Os Poderes Maravilhosos Da Sua Inteligência Espiritual

Os Poderes
Maravilhosos da Sua
Inteligência Espiritual
Você Pode Ser, Fazer e Ter Tudo

Em Que Acreditar
Mude os seus pensamentos, mude a sua

vida!
A Ciência da Autorrealização
Dr. José Duarte

Os Poderes Maravilhosos da Sua Inteligência Espiritual
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ÍNDICE
MANIFESTO DA COMUNIDADE SUA .................................................... 11

INTRODUÇÃO ...................................................................................... 14
CAPÍTULO I ......................................................................................... 19
VOCÊ É A CAUSA DE TUDO ..................................................................... 19
CAPÍTULO II ........................................................................................ 41
OS PODERES MARAVILHOSOS DA INTELIGÊNCIA ESPIRITUAL .................. 41
CAPÍTULO III ...................................................................................... 54
USAR A INTELIGÊNCIA ESPIRITUAL SUPERIOR PARA OBTER NOVOS
SUCESSOS .............................................................................................. 54
CAPÍTULO IV ....................................................................................... 67
ATINGIR O PONTO DECISIVO DA SUA VIDA COM O SUCESSO .................. 67
CAPÍTULO V ......................................................................................... 81
ELIMINAR O SOFRIMENTO E AS MÁGOAS OCULTAS ................................. 81
CAPÍTULO VI ....................................................................................... 94
MUDE OS SEUS PENSAMENTO, MUDE A SUA VIDA, USE AS LEIS UNIVERSAIS
.............................................................................................................. 94
CAPÍTULO VII .................................................................................... 107
PÔR FIM À DERROTA E AO FRACASSO .................................................... 107
CAPÍTULO VIII .................................................................................. 122
COMO RESOLVER AS SITUAÇÕES ATRAVÉS DA INTELIGÊNGIA ESPIRITUAL
............................................................................................................. 122
CAPÍTULO IX ..................................................................................... 138
A ENERGIA DA INTELIGÊNCIA ESPIRITUAL NA SUPERAÇÃO DAS
DIFICULDADES ...................................................................................... 138
CAPÍTULO X ....................................................................................... 153
AS MARAVILHAS UNIVERSAIS DO SEU MUNDO INTERIOR ....................... 153
CAPÍTULO XI ..................................................................................... 166
ALCANÇAR A LIBERDADE ATRAVÉS DA INTELIGÊNCIA ESPIRITUAL
SUPERIOR ............................................................................................. 166
CAPÍTULO XII .................................................................................... 181
OS TESOUROS MARAVILHOSOS DA SUA INTELIGÊNCIA ESPIRITUAL ....... 181
CAPÍTULO XIII .................................................................................. 196
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COMO OBTER DO UNIVERSO UMA VIDA DE VERDADEIRA FELICIDADE .... 196
CAPÍTULO XIV ................................................................................... 212
OBTER AS COISAS CERTAS ATRAVÉS DA INTELIÊNCIA ESPIRITUAL
SUPERIOR ............................................................................................. 212
OS 26 PRINCÍPIOS ORIENTADORES DA AUTORREALIZAÇÃO ......... 223
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 227
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Manifesto da Comunidade SUA
Num mundo que se está a tornar cada vez mais competitivo, é muito
importante olharmos para nós e cuidarmos de nós próprios. Não apenas de
aparência, mas cuidarmos de nós como um todo, como algo que devemos
proteger, acarinhar e conduzir ao caminho dos nossos sonhos e objetivos. Sem
grandes dramatismos dos nossos sonhos e objetivos, sem radicalismos. A
Comunidade SUA ajuda-nos a ir mais longe, ensina-nos a fazer melhor e
procura ser a base de orientação para a nossa Mestria Interior. O
desenvolvimento espiritual na sua expressão mais alta a Autorrealização é algo
que pode ser potenciado por cada um de nós.
Acreditamos que ser melhor é ter mais capacidades para enfrentar obstáculos,
lidar com dificuldades, tirar o melhor partido de todo o potencial que temos no
nosso ADN, saber gerir as nossas vidas e como consequência…
Autorrealizarmo-nos.
A Comunidade SUA está aberta a todas as pessoas que se interessam pelo seu
autodesenvolvimento.
A Comunidade SUA tem como missão reunir todos os que quiserem contribuir
para uma comunidade de unidade social com atividades e iniciativas dentro da
consciencialização da unidade do Todo.
A Comunidade SUA está direcionada para a divulgação, ensino e promoção de

uma nova espiritualidade baseada na Lei do Amor e na Lei da Unidade.
Todos somos poucos no caminho da Autorrealização.
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Eu dedico este livro à minha amada esposa, que

abdicou da minha companhia, em inumeráveis
serões, para que este livro fosse escrito, assim como
todos os outros
José Duarte
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“Você pode dominar a Vida na sua forma física, e conhecer

a Glória da Vida e de Quem Você É, pois é impossível viver
sem Deus. Pois esse não é um estado em que você possa
alguma vez encontrar-se! O corpo é uma coisa que você
tem, não uma coisa que você é! Você não é a sua condição.
Não é o seu trabalho. Não é a sua fortuna, ou a falta dela.
Você não é isso, não é isso, o que Você É!”
“Eu escolho ter êxito em tudo o que faço, pois, a Força de

Deus em mim, tem sucesso em todas as coisas. E todas as
coisas são possíveis em Unidade com Deus”.
“Eu posso Ser, Fazer, e Ter tudo o que conseguir imaginar”.
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INTRODUÇÃO
O Universo é um espaço abundante e mágico que deu origem ao planeta Terra,

um lugar incrivelmente fértil e cheio de uma grande variedade de formas de
vida. Entre todas essas formas de vida, o ser humano – o ser humano – a
espécie que se diz ser a mais evoluída e consciente, pelo menos neste planeta,
debate-se com que rumo deve seguir. Muitos seres humanos, sobre tudo
aqueles que vivem nas cidades, usualmente vivem em escassez mental,
emocional, espiritual e consequentemente, material e permanecem num
sofrimento inconsciente e silencioso.
O ser humano dito “moderno”, com algumas exceções, não é capaz de
perceber a abundância que o Universo põe à sua disposição e muito menos a
sua própria abundância interna.
Essa escassez mental, ocasionada pela programação da consciência social,
familiar, educativa e em muitas situações até religiosa e que têm origem ou raiz
nas primeiras etapas de formação, provoca uma ambição desmedida que leva
alguns seres humanos a considerarem que o planeta Terra é deles e dessa
perspetiva consideraram que a vida neste planeta teria de ser vivida segundo
os seus ditames.
Para atingirem os seus objetivos criaram toda uma história cultural baseada em
crenças ilusórias, mas aparentemente racionais e lógicas que tem sustentado
toda uma consciência coletiva alienada que alimentam as insaciáveis
necessidades de um ego alterado ou melhor dizendo, alienado, que cria toda a
privação a todos os níveis da vivência humana.
Na Realidade Fundamental, existe uma grande abundância, mas ao viver na
escassez interna a busca é orientada em controlar os recursos, mais do que
administrá-los e celebrá-los para que estes por sua vez gerem inclusivamente
maior abundância e bem-estar.
Assim, o nosso mundo que temos a responsabilidade de respeitar, celebrar,
administrar e cuidar, tanto para o entregar às futuras gerações como pelo
simples respeito à Criação, sobre atualmente uma devastação e saque sem
procedentes.
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Hoje, como em nenhuma era no passado o ser humano procura submeter a
Mãe Terra, aproveitando-a para os seus desejos insaciáveis de poder, domínio e
satisfação intelectual e material. A Ciência procura que a Terra esteja mais ao
serviço dela do que ela, ao serviço da Terra para cuidar e preservá-la. E na sua
ambição desmedida, o ser humano não olha a meios para explorar os seus
semelhantes, os seus irmãos e irmãs de origem, para atingir as suas ambições.
A ambição, o egoísmo e a injustiça, produtos da perceção de se viver em
escassez, faz com que a enorme beleza do ser humano como espécie, fique
opacada. O ser humano foi dotado de uma grande consciência, uma capacidade
mágica de auto observar-se e atuar em consequência, mas essa faculdade não
é aproveitada ao máximo.
No entanto, chega-nos o conhecimento que por esse mundo exemplos que nos
dão a esperança de que temos a possibilidade de mudar o rumo e viver
coletivamente em abundância e amor, é, no entanto, imperioso para essa
transformação uma pequena mudança que implica um passo gigantesco na sua
perceção – mudar as suas crenças – e só o conseguirá fazer quando abraçar
uma das suas capacidades mais poderosas, mas que tem permanecido em
estado latente – a sua Inteligência Espiritual Superior.
O Conceito de Inteligência Espiritual
Quanto ao conceito de Inteligência Espiritual gostaria de estabelecer já o

território do espaço literário, filosófico e epistemológico que o demarca.
A palavra e conceito de Inteligência provêm do latim “Intelligentsia” que
significa “saber escolher”, entendida como a capacidade ou possibilidade que
tem uma pessoa para analisar e escolher a melhor opção entre muitas, com o
objetivo de aproximar-se da realização das suas metas, adaptar-se e prosperar
no melhor sentido desta palavra. Implica ter um amplo aspeto de possibilidades
de escolha, fruto de valiosos conhecimentos adquiridos, com a consequente
capacidade para absorver, reter e usar a informação para benefício próprio e
dos demais.
A palavra Espiritualidade deriva do latim “spiritus” que significa “alento ou
respiro”, e mais pontualmente alento ou respiro procedente do âmbito divino,
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por essa razão as suas conotações podem ser tão amplas como queiramos.
Para muitas pessoas espiritualidade está associada com religião. No entanto,
quanto mais vai evoluindo a humanidade mais claramente deferência a
espiritualidade da religião.
Este livro Não está adscrito a nenhuma religião em particular, não deixando, no
entanto, de as mencionar, o foco está mais direcionado para diversas práticas
ou filosofias espirituais tanto orientais como ocidentais, para possibilitar
aprendizagens que podem converter-se em ferramentas práticas para quem
quer transformar-se no mestre da sua própria Autorrealização ou aspirar a
iniciar-se no Caminho da Ciência da Autorrealização.
A espiritualidade também pode estar associada com misticismo, esoterismo ou
conhecimento secreto relacionado com o imaterial e abordarei esses temas
sempre e quando o considere oportuno.
Baseando-me na minha própria experiência cheguei à conclusão de que todos
somos espirituais uma vez que todos somos a manifestação física, neste plano
material, de uma força espiritual vinculada a Deus ou Energia Criadora.
No entanto, ainda que todos sejamos espirituais em essência, nem todos
desejam ser conscientes ou estar interessados em aprofundar e aplicar
conhecimentos vinculados ao seu crescimento como entidades espirituais,
mesmo numa época em que o antigo paradigma; “Eu sou um ser físico a fazer
uma hipotética experiência espiritual”, está em transição para um novo
paradigma; “Eu sou um ser espiritual, a fazer uma experiência física.
Aceito que alguns entenderão estes temas como pertencentes ao território da
Moral, da Ética ou da Consciência em si mesma, o que não me parece
desacertado, uma vez que vincularei conceitos morais ou éticos à vida espiritual
do ser humano, paralelamente aos de natureza espiritual.
Mas sempre e em todos os casos falarei com grande convicção do ser humano
como uma consequência material da atividade espiritual.
Com base do anteriormente exposto, por Inteligência Espiritual refiro-me à
capacidade do ser humano em absorver, aplicar e partilhar conhecimento que
lhe permite estabelecer uma relação mais consciente com a sua origem e o seu
destino desde e até um Poder Superior ao que muitos denominamos de Deus,
Fonte ou Força Criadora. Dentro deste marco conceitual também está implicada
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a relação com outras manifestações de Deus, tais como a Mãe Terra, os
Animais e obviamente todos os Seres Humanos.
Com base do anteriormente afirmado, neste livro iremos abordar temas
relacionados com algumas destas inteligências, entre elas a intrapessoal, a
interpessoal, a naturalista, a existencial, a emocional e a social. Estas propostas
e estudos afirmam as enormes bençoes que a humanidade recebeu como
espécie e reafirmam a esperança no potencial humano, inspirado pela
divindade, para redefinir um novo rumo. O ser humano tem tudo para viver em
abundância e compartilhá-la com os demais. Possivelmente só nos falta
acreditarmos com absoluta fé e confiança e começar a sentir essa abundância
no nosso interior e à nossa volta.
Creio firmemente que falar de Inteligência Espiritual é altamente necessário nos
tempos atuais em função dos danos que estamos a ocasionar ao planeta e a
nós próprios em consequência do nosso comportamento e ambição
tecnologicamente materialista, que alcançou níveis nunca vistos na história
universal.
Faz-se imperioso incorporar a Inteligência Espiritual ao dia-a-dia das pessoas e
não só desde uma perspetiva académica, mas principalmente com uma visão
altamente prática, até se conseguir uma maior harmonia interna e uma melhor
relação com os outros. Isto nos permitirá estar em paz, cuidar melhor do nosso
ambiente interno e externo e assegurar um melhor futuro para a humanidade.
Estamos a assistir a uma tendência muito forte à prática de algumas
metodologias de natureza espiritual ou que emprega a palavra “espiritual” no
seu anunciado, em muitos casos parece ser mais uma moda que uma forma
real de integrar conceitos, hábitos e filosofias transcendentes na vida do
praticante. O ioga e a meditação por exemplo, popularizaram-se de uma
maneira incrível e milhões de pessoas no mundo ocidental praticam-nas. Ainda
que ambas sejam portas de entrada muito poderosas para uma vida cheia de
espiritualidade, na maioria dos casos os seus praticantes ficam-se pelos níveis
superficiais. A maioria dos praticantes de ioga limitam a sua prática aos
cuidados do corpo tais como; flexibilidade física, alimentação e exercícios de
respiração. Fazendo que dois tipos de praticantes surgissem: os que limitam o
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ioga a uma série de exercícios físicos, normalmente a mais praticada e a que
adota um caminho de vida integral baseado em princípios espirituais.
“A humildade é a base do Poder Pessoal. Os que estão a dormir caminham na

escuridão e nunca buscam a luz. A maioria das pessoas vivem em um vazio
porque passam a vida desperdiçando a sua criativa Inteligência Espiritual,
tratando de ser como os outros lhe dizem que têm de ser, em lugar de
desenvolverem o seu máximo potencial como seres humanos.
Para controlar o meu ser primeiro tenho de aceitar o meu Ser. Para aceitar o
meu Ser tenho de viver segundo as orientações da minha
Inteligência Espiritual Superior, e não contra ela”.
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CAPÍTULO I
VOCÊ É A CAUSA DE TUDO
Segundo a ótica da Inteligência Espiritual – IES, a grande maioria das pessoas

atribui à sorte, ao azar, ao acaso ou a um poder superior a causa e o comando
de tudo que lhes acontece na vida. Com isso, jamais procuram verificar a
verdade sobre os factos que acreditam estar a vivenciar. Elas preferem optar
por uma atitude conformista ou comodista, alimentando uma postura interna de
vítimas que as faz sentirem-se coitadas e prisioneiras de um hipotético
“destino”.
Ficam “hipnotizadas” pela ideia de impotência diante de certos acontecimentos
que consideram difíceis e sobre os quais não querem ter nenhum controle ou
responsabilidade.
É comum, nas situações dolorosas que afetam a elas mesmas ou os outros, as
pessoas acomodarem-se ou acovardarem-se, em vez de resistirem com
coragem e determinação. Quando não compreendem a causa de certos
acontecimentos que classificam de catastróficos, alguns justificam o seu
comodismo com frases como: "Deus ou o destino quis assim" ou, "Não
aconteceu porque não era para ser". Outros preferem revoltar-se acusando
tudo e todos, a procurar desvendar a verdadeira realidade dos factos. Reagir
com comodismo ou revolta é preservar uma atitude de vítima.
O "vitimismo" é sem dúvida nos dias de hoje, o maior empecilho ao progresso
espiritual da humanidade.
Será que o leitor também pensa dessa maneira? Acredita que a sorte, azar,
acidentes, catástrofes, dramas, alegrias, enfim, as coisas que acontecem na sua
vida são independentes da sua vontade? Considera que é o acaso que provoca
as situações más? Imagina que existe alguma coisa para além da sua vontade,
a movimentar a sua vida e que você mesmo não tem participação nenhuma?
Pensa que os seus problemas são causados pela inveja dos outros ou pelo
destino e não pela sua condição interna?
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Se acredita nisso, provavelmente vive nas teias amargas do "vítima das
circunstâncias", pois deixa-se levar ao sabor dos acontecimentos, já que está
sob o domínio de uma força que considera ser independente da sua vontade.
Pensar dessa maneira causa-lhe complicações e sofrimentos que reprimem a
expressão de vida. Pois aquele que se julga vítima da vida acredita que está no
mundo para sofrer.
Ao alimentar pensamentos dessa ordem não lhe permitirá usar o seu poder
pessoal de transformar os acontecimentos desagradáveis e edificar uma vida
melhor mais de acordo com os seus desejos ou aspirações.
De um modo geral, por ter sido assim ensinado o ser humano crê na fatalidade,
no acaso e na negligência. Quando os "acidentes" acontecem, as pessoas
imediatamente definem as ocorrências, sem dar a oportunidade de perceber se
existirá uma outra forma de encarar os factos.
Explicar alguma coisa classificada como fatalidade não é uma tarefa fácil.
Compreender o que está por trás de um acontecimento classificado de mau
exige certa predisposição a acatar o novo e abandonar os conceitos
impregnados na humanidade.
Um acidente parece sempre algo inexplicável, e o acaso um mistério agindo
aleatoriamente. Pensar dessa maneira é o mesmo que considerar que o nada
pode fazer tudo, tais como; realizar feitos extraordinários, provocar acidentes,
promover a sua demissão do emprego, avariar o motor do seu carro, causar
uma praga de baratas na sua casa e uma série de outros infortúnios que o
rodeiam. Olhar a vida por essa ótica é acreditar que somos vítimas de
mecanismos aparentemente naturais que estão para além da nossa vontsde.
A ideia generalizada de sermos vítimas das fatalidades não é a melhor conceção
de vida. Segundo a Ciência da Autorrealização é inaceitável crer que um ser
superior governe tudo como um ditador ou mesmo que é o acaso que provoca
todos os contratempos na vida das pessoas. Assim também não se pode
acreditar que a natureza é caótica a ponto de cometer alguns lapsos nos seus
intrincados mecanismos de funcionamento.
A natureza e as Leis Universais que a gerem é sábia, portanto para toda a ação
há sempre uma causa, mesmo quando a nossa inteligência social não consegue
alcançar o conhecimento dos processos da vida. Mas quem segue a sua
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intuição que lhe indica o desenvolvimento da sua Inteligência Espiritual – IES,
procura uma outra visão dos acontecimentos, rompendo com a conceção do
acaso e da injustiça, acaba por encontrar as respostas para todas as
ocorrências que se manifestam na sua vida, dando-lhes um novo significado.
Experimente desafiar a ideia de fatalidade e procure o significado das
verdadeiras causas. Não acredite cegamente no que lhe foi ensinado. Procure
obter uma vivência prática, observe as sensações genuínas do seu corpo, dê
vazão ao autoconhecimento e à intuição. Esse procedimento possibilita
desvendar a realidade dos aparentes acontecimentos.
O "vitimismo" é uma forma infantil de ignorância para lidar com os factos. De
que maneira, então, poderemos compreender os acidentes, as catástrofes e as
situações problemáticas ou maravilhosas, se não cremos mais no acaso, se não
responsabilizamos os outros, tampouco os atribuímos à vontade divina ou aos
imperativos da vida?
Qual a explicação plausível para o que acontece de bom ou prejudicial na nossa
vida? A resposta é: Você é a causa de tudo! É o centro da sua vida e o senhor
do seu próprio destino.
Este livro tem o propósito de lhe comprovar por meio dos conceitos da
Inteligência Espiritual que essa afirmação é verdadeira.
Se atualmente as suas condições de vida não estejam a seu contento e esta
esteja repleta de impedimentos, relacionamentos difíceis, escassez de recursos
económicos, doenças, etc., é sinal de que não está a fazer um uso adequado
dos seus poderes pessoais, os quais comandam o seu “destino”.
Ao aceitar a Inteligência Espiritual no seu processo de autotransformação é
abandonar o pretexto de atribuir ao externo as suas frustrações internas; é
reconhecer em si mesmo o referencial manifestador que cria a realidade,
atraindo para si tudo de bom ou mau que lhe acontece na vida.
A vantagem de se iniciar um Caminho de Autorrealização nesse processo de
mudança, é, que você resgata o seu poder natural e passa a ter a capacidade
para transformar as situações desagradáveis que estão à sua volta, alterando o
curso da sua vida para melhor, ou seja tornar-se um Cocriador Consciente.
Se por um lado você perde o álibi que justificava as suas inabilidades, por outro
adquire o Poder Interior de intervir nas situações externas. Essa nova postura
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vai tirá-lo da passividade e da dependência dos outros das circunstâncias ou da
concessão das forças naturais, proporcionando as condições internas
necessárias para construir uma vida nova, ou seja, mais de acordo com os seus
propósitos.
Inicialmente, você pode estranhar essa nova conceção de vida. Para muitas
pessoas é difícil pensar assim, aceitar como verdade o facto de que são elas
que põem em movimento tudo o que lhes acontece e não continuar a
responsabilizar alguém - nem mesmo Deus - pelo que se passa com elas.
Está disposto a encarar a vida por uma nova ótica? Isso vai exigir-lhe parar de
se colocar no papel de vítima, e dar-se uma oportunidade de estudar os
acontecimentos por um outro ângulo. Esta é, no entanto, uma tarefa que
requer tempo, observação e dedicação, porém os resultados serão promissores.
Empenhar-se na reformulação interior é um passo importante para o sucesso e
a realização pessoal. Essa conduta vai operar mudanças significativas senão
extraordinárias, na sua forma de pensar e agir.
Quando interiormente renovado, tornar-se-á mais perspicaz para compreender
os motivos da sua vida, seguir um determinado caminho e não outro, e o
significado de tantas adversidades. A vida não é estúpida nem inconsequente,
tampouco somos vítimas, mas sim os condutores do nosso próprio destino.
Consciente disso, não deve sentir-se culpado. Se a sua postura ao longo da
vida foi de omissão, assuma agora a responsabilidade de ser responsável é ter
a habilidade natural de criar respostas, passar a conduzir a sua vida de forma
consciente. Consciente do seu direito de escolha, e de agir com mais
segurança, evitar todos os tipos de aborrecimentos e alcançar rapidamente a
felicidade. Não confundindo responsabilidade com a obrigação.
Obrigação é forçar-se a fazer algo contra a sua natureza, e responsabilidade é a
consciência do seu poder de causar reações no mundo.
Ser um Cocriador responsável é reconhecer e respeitar os próprios sentimentos,
usar do bom senso e assumir o direito de escolha, podendo dar ou tirar a
importância do que acontece à sua volta, ou seja, dar-lhes um novo significado.
Pode optar entre o positivo e o negativo de uma situação. Encarar os factos
com otimismo é considerar as perspetivas favoráveis, e com pessimismo é
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aceitar a derrota por antecedência. A qualquer momento pode-se acreditar ou
desacreditar, tudo depende de si.
A Inteligência Espiritual Superior – IES, jamais irá privá-lo das experiências de
vida, ela atenua a intensidade dos obstáculos porque fortalece-o para enfrentá-
los e favorece na transposição dos desafios, resgata o poder interior e promove
o reconhecimento dos potenciais latentes na alma.
Mente Sem Limite
"A mente tem diferentes níveis, mas não tem limites."

Compreender a dinâmica das experiências mentais auxilia-nos a lidar melhor
com esse complexo mecanismo do pensar.
Formular pensamentos, ter consciência da nossa lucidez e manipular a
capacidade de escolher e de dar importância são um dos maiores atributos da
raça humana.
Podemos comparar a mente a um grandioso e sofisticado computador que
temos ao nosso inteiro dispor, e ele existe, o nosso cérebro. Como qualquer
aparelho de altíssima tecnologia, precisamos conhecer o seu manual de
funcionamento. O mesmo aplica-se ao universo mental. É importante conhecer
os mecanismos que compõem a mente, para podermos manipular a capacidade
criativa em nosso benefício.
Somos um sofisticado sistema de captação e produção de energias
vivificadoras, e a mente canaliza e direciona para o cérebro essas energias
vitais, criando a atmosfera energética que influência a realidade, e estas
moldam-se de acordo com as nossas crenças.
As nossas crenças são originadas de muitas fontes; pais, familiares, escola,
amigos, dos valores morais ou religiosos que nos são passados pela educação
ou formulados através das nossas próprias experiências. Elas representam as
certezas interiores ou aquilo que tomamos como verdadeiro para nós. Na
maioria das vezes são adotadas sem nenhum critério seletivo, não
questionamos se esses valores ainda servem para a realidade atual, por isso
eles são valores falsos. Porém aqueles que são formulados como resultado das
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nossas vivências são mais realistas, por isso consideramo-los valores
verdadeiros.
As crenças estabelecidas ao longo da sua existência física determinam a
maneira como encara os factos da vida e servem de base para a escolha de
como você deve reagir e comportar-se. Para cada pensamento teremos uma
reação no nosso sistema de orientação interior ou uma sensação. Assim eles
também determinam a qualidade de bem ou mal-estar do seu dia-a-dia.
De uma certa forma, como veremos mais adiante, as nossas crenças moldam a
realidade, reproduzindo no ambiente externo aquilo que concebemos
interiormente.
Cada um de nós vive de acordo com as suas próprias crenças, os seus próprios
pensamentos.
Se você acreditar no bem, terá bons pensamentos, consequentemente a sua
vida seguirá por um curso harmonioso. Já aqueles que acreditam no mal são
maliciosos, veem maldade em tudo, acabando por atrair episódios maus. Ser
otimista é pensar nas perspetivas favoráveis de uma situação, enquanto ser
pessimista é nutrir pensamentos negativos e dar muita importância aos
obstáculos.
A sua mente é comandada por si, pelo seu livre-arbítrio. De modo geral, aquilo
que pensa sobre si mesmo e sobre a vida determina a realidade à sua volta.
Nutrir ideias de inferioridade fá-lo sentir-se inferior. Essa postura criará um
cenário desolador, onde você será o protagonista.
Para que a condição interna se torne realidade, é necessário crer nela de forma
total, visceral, apaixonadamente ou a corporificar tais ideias. Não adianta só
desejar, é necessário sentir para que se torne real, caso contrário, mesmo
almejando ter bons resultados, se os pensamentos não forem fortes o
suficiente para impressionar e para se imprimir no sistema de Leis Universais,
os resultados não serão alcançados.
Todos aspiram a alcançar os objetivos a que se propõem na vida, mas isso não
é suficiente por si só. Para obter sucesso é preciso sentir-se no direito de
usufruir os privilégios de ser bem-sucedido. Não basta almejar um bom
emprego ou fazer bons negócios, é preciso sentir-se em condições de ser
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contratado e merecedor da oportunidade profissional. É preciso ter isso
implantado no seu cérebro, de forma que passe a ser completamente natural.
A força do pensamento atua tanto nas funções biológicas do corpo como no
ambiente ao redor. Alguns exemplos corriqueiros tornam isso mais explícito,
como pensar em comida e sentir fome, ou imaginar que algo é ameaçador e
sentir medo - esse estado produz no corpo a adrenalina que estimula as
funções biológicas deixando-o em alerta. Em relação à atuação da mente no
exterior, observam-se os seguintes exemplos: ter medo de determinados
insetos e frequentemente deparar com os mesmos; pensar que algo pode dar
errado e não conseguir realizar aquela atividade.
Antigamente acreditava-se que a mente era restrita ao nosso mundo interior.
Considerava-se que se limitava ao cérebro. Desse modo, a sua atuação era
puramente interna, não exercendo nenhuma influência no exterior.
Essa visão baseava-se no conceito de que o poder do ser humano obedecia a
uma sequência predeterminada: pensar, mover o corpo e com isso promover
reações no mundo.
Assim o afirmavam os antigos estudiosos que defendiam esse comportamento
humano de que somos um ser constituído por partes isoladas que se interligam
pelas funções, como o mecanismo de um carro ou de outra máquina qualquer.
Assim, eles falavam da mente, emoção, sentimento, corpo, alma, como partes
de uma máquina biológica.
Atualmente essas noções estão ultrapassadas. A neurociência e a física
quântica afirmam que não existe nada individualizado no ser humano, que tudo
é um conjunto integrado. Assim, somos sentimentos, emoções, espírito,
neurónios, genes e o corpo inteiro. Na visão da Inteligência Espiritual, isso
estende-se também ao ambiente, às pessoas ao redor e ao Universo. Portanto,
o que é considerado mente na verdade são atributos naturais e não possuem
fim ou começo. As conceções mentais são capazes de abranger todo o
Universo, podendo exercer determinado tipo de influência nele e vice-versa.
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Você Não Tem Começo Nem Fim
A mente pode ser vista sob três aspetos: o inconsciente, o consciente e o

