismo especializado
são uma ferramenta útil para saber se um conteúdo é fake news ou não.

A Agência Lupa é uma criação da Revista Piauí com a Fundação Getúlio Vargas e com a rede
Um Brasil. Lançada em 2015, o site analisa conteúdo nacional e internacional e classifica-os
em: verdadeiro; verdadeiro, mas…; ainda é cedo para dizer; exagerado; contraditório;

37
insustentável; falso e de olho.

O Boatos.org é um site formado por vários jornalistas brasileiros que investigam conteúdos
que circulam nas redes e informam aos leitores se são verdadeiros ou falsos.
Outra agência especializada em desvendar fake news é “Aos Fatos”. Seus criadores fazem
parte de uma rede internacional de investigadores e trabalham com a análise dos assuntos
mais populares da internet. O site possui uma parceria com o Facebook para ajudar os usuários
do Messenger (serviço de mensagens instantâneas da empresa) na navegação e identificação
da veracidade dos posts. As notícias são definidas pela equipe como verdadeiras, imprecisas,
exageradas, contraditórias, insustentáveis e falsas."

Fonte:(Campos in: Brasil Escola, [2023])

Após a leitura do texto, peça aos estudantes para comentarem sobre os pontos mais
importantes. Depois disso, escreva as questões e solicite à turma para copiar e responder, no
caderno. Faça a correção conforme sua rotina.

Questionário
1. O que são fake news?
2. Como surgiu o termo fake news?
3. Como funcionam as fake news?
4. Por que há pessoas que compartilham fake news?
5. O que você deve fazer para combater fake News?

Sugestão: peça aos estudantes para pesquisarem e trazerem para a sala de aula exemplos de
fake news.

3º MOMENTO

Organização da turma A escolha do professor.

Recursos e providências Cópias dos artigos 138 e 154 do Código Penal Brasileiro.

Professor (a), este é o momento de você distribuir as cópias dos artigos 138 e 154 do Código
Penal Brasileiro para os estudantes lerem e analisarem com relação às práticas de fake news.

38
CAPÍTULO V – Dos Crimes contra a Honra Calúnia
Art. 138. Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime: Pena –
detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
§ 1o Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.
§ 2o É punível a calúnia contra os mortos.
[...]
Violação do segredo profissional
Art. 154. Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência em razão de função,
ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem:
Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Parágrafo único. Somente se procede mediante representação.
Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores,
mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou
destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou
instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
§ 1o Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou difunde dispositivo ou
programa de computador com o intuito de permitir a prática da conduta definida no caput.
§ 2o Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da invasão resulta prejuízo econômico.
§ 3o Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de comunicações eletrônicas privadas,
segredos comerciais ou industriais, informações sigilosas, assim definidas em lei, ou o controle
remoto não autorizado do dispositivo invadido:
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta não constitui crime
mais grave.
§ 4o Na hipótese do § 3o, aumenta-se a pena de um a dois terços se houver divulgação,
comercialização ou transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados ou informações
obtidos.
§ 5o Aumenta-se a pena de um terço à metade se o crime for praticado contra:
I – Presidente da República, governadores e prefeitos;
II – Presidente do Supremo Tribunal Federal;
III – Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Assembleia Legislativa de
Estado, da Câmara Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara Municipal; ou
IV – dirigente máximo da administração direta e indireta federal, estadual, municipal ou do
Distrito Federal.
Ação penal
Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se procede mediante representação,
salvo se o crime é cometido contra a administração pública direta ou indireta de qualquer dos
Poderes da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios ou contra empresas concessionárias
de serviços públicos.
Fonte:(Senado Federal, [2023])

39
Peça aos estudantes para identificarem as partes da lei (capítulo, artigo, parágrafos, incisos)
apresentadas no trecho selecionado.
4º MOMENTO

Organização da turma A escolha do professor.

Recursos e providências Texto impresso.

Professor(a), oriente os estudantes a identificarem notícias falsas distribuindo para cada um


este cartaz. Faça a leitura em voz alta do cartaz para eles e comente cada procedimento que
eles devem fazer ao se depararem com as informações.

Imagem 1 - Cartaz

Fonte: (Wikipédia, 2017)

Após a leitura desse cartaz, peça aos estudantes para analisarem, individualmente ou em
grupo, as fake news que eles trouxeram para a sala. Ao final, os estudantes socializam as
conclusões a que chegaram ao final da análise.

40
REFERÊNCIAS
CABRAL, Marina. In: ESCOLA, Brasil. "Para Que Serve a Literatura?"; Brasil Escola. Disponível
em: https://brasilescola.uol.com.br/literatura/para-que-serve-a-literatura.htm. Acesso em: 11
nov. 2023.
CAMPOS, Lorraine Vilela. "O que são Fake News?". Brasil Escola, [s. l.], 2023. Disponível
em: https://brasilescola.uol.com.br/curiosidades/o-que-sao-fake-news.htm . Acesso em: 13
nov. 2023.
CONFECÇÃO de livro hexagonal. [s. l.: s. n.], 22 de jul. de 2020. 1 vídeo (4min). Publicado pelo
canal Giselle Mazzini. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=GOPB4s1CXy0.
Acesso em: 25 ago. 2023.
CONTO fantástico. Direção: Se Liga na Educação/Secretaria De Estado De Educação De Minas
Gerais. Belo Horizonte - MG: Rede Minas, 2021. Disponível em:
https://drive.google.com/file/d/1DvZZqrQF50bR0ZsKWG9sWvVyjdCRrkwL/view?pli=1. Acesso
em: 22 ago. 2023.
ESTUDOS apontam que os cigarros eletrônicos podem ser menos prejudiciais à saúde. [S. l.: s.
n.], 29 de mai. 2023. 1 vídeo (10:24). Publicado pelo canal Domingo Espetacular. Disponível
em: https://www.youtube.com/watch?v=lDjYNAbH3C8. Acesso em: 22 ago. 2023.

