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FACULDADE INTEGRADA METROPOLITANA DE CAMPINAS


CURSO ENGENHARIA CIVIL
DISCIPLINA: MECÂNICA DOS SOLOS
ENSAIOS LABORATORIAIS EM GEOTECNIA.

PROF. ENG. M.Sc. ROBERTO KASSOUF

Apostila de Laboratório de Mecânica dos Solos– Prof. Engº M. Sc. Roberto Kassouf - Página 1
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CARACTERIZAÇÃO TÁCTIL E VISUAL DE SOLOS

O solo se apresenta na natureza de uma forma bastante heterogênea tendo, na sua


composição, as três fases - sólida, líquida (geralmente a água) e gasosa (geralmente o ar),
partículas minerais com tamanhos médios que podem variar desde dezenas de milímetro até
faixas coloidais com tamanhos inferiores a milésimos de milímetro, além de material orgânico,
requerendo critérios de classificação que permitam quantificar suas propriedades físicas e seu
desempenho como material de construção ou de suporte de obras de engenharia como, por
exemplo, aterros, barragens de terra, fundações, etc.
No Brasil são utilizados sistemas de classificação normalizados pela ABNT-Associação
Brasileira de Normas Técnicas - e pelo DNER - Departamento Nacional de Estradas de Rodagem -,
inspiradas principalmente em normas americanas a utilização destes sistemas de classificação
requer sempre a execução de uma série de ensaios de laboratório, específicos para a obtenção de
características necessárias que visam à inserção de determinado solo num grupo para o qual
várias propriedades, tanto qualitativa quanto quantitativa, já estão definidas.
Assim, através de ensaios de caracterização de solos, é possível determinar à qual
grupo pertence um solo dentro da Unified Soil Classification System - Classificação Unificada de
Solos, proposta em 1952 pelo Bureau of Reclamation e pelo Corps of Engineers dos Estados
Unidos da América e, com isso, ter uma idéia qualitativa que permite uma identificação inicial do
solo e suas potencialidades (tabelas 1 e 2).
A classificação táctil e visual de solo é um passo inicial que permite ao engenheiro ter
uma idéia aproximada do solo no campo, através da execução de testes físicos simples, que não
exigem o emprego de equipamentos especiais e do uso de laboratórios.

PARÂMETROS REQUERIDOS

AMOSTRA: especificações detalhadas do local de procedência.


COR: a cor predominante; se várias cores estiverem presentes de tal forma a não
caracterizar uma cor predominante, o solo deve ser classificado como variegado.
ODOR: quando um solo apresenta quantidade significativa de material orgânico, o
odor é característico de material em decomposição.
TEXTURA: quando predomina fração grossa como pedregulho, areia, silte grosso, o
manuseio do solo com os dedos dá uma sensação áspera de "arranhar"; quando predomina fração
fina como silte médio e fino e argila, a sensação é lisa e observa-se um comportamento plástico,
maleável. É sempre importante deixar clara a textura predominante do solo que está sendo
examinado, bem como a possível fração de importância secundária, numa denominação dupla
como, por exemplo, argila arenosa - predominância de um comportamento plástico, mas sente-se
a presença de material granular -, areia argilosa - predominância de material granular, mas
sente-se a presença de material plástico.

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CARACTERÍSTICAS DA FRAÇÃO FINA

A Resistência à compressão: após peneirar o solo através da peneira 40 (abertura 0,42


mm), moldar pequenos cubos (aproximadamente 1 cm de lado) com auxílio de água. Deixar os
cubos secarem ao ar por 24 horas e testá-los, comprimindo-os entre os dedos polegar e indicador.
A resistência à ruptura destes cubos ê uma medida da característica e da quantidade ' da fração
argilosa presente no solo. A resistência que o cubo de solo oferece à ruptura aumenta com o
aumento da plasticidade.
Elevada resistência à compressão é característica, por exemplo, das argilas do grupo
CH. Um silte do grupo ML ou OL (silte orgânico) apresenta, em geral, baixa resistência à
compressão. Siltes finos e areias possuem também baixa resistência à compressão e podem ser
distinguidos uns dos outros pelo tato, quando se pulveriza os cubos.
A areia fina se apresenta com uma sensação de atrito entre os dedos, enquanto que,
um silte, apresenta uma sensibilidade "lisa", de farinha, ao tato. De acordo com a Classificação
Unificada de Solos, os termos utilizados para caracterizar a resistência à ruptura dos cubos de
solo são: muito baixa, baixa, média, alta, muito alta.
DILATÂNCIA (mobilidade da água): após peneirar o solo através da peneira 40,
prepara-se uma pasta de solo com volume de aproximadamente 2 cm3, adicionando água até
obter uma mistura mole, mas não pegajosa. Esta pasta de solo deve ser colocada na palma da
mão e vibrada, batendo várias vezes à outra mão nas costas da primeira. Em solos que
apresentam dilatância, a água fluirá para a superfície do mesmo e, quando a amostra é amolgada
entre os dedos, a água "desaparece" no seu interior. A rapidez com que a água flui à superfície da
pasta de solo durante a vibração da palma da mão permite identificar a característica dos finos do
solo. Solos arenosos apresentam resultados instantâneos no surgimento da água na sua
superfície, enquanto que argilas não mostram nenhuma reação ao ensaio. Siltes inorgânicos
apresentam resultados em tempo intermediário aos da areia e da argila. De acordo com a
Classificação Unificada de Solos, os termos utilizados para caracterizar a resistência à dilatância
são: rápida, média, lenta, nenhuma.
DUREZA (consistência próxima do limite de plasticidade): após peneirar o solo através
da peneira 40, uma amostra dele de aproximadamente 2cm3 é misturada à água, até atingir uma
consistência plástica. Em seguida, a amostra é rolada entre a mão e uma superfície levemente
rugosa (placa de vidro esmerilhado), até formar filamentos de 4 cm de comprimento por 2 mm de
diâmetro. Em seguida, o filamento é amolgado e rolado repetidas vezes, de tal forma a perder água
gradualmente, até que finalmente o solo perca sua plasticidade e venha a apresentar fissuras.
Quanto mais duro e resistente for o filamento, e isto ocorre perto do limite de plasticidade, mais
ativa será a fração da argila presente no solo. Falta de resistência do filamento indica argila
inorgânica de baixa plasticidade, como exemplo argilas do grupo das caolinitas, ou argilas
orgânicas que se situam abaixo da linha A do gráfico de plasticidade.

