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Arquitetura em Madeira Digital 240107 151322
Arquitetura em Madeira Digital 240107 151322
EM MADEIRA
Reitora Nádina Aparecida Moreno
ARQUITETURA
EM MADEIRA
Catalogação elaborada pela Divisão de Processos Técnicos da
Biblioteca Central da Universidade Estadual de Londrina.
Inclui bibliografia.
Disponível em: ttp://www.uel.br/editora/portal/
pages/ livros-digitais-gratuítos.php
ISBN 978-85-7216-677-5
CDU 728.3
Direitos reservados à
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www.uel.br/editora
2013
Sumário
INTRODUÇÃO ................................................................................ 7
1
Os carpinteiros migrantes eram de origem nacional e estrangeira, mi-
gravam para o norte do Paraná vindo dos estados de São Paulo, Mi-
nas Gerais e alguns estados da região nordeste. Os carpinteiros imi-
grantes eram na sua maioria japoneses e alemães que imigraram de
seu país de origem para norte do Paraná.
2
Por cultura arquitetônica entendemos o processo construtivo, o voca-
bulário arquitetônico e o uso das construções por um determinado
grupo social, numa determinada época em uma determinada região.
ARQUITETURA EM MADEIRA 7
Aproveitando os recursos materiais locais, de modo a
obter rapidez e facilidade construtiva, conseguiram criar,
com a produção desta arquitetura uma linguagem própria
capaz de expressar uma cultura arquitetônica local, domi-
nando a técnica de trabalhar a madeira e criando um re-
pertório arquitetônico rico e singular.
No plano da história regional esta arquitetura esteve
vinculada a duas representações difundidas pela Compa-
nhia de terras do Norte do Paraná como: Terra da Pro-
missão e Eldorado, o primeiro momento inicia-se em
1930 com ação colonizadora da Companhia de Terras e se
prolonga até meados da década de 1940 estendendo-se até
o final da década de 1970. Caracteriza-se como Eldorado,
a partir de 1970 o fim do Eldorado3 e seu repertório
arquitetônico, técnica e sistema construtivo refletiram es-
tes dois momentos e se apresentaram de maneira distinta.
O primeiro período representado como Terra da Pro-
missão, marca o início da cultura arquitetônica de se cons-
truir em madeira. Nesta época quase todos os edifícios da
zona urbana e rural eram em madeira, apresentavam um
vocabulário arquitetônico reduzido e de caráter provisó-
rio, só fugindo a esta regra as construções produzidas pe-
los imigrantes japoneses e alemães, que davam um trata-
mento plástico com elementos arquitetônicos que lembra-
vam simbolicamente o seu antigo território.
O segundo momento Eldorado, da metade da déca-
da de 1940 até final de 1960, marca o ápice da arquitetura
de madeira na região. Tanto pela qualidade plástica como
construtiva, apresentou um repertório arquitetônico am-
plo, rico e singular, marcado pelo seu caráter sincrético.
Este período registra a fusão saber fazer dos carpintei-
ros migrantes e imigrantes tanto no vocabulário
3
Arias Neto, José Miguel. O Eldorado: Londrina e o Norte do Paraná 1930/
75.
8 ARQUITETURA EM MADEIRA
arquitetônico como na técnica e sistema construtivo. A
fusão do saber fazer dos carpinteiros aconteceu nas gran-
des empreitadas ou nas obras comunitárias como capelas,
clubes, escolas etc. Com o tempo, a partir das trocas de
informações dos carpinteiros, a técnica e o sistema cons-
trutivo vão se uniformizando e se tornando únicos na re-
gião, só variando em alguns casos na técnica de sambladuras.
A cultura arquitetônica de construir e habitar edifíci-
os em madeira durou aproximadamente 40 anos e susten-
tou boa parte da demanda construtiva do norte do Paraná
de 1930 a 1970 e esteve condicionada ao potencial madei-
reiro e à mão-de-obra disponível na região neste período.
Embora a técnica e o sistema construtivo fossem únicos e
não tivessem evoluído nem no desenvolvimento da explo-
ração racional das madeiras da região e nem no desenvol-
vimento tecnológico dos componentes dos edifícios, ca-
racterizaram-se pelo alto grau de comprometimento com
as necessidades sociais e recursos materiais locais, aten-
dendo aos requisitos de baixo custo e alta produtividade,
além de produzirem uma arquitetura singular. Esta arqui-
tetura foi representativa do período cafeeiro e fruto dos
sonhos de milhões de trabalhadores que se deslocaram
para o norte do Paraná e marcou com sua simplicidade e
beleza os cenários urbano e rurais.
O desaparecimento desta arquitetura em madeira vem
ocorrendo com a mesma velocidade com que foi
construída, reconhecer, preservar e recuperar esta cultura
arquitetônica norte-paranaense de construir e habitar em
edifícios em madeira, até como material repositório para
futuras propostas no plano da arquitetura regional, prin-
cipalmente o habitar popular, tendo comprometimento
com bases tecnológicas e culturais contemporâneas, são
sem dúvidas os objetivos desta obra.
ARQUITETURA EM MADEIRA 9
1 A Arquitetura em Madeira no Paraná
1
casa de polaco em linguagem popular significa a casa de madeira
construída no sul e centro sul de telhado empinado com sótão e ge-
ralmente habitada por poloneses ou ucranianos.
ARQUITETURA EM MADEIRA 11
No oeste e sudoeste, a difusão da arquitetura em madei-
ra teve dois momentos. O primeiro representado pelo ciclo
madeireiro com a expansão das serrarias do centro sul, nas
décadas de 1930 a 1950, para exploração das matas de pinho,
o que provocou a difusão das casas de telhados empinados
do sul. O segundo, representado pela exploração das terras
para agricultura nas décadas de 1960 e 1970, ocorrendo uma
mistura de tipos provocados por pioneiros vindos de toda a
parte do estado paranaense, Santa Catarina e Rio Grande do
Sul. A madeira utilizada foi o pinho araucária angustifolia e a
peroba rosa aspidosperma polyneuron.
A ocorrência de construções em madeira em todo o
território paranaense, desde o final do século XIX até a dé-
cada de 1970, nos revela uma cultura arquitetônica, que
não foi provisória e nem transitória, pois serviu de abrigo
à população por várias décadas e continua servindo em
alguns casos, mas aos poucos vai desaparecendo das pai-
sagens pelas constantes demolições. Esta cultura
arquitetônica de se construir em madeira serrada, não teve
uma evolução, chegando ao seu ápice arquite-tônico no
sul com as casas de pinho na década de 1930, e no norte
com as casas de peroba rosa na década de 1950.
As construções de madeira sofreram, ao longo de sua
história, preconceitos e restrições por parte do poder pú-
blico, pois desde 1905 temos leis restritivas e estas perdu-
ram até nossos dias. As duas maiores cidades do estado,
Curitiba e Londrina, seguidas por quase todas as cidades
de porte médio, têm, nos seus Códigos de Posturas e Obras,
leis restritivas às construções em madeira. Paisagem pelos arredores de Curitiba 1953 Casas e Igreja de madeira.
Em 1905, proíbe-se a construção de casas em madeira Foto: Peter Scheier. Álbum do1º Centenário do Estado do Paraná 1953.
2
Imaguire Junior, Key. A Casa de Araucária. p.33.