Eu vim de lá. Compositor e intérprete: Kyan. Letras, Belo Horizonte, 2023. Disponível em:
https://www.letras.mus.br/kyan/eu-vim-de-la/. Acesso em: 28 ago. 2023.
FREEPIK. Roda de conversa. [S. l.], 09 nov. 2023.
G1. Zé Neto, da dupla com Cristiano, alerta sobre uso de cigarro eletrônico que causou doença
no pulmão: 'Para porque faz mal'. G1, Rio Preto e Araçatuba, 22 dez. 2021. Disponível em:
https://g1.globo.com/sp/sao-jose-do-rio-preto-aracatuba/noticia/2021/12/22/ze-neto-da-dupla-
com-cristiano-alerta-sobre-uso-de-cigarro-eletronico-que-causou-doenca-no-pulmao-para-
porque-faz-mal.ghtml. Acesso em: 19 set. 2023.
HUFFAKER. Uso de cigarro eletrônico por apenas 30 dias já é capaz de gerar problemas
respiratórios severos, diz estudo. O Globo, Rio de Janeiro, 18 ago. 2023. Disponível em :
https://oglobo.globo.com/saude/noticia/2023/08/18/uso-de-cigarro-eletronico-por-apenas-30-
dias-ja-e-capaz-de-gerar-problemas-respiratorios-severos-diz-estudo.ghtml. Acesso em: 22 ago.
2023.
MINAS GERAIS. Governo do Estado. Minas Gerais: Mesorregiões IBGE. Belo Horizonte, 2023.
Disponível em: https://www.mg.gov.br/pagina/geografia . Acesso em 21 de set. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais:
educação infantil e ensino fundamental. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de
Educadores de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2023. Disponível em:
https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso em:
19 jan. 2024.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino fundamental -
anos finais. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de Minas Gerais,
Belo Horizonte, 2024. Disponível em:
https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg. Acesso em:
19 jan. 2024.

41
NOTÍCIA FALSA. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 14 nov.
2023. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Not%C3%ADcia_falsa# . Acesso em: 09
nov. 2023.
OLIVEIRA, Wlsilene Pinto de. Modelo livro hexagonal. Caeté, 2023.
ORMUNDO, Wilton e SINISCALCHi, Cristiane. Se liga na língua: leitura, produção de texto e
linguagem - manual do professor (8º ano). 1. ed. São Paulo: Moderna, 2018.
ORMUNDO, Wilton e SINISCALCHI, Cristiane. Se liga na língua: leitura, produção de texto e
linguagem - manual do professor (8º ano). 1. ed. São Paulo: Moderna, 2018.
Senado Federal. Código penal. – Brasília: Senado Federal, Coordenação de Edições
Técnicas, 2017. 138 p. Disponível em:
https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/529748/codigo_penal_1ed.pdf Acesso
em: 09 nov. 2023.
TELLES, Lygia Fagundes. In: Conto Brasileiro. Conto Brasileiro, [s. l.], 22 jul. 2016. Disponível
em: https://contobrasileiro.com.br/as-formigas-conto-de-lygia-fagundes-telles/. Acesso em 31
ago. 2023.
USO de cigarro eletrônico por apenas 30 dias já é capaz de gerar problemas respiratórios
severos, diz estudo. O globo, Rio de Janeiro, 18 ago. 2023. Disponível em :
https://oglobo.globo.com/saude/noticia/2023/08/18/uso-de-cigarro-eletronico-por-apenas-30-
dias-ja-e-capaz-de-gerar-problemas-respiratorios-severos-diz-estudo.ghtml. Acesso em 22 ago.
2023.

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43
Olá, estudante!

Convidamos você a conhecer e utilizar os Cadernos MAPA. Esse material foi elaborado com todo
carinho para que você possa realizar atividades interessantes e desafiadoras na sala de aula ou
em casa. As atividades propostas estimulam as competências como: organização, empatia, foco,
interesse artístico, imaginação criativa, entre outras, para que possa seguir aprendendo e
atuando como estudante protagonista. Significa proporcionar uma base sólida para que você
mobilize, articule e coloque em prática conhecimentos, valores, atitudes e habilidades
importantes na relação com os outros e consigo mesmo(a) para o enfrentamento de desafios, de
maneira criativa e construtiva. Ficou curioso(a) para saber que convite é esse que estamos
fazendo para você? Então não perca tempo e comece agora mesmo a realizar essa aventura
pedagógica pelas atividades.

Bons estudos!