Argilas altamente orgânicas, além de serem características pelo odor e cor escura, são
muito fracas (baixa resistência) e apresentam aspecto de "esponja" no limite de plasticidade.

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De acordo com a Classificação Unificada de Solos, os termos utilizados para


caracterizar a dureza (também chamada de tenacidade) são: fraca, média, rígida, dura.
ENSAIO DE DISPERSÃO: colocar a amostra de solo dentro de um frasco com água
(preferencialmente um cilindro graduado), agitar a mistura e deixar os sólidos sedimentarem. As
partículas mais grossas sedimentarão primeiro e os finos permanecerão em suspensão por mais
tempo. Areias sedimentam entre 30 e 60 segundos, os siltes levam de 15 a 60 minutos e as argilas
permanecem em suspensão por várias horas e mesmo dias.
Com este ensaio, é. possível ter uma idéia aproximada das percentagens dos diversos
tamanhos de partículas que compõem o solo analisado. Uma classificação final de cada solo é
feita após analisar todos os resultados e observações aqui descritos, através de uma conclusão
conjunta.

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ALUNO: ____________________________________________________________

RA: ________________________________________________________________

SONDAGEM Nº ______ PROFUNDIDADE: _______ CORPO DE PROVA: ____

CARACTERIZAÇÃO TÁCTIL-VISUAL DE SOLO


AMOSTRA Nº ____ Nº ____ Nº ____ Nº ____
____
COR

ODOR

TEXTURA

PROVÁVEL RESISTÊNCIA À
COMPRESSÃO

DISPERSÃO

AREIA (%)

SILTE (%)

ARGILA (%)

USCS

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CRITÉRIOS DE IDENTIFICAÇÃO EM
DIVISÕES GERAIS GRUPO NOMES TÍPICOS
LABORATÓRIO
SOLOS DE GRANULAÇÃO MAIS FINA - MAIS SOLOS DE GRANULAÇÃO GROSSA - MAIS DA METADE

PEDREGULHOS - MAIS DA

PODEM SER CLASSIFICADOS EM: FINOS < 5%: GW, GP,


GRANDE INTERVALO DE TAMANHO DE PEDREGULHO BEM GRADUADO,

DA QUANTIDADE DE FINOS, OS SOLOS GRANULARES


AREIA NA CURVA GRANULOMÉTRICA, DEPENDENDO
METADE RETIDA NA # 4

DETERMINAR PORCENTAGEM DE PEDREGULHOS E

SW, SP. FINOS > 12%: GM, GC, SM, SC. ENTRE 5% E
PARTÍCULAS, COM PARTÍCULAS DE TAMANHO AREIA PEDREGULHOSA, POUCO OU U>4; 1<CC<3
PEDREGULHOS COM
INTERMEDIÁRIO GW NENHUM FINOS
POUCO OU NENHUM
FINOS PEDREGULHO MAL GRADUADO, QUANDO NÃO
PREDOMINÂNCIA DE UM TAMANHO DE
AREIA PEDREGULHOSA, POUCO OU SATISFEITOS PARA
PARTÍCULA
GP NENHUM FINOS GW
PARTÍCULAS FINAS COM CARACTERÍSTICAS PEDREGULHO SILTOSO, MISTURA DE

12% - SÍMBOLO DUPLO.


PEDREGULHOS COM
NÃO PLÁSTICAS PEDREGULHO, AREIA E SILTE IP<4=GM; IP>7=GC;
APRECIÁVEL GM
RETIDA NA # 200

4<IP<7=SÍMBOLO
QUANTIDADE DE PARTÍCULAS FINAS COM CARACTERÍSTICAS PEDREGULHO ARGILOSO, MISTURA DUPLO.
FINOS PLÁSTICAS DE PEDREGULHO, AREIA E ARGILA
GC
GRANDE INTERVALO DE TAMANHO DE AREIA BEM GRADUADA, AREIA
AREIA - MAIS DA METADE