12 ARQUITETURA EM MADEIRA
Ilustração de Percy Lau para Casas de Madeira do
Paraná, de Delnilda M. Cataldo, na revista Brasileira de
Geografia, década de 1940. Fonte: Key Imaguire. A Casa
de Araucária, p. 42.
ARQUITETURA EM MADEIRA 13
Paisagem de Londrina em 1934. Todas as edificações construídas em madeira.
Foto: Acervo Museu Histórico Padre Carlos Weiss UEL.
Londrina 1936 Rua Heimtal (atual Duque de Caxias) cenas de construções em madeira.
Foto: Acervo Museu Histórico Padre Carlos Weiss UEL.
14 ARQUITETURA EM MADEIRA
O Código de Posturas e Obras de 1953 mantém a proi-
bição de construir casas de madeira na primeira zona
fiscale estabelece restrições para construi-las nas demais
zonas da cidade.3
O Código de Obras de Londrina de outubro de 1951, na
lei nº 281, art. 116, traz restrições às edificações de madeira
em quase todo perímetro urbano,
3
Prefeitura Municipal de Curitiba. Código de Obras, 1953. Apud
Imaguire Junior, Key. A Casa de Araucária. p. 33
Conjunto de Edificações em Madeira Rua Comercial Cidade de Alto Paraná no início da déca- 4
Prefeitura Municipal de Londrina. Código de Obras, 1955. p. 33-34
da de 1960.
Foto: Acervo Família Held, autor desconhecido 5
Ibid.
ARQUITETURA EM MADEIRA 15
urbana, limitando a área até 120 m2, número de pavimen-
tos, bem como recuos, diferentes da de alvenaria.6
Tais restrições proibindo edifícios em madeira foi re-
petida em quase todos os municípios do Paraná. Tais me-
didas visavam inibir as referidas construções, pois acredi-
tava-se, na época, que conjuntos de edificados em madei-
ra na zona central representavam o atraso da cidade e que
os edifícios em alvenaria representavam a modernidade.
O arquiteto Key Imaguire Junior, em sua tese A casa
de araucária, aponta a discriminação que sofre esse tipo
de edificação e afirma:
6
Ibid
7
Imaguire Junior, op. cit. p. 33.
8
Álbum do Estado do Paraná, 1953. Edição comemorativa do 1º cente- Troncos de pinho encaixados. Casa Colônia Thomas Coelho.
nário do Estado do Paraná. Foto: Key Imaguire Junior. Breve Introdução à Arquitetura de Madeira.
16 ARQUITETURA EM MADEIRA
Nas décadas seguintes são estabelecidas 15 e 19 colônias
respectivamente, e de 1900 a 1911 dez. 9
A diversidade cultural dessa nova população trouxe
modificações nas soluções arquitetônicas, evidenciadas
pelo uso de diferentes técnicas e materiais de construção.10
Os imigrantes alemães construíam suas casas com
enxaiméis, ou seja, estrutura de madeira com peças
diagonais de travamento cujos intervalos são preenchidos
com tijolos. Os poloneses e italianos, de origem campone-
sa, estabeleciam-se em colônias próximas das cidades. As
casas dos imigrantes italianos eram construídas em alve-
naria. Os poloneses empregavam troncos de árvores so-
brepostos horizontalmente, com encaixes nos cantos das
paredes, seguindo o mesmo sistema de sobreposição e en-
caixe de troncos horizontais da região da Polônia.11
Com a intensificação e mecanização de exploração
madeireira e a instalação de serrarias no final do século
XIX, principalmente no sul do país, onde a matéria-prima
era abundante, permitiu-se a padronização de elementos
construtivos e a difusão da arquitetura em madeira.12
Originalmente, as casas eram inteiras de madeira. Toda
estrutura elevava-se de um metro, ou pouco mais, sobre o
solo, composta de barrotes e vigas sobre os quais se
pregavam as vedações sistema de tábua e ripa os
assoalhos e forros. As próprias telhas eram de madeira
as chamadas tabuinhas assim como os fechamentos dos
vãos e todos os acabamentos. Em planta, continham um
espaço social a sala e mais dois ou três quartos. O sótão
era sempre habitável ou utilizado como depósito, em
9
Valentini, Jussara. A Arquitetura do Imigrante Polonês na Região de
Curitiba. p. 24
10
Sanches, Fernanda et allii. A Arquitetura em Madeira: uma Tradição
Paranaense. p. 8
11
Ibid.
Casa Pereira São Mateus do Sul Pr. Lambrequim e ornamentos.
Foto: acervo C.P.H.A. SEEC. Pr. 12
Sanches et al, op. cit 9.
ARQUITETURA EM MADEIRA 17
Casa avarandada com porão e sotão Curitiba, Pr.
Foto: Key Imaguire Junior. Introdução à Arquitetura de Madeira.
18 ARQUITETURA EM MADEIRA
Sobrado em Madeira Curitiba, Pr.
Foto: Key Imaguire Junior. Introdução à Arquitetura de Madeira.
ARQUITETURA EM MADEIRA 19
Avenida Anita Garibaldi 1853- Curitiba, Pr.
Foto: Fernanda Sanches, 1987. Arquitetura em Madeira: uma tradição paranaense.
20 ARQUITETURA EM MADEIRA
função dos telhados fortemente inclinados. Um alpendre
nos fundos era a cozinha e, bem no fundo do quintal, a
chamada casinha o sanitário. Era comum também o
prolongamento da água dianteira, formando um
avarandado. A colocação das tábuas de vedação era sempre
com a fibra da madeira na vertical, perpendicular ao solo,
para evitar o acúmulo de umidade.13
Gradativamente, a simplicidade inicial foi sendo modifi-
cada pelo acréscimo de novos espaços e soluções criativas de
acabamento. Entretanto, a utilização de peças padronizadas
definia uma quase permanente dimensão da fachada, as
ampliações ocorriam no sentido longitudinal. As varandas
que apareciam no prolongamento da água dianteira, posteri-
ormente, passaram a apresentar localização variável, contor-
nando duas das elevações principais ou destacando-se do
restante da edificação, compondo uma volumetria distinta.
O arremate do telhado era feito com lambrequins, que além
de servirem como pingadeiras e proteção do beiral, cons-
tituem-se em ricos elementos decorativos, dado o requinte
Lambrequim, frontão e varanda. de desenho que geralmente apresentavam.
Foto: Key Imaguire Junior. Introdução à Arquitetura de Madeira. A durabilidade da construção poderia ser aumentada
à medida em que o proprietário pudesse substituir a co-
bertura de tabuinhas por uma de telhas, escamadas ou fran-
cesas; colocar vidraças nas janelas ou mesmo pintar as pa-
redes que, via de regra, não recebiam qualquer tratamen-
to impermeabilizante.14
Claro que nem só casas foram feitas em madeira, mas
também estruturas mais complexas como clubes, igrejas,
depósitos e outros programas.15
13
Imaguire Junior, Key. Breve Introdução à Arquitetura de Madeira. p.
121-122
14
Imaguire Junior, op cit. p. 122
Detalhe do lambrequim.
Foto: Key Imaguire Junior. Introdução à Arquitetura de Madeira. 15
Ibid.
ARQUITETURA EM MADEIRA 21
Igreja do Arcanjo Miguel Dorizon Município de Mallet, Pr. Construção em madeira
araucária sistema de tábua e mata-junta.
Foto: acervo C.P.H.A. SEEC. Pr.
