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Instituto Federal de São Paulo - Campus

Caraguatatuba Bacharelado em Engenharia Civil


Mecânica dos Solos

IDENTIFICAÇÃO DO SOLO POR MEIO DA ANÁLISE


TÁTIL-VISUAL

Beatriz Christine da Silva Roque - CG3018075


Higor Ribeiro da Conceição Sousa - CG3018946
Pedro Henrique Joi Barbosa - CG3018415

Elaine Regina Barreto


João Dalton Daibert

CARAGUATATUBA
2023
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1. INTRODUÇÃO E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O conhecimento do solo é um dos pontos primordiais no trabalho do


engenheiro civil. É a partir do reconhecimento do solo que se sabe se o projeto é
viável, qual o tipo de fundação é mais adequado, se é possível usar o próprio solo
como elemento da construção, a estabilidade e estética do terreno, entre outras
questões. Portanto, qualquer projeto de Construção Civil se submete à compreensão
do solo em que a obra será apoiada.

Neste trabalho, foi utilizada a análise tátil visual, sendo um ensaio muito usual
por ser rápido e prático. Este é o primeiro passo para estudar a geologia do terreno,
e, dependendo da dimensão e orçamento da obra, é a única metodologia realizada
para identificação do solo, já que ela não necessita dos recursos de laboratório.
Dessa forma, a qualidade dessa investigação provém da sensibilidade e experiência
do profissional.

Mesmo sendo um ensaio relativamente simples, com ele é possível realizar


alguns testes referentes à sensação de tato, plasticidade, resistência, mobilidade da
água intersticial e dispersão em água. Assim, se obtém a descrição preliminar do
solo, identificando sua classificação em arenoso, siltoso ou argiloso.

1.1 NBR 7250/ 1982

A finalidade desta Norma é a prescrição de métodos e condições exigíveis


para identificação e formulação da nomenclatura descritiva acerca de amostras
obtidas do processo de sondagem por meio do critério sensorial tátil visual. Assim,
realizado por meio de etapas os procedimentos necessários para caracterização de
um perfil geotécnico.

2. OBJETIVO
Este trabalho tem como objetivo principal relatar os procedimentos envolvidos
para determinação da nomenclatura da amostra do solo fornecida através do auxílio
e fundamentação na norma: NBR 7250, para definição de nomenclatura, assim
como verificar os enquadramentos da NBR citada.
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3. METODOLOGIA

3.1 MATERIAIS UTILIZADOS

1 Bandeja;

1 Colher de pedreiro;

1 Espátula;

1 Destorroador;

1 Proveta.

3.2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

3.2.1 TESTE VISUAL E TÁTIL

A priori, faz-se necessário a verificação de cor e odor do material; neste


procedimento é possível identificar se é um solo orgânico ou que há a presença de
matéria orgânica.

Sendo assim, após misturar uma pequena quantia de água ao solo, com as
características fornecidas, sabe-se que:

● AREIA: são áspera ao tato, apresentando partículas visíveis ao olho nu e


permitem, muitas vezes, o reconhecimento de minerais.
● SILTE: menos áspero do que a areia, mas perceptível ao tato. Entre siltes
grossos e areia fina, a distinção é quase imperceptível, gerando a
necessidade do auxílio de outros testes.
● ARGILA: quando úmida, apresenta semelhança com a pasta de sabão
escorregadia; enquanto seca, os grãos finos da argila proporcionam ao tato a
sensação de farinha.
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3.2.2 RESISTÊNCIA

Neste teste, é necessário analisar a facilidade ou dificuldade para desmanchar os


torrões da amostra.

3.2.3 SUJAR AS MÃOS

Neste método, é preciso fazer uma pasta de solo com água e esfregá-la na palma
das mãos; na sequência, colocá-la sob água corrente.

Logo, poderá ser interpretado e nomeado de três formas:

● ARENOSO: lava-se facilmente, ou seja, limpam-se facilmente das mãos


● SILTOSO: após uma grande quantidade de água correr pelas mãos e fazer
uso de esfregar as mãos.
● ARGILOSO: distingue-se pela dificuldade de se desprender das palmas das
mãos, sendo preciso esfregar rigorosamente as palmas da mão.

3.2.4 PLASTICIDADE

Quando aplicada uma pequena pressão com uso das mãos, o comportamento do
solo em relação à compactação, irá contribuir para a identificação do solo.

Assim, é possível observar que, se tratando de argila, terá ótima plasticidade, uma
vez que a mesma, enquanto úmida, se cola facilmente. O silte fornece boa
plasticidade, ficando atrás apenas da argila. Já a areia, tem péssima característica à
plasticidade, pois os grãos se separam com enorme facilidade.

3.2.5 MOBILIDADE DA ÁGUA INTERSTICIAL

Neste procedimento será obtido o comportamento do material úmido quando


colocado em vibração, nas palmas das mãos em formato de concha, para identificar
se há aparição de fissuras ou, surgimento de uma superfície de aspecto liso e
brilhante.
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O aparecimento de fissuras, irá revelar que a amostra, tem facilidade de movimento


de água, revelando a presença de partículas grossas.