supraconsciente.
O consciente é onde ocorre a perceção. Ele representa apenas uma pequena
parte da mente, que compreende tudo aquilo de que estamos cientes no
momento. A atividade do pensamento é a manifestação do consciente. Imagine
uma lanterna acesa na escuridão; somente onde o foco de luz clareia é
consciente.
O consciente está ligado a todo o organismo, podendo a qualquer momento
focar uma das suas partes ou identificar as sensações provenientes do corpo. A
mente consciente também se estende até onde os sentidos podem alcançar. A
identificação dos estímulos externos representa uma extensão do consciente
que não se limita apenas a captar os sons, as imagens, etc., mas também a
perceber através do sexto sentido as emanações energéticas das pessoas ou
dos ambientes, chegando a captar o ambiente astral em casos especiais.
A consciência é um fenómeno abrangente que transcende o sistema nervoso,
sendo ela fruto da interação entre o interno e o externo.
Existe uma frase de Yogananda que esclarece esse conceito: “a mente é como
um elástico que pode estender-se ao infinito, sem se romper”, pois é aí que
entra exatamente a supraconsciência, que neste manual a chamaremos de
Mente Espiritual ou Inteligência Espiritual Superior, que transcende a
capacidade do consciente e inconsciente, que por si só, já é bastante ampla.
Esta ideia contrasta com o ponto de vista tradicional da ciência, que descreve a
perceção como um "arco reflexo", em que o mundo é um conjunto de estímulos
que “tocam” os aparelhos sensores, e estes são conduzidos até ao córtex
cerebral, onde são interpretados pelos neurónios e percebidos pela mente.
Esse nível de perceção é o que chamamos na Ciência da Autorrealização de
mente superficial ou eu exterior, que engloba tudo que se percebe no presente
e identifica o que está ao nosso redor. Nele estão todos os fenómenos dos
sentidos (audição, visão, paladar, olfato e tato) que promovem as sensações,
permitindo reconhecer o aqui-agora.
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Essa mente é a que pensa, escolhe, decide, acredita ou desacredita e focaliza a
atenção; ela é que dá a sensação de individualidade, promovendo a lucidez ou
eu consciente.
O principal atributo do consciente é o discernimento, o poder de escolher, de
dar importância ou mudar o ponto de vista a qualquer momento, bem como
mobilizar a vontade, para intensificar os objetivos da vida. Ele é também
responsável por formar o senso de realidade, de creditar como real ou irreal
qualquer facto.
As faculdades mentais são atributos da vida. Por meio delas você pode
reconhecer a si mesmo e interagir com o ambiente à sua volta.
Portanto, não pense que a mente é restrita ao corpo somente porque você a
identifica dessa maneira. A mente consciente vai além do simples facto de
interpretar e descodificar os estímulos externos. Ela interage no mundo,
tornando-se parte integrante dele.
O inconsciente ou subconsciente, não pode ser interpretado com facilidade nem
ser evocado voluntariamente, porém os seus conteúdos podem manifestar-se
no mundo consciente. Grande parte dos conteúdos da mente ordinária origina-
se do subconsciente. Ele é a fonte das energias psíquicas e contém os fatores
básicos da personalidade do indivíduo.
Os estudos a respeito da mente aprofundaram-se e hoje sabe-se que o material
armazenado no subconsciente, não é apenas as experiências pessoais da vida
atual guardadas na memória, mas também os factos das vidas passadas
relacionados a si e à vida em geral, chegando a ter contacto com os arquivos
do passado do Universo, os chamados arquivos Arkáshicos.
As pesquisas da psicologia, principalmente as realizadas por Carl Jung sobre o
inconsciente coletivo, comprovam que o inconsciente é ilimitado, abrangendo
não só o que existe, mas também tudo que existiu e existirá. Jung exemplifica o
inconsciente comparando-o ao ar, que é o mesmo em todo o lado, todos o
respiram, mas ele não pertence a ninguém. Diz ainda: o inconsciente não é um
recipiente que coleciona o lixo da consciência, ele é a outra metade da psique.
Assim podemos concluir que nós não temos um inconsciente para cada um,
mas estamos todos "dentro" do inconsciente coletivo.
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A mente consciente tem a capacidade de criar as noções de tempo e de
espaço, podendo em certas circunstâncias ignorá-las. Ela está tanto dentro
como fora de nós, e o que temos como limite não passa de uma convenção
fruto da ótica que temos da vida. Sendo assim, estamos integrados a tudo que
existe e tornamo-nos parte daquilo que experimentamos.
Todo o tipo de matéria é formado por átomos: o ar é composto de moléculas
que são constituídas de átomos, o organismo humano é um conjunto de células
que também são formadas pelos átomos, e tudo isso encontra-se de forma a
ser uma só massa de átomos. Desse modo, o que percebemos como corpo
físico é a impressão de sólido que a mente interpreta como fenómeno somático.
Assim como o mundo atómico, a mente é contínua, estando tanto dentro
quanto fora de nós.
É a mente consciente que distingue o que é interno ou externo, bem como a
diferença entre sólido, líquido e gasoso. A perceção desses diversos tipos de
matéria e o lugar que ocupamos no espaço é de acordo com o nosso senso de
realidade, porque, para a física, somos uma variação atómica dentro do
universo indivisível.
Evolução é o nome dado ao contínuo processo da mente de devassar os níveis
inconscientes, ampliando a consciência e a lucidez. É como se no início
fôssemos só inconscientes e por algum motivo a consciência nascesse e
iniciasse a sua viagem de expansão. Nasce também o tempo e o universo da
realidade ou o universo sensorial.
Mente, O Realizador
A nossa mente é um aparelho nas mãos dos Eus Interior e exterior. Os seus
atributos são manipulados por eles e refletem na realidade interna (emoções) e
externa (corpo físico e meio ambiente). Nele reside a habilidade realizadora
(criar a realidade ou o que será sensorial) do homem. É dotado do poder de
escolher o que é significativo no mar de estímulos quotidianos, também tem o
poder de dar crédito em diferentes graus e de graduar a importância, o que
gera diferentes níveis de impressão. Este material vai para a mente
inconsciente ou para a Inteligência Espiritual Superior, que possui o aparelho
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realizador e o sistema de integridade, criando o cenário em que vamos ter as
nossas experiências.
O nosso universo mental não se restringe ao que imaginámos. A sua finalidade
é tornar sensoriais e palpáveis os programas que a consciência estabelece
como verdade e nos quais acredita. As experiências vividas são produtos da
manipulação feita por si, no seu aparelho mental. Vivemos de acordo com o
que acreditamos e estabelecemos como verdadeiro para nós. Sendo assim, se
não temos uma vida agradável, basta reformular as nossas crenças para alterar
o curso da existência.
Entre a lucidez do Eu Interior e o mundo material existe a mente. Os estímulos
recebidos passam pelos órgãos dos sentidos para depois serem interpretados
pela mente; ela transforma estímulos em perceção. Ela é quem regista e
assimila a existência de algo sólido à nossa volta.
Pode-se dizer que a realidade externa é um produto da mente. A solidez da
matéria está na conceção mental, pois as partículas atómicas que formam todos
os tipos de matéria contêm um vácuo entre os eletrões e protões que gravitam
em torno do núcleo dos átomos. A quantidade de massa sólida contida neles é
mínima; a maior parte do composto atómico é vazia.
Assim, portanto, a matéria não é mais do que uma sensação que a mente
interpreta como sólido. Pode-se dizer que a realidade é uma manifestação
mental. Desse modo, a mente é o aparelho realizador que temos sob o nosso
comando. Não há contacto direto entre o Eu Interior e o nosso mundo material,
a mente interpõe-se entre esses dois níveis, moldando a realidade e
possibilitando a atuação do ser na vida.
Esta conceção da mente não é apanágio da Ciência da Autorrealização. Ela
composta dos profundos conhecimentos de alguns círculos espirituais e
metafísicos que se mantiveram restritos a uma casta de pessoas selecionadas
nas Escolas dos Mistérios. Também faz parte do antigo hinduísmo e do
budismo. O próprio Buda, ao perceber que a mente era a causa do sofrimento,
da dor e dos problemas humanos, deu a sua contribuição, criando exercícios
para educá-la.
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Conteúdos Da Mente Versus Cérebro
Sistema codificador. É a capacidade de transformar as perceções em códigos

que possibilitam o entendimento. Atua na abstração dos fenómenos
observados, criando conceitos. Reconhece os elementos registados pelo som,
visão e outros, simplificando-os em símbolos que exprimem a vivência pessoal.
Organiza os conceitos básicos apreendidos, através da gramática e outros,
constituindo a linguagem do pensamento, permitindo ao indivíduo formular
ideias e tomar decisões.
O pensamento processa os conteúdos armazenados, que servem como uma
espécie de base ou guião para o comportamento. Desse modo, a mente molda
e transforma as energias vitais em elementos vivenciais.
O nosso ato de pensar é um processo magnífico que se utiliza das imagens
(emoções) registadas com significados específicos, para definir o
comportamento. O som da sirene de uma ambulância, por exemplo, fará você
ficar alerta caso esteja no trânsito; no entanto, se estiver dentro de casa, vai
agir com indiferença. Um animal feroz no zoológico inspira tranquilidade, porém
se ele estivesse solto você ficaria apavorado ativando os mecanismos de
sobrevivência. Esse sistema compõe o nosso senso da realidade.
O senso da realidade, é um conjunto de elementos que compõem o universo
consciente e favorecem na perceção e reconhecimento das sensações do corpo,
bem como na identificação dos estímulos externos. É uma espécie de sensor e
qualificador do que é real ou irreal. Ele possibilita a nossa orientação pela vida.
O nosso sistema nervoso é incapaz de saber se um facto existe no mundo
externo ou se a mente o imagina, ele reage sempre da mesma forma. Imaginar
um assalto ou ser de facto assaltado causa o mesmo efeito no nosso sistema.
O bom senso é uma capacidade da sua essência. Por meio dele temos a
possibilidade de discernir entre o que é adequado ou inadequado ao nosso
sistema individual. Através do nosso cérebro neo-límbico optamos pelo que é
agradável e esquivamo-nos daquilo que nos desagrada, norteando assim o
nosso fluxo pela vida. Desse modo são formados os valores verdadeiros ou
padrões de referencial da realidade que movimentam as nossas qualidades. Ele
pode ser obscurecido e negligenciado pela opressão social de modo a impor
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valores e padrões tidos como adequados. Assim, o senso da realidade assumirá
condutas baseadas em ilusões, o que fatalmente criará uma realidade negativa.
Já o bom senso, quando utilizado, leva à formação de valores e padrões que
criam uma realidade altamente favorável e positiva.
O poder de escolha, representa um dos maiores atributos do ser humano. Ele
permite a cada um de nós articular entre as infinitas oportunidades de cada
instante, levando-nos aos caminhos que desejamos seguir na vida. É um
conteúdo do consciente.
Escolher é mover a atenção, e vontade em algum sentido, é o nome da força
que move o foco da nossa atenção. Também aciona e gradua os conteúdos do
consciente: quanto mais atenção pusermos num determinado aspeto da vida,
mais claro e vívido tornar-se-á, imprimindo-se com mais profundidade na nossa
memória, passando a ser importante entre as outras experiências vividas,
criando, assim, os nossos próprios critérios do que é ou não significativo.
A vida é repleta de opções. A todo o momento estamos a fazer algum tipo de
escolha e a tomar decisões. Se estamos na rua, optamos por uma direção a
seguir. Durante o percurso tomamos várias decisões, tais como o momento de
atravessar a rua, a via que vamos seguir no trânsito, e assim por diante. Se
estamos em casa, decidimos o que fazer, a hora de dormir, etc.
Existem as escolhas mais relevantes, como assumir um relacionamento ou
terminar com ele, permanecer no emprego ou procurar outro, começar ou não,
um processo de autorrealização.
Toda a escolha desencadeia uma consequência. O que você está a viver hoje é
fruto da escolha feita no passado. O seu posicionamento presente determina o
amanhã. Por isso, saber decidir é tão importante quanto assumir as
consequências dos seus atos. Escolher é um direito, arcar com as
consequências ou responsabilidades é uma necessidade.
Para escolher, você é livre, mas sempre receberá de volta as consequências
proporcionais às suas escolhas.
Em qualquer situação geralmente há alguma alternativa. Se você estiver a
sentir-se sem opção, é porque você está muito centrado. Reflita um instante e
pergunte a si mesmo: o que posso fazer agora para me sentir bem? Que
pessoa eu tenho de me tornar para alcançar isso? Certamente haverá alguma
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coisa à sua escolha. Existe uma diferença entre o ideal e o possível: aquilo que
é idealizado nem sempre sabemos ainda como o tornar possível. No entanto, há
constantemente uma possibilidade, e saber aproveitá-la é o melhor caminho
para atingir os seus objetivos.
Mas então, como fazer a melhor escolha?
No momento de decidir, o que movimenta a sua atenção para fazer uma ou
outra opção são os desejos. Eles são estabelecidos de acordo com os critérios
mentais, e esses fatores são decisivos para qualquer escolha, e a melhor
escolha será sempre feita pela sua Inteligência Espiritual Superior.
A atenção pode ser comparada a um farol cujo foco é direcionado para aquilo
que consideramos importante. Dar mais importância aos outros do que a si
mesmo o faz querer agradar a todos. Nesse caso, ao lhe pedirem um favor,
mesmo não podendo, você vai optar por atendê-lo, somente para não
desagradar às pessoas.
A partir do momento que você reveja e altere essa postura de ser bom para os
outros e passar a importar-se mais consigo e com as suas próprias coisas, terá
a sua atenção dirigida ao que lhe é próprio. Agindo assim, quando for
convidado para uma festa ou para fazer um passeio, vai ponderar melhor,
considerando o que representa para si estar com aquele grupo e não e o
quanto poderá significar para os outros a sua companhia. Desse modo, a sua
atitude é propícia para fazer a melhor escolha avaliando-a de ambas as
perspetivas. Que fique bem entendido que de maneira nenhuma se torne
egoísta e ponha-se sempre em primeiro lugar, mas que deve ponderar todas as
suas decisões dentro do contexto anteriormente explicado.
Os Registos Do Seu Subconsciente
O subconsciente corresponde aos primeiros níveis do inconsciente, pode ser

definido como um estado de fraca consciência. É onde ficam registados os
conteúdos das experiências vividas, as remotas lembranças do passado que
servem da fonte da consciência.
Exerce significativa influência nas atividades mentais. Desempenha uma função
importante como arquivo do que você já validou e escolheu como verdade.
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Como são padrões do pensamento a gerar constante interferência no fluxo dos
pensamentos, que provocam as sensações físicas, produzindo energias vitais
capazes de atrair ocorrências compatíveis com os modelos registados e
possibilitando o sucesso ou fracasso na vida do indivíduo.
É uma zona de execução das crenças e valores do ser humano, sendo,
portanto, capaz de alterar as funções bio fisiológicas do corpo e criar situações
no ambiente de acordo com as impressões gravadas nele.
Como são geradas as impressões?
Nós procuramos sempre ter um posicionamento acerca das informações
recebidas. Tudo que se vê, ouve ou vivemos, leva-nos a refletir e formular
ideias ou opiniões. Algumas experiências são consideradas válidas, outras não.
Àquelas que julgamos importantes damos crédito de realidade e dirigimos
intensas forças vitais ou de importância, ganham o poder de impressionar ou
de se instalar no nosso subconsciente.
A ideia registada serve como base para formular o raciocínio, e dele para a
ação. Essas ideias são os padrões que servem como referencial para
classificarmos o que é certo ou errado, bom ou mau. Aquilo que é reconhecido
como verdadeiro compõe o nosso universo psíquico. Esses registos, no nível de
subconsciente, servem como uma espécie de programa de computador,
executando as operações de formação da realidade na nossa vida.
As impressões passam a agir automaticamente em forma de condicionamento.
Assim, no nível de consciência, elas manifestam-se para o nosso Eu, no
cérebro, na forma de ideias fixas, carregadas de intensa emoção, passam a
exercer um profundo controlo na nossa maneira de pensar e agir.
Assim, se você ficar impressionado com as opiniões dos outros acerca de uma
situação ou sobre si, poderá tomar isso como verdade. Procure investigar em si
mesmo se é aquilo que você sente. Caso contrário, formará falsas impressões
que vão dirigir a sua vida e determinar o seu futuro. Por isso, não permita que
as opiniões dos outros determinem a sua maneira de pensar acerca da vida e
de si mesmo.
Aprenda a discernir e a avaliar com os seus próprios sentidos tudo aquilo que
se passa há sua volta. Também seja você o seu próprio sensor para medir as
suas qualidades, não dependa exclusivamente do ponto de vista alheio para se
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considerar bom ou dar-se valor. Apegue-se à capacidade da sua Inteligência
Espiritual de discernir, dependa somente dos resultados obtidos para se sentir
bom o bastante. Vale lembrar que só o facto de conseguir fazer alguma coisa já
é de grande valor.
O subconsciente não possui discernimento, só aceita os registos do que você
implantar nele. O poder de escolher, o que é importante, e que merece a
devida atenção é um atributo do consciente. Esse é o centro propulsor das
crenças.
O consciente constitui os pensamentos, estipula o que para ele é verdadeiro,
dirige a atenção e gera impressões que fazem você acreditar que as coisas
funcionam de uma determinada maneira e não de outra. É isso que faz com
que cada pessoa tenha um estilo próprio de vida e crie um cenário repleto de
situações particulares.
Então, você é aquilo que acredita ser.
Definir-se como vencedor atrai o sucesso.
Dar importância aos obstáculos é viver criando sucessivas derrotas.
Posicionar-se como vítima é transformar-se em polo de atração de problemas e
doenças.
Todo esse mecanismo de funcionamento da mente mostra que você atrai ou
repudia situações, oportunidades e pessoas de acordo com as suas próprias
estruturas mentais. Elas são responsáveis por tudo de bom ou mau que
acontece na sua vida.
A nossa realidade é formada pelas ideias às quais damos credibilidade. Não se
trata de pensamentos meramente especulativos, mas sim de intensas
impressões que tivemos durante o curso da nossa existência. Essas podem ser
tanto positivas, neutras assim como negativas, dependem da interpretação que
se tem dos factos. As negativas são as estruturas que geram como
consequência o medo, a autocondenação, a inferioridade, a crueldade, a
infelicidade, etc., e as positivas são as de autoestima, de prazer, de coragem,
de respeito e outras. Desse modo, determinamos o que é positivo, neutro ou
negativo a partir dos seus efeitos.
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Temos o poder de criar, destruir ou reformular as estruturas mentais de acordo
com a nossa vontade ou necessidade. No ambiente energético, elas são
denominadas formas-pensamentos.
Elas atuam como vozes dentro da nossa cabeça, ditando normas e regras e
“obrigando-nos” a tomar determinadas medidas, a não nos esquecer dos
compromissos, e assim por diante. Estão sempre a cobrar-nos a fazer algo, que
tomemos essa ou aquela atitude frente a uma determinada situação e que
tenhamos esse ou aquele posicionamento. Quando não seguimos as
recomendações, elas acionam os mecanismos de culpa e autopunição. São
formas condicionadas, ou seja, automatizadas pela nossa vontade, que é
comandada pelo nosso ego ou eu exterior.
Nós criamos essas formas-pensamentos que ditam o que devemos ser e fazer.
São regras de como nos comportarmos e de como nos relacionarmos com os
outros, para não correr o risco de sermos desaprovados e rejeitados. São
estruturas mentais e crenças que foram ampliadas e destorcidas pelo ego e
coladas no subconsciente.
Um exemplo disso é o de uma criança que se sentiu rejeitada pelos pais. À
medida que foi crescendo, alimentou em si a crença de inferioridade, que a faz
sentir-se pouco importante para os outros. Ao reforçar isso, a pessoa vai
moldando o subconsciente e espelha no campo energético uma estrutura de
inferioridade, que a faz sentir-se pouco importante.
Esse sentimento atrai indiferença, e, mesmo que a pessoa se esforce para
agradar os outros, não obterá respeito. Por outro lado, o sentimento de rejeição
aciona os mecanismos de defesa para ocultar a inferioridade. Essas defesas são
outras tantas estruturas que você estabelece de como tem de ser para agradar
os outros e ser aceite.
Temos inúmeros mecanismos de defesas. Um deles é do tipo que faz o papel
de "bonzinho" para impressionar os outros e contar com a aprovação deles.
Uma outra defesa é fazer o tipo gentil, aquele que é atencioso, mas que faz da
gentileza uma forma de evitar proximidade com as pessoas. Esse tipo tem
medo de que os outros o conheçam profundamente a ponto de saberem até os
seus pontos fracos e, por causa disso, não o aprovem.
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Todas as nossas atitudes e comportamentos são alimentados por crenças, tanto
pelas negativas como pelas positivas.
As crenças limitantes ou negativas que formamos e nutrimos, impedem o nosso
progresso. São ilusões e fantasias que criamos acerca de nós, do mundo e das
pessoas. As ilusões causam sofrimentos de toda espécie. Ao dar importância a
elas, perdemos o contacto com a nossa essência e com a realidade. É em
consequência dessas ilusões que temos uma vida cheia de desilusões e
dificuldades.
Existem também no subconsciente um número razoável de crenças
positivas e podemos sempre adquirir mais crenças fortalecedoras. São elas que
nos fazem avançar na vida. São elas, as de autovalor, de autoestima, de
coragem, de empenho, de confiança em si mesmo, de certeza no próprio
potencial, no poder pessoal, de fé no universo e nas bênçãos que poderemos
obter, etc.
É importante saber distinguir quando estamos a alimentar-nos de uma ilusão ou
quando estamos a ser movidos por uma das nossas necessidades reais, ou
seja, discernir o ilusório do real. Para isso é fundamental ficarmos centrados em
nós mesmos.
“Nada no meu mundo é real, o significado de tudo é o significado que eu

lhe dou, eu sou quem digo que sou, e a minha experiência é aquela que eu
digo que é”.
A esta altura você deve estar a perguntar-se: por que criamos estruturas
negativas, se elas vão prejudicar-nos? O motivo disso é que a maioria das
pessoas alimenta um sentimento de inferioridade em relação a si mesmas.
Somos criados numa sociedade comparativa, desde crianças somos cobrados a
ser iguais aos outros. Os pais reforçam isso quando dizem aos seus filhos: "Por
que não estudaste como os teus colegas? O teu irmão passou de ano, tu não".
Essas mensagens criam em nós o hábito de sempre nos espelharmos nos
outros e seguir exemplos. Quando não o conseguimos, desaprovamo-nos e
passamos a sentir-nos inadequados. Desse modo, não estamos a operar o
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nosso GPS adequadamente. Geramos impressões contrárias ao progresso
interior, que danificam o nosso sistema de integridade.
Ao falarmos de crenças negativas ou limitantes, existe uma outra também
famosa: é a do "tem quê". A todo o instante ela cobra de si e obriga-o a fazer
coisas que ela julga serem adequadas, mas nem sempre é aquilo de que você
tem vontade. Esse termo, "tem quê", ecoa na mente empurrando-o para
dentro, provocando cansaço, peso nos ombros, na nuca, respiração ofegante,
enfim, um desconforto físico geral. Ele tira-lhe o ânimo, dando uma sensação
de angústia. O termo ânimo significa alma; essa crença nega a alma por julgá-
la irresponsável. Com ela as pessoas mascaram-se, comprometem a
espontaneidade, perdem a liberdade e o bom senso.
Há um número incontável de estruturas mentais limitantes que criamos e
alimentamos. Entre elas destacam-se:
"Não sou capaz de ter sucesso na vida."
"Não sou tão bom quanto os meus colegas de trabalho, por isso não tive
a promoção que esperava."
"Para mim as coisas são sempre difíceis."
"Se eu for muito íntimo dos outros, eles vão conhecer os meus defeitos e
não vão gostar de mim."
Estruturas como essas podem estar há anos ativas e a causar obstáculos na sua
vida. Mas não é o tempo de permanência do padrão limitante que conta. Pode-
se nutrir uma estrutura durante anos, porém não é isso que a torna mais forte
nem mais difícil de ser modificada, mas sim o crédito, a fé que é depositada
nela. Isso porque é o consciente que tem noção do tempo, e não o
subconsciente. Para este, o tempo é sempre o presente, por isso qualquer
mudança pode ser feita agora.
Não pense que, pelo facto de ter sido de determinado jeito durante toda a sua
vida, você não pode mudar. A qualquer momento é possível fazer uma
reformulação dos valores internos e encarar a vida de outra forma. Basta não
dar importância ao velho e permitir-se a renovação, acreditar nos potenciais
que existem em si. A sua Transformação pode ser iniciada quando você assim o
decidir.
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Ao mudar as estruturas mentais, você estará a fazer uma completa
reformulação na sua vida. Mesmo que as situações à sua volta continuem
iguais, você vai encará-las de uma forma diferente. A mudança interior é
fundamental para alterar o curso da sua existência.
Resta saber se você está mesmo disposto a transformar-se ou se prefere
continuar com a mesma maneira de pensar.
Às vezes até acontece que a vida material está boa, porém o emocional não, ou
vice-versa. Caso você não seja uma pessoa realizada, é necessário fazer uma
reformulação interna para conquistar a felicidade e isso não vai acontecer no
seu exterior, mas sim, dentro de si.
Para o trabalho interior, observe-se sem crítica, julgamentos, cobranças ou
culpa, porque isso poderá acionar os seus programas de autodefesa, o que
impedirá a identificação dos conteúdos, bem como a reformulação deles.
O que é necessário então para eliminar uma estrutura negativa? Em primeiro
lugar, estar disposto a mudar. Em segundo, é preciso perceber que tipo de
estrutura tem vindo a manter na sua vida. Quais as mais habituais: positivas ou
negativas? Diante de uma situação inusitada, você encara com otimismo ou
pessimismo? Acredita que a vida é benéfica ou prejudicial? Você estima-se e
aprova-se ou fica à espera de que os outros o façam? Confia que o sucesso
económico esteja ao seu alcance ou sente-se fadado ao fracasso?
Para enfraquecer as suas crenças negativas é necessário que use o seu poder
de anulá-las. Para tornar neutro algo a que deu muita importância, muita força,
basta apenas tirar-lhe a importância ou significado. Tudo que é de alguma
maneira desconsiderado, perde o poder e desaparece.
Por fim, para a reformulação interior ficar completa é necessário nutrir bons
pensamentos e, sobretudo, acreditar neles. Comece a pensar desta maneira:
"Sou importante para mim e digno de ter uma companhia agradável".
"Sou uma pessoa simpática."
"É seguro ser eu mesmo."
"Sou capaz de ter sucesso na vida."
Não permita que as emoções negativas atrapalhem a sua positividade. Se
algum pensamento contrário ao positivismo vier à cabeça, trate-o com
indiferença. Não lute contra ele, pois essa atitude fortalece as crenças
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negativas, pois tudo ao qual resiste persiste. Quando estiver empenhado em
gravar uma estrutura positiva, forçosamente a negatividade pela Lei dos
Opostos, vai invadir a sua mente. Não se deixe perturbar por ela, assuma o seu
poder de escolha e opte por aquilo que é melhor para si. Afinal, o poder de
escolha é sempre seu, esse é o seu Poder Pessoal.
A Integridade Do Ser
As investigações recentes da neurociência sobre a região mental do cérebro

chamada subconsciente e sobre os efeitos das impressões gravadas nele
mostram que a sua capacidade de interferir no funcionamento do corpo é muito
grande. Freud foi um dos primeiros a perceber que as atividades mentais
poderiam modificar as funções normais do organismo, abrindo assim as
perspetivas para uma nova ciência chamada de Psicossomática.
Atualmente as pesquisas sobre stress vêm sendo amplamente divulgadas. Aos
poucos a epigenética e neurociência, vão constatando que as atividades
mentais desempenham significativa participação no desenrolar das situações
materiais e na saúde do corpo.
O sistema de integridade do Ser age ao nível de subconsciente. Ele impede que
um bom número de pensamentos seja transformado em realidade. Funciona
como uma defesa natural contra a nossa ignorância. Você já imaginou se todos
os pensamentos negativos carregados de intensidade fossem imediatamente
transformados em realidade? Por certo nem o mundo existiria. Quando estamos
emocionados formulamos centenas de pensamentos negativos, porque é
natural no nosso nível de evolução ainda não sabermos lidar bem com a nossa
afetividade.
O sistema de integridade seleciona o material que chega ao subconsciente e só
deixa tornar-se realidade aquilo que é considerado o seu melhor. Ele é o
preservador da evolução e dos objetivos da vida em nós. Estamos
relativamente protegidos da nossa ignorância, mas não daquilo de que temos
consciência.
A nossa ideia da melhor maneira de ver ou fazer as coisas vai evoluindo com as
nossas experiências se estivermos abertos a essa perspetiva. A cada dia
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sabemos fazer melhor as coisas. Quando fazemos uma coisa que é o nosso
melhor meio de fazê-la segundo a nossa relativa inteligência, o sistema de
integridade procura criar realidades baseado nos nossos melhores padrões,
mesmo que a nossa ação seja negativa. Exemplo disso é a pessoa que pragueja
e se queixa como forma de reagir àquilo que acontece e de que ela não gosta.
Para ela, essa é a melhor maneira de agir, pois ainda não aprendeu a fazer
melhor. Em vez de o subconsciente materializar negatividades, ele sofre a ação
do sistema de integridade e este seleciona padrões positivos para materializar,
porque praguejar é o melhor da pessoa e ele reproduz o melhor. Segundo a
PNL, tudo o que fazemos, tem como intuito uma ação positiva.
Por outras palavras: se você faz o seu melhor, o subconsciente materializa o
que você padronizou como o seu melhor.
Mas se você, movido por escutar os palpites alheios, resolve agir de uma
maneira que não é o seu melhor, então o sistema de integridade vai retrair-se e
algo proporcional ao que você acredita naquele momento, se materializará.
O seu melhor protege-o, pois ele está em sintonia com a sua Inteligência
Espiritual Superior – IES.
“A melhor forma de viver e desfrutar o presente é sentir Gratidão pelo
passado e confiança no futuro”.
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CAPÍTULO II
OS PODERES MARAVILHOSOS DA INTELIGÊNCIA

ESPIRITUAL
A Espantosa Supraconsciência
Uma vez que é necessário escolher uma palavra para designar a Energia
Superior que é estudada neste trabalho, resolvi chamá-la de Inteligência
Espiritual Superior, uma vez que ela é uma manifestação da Mente Superior ou
Supraconsciência
Não é complexa a sua definição; na verdade, é muito simples. Refiro-me à
faculdade mental que se situa acima e além do pensamento humano
condicionado. É, ao mesmo tempo, perceção, consciência e pensamento
espiritual. É o que o místico oriental chamaria de mente silenciosa, ou que o
Novo Testamento chamou de Reino dos Céus na alma, próximo do que Jesus
chama de mente correta. É o seu Eu verdadeiro. Muito simplesmente, é a força
que reside no íntimo de todo o ser humano e que se situa tão acima da mente
comum como o céu acima da terra.
O estado da Supraconsciência não pode ser descrito em palavras; precisa ser
experimentado por aqueles que a procuram. Melhor a explica, talvez, o que ela
não é. Definitivamente, não é a mente condicionada. A Inteligência Espiritual
está livre de todo o condicionamento negativo. Não sente medo, não tem
ânsias dolorosas, não alimenta dúvidas. Sabe tudo o que é preciso para uma
vida plena e feliz.
A mente ou inteligência condicionada é aquela parte de nós que foi influenciada
e moldada desde o nascimento. É uma argamassa adquirida de opiniões,
crenças, contradições e reações mecânicas, todas as quais nos metem em
problemas. A mente condicionada não é representativa do Eu básico do ser
humano que, por isso mesmo, pode e deve desligar-se dela.
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A mente rotineira pode dar início à busca de uma maneira nova de viver, mas,
cedo ou tarde, teremos de elevar-nos acima dela e chegar à Inteligência
Espiritual Superior.
Mas aproximamo-nos agora do que é talvez a armadilha mais traiçoeira armada
ao iniciado no caminho da Ciência da Autorrealização - a ingénua suposição de
que pode usar a mente condicionada para descobrir a verdade e a realidade. É
impossível! A mente rotineira, embora condicionada, tem as suas atividades
estritamente limitadas, como um cão de guarda preso a uma corrente.
A mente comum consiste das recordações armazenadas de factos. Conhece
apenas os velhos caminhos habituais. Bem, isto é bom e necessário se
queremos administrar os negócios ou preparar o jantar pois podemos recorrer à
memória dos factos.
Todas as tentativas de usar a mente mecânica, para penetrar no mundo
espiritual, fracassarão sempre, mesmo que pareça, no entanto, que se obteve
algum êxito. A espiritualidade autêntica significa o penetrar pelo desconhecido,
pelo incondicionado. E é por isso que tantos fracassam ou simplesmente
desistem. Íntima e temerosamente, opõem resistência aos mistérios
desconhecidos da realidade ou, falsamente, preferem a suposta segurança de
palavras conhecidas de pseudo-gurus e das autoridades externas.
A Inteligência Espiritual, pouco ou nada tem a ver com o armazenamento de
ideias memorizadas, incluindo aquelas a respeito de assuntos espirituais. Se
estamos errados a respeito de assuntos espirituais mesmo possuidores de uma
dúzia de diplomas universitários, continuaremos errados.
Isto, por sinal, leva-nos a um princípio importantíssimo: em hipótese alguma
devemos fazer suposições imaginárias quanto à natureza da Inteligência
Espiritual. As suposições nascerão da velha mente e produzirão um quadro
destorcido, embora, talvez, colocado numa moldura bonita. Precisamos
proteger-nos de ver apenas aquilo que simplesmente queremos ver.
Não façamos suposições algumas sobre a Inteligência Espiritual, ela existe no
íntimo de todas as pessoas, embora as pessoas prefiram ignorar a sua
presença. E uma das nossas tarefas quando neste planeta é despertar para os
seus desdobramentos e potencialidades.
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O Poder da Inteligência Espiritual
Será prático para o ser humano atual o conhecimento transcendente da