44
Prezado(a) estudante, este planejamento de Língua Portuguesa irá explorar o trabalho com os
gêneros textuais charge, cartaz publicitário, meme e notícia analisando o tema “Os males do uso
de cigarro eletrônico”, através de momentos pedagógicos baseados em aulas de leitura,
compreensão de textos de diferentes gêneros e a produção de texto.
O presente planejamento busca desenvolver habilidades fundamentais para o desenvolvimento
da habilidade de identificação e análise dos efeitos de sentido nos textos publicitários, é
importante articular o estudo dos variados gêneros publicitários às discussões contemporâneas
sobre propaganda e consumo, como a influência da propaganda no comportamento de
adolescentes e jovens e a ética na propaganda.
Ao final das atividades propostas, esperamos que você conheça os males que o uso do cigarro
eletrônico provoca no ser humano, faça uma reflexão sobre o tema e conclua que ele é prejudicial
à saúde das pessoas.

ATIVIDADES
1 – Leia o texto a seguir e responda às questões propostas:
Charge

Fonte: (Duke in: Quack Redação, [2023])

A) Quais são as características desse gênero textual?


B) A quem esse texto é dirigido?
C) Quem são os interlocutores do texto?
D) Qual a crítica apresentada na fala do personagem à direita no texto?
E) Qual é o objetivo desse gênero textual?
F) Quais elementos representam a linguagem não verbal no texto lido?

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2 – Leia este texto e responda às questões propostas.

Campanha de combate ao uso do cigarro eletrônico

Fonte: (INCA, [2023])

A) Qual é o gênero textual usado pelo autor?


B) Quem são os interlocutores do texto?
C) Qual é o objetivo desse gênero textual?
D) Em que lugares é possível encontrar esse texto?
E) Quais elementos verbais e não verbais compõem essa imagem do texto?
F) Segundo o texto, quais são os efeitos provocados pelo uso do cigarro eletrônico?
G) Quem é o responsável pela criação do texto?
H) A que público o texto é dirigido?

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3 – Leia este texto:

Fonte: (Batmaaaaa in: Memedroid, 2014)

Qual é a crítica que esse meme apresenta?

____________________________________________________________________

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4 –Produza uma reportagem sobre o tema “Riscos do uso do cigarro eletrônico”.

PRODUÇÃO DE TEXTO

NOME DO ESTUDANTE: _______________________________________________


TURMA: _____________________

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8
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Prezado(a) estudante, este planejamento terá como foco a importância da literatura para a sua
vida escolar e a análise de textos narrativos ficcionais com suas diferentes formas de composição
próprias de cada gênero, os recursos coesivos que constroem a passagem do tempo e articulam
suas partes, a escolha lexical típica de cada gênero para a caracterização dos cenários e dos
personagens e os efeitos de sentido decorrentes dos tempos verbais, dos tipos de discurso, dos
verbos de enunciação e das variedades linguísticas empregados.
Por meio da leitura das obras literárias, você terá a oportunidade para identificar o enredo e o
foco narrativo e perceber como se estrutura a narrativa nos diferentes gêneros e os efeitos de
sentido decorrentes do foco narrativo típico de cada gênero, da caracterização dos espaços físico
e psicológico e dos tempos cronológico e psicológico, das diferentes vozes no texto (do narrador,
de personagens em discurso direto e indireto), do uso de pontuação expressiva, palavras e
expressões conotativas e processos figurativos e do uso de recursos linguístico-gramaticais
próprios a cada gênero narrativo.
Você realizará o trabalho direcionado pelo roteiro de leitura e usará algumas respostas dele para
confeccionar o seu livro hexagonal com os elementos mais importantes da obra lida e
compartilharão as histórias com os colegas de sala. Use sua criatividade para mostrar seu talento.
Você é capaz.

ATIVIDADES
1 – Responda às questões propostas.

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ROTEIRO DE LEITURA

INFORMAÇÕES SOBRE A OBRA


Título da obra:
_____________________________________________________________________
Título do texto:
_____________________________________________________________________
Autor(a): _____________________________________________________________
Tradutor (se houver): ___________________________________________________
Lugar de publicação: ____________________________________________________
Editora: _______________________________________________________________
Ano de publicação: ________________ Edição: ___________
Ilustrador(es):
_____________________________________________________________________
______________________________________________________________________

INFORMAÇÕES SOBRE O AUTOR


Escreva os dados biográficos essenciais do autor.

ANÁLISE DO TEXTO NARRATIVO


a) Faça o resumo da história com suas palavras (mínimo 10 linhas)
b) O narrador da história é personagem dela ou é apenas observador? Transcreva
do texto uma frase que comprove sua resposta.
c) Quais são as personagens principais? Caracterize-os.
d) Há personagens secundários? Cite o nome de cada um.
e) Onde e quando aconteceu a história?
f) fQual foi o tipo de discurso predominante usado pelo autor: direto, indireto ou
indireto livre? Justifique sua resposta.
g) O autor usou a variedade padrão ou não padrão da língua? Transcreva do texto
uma frase que comprove sua resposta.
h) hVocê acha que valeu a pena ler a história? Justifique sua resposta.

2 – Confecção do livro hexagonal em sala de aula.


Estudante, este é o momento de você criar o livro hexagonal. Para isso, siga os passos abaixo:

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Modelo livro hexagonal

Fonte: (Oliveira, 2023)

Pegue o molde do hexágono e desenhe 7 hexágonos na cartolina, conforme a explicação do


professor.
É recomendável que você faça as marcações na cartolina a lápis primeiro, depois recorte as
bordas externas e passe canetinha de sua preferência por cima delas.
Estudante, escreva as informações abaixo em cada hexágono. É recomendável que a ilustração
fique no hexágono do centro.