22 ARQUITETURA EM MADEIRA
Escola Alemã de Cambé, Pr. Década de 1940.
Foto: Acervo Museu Histórico de Cambé
ARQUITETURA EM MADEIRA 23
A PREDOMINÂNCIA DA ARQUITETURA EM
MADEIRA DO NORTE DO PARANÁ NAS
DÉCADAS DE 1930 A 1950
16
ZANI, op. cit. p. 27-287.
17
Ibid. Rancho de palmito coberto com tabuinhas de cedro. Fazenda Janeta. Rolândia, Pr. Início da
década de 1940.
18
Ibid. Foto: Acervo IPAC UEL
24 ARQUITETURA EM MADEIRA
Colônia Fazenda Janeta Rolândia, Pr.
Foto: do autor, 1994
ARQUITETURA EM MADEIRA 25
fratura para cobrir a cozinha, situada atrás da casa. Nessas
duas regiões, as serrarias forneceram aos pioneiros a maté-
ria prima para suas habitações, ao passo que na Alta
Sorocabana foi aberta ao povoamento antes que funcionas-
sem as grandes indústrias da madeira. Nesses chalés, mais
de um pormenor traduz influências étnicas: alpendres que
cercam a casa, em dois ou três lados, um celeiro com um
balcão, certos cuidados de ornamentação no trabalho de
madeira, são aspectos das habitações de imigrantes da Eu-
ropa Central e de brasileiros de procedência germânica, pro-
vindo de outras partes do Estado do Paraná e de Santa
Catarina. De transição é a zona de Londrina, relativamente
à casa como à vegetação: cada loteamento habitado por co-
lono alemão, cada sítio construído na proximidade das
araucárias apresentam silhuetas de casas que desconsertam
o brasileiro habituado a sua cabana de pau-a-pique ou de
troncos de árvores.19
19
Monbeig, Pierre. Pioneiros e Fazendeiros de São Paulo. p. 384.
Desdobramento de madeira com serra portuguesa. Londrina, Pr.
20
Zani, op. cit. p.38 Foto: Acervo Museu Histórico Padre Carlos Weiss UEL
26 ARQUITETURA EM MADEIRA
Rancho de palmito em construção para receber os imigrantes alemães.
Foto: Acervo Museu Histórico de Cambé, Pr.
ARQUITETURA EM MADEIRA 27
Todos estes fatores contribuíram para formação dessa Construções de casas aprovadas pela
Prefeitura Municipal de Londrina décadas de 1940 e 1950
paisagem em madeira repetida em todo o território norte-
paranaense, onde tudo se construía em madeira. Havia,
Ano Madeira Alvenaria Mista
na região, verdadeiras corporações de carpinteiros, que 1940 189 56 ---
erguiam, desde pequenas casas, até colônias de fazendas 1941 210 80 ---
com mais de cem casas de madeira. Existiam equipes de 1942 135 48 ---
até dez carpinteiros e cinco ajudantes. Tais equipes conse- 1943 28 35 ---
1944 95 91 ---
guiam construir uma casa 7x7m por dia.21
1945 258 135 5
Nesta obra foi organizado uma tabela, através de da- 1946 304 101 10
dos coletados junto à secretaria de obras do município de 1947 318 82 5
Londrina, nos quais constatamos uma forte predominân- 1948 400 130 14
cia de construção de casas em madeira nas décadas de 1940 1949 305 141 30
Total 2242 899 64
e 1950, tanto no centro como nos bairros da cidade. Eram
casas de programa simples, e de no máximo três quartos,
sala, cozinha, área de serviço,varanda e banheiro que, às
vezes, era um pequeno cubículo no fundo do quintal, com Ano Madeira Alvenaria Mista
área que variava de 46 a 100 m 2. Essas casas foram 1950 402 131 35
1951 648 246 49
construídas por carpinteiros anônimos e por iniciativa dos
1952 723 232 38
proprietários, foram perfeitamente adaptadas às condições 1953 734 278 41
locais e conseguiram, apesar das limitações, resolver os 1954 667 218 12
problemas de moradia tanto da população de média como 1955 481 286 14
de baixa renda.22 1956 431 247 7
1957 467 312 13
1958 561 302 19
1959 425 214 70
Total 5539 2466 298
21
Ibid.
22
Ibid.
28 ARQUITETURA EM MADEIRA
A produção de casas autoconstruídas, sob o imperati-
vo da necessidade, buscava as soluções mais simples e
objetivas, às vezes, subordinadas às regras construtivas dos
carpinteiros migrantes e imigrantes.23
Até a década de 1960, foi a casa de madeira a grande
solução para o problema da moradia na região. Este qua-
dro só se alterou com a escassez de madeira na região. Tal
fato levou o custo da casa de madeira a se aproximasse da
de alvenaria.24
Foi dentro desse contexto que surgiu uma produção
de edifícios de madeira, construídos por carpinteiros que
souberam aproveitar os recursos materiais locais, de modo
a obter economia e facilidade construtiva. Com suas mãos
hábeis e artesanais, os carpinteiros conseguiram trabalhar
a madeira, criando assim um repertório arquitetônico ca-
paz de traduzir uma linguagem própria da região.25
23
Zani, op. cit. p. 39.
24
Ibid.
Primeira Igreja Matriz de Cianorte, Pr. Final da década de 1950.
Foto: Acervo do autor 25
Ibid.
ARQUITETURA EM MADEIRA 29
2 Cultura Arquitetônica Norteparanaense
2 Cultura Arquitetônica Norte-paranaense
ARQUITETURA EM MADEIRA 31
interesse secundário, tais como as obras corriqueiras do
fazer popular.1
Constitui intenção principal do referido autor, demons-
trar e reconhecer no conjunto das construções, julgadas
sem importância, méritos e qualidades que as equiparam
como arquitetura às demais obras consagradas. O mesmo
autor numa das pioneiras análises sistemáticas acerca dos
problemas da historiografia da arquitetura brasileira, acon-
selha os estudos de modo a se
1
Costa, Lúcio. Documentação necessária. In: Arquitetura Civil II, São
Paulo, FAUUSP e MEC-IPHAN, 1975, p. 95 a 98.
2
______. A Arquitetura Jesuíta no Brasil. In: Arquitetura Religiosa, São
Paulo, FAUUSP e MEC-IPHAN, 1978, p.17.
32 ARQUITETURA EM MADEIRA
Bairro de Londrina, 1975 Predominância de casas em madeira.
Foto: Acervo do autor
ARQUITETURA EM MADEIRA 33
23
REPERTÓRIO ARQUITETÔNICO
Características do Repertório
3
Arias Neto, José Miguel. O Eldorado: Londrina e o Norte do Paraná 1930/75.
34 ARQUITETURA EM MADEIRA
pela qualidade, é caracterizado pela complexidade
volumétrica, riqueza de ornamentos, textura e cores, dei-
xando claro seu caráter permanente e preocupação no pla-
no da estética e da qualidade construtiva.
O terceiro momento correspondente ao Fim do
Eldorado e inicia-se a partir de 1970. É caracterizado pela
simplificação volumétrica, ausência dos porões, varan-
das e ornamentos, incorporação de novos elementos
como telhado de fibrocimento com pouca declividade e
esquadrias metálicas.