Inteligência Espiritual? Se as pessoas pudessem perceber que ela é a única
força capaz de limpar a selva humana das frustrações intermináveis! O ser
humano tentou tudo - ciência, psicologia, projetos sociais, conferências de paz,
sistemas morais, religiões, filosofias - e o caos permaneceu. O ser humano
fracassou porque não tentou sinceramente o caminho do conhecimento
espiritual, adotando por um hipotético conhecimento religioso. O homem ou a
mulher isolada, porém, que querem a paz neste belicoso planeta, podem
adquiri-la com sucesso. Mas a fim de verificar se o projeto é prático,
examinemos o seguinte:
Um dos primeiros resultados da evolução espiritual é que deixam de ocorrer
factos indesejáveis. Porquê? Porque as condições externas emergem dos
nossos estados internos. Por isso mesmo, à medida que elevarmos o nosso
nível, os problemas internos dissipam-se. Não somos mais as suas vítimas.
Dominar uma situação externa significa uma única e exclusiva coisa – geri-lo
com o Eu Interior, ou melhor, estar em sintonia com ele.
O medo como mecanismo de sobrevivência não pode existir no ser humano que
se elevou acima da mente comum e despertou a sua Inteligência Espiritual.
Quando identificamos como falsas, as falsas aparências, chegamos a “casa"
onde quer que estejamos, porque não mais as tememos. Aquele que descobriu
a felicidade do Eterno está isento de medo, qualquer que seja sua procedência.
(T. Upanishad).
É espantosamente deslumbrante descobrir a existência de outro mundo muito
acima dos nossos pequenos desejos e necessidades. Obtém-se o grande alívio
há tanto procurado, pois, de certa maneira, todos suspeitamos de que o nosso
problema básico consiste no tipo de mundo mental em que habitamos.
Costumávamos pensar que o problema era o duro mundo com que nos
confrontávamos. Mas agora despertámos. Percebemos que as nossas próprias
atitudes o criam. Com a intuição nasce uma nova força capaz de desfragmentá-
lo. E com a sua destruição construímos o novo mundo interior.
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Não devemos recear levar a vida a brincar. Fugir dos pensamentos tristes,
negativos. Aceitar as coisas com descuidada sabedoria. Sentimo-nos infelizes
porque pensamos que devemos causar uma boa impressão, obter sucesso, ser
alguém. A despeito de tudo que a sociedade nos diz, você não precisa ser
absolutamente “alguém” aos olhos dos outros. A sua única necessidade
autêntica é a de ser um ser humano real. Tente compreender isso, tente senti-
lo com todo o coração. E você descobrirá o que significa transformar a vida
num brinquedo.
Será prático o conhecimento espiritual autorrealizador? Percebemos que sim
quando compreendemos, pela primeira vez, as ideias totalmente impraticáveis
da mente habitual, que diariamente usamos.
Imagine-se a chegar às fronteiras de um país que deseja ardentemente visitar.
Mas, ao chegar ao posto fronteiriço é detido. Há uma barreira atravessada na
estrada, os guardas exigem-lhe o passaporte, numerosas leis o proíbem de
entrar.
O que, lhe proibiu a viagem? Os regulamentos artificiais feitos pelo homem e as
fronteiras do mundo político. Não há, porém, tais obstáculos à sua entrada na
nação do Eu Interior. Parece que há barreiras, mas, de facto, elas não existem,
são crenças, ideias, mitos e restrições artificiais de autoria humana e adotadas
inconscientemente. Uma vez compreendido isso, todos podemos penetrar na
nação maravilhosa do Eu Interior.
Vivemos Simultaneamente em Dois Mundos
Vivemos realmente e simultaneamente em dois mundos ao mesmo tempo! Nós

vamos chamá-los de Eu Interno e Eu externo. A compreensão desse facto
contribui em muito para dissipar as confusões e ganharmos a força mental e
universal pretendida.
Vivemos no Eu externo da mente racional, do corpo físico, de outras pessoas,
lares, mundo, finanças, governo, viagens, automóveis, e assim por diante. Mas
vivemos também no Eu Interno de pensamentos, sentimentos, desejos,
intuições, curiosidades e outros estados psicológicos. É preciso que coloquemos
o Eu Interno em primeiro lugar na ordem de pensamento. Isto é um
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ensinamento básico de todas as religiões e filosofias autênticas, incluindo as
mencionadas neste livro.
Mas por que deve vir em primeiro lugar o reino interior, espiritual? Porque o
interno controla e configura o externo. Não obstante, a humanidade, conquanto
hipocritamente admita tal verdade, não a realiza realmente, o que em parte
explica as neuroses, depressões, etc.
Porém, que ligação guarda isto com o seu futuro, é correto e necessário
planear os assuntos externos, como na compra de uma futura residência. Mas
não é correto planear insistentemente como e onde você será feliz amanhã,
pois o futuro não se dobrará aos seus desejos. O mais importante, porém, é
que pensar em alguma coisa que nos fará felizes amanhã implica adiar o ser
felizes hoje.
Quanto mais vivemos no mundo espiritual, mais fácil se torna viver a vida real.
Em vez de tratar desajeitadamente de problemas financeiros, das pressões da
sociedade e das suas próprias confusões, você saberá exatamente o que fazer.
E uma das primeiras coisas que faz é deixar de se preocupar com essas coisas.
No plano físico é necessário tomar decisões, mas não é preciso que elas o
enervem, o stressem. Podemos seguir o desejo do momento e escolher o
casaco azul em vez do preto, ou tomar uma chávena de chá em vez de café.
Nenhuma decisão é necessária, porém, quando vivemos ao nível Inteligência
Espiritual. Logo que abolimos o falso Eu, ou Eu Exterior, que consiste em
desejos contraditórios, não fazemos escolha alguma em questões de
contentamento. Não existem forças opostas e, por conseguinte, coisa alguma a
escolher. Simplesmente vivemos em triunfo, de acordo com os princípios da
Ciência da Autorrealização.
Quando estamos na senda certa, não nos preocupamos com os movimentos do
barco para a esquerda ou para a direita, isto é, não precisamos de nos
preocupar com o que a vida aparentemente decide por nós. Devemos deixar
que ela decida e, alegremente, desfrutar do passeio. A ideia de acompanhar a
vida e não interferir nos seus processos naturais constitui uma valiosa
contribuição do taoísmo, Wuwei, (fazer não fazendo), assim como dos
princípios da Autorrealização.
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Temos de reconhecer que vivemos simultaneamente em dois mundos. Sem
apreensão ponha o Mundo Interno em primeiro lugar. E você vai sentir-se em
casa em ambos.
No entanto, é possível que se questione: "Muito bem, isto é fascinante, mas o
que eu devo fazer?" Não precisa de visitar a Índia ou a China para obter
iluminação espiritual. Pode encontrá-la na sua própria mente. E é realmente
maravilhoso como tudo acontece. Você pode ir tão longe quanto realmente
quiser ir pois são, Infinitas as Possibilidades.
A Verdadeiro sentido da Vida
Os Mestres iluminados são frequentemente acusados de ser sonhadores

desligados do mundo. Mas isso não corresponde á realidade.
Tudo se resume a uma questão de valores. O que é que você considera
valioso? A pergunta é respondida por todas as pessoas, segundo a maneira
como gastam a moeda mental – os seus pensamentos. Passemos em revista
alguns dos falsos valores.
Suponhamos que uma pessoa vivesse por algum motivo sob a ilusão de que a
sua vida, dependeria de comer batatas todos os dias. Ignorando a abundância
de outros alimentos, ele se apegaria à paixão irrealista pelas batatas.
Poderíamos ter a certeza de que esse homem seria um joguete das
preocupações. Mostrar-se-á crítico, áspero e competitivo com todos aqueles de
quem suspeite que querem tirar-lhe as batatas. Com toda a probabilidade,
entrará na SPB - a Sociedade de Proteção das Batatas. Divertido? Muitas
pessoas se identificam com causas muito mais tolas do que essa!
Tolice? Naturalmente. Mas nunca se esqueça de que ele na sua crença alienada
supõe que luta pela própria vida!
De que modo poderá ele acordar da loucura e eliminar esse tormento? Em
primeiro lugar, deve sentir repulsa pelo sofrimento. Em seguida, pode
experimentar passar gradualmente sem as batatas até perceber por si mesmo a
verdade. Com isso, a paixão pelas batatas desfaz-se por si mesma. Este é o
sistema básico que destrói os mitos e valores artificiais.
Umas perguntas refletivas que podem apresentar-se.
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De que modo posso desenvolver o desejo de ser livre?
Não precisa desenvolvê-lo. Você já o possui. Para dizer a verdade, não pode
escapar dele, faça o que fizer. A sua parte consiste simplesmente em despertar
para ele, tornar-se gradualmente consciente do seu chamado e responder com
um vibrante sim.
Mas por que aparenta ser tão difícil fazê-lo?
A aparente dificuldade é porque não sabemos que é fácil, como o homem que
rema porque não vê o motor do barco. Se desistir dos esforços frenéticos,
poderá voltar-se e ver o motor. Você não precisa fazer coisa alguma; precisa
apenas, Ser. Este é um dos ensinamentos básicos da Ciência da
Autorrealização.
Mas aparentemente parece haver tanta coisa a aprender!
Não se preocupe com a avalanche de princípios que lhe são dados neste livro
para trabalhar. Absorva-os gradualmente tão bem como puder, facilmente e
sem preocupações. Eles são como bolinhas amontoadas na boca de um funil.
Por fim, elas cairão pela abertura, uma a uma, e serão claramente vistas e
compreendidas. Tudo a seu tempo.
Não há nada que me confunda mais do que o meu objetivo e propósito de vida.
Eu sentir-me-ia melhor se apenas pudesse saber o que quero.
Respire tranquilamente. No seu Eu externo tenha a finalidade que quiser. Seja
um executivo industrial, um empresário, um artista, um viajante mundial. Isto
não faz a mínima diferença. Mas no seu Eu Interno, não pense haver outra
finalidade do que voltar ao seu Eu Espiritual ou natural. Este é o único objetivo
que realmente importa quando se inicia o caminho para a Autorrealização.
Precisamos antes de mais de compreender a situação real dos seres humanos e

não os ver como aparentam ser ou como os ideais dizem que devem ser.
O ser humano sofre cronicamente de um Eu dividido. Procura a segurança em
pessoas e posses, percebendo, ao mesmo tempo, que são vazias. Sente a ânsia
de encontrar-se, mas teme o que a autoanálise revelará. Quanto mais
modificações faz, mais permanece o mesmo. Declara categoricamente que fará
alguma coisa e imediatamente faz o oposto. Considera-se uma gigantesca
farsa. Deseja, desesperadamente compartilhar de si com os demais, mas pouca
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coisa tem do seu Eu real para dividir. No seu sorriso esconde-se um esgar de
preocupação. Tenta sufocar a ansiedade com todo o género de distrações e
teme o silêncio quando elas terminam. O que quer que faça, erra sempre.
Acima de tudo, sente medo, um terrível medo. O nervosismo leva-o a procurar
excitações e drogas que, espera, manterá à distância a mortificante crise
interna. Mas jamais vence. Cedo ou tarde, é dominado e, uma vez mais, recorre
às ajudas terapêuticas ou religiosas e mais uma vez é derrotado.
A busca humana da plenitude lembra-nos dessa situação. Somos distraídos
pelas excitações, pelos desejos impulsivos, pelas falsas doutrinas e, acima de
tudo, pelo fingimento de que tudo está no melhor dos mundos possíveis,
quando, no íntimo, sabemos que está tudo errado. Mas chega o momento em
que a dor se torna insuportável e os nossos fingimentos são despedaçados.
Com um suspiro de alívio paramos então a brincadeira e encaminhamo-nos
para a cura profunda e certa no consultório da realidade.
Mas de que modo ocorre a grande mudança?
O primeiro lampejo de perceção do que há algo inteiramente diferente assinala
o ponto decisivo nas nossas vidas. Antes, não notávamos nada além da nossa
vida rotineira. Supúnhamos por exemplo, que tudo que se podia fazer com a
dor mental era manifestá-la ou suprimi-la com químicos. O único e pequeno
lampejo, porém, surgido num momento inesperado, pode desperta-nos para
possibilidades estranhamente novas e transformadoras.
Durou apenas uma fração de segundo. Em seguida, recaímos no sono, talvez
por uma semana, um mês ou um ano, antes que o lampejo volte. Mas pouco
importa o tempo que transcorre até o vislumbre seguinte. Já vimos algo. Já nos
tornamos conscientes durante uma fração de segundo.
Agora, já nada será como antes. Empolgado por essa realidade, você inicia o
caminho. O no caminho de regresso a Quem Realmente É, descobrirá, uma
combinação de novos choques, desânimos profundos, novas maravilhas e
alegres revelações. E durante todo esse tempo vai aproximando-se cada vez
mais da sua própria tranquilidade íntima, da mesma forma que as profundezas
do mar são calmas a despeito das tempestades furiosas que agitam a
superfície.
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Pensam mal aqueles que viveram por um tempo longo demais à moda antiga e
insatisfatoriamente para fazer a grande mudança. Se acendemos uma lâmpada
num quarto escuro, nenhuma diferença fará o quanto tempo prevaleceu a
escuridão, porque a luz agora brilhará. Seja acessível aos ensinamentos da
Ciência da Autorrealização. Este é o grande segredo.
As Verdades Espirituais Elevam-nos
O "Conhece-te a ti mesmo" constitui o primeiro passo fundamental. O problema

é que, erroneamente, consideramos o conhecimento dos nossos hábitos
superficiais como a autocompreensão. Não conseguimos compreender que os
hábitos superficiais não apenas representam mal o verdadeiro Eu, mas amiúde
são também compulsivos e nocivos. A clara compreensão de um hábito nocivo
implica eliminá-lo.
Em nosso socorro acode o nosso Eu real, a natureza essencial da Inteligência
Espiritual. Consiste ela em tudo que é natural, relaxado e autêntico.
Um dos mitos que que vulgarmente alimentamos diz respeito à força de
vontade. O que usualmente chamamos de força de vontade nada mais é do
que o domínio temporário de um desejo sobre outro. Uma pessoa quer comer
menos para perder peso, mas, uma hora depois, é dominado pelo desejo
oposto de comer doces. Mas há, realmente, uma coisa chamada força de
vontade. E ela surge quando vivemos com base no nosso Eu real e não em
desejos conflitantes.
Pensamos e comportamo-nos erradamente porque não adquirimos o
conhecimento que nos proporciona a Inteligência Espiritual. Deixe de pensar,
por exemplo, que você deve sacrificar-se por alguém para despertar amizade,
casar-se, conseguir conforto, força, segurança, energia, popularidade, poder,
prazer, ou o que mais deseja. Deixe de se sacrificar para conseguir tais coisas.
Ao fazê-lo, você compreenderá que isso é essencial para a sua felicidade.
Não confundamos a falta de conhecimento com falta de inteligência. São coisas
diferentes. A inteligência é a coleta e a apreensão do conhecimento. Uma
pessoa não é estúpida, porque não consegue entender o funcionamento de um
vai-e-vem espacial. Ela simplesmente carece dessas informações. Se
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verdadeiramente interessado nesse assunto, pode usar a inteligência para
reunir os conhecimentos. Menciono isto porque numerosas pessoas sentem-se
aparentemente incapazes de compreender as Leis Universais. Mas não é assim,
porque, ao perceber que inteligência é a coleta paciente de conhecimentos,
qualquer pessoa pode, confiantemente, reunir informações suficientes que lhe
transformarão o Eu.
Apesar de tudo, as realidades espirituais por si, não podem despertar o ser
humano. Um facto mentalmente memorizado não é a mesma coisa do que a
compreensão espiritual do facto! Isto é uma explicação simplista do facto de
pessoas conhecedoras dos ensinamentos religiosos e cujas vidas pessoais são
verdadeiros caos. Elas precisam mais do que um armazém de factos. Precisam
do tipo de visão espiritual que conduz à transformação interior. Podemos
conhecer mil factos a respeito de uma religião e nem um único a nosso
respeito.
Uma das maiores tragédias é que toda a gente pensa que já se conhece. É
preciso lutar constantemente contra tal ideia. A mais triste das ilusões é a
autoilusão.
As verdades espirituais lembram uma mensagem codificada que precisa ser
decifrada pelos que desejam ardentemente conhecê-la.
O Caminho para as Verdades Espirituais
A pessoa confusa exclama: "Mas eu não sei no que acreditar!"

Ao que o mestre iluminado responde: "Por que acreditar? Confie apenas!"
Decerto, é possível confiar. E ao confiar, você saberá. "Se as portas da
perceção fossem purificadas, tudo apareceria ao homem como é, Infinito."
Não há dúvida sobre a existência de seres humanos cuja visão espiritual lhes
permite ver as coisas tal como são. Plotino, famoso místico grego cuja luz
interna projetava-se de tal forma que era vista por todos, constitui um
excelente exemplo histórico.
“Quando encontramos o Eu assim purificado e o vemos como uma única
radiação, uma radiação imensurável... é chegada a visão. Mesmo aqui em
baixo, atingiremos as alturas e não precisaremos mais de orientação”.
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Orientação? Eis aqui o grande segredo: desfrute tranquilamente cada hora

como se pouco lhe importasse o que acontecesse à sua felicidade. Faça isto
não com o que se chama geralmente de descuido, mas porque, sabiamente,
percebe que não precisa cuidar-se.
Compreenda e aja no que interessa ao seu Eu Interno e não terá problemas de
comportamento no Eu externo. O motivo por que temos problemas é devido a
que procuramos orientação do ego (o Eu externo), que nada mais é do que
uma massa de confusões e contradições.
Ao perceber as coisas como elas realmente são, o mundo externo não poderá
afetá-lo de maneira alguma a paz. Se uma pessoa num milhão pensar que pode
ser pobre, fracassado, de má saúde e, ainda assim, ser feliz, ele será um
verdadeiro génio. Vejamos este hipotético diálogo:
Faço como sugere, mas ainda assim, mal saio de uma confusão, entro noutra.
Porquê?
Porque não percebeu ainda que o pensamento errado é a causa de tudo.
Experimentar as consequências dolorosas de falsas ideias não é a mesma coisa
que considerar-se como o seu criador.
Veja-se como a causa de sua situação. Aqui começa o fim dos problemas. E
quando dominar as Leis Universais saberá como utilizar eficazmente o seu
pensamento.
O professor insiste em que devemos desfrutar da vida, mas, apesar de tudo, há
tanta tristeza e maldade. Como é que, neste caso, pode ser a vida divertida?
A vida é divertida, mas não os seus pensamentos condicionados sobre ela. Não
suponha que as suas ideias sobre a vida constituem a própria vida. No dia em
que você compreender a vida como ela realmente é, ela será uma alegre
realidade... e de um novo tipo.
Aprender a ouvir o chamado interior para iniciar a jornada da Autorrealização,

pode ser algo mais ou menos assim: um marinheiro, perdido numa espessa
floresta, nutre a esperança de ouvir o rugido das ondas que o guiarão de volta
ao mar. Apura o ouvido, mas os ruídos dos animais e os ventos bloqueiam-lhe a
audição. Ele, porém, persiste, alerta, enquanto anda de um lado para outro.
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Inesperadamente, a selva silencia-se durante um momento e ele ouve o leve,
mas nítido som do mar.
Nesse momento, sabe que tudo está bem. Mesmo que os ruídos da selva o
distraiam temporariamente, sabe ainda que caminha na direção certa.
De idêntica maneira, quando a mente condicionada cessa a luta frenética e cai
no silêncio, ouvimos a voz orientadora do Eu Interior que nunca deixou de
tentar alcançar-nos.
Quando o pensamento, o planeamento e as decisões nervosas acabam, a
ansiedade também termina. A mente condicionada não dá resposta a coisa
alguma. Mais cedo ou mais tarde precisamos compreender isso. Teremos de
entender pela observação e pela experiência que isto é um facto real.
Ao chegarmos ao fim da nossa corda mental, quando não sabemos o que fazer
ou pensar, quando todos os caminhos de fuga estão bloqueados, quando tudo
é desespero, por que lutar com o problema quando a mente é incapaz de
encontrar uma solução? Por que continuar absolutamente a pensar? De alguma
maneira, sentimos que tudo estaria bem se conseguíssemos tirar do caminho a
mente irrequieta. A parte mais profunda de nós sente que a luta da mente para
libertar-se do problema constitui o próprio problema.
Por que não dar um passo para o lado e observar o que acontece quando a
mente condicionada desiste de lutar? Faça isso e observe o que acontece.
“A Inteligência Espiritual Começa Onde Termina a Inteligência Comum”.
Pontos importantes deste capítulo
1. Todas as pessoas podem despertar para a liberdade e a paz da

Inteligência Espiritual Superior.
2. A Inteligência Espiritual Superior funciona muito acima dos
pensamentos condicionados comuns.
3. O pensamento da Inteligência Espiritual Superior ensina a única
maneira prática de viver.
4. O seu Mundo Interno (Eu Interno) configura o mundo externo.
(Eu externo, ego).
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5. Se quiser a autêntica felicidade, coloque em primeiro lugar o
Mundo Interno (Eu Interno).
6. A grande finalidade ou significado da vida é despertar para a
Verdade Universal e para as suas leis.
7. Você pode recuperar a calma e o relaxamento natural.
8. Nunca sacrifique a honestidade íntima por pessoa ou coisa
alguma.
9. É preciso ir além do mero conhecimento condicionado do seu Eu
externo (ego).
10. Deixe que a orientação Espiritual nasça no seu íntimo, e aprenda
as três Leis Universais mais importantes.
“Uma vez que alguém descubra e saboreie a beleza que guarda no

seu interior e a abundância que sente durante uma profunda conexão
com o plano espiritual, nunca volta a ser o mesmo: o seu mundo muda
dramaticamente. A única coisa que temos de fazer é permitirmo-nos
crer, por de lado a máscara do ego em que nos disfarçamos e voltarmos
a nos reconectarmos com a Fonte”.
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CAPÍTULO III
USAR A INTELIGÊNCIA ESPIRITUAL SUPERIOR PARA

OBTER NOVOS SUCESSOS
“Ser filósofo não é meramente ter pensamentos subtis, nem mesmo

fundar uma escola, mas amar de tal modo a sabedoria que se passe a viver, de
acordo com os seus ditames, uma vida de simplicidade, independência,
magnanimidade e confiança”.
A Principal Ilusão do Homem
Uma fábula do Oriente antigo conta-nos a história de um mágico rico, mas

perverso que possuía grandes rebanhos de carneiros. Não querendo mandar
erguer dispendiosas cercas ou contratar pastores, imaginou um plano
inteligente. Hipnotizou os carneiros e contou-lhes mentiras sobre as suas
respetivas identidades. Convenceu um carneiro de que ele era um leão, outro
que era uma águia, e assim por diante. Pela hipnose levou-os a acreditar que
tudo o que fazia era em benefício deles e que nenhum mal lhes aconteceria
enquanto nele confiassem. E desta maneira os ingénuos carneiros serviram às
finalidades egoístas do maldoso mágico.
Da mesma maneira são as pessoas hipnotizados pela alienação. O cruel mágico
é o conjunto de falsas ilusões de cada um. Não apenas pensam que as ilusões
são boas, mas não têm a mínima ideia de que estão em estado alienado!
“Enquanto sonham, não sabem que sonham”. (Chuang-tse).
A principal ilusão ou alienação do ser humano, que supera todas as demais, é o
seu falso senso do Eu. A pessoa (o ego alterado) não é o que pensa que é. É
tão importante compreender isso que introduzirei esse pensamento várias vezes
neste trabalho. Mas, por agora, podemos dizer o seguinte: Não tema desfazer-
se da identidade adquirida, inventada, desse falso sentimento de "Eu". Isto
equivaleria a temer o desaparecimento de uma dor de cabeça. E é isso o que é
o imaginário "Eu" - uma grande dor de cabeça.
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Se começar a suspeitar de que não é o tipo de pessoa que pensa ser, você se
tornará crescentemente perturbado. Considere isso como uma manobra
meramente astuciosa do falso Eu que quer apegar-se à falsa exigência à sua
custa, utilizando a persuasão. Se pacientemente suportar a perturbação, você
se dirige para outra grande região - a compreensão - que constitui a grande
vitória.
Justamente porque não existe o Eu humano habitualmente como o concebe,
tampouco existem coisas tais como força ou fraqueza humanas, sabedoria ou
estupidez, sucesso ou derrota, bondade ou maldade, ou outros opostos do
mesmo género. Nada nos pertence: pertence tudo a Deus, à Inteligência
Espiritual superior, ou a qualquer nome que você decida dar à realidade final.
Acredita? Ou Sabe?
O Tipo Certo de Rebelião
Nas nossas identidades imaginárias criamos o caos no sistema psicológico

humano. Causam conflito, como dois aríetes em choque. A pessoa pode ter
uma imagem inconsciente de si mesma como sendo tão "forte" que não o
preocupam as paixões sexuais. No entanto, quando pensamentos sexuais lhe
ocorrem, como ocorrerão, erroneamente chama-os de "maus". Tendo-os
rotulado de maus, sente-se culpada e envergonhada. Tenta reprimi-los ou
negá-los e quanto mais se esforça, maior o sofrimento. Não percebe que deve
deixar os pensamentos passarem sem identificação, julgamento, condenação
ou mesmo reação. Desta maneira, comporta-se de modo inteligente, incapaz de
criar conflitos. Surge o conflito apenas quando uma identidade artificial se
choca com o que realmente é.
À medida que o Eu inventado ou artificial (o ego alterado) desaparece, cessam
também os pensamentos dolorosos. Um desses fantasmas consiste em pensar
que alguém ou alguma coisa o aprisiona, limita-lhe as oportunidades de
progresso ou prazer. O pensamento falhado, faz-se sempre acompanhar de
ressentimento doloroso contra aqueles que julgamos responsáveis pelos nossos
grilhões. E isto leva-nos a uma revolta inútil, muito parecida com o partir um
violino porque não o sabendo tocar, tiramos dele apenas sons desarmoniosos.
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Nenhuma pessoa pode "restringir ou limitar" outra. Não, quando realmente
compreendemos. As algemas existem apenas no nosso pensamento limitado.
Mas há lugar na sua busca para a rebelião - do tipo certo. Rebele-se contra
tudo que, no seu íntimo, considerar artificial. Transforme-se no que você é! (Ou
deveria Ser)
Isto porque há uma enorme diferença entre o que o falso Eu pensa e o que o
Eu autêntico sabe. Receba de braços abertos, portanto, a autorrevelação da
mesma maneira que receberia uma brisa fresca num quarto abafado. Descubra
o que você realmente é, pois aprenderá então o que poderá realmente ser com
o Eu Interior, ou a Inteligência Espiritual.
Não será tão catastrófico como poderíamos pensar reconhecer a nossa própria
nulidade; na verdade, constitui uma revelação. Parece, apenas, uma catástrofe
porque hesitamos, temerosos, em renunciar ao ego alterado. Mas só
passaremos por esse negro túnel depois de nele ter penetrado.
Nenhuma outra ideia fará mais para libertá-lo de fardos desnecessários,
incluindo as falsas culpas e deveres. “O egoísmo humano é o inferno na Terra”.
Devemos Transcender o Pensamento Humano Condicionado
A vida vai-se revelando até ao ponto em que entendemos como funciona a

mente. O pensamento humano é um processo de comparação de coisas. Ao
nível diário, a comparação é útil. Na compra de uma casa, comparamos
diversas e escolhemos a que considerarmos melhor.
Mas não há lugar para comparações na vida interior. Se você chama a uma
coisa de boa, terá de chamar ao seu oposto de má. Mas logo depois, se o
sofrimento o visitar, você sofrerá. Se você acha que é bom quando chega uma
mensagem inspiradora, sentir-se-á mal quando nenhuma mensagem chegar. Se
você se sente jovial com a mocidade, sentir-se-á deprimido ao pensar na
velhice. “Onde há o bem, forçosamente haverá o mal”. (Lu Wang).
Não deveremos deixar que o nosso pensamento seja influenciado por esses
dolorosos conceitos opostos, mas fazê-los nascer da perceção da Inteligência
Espiritual. Devemos transcender o bem e o mal concebidos pela mente
humana. Além deles encontraremos a transcendência.
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Pensar na base dos opostos do bem e do mal significa estar espiritualmente
adormecido. Neste estado de sono o homem dilacera-se tentando ser o que
considera o bem e evitar o que julga o mal. Mas é impossível ser humanamente
bom ou mau, pois no nosso Eu humano carecemos de ambos. Há apenas a
Bondade Divina! Todas as autênticas religiões ensinam isso, embora sejam
muito poucos os que o compreendem.
Que revelação! Isso significa que jamais nos devemos sentir mal a respeito da
nossa suposta maldade. Este sentimento é a própria coisa que a perpétua. O
medo do “mal” significa que nos identificamos com ele, isto é, supomos ser a
própria maldade. No nosso Eu não somos bons nem maus. Mas tudo isto deve
ser analisado até que percebemos o seu significado espiritual. Observe o
seguinte diálogo:
Pode demonstrar-me, como isto se aplica na situação prática de amizades e
relações sociais.
Quando deixar de pensar em termos de opostos, você nem aceitará nem
rejeitará nenhuma pessoa no significado habitual dessas palavras. Você libertar-
se-á da solidão envolvida pela rejeição e dos conflitos que geralmente surgem
ao aceitar as ligações. Esta orientação proporciona a aceitação totalmente nova
de todos, que é o autêntico amor.
Mas eu sou muito sensível ao que os demais pensam de mim!
Como, podem os pensamentos de outros o prejudicar? É o seu pensamento
sobre os pensamentos deles que o prejudicam. Mude os seus pensamentos,
aprenda os Conceitos da Ciência da Autorrealização.
Um dos principais motivos da infelicidade é o que chamo de teatralização

mental, isto é um mau emprego da imaginação. Você sabe como funciona.
Você teve uma experiência desagradável com alguém e repassa-a numerosas
vezes na sua mente. Visualiza o que disse, o que ela fez, o que ambos
sentiram. Por mais desagradável que seja, você sente-se compelido a repetir
noite e dia a cena, como se estivesse fechado num teatro a ver uma encenação
de terror.
Para romper com isso, tem de compreender que você está a passar isso na sua
mente. Procure tornar-se consciente do domínio mecânico da cena sobre si. Em
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seguida, por decisão consciente, desligue-a. Sacuda a cabeça e rompa com
isso. Agora, neste instante, olhe em volta rapidamente. Onde está a dor? Não
existe. Desapareceu. Você conseguiu realizar algo realmente grande. Você
provou que pode desligar-se dessa representação mental e a dor que ela lhe
infligia. Você está livre, e livre agora.
Tente esse método. Mesmo que só tenha êxito parcial, na primeira vez, apenas
durante uma fração de segundo, você teve êxito! Compreendendo que o
pequeno sucesso é possível, você pode passar aos grandes, se perseverar.
Os Segredos da Busca Vitoriosa do Eu
Precisamos aprender a fazer perguntas corretas como: "Por que me comporto