Sugestão de informações a serem registradas em cada hexágono:

1. Nome do livro/nome do texto selecionado/nome do autor


2. Personagens principais da história e principais características
3. Lugar e duração da história
4. Biografia resumida do autor e imagem do rosto dele.
5. Palavras novas que aprendeu
6. Tema(s) da realidade abordado(s) na história.
7. Ilustração (é recomendável que você faça um desenho que represente a história que leu.
Atenção: todas as informações devem ser registradas na mesma posição para que, ao
expor os trabalhos, os demais estudantes possam lê-los.

3 – Apresentação do livro para os colegas.


Estudante, apresente seu livro hexagonal para os demais colegas, conforme a orientação do
professor.

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O RAP é um gênero musical que teve início nos EUA na década de 1970. Saiba mais sobre o RAP
no texto abaixo.
O que é o Rap e suas principais características
O termo RAP significa rhythm and poetry (ritmo e poesia). O RAP surgiu na Jamaica na década
de 1960. Este gênero musical foi levado pelos jamaicanos para os Estados Unidos, mais
especificamente para os bairros pobres de Nova Iorque, no começo da década de 1970. Jovens
de origens negra e espanhola, em busca de uma sonoridade nova, deram um significativo impulso
ao RAP.
A fase inicial do RAP e os primeiros rappers.
O bairro do Bronx, em Nova Iorque (EUA), foi o berço do RAP, no final dos anos 1970.
Entre os primeiros rappers a ganhar destaque estão Grandmaster Flash and The Furious Five,
que lançaram a música "The Message" (1982), considerada por muitos como um marco no
desenvolvimento do RAP. Outros artistas que se destacaram como pioneiros foram: Kool Herc,
Afrika Bambaataa e Sugarhill Gang.

Principais características:
▪ Geralmente, o rap é cantado e tocado por uma dupla composta por um DJ (disc-jóquei),
que fica responsável pelos efeitos sonoros e mixagens, e por MCs que se responsabilizam
pela letra cantada. Quando o rap possui uma melodia, ganha o nome de hip hop.
▪ Um efeito sonoro muito típico do rap é o scratch (som provocado pelo atrito da agulha do
toca-discos no disco de vinil). Foi o rapper Graand MasterFlash que lançou o scratch e
depois deles, vários scratchings começaram a utilizar o recurso: Ice Cube, Ice T, Run DMC,
Public Enemy, Beastie Boys, Tupac Shakur, Salt’N’Pepa, Queen Latifah, Eminem, Notorious
entre outros.
▪ O rap tem uma batida rápida e acelerada e a letra vem em forma de discurso, muita
informação e pouca melodia. Geralmente as letras falam das dificuldades da vida dos
habitantes de bairros pobres das grandes cidades. As gírias das gangues destes bairros
são muito comuns nas letras de música rap. O cenário rap é acrescido de danças com
movimentos rápidos e malabarismos corporais. O break, por exemplo, é um tipo de dança
relacionada ao rap. O cenário urbano do rap é formado ainda por um visual repleto de
grafites nas paredes das grandes cidades.
No começo da década de 1980, muitos jovens norte-americanos, cansados da disco music,
começaram a mixar músicas, e criar sobre elas, arranjos específicos. As músicas de James Brown,
por exemplo, já serviram de base para muitas músicas de rap. O MC (mestre-de-cerimônias) é o

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responsável pela integração entre a mixagem e a letra em forma de poesia e protesto. É
considerado o marco inicial do movimento rap norte-americano, o lançamento do disco Rapper’s
Delight, do grupo Sugarhill Gang.
As canções de rap são normalmente estruturadas em versos e refrões. Os versos geralmente
apresentam a maior parte da narrativa e do lirismo, enquanto o refrão serve como uma seção
repetida cativante para fisgar o ouvinte.
Outra característica deste gênero musical é a existência do " Freestyle Rap" (RAP livre), onde os
rappers improvisam letras no local. É uma demonstração da criatividade e raciocínio rápido de
um rapper e é frequentemente usado em batalhas de rap.
Um aspecto significativo da produção de rap é o uso de samples. Os produtores costumam usar
trechos de outras canções e alterá-los para criar uma batida. Isso pode incluir elementos de uma
ampla gama de gêneros, incluindo funk, jazz, rock e música clássica.

Anos 80: auge do rap e mudanças


Na década de 1980, o rap sofreu uma mistura com outros estilos musicais, dando origem a novos
gêneros, tais como: o acid jazz, o raggamufin (mistura com o reggae) e o dance rap. Com letras
marcadas pela violência das ruas e dos guetos, surge o gangsta rap, representado por Snoop
Doggy Dogg, LL Cool J, Sean Puffy Combs, Cypress Hill, Coolio entre outros.
Nas letras do Public Enemy, encontramos mensagens de cunho político e social, denunciando as
injustiças e as dificuldades das populações menos favorecidas da sociedade norte-americana. É
a música servindo de protesto social e falando a voz do povo mais pobre.