PARTÍCULAS, COM PARTÍCULAS DE TAMANHO PEDREGULHOSA, POUCO OU U>6; 1<CC<3


AREIAS COM POUCO INTERMEDIÁRIO SW NENHUM FINOS
PASSA NA # 4

OU NENHUM FINOS AREIA MAL GRADUADA, AREIA QUANDO NÃO


PREDOMINÂNCIA DE UM TAMANHO DE
PEDREGULHOSA, POUCO OU SATISFEITOS PARA
PARTÍCULA
SP NENHUM FINOS SW
PARTÍCULAS FINAS COM CARACTERÍSTICAS AREIA SILTOSA, MISTURA DE
AREIAS COM NÃO PLÁSTICAS PEDREGULHO, AREIA E SILTE
SM IP<4=SM; IP>7=SC;
APRECIÁVEL
4<IP<7=SÍMBOLO
QUANTIDADE DE
PARTÍCULAS FINAS COM CARACTERÍSTICAS AREIA ARGILOSA, MISTURA DE DUPLO.
FINOS PLÁSTICAS PEDREGULHO, AREIA E ARGILA
SC
RESISTÊNCIA DO MOBILIDADE DA
DUREZA
SILTE E ARGILA - LL <

SOLO SECO ÁGUA


SILTE INORGÂNICO E AREIA FINA GRANULOMETRIA E LIMITES DE
NENHUMA OU POUCA RÁPIDA A LENTA NENHUMA ML
DA METADE RETIRA NA # 200

SILTOSA COM POUCA PLASTICIDADE CONSISTÊNCIA, SE APLICÁVEIS.


50%

NENHUMA A MUITO ARGILA INORGÂNICA E BAIXA A


MÉDIA A ALTA MÉDIA CL LIMITES DE CONSISTÊNCIA
LENTA MÉDIA PLASTICIDADE

SILTE ORGÂNICO E ARGILA SILTOSA LL E LP: ESTADO NATURAL E SECO EM


POUCA A MÉDIA LENTA POUCA OL
ORGÂNICA DE BAIXA PLASTICIDADE ESTUFA

SILTE INORGÂNICO, SOLOS GRANULOMETRIA E LIMITES DE


SILTE E ARGILA -

POUCA A MÉDIA NENHUMA A LENTA POUCA A MÉDIA MH


ARENOSOS OU SILTOSOS MICÁCEOS CONSISTÊNCIA, SE APLICÁVEIS
LL > 50%

ARGILA INORGÂNICA DE ALTA


ALTA A MUITO ALTA NENHUMA ALTA CH LIMITES DE CONSISTÊNCIA
PLASTICIDADE

NENHUMA A MUITO ARGILA ORGÂNICA DE MÉDIA A ALTA LL E LP: ESTADO NATURAL E SECO EM
MÉDIA A ALTA POUCA A MÉDIA OH
LENTA PLASTICIDADE ESTUFA

SOLOS ATUALMENTE ORGÂNICOS: FACILMENTE IDENTIFICÁVEIS PELA COR, CHEIRO E TURFA E OUTROS SOLOS MUITO
Pt UMIDADE E ENSAIO DE ADENSAMENTO
TEXTURA. ORGÂNICOS

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TEOR DE UMIDADE DE SOLO

A determinação do teor de umidade de um solo, w, é essencial, uma vez que


praticamente todos os ensaios laboratoriais em geotécnia exigem este índice físico. A precisão na
sua obtenção é fundamental, uma vez que, erros na sua determinação podem, facilmente,
influenciar nos resultados de outros ensaios e na obtenção de outros parâmetros do solo.
O teor de umidade de solo, em geotecnia, é definido como a quantidade de água (por
massa), Ww, presente no solo, em relação à massa do solo seco, W„ ou seja:

EQUIPAMENTOS

Cápsulas
Balança
Estufa com temperatura controlável para 110° C ± 5o C

PROCEDIMENTO DE ENSAIO

1. Obter a tara da cápsula;


2. Colocar na cápsula de alumínio uma quantidade de solo, do qual se deseja
determinar o teor de umidade, de tal forma que o volume de solo dentro da cápsula ocupe
aproximadamente 2/3 do volume interno da cápsula;
3. Obter a massa do conjunto "cápsula + solo úmido";
4. Colocar a cápsula com o solo na estufa, e deixar para secagem durante 12 a 18
horas (na prática, costuma-se deixar secando durante aproximadamente 24 horas);
5. Retirar a cápsula da estufa, tampar e deixar esfriar até a temperatura ambiente em
local seco (geralmente o resfriamento é feito dentro de um dessecador - recipiente de vidro com
sílica gel no seu interior);
6. Após o resfriamento até a temperatura ambiente, obter a massa do conjunto
"cápsula + solo seco";
7. Obter a massa de água que estava presente nos vazios do solo, Ww:
Ww = [cápsula + solo úmido] - [cápsula + solo seco]

8 . Obter a massa do solo seco, Ws:


Ws = [cápsula + solo seco] - [tara da cápsula]

9. Determinar a umidade do solo, w:

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SONDAGEM Nº ______ PROFUNDIDADE: ________ CORPO DE PROVA: ________

DETERMINAÇÃO DO TEOR DE UMIDADE DO SOLO

CÁPSULA Nº ____ Nº ____ Nº ____ Nº ____ Nº ____

TARA DA CÁPSULA (g)

CÁPSULA + SOLO (g)

CÁPSULA + SOLO ÚMIDO (g)

CÁPSULA + SOLO SECO (g)

MASSA DE ÁGUA (g)

MASSA DE SOLO SECO (g)

TEOR DE UMIDADE (%)

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MASSA ESPECÍFICA MÉDIA DOS SÓLIDOS DO SOLO

A massa específica média dos sólidos de um solo, Ɣs, é definida pela relação entre a massa
de sólidos do solo e o volume ocupado por estes sólidos. A massa específica média dos sólidos do
solo é utilizada para determinação da massa específica do solo em qualquer situação de
saturação, desde seco até saturado, desde que sejam conhecidos seu índice de vazios e o grau de
saturação. Além disso, o conhecimento deste índice físico do solo é exigido na maioria dos ensaios
laboratoriais em geotecnia. Segundo a definição de massa específica média dos sólidos de um
solo, Ɣs = Wy/Vs, o ensaio consiste basicamente na determinação do volume ocupado pelos
sólidos, já que a massa deles é a massa do solo seco.