assim?" ou, "De que modo posso deixar de desperdiçar as minhas energias
naturais?" Estas perguntas são corretas, pois têm como objetivo o
autodesenvolvimento. Como exemplo de uma pergunta incorreta, alguém se
interroga: "Estou nervoso sobre o que vai acontecer. O que devo fazer?"
Jamais poderemos aprender a agir corretamente enquanto vivermos com a
mente cheia de ideias falsas e desejos contraditórios. A mente viverá sempre
nervosa e inquieta. Ao viver tendo como base a Inteligência Espiritual,
saberemos exatamente como agir em todas as situações. Inicialmente, ao
pensar com a Inteligência Espiritual Superior evitará as situações geradoras de
ansiedade.
Aprenda a trabalhar para o seu próprio benefício. A vida vitoriosa pode ser
comparada a um jardim cercado por um muro. A beleza e o aroma estão ali,
mas precisam ser merecidos. Não há um portão aberto ao público, pois o
jardim seria logo pisado pelos meramente curiosos e pelos que não darão
verdadeiro valor ao seu maravilhoso esplendor. O muro deve ser escalado com
esforço pessoal, pois este é o teste da sinceridade. O leitor o quer o suficiente
para esforçar-se antes de chegar até ele? Se assim for, voltará uma e outra
vez, a despeito de fracassos após fracassos, ignorando a aparente inutilidade
da tarefa, e abandonará todas as posses inúteis que dificultam a escalada.
Um dos maiores problemas que enfrentará será a incapacidade de distinguir
entre as fontes verdadeiras e falsas de ajuda. Na sua confusão vai tropeçando
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de um sistema ou mestre até outro, amiúde sucumbindo a doutrinas inúteis ou
perigosas. As suas esperanças elevam-se às alturas do puro júbilo, mas, pouco
tempo depois, cai outra vez e recomeça a cansativa busca.
Mas pode ajudar-se a si mesmo. Pelo menos, pode compreender a atual
incapacidade de distinguir entre o real e o irreal. Pode observar que a
ansiedade o força a aceitar tudo aquilo que promete alívio rápido. Pode
perceber que, erroneamente, coloca a excitação emocional antes da clareza
mental. Ao perceber a própria desvalorização, revela a si mesmo um facto de
imensa utilidade. Identificando inicialmente a fraqueza em si, pode continuar e
descobrir a verdadeira força!
Não fique impaciente com o progresso aparentemente lento. Não tente correr
mais velozmente do que pode, se estudar, refletir, e tentar, você vai progredir,
perceba isto ou não. O viajante que percorre a estrada na escuridão da noite
ainda anda para a frente. Algum dia, de alguma maneira, tudo se desvendará
como o desabrochar natural de um botão de rosa.
Ao nos aproximarmos gradualmente do lar, nós o reconheceremos. Nascerá um
sentimento vagamente familiar a respeito das coisas, tal como numa visita após
uma longa ausência. Sentimo-nos mais próximos de onde costumávamos viver.
Examinaremos agora uma lei espiritual a que a mente humana opõe toda a
resistência. Apesar de tudo, se é aceite e entendida, proporcionará ela uma
vida inspirada.
Trata-se da lei do ganho pela perda voluntária. A fim de obter o novo e o
superior, precisamos, de início, perder o velho e o inferior. No mundo físico, a
cadeira velha e a nova não podem ocupar o mesmo espaço na mesma ocasião.
O mesmo ocorre no mundo espiritual. A mente não dispõe de espaço para uma
ideia falsa e outra verdadeira simultaneamente; uma ou outra predominará.
Para obtermos o realmente valioso devemos, de bom grado, renunciar ao sem
valor. Não dar valor ao nada!
Você renunciaria, voluntariamente, ao velho, ao sem valor, sem exigir conhecer
a natureza do novo? Este é o desafio que encontrará a cada passo na direção
da sua Inteligência Espiritual. As eventuais perguntas e consequentes respostas
ensinarão como se deveria agir:
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O professor diz que os conceitos espirituais da Autorrealização são fáceis de
entender, mas, ainda assim, parecem-me difíceis. Porquê?
Uma ideia pode ser simples, mas, apesar de tudo, não ser clara. A simplicidade
reside na própria ideia e a má interpretação, que a mente alterada faz dela. Ao
esclarecer-se a mente, esclarece-se também a ideia.
Ainda não sei como tornar-me "consciente de mim mesmo". Haverá por acaso
uma técnica fácil que eu possa usar!
Simplesmente anote todas as fortes impressões que observar em si durante o
dia. Reúna apenas as mais fortes, mais emocionais. Anote-as em curtas
palavras, como por ex.: irritado com o mau tempo e feliz com as boas notícias.
Antes de ir dormir, passe em revista o desfile observado. Isto o fará consciente
do conteúdo da consciência, e eventualmente a possibilidade de a modificar.
Eu quero ajudar outras pessoas.
Não tente salvar o mundo, ele não quer ser salvo. Tudo que você pode fazer é
ajudar-se, assim você estará a ajudar-se a si próprio ao ajudar os outros.
Vinte Princípios Básicos da Inteligência Espiritual Superior
1. Reconhecer e dissolver o falso sentido do Eu constituí uma corajosa e

compensadora tarefa.
2. A ajuda de que você necessita sempre existirá, mas é preciso que a
queira, receba-a, e trabalhe sincera e persistentemente por ela.
3. O seu Eu fundamental não pode ser afetado pela mágoa, a confusão e o
desespero.
4. É possível a qualquer pessoa realizar de um modo fantástico uma
autotransformação construtiva, atualmente despercebida.
5. Você transforma a sua vida ao compreender os seus desejos e não ao
tentar satisfazê-los.
6. A coragem autêntica consiste em dizer a si mesmo o que não quer ouvir.
7. Não aceite o inferior na crença de que é o melhor que pode ter.
8. Da mesma forma que o ramo cheio de frutos se estende do tronco, a
estabilidade pessoal nasce dos conhecimentos espirituais.
9. Valores inventados trazem desespero; valores espirituais libertam.
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10. Se não gosta do efeito, não deseje a causa.
11. O castigo vem apenas dos falsos pensamentos e, por isso mesmo, para
interromper o castigo interrompa os pensamentos ilusórios.
12. A maneira como você reage aos factos da vida diária é exatamente o
que transforma o seu dia no que ele é.
13. A verdade constitui uma séria ameaça ao sofrimento.
14. A insatisfação persistente com a escravidão prova a existência da
liberdade.
15. Dentro de você, neste exato momento, existe tudo o que você procura,
mas é preciso que desperte para o objetivo de o encontrar.
16. Não se deixe atrair por nada que não a Verdade Divina da sua
17. Não lute nunca para mudar de situação. Em vez disso, procure mudar o
seu nível de consciência, ou perceção da Verdade Divina.
18. Tudo aquilo que para ser conseguido de outro ser humano requer o
sacrifício da honestidade não vale a pena ser obtido.
19. Você pode agir mil vezes melhor do que pensa.
20. A grande finalidade da vida é despertar para as Verdades Divinas
reveladas pela Inteligência Espiritual Superior, e conhecer as Leis Universais e
os conceitos da Ciência da Autorrealização.
Permita que as familiaridades com os ensinamentos da Inteligência Espiritual

Superior e da Ciência da Autorrealização, se transformem em aceitação e
compreensão. Não combata inconsciente ou subconscientemente com o que lhe
possa parecer estranho.
Como Obter o Poder da Compreensão
Suponhamos que uma criança que vive em Lisboa ter como trabalho escolar
escrever a sua primeira carta, dirigida a um jovem amigo em Luanda. Nada
conhecendo do serviço postal, pergunta-se como a carta poderá chegar ao
destino através de milhares de quilómetros de terra e mar. Carecendo de
conhecimentos, preocupa-se e faz muitas perguntas. Logo que o processo lhe é
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explicado, porém, percebe que as coisas trabalham em seu favor e relaxa-se.
Porque compreende, não precisa mais pensar. (Lembre-se desta grande
verdade.)
Ao depararmo-nos com uma verdade espiritual que não compreendemos, a
reação correta deve ser: "Bem, o que é, exatamente, que isto está a tentar
ensinar-me?
O conhecimento espiritual elimina toda e qualquer confusão ocasionada pela
falta de compreensão. Vejamos a prosperidade mundana. A evolução espiritual
não exige que você abandone as pessoas ou as posses da vida. Você precisa
apenas deixar de identificar-se com elas, isto é, deve ignorar a excitação
passageira por elas causada. Ao conseguir isto, você desenvolve indiferença
espiritual para com elas, pois compreende que a simples excitação coisa
alguma acrescenta ao seu Eu Eterno. Compreende também que os sentimentos
de excitação reagem sempre criando os seus opostos - os sentimentos de dor,
apego e consequentemente, medo. Liberto da agitação e da dor e apego a
respeito de pessoas e posses, você pode desfrutar de ambas, tornando-se
próspero e abundante sem temer a sensação da perda.
A compreensão liberta-nos daquela terrível e tirânica frustração. Enquanto o ser
humano tentar realizar o impossível, a frustração será a sua companheira. O
impossível consiste em tentar forçar a vida a conformar-se a falsas
necessidades, psicológicas tais como o louvor e a aprovação dos demais. No Eu
exterior você tem necessidades reais de alimentos, repouso, conforto físico. No
Eu Interior você tem uma única e autêntica necessidade - a união com a Todo.
Este facto pode ser ilustrado pelo seguinte diálogo:
Como posso saber que eu compreendi certa verdade?
Quando não repetir mais os mesmos erros, tais como os sentimentos de inveja
e a exigência de atenção. Os seus erros baseiam-se na sua má interpretação.
Quando você realmente perceber um facto mais elevado, não precisará
comportar-se mais à moda antiga. Abandona a estrada de areia ao avistar a
estrada pavimentada
A Ciência da Autorrealização afirma que somos livres e que sempre o fomos. Eu
não compreendo. Não estou livre das dúvidas e do sofrimento.
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Há literalmente um mundo de diferença - entre um facto esperitual e a maneira
como o percebe. É certo que os tomates constituem bom alimento, mas houve
tempo em que foram rejeitados e ninguém queria experimentar-lhes as boas
propriedades. A perceção é tudo, pois torna o facto pessoalmente funcional.
Penso que realizei grande progresso, mas a estrada é longa, muito longa. O
que devo fazer quando cansar-me?
Torne-se indiferente ao cansaço e lembre-se de que a verdade é a única coisa
que nunca se cansa de tolerá-lo.
No caso de que ainda não compreendeu, o caminho é claro: desaprenda o

negativo.
Tome como exemplo as aparentes injustiças da vida. Muitas pessoas julgam
que os seus esforços para viver honradamente nem despertam recompensa
nem apreciação. Alguns pensam que foram bondosos com os demais e que, por
seu turno, receberam ingratidão.
Há, de facto, injustiça no nível humano, mas o objetivo da Autorrealização é
viver acima dele. No nível mais alto, você ficará atónito ao descobrir que
simplesmente não existem sentimentos de injustiça. À medida que essas
palavras perdem o “sentido" você perde o senso de injustiça.
Tudo depende daquilo que amamos. Se a nossa paixão dominante é a vida
mais alta, o que importa se alguém nos recompensa e aprecia ou não? Não,
não importa. A águia que plana nas alturas não tem necessidade de ser
apreciada pelas criaturas rastejantes.
Um sinal certo do aguçamento da compreensão ocorre quando você não mais
crítica as pessoas maldosas ou criadoras de casos, que lhe despertam apenas
compaixão. Você compreende que a maldade não ficará impune e que os cruéis
são o seu próprio castigo. Desde que escapou da autopunição graças à sua
nova intuição, você percebe que os demais precisam agir da mesma maneira. E
por isso você é bondoso ou no mínimo, tolerante para com eles.
Incidentalmente, você deve sentir-se grato aos que o feriram com a injustiça.
Ela proporciona o estímulo necessário para procurar descobrir por que se sente
injustiçado, o que o liberta da dor desse sentimento.
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Desenvolva o hábito de voltar-se para dentro em todas as ocasiões em que algo
sair errado externamente. Vivemos todos ansiosos por protestar, dar um
telefonema ou opinar alguma coisa. Inverta a tendência, Pense: "Agora há algo
em mim inteiramente capaz de lidar com esta situação, e sem agitações
inúteis." A prática constante revela que, de facto, há.
No dia em que vislumbra pela primeira vez o que significa viver acima das
habituais reações mecânicas e negativas da vida, a pessoa sente um novo
prazer. E também percebe que existe um tipo inteiramente novo de
oportunidades que sempre estiveram ali.
Por acaso já sentiu alguma vez falta de oportunidade de penetrar ativamente
no labirinto de sua mente? Dê-se a oportunidade perguntando: "O que
acontecerá se eu deixar de lutar para viver a vida e simplesmente deixar que
ela seja vivida por mim? O que acontecerá se eu simplesmente puser de lado
todo o doloroso esforço de tentar ser feliz, popular ou reconhecido? O que
acontecerá?" E não reaja timidamente à ideia. Em vez disso, experimente-a.
Como Manifestar O Eu Real
Não devemos ignorar o mais importante na vida, que é a Autorrealização.

Crescemos se fizermos as escolhas certas. Se escolhemos o autoconhecimento
em vez da autoilusão, subimos flutuando. Se escolhemos a análise tranquila do
sofrimento, em vez da resistência, afastamo-nos dele. Se preferimos confiar na
autoridade interna, e não em vozes externas, embelezamos o nosso Eu.
A mente condicionada suspeita de que tudo isso é demasiado bom para ser
verdade. Julga que seria ótimo se tais maravilhas pudessem ser
experimentadas aqui e agora, mas teme que nada mais sejam do que belas
ilusões.
A mente condicionada como invariavelmente acontece, está errada. Posso
assegurar-lhe, que todas essas maravilhas são verdadeiras e possíveis.
Mas você pode eventualmente perguntar: "Como aprenderei a pensar ao nível
da Inteligência Espiritual?"
Embora todos os esforços sinceros que faça para alcançar a consciência
universal trabalhem em prol da sua Autorrealização, tente a seguinte técnica:
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Observe o que considera no seu caso em particular, necessário dizer e fazer, do
género: “o que eu posso dizer e fazer, para alcançar a Inteligência Espiritual”.
Se praticada fielmente, a técnica é tão reveladora como ler a sua própria
biografia escrita por um amigo que o conhece intimamente.
Vejamos agora um exemplo da autoperceção em ação. Em páginas anteriores
comentamos que você não deve preocupar-se em absoluto com o que lhe
acontece. Bem, isto é um facto, mas que lhe provocará reações contraditórias.
Uma parte de si sentir-se-á excitada pela verdade inerente que contém, ao
passo que a outra perguntar-se-á confusamente como isso pode ser verdade no
que interessa à sua personalidade.
Se estiver consciente da sua resistência, a consciência realizará um bom
trabalho. Sobra-lhe verdade e nada mais do que verdade. A consciência de
cada reação, por conseguinte, constitui a sua libertação final.
O rápido progresso é assegurado quando você procurar descobrir o motivo real
para fazer algo, e não o "suposto" motivo. No início, você os descobrirá muito
distantes entre si, mas, com a autounidade, eles tornar-se-ão os únicos e os
mesmos.
A honestidade é a única atitude. Ela revela, como observava Krishnamurti, “a
verdade como verdade e o falso como falso”. Se perseguimos ideais espirituais
apenas como confirmação consoladora daquilo em que queremos acreditar, não
as estaremos a procurar, mas a vaguear por aí.
O lema do investigador sincero é claro: "A verdade, a todo o custo.” Quais os
custos? Devemos deixar que a verdade nos custe tudo aquilo que pertence ao
mundo teatral, especialmente o cansativo ato de fingir que já sabemos a
verdade.
É mais honesto chorar do que rir. Mas se você chorar conscientemente, por fim
rirá com honestidade.
Há magia autêntica e falsa. A falsa é usada quando a pessoa quer algo,
emprega algum supersticioso truque mental para consegui-lo e, em seguida,
orgulhosamente, acredita que o conseguiu com o artifício. As pessoas falam
excitadamente do aparecimento de algo por que rezaram, mas nada dizem das
dezenas de vezes em que nada apareceu.
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O que é a magia autêntica? O conhecimento das Leis Universais, e viver em
harmonia com a sabedoria da Inteligência Espiritual ou Eu Interior.
O estado interior do homem lembra um campo de batalha onde dois exércitos
empenham-se em constante combate. Um exército busca a vitória espiritual
enquanto o outro a combate ferozmente. O homem sofre com essa guerra civil
mental, da mesma forma que a guerra externa produz vítimas. Para a frente e
para trás prossegue a feroz batalha, e homens bradam de júbilo ao vencerem a
escaramuça para simplesmente recuar em lamentosa confusão uma hora mais
tarde.
Será esse o nosso destino inevitável? Será tudo o que existe? Não. Há algo
mais. Há outras forças capazes de virar a sorte da batalha a nosso favor.
Conheceremos essas poderosas aliadas no capítulo seguinte e descobriremos o
que ele pode fazer por nós.
Sumário dos conceitos Importantes
1. A natureza Universal é a sua autêntica autoridade.

2. Ninguém na Terra pode negar-lhe os autênticos valores da Verdade
Universal.
3. Deixe que o falso senso do Eu se dissolva na presença da sabedoria da
4. Recuse-se a ser vítima do doloroso teatro mental.
5. A verdadeira força nasce do reconhecimento da fraqueza.
6. O seu Eu fundamental não pode verdadeiramente ser afetado pela dor
ou pela mágoa.
7. A compreensão profunda da espiritualidade elimina os pensamentos
agitados.
8. A Verdade Universal nunca se cansa de nos amar.
9. A vida sob a influência da sabedoria da Inteligência Espiritual
proporciona novos tipos de prazeres satisfatórios.
10. Você não precisa preocupar-se o mínimo consigo mesmo quando confia
na sabedoria da Inteligência Espiritual Superior.
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CAPÍTULO IV
ATINGIR O PONTO DECISIVO DA SUA VIDA COM O

SUCESSO
Entre todas as perguntas feitas por todo aquele que se inicia no Caminho da
Autorrealização, uma destaca-se acima de todas as outras. A pergunta é a
seguinte: “Quero ter êxito, uma vida mais plena, mas como?”
Deixe-me responder com três palavras – recetividade às Leis Universais – e, em
seguida, analisar na sua utilização o magnífico e rico significado de que elas se
revestem.
Recetividade Às Leis Universais
A recetividade individual é tudo, absolutamente. Sem ela, nada se modifica.

Com ela, tudo lhe será possível.
O contacto com a verdade traz à tona o melhor ou o pior do ser humano. Ao
ouvirmos uma verdade, ela cai no Eu verdadeiro ou no falso. Se cai no artificial,
é rejeitada, destorcida, ou ignorada, nenhuma mais valia é trazida ao indivíduo.
Mas se a pessoa adota uma atitude recetiva, e a verdade cai no seu ser
autêntico, proporcionando-lhe compreensão, alívio e sucesso.
A recetividade é uma questão de graduação. A nossa tarefa consiste em
estender-lhe mais e mais o tapete das boas-vindas, permitindo que ela nos
auxilie cada vez mais. Um pouco de recetividade abre o caminho para mais
pois, cada experiência compensadora mostra-nos que a verdade que outrora
temíamos e rejeitávamos é a felicidade que desejávamos.
Será você capaz de receber o que realmente quer? Se puder responder
afirmativamente a esta pergunta, poderá ter tudo o que realmente quiser.
A recetividade é "milagrosa”. Modifica o modo como você vê as coisas. Vejamos
o que comumente se chama de fracasso, é apenas uma palavra, uma atitude,
um sentimento, e nada mais.
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Jamais poderá fracassar quando perceber e utilizar as Leis Universais,
perceberá qual o seu pensamento, e a correta utilização dele, proporcionam-lhe
o poder de utilizar os recursos ilimitados do Universo.
Manter a Calma Numa Crise
Eis aqui uma versão do que constitui um dos ricos resultados da recetividade. A
pessoa adquire intuição sobre as falsas ideias e elas se dissolvem sob o efeito
do discernimento. Nenhuma outra coisa o mudará. A moralidade externa, os
conselhos, as injunções das autoridades serão em vão.
Um vendedor inteligente poderá convencer o comprador de que certo par de
botas é exatamente o artigo indicado para a difícil escalada de montanhas,
mas, no teste prático, o alpinista descobre que elas são incapazes de protegê-lo
da dor provocada pelas ásperas rochas. Pessoalmente ele vê a diferença entre
o que acreditava ser verdade e o que é o facto real.
É justamente isso o que o sofrimento tenta mostrar-nos. Sofremos porque
recusamos ver a diferença entre a verdade e o falso, entre a imaginação
humana e os factos espirituais. Fechamos os olhos à inadequação das nossas
atuais botas, que não aliviam a dor! O sofrimento procura ensinar uma lição:
"Ouça, você não vive de acordo com a realidade porque prefere as ilusões. Para
ser feliz, deite fora as botas inadequadas. Reconheça o que provocam dor,
jogue-as fora. Agora você está pronto para usar as indicadas e o sofrimento
acaba."
Use o seguinte segredo para desenvolver a recetividade: aprenda a aceitar
situações incómodas. Esta é a única maneira que poderá ensinar-lhe a sentir-se
confortável em qualquer situação. Pois ao que resistir persiste. Numa crise
nunca procure proteger o seu Eu Interior. Deixe que ela o abale como puder
enquanto se põe calmamente de lado e observa. No dia em que, sem reservas,
permitir que isso ocorra, você nunca mais poderá ser novamente abalado na
vida.
De boa vontade escute o verdadeiro mestre Interior. Não podemos obter o que
ele tem a dar-nos a menos que lhe submetamos as nossas ideias erradas para
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que as destrua. Se recuar, ocultar, argumentar ou defender, tornará impossível
a ele dar-lhe o que você precisa.
Mostramo-nos sábios quando escutamos os verdadeiros mestres, pois, como

observou o poeta Saadi: "É preciso saber que os tolos se mostram cem vezes
menos dispostos a encontrar os sábios do que os sábios relutam em aceitar a
companhia dos tolos."
Imagine-se em companhia de um amigo temperamental num automóvel, na
estrada, em direção a determinado local, talvez um restaurante. Você conhece
o caminho, mas o seu amigo, que guia, não. Ao oferecer-lhe orientação, ele a
recusa, irritado, insistindo em que conhece a estrada. Mesmo depois de uma
dúzia de voltas erradas, ainda recusa.
O que faria você? Permaneceria prudentemente silencioso, compreendendo que
apenas ele poderá resolver o próprio problema. Espera que os erros repetidos o
levem a reconhecer que, na verdade, não sabe e que depois disso o escute.
Quanto ao seu próprio estado mental, você fica inteiramente à vontade. Afinal
de contas, não é você que está perdido.
O mesmo ocorre na vida espiritual. A verdade não pode, nem tentará, impor-se
a alguém porque a parte antinatural do homem sempre ataca e distorce a
verdade indesejável. Só podemos ter apenas aquilo que queremos realmente, e
não o que dizemos ou pensamos que queremos. Este é o motivo por que o
verdadeiro mestre jamais distribui joias espirituais a menos que sejam
solicitadas. Vejamos agora algumas eventuais perguntas sobre o tema em
apresentação:
Numerosas pessoas estudam religião e filosofia, mas isto não parece torná-las
mais felizes. Porquê?
As pessoas fazem, desesperadamente, perguntas sobre a vida sem a menor
consciência da sua incapacidade de receber as respostas. E, ao ouvirem uma
resposta verdadeira, sem conseguir compreendê-la, tristemente supõem que
não existe resposta. A tragédia delas é a não-recetividade.
O professor tornou-me consciente da tolice de seguir as ideias dos demais. De
que modo posso romper com essa dependência?
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Ponha em dúvida todas as ideias que lhe foram apresentadas. Se todos
acreditam que dois e dois são cinco, mas, você sabe que são quatro, deve
corajosamente insistir nisso.
Há realmente uma solução para o mistério da vida?
Naturalmente que há. Chama-se Ciência da Autorrealização.
A Verdadeira Orientação Da Inteligência Espiritual
As ondas de poder da substância Universal tentam alcançar-nos

constantemente. Procuram acesso para guiar, curar e confortar. Os nossos
ruídos interiores, porém, bloqueiam-lhe a influência benéfica da mesma forma
que a pessoa que conversa incessantemente ao telefone isola-se das
chamadas. Bloqueamos a ação das Leis Universais que nos chega através da
Inteligência Espiritual mediante a recusa de renunciar às falsas identificações e
aos nossos volúveis desejos.
Deixe-me explicar o significado metafísico do conselho do Novo Testamento:
"Não pense no amanhã." Suponhamos que você decida na sexta-feira
comportar-se de certa maneira numa situação que ocorrerá no sábado. O que
condiciona a decisão? Simplesmente o desejo especial que o domina no
momento. No sábado, porém, um desejo inteiramente novo assume o comando
e você comporta-se de forma diferente da planeada. Os desejos não têm,
porém, o poder de influenciar a conduta coerente ou correta e por isso mesmo
não se deve confiar neles. Em vez disso, enfrente a situação de sábado sem
ideias preconcebidas sobre o que dirá ou fará. Isto deixa a mente pura,
desimpedida e capaz de receber a orientação da Inteligência Espiritual.
Analisando o momento em que a pessoa dá uma meia-volta, isto é, quando a
resistência autoaniquiladora desaparece e surge a autoaceitação enriquecedora,
verificamos que o ponto crítico decisivo é alcançado quando ele não a pode
aceitar mais. Percebendo a tragédia secreta da sua vida - conscientemente -
lança-se à primeira tentativa de rebeldia de libertar-se.
O ser humano é frustrado e conforme vimos, é levado a agir pelos opostos.
Rejeita o que pode salvá-lo e abraça freneticamente o que lentamente o
destrói. O que acredita ser plenitude é o vazio: o que supôs luz é sombra. Em
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todas as ocasiões em que “bate à porta” à espera de boas-vindas, não há
ninguém para recebê-lo.
Na crise, porém, o iniciado nas verdades Universais decide corretamente pela
primeira vez. Decide verificar se há ou não algo além da sua oculta ignorância.
Isto geralmente conduz ao seguinte: Vagamente, sente que há algo
inteiramente diferente das suas ideias anteriores. Não tem a menor ideia do
que é ou aonde o conduzem, mas não importa, está a caminho.
O Caminho reveja-se surpreendentemente instrutivo à medida que ele
prossegue. Nota que o heroísmo no Mundo Interior é inteiramente diferente do
que é assim chamado no mundo exterior. O Eu Interior não recebe aplausos,
medalhas, notícias nos jornais. Ninguém o conhece, exceto ele mesmo, o que é
tudo do que necessita. Dispõe agora de uma nova definição do heroísmo: a
respeito de todos os obstáculos - voltar a si mesmo na plenitude Universal de
viver.
O iniciado avançado compreende a diferença entre a falsa grandeza e a
verdadeira. Se alguns homens que o mundo considera hoje grandes fossem
colocados em uma ilha remota, sem a fama, a fortuna e as multidões, eles
entrariam em pânico. Todos os homens realmente grandes alcançam as alturas
sublimes isolando-se do mundo, emergindo apenas quando iluminados pela
própria recetividade. A separação não consiste necessariamente em evitar a
sociedade pública, mas em viver física, mas não intimamente entre os homens.
Tais casos são conhecidos: Jesus, Buda, Sócrates, Thoreau. Certo sinal da
grandeza deles era o desinteresse em formar adeptos, muito embora tivessem
uma nobreza magnética.
Mais e mais o iniciado sincero compreende a necessidade de fazer alguma
coisa, salvo tornar-se a pessoa consciente a cada momento que passa. Num
relâmpago de intuição, anula a compulsão terrível de planear, proteger, evitar,
revisar, atacar, agarrar, apegar-se, recuar, resistir, lamentar, preocupar-se,
esperar, lutar, insistir, exigir, ansiar, batalhar, censurar, desculpar-se,
convencer, acreditar. O horrível fardo é aligeirado e substituído por uma
tranquila perceção.
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Fazer Um Pedido Correto
É do conhecimento e Lei Universal de que nenhuma pessoa pode receber a

menor dádiva a menos que a solicite e peça como se realmente a quisesse. A
resistência aos factos libertadores da vida consiste na recusa em tentar
entender ou em rejeitá-los como itens que o indivíduo já compreende.
Ao deparar-se com as Leis Universais, ninguém exige que você as compreenda.
De que modo poderia? O seu papel consiste em as observar com sadia
curiosidade e procurar aprender sempre mais. Um método são e sensato como
este sempre produz bons resultados.
A mente pode receber melhor as verdadeiras ideias quando são apresentadas
indiretamente, como o demonstram os grandes mestres. A sabedoria desses
mestres contorna a resistência da mente condicionada, penetrando no Eu
intuitivo, que as reconhece como verdades.
Por isso mesmo, uma das nossas primeiras tarefas constitui a tentativa, não de
receber, mas de remover os obstáculos à recetividade. Entre eles estão os
pensamentos negativos, as reações mecânicas, as atitudes rígidas.
A não-recetividade ao erro atrai a recetividade à verdade. Não dê boas-vindas
às influências negativas. Diga não a tudo aquilo que lhe parece erróneo. Isto é
difícil no início porque não queremos reconhecer a falsidade. Podemos admirar
a ousada sofisticação de um homem, sem compreender que ser abertamente
sofisticado é, com toda probabilidade, "um logro", A sabedoria e a força,
porém, virão um dia. A árvore nova precisa de proteção contra as tormentas,
mas quando inteiramente desenvolvida resiste aos golpes esmagadores dos
elementos desencadeados.
Deixe-Se Surpreender Pelas Verdades Universais
O que impede o homem de receber aquilo que o poderia renovar?