Movimento RAP no Brasil


O rap surgiu no Brasil em 1986, na cidade de São Paulo. Os primeiros shows de rap eram
apresentados no Teatro Mambembe pelo DJ Theo Werneck. Na década de 80, as pessoas não
aceitavam o rap, pois consideravam este estilo musical como sendo algo violento e tipicamente
de periferia.
Na década de 1990, o rap ganha as rádios e a indústria fonográfica começa a dar mais atenção
ao estilo. Os primeiros rappers a fazerem sucesso foram Thayde e DJ Hum. Logo a seguir
começam a surgir novas caras no rap nacional: Racionais MCs, Pavilhão 9, Detentos do Rap,
Câmbio Negro, Xis & Dentinho, Planet Hemp e Gabriel, O Pensador.
O rap começava então a ser utilizado e misturado por outros gêneros musicais. O movimento
mangue beat, por exemplo, presente na música de Chico Science & Nação Zumbi fez muito bem
esta mistura.
Atualmente, o rap está incorporado no cenário musical brasileiro. Venceu os preconceitos e saiu
da periferia para ganhar o grande público. Dezenas de CDs de rap são lançados anualmente,
porém o rap não perdeu sua essência de denunciar as injustiças, vividas pela pobre das periferias
das grandes cidades.
Prezado(a) estudante, neste planejamento você fará um estudo dirigido sobre o texto
informativo, produzirá um rap juntamente com seus colegas, revisará o estudo de algumas
figuras de linguagem e estudará um pouco sobre o uso das variedades linguísticas.

53
ATIVIDADES
1 – Após a leitura do texto informativo, responda às questões propostas:

A) Quando e onde surgiu o rap no Brasil?


B) O que significa RAP?
C) Cite pelo menos 4 características do gênero rap.
D) Qual foi o marco inicial do movimento rap norte-americano?
E) Como se estruturam as canções de rap?
F) Quais são os temas predominantes no gênero textual rap?
G) Além da preocupação com a mensagem crítica, a força da poesia é obtida através de quê?
H) o que significa texto à capela?

Inicialmente, sua produção vai ser apresentada para a turma. Depois, as produções de alguns
quartetos poderão ser apresentadas para os estudantes de outras classes e também para os
profissionais da escola.

O rap de cada quarteto deve divulgar uma mensagem crítica, voltada para o combate ao
preconceito de raça, de gênero, de classe social ou de crença.

Criem a base musical ou componham o rap sobre alguma base já existente.

Planejamento do rap

Para planejar o rap de vocês, considerem as orientações a seguir:

DA TEORIA PARA A ... ... PRÁTICA

Os raps revelam experiências de grupos jovens, Planeje a citação de fatos, sentimentos e


muitas vezes apresentando situações reais ou impressões que lembrem a experiência real de um
fictícias vividas pelo eu lírico. jovem em relação ao preconceito. Usem a primeira
pessoa do discurso.

A maioria dos raps tem um tom muito crítico, Definam como vocês vão fazer, no texto, a
incisivo, expondo ao leitor uma realidade que referência das pessoas que demonstram
não é confortável. preconceito: o eu lírico se dirigirá diretamente a elas
ou apenas descreverá o comportamento
preconceituoso? Pensem na melhor maneira de
tornar a crítica mais efetiva, sem ser desrespeitosa.

Os raps são marcados por palavras, expressões Planejem a inclusão de gírias e outras expressões
e construções típicas das variedades que sejam típicas dessas variedades de linguagem.
linguísticas empregadas pelos jovens das
periferias urbanas.

Os raps não são cantados como as demais Lembrem-se de que a rima é um recurso
canções; eles parecem uma declamação fundamental para a musicalidade do rap, que
ritmada. costuma ser completada pelo refrão.

Os raps associam a mensagem crítica a um uso Procurem fazer com que parte das ideias não seja
expressivo, criativo da língua. apresentada de modo direto, explícito. Explorem os

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significados das palavras atribuindo a elas sentidos
conotativos, que abram espaço para interpretação
do ouvinte.

Elaborando nosso rap

1. Façam o primeiro esboço do rap, lembrando que é um texto relativamente longo. Planejem
um texto com no mínimo 20 versos.
2. Organizem os versos em estrofes, intercalando-as com um refrão.
3. Leiam o rap em voz alta para perceber se as rimas estão bem construídas e se contribuem
para a musicalidade da letra.
4. Explorem as palavras do texto, garantindo que algumas tenham sentido conotativo.
5. Trabalhem a linguagem para que contenha marcas das variedades linguísticas usadas
pelos grupos jovens das periferias urbanas.
6. Verifiquem se os versos compõem uma sequência lógica de ideias, construindo uma crítica
que possa ser entendida pelo ouvinte. Corrijam os versos, se necessário.
7. Criem um fundo musical original ou utilizem a música de raps já conhecidos.

Momento de reescrever

Avaliando nosso rap

Os raps são mostrados para a turma na sala de aula. Vocês podem optar por um único estudante
apresentando o rap produzido pelo grupo ou dividir os versos entre os integrantes.

Os colegas farão comentários sobre o rap ouvido considerando os critérios a seguir, que serão
lidos em voz alta. Aqueles que discordarem serão convidados a justificar a apreciação que fizeram.

A O rap apresenta uma crítica a um dos tipos de preconceito indicados?

B A crítica feita é inteiramente compreensível?

C Há uso de rimas e de refrão para favorecer a musicalidade do texto?

D Há trechos com sentido conotativo?

E A linguagem tem marcas típicas das variedades linguísticas usadas pelos jovens das
periferias urbanas?

F O ritmo da declamação segue a cadência dos raps?

G O trabalho foi apresentado de modo adequado, sem brincadeiras indevidas?

