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Terra Plana
COMO O LIVRO SAGRADO DO CRISTIANISMO EXPLICA O
UNIVERSO?
Sumário
Introdução:
A Bíblia e as previsões científicas sobre o mundo
1. A Bíblia diz que a terra é uma esfera.
2. A Bíblia sabe que a terra está no espaço vazio.
3. A Bíblia sabe que o número de estrelas é incontável.
5. A Bíblia nos informa que a matéria é feita de átomos.
6. A Bíblia ensina que a luz se move.
7. O ar tem peso na Bíblia.
8. A Bíblia sabe sobre termodinâmica – fala das coisas indo da ordem para a desordem.
O que a Bíblia literalmente ensina.
1. A terra é imóvel.
2. A terra repousa sobre uma fundação.
3. O céu é sólido.
4. A terra é plana.
5. A Terra está no centro não apenas do sistema solar, mas do universo.
6. A lua tem luz própria e não reflete a do sol.
7. As estrelas são pequenas fontes de luz.
8. Erros diversos.
Afinal, como entender a Bíblia?
A Terra
O Submundo
O Céu
Conclusão:
A cosmovisão bíblica e o Terraplanismo
Obra: A Bíblia e a Terra Plana - Como o livro sagrado do cristianismo explica o universo?
©DeFide Edições
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Introdução:
Não é todo mundo, mas a maioria das pessoas ainda tem uma visão um
tanto confusa sobre a Bíblia.
Neste pequeno ebook vamos ver se uma leitura direta dos textos bíblicos
pode nos levar realmente o que a Bíblia ensina sobre a forma da universo.
Esse livro pretende ser o primeiro de uma série que irá lhe trazer uma visão
totalmente diferente do livro que é considerado o mais vendido no mundo.
Neste primeiro volume, o nosso tema irá tratar sobre a COSMOVISÃO da
Bíblia. Isto é, qual seria a visão que o livro mais vendido do mundo tem ou
sugere sobre a estrutura do universo.
Para a Bíblia a Terra é esférica, é plana ou tem algum outro formato?
1. A terra é imóvel.
O Domo
A cosmologia em Gênesis deixa claro que a terra repousa entre dois grupos
de água: um que está abaixo dela e outro que está acima dela, além da
cúpula.
“Deus fez o firmamento, que separou as águas que estão sob o firmamento
das águas que estão acima do firmamento, e Deus chamou o firmamento
‘céu’.”
(Gn 1.7)
Esse “firmamento” é o domo ou abóboda como aparece em várias
traduções, como na Bíblia de Jerusalém.
Uma das suas características é possuir janela ou comportas de onde sai a
água da chuva, como lemos no relato de Noé, sobre o dilúvio:
“nesse dia jorraram todas as fontes do grande abismo e abriram-se as
comportas do céu.”
(Gênesis 7.11)
Note que o dilúvio foi o resultado das águas do abismo, embaixo, e das
águas que desceram das comportas abertas, acima.
A questão das “águas superiores” volta em outras partes do Antigo
Testamento.
“Louvai-o, céus mais altos e águas acima dos céus.”
(Sl. 148.4)
Então, existe de fato um domo sobre a Terra, mas de que é feito esse
domo?
No livro de Jó, durante o debate dele com os seus amigos, surge uma
estranha figura chamada Eliú, que ao confrontá-lo e ao exaltar a sabedoria e
o poder de Deus, sugere que o domo é feito de metal.
“Podes tu com ele, estender a nuvem, forte endurecida como uma placa de
metal (bronze) fundido?”
(Jó 37.18)
Há uma relação aqui entre o termo “estender” é o verbo usado para martelar
metal.
Temos mais uma pista da cosmologia suméria equivalente. A cúpula
poderia ter sido feita do que os sumérios chamavam de “metal do céu”, o
metal que chamamos lata.
Essa visão foi absorvida ou durante o cativeiro babilônico, de 597–539
Antes da Era Cristã (AEC) ou por meio das influências culturais que os
hebreus foram tendo devido às transações comerciais com outros povos.
Em outros volumes veremos que a “teologia” ou religião hebraica vai
mudando nos textos que eles escrevem, de acordo com os elementos
culturais que eles vão conhecendo dos seus vizinhos.