A partir destas comparações do repertório
arquitetônico com as representações históricas da região,
apresentadas no trabalho de Arias Neto4, O Eldorado: Lon-
drina e o Norte do Paraná 1930/1975, podemos afirmar que
a ocorrência da arquitetura em madeira na região refletiu
através do seu vocabulário arquitetônico as duas repre-
sentações histórica da região o da Terra da Promisssão e
do Eldorado. Com o fim do Eldorado diminui a ocor-
rência dessa arquitetura e seu repertório é marcado pela
decadência estética e construtiva, sinalizando o fim de uma
cultura arquitetônica de se construir em madeira com qua-
lidade plástica e rigor construtivo.
Detalhe de acabamento em rendilhado no frontão casa rua Jorge Casoni, 583 Londrina.
Foto: do autor, 1987
4
Arias Neto, José Miguel. O Eldorado: Londrina e o Norte do Paraná 1930/75.
ARQUITETURA EM MADEIRA 35
COMPARAÇÃO: REPERTÓRIO ARQUITETÔNICO X REPRESENTAÇÕES HISTÓRICAS
36 ARQUITETURA EM MADEIRA
A partir de 1970 O Fim do Eldorado Simplificação volumétrica, telhados de duas águas com pouca inclinação com telhas de fibrocimento, aos poucos a varanda vai
desaparecendo e cedendo lugar as garagens e puxados com ausência total de ornamentos e incorporação de novos elementos como esquadrias grades metálicas.
ARQUITETURA EM MADEIRA 37
Concepção Volumétrica
38 ARQUITETURA EM MADEIRA
Concepção Estrutural
Parte portante quadros horizontais inferior e superior, esteios, emolduramento dos vãos e
vedações verticais e horizontais.
ARQUITETURA EM MADEIRA 39
Templo Nambei Honganji Vila Brasil Londrina, conjunto estrutural
horizontal/vertical. Construído por carpinteiro japonês.
Arcabouço Capela Campinho Arapongas com utilização de pórticos atirantados.
Templo Nambei Honganji com utilização da tesoura romana. Estrutura de telhado construída
Estrutura de telhado de casa com utilização da tesoura romana. por carpinteiro japonês.
40 ARQUITETURA EM MADEIRA
Arcabouço de uma casa de madeira parte portante e estrutura do telhado.
ARQUITETURA EM MADEIRA 41
Superfície: Material, Modulação e Cor
Material
Modulação
Material: peroba rosa sem nenhum tratamento, após alguns anos exposto as intempéries adquire
tons de cinza. Casa Rua Turaco, 70 Arapongas-PR.
Foto: do autor, 1993.
42 ARQUITETURA EM MADEIRA
Exterior
Interior
ARQUITETURA EM MADEIRA 43
Cor
Superfície natural sem proteção nem pintura, tons cinza adquirido com envelhecimento natu-
ral. Tulha de café no Heimtal, Londrina, Pr.
Foto: do autor, 1995
44 ARQUITETURA EM MADEIRA
Interior das casas, cada cômodo ou setor de uma cor, com preferência pelos tons de azul, verde
e rosa.
Foto: do autor, 1992
ARQUITETURA EM MADEIRA 45
Material: painel de tábua e mata-junta de peroba rosa na vertical, recém-construído na cor natural sem proteção ou pintura.
Foto: do autor, 1985
46 ARQUITETURA EM MADEIRA
Casa amarela com janelas, portas e beirais verde.
Casa laranja com varanda verde e porta creme. Superfície natural com proteção de verniz.
ARQUITETURA EM MADEIRA 47
Casa azul, laranja e creme. Rua Natimbó, 40 Vila Yara, Londrina, Pr.
Foto: do autor, 1982
48 ARQUITETURA EM MADEIRA
Interior de capela rural, o amarelo é a cor dominante. Capela do Km 12 Arapongas-PR.
Foto: do autor, 1992
ARQUITETURA EM MADEIRA 49
Gramática dos Ornamentos
50 ARQUITETURA EM MADEIRA
Frontão (Irimoya) construído por carpinteiro japonês. Rua Anita Garibaldi, 83, Londrina, Pr.
Foto: do autor, 1996
ARQUITETURA EM MADEIRA 51
Escadas e Rampas
Escadas em madeira
Rampas em madeira
52 ARQUITETURA EM MADEIRA
Rampa tulha de café, sítio bairro rural Limoeiro Londrina, Pr.
Foto: do autor, 1995
Rampa tulha de café em sítio de Londrina, Pr. Rampa tulha de café Fazenda Bimini Rolândia, Pr.
Foto: Jeferson Calegari, 1996 Foto: Acervo Fazenda Bimini década de 1950
ARQUITETURA EM MADEIRA 53
Escada de tijolos
Escada de tijolos localizada no centro da varanda Guenkan em casa construída por carpintei-
ro japonês.
Foto: do autor 1996
54 ARQUITETURA EM MADEIRA
Espaço Interno
ARQUITETURA EM MADEIRA 55
Ambiente interno. Casa urbana em Londrina.
Foto: do autor, 1993
56 ARQUITETURA EM MADEIRA
Porão como Linguagem de Apoio
Casa Rua Paraíba esquina com Maragogipe, Londrina, Pr, elevada do solo formando um porão.
Foto: do autor, 1995
ARQUITETURA EM MADEIRA 57
Casa sobre pedestal de troncos de peroba Londrina-Pr, década de 1930.
Porão casa urbana Vila Siam, Londrina-Pr (demolida em 1985) Foto: Acervo Museu Histórico Padre Carlos Weiss
Foto: do autor, 1984
58 ARQUITETURA EM MADEIRA
Vãos
ARQUITETURA EM MADEIRA 59
TÉCNICA E SISTEMA CONSTRUTIVO
5
Costa, Lúcio. A arquitetura jesuíta no Brasil. In: Arquitetura Religiosa,
São Paulo, FAUUSP e Mec-Iphan, 1978, p. 17.
6
Lemos, Carlos A. C. O que é arquitetura. São Paulo, Brasiliense, 1980, p. 41.
7
Andrade, Luiz Dias. Vale do Paraíba, sistemas construtivos. São Paulo,
Dissertação de Mestrado FAUUSP, 1984, p.15
60 ARQUITETURA EM MADEIRA
sobretudo, dos procedimentos, do saber fazer e para sua
caracterização, de modo algum é dispensado o material
com o qual se trabalha, assim como as ferramentas,
utensílios e instrumentos.8
A pedra, por exemplo, é utilizada de inúmeras manei-
ras, igualmente a terra, também a madeira e seus empre-
gos, como são trabalhadas, conhecidas, lidadas e aprovei-
tadas, identificam distintas técnicas.9
Técnica Construtiva
Material
8
ANDRADE, op. cit. p. 15
9
Ibid.
ARQUITETURA DE MADEIRA 61
estrutura como da vedação, o prego. Mas tivemos, tam- Tabela 1 Componentes complementares das construções.
bém, algumas construções que utilizaram as tábuas na ho-
rizontal, assim como algumas construções rurais feitas
pelos primeiros carpinteiros japoneses que não se utiliza-
vam do prego para fixação, utilizando-se apenas dos re-
cursos das sambladuras.
As construções de madeira, via de regra, eram
edificadas seguindo uma modulação quase sempre dita-
da pelo sistema de vedação tábua e mata-junta. A tábua
tem, em média, 22 cm de largura, esta modulação torna-se
flexível em função do espaço deixado entre as tábuas, que
posteriormente são recobertos pelas mata-juntas que têm
em média 5 cm de largura.