EQUIPAMENTOS
Picnômetro (balão de vidro) de 250 ou 500 ml
Bomba de vácuo
Água destilada
Balança (sensibilidade de 0,01 g)
Termômetro (graduado em 0,1° C)
Estufa

PROCEDIMENTO DE ENSAIO
1. Obter a tara do picnômetro absolutamente limpo e seco;
2. Colocar dentro do picnômetro cerca de 50 g (para o picnômetro de 500 ml) do solo
seco em estufa e destorroado;
3. Obter a massa do conjunto "picnômetro + solo seco";
4. Descontar da massa do conjunto "picnômetro + solo seco" a tara do picnômetro
obtendo, assim, de maneira precisa, a massa de solo seco, Ws;
5. Colocar água destilada dentro do picnômetro até aproximadamente 2/3 de sua
capacidade interna de modo a cobrir, com folga, o solo no seu interior;
6. Aplicar vácuo no interior do picnômetro durante aproximadamente 30 minutos,
agitando a mistura levemente algumas vezes, para ajudar à de aeração;
7. Terminado o processo de aeração da mistura solo/água destilada, completar o volume do
picnômetro com água destilada até perto da marca de sua capacidade nominal. Deixar o conjunto em
banho-maria (com a água do banho na temperatura ambiente), até que a temperatura da mistura se
equilibre com a temperatura do banho;
8. Completar com água destilada até a marca da capacidade nominal do picnômetro, enxugar
bem o picnômetro (inclusive por dentro, entre a boca e a marca de sua capacidade nominal) obter a
massa do conjunto "picnômetro + Ws + água destilada".
A massa deste conjunto será denominada de W2;
9. Retirar a mistura de dentro do picnômetro lavá-lo bem e colocar no seu interior
somente água destilada até aproximadamente 2/3 de sua capacidade interna e, em seguida, aplicar
vácuo;

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10. Após o término da de aeração da água destilada contida no interior do picnômetro,


completar com mais água destilada até próximo da marca da capacidade nominal do picnômetro e levar
ao banho-maria;
11.Quando a temperatura da água destilada contida no interior do picnômetro igualar a
temperatura do banho, completar o picnômetro com água destilada até sua marca de capacidade
nominal, enxugar externamente e internamente entre a boca e a marca da capacidade nominal e obter
a massa do conjunto "picnômetro + água destilada". A massa deste conjunto será denominada de ωi.
12. Calcular γs pela relação:

Terminado o processo de aeração da mistura solo/água destilada, completar o volume do


picnômetro com água destilada até perto da marca de sua capacidade nominal. Deixar o conjunto em
banho-maria (com a água do banho na temperatura ambiente), até que a temperatura da mistura se
equilibre com a temperatura do banho;

13. Repetir as etapas 1 a 12 obtendo valores adicionais de γs até serem obtidos dois valores, tais que:

O valor médio deles será o valor a ser definido para γs.


Como a capacidade nominal do picnômetro é definida para a temperatura de 20° C, o valor obtido
para γs deverá ser corrigido, se a temperatura do banho-maria for diferente daquela, de acordo com
a tabela seguinte:
T ºC 16 18 20 22 24 26
A 1,0007 1,0004 1,0000 0,9996 0,9991 0,9986

Dessa forma, o valor final para a massa específica média dos sólidos de um solo será obtida pela
relação final:

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RA: _________________________________________________________________________
SONDAGEM Nº ______ PROFUNDIDADE: ________ CORPO DE PROVA: ________

DETERMINAÇÃO DA MASSA ESPECÍFICA MÉDIA DOS SÓLIDOS DE UM SOLO

ENSAIO Nº

PICNÔMETRO Nº

VOLUME NOMINAL A 20ºC (ml)

TEMPERATURA (ºC)

TARA DO PICNÔMETRO (g)

PICNÔMETRO + WS (g)

WS (g)

W2 (g)

W1 (g)

઻S (g/cm3)

઻S = a.઻
઻S (g/cm3)

γS = WS/[(W1 + WS - W2)/ γw]

WS = MASSA DE SOLO SECO

W1 = MASSA DO PICNÔMETRO + ÁGUA DESTILADA

W2 = MASSA DO PICNÔMETRO + SÓLIDOS (SOLO SECO) + ÁGUA DESTILADA

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ANÁLISE GRANULOMÉTRICA CONJUNTA