Fundamentalmente, o falso senso de identidade. Porque vive na base de
quadros imaginários de ser bom e sábio, ele rejeita irritado todos aqueles que o
perturbam.
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O indivíduo fracassa na busca Universal porque torna-se incapaz de receber a
própria verdade que busca. Insiste em que a verdade deve conformar-se às
ideias condicionadas que abriga em vez de permitir que ela seja realmente o
que é. Lembra a abelha que recusa o mel porque a flor é vermelha e não azul.
Porque no íntimo vivemos iludidos, queremos a verdade e, ao mesmo tempo, a
rejeitamos.
O homem isola-se da vida real em virtude de um aspeto peculiar da sua mente
chamado de "kundalini". Esta palavra deriva do antigo sânscrito e significa
"pensar com imaginação fantástica", isto é, iludir-se. "Kundalini", porém, é uma
energia ilusória - não é energia absolutamente. Evapora-se sem causar dano
quando o aparente escravo desperta e reivindica o seu reino.
Ao sentir-se tentado a rejeitar novas ideias que podem reformá-lo, pergunte a
si mesmo: "O que dizer a respeito de minhas atuais ideias? Estão elas a indicar-
me o caminho para quem realmente sou?" Isto serve como tratamento de
choque, permitindo-lhe abrir a porta à renovação.
Suponhamos que você recebe um convite para viver numa distante ilha
paradisíaca, chamada Ilha da Surpresa. Fascinado pela ideia, faz os
preparativos. Desde que não sabe como ela é pensa em todas as coisas que
julga necessárias para o seu conforto e segurança. Reúne muitas roupas,
mobiliário, o automóvel, e assim por diante. Depois de longos e árduos
preparativos, faz-se ao mar.
Ao chegar, a Ilha da Surpresa constitui, realmente, uma surpresa. Não há
estradas, apenas belas trilhas orladas de palmeiras e, portanto, nenhuma
necessidade de automóvel. O ar é tão balsâmico e refrescante que lhe basta o
mínimo de roupas. Descobre que é inútil tudo aquilo que acumulou. A realidade
da ilha difere inteiramente de tudo o que imaginou. Lançando um olhar ao
convite, nota uma linha que não leu: Venha como está.
Este é o nosso problema. Nós não vamos como estamos, mas como pensamos
que devemos estar. Sobrecarregamo-nos de ideias inúteis que,
displicentemente, consideramos como factos. Em vez de deixar que a realidade
chegue como uma nova surpresa, insistimos em que ela se conforme aos
nossos conceitos habituais e, desta maneira, estragamos tudo.
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Nem você, nem eu, nada queremos com isso. Queremos recetividade.
Queremos vir como estamos, sem teorias, posição, poder, vaidade, imaginação
- sem coisa alguma, absolutamente. Isto transforma as coisas numa agradável
surpresa.
Eis aqui uma joia para a sua aceitação e ação imediata:
Vistas através dos olhos da compreensão Universal, as experiências infelizes do
passado são como que não aconteceram.
Viva Uma Vida Inspirada
A profunda sabedoria do antigo filósofo Epicteto foi preservada para nós devido
à mente recetiva de um dos seus discípulos, um soldado chamado Arriam.
Embora comandante militar e um dos líderes no Império Romano, o coração de
Arriam ansiava pela educação Universal. Sentiu haver uma magnífica
mensagem nos ensinamentos do mestre, Epicteto, um antigo escravo, e
fielmente anotou-os. Epicteto falava do amor, da vida, e dizia: "Considere o que
você é. Para começar, um homem..."
Há um aspeto especial na mente que precisamos compreender. A mente
alterada não pode, em hipótese alguma, dar valor a conhecimentos espirituais.
Esses conhecimentos simplesmente não existem para a pessoa que vive na
base do Eu exterior. A criança sente-se mais atraída pelo vidro brilhante do que
pelo diamante bruto porque não sabe o valor do segundo. O mesmo ocorre
com o homem ainda não desperto. Troça dos factos Universais ou ignora-os.
Não sabe que não sabe, que não sabe.
A recetividade não consiste apenas em ler a respeito de ideias espirituais. Não
significa comparecer a palestras, fazer cursos, Workshops, ensinar. Muitas
pessoas agem assim durante anos e, apesar de tudo, não mudam nada em si
mesmas. Inconscientemente, estão presas na armadilha da ilusão de que fazer
é a mesma coisa que Ser. Mas não é, como dão testemunho a irritação e o
nervosismo da vida diária.
A recetividade é algo inteiramente diferente. É um processo interior que nos
modifica os valores e eleva o espírito. É um estado da mente que começa a
amar mais os factos do que as falsidades. É a aceitação total de si mesmo,
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exatamente como é, no momento presente. É um processo secreto e, posso
acrescentar, de delicioso encanto. Pelos seus frutos conhecemos a recetividade.
Sabemos o que nos faz, e por nós. "E conhecereis a verdade e a verdade vos
libertará." (Jesus)
O Novo Testamento conta a parábola do rei que enviou amáveis convites para
as bodas do filho. Os servidores do rei levaram o convite ao campo, mas
ninguém compareceu. Um após outro apresentou desculpas. Um homem estava
ocupado na fazenda, o outro com a venda de mercadorias. Alguns dos mais
ingratos atacaram os servidores que trouxeram o convite.
Não precisamos olhar para muito longe e veremos a mesma situação nos dias
que correm. O convite para a vida inspirada é feito com a mesma generosidade
ao homem moderno, embora encontre resistências igualmente numerosas.
Vejamos algumas, juntamente com as respetivas respostas.
Mas tudo é tão difícil!

Não julgue o difícil como impossível.
Eu tenho convicções de uma vida inteira.

Honestamente, o que foi que elas fizeram por si?
Eu simplesmente não sei o que fazer.

Corajosamente, abandone as ideias fixas.
Mas as ideias espirituais simplesmente não funcionam.

Como é que você sabe a menos que as tenha experimentado?
Mas estas ideias são contrárias à boa vida.

E você está a ter uma boa vida?
Eu não preciso de pessoas ou de coisa alguma.

Você diz a mesma coisa quando deita a cabeça no travesseiro?
Mas eu não sei como começar.
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Com inexorável honestidade para consigo mesmo.
Mas, há nisso algo inteiramente novo?

Você não perguntaria a menos que sentisse que há.
Começar A Despertar Para Uma Nova Maneira Universal De

Viver
Uma antiga anedota conta a história de dois aguadeiros que se cruzam na

estrada.
- Por favor – pediu um deles – dê-me um pouco de água para beber.
- Mas – respondeu o outro – você tem água nas suas garrafas.
- Tenho, mas ela me faz ficar doente.
Não é fácil ser rude com pessoas que insistem em conservar as falsas ideias
enquanto esperam a felicidade. Mas é preciso dizer-lhes que o castigo da mente
fechada é a hostilidade contra si próprio e a autocomiseração. Que não haja
dúvida a esse respeito. Ou lutamos contra a falsidade e por nós mesmos, ou
contra nós mesmos e pela falsidade.
Os seres humanos estão num estado de sono alienado, e disso não sabem. Mas
podem despertar para uma vida surpreendentemente nova.
O problema e a solução não podem ser expostos de forma mais simples do que
essa.
Ganhe coragem lembrando-se de que a identificação do negativismo interno
constitui um ato positivo, e não negativo. A consciência da fraqueza e da
confusão torna-nos fortes porque a perceção consciente é a luz brilhante que
dissipa a escuridão do negativismo. A auto-observação honesta dissolve as
dores e pressões que outrora realizavam o seu triste trabalho na escuridão da
inconsciência. Isto é tão importante que insisto em que você grave e reflita
sobre o seguinte sumário:
A identificação do negativismo interno não constitui um ato negativo, mas um
ato corajosamente positivo que o transforma numa nova pessoa.
Certo tipo de negativismo precisa de atenção especial. Não se sinta culpado a
respeito de si mesmo. Recuse, absolutamente, sentir-se culpado. A
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autoacusação não tem lugar no seu hoje, a respeito dos erros passados. Aceite-
se exatamente como é, com todos os seus atuais hábitos. Recuse-a calma e
impassivelmente como se compreendesse que o Eu que censura é uma
identidade fictícia construída por ideias falsas, como um espantalho feito de
roupas velhas e inúteis. O espantalho não se sente culpado por não ser real. Há
algo real em você que tampouco o sente.
O início do processo de crescimento e a obtenção da maturidade psicológica
podem ser comparados a um homem que caminha por um bosque num dia
ensolarado. Passando entre as árvores, sente o frio e vê a sombra. Mas, ao
penetrar numa clareira, percebe o calor e o brilho do sol. E assim, à medida
que contínua a caminhar, alternam-se o fulgor e a sombra.
O sol é constante e somente muda a relação do homem com ele. O mesmo
acontece com o viajante espiritual que passa das trevas para a luz, da dúvida
para a compreensão. Mas, quanto mais caminhar, menos densas serão as
árvores e mais frequentes as clarreiras.
Todas as verdades Universais têm uma falsa contrapartida humana. Há a

autêntica e a falsa felicidade, o autêntico e o pseudo progresso, o pensar
correto e o errado. Uma vez que a alegria é boa e necessária, é preciso
estabelecer uma distinção entre a autêntica e a falsa.
A alegria falsa baseia-se numa ilusão. Talvez você conheça pessoas cujas
maneiras o façam sentir-se bem. Supõe que elas têm o poder de ajudá-lo, mas
um relacionamento mais íntimo mostra-as fracas e hostis. Você percebe que a
alegria que elas despertavam baseava-se em incompreensão.
Mas há a autêntica alegria. Surge naturalmente, sem esforço, ao vermos as
coisas como elas são. Apoiada na rocha da realidade, ela permanece no seu
lugar a despeito das areias movediças do mundo externo.
Os verdadeiros mestres têm naturezas alegres. Quem não ficaria alegre no
cume de uma montanha! Um desses mestres, Sri Aurobindo, nasceu na índia
em 1872. Após cursar a Universidade de Cambridge, na Inglaterra, voltou à
Índia, onde participou ativamente da política. Finalmente, compreendeu que
nem a educação universitária nem o poder político podem desenvolver a
unicidade espiritual. Tomando o caminho místico, vislumbrou o tesouro
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Universal. Atualmente, os escritos de Sri Aurobindo são universalmente
apreciados pela profunda intuição que revelam dos mundos humano e cósmico.
Combinava ele instrução prática com alegre encorajamento. Eis aqui algumas
ideias alegres para o seu uso diário:
A volta e o retorno constantes à vida autêntica no Mundo Interno

forçosamente resultarão em triunfo total.
Você é recriado a cada instante.
A vida torna-se fácil quando preferimos a nossa própria iluminação

psíquica.
Executamos a verdadeira magia quando percebemos o que ela realmente
é.
Ninguém deve censurar-se por erros de pensamento e fala.
Alegremente, siga a obscura desconfiança de que há algo melhor.
A persistência no caminho espiritual revela a necessária sabedoria, o

poder e a oportunidade.
Se modelamos um vaso com argila mole e não lhe apreciamos a forma, ele não
terá de permanecer como está. O jarro não tem o poder de impedir-nos de
modificá-lo, desde que estejamos no comando. A sua forma presente nada tem
a ver com o que podemos fazer com ela. Do mesmo modo, tampouco é fixo o
nosso presente. O futuro está nas nossas mãos. Você pode remodelar e
transformar a sua vida no que quiser.
A iniciativa é sua. Resolva no seu próprio benefício. Não continue prisioneiro de
tradições que lhe disseram ser autênticas. Não aceite como verdade coisa
alguma que não seja a sua verdade. Lembre-se de que todo o universo o apoia.
Se, de início, desperta apenas uma fração de segundo em 24 horas, você
consegue algo maravilhoso. Graças à iniciativa constante, a fração de segundo
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transformar-se-á em um segundo inteiro e, em seguida, numa hora, num dia e,
finalmente, na independência eterna.
Pontos A Lembrar
1. A recetividade à verdade Universal e as suas leis operam grandes

milagres.
2. O crescimento Universal ocorre quando não resistimos às situações
incómodas.
3. A recetividade à Inteligência Espiritual Superior proporciona orientação,
cura e consolo.
4. Seja autoconsciente e presente em todos os instantes.
5. Não dê abrigo a influências negativas opostas às Verdades Universais.
6. A consciência de estar errado desperta a verdadeira força.
7. Quando você escolhe a verdade, ela escolhe-o também.
8. Venha como está, sem ego, sem poder, sem sabedoria, em humildade
construtiva.
9. A Inteligência Espiritual Superior é o caminho para o eterno
contentamento.
10. Seja e mantenha-se alegre, pois tudo corre bem ao seu nível Universal
de consciência.
“Recordemos sempre a grande verdade de que o que dás, recebes, se dás

intolerância e juízos, isso será o que receberás, não só dos outros, mas de
ti mesmo. Isso é tão certo que aquele que passa a vida a julgar ou outros
é porque é um temível juiz de si mesmo e a sua vida se torna intolerável”.
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CAPÍTULO V
ELIMINAR O SOFRIMENTO E AS MÁGOAS OCULTAS
Olhe constantemente para dentro de si mesmo. Seja vigilante. Use o poder da

atenção vigilante. Veja este exemplo: observe um programa de televisão em
que vozes altas falam contra um fundo de música suave. Ao dar atenção
apenas á música, ouve-a claramente enquanto ignora as vozes. De idêntica
maneira, ao olhar para dentro, nota-se uma constante tranquilidade a respeito
do ruído exterior.
“Se, pela paciência, pela observação, posso obter um único raio novo de luz, se
posso sentir-me elevado... não o deverei observar para sempre?” (David
Thoreau).
É justamente isso o que vamos fazer neste capítulo. Examinaremos profunda e

seriamente o problema da tristeza, e procuraremos os raios libertadores de luz
dentro de nós mesmos.
Da mesma maneira que devemos prestar atenção ao sofrimento físico se

queremos restaurar a saúde do corpo, o sofrimento mental deve ser usado
como guia para a plenitude espiritual. Por sorte, a mágoa força-nos a examinar
o que habitualmente preferimos ignorar. Ao persistir o sofrimento temos a
oportunidade de reexaminarmo-nos e de encontrarmos a verdadeira cura.
Eu afirmo que, qualquer que seja o sofrimento, a libertação é possível. Não
obstante, é preciso que você compreenda os pontos essenciais, que serão
comentados nas páginas seguintes. Qualquer um pode despertar para a vida
radiosa como aconteceu com Buda. A Observação e a Meditação sobre o
sofrimento humano finalmente levaram-no a resolver o mistério do próprio
sofrimento. A própria palavra "Buda” significa "o iluminado”. Exploremos,
portanto.
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Como Fazer Acontecer Estes Milagres
Quando estamos perturbados, temos duas opções, podemos escolher o consolo

superficial ou a compreensão espiritual. Se escolhemos o primeiro tal como a
associação com aqueles com quem simpatizamos, não podemos alcançar a
compreensão. A exigência de consolo bloqueia a intuição mental. Mas se
escolhemos a compreensão, que nos força a permanecer isolados, sem consolo,
ela irrompe e envolve-nos. Todas as vezes em que escolhemos a compreensão
de preferência ao consolo percorremos uma grande distância, afastando-nos
dos problemas causados pela incompreensão.
Se tiver motivos para pensar que tudo está bem, por exemplo, apenas porque
goza de boa situação financeira ou tem família e amigos, digo-lhe que esta não
é a segurança autêntica. A dependência nestes casos cria o medo, pois você
sente a impermanência. Você saberá que tudo está bem apenas quando não
tiver absolutamente motivo algum para essa certeza, quando carecer de todo e
qualquer apoio psicológico. Esta é uma das aparentes contradições da vida
eterna que você precisa compreender. Somente quando nos falta o apoio
estamos apoiados. Além disso, somente nesse estado livre podemos desfrutar
plenamente das nossas finanças e da nossa família, pois não tememos perdê-
las, pois efetivamente nada é nosso.
O milagre ocorre quando a pessoa tem a coragem e a honestidade de
reconhecer que não sabe o que fazer consigo mesma. Não se trata de uma
descoberta complicada. Na verdade, é muito simples. Calma e claramente, você
dá-se conta de que não sabe, e nunca realmente soube, como dirigir a sua vida
interior. De boa mente, renúncia ao orgulho e vaidades que insistiam em que
tudo corria bem, quando, na realidade, não era assim. Você não luta mais: está
exausto. Amedrontado e despe a armadura humana e prepara-se para ser
"executado”.
Mas, em vez disso, ocorre o milagre. Tendo aberto o caminho para uma força
mais alta, ela surge para ajudá-lo em tudo. Você não tenta mais viver; permite
apenas que a vida seja vivida por si mesma. As ideias transformam-se em algo
novo e diferente. Os pensamentos, sentimentos, situação financeira,
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casamento, lar, amizades são magicamente transformados. Com grande alívio,
você compreende que a apreensiva força que temeu outrora é a única salvação.
Sente-se feliz e sabe que coisa alguma poderá afastá-la de si. Observe uma
reflexão com os seguintes argumentos:
O que nos impede, de fazer o que precisamos para eliminar o sofrimento?
A incapacidade de compreendermos o ponto importante. Qual? O simples facto
de que o sofrimento assalta o homem e que ele não sabe o que fazer. Não
sabendo o que é correto, age erradamente.
Você escolhe o quando se recusa a perceber como um facto. O sofrimento;
tentamos ignorá-lo, em vez de enfrentá-lo. Recorremos à hostilidade numa
tentativa de aliviar a pressão e recusamos fazer o que é preciso a respeito do
sofrimento. Fingimos que tudo está bem quando tudo está mal.
O Segredo Supremo Das Leis Universais
Há um segredo supremo que poucas pessoas conhecem: há Leis Universais que

gerem o poder da mente humana. São uma força sempre presente da
Realidade, da Verdade. Ao nos tornarmos conscientes desse poder, ele passa a
ser nosso. A perceção acende o rastilho que provoca uma explosão na
consciência.
Não complique a vida pensando muito nisso. É o pensamento condicionado, e
não as realidades da vida, que magoam o coração. O pensamento, o raciocínio,
o intelecto pouco fazem por si, e nunca fizeram, para o seu contentamento
íntimo. O pensamento habitual é útil apenas no nível diário das coisas, tal como
planear as férias ou raciocinar sobre a preparação de uma refeição bem
equilibrada. O pensamento condicionado não pode ter êxito sobre assuntos
psicológicos como a felicidade e a finalidade da vida. O poder mental limita-se
às atividades terrenas, como uma ave que não pode voar.
Temos, realmente, medo de deixar de pensar sem propósito. Temos receio de
deixar de fazer o errado, porque, erradamente, supomos que é a única coisa a
fazer e que, sem essa frenética caçada mental, as coisas desmoronarão. A
verdade, porém, é o oposto. Quando se interrompe o pensamento inicia-se a
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perceção espiritual e somos unificados. As tentativas de usar a mente presa à
terra para subir aos céus espirituais é a causa do desastre.
Tente não pensar na felicidade e na finalidade da vida. Interrompa os
planeamentos e os cálculos. É possível ser feliz e objetivo na vida, mas não com
uma mente hipnotizada. O filósofo inglês John Stuart Mill acreditava que
somente a mente desperta podia experimentar a verdadeira satisfação.
Não receie carecer de respostas. Não tema sentir-se vazio e incerto. Estas
situações constituem, no início, desafios, mas são etapas perfeitamente
naturais a atravessar, tal como emergir de um túnel escuro para a luz.
Permaneça no túnel. Não exija consolo ou segurança de alguém ou de alguma
coisa. Abandone-se ao túnel que parece tão horroroso, apenas para ver o que
acontece.
Acontecerá o milagre que procura. Não pode ser descrito com palavras e
precisa ser experimentado pessoalmente. Esta é a experiência que você quer e
pode ter - a reunião com o seu verdadeiro Eu Interior.
Para reflexão
Parece haver uma conspiração de silêncio a respeito do ódio. Ninguém gosta de
falar sobre isso, mas, apesar de tudo, parece que ele anda de mãos dadas com
o sofrimento pessoal. Por que há tanto ódio nas pessoas?
O ódio é uma tentativa, desesperada, de defender um falso sentido de
identidade. Se um homem deixa uma mulher, ela passa salvo algumas
exceções, a odiá-lo porque é exposto o seu próprio vazio pessoal. Sendo a
paixão tão violenta, o ódio proporciona um falso sentido de vida e de força,
readquirir o poder. O ódio é horrivelmente auto-destrutivo. À medida que o
falso se dissolve com a intuição, o ódio desaparece. A mágoa íntima é
ocasionada por não vivermos na liberdade do momento presente.
É como se você arrastasse cansativamente um pesado lastro preso a uma
longa corrente. O lastro não fazia parte da jornada para o local onde você está
agora. Parece fazer apenas em virtude da existência da corrente da memória, à
qual você se apega inutilmente. Solte a corrente e experimentará a liberdade
onde você se encontra agora, isto é, no momento presente. Você, às vezes,
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vislumbra esta liberdade quando está semiacordado pela manhã, antes que a
corrente da memória o prender novamente.
Solucionando O Mistério Do Sofrimento
O sofrimento, qualquer que seja o seu tipo, significa uma única coisa: não
estamos em sintonia com a harmonia universal. À medida que aprendemos a
nos harmonizar, o sofrimento cessa.
A criança que insiste em correr para a rua será repreendida. É incapaz de
compreender outra linguagem. Os pais a repreendem não para,
deliberadamente, magoá-la, mas porque a amam e não a querem em perigo. À
medida que a criança cresce e compreende, cessa a necessidade dessa forma
de repreensão.
Isto assemelha-se à situação humana. O sofrimento tenta alertar-nos para o
perigo de correr para as ruas da ilusão. O homenzinho teimoso, porém,
pensando sempre saber o que melhor lhe convém, recusa-se a acreditar a lição
e é magoado dia após dia, ano após ano. Se estudasse os seus castigos
psicológicos, ele poderia crescer a um ponto em que a punição seria
desnecessária. A origem do sofrimento é o da mente que se recusa a
abandonar as ideias egoístas sobre si mesma.
Para libertar-nos do sofrimento precisamos levá-lo até o fim. Não devemos
resistir-lhe nem o odiar. Nem precisamos ser infelizes por sentirmo-nos
infelizes. Adotado este ponto de vista, o sofrimento transforma-se numa grande
revelação. Permite-nos identificar os falsos suportes onde nos apoiamos.
Lançando-os para o lado, a verdade surge e nos dá apoio total. Tudo depende
de usarmos ou não sabiamente as nossas mágoas.
O primeiro ato sábio consiste em tornarmo-nos conscientemente percetivos de
quanto somos infelizes. Na maioria das pessoas o sofrimento é 99%
inconsciente. Não percebem o fogo subterrâneo e focam-se apenas para as
ocasionais explosões vulcânicas. Vejamos, por exemplo, a questão do
temperamento irritadiço. O homem sente sofrimento todas as vezes em que se
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irrita, mas considerará ele a irritação como sofrimento? Não. É bem possível
mesmo que se orgulhe dela, julgando o mau humor um sinal de força.
Pense em algo que o perturba, tal como uma pessoa irritante, uma dor de
cabeça, a angústia sobre a incapacidade de solucionar um problema, qualquer
coisa do género.
Torne-se plenamente consciente do problema. Isole a aflição de tudo o mais e
observe-o com curiosidade científica. Veja como ele o(a) angústia, como o faz
sentir coisas que não quer sentir. Torne-se consciente do que ele lhe faz,
especialmente de como lhe rouba a tranquilidade.
Agora, revolte-se contra a própria angústia. Não se revolte contra a causa
aparente dela, tal como outra pessoa, revolte-se contra a própria angústia que
o consome. Isto é extremamente importante.
Não hesite em declarar: "Estou doente e cansado dessa escravidão. Fui tão
longe quanto quero. Não a tolerarei mais. Não preciso suportar isto, e não
suportarei. Isto é o fim, acabou!”
Desenvolva uma emoção a respeito do caso, se quiser, mas faça isto querendo-
o, e será o início do fim. Não se pode escapar do sofrimento, mas é possível
dissolvê-lo. E isto leva-nos a explorar agora o grande erro que impede a
dissolução do sofrimento.
Abolir A Dor
A humanidade sofredora é como um grupo de pessoas que vive ao longo de um

rio impetuoso que ameaça inundar as margens. Diz determinada pessoa:
"Escaparei ficando em casa e ocupando-me com a minha coleção de selos."
Pensa outra: "Escaparei envolvendo-me num caso amoroso.” E uma terceira
acredita: "O rio não me atingirá se eu fizer o bem a outros."
Na verdade, nenhum deles compreendeu o ponto importante. O mesmo
acontece com a humanidade. A inundação está no íntimo. Este é o único local a
merecer a nossa atenção e esforços. Tudo mais não passa de um perigoso
desvio, tal como olhar numa direção e dirigir-se para outra.
O que devemos fazer quando sofremos uma perda, de um familiar, amigo,
popularidade, conforto, felicidade, qualquer coisa? O primeiro impulso consiste
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em escapar da dor procurando um substituto do que se perdeu. Sentimos falta
do prazer e do senso de segurança que a coisa perdida nos dava. Tendo
perdido o familiar, procuramos algo que, esperamos, torne-se igualmente
familiar e reconfortante.
Essa forma de compensação mais cedo ou mais tarde, o deixará em desespero
ainda mais profundo. A própria busca é, em si, apavorante. Com um pouco de
tranquila auto-observação podemos identificar a crescente ansiedade provocada
pela tentativa de escapar dela mesma.
O que devemos fazer é, na realidade, muito simples, embora, de início, pareça
difícil porque contraria as nossas reações habituais à perda. Devemos enfrentar
a nova e desconhecida situação com um senso de admiração. Ou pensar: "Que
coisa estranha! Aqui estou eu, perplexo e preocupado. Este é o estado em que
estou - perplexo, preocupado e vazio. Nenhuma esperança, nenhuma
expectativa, nenhum consolo. Bem, que a experiência nova é interessante.
Permanecerei neste estado, não fugirei, e vou escutar a história."
Nesse estado de pura admiração, tornamos possível o milagre da
transformação. As condições exteriores poderão mudar ou não, mas isso carece
de importância. O milagre não ocorre no mundo externo, mas no Interno. Você,
é o milagre. E, então, nunca mais haverá algo parecido com uma perda. Haverá
apenas mudança, que é a Realidade, que é felicidade.
Há um tipo especial de sofrimento experimentado por grande parte dos seres
humanos que profundamente desejam, de um golpe, sair do feitiço do sono
mental. Trata-se da “negra noite da alma", frequentemente mencionada na
literatura espiritual e metafísica. É experimentado por pessoas muito
iluminadas, incluindo místicos como William Blake e o Mestre Eckhart.
Começa quando nos apercebemos inicialmente do nosso fingimento e do nosso
vazio. Tendo, conscientemente, enfrentado a nossa própria falsidade,
trememos. Sentimo-nos nus, sozinhos, à beira do desastre. Esta é a etapa
crítica que precisamos e podemos ultrapassar. E o fazemos simplesmente
permanecendo com o nosso vazio, e não fugindo amedrontados para os nossos
frágeis abrigos das autoridades externas, das palavras suaves ou dos lugares
congestionados.
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É no nosso vazio e somente nele que podemos aprender algo de novo. Mas, em
primeiro lugar, devemos tornar-nos conscientes, sim, dolorosamente
conscientes do vazio. O fingimento de plenitude impede o progresso. Mas, ao
permanecer no nosso vazio interior, inquisitivo, a despeito dos nossos temores,
ele se enche por si mesmo de uma nova intuição e de paz. E com isso termina
o sofrimento.
O arrasador problema dos anseios (desejos) pode ser resumido da seguinte
maneira: vivendo na base de um Eu fictício, caímos na armadilha dos seus
apetites fictícios. Tentar alimentar os desejos assemelha-se a matar a fome de
um cavalo imaginário. A tentativa é ridícula. Mas, à medida que destruímos o
falso Eu exterior, desaparecem os seus uivantes apetites, da mesma forma que
desaparecem os terrores do pesadelo ao despertarmos.
Avalie O Seu Progresso Espiritual
É doloroso viver de imagens ilusórias sobre o que somos, em vez da realidade.

