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Gregório de Matos:

Bem-vindos ao teatro da vida, ao palco de hipocrisia e da desigualdade, onde a


pompa da nobreza contrasta com a miséria dos despossuídos. Eu sou Gregório de
Matos, o Boca do Inferno, como me denominam... como não seria? Um poeta que
ousa desafiar os poderosos e dar voz aos oprimidos.
Minha obra é um espelho que reflete as mazelas e os vícios de uma sociedade
em decadência, uma crítica mordaz à corrupção, à hipocrisia e à injustiça que corroem
as entranhas desta terra fértil e infame.
Meus versos são como punhais que cortam a carne dos poderosos, como
punhos que golpeiam as mentiras e os privilégios que sustentam o sistema opressor.
São palavras que ecoam como gritos de revolta nos becos escuros da cidade, como
sussurros de esperança nos corações oprimidos.
Vejo o ser humano em meu tempo como um joguete nas mãos dos poderosos,
um peão em um tabuleiro de intrigas e interesses mesquinhos...que se debate entre a
ganância e a generosidade, entre a luxúria e a virtude, entre a vida e a morte.
Para mim, o homem nada mais é senão um eterno prisioneiro de suas próprias
paixões e desejos, um eterno buscador de redenção em um mundo que parece ter
perdido sua humanidade, carregando dentro de si o peso das suas escolhas, o fardo de
suas ações, o tormento de sua consciência.
Portanto, Senhores, minha poesia é um alerta para os que se deixam seduzir
pelo brilho falso do poder e da riqueza, para os que se vendem por um punhado de
moedas e esquecem a dignidade que os torna verdadeiramente humanos. Pois só ao
enfrentarmos nossos demônios interiores podemos verdadeiramente nos redimir,
verdadeiramente nos tornar humanos.
Eis-me, então, diante de vós para trazer-lhes as verdades inconvenientes e as
esperanças perdidas de uma época marcada pela corrupção e pela injustiça. Eu sou
Gregório de Matos, o poeta da rebeldia, ironicamente para os que se sentem atingidos
por minha mensagem, o Boca do Inferno.

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