As construções de araucária do sul e centro sul do
Paraná, além da madeira e do sistema estrutural serem
diferentes das do norte, possuem ainda modulação de
vedação composta por tábuas de araucária com largura
de 30 cm.
Para melhor explicitarmos os componentes materiais
das construções nos utilizamos de tabelas explicativas em
que veremos:
62 ARQUITETURA EM MADEIRA
Tabela 3 Componentes de madeira beneficiadas utilizadas nas construções.
ARQUITETURA EM MADEIRA 63
Procedimento e Fase Seqüencial de Montagem
64 ARQUITETURA EM MADEIRA
Demolição estrutura de telhado Demolição quadro superior e inferior ligado
pelos esteios
ARQUITETURA EM MADEIRA 65
20. Fiação;
21. Encanamento;
22. Colocação de forro;
23. Colocação das mata-juntas internas;
24. Colocação de mata-juntas externas;
25. Colocação de elementos de arremates:
forro nos beirais
grade nas varandas
emolduramento das varandas
rendilhado nos frontões
bisoteamento nos pilares das varandas.
66 ARQUITETURA EM MADEIRA
Prumo para prumagem e nivelamento da estrutura
ou parte da mesma;
Fio de prumo para verificação da perpendicularidade
da estrutura ou parte da mesma;
Esquadro 45° e 90° para traçar cortes nas peças ou
para esquadramento das mesmas;
Esquadro suta Esquadro móvel para traçar cortes em
ângulos nas peças;
Graminho para traçar espigas e encaixes.
Serrote de ponta
Foto: Rui Cabral, 1988
Ferramentas e utensílios para serrar, perfurar e pregar
Serrote manual de 28 polegadas para serrar vigamento
tábuas e assoalhos.
Serrote manual de 28 polegadas para serrar forros,
ripas e mata-juntas.
Serrote manual de 28 polegadas Costas para fazer
molduras .
Serrote manual de sutar para acabamentos.
Serrote manual de sutar ponta para serrar em linhas
curvas.
Arco de pua para furar as peças de madeira.
Serrote de costas Pontas para arco de pua pontas para furos de prego
Foto: Rui Cabral, 1988
nº 2 até nº 7.
Trado para furos maior que a ponta nº 7.
Máquina de furar manual para furar peças em geral.
Martelo de unha grande para vigamento e tábuas.
Martelo de unha média para forro, assoalho e forro.
Martelo de unha pequena para acabamento.
Punção para afundar a cabeça do prego na madeira.
ARQUITETURA EM MADEIRA 67
Suta esquadro móvel
Foto: Rui Cabral, 1988
Galorpa para nivelar grandes superfícies Plaina comum para aplainar superfícies
Foto: Rui Cabral, 1988 Foto: Rui Cabral, 1988
68 ARQUITETURA EM MADEIRA
Conjunto de martelos de unha
Foto: Rui Cabral, 1988
Conjunto de formões
Foto: Rui Cabral, 1988
ARQUITETURA EM MADEIRA 69
Formão de espiga para entalhes em forros, ripas e
mata-juntas
Formão curto para entalhar em peças de difícil acesso.
Formão goiva usado como alavanca para forçar os
cavacos da madeira.
Formão para entalhar para entalhar em círculo.
Conjunto de plainas
Plaina comum 15 polegadas para aplainar qualquer
tipo de superfície.
Meia galorpa diferencia-se da plaina comum no ta-
manho possui 18 polegadas.
Galorpa ou junteira para nivelar grandes superfícies.
Plaina de acabamento para acabamento de pequenas
peças. Máquina de furar manual
70 ARQUITETURA EM MADEIRA
Sistema Construtivo
Arcabouço
Corte perspectivado. Casa de madeira conjunto estrutural, parte portante, estrutura do telha-
do e vedações apoiado sobre pilarete de alvenaria.
ARQUITETURA EM MADEIRA 71
Peças componentes do conjunto
72 ARQUITETURA EM MADEIRA
Parte portante
ARQUITETURA EM MADEIRA 73
Parte portante estrutura
74 ARQUITETURA EM MADEIRA
Esteios
Os esteios, também chamados pelos carpinteiros de pé
direito, são peças de secção quadrada ou retangular encai-
xados no quadro inferior e superior, e apoiados nos
pilaretes de alvenaria da fundação.
ARQUITETURA EM MADEIRA 75
Estrutura dos Telhados
76 ARQUITETURA EM MADEIRA
Os cinco tipos mais utilizados foram:
l Telhado de quatro águas;
2 Telhado de duas águas;
3 Telhado de duas águas desencontradas;
4 Telhado de seis águas;
5 Telhado de oito águas.
ARQUITETURA EM MADEIRA 77
Telhado composto de seis águas
78 ARQUITETURA EM MADEIRA
Telhado composto de duas águas
ARQUITETURA EM MADEIRA 79
Telhado de duas águas desencontradas
80 ARQUITETURA EM MADEIRA
Telhado composto de seis águas
ARQUITETURA EM MADEIRA 81
Estrutura dos telhados das sedes de fazendas dos
imigrantes alemães em Rolândia
A composição volumétrica e estrutural dos telhados das
sedes de fazendas, formadas por alemães na década de 1940
em Rolândia, assemelha-se às formas usadas na Alemanha,
ou seja, Krüppelwamdach e Kehlbalkensparrendach
telhado atirantado10, muito utilizado pelos imigrantes ale-
mães na região, pois além de lembrar formalmente os te-
lhados da terra natal, proporcionavam a utilização do te-
lhado como sótão.
Esses telhados, na sua maioria, foram construídos por
equipes de carpinteiros da região sob a responsabilidade
de um mestre carpinteiro alemão. O Sr. Shchubert coman-
dou as construções das fazendas Veseroda e Janeta, en-
quanto na Bimini, Gilgala e Marta, foram comandadas pelo
Sr. Frederico Tolkmit.
Tesoura atirantada Sede Fazenda Janeta
10
Weimer, Güinter. Arquitetura da imigração alemã, p. 61-65. Tesoura atirantada Sede Fazenda Veseroda
82 ARQUITETURA EM MADEIRA
Estrutura dos telhados das capelas rurais
As estruturas dos telhados das capelas adotadas pelos
carpinteiros foram duas: as tesouras romanas e os pórti-
cos atirantados. Em algumas capelas a estrutura do cam-
panário faz parte da estrutura da cobertura. Os vãos dos
pórticos e tesouras variam de 6 a 12 m.
Outros Telhados
A maioria dos telhados utilizaram-se da tesoura ro-
mana para vencer os vãos, exceto algumas capelas que se
utilizaram dos pórticos atirantados e as casas dos alemães
com a tesoura atirantada. Estes vãos variavam de 5 a 16
metros, dependendo do programa funcional da constru-
Tesoura Romana Capela Bratislava Cambé, Pr.
ção. Como exemplo, podemos citar as tulhas de café que
têm vãos de 5 a 9 m, as capelas e templos de 6 a 12 m e as
serrarias de 10 a 16 m de vão livre.
ARQUITETURA EM MADEIRA 83
Estrutura de telhado tulha de café Sítio Ueda, Londrina, Pr.
84 ARQUITETURA EM MADEIRA
Tesoura Serraria Curotto Londrina, Pr.
ARQUITETURA EM MADEIRA 85
Isométrica estrutura do telhado Serraria Curotto Londrina, Pr.