A análise granulométrica conjunta é composta de duas fases de ensaio: peneiramento e


sedimentação. A primeira consiste no peneiramento do solo através de uma série de peneiras empilhadas
em ordem crescente de abertura das malhas das peneiras, que representarão o tamanho médio das
partículas do solo. O peneiramento é efetuado para a fração do solo de granulometria mais grossa, ou
seja, aquela retida na malha da peneira 200 (abertura de 0,074 mm).
A sedimentação é baseada na equação de Stokes, que calcula a velocidade de queda livre de
uma esfera através de um meio viscoso, conhecendo-se o diâmetro da esfera, sua massa específica, a
densidade e a viscosidade do meio. No ensaio de sedimentação, "mede-se" a velocidade de descida das
partículas do solo através de uma variação de densidade (o solo é levado a um processo de sedimentação
em meio líquido), o que leva, a partir da lei de Stokes, a determinar o "diâmetro", ou tamanho médio da
partícula, e sua porcentagem em relação à amostra total. O ensaio de sedimentação é feito sobre a fração
de finos do solo cujas partículas passam através da malha da peneira 200.
A análise granulométrica é utilizada na identificação e classificação de solo segundo os vários
sistemas de classificação existentes, na determinação aproximada da permeabilidade em solos
arenosos, em projetos de filtros e drenos, etc.
O procedimento de ensaio da análise granulométrica conjunta depende do tipo de solo
utilizado. Se o solo for constituído em sua maior parte de grãos graúdos, que não passam através das
malhas da peneira 200, então, apenas o ensaio por peneiramento deverá ser efetuado. A análise
granulométrica conjunta (peneiramento + sedimentação) deverá ser utilizada em solos que
apresentarem mais do que 12% dos seus minerais passando na malha da peneira 200.

PENEIRAMENTO

EQUIPAMENTO
Conjunto de peneiras
Agitador de peneiras
Destorroador (almofariz e soquete destorroador)
Balança

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PROCEDIMENTO

1. Tomar exatamente 500 g de solo destorroado, muito bem homogeneizado de tal forma a
representar o solo natural, e seco em estufa. No caso de peneiramento com lavagem, este processo
poderá ser acelerado se o solo for primeiramente destorroado, seco em estufa e peneirado através
da peneira 200, eliminando-se em seguida a fração que passa nesta penetra.
2. Se a amostra, após a inspeção visual, contiver apreciável quantidade de solo grosso
(areia), e poucos finos (silte e argila), a fase da lavagem poderá ser omitida, e o prosseguimento do
ensaio será efetuado a partir da etapa 4. Caso contrário, lavar a amostra retida na peneira 200
através da sua malha, até que a água de lavagem saia limpa. Tomar cuidado para não danificar a
peneira que possui uma malha muito sensível.
3. Cuidadosamente, retirar a fração de solo retida na peneira 200 utilizando, se
necessário, bisnaga para lavar a malha no sentido contrário ao do peneiramento, transferindo
todo o material retido para uma tigela larga. Deixar o solo sedimentar no fundo da tigela e retirar,
com o auxílio da bisnaga, a máxima quantidade de água possível, sem remover os grãos do solo.
4. Após secagem em estufa, pesar o solo, e peneirá-lo através de um conjunto de
peneiras dispostas em série, conforme a tabela abaixo. No caso de peneiramento sem lavagem, a
amostra original será diretamente peneirada pela série de peneiras da tabela abaixo. As peneiras
serão empilhadas em ordem crescente de abertura das malhas.

SÉRIE DE PENEIRAS (U. S. BUREAU OF STANDARDS - USBS)

Nº PENEIRA TAMPA 4 10 20 40 60 100 200 PRATO


ABERTURA
- 4,76 2,00 0,83 0,42 0,25 0,149 0,074 -
(mm)

Se for observada a presença de pedregulhos de pequeno diâmetro no solo, poderão ser


adicionadas ao conjunto peneiras com abertura de malha maior.
5. Colocar o conjunto de peneiras em um agitador mecânico por 5 a 10 minutos,
dependendo da granulometria e da quantidade do material.
6. Retirar o conjunto do agitador, e determinar a massa do material retido em cada
peneira. Somar as massas retidas e comparar com o peso original da amostra utilizada no início
do ensaio, ou na etapa 4, quando houver lavagem. Se houver perda de material superior a 2%
durante o peneiramento, o ensaio deverá ser repetido.
7. Determinar a porcentagem retida em cada peneira, dividindo a massa retida, pela
massa original da amostra.
8. Determinar a porcentagem que passa começando de 100% e subtraindo as
porcentagens retidas em cada peneira, através de um processo acumulativo.
9. Traçar a curva granulométrica do solo (tamanho médio dos minerais x porcentagem
em massa que passa), com o tamanho médio dos minerais em escala logarítmica, determinando, a
partir dela, os seguintes parâmetros:

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a) se menos de 12% de solo passa através da malha da peneira 200, determinar U


(coeficiente de uniformidade) e Cc (coeficiente de curvatura da curva de distribuição
granulométrica), onde:

b) se mais de 12% de solo passa através da malha da peneira 200, não há a


necessidade de determinar U e CC, pois esses parâmetros são próprios para classificar solos
arenosos.

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LABORATÓRIO DE MECÂNICA DOS SOLOS

ALUNO: ____________________________________________________________________
RA: _________________________________________________________________________
SONDAGEM Nº ______ PROFUNDIDADE: ________ CORPO DE PROVA: ________

ANÁLISE GRANULOMÉTRICA CONJUNTA - PENEIRAMENTO

(%) EM
SOLO RETIDO
PENEIRA ABERTURA TARA PENEIRA + (%) RETIDO MASSA
ACUMULADO
USBS (mm) PENEIRA (g) SOLO (g) ACUMULADO QUE
(g)
PASSA

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SEDIMENTAÇÃO

EQUIPAMENTOS E MATERIAIS
Dois cilindros graduados de 1000 cm3
Densímetro
Agitador de solo (liquidificador)
Defloculante (hexametafosfato de sódio)
Termômetro (precisão de 0,1° C)
Balança
Cronômetro
Água destilada
Espátula
Bisnaga
Agitador