A pessoa que se imagina um génio financeiro ficará perturbado com tudo aquilo
que contrariar essa imagem, tal como um clima frouxo de negócios. Não é
realmente a recessão comercial que o aborrece, mas o conflito entre a sua
pretensiosa autoimagem e o facto da conjuntura. Ele poderia viver feliz, sem
ser afetado pelas condições exteriores, se fosse um homem de negócios
simples, sem pretensões, sentindo-se auto unificado.
Se quer realmente que as coisas sejam diferentes, as ideias que agora
apresento apontam o caminho.
As autoimagens ilusórias são muito astutas e o falso Eu (ego) recusa-se a vê-
las. O Eu alienado jamais admite que o ser humano desperte, pois quer
conservá-lo como o seu preocupado escravo.
Se queremos escapar da escravidão dos quadros imaginários, precisamos, em
primeiro lugar, compreender que eles estão em nós. A auto-observação
honesta enfraquece-lhes o domínio. À medida que nos tornamos conscientes,
eles começam a desaparecer. É uma bela música o clamor das correntes que se
desprendem.
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O progresso é certo desde que deixamos de defender o falso Eu egoico, com
todos os seus falsos valores. A dor de perder o ego pode ser exemplificada com
a história de um guerreiro a quem amigos mentirosos disseram que existia um
grande tesouro oculto numa caverna. Não existia tal tesouro, mas, por
finalidades egoístas, os amigos desejavam atraí-lo para outro local. Levado pela
promessa de rica recompensa, o guerreiro abandonou o lar para montar guarda
ao tesouro. Dia e noite atacava os que se aproximavam, mesmo aqueles que
lhe queriam o bem. A crença em uma ilusão tornou-o desconfiado e hostil.
Mas, à medida que as semanas passaram, ele cansou-se da tensão e
perguntou-se por que a prometida recompensa não chegava. Entrou na
caverna para investigar e descobriu o logro. A perceção da falsa posição
libertou-o. Abandonou o local e retomou as atividades de que realmente
gostava.
O mesmo acontece à pessoa suficientemente corajosa; para abandonar os
valores imaginários do ego. Vagueia por toda a parte, presa, a coisa alguma,
por nada esperar e desfrutando de tudo.
Nós não somos os nossos pensamentos. Os pensamentos são apenas uma
corrente que flui pelo cérebro. Não precisamos lutar para controlá-los. Do que
precisamos é transformarmo-nos em observadores passivos do que quer que
passe pelo teatro da mente. Se estivéssemos sentados num teatro,
observaríamos um ator depois de outro cruzar o palco. Se um deles
desempenhasse o papel de um cruel monstro, não ficaríamos realmente
amedrontados. Se outro anunciasse em voz cavernosa que tudo estava perdido,
entenderíamos que tudo aquilo é uma atuação que não pode prejudicar-nos em
coisa alguma.
Não se identifique com os seus perturbados pensamentos. Não diga "Tenho
medo", ou "Estou triste". Em vez disso, diga: "Uma cena está desfilando pela
minha mente, mas não faz parte do meu verdadeiro Eu”. Quando diz isso, você
declara a Verdade Universal. É a verdade, mesmo que, no momento, não a
considere como tal. Perceba isso claramente e o sentimento autêntico surgirá.
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O Progresso do Peregrino Espiritual
O Progresso do peregrino, de John Bunyan, é uma história divertida e, ao

mesmo tempo, um clássico da intuição espiritual e psicológica. Conta-nos as
aventuras de Christian, que abandona tudo para fazer uma perigosa jornada
até à Cidade Celestial. Conhece estranhas pessoas cujos nomes se ajustam aos
seus carateres, tais como Superstição, o hipócrita Falador, e o apavorante
Desespero Gigantesco. Choca-se com a colina das Dificuldades e penetra no
vale da Humilhação e no município da Vaidade.
O bravo peregrino, contudo, faz progressos. Aos poucos deixa para trás os
obstáculos. A despeito dos receios e fracassos, contínua até chegar à Cidade
Celestial.
Nessa analogia, as dificuldades e perigos representam estados psicológicos do
próprio Christian. Bunyan quer mostrar que os peregrinos espirituais devem
pôr-se ousadamente em marcha, vencer o negativismo e avançar na direção da
luz interior.
Como ajuda na nossa busca da Mente Superior, examinemos duas das
aventuras de Christian.
Temos nessa narração, o sucesso de todas as peregrinações espirituais. Os
atalhos levam-nos a prisões psicológicas, mas, com a chave interna, fugimos
para continuar o progresso do peregrino. Que de maneira idêntica, os
peregrinos perseverantes descansarão, vislumbrarão as maravilhas e
alegremente, continuarão a marcha.
A Origem das Nobres Ideias Universais
Possuo uma pedra verde que parece muito comum á observação casual, mas
que para mim é excecional. Tem um valor especial acima das pedras da minha
coleção em virtude como chegou a mim. Foi-me oferecida por alguém, poucos
dias antes de partir deste mundo, como gesto de gratidão pela ajuda que tive a
oportunidade de lhe prestar.
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Você, igualmente, terá uma consideração especial por certas ideias quando lhes
perceber a origem - de um lugar muito especial em você, da sua Inteligência
Espiritual. Elas situam-se quilómetros acima de ideias nascidas na ruidosa
mente rotineira que apenas substitui uma confusão por outra. Tais ideias,
nascem do Eu secreto, são sublimes, nobres, honestas, benéficas. Possuem um
significado que o modificarão internamente.
Vejamos agora uma ideia da Inteligência espiritual de valor prático:
As pessoas desperdiçam a vida tentando que se façam coisas para elas, sem
esforço sério da sua parte. Só há uma maneira de consegui-lo, e é apenas com
o esforço pessoal do tipo correto. É como lançar um papagaio de papel. Se agir
corretamente, segurando-o e orientando-o para o vento, o papagaio voa
naturalmente. Ora, a vida em si mesma é o nosso ponto de apoio, o que
implica a necessidade de encontrar a vida autêntica que nos proporciona a
Inteligência Espiritual, e não a viver de imitações.
O Tao-Te-King, o livro sábio do Taoísmo, comenta esse facto. Diz que quando a
pessoa permanece no Caminho, as suas satisfações são inesgotáveis.
Suponhamos que uma criança queira lançar um papagaio de papel, mas nada
sabe sobre os ventos. Põe o papagaio no chão e tenta levantá-lo soprando-o
fortemente. A frustração pode torná-la recetiva aos conselhos de uma criança
mais velha. Em seguida, substituindo o esforço errado pelo certo, o papagaio
sobe naturalmente.
O Poder Do Universo Está Sempre Consigo
Mas, o que dizer da aflição causada pela insensatez de alguém que nos é muito
chegado?
Em todos os casos em que uma pessoa age insensatamente, é inútil perguntar-
lhe por que o fez. Ela não sabe. Se soubesse, não teria agido assim. Ela está
"adormecida". Não percebe a escravidão a anseios compulsivos e obsessões
destrutivas. Enquanto dormita na inconsciência, mecanicamente repete os atos
insensatos, embora com novas variantes. Coisa alguma pode impedi-la de fazê-
lo, salvo por esforço próprio para quebrar o “feitiço”.
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Assim, de uma vez por todas, precisamos de deixar de esperar uma boa
conduta daqueles que preferem continuar na escuridão espiritual, tornam tal
coisa impossível. Não espere que as pessoas se comportem melhor do que
podem. Não pense que com um pequeno esforço elas poderão melhorar. Não
podem. São compelidas a expressar a natureza da sua atual estrutura psíquica.
Se trabalhasse com a Inteligência Espiritual para elevar a intuição, o
comportamento mudaria. Mas, no momento, terão de agir como agem da
mesma maneira que uma criança de cinco anos expressa a sua idade imatura.
Os ensinamentos da Inteligência espiritual Superior resumem-se ao seguinte:
com absoluta clareza, queremos perceber a diferença entre o nosso presente
Eu e aquilo que costumávamos ser.
Não permita que erros do Eu externo se transformem em acidentes do seu Eu
Interno. Construa um muro mental entre eles. Isto significa o seguinte:
suponhamos que você cometa um erro ao guiar o carro, que quase resultou
num acidente. Não caia em pânico, não fique furioso, perturbado ou nervoso.
Analise claramente o que aconteceu. Talvez a sua perceção do trânsito tivesse
sido toldada por devaneios. A sua recusa em permitir que um erro externo o
torne internamente negativo conserva-lhe o auto comando e o torna melhor
condutor no futuro.
Você quer realmente compreender tudo isto e retificar os seus tortuosos
caminhos? Você pode, não tenha dúvidas a esse respeito. Da mesma forma que
o poder de todo o oceano se esconde por trás de uma única onda, toda a força
do universo apoia-o na intenção de vencer.
Um Ponto Final No Sofrimento E Na Mágoa
1. A libertação de todo o sofrimento é possível com a prática da

2. Rejeite o consolo superficial e troque-o pela intuição mental e obterá a
verdadeira serenidade.
3. Não tema a falta de respostas mundanas quando pode recorrer à
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4. Nunca resista ao sofrimento nem se irrite com ele, pois ao que se
resiste, persiste.
5. A utilização sábia do sofrimento leva-o ao seu término.
6. Todos podemos despertar do pesadelo do sofrimento.
7. Seja um observador alerta da abertura dos trilhos espirituais na sua
mente.
8. O pensamento da Inteligência Espiritual Superior domina o pensamento
negativo e lhe assegura a proteção contra os fracassos.
9. Você pode ser o seu próprio curador graças à sua Inteligência Espiritual
Superior.
10. Todo o poder do universo apoia-o na intenção de se superar.
“Um iniciado no Caminho é espiritualmente inteligente investe muito tempo

em manter-se bem no seu corpo e na sua mente, permitindo ao seu espírito
manifestar-se livremente, sem que o corpo e a mente sejam prisões para a
Alma. Uma mente cheia de pensamentos negativos, seguindo em automático
as instruções e regras do mundo alienado, atacada constantemente pelo
juízo dos outros e de si mesmo, e amestrada pelo ego, é uma prisão para
o espírito e o mantém amarrado. É com um corpo com as artérias entupidas
que não permitem a circulação do oxigénio pelo cérebro, imobilizando-o, sem
possibilidades de atuar livremente, cansado, acumulando dores emocionais
do passado, não permitindo ao espírito expressar-se livremente”.
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CAPÍTULO VI
MUDE OS SEUS PENSAMENTO, MUDE A SUA VIDA, USE AS

LEIS UNIVERSAIS
Muitas pessoas que tomam contacto com as ideias da Ciência da

Autorrealização pela primeira vez, dizem-me: “Mas eu mal conheço o
significado de expressões como autoperceção e auto-observação. Praticamente,
nunca ouvi coisa alguma a respeito dos mestres e sistemas que menciona, tais
como Budismo e o Taoismo. Tudo isso me parece um tanto obscuro e
esquisito!”
Para optarmos pelo caminho da Ciência da Autorrealização, ninguém necessita
de conhecimento prévio dos princípios espirituais. Precisamos apenas de
começar com o desejo sincero de nos modificarmos ou melhor, transformamo-
nos. Não fique desanimado se estas novas ideias lhe parecem um pouco
difíceis. Não se deixe perturbar por aparentes contradições entre elas. E,
especialmente, não suponha que tudo o que pode compreender é tudo que
existe. Há muito mais.
Não tente imaginar o que é o estado da perceção desperta. A mente
imaginativa, que consegue apenas passar velhos filmes mentais, não pode
projetar o novo. Pode apenas começar a perceber os resultados da não-
perceção e partir daí. A ignorância do mundo espiritual é tão esmagadoramente
abundante que não a notamos. Mas podemos encontrá-la com alguma
facilidade. O que o preocupa neste exato momento? O que quer que seja, você
pode despertar desse estado com a ajuda da sua Inteligência Espiritual.
Tornar-se um "Novo" Você
Se um violinista ou outro músico quer tornar-se pianista, ele precisa de mudar

os hábitos de execução. Se um morador do Porto quer residir em Lisboa,
precisa de mudar os seus hábitos de residência. E aqui temos uma pista para o
sucesso espiritual. Isto porque, para que seja atendido o desejo espiritual, os
caminhos internos devem ser mudados. Não podemos entendê-la só por
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pensar, falar, ou ler a respeito da mudança. A automudança significa apenas
uma coisa - auto mudança.
A mudança desejada não pode ocorrer por intermédio de raciocínio ou análise
intelectual. Não pode porque todo o pensamento é condicionado. Repete
apenas o que lhe foi ensinado, baseado no autointeresse distorcido.
No nosso mundo exterior, por exemplo, o político declara convincentemente
que devemos mudar a política exterior a fim de que seja conseguida a paz
internacional, enquanto outro insiste na sua manutenção. Ambos são
insensatos porquanto nenhuma ação externa pode mudar as inclinações
belicistas da natureza humana não-regenerada. As pessoas esquecem-se de
pensar na perversidade oculta-a dos seres humanos, inclusive delas mesmas.
Nada de bom pode acontecer na escala universal a menos que cada indivíduo
se transforme de uma máquina repetidora em um ser verdadeiramente
espiritual, ou seja, deixar de ser uma cópia e tornar-se em um ser original.
Se você se perguntar, "de que modo posso mudar?", encontrará a resposta em
todos e quaisquer ensinamentos realmente autênticos Pois a Ciência da
Autorrealização não é a exceção. As frases podem ser diferentes, mas o
significado será o mesmo, como constatará se pensar seriamente nas seguintes
estruturas de pensamento encontradas na religião e na filosofia:
Hinduísmo: Descubra o seu verdadeiro Eu.

Taoísmo: Flua, com os factos.
George Gurdjieff: Desperte.
Novo Testamento cristão: Renasça.
Zen: Que a mente se silencie.
William James: Seja autenticamente prático.
Krishnamurti: Seja vivamente consciente de si mesmo.
Budismo: Abandone o egoísmo.
Soren Kierkegaard: Seja um verdadeiro individualista.
Misticismo: Veja as coisas como elas realmente são.
Duas Perguntas Importantes que Você Deve Fazer a Si Mesmo
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Da mesma maneira que a árvore tira da terra e do ar o que necessita para
fabricar a seiva, podemos usar as experiências diárias e com elas renovar-nos
mentalmente. O que quer que aconteça servirá como o mestre perfeito para
ensinar-lhe a receber as coisas com equanimidade.
A ação sincera de autodesenvolvimento vai ajudá-lo a atribuir valor a algo
realmente precioso, algo que perdura ao desaparecer a excitação dos sucessos
mundanos. Podemos senti-lo ao inundar-nos a vida da mesma maneira que
sentimos o calor do sol mesmo quando o sol se esconde temporariamente atrás
de uma nuvem.
O vislumbre do novo aumenta as forças para uma ascensão ainda mais alta. O
conhecimento necessário surge rapidamente. Enfrentamos com menos timidez
o negativismo. As atitudes contraproducentes perdem força. Facilitamos a
nossa vida, quando, anteriormente, escolhíamos sempre o caminho mais difícil.
A vida transforma-se na grande aventura que é na verdade o seu estado
natural.
Posteriormente ao iniciar o seu Caminho, faça as quatro mais importantes
perguntas que alguém pode fazer a si mesmo:
1. Qual a minha situação atual?
2. De que modo eu posso modificá-la?
3. Até que ponto as Lei Universais contribuirão para tal?
4. Até que ponto me permitirei ir?
Analisando a situação, procure ver-se como realmente é, e não de acordo com
as suposições habituais que está familiarizado. Talvez, mediante a auto-
observação sincera, você descubra-se menos confiante em si mesmo do que
admitia. A honestidade consigo mesmo emite os necessários raios de luz para a
sua autotransformação.
E, para mudar a situação observada, aja de acordo com os princípios da
Inteligência Espiritual e de uma das Leis mais importantes do Universo, a Lei da
Atração.
Mudar o Seu “Destino”
Sincronize a sua ideia de “destino” com os seguintes pensamentos:
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Às vezes, sinto um apavorante senso de inutilidade em relação a todas as
coisas. Não é horrível?
É absolutamente maravilhoso. É absolutamente necessário desenvolver,
conscientemente, o senso de inutilidade. A maioria das pessoas não o faz e
permanece na escuridão. Procure tornar-se mais consciente desse sentimento,
mas sem deixar que ele o amedronte. Que oportunidade!
Poderia ser descrito o que é comummente chamado de destino, ou fado?
Podemos mudar o nosso destino, ou ele é determinado?
Você não roda sobre um carril para determinada estação! Não é um comboio.
Não há dúvida que pode mudar. Quer realmente fazê-lo? Esta é a questão. Mas
não se apresse a falar da sua ânsia de ser diferente; há resistências que você
ainda não percebe. Quer mais o novo caminho do que os velhos hábitos? Você
receberá o que escolher. Escolha em benefício próprio. Aprenda a dominar a Lei
da Atração.
Obtemos exatamente o que escolhemos e pensamos, nem mais nem menos.

Atraímos pessoas e acontecimentos de acordo com o nosso nível mental. Não
podemos atrair qualquer coisa mais alta do que esse nível, porque não
reconheceremos um valor mais alto do que ele.
Uma mulher, por exemplo, tem casos repetidos com homens desaconselháveis.
Enquanto continuar psicologicamente desorientada, não terá outra escolha
senão terminar com um homem que não lhe serve.
Se queremos mais qualidade na vida, o primeiro passo consiste em renunciar à
qualidade inferior sem exigir saber qual a superior. Este é o conhecido princípio
da Lei da Atração.
O problema é que as pessoas querem segurança. Insistem num caminho tão
claramente balizado para que não possam cometer enganos. Mas o facto é que
ninguém encontrou jamais o caminho de volta ao lar sem passar pelas
humilhações dos erros.
O psiquiatra suíço Carl Jung, um estudioso dos princípios espirituais, observou
que o desejo de segurança constitui o maior inimigo da autodescoberta. A
segurança existe, mas não é absolutamente o que pensa a mente condicionada.
A verdadeira segurança é um estado de não-segurança absoluta onde o ego do
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iniciado foi de tal modo demolido que tornou inexistente a ânsia de segurança.
O mestre taoista Chuang-tse explica bem o assunto: "Se um homem pode
esvaziar-se de si mesmo... quem poderá prejudicá-lo?"
O Valor Diário das Leis Universais
Muito embora os mestres e sistemas discutidos nestas páginas abordem os

problemas de diferentes maneiras, são unânimes num ponto: a capacidade de
todos os indivíduos de aprenderem um novo estilo de vida. Sim, é um processo
de aprendizagem, muito parecido como aprender uma língua nova, mas, sendo
uma escolaridade extraordinária, existe certas lições especiais que precisam de
ser observadas.
Estudemos um dos “inimigos” mais ardilosos e destruidores encontrados no
caminho para a excelência através da Inteligência Espiritual. Refiro-me à falsa
noção de que as ideias espirituais existem para privar-nos da felicidade. Com
que frequência observo uma expressão de suspeita no rosto de alguém quando
menciono um facto espiritual. É quase como se ele protestasse em voz alta:
“Você está a tentar tirar-me algo!” Sim, isso é um facto. Tento expungir as
falsas ideias e ilusões que lhe enchem a vida.
Às vezes, as pessoas suspeitam de que há alguma verdade em certa ideia, mas,
ainda assim, são incapazes de fazê-la trabalhar em seu proveito. A situação
lembra a circunstância de observarmos um corredor, sem sermos capazes de
fazer o mesmo. Mas isto é motivo de encorajamento e não de desânimo.
Observação e prática contínuas, transformam a teoria em ação. Você, pode
desconfiar, fazendo suas as palavras de Émerson, o grande sábio americano: “A
dificuldade é que não construímos um mundo próprio e nos encaixamos em
instituições já feitas...” Este vislumbre de algo mais alto pode resultar na
remodelação do mundo a seu gosto.
O conhecimento das Leis Universais talvez pareça não guardar relação alguma
com os factos diários das finanças, emprego, compras, vida no lar, e assim por
diante. Mas asseguro-lhe que tem todas as ligações possíveis com eles. Ligam-
se de uma maneira aparentemente vaga, mas que, gradualmente, é possível
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comprovar. Vejamos como uma pessoa pode organizar outra maneira de
encarar o mundo:
Eu tento compreender, mas são muitas as ideias da Inteligência Espiritual e
escapam-me. Sinto que têm significado profundo, mas não sei como usá-las.
Imagine-se em frente a um quadro pintado por um grande artista. O quadro
está coberto por um véu, salvo num pequeno canto. Para compreender o
quadro, é preciso afastar o véu. Ora, as ideias da Inteligência Espiritual
ajudam-no a remover o véu que oculta o quadro Universal. Contente-se em
aprender uma ideia nova de cada vez. Aos poucos, com perseverança
conseguirá ver o quadro todo.
Mas não será necessário como fazem na Índia, encontrar um mestre ou guru e
escutá-lo?
A menos que possua uma migalha de intuição, você não reconhecerá um
verdadeiro mestre ao encontrá-lo. De que modo pode reconhecer uma pérola a
menos que já saiba com o que ela se parece? Após desenvolver-se até certo
ponto, você reconhecerá um autêntico mestre que poderá acelerar-lhe o
progresso, o seu Eu Interior.
O que me diz de discutir as ideias da Ciência da Autorrealização e das Leis
Universais com outras pessoas?
Eis a minha opinião, baseada em alguns anos de experiência. Fale da Ciência da
Autorrealização, apenas com pessoas que demonstrem interesse sincero.
Discuta-a no espírito de exploração mútua, e não para provar ideias. Nunca
discuta e confie que a Inteligência Espiritual o esclarecerá. Escolha um único
princípio e centralize a discussão em torno disso. Não se deixe extraviar. Por
cada minuto passado em discussão com outros, passe uma hora discutindo
consigo mesmo.
Como Tirar Verdadeira Vantagem de Tudo Que Faz
Uma velha lenda chinesa conta a história de um exército dirigido por dois
generais, Chon-Yu e Liang. Eles acreditavam que poderiam derrotar o exército
inimigo se dispusessem de um novo suprimento de flechas. Adotaram um plano
inteligente, encheram barcos de soldados de palha, incluindo alguns
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tamborileiros e corneteiros reais, e enviaram-nos contra o inimigo. Ouvindo o
rufar dos tambores e cornetas, o inimigo pensou que estava a ser atacado e
desfechou uma chuva de flechas contra os barcos. Chon-Yu e Liang reuniram-
nas mais tarde e usaram-nas.
Da mesma maneira, podemos usar as flechas dos “nossos supostos inimigos”
em proveito próprio. Quanto mais forte o ataque, mais flechas de força,
conhecimentos e estabilidade reuniremos. Fazê-lo constitui um sinal inabalável
do pensamento da Inteligência Espiritual Superior.
Inicialmente, a vantagem nas crises de angústia pode ser vista apenas aos
poucos. Se o ataque é forte demais, como a perda de alguém importante para
nós, resistimos e nada vemos. Mas podemos aproveitar como começo um
pequeno incidente, talvez uma pequena deceção ou aborrecimento. Veremos
que o sofrimento se situa entre o que pensamos que devia acontecer e o que
realmente aconteceu. Se renunciamos à existência secreta de que isto ou aquilo
aconteça, a fonte de sofrimento desaparece. Na verdade, não queríamos
conseguir a promoção, ou provocar os louvores dos colegas, mas sim que nos
dissessem o que somos. Não obstante, ao perdermos o “interesse” por nós
mesmos, podemos ganhar ou perder uma promoção o que não fará a menor
diferença.
Há um aspeto fascinante na vida mística experimentado por quem sobe para
um terreno mais alto. Quando, aparentemente, perde, ele, na verdade, ganha.
Vejamos um homem transbordante do senso de importância própria, um estado
doloroso sempre a exigir uma forte defesa. A sua honestidade crescente o
compele ao reconhecimento da vaidade, e ela desaparece, deixando uma
tensão apenas temporária, pois a vaidade servia-lhe de apoio. Mas,
naturalmente, ele obtém nova liberdade e estabilidade.
Vejamos uma hipotética conversa entre um monge budista e de um professor
universitário:
Por que nos apegamos tão desesperadamente a pessoas e objetos? Percebo
isso com grande clareza em mim mesmo.
Ao sentir a mudança e a impermanência em nós mesmos, apegamo-nos às
pessoas, ideias e objetos numa tentativa de obter segurança. O esforço, porém,
nutre apenas mais ansiedade, é como querer deter um rio com as mãos nuas. A
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mudança é um fluxo natural da natureza. Não a combata. Compreenda-a. E
tudo ficará diferente.
Admito que ganhar dinheiro constitui quase uma obsessão para mim. Se
pudesse resistir-lhe, poderia melhorar de certa maneira a minha vida interior?
Não, resista a nada. Se meramente reprimir o desejo de riquezas, jamais
compreenderá. Siga em frente e ganhe todo o dinheiro que quiser, mas
continue o seu trabalho interior. Chegará o momento em que o dinheiro deixará
de provocar conflitos,
Por favor, explique-me o tédio?
O tédio ocorre quando esgotamos as distrações, quando não temos mais nada
para nos fornecer um falso sentimento de vivacidade. O tédio e a ansiedade
andam de mãos dadas. No exato momento em que a pessoa procura a
excitação através de atividade excogitada, percebe-lhe também a inutilidade. O
aborrecimento é impossível quando se vive em sintonia com a Inteligência
Espiritual.
Mude o seu Mundo Interior
As pessoas perguntam: "Como conseguirei sair desta encrenca?" A Ciência da

Autorrealização responde: "Se, para começar, você estivesse a um nível mais
alto da consciência, não estaria metido nela."
Os verdadeiros mestres raramente dão conselhos sobre a conduta nos assuntos
externos. São profundos demais para fazê-lo. Ao saberem que as causas, e não
os efeitos, devem ser alteradas, procuram transmitir essa ideia aos iniciados. É
inútil aconselhar uma pessoa confusa para mudar ou não de emprego, romper
ou conservar uma relação humana. Tudo o que é feito em sonambulismo
mental resultará apenas noutro choque contra a parede. É realmente espantoso
como batemos na parede repetidamente durante anos e anos sem despertar do
sono mental.
O nosso nível interno de consciência ou perceção, determina as condições
externas. Para mudarmos o mundo externo, temos de mudar o Interno.
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No entanto, isso não significa que todas as condições mudadas se originam a
um nível mais alto do ser. As mudanças ocorrem também acidentalmente,
promovidas pelo desejo ou pelo desespero.
Pouca coisa é-nos dada de acréscimo quando meramente trocamos de
residência, de profissão, ou de cônjuge. Isto lembra o náufrago na ilha solitária
que procura melhorar mudando o acampamento para o lado oposto. A
paisagem pode mudar ligeiramente, mas ele contínua náufrago. Todos
sentimos isto, mas não conhecemos o suficiente da autêntica liberdade do
autodesenvolvimento num processo de Autorrealização.
O verdadeiro contentamento e um estado interior, nunca uma atividade
externa. Se sentimos prazer íntimo, podemos empenhar-nos em tais atividades
e apreciá-las. Sem o autodesenvolvimento, por mais excitante que sejam os
nossos interesses mundanos, o sofrimento ainda nos acompanhará.
Na próxima ocasião em que se sentir perturbado porque não consegue dominar
uma situação, pergunte-se se, real, honesta e verdadeiramente, quer dominá-
la. Estude os argumentos contidos nos parágrafos seguintes:
Por que sou tão irregular no esforço para modificar-me? Num minuto, as ideias
espirituais interessam-me profundamente; no outro, deixam-me indiferente.
Qual o motivo de toda essa volubilidade?
Você tem um único desejo de trabalhar para modificar-se e 99 que não querem
coisa alguma com isso. Alie-se ao desejo único para despertá-lo e faça o
possível para encorajá-lo. Com o tempo serão dois os desejos enérgicos e 98 os
indolentes e, em seguida, três sinceros e 97 falsos, e assim por diante.
Leio muito a respeito da construção do pensamento positivo de ser forte e
confiante. Que me diz da ideia de construir quadros mentais de poder?
É a pior coisa que pode fazer. É apenas uma imagem, nada mais, e coisa
alguma conseguirá, exceto enfraquecer-se mais. Um dos objetivos da
inteligência Espiritual é construir ideias que trabalhem com as Leis Universais.
Essa realidade, sim, é força autêntica.
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Como se Inicia o Autodesenvolvimento
Segundo a Ciência da Autorrealização eis um caminho que conduz a uma

mudança benéfica. Não pergunte: "O que posso conseguir para ser feliz?" Mude
para: "Ao que posso renunciar a fim de deixar de ser infeliz?"
Precisamos de abandonar as ideias erradas, como pensar que o amanhã será
diferente, mesmo que permaneçamos internamente os mesmos.
É possível renunciarmos às atividades inúteis que se disfarçam como prazer e
necessidade.
Não permita que os demais o usem para finalidades egoístas. Isso só poderá
acontecer por consentimento seu. Talvez não o permita conscientemente, mas,
porque não compreende a verdade, concorda em ser prejudicado. Há uma
maneira inteligente de escaparmos de ser vítimas da vida. Você precisa
compreender a natureza humana como ela realmente é e não como aparece na
superfície.
Suponhamos que um agricultor deseja que a chuva mude e refresque as suas
verduras. Apesar disso, entre os rebentos coloca baldes de vários tamanhos
que impedem a chuva de escorrer para o seu destino natural, a terra. Não há
recetividade e, por conseguinte, nenhuma mudança.
Conforme foi visto num capítulo anterior, a chave mágica do
autodesenvolvimento é a recetividade mental a ideias mais altas, tais como a
Inteligência Espiritual, a Ciência da Autorrealização e as Leis Universais.
Os seres humanos vivem como escolhem, e não como querem. Há uma enorme
diferença entre as duas orientações. Escolhemos, com base em crenças,
hábitos e gostos adquiridos. Selecionamos este amigo ou aquele ponto de vista
porque se harmonizam com ideias preconcebidas, habitualmente falsas, sobre a
melhor maneira de lidarmos com as coisas. Apesar de, com muita frequência,
provocarem-nos dor, não as reconhecemos como as ardilosas armadilhas que
são. E continuamos a tropeçar no nosso sono ilusório.
Basicamente a pessoa quer algo muito diferente do que escolhe. Quer
harmonia, renovação, paz. Mas prossegue no caminho supondo que as escolhas
a vão libertar, o que jamais acontece. Contínua a sentir fome por mais que
tente saciá-la com os alimentos artificiais da escolha. Encetemos um diálogo.
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Pode fornecer-me um método que possa levar-me à transformação?
A autotransformação começa quando pomos honestamente a verdade antes do
desejo.
Explique-me, isso melhor por favor.
Deseja popularidade social? Enfrente a verdade que ela é vazia. Quer passar
filmes mentais mostrando-lhe como alguém o tratou mal? Procure perceber a
destrutividade desses filmes. Quer a segurança e uma doutrina religiosa ou
filosófica? Compreenda que nenhuma crença artificial poderá libertá-lo.
E isto vai fazer-me diferente?
Colocar a verdade universal antes do desejo pessoal põe em movimento uma
grande força que o auxiliará. Entre no avião e ele o transportará às alturas sem
esforço.
Use as Leis Universais
Existem Lei Universais que afetam tudo no Universo. Tudo que é não físico e
tudo que é físico.
Essas Leis são absolutas, eternas e omnipresentes. Quando você se torna
consciente dessas Leis e tem uma compreensão funcional delas, a sua
experiência de vida é tremendamente gratificante, na realidade apenas quando
for capaz de ser o cocriador consciente da sua própria experiência terá um
domínio absoluto sobre as Leis Universais.
Leis como a da gravidade, temporalidade, não são universais, são leis locais
mais concretamente do nosso planeta, qualquer cientista o afirmará
categoricamente.
As leis que nos referimos são três, e são Universais e Eternas, é nossa
pretensão na Ciência da Autorrealização, ajudá-lo a entendê-las mais
claramente, assim você poderá aplicá-las intencionalmente, efetivamente e
satisfatoriamente através do poder do seu pensamento ou Poder Pessoal.
A Lei da Atração ou da Vibração é a lei mais importante, pois se não a entender
e não for capaz de aplicá-la efetivamente, não poderá usar a segunda lei, a
Ciência da Criação Consciente e a terceira, a Lei da Arte de Permitir.
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Portanto, é preciso entender e utilizar efetivamente a primeira Lei de forma a
entender a utilização da segunda lei, antes de ser capaz de entender e utilizar a
terceira.
A primeira lei, a Lei da Atração, afirma: “Aquilo a que eu dedico o meu
pensamento, e acredito ou mantenho expectativa – é”. Resumindo você quer
queira ou não, vai receber aquilo em que sistematicamente pensar.
Quanto à Lei da Ciência da Criação Consciente é a aplicação consciente do
pensamento, cria conscientemente um pensamento e projeta-o com
determinada intenção.
Quanto à terceira, a Lei da Permissão, torna-o o permissor consciente e
intencionado de que aconteça sem dúvidas a realização do seu pensamento
organizado e projetado.
Só o entendimento dessas três poderosas Leis Universais e uma aplicação
conscientemente intencionada, o guiará à liberdade de ser capaz de criar a sua
própria experiência segundo a realidade que quer.
Assim uma compreensão da poderosa Lei da Atração, associada com a Ciência
da Cocriação Consciente transformará a sua experiência de vida e o guiará para
uma liberdade sem paralelo que acontecerá se existir um completo
entendimento da aplicação da Arte da Permissão.
Sumário deste Capítulo
1. No Caminho da Autorrealização devemos começar com um profundo

desejo de autodesenvolvimento.
2. Permita que cada experiência no Caminho lhe ensine o
autoconhecimento e a perceção universal.
3. Faça da Autorrealização a grande aventura da sua vida.
4. Ao elevarmos o nosso nível de perceção atraímos imensurável
abundância.
5. A autêntica segurança nasce da rejeição do pensamento condicionado.
6. A vida com o auxílio da Inteligência Espiritual torna impossível o
aborrecimento e a depressão.
7. Tudo está perfeitamente certo na consciência Universal.
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8. Ao sentir os eflúvios da Inteligência Espiritual, tudo lhe parecerá
diferente.
9. Precisamos de abandonar ideias imaginárias e condicionadas a nosso
respeito, deitando fora as autoilusões.
10. Ponha a Verdade Universal à frente dos desejos pessoais. Esteja em
sintonia com as Leis Universais.
“Em grande medida tudo está no CRER. Si não crês que isso é possível,
não acontecerá a magia. Se consultar um médico e não acreditar
no medicamento receitado por não acreditar na sua eficácia, é muito
provável que não se cure. Mas acontecerá provavelmente o mesmo
se a mesma crença for usada nas terapias alternativas. A crença começa
no interior, dentro de ti e se manifesta no teu campo energético, uma vez
que és energia e as tuas intenções e pensamentos também o são”.
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CAPÍTULO VII
PÔR FIM À DERROTA E AO FRACASSO
Vamos agora abordar o tema da derrota e do fracasso. Iremos encontrar