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Reescrevendo nosso rap

Em grupo, considerem os comentários dos colegas e procurem resolver eventuais falhas ou


melhorar alguns elementos. Veja também se alguma solução interessante apresentada por outro
grupo pode aprimorar sua produção. O rap será reapresentado para a turma.

Momento de apresentar
Apresentando nosso rap

Após a nova apresentação a turma escolherá um ou mais raps para exibir aos demais estudantes
e profissionais da escola durante um dos intervalos. O professor ficará responsável por agendar
com a direção e supervisão melhores dias e horários para as apresentações.

No dia da apresentação, procurem criar um ambiente que remeta a cultura hip-hop. Pesquisem
o tipo de vestimenta usada pelos rappers e façam a apresentação com vigor, imitando a maneira
como os raps costumam ser exibidos.

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Prezado(a) estudante, neste planejamento você revisará as características do gênero textual
conto fantástico, realizará atividades de leitura e interpretação do conto fantástico “As
formigas” de Lygia Fagundes Telles e fará o estudo de algumas figuras de linguagem e estudar
um pouco sobre o uso das variedades linguísticas.

ATIVIDADES
Leia este texto:

O CAVALO IMAGINÁRIO

Moacyr Scliar

Nós todos frequentávamos o mesmo colégio, naquela pequena cidade do interior. Um colégio
privado, e muito caro, o que, para nossos pais, não chegava a ser problema: éramos, meus
amigos e eu, filhos de fazendeiros. Nossos pais tinham grandes propriedades. E tinham muito
dinheiro. Nada nos faltava. Andávamos sempre muito bem-vestidos, comprávamos o que fosse
necessário para o colégio e gastávamos bastante no bar da escola.
Aos domingos nos reuníamos para andar a cavalo. Cavalos não faltavam nas fazendas de nossos
pais, animais de puro-sangue e bela estampa. Cada um de nós tinha a sua própria montaria, e
não estou falando de pôneis, aqueles cavalinhos mansos; não, estou falando de cavalos de
verdade, cavalos que corriam muito e saltavam obstáculos. Estou falando de equitação, aquele
nobre esporte. Nossos pais faziam questão de que fôssemos excelentes
ginetes. Tínhamos até um professor, que nos treinava na arte de cavalgar.
Eu disse que cada um de nós tinha um cavalo, mas isso não é verdade. Havia um que não tinha
cavalo. O Francisco.
O Francisco não era filho de fazendeiro. O pai dele tinha uma profissão humilde, era sapateiro.
Na verdade, o Francisco só estava em nossa escola porque havia recebido uma bolsa de estudos
– era um garoto muito inteligente e muito dedicado. Mas o que fazia em nosso grupo?

Boa pergunta. Acho que nenhum de nós saberia como responder. Diferente dos outros garotos
da escola – a maioria dos quais nos detestava –, ele tinha por nós uma admiração que beirava
a reverência. Sempre que podia estava por perto. Mais do que isso, oferecia-se para prestar
pequenos serviços. Se um de nós queria um refrigerante, o Francisco ia buscar. Se um de nós
deixava de apresentar o trabalho solicitado pelo professor, Francisco se encarregava de fazê-lo.
Por isso, e só por isso, nós o tolerávamos. Por isso, e só por isso, permitíamos que andasse
conosco. Durante a semana, bem entendido; porque no domingo as coisas mudavam. No
domingo ele voltava para o seu lugar. Domingo era o dia de cavalgar, e, do alto de nossas selas,

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nós contemplávamos, altaneiros, o mundo a nosso redor. Como eu disse, Francisco não tinha
cavalo. Isso não impedia que cedo já estivesse no clube hípico, esperando por nós. Ficava a
olhar-nos, enquanto galopávamos de um lado para o outro. E nós gostávamos de tê-lo como
plateia, porque nos aplaudia entusiasticamente. Mais do que isso, procurava imitar-nos,
galopava de um lado para o outro, como se estivesse montando um cavalo imaginário. Nós na
pista, cavalgando – ele, ao lado da pista, trotando de um lado para outro e gritando como nós
gritávamos, aqueles brados que os cavaleiros soltam quando se entregam ao esporte das
rédeas.
De um modo geral, achávamos engraçado aquilo. Não Rodrigo.

Era um cara desagradável, aquele Rodrigo. Mesmo nós, que éramos amigos dele, tínhamos de
reconhecer: um garoto intratável, agressivo com os colegas e até com os professores. A má
fama que o nosso grupo tinha devia-se sobretudo a ele. Mas a verdade é que tínhamos de
aceitá-lo: seu pai não apenas era o maior fazendeiro da região, como também ocupava o cargo
de prefeito da cidade. Rodrigo era seu filho caçula – e o mais mimado. Um garoto estragado,
como dizia meu pai.

Rodrigo não gostou nada daquela história. E nos disse:

– Não quero mais saber desse tal de Francisco nos imitando.