PROCEDIMENTO
1. Obter exatamente 50 g de solo previamente seco em estufa, destorroado e que tenha
passado através da peneira 200.
2. Misturar o solo com água destilada até formar uma pasta homogênea. Adicionar 125 ml
de solução de hexametafosfato de sódio, na concentração de 45,7 g/l de água destilada.
3. Deixar a solução descansar pelo tempo mínimo de 12 horas.
4. Transferir toda a solução, sem perda de material, para o agitador e agitar por 3 a 5
minutos, adicionando mais água destilada.
5. Transferir toda a solução agitada, sem perda de material, para um cilindro graduado de
1000 ml. Completar o volume do cilindro com água destilada.
6. Preparar um cilindro graduado de 1000 ml com água destilada e 125 ml de solução
Defloculante idêntico ao utilizado na etapa 2. Este cilindro será denominado de cilindro de controle, e
servirá para obter a "correção inicial" na leitura do densímetro, necessária devido à adição do
Defloculante à mistura solo + água. Deve-se tomar cuidado para que os dois cilindros, de
sedimentação e de controle, tenham sempre a mesma temperatura.
7. Com o agitador, agitar a solução contida no cilindro de vidro durante 1 minuto.
Depositar o cilindro cuidadosamente sobre uma bancada e imediatamente inserir no interior da mistura
o densímetro e fazer leituras de densidade do meio depois de decorridos ½, 1, 2 e 4 minutos. Registrar
também a temperatura da mistura.
Evitar a agitação da mistura durante a introdução do densímetro, procedendo
vagarosamente, mas sem ultrapassar 10 segundos. Em seguida, efetuar as leituras de densidade e da
temperatura também no cilindro de controle. As leituras no densímetro devem ser efetuadas na parte
superior do menisco, para ambos os cilindros.
8. Continuar as leituras de densidade da solução solo + água destilada seguindo os tempos
de 8, 15, 30 minutos, 1, 2, 4 e 24 horas.

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9. O densímetro e o termômetro serão introduzidos no cilindro de sedimentação para


obtenção de cada leitura, e deverão ser mantidos no cilindro de controle durante os intervalos das
mesmas. Para solos com grande porcentagem de argila, o ensaio poderá ser conduzido até 96 horas.

CÁLCULO

1. Corrigir as leituras do densímetro, Ra, com o fator de correção devido ao menisco, obtendo-
se R, conforme o anexo 1
2. Com o valor de R, obter L através da curva de calibração do densímetro.
3. Obter a massa específica dos minerais do solo, ys. com o qual, e com os valores de
temperatura para cada leitura do densímetro, determinar, através da tabela 1 do anexo 2, o valor de
K.
4. Com os valores de K, L e tempo de ensaio, t, determinar os "diâmetros" (tamanho
médio) das partículas, D, através da relação:

5. Determinar o valor Re (leitura corrigida) através da relação:

onde,
Ra: leitura no densímetro sem correção de menisco
Correção inicial: valor obtido na leitura do densímetro no cilindro de controle
CT: fator de correção devido à temperatura, apresentado na tabela 2 do anexo 2.

6. Determinar a porcentagem de finos correspondente a cada "diâmetro" D, através da relação:


(%) em massa que passa = [(Re . a) / Ws]. 100 onde,

a: fator de correção para a massa específica dos sólidos do solo,ys, apresentado na tabela 3 do
anexo 2.
W: massa inicial do solo que está sendo submetido ao ensaio de sedimentação.
Traçar a curva de distribuição granulométrica com os valores computados de D e respectivas
(%) em massa que passa. No caso de análise conjunta, esta curva deverá complementar aquela obtida
no ensaio de peneiramento.

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ANEXO 1

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FACULDADE INTEGRADA METROPOLITANA DE CAMPINAS -
LABORATÓRIO DE MECÂNICA DOS SOLOS

ALUNO: ____________________________________________________________________
RA: _________________________________________________________________________
SONDAGEM Nº ______ PROFUNDIDADE: ________ CORPO DE PROVA: ________

ANÁLISE GRANULOMÉTRICA CONJUNTA - SEDIMENTAÇÃO

DENSÍMETRO Nº ___________________________ PROVETA Nº ________________ ƔS (g/cm3) = ______


DEFLOCULANTE ___________________________ CONCENTRAÇÃO (g/l): ________ a = _____________
CORREÇÃO INICIAL: ________________________ CORREÇÃO MENISCO: ________ WS (g) = ________

TEMPO, TEMP. (%) EM MASSA D


DATA HORA RA RC R L L/t K
t (min) ºC QUE PASSA (mm)

RA = LEITURA NO DENSÍMETRO
RC = LEITURA NO DENSÍMETRO CORRIGIDA (RC = RA - CORREÇÃO INICIAL + CT)
CT = FATOR DE CORREÇÃO DEVIDO À TEMPERATURA
R = LEITURA CORRIGIDA PELO MENISCO
a = FATOR DE CORREÇÃO DE γS
L = PROFUNDIDADE EFETIVA DO DENSÍMETRO
(%) EM MASSA QUE PASSA = (RC. a)/WS
D = K.√L/t (DIÂMETRO DAS PARTÍCULAS)

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FACULDADE INTEGRADA METROPOLITANA DE CAMPINAS


- LABORATÓRIO DE MECÂNICA DOS SOLOS

ALUNO: ____________________________________________________________________
RA: _________________________________________________________________________
SONDAGEM Nº ______ PROFUNDIDADE: ________ CORPO DE PROVA: ________