muitas das respostas através dos ensinamentos espirituais e místicos. E
descobriremos que a solução é tão diferente da habitual como o céu é diferente
da terra.
O Fracasso Não Existe
No meu livro Dar Valor Ao Nada! Descrevo as dez ilusões ou crenças que mais
condicionam a humanidade e entre elas encontra-se o fracasso. O sentimento
de fracasso é inútil e desnecessário. É denunciado quando percebemos que: 1)
ele existe em nós, e não no mundo externo; e 2) não tem poder nem
significado em si mesmo, mas apenas os que displicentemente lhe conferimos.
Suponhamos que se encontre numa casa assombrada contígua à sua. Está
escuro, o local é desolador e apavorante. Não suportando a escuridão, ataca-a
com uma bengala. Isto dar-lhe-á luz? Não. Deve é parar de lutar inutilmente e
penetrar na claridade da sua própria casa.
O mesmo acontece com o fracasso. Você permanecerá sempre perdido
enquanto permanecer na casa assombrada da escuridão e da ilusão. Mas, ao
voltar para casa, encontra luz e calor.
Resumindo, a ideia é a seguinte: enquanto se encontrava na casa assombrada
devia sentir-se um fracasso porque não, conseguia vencer a escuridão,
atacando-a? Não. Os vizinhos que nem souberam que você esteve na casa,
chamar-lhe-iam de fracassado? Não. A palavra não tem significado. Não lhe
competia ter êxito ou fracassar na casa assombrada. O que lhe competia, sim,
era deixá-la e voltar para a sua casa! Percebe o que estou a insinuar com esta
analogia?
Se não considera um facto ou situação como um fracasso, essas situações não
poderão representar o fracasso para si e para si. Significa simplesmente, que
não o podem incomodar em coisa alguma por mais que preocupem outras
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pessoas. Por isso mesmo, impõe-se descobrir por que chamamos alguma coisa
de fracasso. Ocorre isso porque, de alguma maneira, nós o ligamos ao nosso
senso de identidade. Queremos que o facto nos proporcione dinheiro ou
medalhas para que nos possamos considerar ricos ou famosos. Mas tudo isso é
ilusão. Mesmo que o consigamos, nada teremos feito pelo nosso Eu autêntico.
O maior medo do ser humano é o de não ser coisa alguma. Por isso mesmo,
apega-se a ideias de sucesso num esforço para considerar-se um vencedor.
Mas uma vez que o sucesso e o fracasso, também, são meras ideias, ele é
eternamente condenado ao desapontamento. Por mais difícil que pareça,
precisamos abandonar certas ideias imaginárias a nosso respeito. Para além da
imaginação que é onde se encontra o que realmente queremos. Ao
compreender isso plenamente, a vida não é mais um mistério ou sofrimento.
François Fénelon sabia disso ao escrever: “Quanto mais renunciamos a nós
mesmos, mais paz encontramos”.
Vamos submeter isto a uma reflexão mental: pense em um projeto no qual não
tem nenhum interesse pessoal, talvez o de tornar-se cientista. Será, que nessas
circunstâncias o sucesso ou o fracasso o preocupam? Não, pois só nos
preocupamos com eles, quando entra em jogo o nocivo autointeresse. Para
sermos livres dele, precisamos eliminá-lo.
Isto não significa, porém, que não possamos ter uma boa vida ou empenhar-
nos nos assuntos habituais. Na verdade, agiremos muito melhor nos nossos
assuntos diários pois não nos preocuparemos absolutamente com o fracasso.
Agimos simplesmente, sem conflitos íntimos de interesses.
Estranhamente, ao eliminar o autointeresse, interessamo-nos por todas as
coisas, mas sem ficarmos presos por apego a nenhuma delas. Seremos como
marinheiros que vagueiam pelos mares, visitando os portos que querem e
levantando âncora quando lhes agrada partir para uma nova fantasia.
Despertar Para o Poder Pessoal
Serão os seus fracassos semelhantes aos de um iniciado que precisou de

perceber o Caminho de uma nova perspetiva:
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Penso que falhei em alguma parte do Caminho. Às vezes percebo o meu
comportamento como é absolutamente criticável.
Sim, porque você contínua a alimentar o sonho hipnótico e não sabe. O Eu
fundamental não é constituído de conduta questionável; o comportamento é o
resultado do sono espiritual. Você antes de mais, precisa de compreender e
urgentemente, o que significa despertar. Depois disso, aquilo que considera má
conduta desaparecerá.
Por que o professor se refere constantemente à necessidade do despertar
mental em vez de uma vida de ação?
Porque, para aonde tentar ir, o sonâmbulo alienado não chega a parte alguma.
Como é que não sei se não estou nesse estado especial de sonambulismo?
Provavelmente, ainda não se esforçou o suficiente para perceber a diferença
entre o sonho e a consciência. Se tudo que conhece é o sonho alienado de
maneira alguma pode reconhecer o estado de desperto.
A vida, como a vê, não é tudo que existe. Podemos elevar-nos acima da mente
cheia de hábitos, crenças e descobrir o novo, o diferente, o superior. Esta
analogia é ilustrativa:
Certo cidadão de um país famoso pelos seus grandes pomares de maçãs, pois a
indústria desse país fundamentava-se em maçãs de todas as cores e
variedades. Orgulhosa da sua reputação, a nação restringiu-se apenas a elas,
nenhuma outra fruta era plantada ou importada, durante uma longa jornada
por outro país, ele sentiu-se cansado e com fome. Deixou a estrada, foi
saudado por um horticultor cordial que lhe ofereceu alimento e repouso. Ao lhe
ser oferecida uma bandeja de frutas frescas, agradeceu, mas recusou-as. Em
seguida, perguntou: "Que frutas estranhas são estas?" O seu hospedeiro
explicou: "Pêssegos, peras, tâmaras, laranjas, deliciosas e refrescantes."
O faminto homem hesitou, tímido, até que a fome o levou a aceitar o alimento
ou desfalecer. Ao provar as estranhas frutas, julgou-as tão deliciosas como lhe
havia sido dito. Desse dia em diante, não mais pensou que a maçã era a única
fruta do mundo.
Não deve em absoluto pensar que a sua vida atual é tudo o que existe.
A passo e passo, o iniciado alcança a autorrealização quando:
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- Tem a perceção que existe algo de errado consigo mesmo
- Compreende que isso não pode mais ser ignorado
- Procura respostas
- Enfrenta as deceções e frustrações
- Corajosamente persiste no caminho
- Vagamente apercebe-se de algo novo e excecional no seu íntimo
- Começa a modificar-se interiormente
- Altera a sua perceção interna
- Torna-se mais livre e mais feliz
- Contínua a deixar a verdade renová-lo
Ultrapassar o Sentimento de Derrota
O sentimento de derrota e de fracasso pode existir apenas quando o cultivamos

ideias ilusórias sobre o que somos e o que devemos conseguir. Quando as
ideias falsas se dissolvem à luz da Inteligência Espiritual, a derrota e o fracasso
desaparecem para sempre.
O ser humano vive sempre numa azáfama louca à procura do respeito e da
aprovação. Temos aí uma das ideias falsas. Se deixar de querer despertar o
respeito por tudo que lhe acontece, não passará por sofrimentos íntimos
quando chegar a “má sorte”. Quando renunciamos à necessidade de respeito,
renunciamos também a autocondenação. O respeito e a condenação
constituem um par típico de opostos, dos que discutimos num capítulo anterior.
Por outras palavras, a liberdade surge quando transcendemos as supostas
definições de fracasso e sucesso, acima da autoaprovação e da autocensura.
Gosto que as pessoas deem pela minha presença, que se sintam atraídas por
tudo que faço. O que há de mal nesse tipo de sucesso?
Por que quer que se sintam atraídas por si?
Porque isso faz-me sentir bem. O que há de mal nisso?
Então observemos, a sua fonte de prazer é a conduta dos outros a seu
respeito.
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Bem, sim, já que coloca a questão dessa maneira. Porque é que não está
certo?
Ainda não compreendeu que está exposto à volubilidade dos outros? A conduta
deles condiciona o seu modo de sentir. Não compreendeu que tipo de
submissão isso é?
Mas o que há para além disso? De que outra maneira posso sentir-me bem? Se
renunciar a tudo isso, como poderei suportar o isolamento e a solidão?
Não haverá isolamento ou solidão quando recuperar o seu Eu original.
Eu gostaria muito. Mas como o poderei recuperar?
Vamos então falar sobre o assunto. Preste atenção.
Há uma cura certa e profunda para o sentimento de isolamento e desolação. A
libertação desses estados, liberta também, a pessoa das suas consequências,
as doenças psicossomáticas que atualmente são consideradas o flagelo das
sociedades humanas ditas economicamente avançadas.
A ideia básica consiste em não se identificar com o sentimento de depressão,
uma vez que é você que a está a criar, segundo a PNL, não considere esse
sentimento, parte do Eu existencial. Em vez disso, ponha-se de fora e examine-
se objetivamente, como um meteorologista poderia examinar uma nuvem
escura. A nuvem não o faria sentir-se deprimido. Nem deve o cientista da
Ciência da Autorrealização, sentir-se assim ao observar a depressão.
Aperceber-se de como surgiu o sentimento, como o criou, como o pressiona
fortemente durante algum tempo e, finalmente, como se dissolve. Suspenda as
reações pessoais. Não o personalize, pensando: "Sinto-me deprimido."
Impersonalize-o, dizendo: "Um sentimento está de passagem”. Pois todas as
emoções tais como; depressão, ansiedade, tristeza, são criadas por si, não são
vírus ou bactérias para as “apanharmos”, elas são criadas pela maneira de
pensar.
Em todas as ocasiões em que praticamos esta técnica, ou outras muito efetivas
da PNL – Programação Neurolinguística, desligamo-nos até certo ponto do
desamparo. Enfraquecemo-lo. A pressão jamais poderá voltar com a mesma
intensidade. A prática constante produz resultados espantosos. Use o mesmo
método para eliminar outros sentimentos negativos, como o pânico e o tédio.
Os mestres e os místicos praticaram essa ideia durante séculos. Uma velha
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referência a ela foi feita por Arcesilaus, o discípulo ateniense de Platão, nas
seguintes palavras: “A suspensão faz-se acompanhar da quietude”.
Vou explicar-lhe uma maneira estranhamente maravilhosa de viver. O viver na

derrota, sem desespero. Pense atentamente na importância desta ideia.
Em que se transformariam os seus dias se fosse constantemente derrotado,
mas não reagisse com o desespero? Seria a mesma coisa que não haver
derrota, certo?
Na realidade, para uma mente alterada somos dia após dia, derrotados por um
facto após outro. Derramamos café na roupa, o carro avaria-se, o computador
avaria-se, invariavelmente, sentimo-nos perdidos, não podemos chegar à
decisão que é necessária, o prazer que pensávamos que perduraria, desaparece
e deixa-nos vazios e ávidos por novos estímulos.
Se deixarmos que essas coisas aconteçam sem reagir a elas com a mente
condicionada, não haverá nem derrota nem desespero. Ambas são meras
reações da mente condicionada a um facto.
Talvez sejamos injustamente acusados por alguém, sem termos a oportunidade
de nos explicarmos. Muito bem. Fomos injustamente acusados. E daí, qual é o
problema? Não há problema algum. Relaxe-se e compreenda que a única coisa
em todo este vasto mundo que pode produzir a derrota é a sua própria crença
nela. A Inteligência Espiritual chama a isto de caráter. É também uma
sabedoria que nos economiza vida saudável.
Aprenda o que significa viver sem desespero na “derrota”. Então, aconteça o
que lhe acontecer, estará tudo bem. Talvez não o perceba na ocasião, mas
estará perfeitamente certo. Com o tempo, notará isso. Pois nada no seu mundo
é real, e o significado de tudo é o significado que você lhe der.
Eu compreendo tudo isso, mas não sei o que fazer.
É inteiramente possível que você esteja num estado de negação, enquanto
sente que não precisa sentir-se assim. Isso constitui um autêntico progresso.
Como um homem perdido numa canoa no mar, você entrevê a terra a pouca
distância.
Ótimo. Por favor, dê-me uma ideia sólida para o meu autodesenvolvimento.
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Liberte-se das falsas ilusões de que as coisas devem acontecer sempre como
você deseja.
E Isso mudará as coisas?
Não, revelará as coisas.
Dez Segredos Para Sucesso Autorrealizador
1. A sua essência íntima. Palavras, pensamentos, ações, ambições,

convicções nada significam a menos que nasçam de certa essência íntima,
chamada de Eu Interior ou Inteligência Espiritual Superior. O mel contém
determinado sabor e textura, se tentássemos misturar os ingredientes que o
compõem não conseguiremos igualar a sua natureza. É preciso termos a sua
essência.
2. A pessoa que se está a autounificar através do Caminho da
Autorrealização; realiza facilmente aquilo que para o autodividido é difícil ou
impossível. A unidade íntima expande as nossas realizações em todas as áreas
da vida. Não somos mais os recetores que apanham uma uva de cada vez; nós
as colhemos aos cachos.
3. Deixe-se a si mesmo em paz. Se você não se identificar com um
defeito físico, se não o considerar parte da sua essência, será como se ele não
existisse. Psicologicamente, não existe e, por conseguinte, não o pode
incomodar. Deixe de censurar-se; deixe-se a si mesmo em paz. O reverso da
Regra de Ouro é igualmente valioso: Faça a si mesmo o que quer que os outros
lhe façam.
4. As verdades maravilhosas: Para além das "terríveis" opiniões sobre os
seres humanos, residem as verdades maravilhosas. Mas jamais nenhuma
pessoa as encontrou ou encontrará sem enfrentar inicialmente os factos
“terríveis”. Entramos no céu após experimentar plenamente, e sem resistência,
o que é supomos ser o nosso inferno.
5. Correção de erros crassos: Pode-se tirar o amargor dos erros
pensando que os cometemos porque, erradamente, supomos que a nossa ação
foi a certa ou necessária. Se agirmos baseados numa falsa ideia, obtivemos um
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falso efeito. Mas, agindo na base na Inteligência Espiritual, tudo pode ser
diferente.
6. O mistério da esperança: Nunca mantenha a esperança como reserva.
Ouse esgotá-la completamente e troque-a pela Confiança e quanto mais cedo
melhor, pois ela mantém-nos tensos. Observaram já a ansiedade existente na
esperança? A esperança não consola; constitui uma subtil escravidão. Além das
esperanças despedaçadas há o que realmente queremos. Na verdadeira vida
não há necessidade de esperança. Ninguém espera pelo sol num dia
ensolarado.
7. O modo como funciona a intuição. Quando fazemos alguma coisa, isso
aconteceu porque vimos, em antecipação, alguma coisa e a ação é correta. Na
verdade, o ver é o fazer. Ao solucionarmos este mistério, a vida nunca mais
terá o mesmo triste sentido de igualdade.
8. Evite as distrações: Não vá por desvios - isto é, não dê atenção a
coisas inúteis, como tradições e opiniões populares. É também inútil especular
se conseguirá sucesso ou não; continue a tentar. Não há finalidade em passar
de um ensinamento a outro; procure no seu íntimo. Não importa o que os
outros fazem com as suas vidas; faça o que for correto para si.
9. A vida mais rica: Quanto mais distante a pessoa estiver da verdade,
mais indiferente ou hostil será a ela, embora publicamente lhe preste culto
hipócrita. Quanto mais perto da verdade, mais a recebe de braços abertos.
Espiritualmente falando, os ricos tomam-se mais ricos, e os pobres mais
pobres.
10. Navegue para a frente: Da mesma forma que o barco navega contra
os ventos opostos içando a vela em certo ângulo, o mesmo podemos fazer,
mediante intuição correta, contra a aparente oposição. Esqueça a oposição.
Lembre-se da intuição. Nunca navegue contra a corrente.
A Sabedoria Prática dos Sufistas
Mostramos habilidades como artistas espirituais fazendo as pequenas coisas ao

nosso alcance, não tentando ir demasiado longe e demasiado depressa. Talvez
não possamos vencer aquele hábito ainda, mas podemos investigar-lhe as
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causas mentais. Talvez não possamos compreender por que saímos de uma
frustração e caímos em outra, mas podemos perceber que rotular um facto de
frustrador pode despertar um sentimento análogo. Talvez não sejamos capazes
ainda de interromper a autocondenação, mas podemos absorver os
ensinamentos aqui expostos.
Há sempre algo que podemos fazer e devemos concentrar-nos nisso. Uma
pequena tarefa bem-feita prepara-nos para um êxito ligeiramente maior.
Acrescentando-se um único cálice de água a um copo, sobe o nível. Da mesma
forma, conhecendo um único progresso na intuição, tal como verificar que o
caminho sem esforço é surpreendentemente eficaz, compreendemos também
outras situações.
Ao crescer a Confiança na verdade, a nossa busca torna-se altamente excitante,
tal como um homem à solta numa mina de diamantes. Ficamos ansiosos para
receber tudo aquilo que a Inteligência Espiritual tem a oferecer. Nesta altura, já
muitos iniciados comparam os ensinamentos dos grandes místicos. Que
surpresa! Essencialmente, transmitem o mesmo ensinamento: dê calorosas
boas-vindas à super-sabedoria já existente em si.
O sufismo constitui um excelente exemplo de “coincidência” da verdade nas
várias religiões e filosofias. A palavra sufismo deriva do árabe sufi, significando
lã. Descrevia os trajos dos primeiros discípulos da seita. O sufismo é uma
filosofia mística surgida no século X e que se desenvolveu especialmente na
Turquia e na Índia. Salienta o amor, a iluminação mental, e a paz de espírito.
O primeiro grande sufista, Hallaj, foi martirizado ao denunciar a hipocrisia
religiosa e ao insistir em que o homem descobrisse por si mesmo a verdade.
Mais tarde, os ensinamentos místicos de El Ghazzali transformaram-no num
grande filósofo. O mais famoso de todos, porém foi o poeta Omar Khayyam,
cujo Rubaiyat ascende aos pícaros da beleza.
Vejamos, algumas joias típicas da literatura sufista. Uma ligeira comparação
com pensamentos extraídos de outras religiões revela a identidade básica entre
eles.
1. O amargo torna-se doce com o amor.

2. O ideal da ação humana é a liberdade da mácula das trevas.
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3. Abandone o mundo e seja um mundo para si mesmo.
4. Se te deixas acorrentar pelas cadeias da preocupação contigo
mesmo, o mundo imediatamente se transforma num véu para ti.
5. Em todas as pessoas há um tesouro.
Mude as Suas Ideias Sobre o Sucesso
Muito acima das ideias fabricadas pelas pessoas sobre o sucesso há o sucesso
espiritual, o único que verdadeiramente importa. Este é a obtenção de um novo
tipo de sabedoria responsável por profundas mudanças. Ou melhor, a sabedoria
da Inteligência Espiritual Superior. Significa ver: A felicidade que nos
concedemos é maior do que a que nos dá o mundo.
Vejamos um exemplo prático de como a verdadeira compreensão nos modifica.
Escolho a incómoda situação conhecida como concorrência. Olhem em volta.
Observe como há concorrência entre as pessoas pelas amizades, os romances,
os clientes, e assim por diante. Mas é a competição do ego que nos interessa
agora, pois constitui a causa básica da irritabilidade e da frustração.
No mundo exterior, podemos competir por clientes dos nossos produtos
comerciais. Não obstante, se vivemos também no Mundo Interior, podemos
empenhar-nos livremente em concorrência comercial sem competição de egos.
Uma vez que o Mundo Interior é superior ao exterior, não nos preocupa coisa
alguma, mesmo que o nosso concorrente obtenha a maior parte dos negócios.
Uma vez que o Eu falso, tão pronto a invejar e a ressentir, saia do caminho,
realizamos alegremente os nossos negócios sem cuidar do futuro.
Conto nos meus Workshops esta história Zen:
Um indivíduo que tinha uma pequena mercearia procurou o seu mestre,
sentou-se aos seus pés e comentou, em busca de conselho.
Mestre, sabe que eu tenho um pequeno negócio que vai dando para alimentar
a minha família, mas acontece que agora, mesmo em frente da minha loja, do
outro lado da rua, vai abrir um supermercado, estou muito preocupado com o
futuro, o que devo fazer?
Prezado aluno, disse o mestre, a partir de amanhã vais quinze minutos mais
cedo, sentas-te em frente da tua loja e envia-lhe pensamentos de paz, amor,
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harmonia e abundância, uma vez terminado essa invocação atravessa a rua,
senta-te em frente do supermercado e repete a invocação para o
supermercado, e dentro de três meses volta para me contares o sucedido.
Três meses passados o nosso pequeno comerciante senta-se aos pés do mestre
e comenta: Como o mestre sabe o que me trouxe cá na anterior visita foi a
minha loja, e fiz tudo como o mestre recomendou, pois bem, tenho a dizer-lhe
que já fechei a minha loja, pois agora sou o dono do supermercado!
Percebe que isto pode ser assim? Ou pensa que é um sonho agradável, mas
impraticável? Não, realmente não pensa. Sentimos todos o absurdo pesadelo de
dilacerar-nos mental e emocionalmente, apenas porque o nosso concorrente
aplicou-nos um golpe. Viva com o auxílio da Inteligência Espiritual. Isto é o que
importa. Neste caso, a derrota, o fracasso e a concorrência não significarão
coisa alguma para nós. Isto é exemplificado na seguinte reflexão:
Por que a vida invariavelmente parece inútil e sem sentido?
Porque pretendemos que as ambições e objetivos sem valor o passem a ter
realmente.
Tal como tentar ser importante?
Isso e também a ambição de adquirir posses e apegos nas relações sociais. A
situação seria como se um homem enviasse a si mesmo, pacotes vazios e
fingisse para si e seus amigos que possuem um valor intrínseco. A certeza
íntima de que estão vazios cria desespero inconsciente. Se ousar abrir os
pacotes e verificar que não têm nenhum valor autêntico, ele poderá
transcender para os verdadeiros valores.
Resuma-me os ensinamentos espirituais sobre o fracasso.
O fracasso não existe. Supomos que sim porque nutrimos ideias (ilusões),
centralizadas no ego alterado, sobre o que constitui o sucesso. Se
abandonarmos as ideias condicionadas, nunca mais teremos sentimentos de
fracasso.
Mas como as posso abandonar? Eu desejo ter sucesso.
Não, você deseja as suas ideias sobre o sucesso. Elas são as grades da sua
prisão. A sociedade diz-nos que o sucesso é algo muito importante, que se situa
no alto da escada. Ficamos, em consequência, tristes ao descobrir que estamos
nos primeiros degraus. Não precisamos ser ingénuos. Os degraus não existem.
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O sucesso ou o fracasso da autoria humana nada significam. Você é tudo. Você
é o sucesso.
Como Praticar a Ação Correta
Em abono da verdade, a pessoa percebe que não tem a mínima ideia do que
fazer consigo mesmo. Encontra-se na situação intolerável de sentir-se ansioso
para fazer algo, mas sem a menor ideia do que é. A perplexidade leva-o a
praticar ações mecânicas. Em causa de desespero, repete sempre os mesmos
atos ou estratégias.
A fim de solucionar o mistério, precisamos compreender o significado espiritual
da única ação benéfica. Difere totalmente da ação nociva dos desejos
distorcidos e ambições que só servem ao alter-ego.
Obtemos a intuição suprema sobre a natureza autêntica das coisas ao
percebermos que precisamos apenas permitir que elas sejam feitas para nós.
Esta rápida intuição ocorre ao homem ou mulher que chegaram ao fim do ego-
esclerosado e estão dispostos a permitir que o Eu verdadeiro viva a sua própria
natureza através deles.
Se você fizer algo, enganos serão possivelmente cometidos. Se nada fizer,
deixando a vida interior desenvolver-se sem interferência do ego, nenhum erro
será cometido. Isto em absoluto significa renunciar a coisa alguma valiosa.
Implica realmente encontrar o valor autêntico. Saibam que o terror oculto do
ser humano é que, embora muitas coisas lhe aparentam acontecer, nada de
real acontece. Talvez seja alguma coisa nova, interessante ou mesmo
gratificadora, mas simplesmente não é autêntica para o Eu mais profundo.
Quanto mais formos o nosso Eu Real, menos coisas irreais faremos e mais
felizes seremos.
Como é estranho que soframos sem cessar com as ações erradas sem as
colocar em dúvida! No mundo físico, somos extremamente práticos. Se o jantar
se apresenta menos do que saboroso ou se o projeto de negócios resulta em
fracasso, fazemos o exame da situação e a correção. Apesar de tudo, na vida
interna, quão poucos somos práticos!
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Não basta sentir que alguma coisa está errada. Sabemos que está ou não?
Precisamos ficar suficientemente cansados dos mesmos velhos medos e
ansiedade para dar início à ação correta. E esta começa com a observação e o
abandono do falso Eu.
Não precisamos planear a ação correta em direção ao progresso interior. Basta
deixar de praticar as erradas, que supomos certas. Isto abre caminho à ação-
sem-pensamento-condicionado, que é sempre correta. Diz o Taoísmo sobre o
iluminado: Ele não planeia, planifica ou calcula. Precisa você planear como o Sol
se move no seu curso natural pelo céu? Acredite-me, a situação é exatamente
igual. Acontecem as coisas como devem, se deixarmos de entreter ideias
preconcebidas sobre o que deve acontecer.
Ao sentir em qualquer momento que não progride na vida, pergunte-se
imediatamente: "Mas aonde quero ir realmente?" Notará então que a mente
superficial se atabalhoa para fornecer-lhe falsas respostas, sugerindo, talvez,
que quer novos amigos ou mais dinheiro. Mas subjacente a essas respostas
enganosas encontra-se a Inteligência Espiritual, que as sabe falsas. Deve ficar
consciente das falsas vozes e calá-las, exatamente como o sol evapora o
orvalho. Virá o tempo em que não mais temerá estacionar. Verificará que já
chegou lá e que lá sempre esteve. Pode ficar convencido que pratica a ação
correta, quando, sinceramente, procura compreender as Leis Universais.
Um Facto Fascinante da Espiritualidade
Ao entrarmos num supermercado, poderemos comprar tanto quanto nos

permitir o dinheiro que levarmos. Com um milhão de euros, podemos levar o
supermercado inteiro. Da mesma maneira, poderemos comprar o mercado
espiritual de acordo com o dinheiro que possuímos. Mas que dinheiro?
Exatamente o oposto do mundo material. A moeda espiritual não é algo que se
possua, mas, estranhamente, a que não se tem. Você precisa chegar, sem
nada, absolutamente. E aí é que reside a beleza de toda a situação.
Mas precisamos agora descobrir o significado do nada possuir. Significa o
despojamento de opiniões intelectuais e ideias decoradas sobre a vida interior.
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Em outras palavras, deparamos aqui com uma das mais fascinantes de todas as
ideias espirituais: O nada é a riqueza!
Mas saiba que conhecer as palavras não é a mesma coisa que viver-lhes o
significado. Suponhamos que eu decore as instruções impressas de um estojo
de primeiros-socorros. Significa isto que os sei aplicar? Não. O significado é
compreendido, quando, inicialmente, reconheço que nada sei, experimento,
pratico, e obtenho êxito. Conheço pessoas que são orgulhosas da sua
inteligência, com ares importantes, cursos universitários, anunciam que
decoraram capítulos inteiros de um determinado livro. Mas isso não é
inteligência. Esses mesmos indivíduos deixam-se ficar junto a numa porta
falando sem cessar durante meia hora, enquanto, uma vez por outra, dizem
que precisam partir imediatamente.
Não precisamos, portanto, fazer nenhum esforço para alcançar a
espiritualidade. O esforço constitui um pesadíssimo fardo. A pessoa realmente
espiritual é a que perdeu todo o desejo de ser outra pessoa que não ela
mesma, sem rótulos e sem desculpas. É quem é e isto é tudo o que há para
dizer a respeito. Tal pessoa é unificada; sem complicações, feliz.
Na tentativa de encontrar-se, determinada pessoa, pode absorver ideias
religiosas ou filosóficas. Mas isso em si pouca coisa realiza. Na verdade, pode
afastá-lo ainda mais de sua natureza real, e levá-lo a cair na armadilha de viver
de quadros mentais fictícios, de que é um ser espiritual e autorizado. Lembra o
ator que desempenha um papel durante tanto tempo que se identifica com ele:
pensa que é o Eu fictício. Pode-se reconhecer esse pessoa pela sensibilidade
que demonstra ao porém em dúvida a sua autoridade.
Devemos concentrar-nos no desejo único de sermos uma pessoa real. Ter êxito
nisso, significa ter êxito na vida. Com este conselho respondi a numerosas
perguntas, como as abaixo:
Mas como posso evitar a situação se caio sob uma avalancha de pensamentos
negativos?
Você pode e deve evitá-los. Não se renda. Você pode vencê-los.
Uma pessoa muito próxima a mim é profundamente antagónica a assuntos
espirituais. Como posso fazer com que me ouça?
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Que o céu o ajude se tentar! Você precisa recordar-se de duas leis. A primeira,
que a ninguém se pode dar o que ele não quer receber. A segunda, é que ao
cuidar do seu próprio desenvolvimento, você ficará a salvo do antagonismo de
outrem.
O que significam expressões como iluminação interior e progresso espiritual?
Algo muito simples e realizável, mas pelo qual milhões de pessoas vivem
famintas. Não precisamos complicar a definição. Significa o despojamento
regular dos fardos do que é antiespiritual, do medo, da exaustão, e o acréscimo
da alegria, tranquilidade e segurança. Resumindo, confiança na Inteligência
Aspetos Principais Deste Capítulo
1. Não existe fracasso na realidade do Universo.