Procuramos convencê-lo de que se tratava apenas de uma brincadeira. Inútil: Rodrigo estava
furioso mesmo.
– Vou resolver essa coisa à minha maneira - garantiu.
Foi o que fez. Num domingo, enquanto Francisco cavalgava seu cavalo imaginário, Rodrigo se
aproximou dele. Apeou e comandou:
– Desça de seu cavalo.
Francisco obedeceu: desceu do fictício cavalo.
– Nós vamos fazer uma aposta – disse Rodrigo. – Se eu perder, entrego-lhe o meu cavalo.
Se você perder, entrega-me o seu.
– Que aposta é? – indagou Francisco, numa voz trêmula.
– Uma corrida – disse Rodrigo. Apontou umas árvores, a uns duzentos metros de distância:
– Até ali, e voltamos. Quem chegar aqui primeiro, ganha. Lembro-me de que o sangue me
subiu à cabeça.
– Olhe aqui, Rodrigo – comecei a dizer –, você não pode –
Francisco me interrompeu:
– Eu aceito a aposta – disse, com voz firme, ainda que meio embargada. – Quero correr.
Foi uma coisa patética de se ver. Os dois se colocaram lado a lado e, a um sinal, começou aquela
coisa maluca. Rodrigo simplesmente trotava em seu magnífico cavalo, Francisco corria atrás –
sem conseguir alcançá-lo. Rodrigo foi até as árvores, voltou. Minutos depois chegou Francisco,
ofegante. Rodrigo mirou-o com arrogância:
– Parece que eu ganhei, não é mesmo? Francisco, ainda ofegante, permanecia
calado.
– Seu cavalo agora é meu – continuou Rodrigo. – E sabe o que vou fazer com ele? Vou soltá-
lo no campo. Ele agora está livre, você não pode mais montar, entendeu?
Francisco, quieto. Rodrigo apanhou as rédeas imaginárias e foi até o portão do clube. Ali,
espantou o suposto cavalo aos gritos. Feito isso, montou em seu próprio cavalo e foi embora.

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Francisco nunca mais foi ao clube. Aliás, ele nem ficou na cidade. Segundo o pai, tinha ido morar
com os avós num lugar bem distante.
Nunca mais o vi. Não sei o que foi feito dele. Dizem que vende automóveis, não sei. Mas tenho
certeza de que sei com o que sonha: com um belo cavalo, no qual, montado, galopa à vontade
por um imenso campo que não tem limites.

Estudo do texto

1 – O conto “ O cavalo imaginário”, de Moacyr Scliar, começa com a apresentação de um grupo


de amigos.
É possível perceber que o narrador é um personagem da história:
( ) Através dos pronomes em primeira pessoa “eu disse”, “cada um de nós tinha um cavalo”.
( ) Através dos pronomes em terceira pessoa “ele nem ficou na cidade”, “Ele agora está livre”.

2 – O narrador é personagem principal?


( ) Sim.
( ) Não. Ele apenas conta uma história que testemunhou.

3 – O narrador destaca uma característica dele e de seus amigos no início da história.


( ) Eram ricos, filhos de fazendeiros, estudavam em colégio particular.
( ) Eram ricos e aos domingos andavam a cavalo.

4 – Onde se passa a narrativa? Retire a resposta no primeiro parágrafo do conto.

5 – O que prova que este conto é fantástico?


( ) Rodrigo ser rico e ter um cavalo e Francisco, pobre.
( ) Francisco cavalgar em seu cavalo imaginário.

6 – O que dá início ao conflito é:


( ) Rodrigo ser rico e Francisco, pobre.
( ) A implicância de Rodrigo com Francisco, que resulta numa aposta injusta.

7 – O clímax do conflito é o momento de maior tensão. O clímax deste conto é:


( ) O momento em que Francisco aceita a aposta e participa da corrida.
( ) O momento em que Francisco perde a corrida.

8 – “O cavalo imaginário” narra uma situação em que algo inusitado, estranho, ocorre no mundo
real.
O fato que leva o texto a se afastar do que é esperado em uma situação real é:
( ) Francisco, um garoto inteligente, ter aceitado uma corrida num cavalo imaginário.
( ) Francisco ter perdido a corrida e também por ser pobre.

59
Prezado (a) estudante, este planejamento apresenta um tema muito importante e que deve
ser discutido em sala de aula: as fake news. Visando conhecer melhor as penalidades
aplicadas às pessoas que praticam esse ato, elaboramos atividades para que você identifique
a estrutura de uma lei e também para relacionar alguns artigos do Código Penal Brasileiro com
os casos envolvendo fake news. Como o projeto de lei das fake news não foi aprovado ainda,
é importante você saber que existem situações que são enquadradas nele.
Esperamos também que você compreenda o que são fake news, seu surgimento, como e por
que são criadas, as consequências na sociedade e a importância de combatê-las. Compreenda
ainda o fenômeno das fake news e suas relações com interesses individuais ou de grupos
mobilizados para a manipulação de opinião pública; analise os impactos sociais e políticos
causados pela disseminação das fake news; desenvolva postura crítica e combativa à prática
de produção e disseminação de fake News e se engaja em campanhas de conscientização para
o combate às fake news. Vamos lá?

ATIVIDADES
Leia o cartum do cartunista Daniel Paz:
Cartum

Fonte: (Paz in: Blog Diogo Professor, 2001)

60
ATIVIDADES DE LEITURA
1 – Qual é o tema abordado pelo cartum?

2 – Qual é o objetivo deste cartum?

3 – O “cartum” é um gênero que explora só a linguagem verbal, só a linguagem não verbal, ou


a linguagem mista? Explique.

4 – Analisando o cartum em questão, você considera eficiente o modo como o cartunista abordou
o tema, ou seja, ele conseguiu chamar a atenção da sociedade para o problema das "fake news".