CURVA DE DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA

DENSÍMETRO Nº _____________________ PROVETA Nº _____________ γS (g/cm3) = _________


DEFLOCULANTE _____________________ CONCENTRAÇÃO (g/l): _____ a = ________________
CORREÇÃO INICIAL: __________________ CORREÇÃO MENISCO: _____ WS (g) = ___________

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LIMITES DE ATTERBERG

Um solo de granulometria fina (silte, argila) pode ser encontrado em seu estado natural
apresentando consistências que dependem da quantidade de água presente em seus vazios. Como
conseqüência, o seu comportamento físico (compressibilidade, resistência ao cisalhamento,
permeabilidade) também dependerá desta quantidade de água e, por sua vez, da sua consistência.
Atterberg definiu quatro estados de consistência do solo, denominando "limites de
consistência" aos teores de umidade que definem as transições de um estado para outro.
Posteriormente, Arthur Casagrande padronizou ensaios para definir estes teores de umidade para os
quais ocorrem as mudanças de consistência. São eles:

O limite de liquidez, LL, é o teor de umidade no qual o solo apresenta resistência ao


cisalhamento tão pequena que flui quando vibrado sob condições padronizadas, fechando uma ranhura,
também padrão, realizada em seu meio.
O limite de plasticidade, LP, é o teor de umidade no qual o solo começa a fissurar quando
rolado para formar pequenos cilindros de dimensão padronizada.
O limite de contração, LC, é o teor de umidade que corresponde à quantidade de água
necessária para preencher completamente os vazios do solo (saturação de 100%) quando este se
apresentar em seu volume mínimo, obtido por secagem em estufa a 110° C (± 5o C).
O teor de umidade necessário para levar a umidade do solo do seu limite de
plasticidade para o seu limite de liquidez é uma indicação da plasticidade do solo. Esta plasticidade é
indicada pelo índice de plasticidade, IP, definido pela diferença entre seu limite de liquidez e limite de
plasticidade, ou seja, IP = LL - LP.

EQUIPAMENTOS
Aparelho de Casagrande
Cinzel
Espátula
Bisnaga com água
Tigela de louça
Cápsulas
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Balança
Placa de vidro com uma face esmerilhada
Bastão comparador
Estufa

DETERMINAÇÃO DO LIMITE DE LIQUIDEZ

1. Calibrar o aparelho de Casagrande;


2. Em uma tigela de louça, colocar aproximadamente 100 g de solo seco ao ar, destorroado e
que tenha passado através das malhas da peneira 40 (abertura 0,42 mm). Adicionar água ao solo e
misturar bem até obter uma pasta homogênea e com umidade uniforme;
3. Com o auxílio de uma espátula, colocar o solo, neste estado de pasta, na concha do
aparelho de Casagrande, previamente limpa. A profundidade máxima do solo na concha deverá ser de
YT (aproximadamente 1,3 cm) após o nivelamento da sua superfície;
4. Efetuar uma ranhura através do centro da amostra com o auxílio do cinzel. O solo, na
concha, deverá ser separado em duas metades iguais;
5. Girar a manivela do aparelho de Casagrande na velocidade de 2 revoluções por segundo, e
registrar o número de golpes necessário para fechar a base da ranhura na extensão de ½” de
comprimento;
6. Determinar o teor de umidade do solo retirado das vizinhanças da porção fechada da
ranhura (cerca de 25 g);
7. Colocar o restante do solo novamente na tigela, adicionar mais água e fazer nova
mistura, agora mais fluida que a anterior. Repetir as etapas 3 a 7 de tal forma a obter dois ensaios com
resultados de números de golpes entre 27 e 35, e dois ensaios com resultados entre 10 e 18 golpes.
Limpar e secar sempre a concha antes de repetir cada ensaio.
Os pares de valores "n° golpes x umidade", colocados num gráfico com o n° de golpes em
escala logarítmica, devem resultar em pontos alinhados. O limite de liquidez do solo será o teor de
umidade necessário para fechar a base da ranhura em 1/4" para exatamente 25 golpes.

DETERMINAÇÃO DO LIMITE DE PLASTICIDADE

1. Em uma tigela de louça, colocar aproximadamente 100 g de solo seco ao ar, destorroado, e que
tenha passado pela malha da peneira 40 (abertura de 0,42 mm). Adicionar água e misturar bem
até formar uma massa que possa ser moldada como bola.
2. Rolar a bola inicialmente entre as mãos, e depois sobre uma placa de vidro esmerilhado, de face
rugosa, até formar cilindros com 3 mm de diâmetro e aproximadamente 4 cm de
comprimento.
3. Se os cilindros começarem a fissurar com estas dimensões, colocá-los em cápsulas para
determinação do teor de umidade.
4. Se os cilindros apresentarem fissuras com dimensões maiores do que 3 mm de diâmetro,
adicionar água à amostra e repetir a etapa 2.
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5. Se os cilindros não apresentarem fissuras, role mais a amostra para perder umidade e
repetir o ensaio, até obter fissuras em cilindros com as dimensões indicadas na etapa 2.
6. Repetir a etapa 2 até obter mais dois cilindros que serão utilizados com o primeiro para o
cálculo do teor de umidade médio, o qual será o limite de plasticidade procurado.