De maneira oposta, o surgimento de uma superfície lisa e brilhante, será devido a


sua composição ser de partículas lisas.

Ademais, caso o processo seja lento para ambas aparições, indica um material com
coesão .

3.4.6 DESAGREGAÇÃO DO SOLO SECO

Quando uma pequena amostra seca é colocada em um recipiente com água, é


possível observar e caracterizar que:

● DESAGREGAÇÃO RÁPIDA: solos siltosos e arenosos


● DESAGREGAÇÃO LENTA: solos argilosos

3.4.7 DISPERSÃO EM ÁGUA

Para realização do mesmo, faz-se necessário o uso da proveta. Nela, é colocada


uma pequena quantia de água, e logo após, é inserida uma quantidade de amostra
sem torrões. Dessa forma, é agitado e analisado o tempo admitido para o
assentamento das partículas.

Assim, é possível verificar que:

● 30 A 60 SEGUNDOS: solos arenosos


● 15 A 60 MINUTOS: solos siltosos
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4. RESULTADOS

4.1 TESTE VISUAL E TÁCTIL

Diante as primeiras impressões com o solo, foi constatado pelo grupo uma paleta de
cor que tem como base o marrom, com traços de camurça.

Na sequência, em relação ao toque, foi possível sentir a intermediação entre uma


amostra de solo arenoso e siltoso.

No quesito odor exalado pelo solo foi identificado uma fragrância bem sutil, quase
imperceptível, lembrando aquele característico cheiro de "terra molhada", dado
devido à presença de resíduos orgânicos encontrados no solo, tais como galhos de
árvores e formigas.

Figura 1: Solo estudado

FONTE: Próprio autor


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4.2 RESISTÊNCIA

No teste de resistência dos torrões, ele apresentou uma pequena resistência, mas
cedeu sem muito esforço.

4.3 SUJAR AS MÃOS

No teste de sujar as mãos com uma pasta composta pelo solo e água, foi notório a
facilidade na lavagem das mãos, utilizando a água corrente para limpar e, fazendo
uso de um pequeno esforço para que a mão pudesse ser completamente limpa.

Figura 2: Mãos sujas com a pasta do solo

FONTE: Próprio autor


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4.4 PLASTICIDADE

Na competência de plasticidade o solo apresentou uma facilidade em ser


compactado, gerado por uma pequena pressão; todavia suas características
geraram dificuldade de moldagem, e com pouca força aplicada já se observa a
formação de fissuras.

4.5 MOBILIDADE DA ÁGUA INTERSTICIAL

No teste de mobilidade da água intersticial, o solo apresentou uma aparência mais


fosca e existência de fissuras após o teste, sendo possível concluir que há a
presença de grãos com maior granularidade, ou seja, mais grossos.

Figura 3: Solo úmido após vibração nas palmas das mãos em formato de concha

FONTE: Próprio autor


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4.6 DESAGREGAÇÃO DO SOLO SECO

Foi observado que após colocar uma pequena quantidade de solo em um copo com
água, a amostra se decantou para o fundo do copo em poucos segundos, o que
indica se tratar de solos arenosos ou siltosos.

Figura 4: Solo decantado no copo d’água

FONTE: Próprio autor

4.7 DISPERSÃO EM ÁGUA

Nesse procedimento, foi separado aproximadamente 100 gramas de solo e 300 ml


de água. Na proveta com água, foi colocada a amostra do solo, resultando um
volume total de 350 ml. Em seguida, o conjunto sofreu uma agitação durante alguns
segundos, misturando tudo muito bem e, logo depois, foi deixado em repouso.

Durante o repouso, houve a marcação de tempo para determinar cada decantação.


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A areia decantou rapidamente, em questão de 10 segundos aproximadamente.

Em oito minutos, houve três fases distintas apresentadas na proveta: Cerca de 50 ml


em volume de areia, mais 75 ml em volume de silte, e o restante do volume de água
barrosa.

Figura 5: Conjunto após a agitação

FONTE: Próprio autor


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Figura 6: Conjunto após o repouso

FONTE: Próprio autor


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5. CONCLUSÃO

Dessa forma, é possível chegar a conclusão de que essa amostra apresenta


características situadas tanto no termo de arenoso, quanto no de argiloso; isso se
deve à demonstração dos testes, tendo como um dos principais para conclusão o
teste de dispersão em água, onde o material intercalou em tempo distintos para
decantação completa, sendo possível mensurar e identificar visualmente a
diferenciação de composições envolvida nessa amostragem. À vista disso,
analisando todas as experimentações realizadas e comparando os resultados com
as informações expostas na norma NBR 7250, o solo estudado foi classificado como
siltoso-arenoso, pois há o predomínio de solo siltoso, mas com uma parcela de
areia.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 7250: Identificação e


descrição de amostras de solo obtidas em sondagens de simples reconhecimento dos solos.
Rio de Janeiro, 1982.

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