86 ARQUITETURA EM MADEIRA
SAMBLADURAS ENCONTROS
Sambladuras
Na parte portante:
Encontro nos cantos dos quadros inferior e superior;
Encontro das molduras dos vãos com os quadros infe-
rior e superior;
Encontro do esteio com os quadros inferior e superior.
ARQUITETURA EM MADEIRA 87
SAMBLADURAS EMENDAS
88 ARQUITETURA EM MADEIRA
Rabo de andorinha
Abraçadinho
Meia madeira
ARQUITETURA EM MADEIRA 89
3 A Arquitetura dos Edifícios em Madeira
O Programa
ARQUITETURA DE MADEIRA 91
20 6
7
CAMBÉ
2
16 14 12 11 LONDRINA
ROLÂNDIA 1
15 13 8
10
3
9 4
18
5
ARAPONGAS
19
APUCARANA
1 Casas de madeira Londrina
2 Kaikan Igreja Londrina
3 Serraria Curotto
4 Tulha Sr. Ueda Londrina
4 Capela Limoeiro Londrina
5 Capela Selva Londrina
6 Capela Couro do Boi Sertanópolis
17 7 Capela KM 9 Cambé
8 Capela Bratislava Cambé
9 Kaikan e Tulha Colônia Lorena Cambé
10 Hotéis Rolândia Rolândia
11 Fazenda Janeta Rolândia
12 Fazenda Veseroda Rolândia
13 Fazenda Santa Cruz Rolândia
14 Fazenda Gilgalla Rolândia
15 Fazenda Bimini Rolândia
16 Fazenda Marta Rolândia
17 Capela Pinhalzinho Califórnia
18 Capela Campinho Arapongas
19 Capela KM 12 Arapongas
20 Capela Paraíso Bela Vista do Paraíso
92 ARQUITETURA EM MADEIRA
O repouso é composto pelo conjunto de dois ou três
quartos. Nas plantas analisadas, verificou-se que não há
uma preocupação em separar, através de corredor ou hall,
estes aposentos dos demais. Os quartos têm sua ligação
direta ou para a sala ou para a cozinha, existem situações
em que são conjugados, um circulado pelo outro.
A zona de serviço é composta pelo conjunto cozinha/
área de serviço e, às vezes, pela despensa.
Estes ambientes, juntamente com o banheiro, foram os
que mais sofreram alterações. Originalmente, a cozinha ti-
nha uma mobília composta pelo fogão à lenha feito de tijo-
los ou de chapa de ferro, chamado econômico, o guar-
da-comida e a mesa. A área de serviço era composta pelo
tanque ou por uma prancha de madeira para lavar roupa,
o poço dágua, às vezes, fazia parte, quando não havia água
encanada.
Por tratar-se de uma área úmida, com a evolução dos
equipamentos, estes compartimentos sofreram algumas al-
terações, tanto em nível de organização do espaço como
na substituição do material: madeira para alvenaria.
A zona denominada como higiene do corpo tem a fun-
ção de suprir as necessidades fisiológicas. Este ambiente
foi o que recebeu a menor importância na hierarquização
dos espaços e aparece em três situações diferentes:
1 No fundo do quintal com construção simples de uma
água com vaso e chuveiro ou uma casinha sobre a fos-
sa negra;
2 Na área de serviço nos fundos;
3 No interior da casa.
ARQUITETURA EM MADEIRA 93
suprir as necessidades fisiológicas ou de um conjunto in-
cluindo também o chuveiro com característica primitiva.
Com o tempo, ou era construído no mesmo local um ba-
nheiro definitivo com vaso e chuveiro em alvenaria, ou se
construía junto à área de serviço, ou no interior da casa
junto aos quartos.
Planta da latrina Planta do conjunto chuveiro
Na segunda situação do banheiro junto com a área de
serviço, vamos encontrar somente o vaso e o chuveiro, sen-
do utilizado o tanque como lavatório. Em algumas casas,
o chuveiro encontra-se em um compartimento separado
do vaso sanitário.
Na terceira situação do banheiro no interior da casa,
vamos encontrar a bacia sanitária, lavatório e chuveiro, e
em alguns casos existem até banheiras metálicas
esmaltadas, ou o furô nas casas dos imigrantes japoneses.
Interior do chuveiro
Interior da latrina
94 ARQUITETURA EM MADEIRA
A Técnica e Sistema Construtivo
O Partido
ARQUITETURA EM MADEIRA 95
As Qualidades Plásticas ÁREA
SERV. WC
caráter regional.
O formato geométrico da planta, o posicionamento das Tipo 1 Tipo 2
varandas, a volumetria do telhado e a composição da fa-
chada são elementos estruturadores e que formam os di-
ferentes tipos volumétricos das casas, ou seja, tipo
volumétrico = formato da planta + geometria do telhado +
composição da fachada.
Os ornamentos são sempre incorporados ao volume e
dão lhes individualidade além de reforçar a sua intenção ÁREA DE
TERRAÇO
SERVIÇO WC
plástica. QUARTO
96 ARQUITETURA EM MADEIRA
Rendilhado na empena (testeira) e frontão Av. Rio de Janeiro, 1215 Londrina, Pr
Foto: do autor, 1988
Rendilhado na testeira e no emolduramento superior da varanda Rua da Lapa, 498 Londrina, Pr Rendilhado parapeito varanda Rua Tupinambás, 158 Londrina, Pr
Foto: do autor, 1988 Foto: do autor, 1988
ARQUITETURA EM MADEIRA 97
ÁREA DE
SERVIÇO WC
QUARTO QUARTO
COZINHA
VARANDA
SALA
VARANDA
SALA QUARTO
QUARTO
SALA QUARTO
DESP. WC WC COZINHA
WC
COZINHA
QUARTO
QUARTO
QUARTO SALA
SALA SALA
QUARTO
QUARTO
QUARTO
VARANDA VARANDA
Variáveis Tipo 1
PLANIMETRIA
98 ARQUITETURA EM MADEIRA
Variáveis Tipo 1
FACHADAS
ARQUITETURA EM MADEIRA 99
Variáveis Tipo 1
VOLUMETRIA
Rua Uruguai, 247 Rua Goiás, 339 Rua Rio Grande do Norte, 181
Variáveis Tipo 1
VOLUMETRIA
QUARTO
COPA QUARTO
COZINHA
QUARTO COZINHA
QUARTO
WC COPA
SALA
QUARTO QUARTO
QUARTO
QUARTO
VARANDA VARANDA
COZINHA QUARTO
QUARTO
COPA
WC
QUARTO
SALA SALA
QUARTO
QUARTO SALA
VARANDA
VARANDA QUARTO
VARANDA
Variáveis Tipo 2
PLANIMETRIA
DESPENSA
COZINHA
QUARTO
WC COZINHA
COZINHA
QUARTO QUARTO
SALA
SALA SALA
QUARTO
QUARTO
VARANDA QUARTO
VARANDA
VARANDA
ÁREA DE
SERVIÇO
WC
ÁREA DE DESP. COZINHA ÁREA DE
SERVIÇO WC
SERVIÇO
QUARTO
QUARTO QUARTO
COZINHA
COZINHA
COPA
WC QUARTO
QUARTO
SALA TV SALA
SALA
SALA
QUARTO QUARTO
QUARTO
VARANDA VARANDA VARANDA
Variáveis Tipo 2
PLANIMETRIA
FACHADAS
FACHADAS
VOLUMETRIA
Rua Mato Grosso, 1004 Rua Rio Grande do Norte, 197 Rua Goiás, 607
Variáveis Tipo 2
VOLUMETRIA
VOLUMETRIA
Av. JK, 3617 Rua Amapá, 872 Rua Mato Grosso, 1100
Variáveis Tipo 2
VOLUMETRIA
VOLUMETRIA
Rua Santos, 1177 Rua Espírito Santo, 859 Rua Paes Leme, 808
Variáveis Tipo 2
VOLUMETRIA
QUARTO
DESPENSA
QUARTO WC
SALA
QUARTO SALA
SALA
QUARTO
QUARTO
VARANDA
VARANDA
VARANDA
QUARTO
QUARTO
COZINHA
QUARTO
COZINHA
WC COZINHA
WC QUARTO WC
SALA
SALA
QUARTO
SALA
QUARTO QUARTO
VARANDA
VARANDA
VARANDA
Variáveis Tipo 3
PLANIMETRIA
FACHADAS
VOLUMETRIA
Rua Amapá, 641 Av. Rio de Janeiro, 974 Rua Senador Souza Naves, 990
Rua Espírito Santo, 1542 Rua Jorge Velho, 411 Rua Fortaleza, 266
Variáveis Tipo 3
VOLUMETRIA
COSTURA COZINHA
COZINHA
COZINHA QUARTO
QUARTO SALA WC
SALA SALA
VARANDA
DESP.