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- LABORATÓRIO DE MECÂNICA DOS SOLOS

DETERMINAÇÃO DOS LIMITES DE ATTERBERG

ALUNO: ____________________________________________________________________

RA: _______________________________________________________________________
SONDAGEM Nº ______ PROFUNDIDADE: ________ CORPO DE PROVA: ________

DETERMINAÇÃO DO LIMITE DE LIQUIDEZ

CÁPSULA Nº

TARA DA CÁPSULA (g)

CÁPSULA + SOLO ÚMIDO (g)

CÁPSULA + SOLO SECO (g)

MASSA DE ÁGUA (g)

MASSA DE SOLO SECO (g)

TEOR DE UMIDADE (%)

Nº DE GOLPES

W (%)

Nº GOLPES

LL = _________________________

LP = _________________________

IP = __________________________

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DETERMINAÇÃO DO LIMITE DE PLASTICIDADE

CÁPSULA Nº

TARA DA CÁPSULA (g)

CÁPSULA + SOLO ÚMIDO (g)

CÁPSULA + SOLO SECO (g)

MASSA DE ÁGUA (g)

MASSA DE SOLO SECO (g)

TEOR DE UMIDADE (%)

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ENSAIO DE COMPACTAÇÃO PROCTOR NORMAL

A compactação de solo é necessária em vários tipos de obras, tais como na construção de


estradas, barragens e qualquer outro tipo de obra que exija aterro. A compactação do solo é necessária
por três razões fundamentais:
- diminuir a compressibilidade do solo, a fim de evitar recalques (deformações) excessivas
- aumentar a resistência ao cisalhamento do solo
- diminuir a permeabilidade

A água adicionada a um solo seco permite uma função de lubrificação entre as


partículas. O processo de compactação do solo torna-se, então, mais fácil e eficiente, mas até um limite
de teor de umidade, quando o excesso de água nos vazios do solo atuará como dissipador de energia
de compactação.
O teor de umidade correspondente à máxima massa específica seca do solo, quando
compactado à mesma energia, é denominado de umidade ótima. Proctor (1933) foi quem desenvolveu o
ensaio de compactação utilizado na determinação da relação umidade x massa específica seca do solo,
quando este é submetido a uma energia constante de compactação.

EQUIPAMENTOS

Além daqueles necessários para a determinação de umidade, são utilizados, no ensaio de


compactação, os seguintes equipamentos:
- molde cilíndrico com capacidade aproximada de 1.000 cm3, base e "colar de extensão"
- soquete com peso de 2,5 kgf.
- peneira n. 4 (USBS)
- macaco extrator de amostra
- balança com capacidade para até 10 kgf.
- régua metálica bizelada
- bandeja
- almofariz
- destorroador

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PROCEDIMENTO DE ENSAIO

1. Obter aproximadamente 3 kgf. de solo seco ao ar, destorroado e passando pela peneira n.
4. Adicionar ao solo cerca de 100 ml de água e homogeneizar, de tal forma que todo o solo fique com a
.mesma umidade. .
2. Pesar o molde cilíndrico com a base (sem o "colar")
3- Adicionar o "colar" ao conjunto base + molde
4. Compactar o solo no cilindro, em três camadas aproximadamente iguais, cada camada
compactada com 26 golpes do soquete de 2,5 kgf. caindo em queda livre de uma altura de 30 cm sobre
cada camada de solo. Após a compactação de cada camada, antes de iniciar a compactação da seguinte,
deve-se revolver com uma espátula a parte superior do solo já compactado, para se obter um melhor
embricamento entre as camadas.
5. Depois de compactadas as três camadas, retirar o "colar extensor" e nivelar o topo da
amostra com a régua bizelada, de tal forma que o solo remanescente ocupe exatamente o volume
interno do cilindro.
6. Pesar o conjunto base + cilindro + solo
7. Retirar o solo do cilindro com a ajuda do macaco extrator. Partir o solo compactado ao
meio e retirar solo para determinação da umidade.
8. Quebrar e destorroar completamente o restante da amostra de solo compactado, misturar
ao solo original, colocar mais água, homogeneizar e repetir toda a operação descrita acima. O ensaio
pode ser considerado concluído quando o peso do conjunto base + cilindro + solo acusar valor
repetido ou menor do que o anterior.
9. Com os pares de valores umidade (w) e massa específica seca (yd) é levantada a curva de
compactação, da qual se extrai, para a energia de compactação aplicada, o valor da massa específica
seca máxima (yd mix) e a umidade ótima de compactação (wot).

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ENSAIO DE COMPACTAÇÃO PROCTOR NORMAL

ALUNO: ____________________________________________________________________
RA: ________________________________________________________________________
SONDAGEM Nº ______ PROFUNDIDADE: ________ CORPO DE PROVA: ________

DIMENSÕES DO CILINDRO:
DIÂMETRO = _______ cm; ALTURA = _______ cm; VOLUME = _______ cm3

γD (g/cm3)

W (%)

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BIBLIOGRAFIA

É recomendada a consulta a livros e publicações pertinentes aos assuntos tratados e, em


particular, são recomendados os seguintes textos:

1 VARGAS, M. (1977) - Introdução à Mecânica dos Solos. Editora MacGraw-Hill do


Brasil Ltda.
2 CAPUTO, H.P. (2000) - Mecânica dos Solos e suas Aplicações. Fundamentos. Vol. 1,
2 e 3. Livros Técnicos e Científicos Editora.
3 SERAPHIM, Luis Antonio - Apostila e Notas de Aula.
4 KASSOUF, Roberto (2012) – Apostila Laboratório de Mecânica dos Solos Faculdade
Metropolitana de Campinas SP.

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