4. A terra é plana.
Um ponto alto de onde se pode ver todo o mundo é possível em uma terra
plana, mas não em um planeta esférico!
E se houvesse uma montanha da qual se pudesse ver o mundo todo, ela,
pelo seu imenso tamanho, poderia ser vista de qualquer lugar na Terra.
Então vá lá fora e olhe em volta. Se esse monte não está lá, então ele não
existe, ou a Terra não é plana.
Talvez esse seja o único argumento que funcionaria contra a visão da plana
da Terra, afirmada por alguns.
Mas o fato é que, pela Bíblia, nesse texto da tentação, a terra é vista como
algo que pode ser vista toda do alto de um monte!
Aqui vão os versículos que provam que é o sol que se move no céu:
“O sol se levanta, o sol se deita; e apressando-se a voltar ao seu lugar, e é
lá que ele se levanta.”
(Eclesiastes 1.5)
“Ali pôs [Deus] uma tenda para o sol, e ele sai, qual esposo da alcova,
como alegre herói, percorrendo o caminho [do céu].”
(Salmo 19.6)
Mais dois exemplos vemos abaixo:
Quando Deus brinca com o sol, interrompendo o seu movimento por horas
para que Josué continuasse matando os seus inimigos, os amorreus.
“E o sol se deteve e a lua ficou imóvel até que o povo se vingou dos seus
inimigos.”
(Josué 10.13)
E depois ao fazê-lo voltar para trás em sua trajetória para dar um sinal ao rei
Ezequias, por intermédio do profeta Isaías (2Reis 20. 8–11).
Não seria grande coisa Deus mover as coisas pelo céu, mas fica complicado
em um sistema solar heliocêntrico dizer que “o sol para". Isso só pode
sugerir que é ele quem se movimenta e em torno da Terra.
Deus poderia ter usado a sua mágica para interromper a rotação da Terra –
como é chamado o movimento que ela faz segundo a Ciência – para que os
seus habitantes não notassem a desaceleração e a subsequente aceleração (e
relatassem isso nos relatos bíblicos)?
Ele poderia ter mantido o campo magnético protetor da Terra que seria
perdido se o núcleo de ferro fundido parasse de girar?
Claro, que em tese poderia.
Mas nenhum autor bíblico, em nenhum texto, parece ter sido informado ou
inspirado sobre algo assim para poder falar disso mesmo que fosse por meio
de imagens e figuras.
As imagens que eles usam, no entanto, é sempre aquelas que sugerem que a
Terra era tal qual um disco, que estava parado diante dos luzeiros (sol e lua)
que se moviam em cima dele.
E tivemos que esperar até o início do século XVI para começarmos a ter
uma ideia do sistema solar heliocêntrico, hoje conhecido e defendido pela
ciência.
Aí se diz que o sol e a lua são apenas duas versões da mesma coisa. Um
maior e a outra menor, apenas isso.
Não há reconhecimento de que um crie a luz (sol) e o outro apenas a reflita
(a lua).
Vemos a confusão mais claramente neste versículo.
“A lua não fará brilhar sua luz” (Isaías 13.10).
Não, a lua não produz sua própria luz. E isso nós podemos ver num eclipse,
quando a Terra se interpõe entre o sol e a lua, e a sobra daquela vai
projetando sobre essa até escurecê-la totalmente.
Não é a intenção deste livro, mas a Bíblia entrega sua falta de informação
científica em outros temas: quando diz que um morcego é um pássaro
(Deuteronômio 14.11–18), que os insetos têm quatro pés (Levítico 11.20–
23), que os coelhos ruminam (Levítico 11.6), camelos tem cascos (Lev. 11.
4), e a semente de mostarda é a menor semente da terra (Mt 13. 31-
32). Nada disso é verdade.
A Terra
O Submundo
“E Deus disse que haja um firmamento no meio das águas. E que ela
separe as águas das águas. E assim se fez. Deus fez um firmamento e
separou as águas que estavam sob o firmamento das águas que estavam
acima do firmamento e Deus chamou o firmamento “céu’.”
(Gênesis 1.6-8)
O firmamento cercava terra e sua borda encontrava o horizonte, a fronteira
entre a luz e escuridão.