COZINHA WC TERRAÇO
QUARTO
ÁREA DE
SERVIÇO COZINHA
SALA WC QUARTO
COZINHA QUARTO
SALA
ÁREA
QUARTO QUARTO
Variáveis Tipo 4
PLANIMETRIA
FACHADAS
VOLUMETRIA
Rua Alagoas, 134 Rua Sergipe, 1617 Rua Jorge Velho, 476
Variáveis Tipo 4
VOLUMETRIA
IMPLANTAÇÕES
IMPLANTAÇÕES
Esquina Implantação com recuo Meio de quadra Implantação com recuo Meio de quadra conjunto de casas
Esquina conjunto de casas Meio de quadra implantação com recuo Meio de quadra Implantação conjunto de casas
Variáveis
IMPLANTAÇÕES
ORNAMENTOS
ORNAMENTOS
ORNAMENTOS
Rua Louis Francescon, 428 Rua Recife, 113 Rua Venezuela, 409
Frontões
ORNAMENTOS
Frontões
ORNAMENTOS
Rua Jorge Casoni, 583 Rua Senador Souza Naves, 1252 Rua João Pessoa, 204
Frontões
ORNAMENTOS
ORNAMENTOS
ORNAMENTOS
ORNAMENTOS
ORNAMENTOS
Rua Uruguai, 1656 RuaParanaguá esquina com Tupi Rua Tupinambás, 158
Rua São Vicente esquina com Amapá Rua Alagoas, 671 Rua Espírito Santo, 357
Varandas
ORNAMENTOS
Varandas
ORNAMENTOS
VÃOS
VÃOS
VÃOS
VÃOS
Folha única de tábuas macho e fêmea Janela com folha dupla de tábua de assoalho com sargentos de madeira
1
Conforme definição de Cândido, Antônio em sua obra Os parceiros do
rio bonito, um bairro rural pressupõe o ...agrupamento de algumas
famílias, mais ou menos vinculadas pelo sentimento de localidade,
pela convivência pelas práticas de auxílio mútuo e pelas atividades
lúdico-religiosas.
Implantação
ALTAR MOR
NAVE
SACRISTIA
Planta Baixa
Vista do altar
Foto: César Cortez, 1992
Vista interna
Foto: César Cortez, 1992
Implantação
CAPELA KM 9 CAMBÉ
CAPELA KM 9 CAMBÉ
CAPELA KM 9 CAMBÉ
CAPELA KM 9 CAMBÉ
CAPELA KM 9 CAMBÉ
Interior da Nave
Foto: Cesar Cortez, 1993
CAPELA KM 9 CAMBÉ
Implantação
Detalhe da porta
Foto: Gilberto Abelha, 1997
Planta Coro
CAPELA DO
ALTÍSSIMO
CONF.
NAVE CAPELA
ALPENDRE MOR
QUARTO
MISSIONÁRIO
SACRISTIA
Planta Baixa
Exterior Vista do Adro Capela, auto-falante e hasteamento da bandeira de Santo Antônio padroeiro
da capela
Foto: do autor, 1992
Implantação
Cobertura
Planta coro
SACRISTIA
CAPELA MOR
NAVE
SACRISTIA
Planta Baixa
Vista lateral
Foto: do autor, 1992
Implantação
Implantação
Implantação
SEDE
TERREIRO
COLONOS
CAPELA
Implantação
NAVE
CORO
Planta Baixa
Vista do coro
Foto: do autor
2
Yamaki, Humberto. Pré manual de regulamentação, Lei nº 454/93. Assaí,
1994.
QUARTO
VARANDA
3
O planejamento da área rural pelas companhias colonizadoras japone-
sas havia subdivisões em secções (KU) com área de 3000ha, sendo
Planta padrão da região de Londrina, Pr que cada secção possuía um centro de convivência que localizado no
centro geográfico das secções. Ver Ajimura, Cássia. Centro de vivência
rural. Trabalho de Graduação em Arquitetura e Urbanismo,
Observar nas plantas padrões adaptadas pelos carpinteiros japoneses a presença do ofurô (ba- CESULON, 1988. Apud Yamaki, Humberto. Spatial Structure of cida-
nho de imersão) sempre nos fundos junto com a área de serviço e a cozinha, e no guenkan des Novas: new setllement towns. Tese de doutoramento, Universi-
(varanda) a presença de uma escada central que se abre para o exterior. dade de Osaka, Japão, 1984.
Volumetria
Planta
Rua Venezuela, 532 construção de 1955 Rua Maragogipe, 234 construçãode 1953
Foto: do autor, 1982 Foto: do autor, 1997
Planta
RESIDÊNCIA ROLÂNDIA
RESIDÊNCIA ROLÂNDIA
Balcão com janela de canto, irimoya nos frontões e oniguawara.Os ranma do emolduramento
superior das varandas já foram destruídos.
Foto: Faraz Behroozi, 1994
ORNAMENTOS
ORNAMENTOS
ORNAMENTOS
Oniguawara
ORNAMENTOS
Ranma Rua Alagoas, 734 Londrina PR Ranma Rua Paes Leme, 271 Londrina PR
Foto: do autor, 1997 Foto: do autor, 1997
ORNAMENTOS
ORNAMENTOS
Fonte: Nakabayashi, Mônica. Habitação urbana dos imigrantes japoneses em Londrina. Trabalho de Graduação em Arquitetura e Urbanismo UEL, 1988.
Ranma
ORNAMENTOS
Fonte: Nakabayashi, Mônica. Habitação urbana dos imigrantes japoneses em Londrina. Trabalho de Graduação em Arquitetura e Urbanismo UEL, 1988.
Ranma
ORNAMENTOS
Fonte: Nakabayashi, Mônica. Habitação urbana dos imigrantes japoneses em Londrina. Trabalho de Graduação em Arquitetura e Urbanismo UEL, 1988. Apud. Yamaki, Humberto. Ambiente vivencial
dos nikkeis no Brasil. Relatório de Pesquisa Toyota Foundation, 1986.