5 – Qual o nível de linguagem utilizado nesta charge?


a) formal
b) coloquial
c) técnico
d) literário

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QUESTIONÁRIO

QUESTÃO 1
Você já recebeu fake news pelas redes sociais? Se sim, qual era o conteúdo dessa notícia
falsa?

QUESTÃO 2
Na sua opinião, o que leva as pessoas a produzirem fake news? Você acha que as fake
news podem interferir na vida das pessoas?

QUESTÃO 3
Faça uma pesquisa na internet sobre os efeitos das fake news na sociedade. Em seguida,
anote os resultados dessa busca e socialize com sua classe.

QUESTÃO 4
Apresente sugestões que possam colaborar para reduzir ou evitar a disseminação ou
divulgação das fake news.

QUESTÃO 5
O que devemos fazer antes de compartilhar uma notícia?
(A) Refletir sobre sua veracidade e relevância.
(B) Compartilhar imediatamente para informar a todos.
(C) Não se preocupar com a autenticidade, apenas compartilhar.
(D) Repassar para o maior número de pessoas possível.

QUESTÃO 6
Quais são algumas características comuns das fake news?
(A) Títulos sensacionalistas e erros gramaticais.
(B) Dados precisos e verificados.
(C) Fontes confiáveis e informações atualizadas.
(D) Conteúdo imparcial e baseado em fatos comprovados.

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REFERÊNCIAS
ATIVIDADE de cartum sobre o tema "Fake News". Blog Diogo Professor, [S. l.], 11 de
junho de 2001. Disponível em:
https://diogoprofessor.blogspot.com/search?q=cartum+fake+news. Acesso em: 09 nov.
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BATMAAAAA. Meme Cigarro. MEMEDROID, [S. l.], 01 dez. 2014. Disponível
em:https://pt.memedroid.com/memes/detail/1122257 . Acesso em 19 set. 2023.
CONTO fantástico. [S. l.: s. n.], 2021. 1 vídeo (20 min.). Publicado pelo canal Rede Minas.
Disponível em:
https://drive.google.com/file/d/1DvZZqrQF50bR0ZsKWG9sWvVyjdCRrkwL/view?pli=1. Acesso
em: 22 ago. 2023.
DUKE. Charge Tabagismo. Quack redação, [S. l.], 11 nov. 2020. Disponível em:
https://quackredacao.com.br/tabagismo-no-brasil-proposta-de-redacao/. Acesso em: 22 ago.
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Eu vim de lá. Compositor e intérprete: Kyan. [s. l.: s. n.], [2023]. Disponível em:
https://www.letras.mus.br/kyan/eu-vim-de-la/. Acesso em: 28 ago. 2023.
GOIÂNIA. Secretaria Municipal de Educação de Goiânia. Língua Portuguesa: As fake news.
Conexão Escola, Goiânia, 2022. Disponível em:
https://sme.goiania.go.gov.br/conexaoescola/ensino_fundamental/lingua-portuguesa-as-
fake-news.Acesso em: 13 nov. 2023.
INCA. Campanha de combate ao uso do cigarro eletrônico. INCA, [S. l.], 30 jul. 2022. Disponível
em: https://www.inca.gov.br/publicacoes/folhetos/nao-se-deixe-enganar-pelas-novidades-
dispositivos-eletronicos-para-fumar-tambem . Acesso em: 24 ago. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Currículo Referência de Minas Gerais:
educação infantil e ensino fundamental. Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de
Educadores de Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível
em:https://drive.google.com/file/d/1ac2_Bg9oDsYet5WhxzMIreNtzy719UMz/view. Acesso em:
22 ago. 2023.
MINAS GERAIS. Secretaria do Estado de Educação. Plano de Curso: ensino fundamental -
anos finais (9º ano). Escola de Formação e Desenvolvimento Profissional de Educadores de
Minas Gerais, [s. l.], 2022. Disponível em:
https://curriculoreferencia.educacao.mg.gov.br/index.php/plano-de-cursos-crmg . Acesso em:
22 ago. 2023.
MOTUCA. Prefeitura Municipal de Motuca. Interpretação do conto: O cavalo imaginário.
Prefeitura Municipal de Motuca, Motuca, 2021. Disponível em:
https://motuca.sp.gov.br/atividadesremotas/EMEF%20Adolpho%20Thomaz%20de%20Aquino/
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06%20-%20Portugues.pdf. Acesso em: 01 dez. 2023.
MOTUCA. Prefeitura Municipal de Motuca. O cavalo imaginário (Moacyr Scliar). Prefeitura
Municipal de Motuca, Motuca, 2021. Disponível em:
https://motuca.sp.gov.br/atividadesremotas/EMEF%20Adolpho%20Thomaz%20de%20Aquino/
7%C2%BA%20Ano/Turma%20C/2%20BIMESTRE/14%20SEMANA%20DE%20ATIVIDADES/01.
06%20-%20Of.%20de%20Texto.pdf. Acesso em: 01 dez. 2023.

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OLIVEIRA, Wlsilene Pinto de. Modelo livro hexagonal. Caeté, 2023.
_____. Molde do hexágono. Caeté, 2023.
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linguagem - manual do professor (8º ano). 1. ed. São Paulo: Moderna, 2018.
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de 2001. Disponível em: https://diogoprofessor.blogspot.com/search?q=cartum+fake+news.
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