É onde os terraplanistas dizem que acaba os limites da terra e começaria o
paredão (de gelo) que mais adiante seria limitado pelo domo.
Esse domo seria apoiado por pilares ou fundações, que seriam os topos das
montanhas cujos picos pareciam tocar o céu.
Oras, como o firmamento se sustentaria sem nada em baixo que o apoiasse?
Um texto onde se vê que é assim?
“E a terra treme e vacila, os pilares dos céus estremecem, pela sua ira
adiante eles tremem.”
(2Samuel 22.8)
O domo celeste tinha portais que Deus podia abrir para deixar as águas
acima caírem na terra.
Esta ideia é evidente na história de Noé e da sua arca.
“nesse dia jorraram todas as fontes do grande abismo e abriram-se as
comportas do céu.”
(Gênesis 7.11)
E a informação de que o tal dilúvio foi causado por águas vindo de cima e
de baixo, temos o texto do capítulo 8 do mesmo Gênesis.
“Fecharam-se as fontes do abismo e as comportas do céu chuva – deteve-
se a chuva do céu.”
(Gen 8.2)
Deus e as suas hostes (de seres) celestiais eram vistos como habitantes
acima do firmamento.
“As encobrem-no e impedem-no de ver, quando passeia pela abóbada do
céu.”
(Jó 22.14)
Pois é, Deus anda por cima do domo e até as nuvens impedem a sua visão.
E é lá em cima que ele mora.
“Aquele que no céu suas altas moradas e funda na terra a sua abóboda.”
(Amós 9,6)
E depois de toda essa exposição, que para os olhos e ouvido modernos soa
como uma descrição do mundo como feita por qualquer mitologia dos
povos vizinhos, o especialista conclui:
“Quando Deus inspirou os autores antigos a escreverem as Escrituras, ele
não desperdiçou tempo corrigindo as suas visões pré-científicas. Muitos
crentes se debatem com a ideia de que Deus permitiria ao seu povo
permanecer ignorante sobre o mundo natural, mas Deus nunca pretendeu
que a Bíblia fosse um livro de ciências.
Se vocês olharem além das descrições desatualizadas do universo
encontradas em toda a Bíblia a mensagem das Escrituras ainda é relevante
hoje.
Ninguém precisa acreditar que um Deus fixou uma Terra plana, sobre
fundações físicas, para entender que ele criou tudo.
Ninguém precisa acreditar que Deus permite a chuva cair através de
portais de um domo no céu para entender que ele controla as leis da
natureza.
Ninguém precisa acreditar que Deus mora em um palácio acima das nossas
cabeças para saber que ele governa desde os domínios celestiais.”
Essas foram as palavras e explicações do Dr. Michael Heiser, que é cristão,
pastor e especialista na cultura bíblica e oriental.
Quem quiser ver toda essa explicação ilustrada e não tiver problema com
inglês, veja aqui.
A favor dele eu diria:
Ele reconhecesse o óbvio que podemos tirar lendo os textos, de que a Bíblia
não tem uma visão científica moderna do mundo;
Ele conhece com profundidade as influências que ajudaram os autores a
escreverem e se expressarem na Bíblia e expõe isso com honestidade.
Ele reconhece que a Bíblia é um livro que, para ser entendido tem de ser
lido a partir do seu contexto histórico e cultural, o que envolve entender a
visão de mundo dos vizinhos de Israel.
Heiser chega a ser criticado exatamente por destacar que essa é de fato a
cosmovisão bíblica, que os terraplanistas defendem, mas por não
reconhecê-la como parte da revelação divina.
Não é à toa que em alguns setores evangélicos, ele não é bem-vindo, mas,
pelo contrário é muito criticado, tanto por outros acadêmicos como por
crentes comuns. E isso se nota inclusive na sessão de comentários aos seus
vídeos.
Mas, temos também de destacar que:
Se a descrição do mundo, a cosmovisão bíblica, não é precisa – e como
todos nós que temos uma visão moderna e científica sabe que seria
impossível que ela tivesse – o que mais nos escritos bíblicos poderia ser
apenas fruto da “visão pré-científica do mundo”, para usar as palavras do
Dr. Heiser?