SAMBLADURAS
Kanna (plaina)
Doubiki Noko
Fonte: Nakabayashi, Mônica. Habitação urbana dos imigrantes japoneses em Londrina. Trabalho de Graduação em Arquitetura e Urbanismo UEL, 1988. Apud. Yamaki, Humberto. Ambiente vivencial
dos nikkeis no Brasil. Relatório de Pesquisa Toyota Foundation, 1986.
4
Ajimura, Cássia. Centro de vivência rural. Trabalho de Graduação em
Arquitetura e Urbanismo, CESULON, 1988. Apud Yamaki, Humberto.
Spatial Structure of Cidades Novas: new settlement towns, Tese de Modelo de organização da secção
Doutoramento, Universidade de Osaka, Japão, 1984. Fonte: Ajimura, Cássia. Centro de vivência rural. Trabalho de Graduação em Arquitetura e Urbanismo,
CESULON, 1988. Apud Yamaki, Humberto. Spatial Structure of Cidades Novas: new settlement towns, Tese
5
Ibid. de Doutoramento, Universidade de Osaka, Japão, 1984.
6
Ibid.
4 CAMPO
Salão de festas
Foto: Mario Fragoso, 1987
1 Kaikan
2 Escola
8 3 Residência
4 Sanitário
5 Churraqueira
6 Quadra Gate Ball
7 Quadra de esportes
8 Área de plantio
Fonte: Ajimura, Cássia. Trabalho de Graduação em Arquitetura e Urbanismo, CESULON, 1988. Apud Yamaki,
Humberto. Spatial Structure of Cidades Novas: new settlement towns, Tese de Doutoramento, Universidade
de Osaka, Japão, 1984.
Escola
Foto: Mario Fragoso, 1987
PALCO
GUENKAN
Vista lateral
Foto: Mario Fragoso, 1987
Detalhe oniguawara
Foto: Cesar Cortez, 1993
Detalhe escora
Foto: Cesar Cortez, 1993
Implantação
Os Alemães em Rolândia
Sedes de Fazendas
Fazenda Gilgalla
uma tipologia típica da arquitetura centro européia adap-
tada à técnica e condições locais.
As superfícies das fachadas são marcadas pela textura
vertical da modulação tábua mata-junta e modulação das
janelas, superfícies, às vezes, pintadas ou envernizadas ou
ainda, em alguns casos, na madeira crua tratada com uma
mistura de óleo lubrificante queimado e óxido de ferro.
Há de se destacar nesse conjunto arquitetônico as tulhas
para secagem e armazenagem de café, tanto pela sua
modulação estrutural como pela ordenação dos seus
respiradores.
Fazenda Veseroda
Implantação
FAZENDA VESERODA
FAZENDA VESERODA
FAZENDA VESERODA
FAZENDA VESERODA
FAZENDA VESERODA
FAZENDA VESERODA
FAZENDA VESERODA
FAZENDA VESERODA
Interior estar
Foto: do autor, 1992 FAZENDA VESERODA
Estrutura do telhado
FAZENDA VESERODA Foto: do autor, 1992
FAZENDA VESERODA
FAZENDA VESERODA
7
3 8
1
4 2
10
1 Casa do professor
2 Casa dos pais
3 Casa dos filhos
4 Casa dos hóspedes
5 Escritório
6 Estúdio Casa da floresta
7 Terreirão
8 Tulhas
9 Casas parceiros
10 Casas dos colonos
Implantação Geral
4
2 1 1 1 8 6 7 1 1 1 1 1 11
2 1
3 2
1 Quarto
2 Varanda coberta
3 Circulação coberta
4 Banheiro
5 Sala de refeições
5 6 Cozinha
7 Área de serviço
8 Hall de entrada
1 9 Varanda refeições
10 Varanda coberta brinquedos
11 Escritório
CASA DOS FILHOS 10 1
1 1
Planta
2 2
3
4
1 Sala
2 Quarto
3 Cozinha
4 Banheiro
5 Varanda
Planta
Isométrica
Planta
Isométrica
Detalhe da janela
Varanda frontal
Foto: Rui Cabral, 1991 Acervo IPAC UEL
Foto: do autor, 1991 Acervo IPAC UEL
Planta
Isométrica
1 Casa sede
2 Casa de hóspedes
3 Terreirão
4 Tulhas
5 Casa do administrador
6 Casa do fiscal
1 7 Escritório
8 Casa dos colonos
9 Escola
4
6
3
5
8
7
7 9
FAZENDA JANETA
Planta
Vista frontal
Foto: do autor, 1993
Detalhe escada
Foto: do autor, 1993
Vista varanda
Foto: do autor, 1993
Planta
Isométrica
Planta
Isométrica
Planta
Isométrica
Planta
Isométrica
Isométrica
Planta
7
1
Implantação
FAZENDA GILGALLA
8
4
1 Canil
2 Piscina
3 Acesso principal
4 Vegetação
1 5 Passeio / pedras
4
5
FAZENDA BIMINI
FAZENDA BIMINI
FAZENDA BIMINI
Varanda
Foto: do autor 1994 Acervo IPAC UEL
Vista geral
FAZENDA BIMINI CASA SEDE Foto: do autor 1994 Acervo IPAC UEL
Varanda
Foto: do autor, 1994 FAZENDA BIMINI CASA DO PROFESSOR
Implantação
FAZENDA MARTA
WC
VARANDA
QUARTO
VARANDA ESTAR
PISCINA
SALA
VARANDA
FAZENDA MARTA
FAZENDA MARTA
FAZENDA MARTA
Hotel Rolândia
Construção: l935
Carpinteiro: Frederico Tolkimit
Área : 400,00 m2
Ano Levantamento arquitetônico: 2º sem. 1992
Programa
Originalmente tanto o hotel Rolândia como o Hotel
Pinheiros (Hotel Estrela) eram compostos de três setores
básicos: ala de repouso, composta pelos quartos e um blo-
co de banheiro; ala de serviços, composta pela cozinha e
lavanderia; ala de estar, recepção e café, composto por uma
ampla sala e a varanda que além de área de estar servia
como hall de entrada.
Qualidades Plásticas
As qualidades plásticas dos hotéis, assim como as se-
des de fazendas, estão centradas na monumentalidade e
imponência, que o conjunto impõe na paisagem, pelo seu
tamanho, textura e cor. O volume solto do solo, a
volumetria do telhado e a soltura da varanda conferem
aos hotéis Rolândia e Pinheiros uma identidade própria
que mostra aos viajantes o que foi e o que representou a
arquitetura em madeira para o desenvolvimento do norte
do Paraná.
Hotel Rolândia 1935, recém inaugurado (telhado da varanda com a mesma geometria dos telha-
dos da Alemanha Kruppelwamdach
Foto: Acervo IPAC UEL
Planta
Interior do quarto
Foto: do autor, 1992
Planta
HOTEL ROLÂNDIA
HOTEL ROLÂNDIA
HOTEL ROLÂNDIA
HOTEL ROLÂNDIA
Interior do quarto
Foto: do autor, 1992
HOTEL ROLÂNDIA
HOTEL ROLÂNDIA
Implantação
D-1
D-2
D-3
Elevação 2
Planta
Elevação 3
Detalhe 2
Detalhe 1
Planta cobertura
Porão da serraria
SERRARIA CUROTTO LONDRINA Foto: do autor 1993
Frontão e sirene
Foto: do autor, 1993