2. O verdadeiro êxito consiste em viver com o auxílio da Inteligência
3. Introduza o despertar espiritual na sua experiência de vida.
4. Com o despertar espiritual, desaparece a dor da derrota.
5. A não-identificação com o condicionamento mundano produz
extraordinários benefícios.
6. Não se importe nunca com o que os outros fazem; faça o que, segundo
a Verdade Universal, for correto para si.
7. Procure o sucesso espiritual, pois somente ele tem valor autêntico e
satisfatório.
8. Permita que a sua vida interior flua sem interferências do ego.
9. Persista na busca do auxílio da Inteligência Espiritual Superior até obter
serenidade em toda e qualquer situação.
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CAPÍTULO VIII
COMO RESOLVER AS SITUAÇÕES ATRAVÉS DA

INTELIGÊNGIA ESPIRITUAL
Se as tentativas habituais de solucionar os problemas diários falharem, não se

sinta desanimado por isso. Você não nasceu para perder mesmo que acredite
piamente nessa crença. Precisa é de entender que a solução está numa direção
inteiramente nova, numa perspetiva inovadora. Essa estimulante direção
raramente é tomada pela maioria das pessoas e é por isso que, na sua
totalidade, vivem desorientadas e acreditando que as coisas são como são.
Existem sempre soluções para os problemas do processo a que chamamos vida,
que ninguém tenha dúvidas a esse respeito. A única questão cinge-se ao
seguinte: queremo-las em alternativa ao que hoje aceitamos como verdadeiro?
Nesta altura precisamos reexaminar um princípio fundamental: O ser humano
vive num tipo especial de sono mental, do qual nem desconfia. Mas ele pode e
deve despertar. Nessa ocasião, saberá quais as soluções.
O Leon Tolstoy descreveu-se quando sob o sono mental da seguinte maneira:
“Encontrava-se um homem num barco no meio de uma corrente. Via a terra
distante, mas, como lhe era desconhecida, hesitava. Não sabendo o que fazer,
olhou em volta para os outros barcos. Desciam a corrente. Supondo que eles
sabiam o que faziam, pôs de lado os remos e deixou-se ir. Mas, para o seu
súbito pavor, avistou perigosas correntes rápidas que destruíam os barcos que
iam à sua frente. Levado pelo choque reagiu imediatamente, lançou-se com
energia aos remos e dirigiu-se à margem segura que avistara antes.
A margem era o seu destino espiritual, o seu lar no universo. Os remos
representavam o poder de ação correta, que havia previamente substituído pelo
pensamento displicente dos que iam à deriva, mas que recuperou e levou-o à
salvação”.
Quando iniciamos um processo para o despertar, tudo mais nos é dado por
acréscimo, incluindo as soluções dos problemas que hoje nos deixam perplexos.
Se tentarmos acrescentar algo antes de despertar, nada adicionaremos de valor
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duradouro. Isto seria como se um dos homens que andavam à deriva
encontrasse uma moeda de ouro no fundo do barco... pouco antes de
destroçar-se nos rápidos.
Não há dificuldade humana que não possamos solucionar com o pensamento

do Poder Criador. Sim, não se precisa de outra coisa do que seguir o caminho
com a mente associada ao Poder Pessoal para transformá-lo num caminho
realizador.
Bem, isto pode parecer inicialmente um método muito simplista, pois estamos
habituados a depender de teorias complicadas ou conclusões eruditas que não
nos levam verdadeiramente a lado nenhum. Decididamente são desnecessárias.
Tudo que precisamos fazer é limpar a mente das nossas crenças limitantes,
tornando possível o frutífero autodesenvolvimento. Neste capítulo vamos
abordar, princípios e Leis Universais profundas. Estudamos ideias de mestres
que nos mostram o Caminho para a Autorrealização e examinamos sistemas
como o zen e o sufismo. Além disso, um conceito novo e especial foi criado, a
Estruturamos tudo isso com a única e exclusiva finalidade de esclarecer a sua
mente com a intenção de que ao mudar os seus pensamentos, mude a sua
vida.
O maior problema é que geralmente as pessoas por estarem condicionadas
acham que já pensam claramente. Por mais que as aflijam tragédias e
sofrimentos, simplesmente não acreditam que haja alguma coisa errada com os
seus processos mentais e quando o assumem geralmente procuram os
especialistas em saúde mental. E o que obtêm é andarem anos enrolados em
terapias que não os levam a lado nenhum. Pois não os ensinam a aprenderem
as lições ensinadas pelos conflitos. Em vez disso, procuram uma nova terapia,
um divertimento popular, um rosto conhecido, nutrindo a esperança de um
alívio que nunca acontece verdadeiramente. A situação lembra um homem
perdido no deserto, cujo pânico o leva a desviar-se ainda mais do caminho
correto.
Se sofremos prejuízos financeiros, a solução consiste em pensar claramente no
assunto e nada mais. Aceite isto ou não, asseguro-lhe que é uma verdade
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inegável. Se pensa que sofre de dolorosa solidão, há um porto de pensamento
onde a solidão não consegue penetrar. Qualquer um pode descobrir por si
mesmo esse estado. Se receia o que lhe pode acontecer, o pensamento claro
da Inteligência Espiritual banirá o medo. Se não sabe como triunfar na vida,
pode aprender a pensar com espantosa simplicidade num estado em que a
confusão é impossível.
Podemos considerar Stº Agostinho como exemplo de como a mente correta
pode mudar uma pessoa. A igreja descreve que o stº Agostinho era objeto de
troça das pessoas que o conheciam, que lhe recordavam a mocidade
desregrada. Aceitou-as calmamente, sem reações negativas, sabendo que a sua
própria natureza mudara e que as loucuras eram coisas do passado. Ele poderia
ter tomado parte na seguinte troca de perguntas e respostas:
Já foi comentado neste livro que a Inteligência Espiritual pode corrigir os
“erros” passados. De que maneira se poderá modificar então a história pessoal?
A história pessoal em si mesma é o que a mente faz dela. Podemos mudar a
mente e mudar o conceito que fazemos de nós mesmos. Não devemos dar à
simples recordação de um erro do passado o poder de dominar-nos, pois a
recordação não dispõe de poder algum a não ser aquele que nós lhe dermos.
Pode lembrar-se do incidente, mas não pense que ele tem alguma coisa a ver
com o que você é hoje. Você é uma pessoa nova a cada minuto que passa,
você está a recriar-se a cada momento.
A minha vida é uma frustração após outra. Estou sempre a realizar coisas na
esperança de que me tragam algum benefício, mas termino sempre onde
comecei. Quanto maior é a esperança, maior é o fracasso. Porquê?
Porque, erroneamente, você supõe que sabe o que lhe convêm, pois baseia-se
no que as suas crenças o levam a acreditar. Atualmente, na verdade, você não
sabe como servir ao seu bem-estar duradouro. Atuar na base de falsas crenças
é tão inútil como lançar uma rede de pesca no deserto. Procure conhecer os
caminhos da sua mente, ligue-se aos Poderes Maravilhosos da sua Inteligência
Mas porque será que não posso progredir seguindo as crenças que adotei!
Porque se a estrada da sua vida é outra, você se perderá. Não se pode chegar
ao Porto ao apanhar a estrada para o Algarve.
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Todos Possuímos Abundantes Riquezas no Eu Interior
Por mais tempestuosos que sejam os seus problemas, nada o obriga a eternizá-
los. Não terá de ser permanente a tempestade que lhe cortou as comunicações
com o seu verdadeiro Eu. A vida livre proporcionada pela sua Inteligência
Espiritual Superior, pode ser vivida em qualquer ocasião, por qualquer pessoa,
em qualquer lugar.
Existem meios de se romper as paredes mentais da incompreensão. Se você
consegue romper uma parede de papel, pode derrubar uma de tijolos, mas é
preciso começar pela primeira.
Em que momento poderemos começar a pensar em nosso benefício? Em
qualquer altura, da mesma forma que o nadador corajoso não escolhe o local
no mar. Você talvez comece a desconfiar de que o que quer não seja o que é
melhor para o seu Eu essencial. Isto não é tão fácil como parece, pois, os
desejos persistentes do ego são muito inteligentes e mascaram-se de
necessidades reais.
Veremos que simplesmente pensar na felicidade e viver realmente feliz, são
duas coisas diferentes. É a diferença entre imaginar um jardim multicolorido e
realmente estar nele. Se displicentemente aceitamos o quadro imaginário como
a realidade viva, inconscientemente enganamo-nos. A grande maioria das
pessoas, faz exatamente isso. A maneira de evitar o problema surge logo que
se começa a suspeitar de que a imagem nada mais é do que isso mesmo. Às
vezes, um violento choque ou uma dor emocional forte sugere-nos vagamente
algo real, além do mero pensamento.
Mas faça o simples teste ao seu esforço. Pergunte-se: "Vejo, na verdade, as
coisas um pouco mais claramente do que antes?" Se vê, houve progresso real,
parabéns. No caso contrário, cabe-lhe apenas persistir, com toda a paciência e
confiança até dissipar-se o nevoeiro mental.
Constantemente, ponha-se cada vez mais próximo da fonte secreta existente
no seu íntimo o seu Eu Interior. Essa fonte secreta ajuda-o a transformasse na
sua própria renovação.
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Nenhum poder temos que não seja uma dádiva de nós mesmos, nenhuma
felicidade salvo a que emerge do Eu Autêntico, nenhuma liberdade que não
seja a do nosso estado natural.
Aquilo que nós nos concedemos jamais nos poderá ser tomado. Dura para
sempre. Nem o nosso pensamento nem a nossa honra estão sujeitos à
mudança ou destruição. Constitui uma posse eterna é nosso por direito divino.
Mas tudo o que nos é dado por indivíduos e organizações pode e nos será
tomado. Honrarias e recompensas concedidas por homens a homens são
apenas representações teatrais, em que a cortina pode descer a qualquer
momento.
Evite as dádivas ilusórias que homens dão uns aos outros. São vazias e
sabemos disso. Aprenda, portanto, a dar a si mesmo. E descobrirá que somente
as dádivas concedidas a si mesmo são honrosas, reais e imortais.
A Inteligência Espiritual na Solução dos Problemas
Vejamos como pode ser explicado o funcionamento condicionado da mente

condicionada da perspetiva da Ciência da Autorrealização:
É mencionado no livro repetidamente o tema dos enormes conflitos em que
vivemos. Mas, embora existam problemas na vida, a maioria das pessoas
parece bastante calma.
É de enorme importância que compreenda isto. Constitui uma total ilusão julgá-
las calmas. Duas coisas produzem essa ilusão. Em primeiro lugar, todos nós
somos atores consumados no ocultamento de conflitos profundos atrás de
máscaras. Em segundo, enquanto a crise estiver ausente, podemos dar a
aparência de controlo. Mas, logo que surja a menor emergência, o indivíduo cai
em pedaços. Você não faz ideia do que está oculto em algumas daquelas
pessoas que parecem seguras e dotadas de autocontrolo.
Isto não será uma opinião pessimista?
Será um médico pessimista ao identificar uma doença como tal? Não seria ele
incompetente se diagnosticasse sadio uma pessoa doente? E esse chamado
otimismo não seria o próprio obstáculo a um tratamento eficaz? Pois o
otimismo calculado nada mais é do que pessimismo.
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Precisamos de compreender a incapacidade da mente condicionada de resolver
os problemas. Ela não os pode resolver porque é a causa deles. Não pode
curar-se a si mesma. Por mente condicionada referimo-nos àquela mente
formada de ideias emprestadas, ambições pessoais distorcidas, raciocínios
enganosos. Uma mente esclerosada assim, não pode descobrir o que melhor
lhe convém; pode apenas procurar freneticamente aquilo que pensa que
precisa.
Vejamos como uma pessoa sobrecarregada de atitudes esclerosadas tenta
solucionar um problema. Digamos que ela se julga traída ou ofendida, por
alguém. O primeiro erro consiste em deixar que o facto lhe diga como deve
reagir. O facto obriga-a a sentir-se furiosa, nervosa, perturbada. Obedece ao
comando, que prepara a cena para o ato trágico seguinte de pensar em
maneiras de restaurar os sentimentos feridos. Diz a toda a gente que foi
maltratada. Por dentro, queixa-se e sente pena de si mesma. Se a vingança é
possível, vinga-se, e ao mesmo tempo justifica-se. Se não há meio de retribuir
a afronta, passa vários filmes mentais de vingança.
Que lamentável tragédia. Você acha que ela escutará se tentarem dizer-lhe o
que esta a fazer consigo mesmo? Não, ela tira um prazer especial do
negativismo, sem saber o preço que está a pagar.
Tomemos agora a mesma situação e veremos como o resolveria uma pessoa
que pensa com o auxílio da Inteligência Espiritual Superior.
Em primeiro lugar, não admitiria que o facto ditasse a natureza dos seus
sentimentos. Não é uma marionete puxada de um lado para outro pelos factos
externos; tem autonomia. Em segundo lugar, a traição como sentimento, nem
sequer existe para ela. Somente o Eu egoístico sente-se traído; somente o falso
âmago sente-se injustiçado. Essa pessoa é realmente intocável. Não tendo um
ego alterado, não pode reagir erradamente, isto é, com inveja, fúria, raiva ou
sofrimento.
Mas não pense que esta pessoa motivada pela Inteligência Espiritual é fraca ou
indiferente porque não se irrita com aparentes traições. É tão forte, tão
imensamente forte, que com um encolher de ombros recebe os aparentes
ataques desfechados contra ela. Só o fraco é que se sente traído.
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Tudo isto exige que transformemos o nosso pensamento sobre nós mesmos e a
respeito dos factos diários em que somos envolvidos. Não queremos reagir
como a maioria, ela sente-se miserável e não queremos ser iguais a ela. Nós
mudamos, somos diferentes.
A Solução para o Nervosismo
Ao afagarmos insistentemente uma corda cheia de nós, ela irrita-nos a pele das
mãos. Se as queremos macias, devemos desfazer os nós. Os nós na vida, são
as ideias erradas recebidas de pessoas envolvidas nessas cordas.
Uma anedota conhecida conta a história da jovem esposa que fez uns biscoitos
duros e sem gosto. O marido ao sugerir isso suavemente, ela comentou: "Mas
não podiam estar sem gosto... O livro de receita diz que eles são deliciosos!"
Por trás da situação humorística há um erro comum nas pessoas infelizes. Ao
serem postas em dúvida as suas ideias erradas, dão respostas irrelevantes,
mais ou menos como as seguintes.
Você é feliz?
A minha religião diz que sim.
Mas, é feliz?
Eu sigo as crenças tradicionais.
Mas, é feliz?
Os meus amigos dizem que sim.
Mas, é feliz!
Eu tenho fé e esperança.
Mas, é feliz?
Bem, eu não sei exatamente o que responder agora.
Falar simplesmente a respeito das soluções nada resolve, não importa quanto
inteligentes possam parecer as palavras. Réplicas espirituosas e opiniões
populares não conduzem a coisa alguma.
A mente condicionada lança-se imediatamente ao trabalho para fabricar
respostas inúteis. Manufaturadas pela mente imitativa não constituem
absolutamente respostas. São artifícios inúteis.
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Vamos supor que uma determinada pessoa se sinta aborrecida e inquieta.
Ansiosamente, a sua mente procura alívio. Apresenta-lhe diversas
possibilidades. Pode ir ao ginásio, cinema, ao centro comercial fazer compras.
Há um café muito animado rua abaixo. Pode lançar-se a um novo projeto
comercial. Pode tentar arranjar um(a) companheiro(a).
Nenhuma das soluções fará mais do que suspender-lhe o nervosismo durante
algum tempo, pois confunde fuga com a solução. Erroneamente supõe que a
solução se encontra fora de si mesmo. Não consegue perceber que ela reside
no âmago do próprio problema. É como se tentasse escapar do próprio corpo!
“Um homem sentia medo da própria sombra… Ele não sabia que, se
permanecesse num local sombreado, a sombra desapareceria”.
(Chuang-tse)
O estranho em toda essa aparente complexidade, é a incapacidade da pessoa

identificar as falsas soluções desse tipo. Não importa quantas vezes desperte
com a mesma dor de cabeça, nervosa, ansiosa, a irritabilidade habitual, ela
tropeça de volta aos erros.
Mas há a solução da Inteligência Espiritual. É um local sombreado. Surge
geralmente quando a mente alterada se cansa, resiste e aceita nada saber,
abandonando-se a algo desconhecido e indescritível.
O Poder do Autodespertar da Inteligência Espiritual Superior
É do conhecimento geral que graças aos corpos de bombeiros que passam

muito tempo na prevenção de incêndios, principalmente no tempo quente,
havendo, em consequência, menos sinistros a combater. Da mesma forma, e
para começar, o indivíduo desperto e prudente descobre maneiras de impedir o
aparecimento de problemas.
O sistema da Inteligência Espiritual torna desnecessário combater um problema
depois do outro. Você fica acima de todos eles. Isto não é apenas um ideal
para acreditar. É uma verdade que deve ser conhecida e gravada no seu
íntimo. A agitação desesperada para escapar de um problema constitui a
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maneira incorreta de o resolver. A abordagem correta é o interesse profundo
em compreendê-lo.
Ao encontrar-se numa situação desagradável no mundo exterior, você não
precisa de lutar. Simplesmente deixe-a desenrolar-se, vendo-a como um
observador imparcial. Não se deixe perturbar pelo que vai acontecendo.
Permaneça no suporte do seu Mundo Interior, em silenciosa compreensão. Isto
exclui toda a capacidade de se infligir a dor da situação.
Se a sua grande finalidade na vida é despertar para o Caminho da
Autorrealização, então tudo o que lhe acontecer será para o seu bem, pois
pode espicaçá-lo na direção do autodespertar. Mas se adotar falsos objetivos
que servem a falsas finalidades, tudo o que ocorrer será contraproducente.
A maioria das pessoas não consegue compreender que é a atitude que adotam
que leva um evento a parecer bom ou mau. Uma das técnicas corretivas
consiste em usar algum pequeno aborrecimento e tentar vê-lo de um ponto de
vista diferente. Faça um esforço sincero para interpretar a situação ou a pessoa
de outra maneira. Lembre-se de que este novo e libertador sistema existe
realmente, esteja você ciente disso ou não. A sua tarefa é a descoberta pessoal
da confirmação.
Pôr em dúvida pontos de vista atualmente adotados constitui uma necessidade
absoluta para o autodesenvolvimento. Isto significa que deve combater as
velhas e conhecidas maneiras de pensar. E também que deve pensar, agir e
sentir exatamente de forma oposta aos outros sair da matriz.
Interpretar e aceitar a vida de outra maneira constitui “o segredo” do Caminho
da Ciência da Autorrealização. Incidentalmente, aonde foi que o seu caminho
atual o conduziu? É bem possível que você possa imaginar a fazer a si mesmo
as seguintes perguntas:
Eu já percebi que o conceito da Inteligência Espiritual é prático com as suas
ideias sobre a autorrealização e, por isso mesmo, gostaria de perceber até onde
esta nova espiritualidade pode ajudar-me sobre o meu problema de insónias.
Como é que conseguirei dormir sem comprimidos?
Deixe de lutar contra a insónia. O seu próprio medo de não dormir é o que o
mantém acordado. Se a sua mente e corpo não querem dormir está na hora de
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procurar as causas verdadeiras e começar o seu processo de
autotransformação e a insónia passará a pertencer ao passado.
Já li em alguma parte do livro, que eu não precisaria fazer coisa alguma a
respeito dos meus problemas e, igualmente, que tudo posso fazer a respeito
deles. Explique-me melhor, por favor.
O Eu condicionado, ou ego alterado é constituído de desejos contraditórios e
ideias falsas, não pode fazer outra coisa senão mergulhá-lo ainda mais fundo
no poço da incerteza. Mas o seu novo você, o Eu Interior ou Inteligência
Espiritual que é, a sua consciência elevada ou Alma, conhece a solução de
todos os problemas. Esse novo você pode alcançar um patamar em que não
precisa de respostas porque não faz perguntas, simplesmente É.
Os Problemas Desaparecem do Caos de Onde Vieram
Os problemas desaparecem quando os seus pensamentos, palavras e ações

concordam com a sua essência íntima, isto é, com o seu Eu verdadeiro. A
desarmonia consiste na contradição entre o que é verdadeiro e o que
erradamente assim se supõe.
Vejamos o problema do excesso de peso, ele surge porque o centro errado
toma o comando. O excesso de peso não pode ocorrer quando deixamos que o
corpo, e não a mente, diga-nos quando devemos comer. Percebe agora a
importância de conhecer-se a si mesmo?
Vejamos um dos problemas que mais aflige as pessoas a questão de dinheiro. A
pessoa autounificada com o Caminho da Autorrealização, tem com o dinheiro
uma relação inteiramente diferente da pessoa autodividida. Pelo menos por
uma coisa, é mais prática. Gasta naquilo que realmente necessita, e não para
atender a necessidades artificiais despertadas pelo espírito de posse. Não tendo
a necessidade compulsiva da sensação de poder criado pelo esbanjamento,
gasta menos e necessita de menos. Não pode ser atraído, tentado, ou
subornado pela riqueza. Esta é uma das suas liberdades tranquilas. “Quando
nada preciso, tenho tudo!” E ao pensar desta maneira acreditando que todas as
necessidades serão satisfeitas, então tecnicamente não se terá necessidades. E
esta verdade tornar-se-á a experiência, assim a fé será justificada e a vida fluirá
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sempre para si e através de si, essa é a forma mais elevada de se viver a
autorrealização.
O melhor de tudo é que o método existe. É algo inteiramente diferente da
maneira como atualmente você pensa. Se a resposta pode ser imaginada, não
é verdadeira. “A solução dos problemas humanos não é assunto de imaginação,
mas ação. Somente a ação conferem-nos grandeza. Todos os homens podem
realizar grandes obras se souberem no que elas consistem”. (Samuel Butler).
Existem pessoas que alegremente supõem que têm a opção entre serem felizes
na vida espiritual ou sem ela. Não há tal opção. Ou somos felizes com a
verdade ou infelizes sem ela. Não há acomodação, isso não é mais do que
artimanhas do ego alterado.
Mais cedo ou mais tarde, você tem de levantar-se e recusar-se a continuar a
ser vítima por mais tempo da tirania que lhe domina o interior. E bem poderiam
fazê-lo agora. Usem estas palavras como lema de vida: Nenhuma acomodação
com a minha honestidade mental. Mas posso ensinar-lhe outra muito mais
poderosa: A inquietação é a atividade de uma mente que não entende a sua
relação especial com um Poder Superior.
Como a Inteligência Espiritual Transformou um Senhor da

Guerra
Quando pensa em paz o que me diz os problemas mundiais que nos afetam a
todos?
A transformação individual interna constitui o único caminho para a paz social e
mundial. Isto significa você e eu. Mas uma vez que a maioria se recusa a
considerar a doença social como uma projeção dos seus próprios
desajustamentos, o problema contínua. O homem prefere esquivar-se da
responsabilidade pessoal, fingindo que a causa se situa fora de si mesmo. Não
muda para melhor, meramente reajusta-se. É como transferir um doente de
uma cama para outra no hospital, na esperança de que isto o curará.
Finalmente, a mente alienada da maioria da população deste planeta é
construída de tal forma que se sujeita mais aos disfarces do que à realidade.
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O imperador Asoka, da antiga Índia, proporciona um exemplo perfeito de paz
social através da transformação individual interna. Treinado como jovem
príncipe na arte da guerra, conquistou as terras vizinhas, com as habituais
mortes e sofrimentos. Anos mais tarde caiu sob a influência de ensinamentos
espirituais principalmente, os de Buda, transformando-se num homem
inteiramente diferente. Renunciando à guerra e à crueldade, tornou-se um
soberano modelo pelo exemplo que deu de força através da intuição intelectual.
Deixe-me que responda da seguinte maneira às perguntas que penso que
eventualmente me faria:
O professor indica que devemos compreender claramente as loucuras do
mundo. Mas não seria isto apavorante?
Esta pergunta é de extrema importância. Ela é apenas apavorante quando não
as entendemos, quando deixamos de compreender-lhes as verdadeiras causas.
Quando claramente percebidas e observadas pela ótica da Inteligência
Espiritual o medo toma-se impossível. O iniciado no processo de Autorrealização
estuda impessoalmente a loucura social e emocional, como observaria tigres
enjaulados a se auto mutilar com as garras.
Qual a solução da Inteligência Espiritual Superior para o problema social do
crime, por exemplo, e do roubo?
Todos os crimes são ocasionados por hipnotismo mental alienado que não
permite ao indivíduo saber Quem É Realmente. A falsa interpretação que faz de
si mesmo é produz a falsa necessidade, que, por sua vez, produz o falso
comportamento.
Eu gostaria de estudar estes assuntos mais profundamente, mas existem tantos
mestres e sistemas conflitantes. A quem devo escutar?
Se você estiver rodeado por uma dúzia de pessoas, todas a falar ao mesmo
tempo, a atenção é impossível. Desligue-as. Ouça apenas a si mesmo. Um dos
oradores pode dizer-lhe a verdade, mas você não a pode reconhecer nem dar
valor à sabedoria dele até que tenha, pelo menos, uma migalha desse saber
dentro de si mesmo. É inútil depender do próximo. Uma vez que reconheça a
verdadeira sabedoria quando a ouve, pode, em segurança, escutar um
verdadeiro mestre para receber posterior orientação.
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Dar Verdadeiro Significado à Vida
Nervosa e inseguramente, planeamos este ou aquele caminho para a nossa

vida. Queremos ter a certeza de que não estamos a cometer erros. Depois de
oscilar dolorosamente entre isto e aquilo, finalmente decidimos fazer alguma
coisa. Se os resultados são agradáveis, congratulamo-nos pela nossa sábia
decisão; se somos magoados, ficamos irritados connosco mesmos. Mas o que
não compreendemos é que não existe diferença entre isto e aquilo. Há apenas
diferença na maneira em como reagimos a isso. Reagimos com prazer no
tocante ao primeiro resultado, porque ele nos deu um sentido protetor de
termos acertado, e não errado. Sentimo-nos seguros no momento, mas
preocupados também com a próxima decisão.
Mas é efetivamente essa necessidade desesperada de acertar que deve ser
lançada às urtigas. Isso é conseguido fazendo o que fizermos sem nos
preocuparmos se temos razão ou não, indiferente aos resultados. Ao viver com
o auxílio da Inteligência Espiritual Superior, não nos afeta de maneira nenhuma
se acertamos ou erramos, porque sabemos que a coisa certa acontecerá e, por
essa confiança inabalável, não temos ansiedade porque não temos expetativas.
É o envolvimento total com a vida, sem ideias preconcebidas sobre o que
melhor nos convém, que faz recuar a maré. Nesse envolvimento nem há
excitação nem feridas no ego, apenas a realidade, que significa Poder Pessoal.
“Mas, se os homens que não compreendem a vida apenas se aproximassem
dos fantasmas que os amedrontam e os examinassem, perceberiam que, para
eles também, são apenas fantasmas, e não realidades”. (Leon Tolstoy)
Nenhuma condição do mundo exterior pode incomodar-nos quando vivemos
também sob a égide do nosso Poder Interno. Não existem perguntas sem
respostas, digam elas respeito à votação num candidato, à nossa carreira, se
casamos ou não, ao álcool, ou a vestir corretamente, calorias ou pessoas
desequilibradas à nossa volta.
Heraclito, de Éfeso, foi um filósofo pré-socrático considerado o “Pai da
dialética”, proporciona ainda hoje, um exemplo às pessoas atuais que desejam
viver no mundo, mas sem tomarem parte nas suas confusões. Nascido na
nobreza, envolveu-se profundamente nos conflitos sociais e políticos na sua
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nativa Éfeso. Considerava todos os professados ideais de homens ambiciosos
como máscaras inteligentes dos seus anseios egoístas. Incapaz de transigir com
a honestidade íntima, abandonou a cidade para procurar a paz no campo. Foi
de lá que enviou as inspiradoras mensagens àqueles que queriam algo melhor.
Declarou que a paz pessoal e a estabilidade social eram alcançadas apenas
quando a humanidade vivia e pensava na base da inteligência universal.
Vejamos como um investigador entusiástico da inteligência universal
responderia as seguintes sondagens:
O ruído da vida moderna é tão dispersivo!
Não é preciso existir conflito entre a vida atual e o despertar interno. Os
computadores e os recetores de televisão não são inimigos em si. Prejudicam-
nos apenas quando os transformamos em falsos deuses. Um homem de
negócios, um empresário assim como um iniciado no Caminho, pode
permanecer à frente de um sofisticado computador e continuar perfeitamente à
vontade.
Qual é o significado da vida? Num dia, penso que o encontrei; no outro, sinto-
me deprimido. Há significado na vida?
Esta pergunta é provocada pela ansiedade, que o impede de compreender.
Mas, vejamos. Enquanto quiser que a vida tenha um significado baseado em
ideias condicionadas, o significado esquivar-se-á de si. Todas as tentativas
baseadas em ideias falsas forçosamente devem produzir falsos significados, que
se desfazem em pedaços. Você poderá responder à sua própria pergunta com
um estudo sério. Definitivamente, abandone os esforços frenéticos para dar
significado à vida. Deixe que o vazio que há nela continue nela, e você
compreenderá, pois na verdade a vida não tem significado para além daquele
que você lhe der.
Ninguém que use a sua mente alterada soluciona realmente os seus problemas.
Meramente troca uma provação por outra. As coisas continuam na mesma,
finge-se apenas que elas são diferentes.
O vislumbre de que a situação é desta ordem pode dar início a uma grande
melancolia.
Geralmente a pessoa com uma mente alterada atrai todo o tipo de problemas
em que se mete, em virtude da pessoa que é. A sua natureza negativa projeta-
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se para fora, aonde quer que vá. Uma pessoa agressiva inevitavelmente
conforta-se com as demais. A que julga que os outros procurarão tirar
vantagem de si será, na verdade, explorada. Os que rejeitam as situações
psíquicas da vida não têm escolha senão tropeçar numa rejeição após outra.
Fazemos o que somos. Para mudar o que fazemos precisamos mudar o que
somos.
Não há proveito nenhum em tentar modificar as condições externas de
natureza negativa. Elas são meras sombras lançadas pela natureza ignorante
do indivíduo. É inútil combater ou disfarçar a sombra. O próprio lobo precisa de
ser destruído. Esta é a tarefa da Inteligência Espiritual Superior.
Os lugares que geralmente visitamos indicam o nosso nível de desenvolvimento
mental. Vamos aonde vamos, porque somos o que somos. Isto constitui um
bom exemplo de como a vida do indivíduo no seu Mundo Interior condiciona-
lhe as atividades no exterior. Ou, como diz Chuang-tse: “Dada esta verdade
interna, ela exerce eficácia externa, e é por isso que a julgamos tão valiosa”.
Tendo isso em mente, de que modo pode o iniciado sincero agir bem em
benefício próprio? Pode transformar-se num detetive espiritual observando as
ligações entre a maneira como pensa e o que lhe acontece. Concluirá que a
origem dos problemas se situa no seu íntimo. Conhecerá a impossibilidade de
obter renovação através da mudança das condições externas. Entenderá a
existência de forças no seu íntimo que recriam as circunstâncias que classifica
de negativas ou positivas.
Imediatamente que o indivíduo compreender realmente o preço horrível que
paga pelo negativismo inconsciente, não o fará mais. Homem algum prejudica-
se conscientemente. Se não parar, não compreenderá. Sempre nos sentimos
mal quando fazemos algo contra os nossos verdadeiros interesses. Isto pode
constituir uma grande pista para a autocorreção. Problemas e sofrimentos
acompanham sempre o pensamento ou a ação que prejudica o seu autor. Algo
o nosso íntimo procura despertar-nos. Podemos cooperar tentando abrir os
olhos ou melhor a mente consciente.
De nada vale tentar fabricar um relógio com ferramentas de jardineiro. Mas
existem instrumentos apropriados para fazê-lo. De idêntica maneira, podemos
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começar a usar hoje o instrumental apropriado da nossa Inteligência Espiritual
a fim de criar uma vida. Autorrealizada.
Princípios Básicos Deste Capítulo
1. A maneira de fugir da confusão situa-se numa direção inteiramente

nova, na companhia da Inteligência Espiritual Superior.
2. A solução de todos os problemas depende de uma mente clara, apoiada
nas Verdades Universais.
3. Aproxime-se da fonte secreta de sabedoria Universal existente no seu
íntimo. O seu Eu Interior.
4. Assuma a total responsabilidade pelo seu crescimento espiritual e
5. Tudo o que se conceber com a Inteligência Espiritual Superior jamais lhe
poderá ser tirado.
6. A Inteligência Espiritual Superior cura os danos causados pelo
pensamento alienado.
7. Com a Inteligência Espiritual Superior não tema o vazio interno da Alma.
8. O negativismo interno projeta-se externamente tornando-se a sua
realidade.
9. Para mudar o que faz, mude a maneira como pensa.
“Quem não é capaz de aceitar as suas responsabilidades vive em mentira

e faz os outros viver na mentira. Viver na mentira de quem se é e do que
se faz, produz uma desconexão com o próprio coração e com a essência
espiritual”.
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CAPÍTULO IX
A ENERGIA DA INTELIGÊNCIA ESPIRITUAL NA SUPERAÇÃO

DAS DIFICULDADES
Um jovem príncipe foi informado dos segredos do castelo do pai, o rei. Entre
eles havia uma rota secreta para voltar ao castelo no caso de ser surpreendido
do lado de fora das muralhas durante um ataque inimigo. O príncipe ouviu
atentamente, mas, na excitação da vida diária da corte, as palavras foram
esvaziando-se da sua memória.
Certo dia, enquanto caçava, um exército inimigo cercou o castelo. Desejando
voltar, o príncipe deu voltas à cabeça. Sabia que a única coisa que lhe competia
fazer era recordar-se claramente do que, certa vez, soubera tão bem. Ao
combinar o pensamento com a ação, portanto, lançou-se ao trabalho.
Uma vez alcançado o fosso, lembrou-se de que era necessário nadar
diretamente sob a ponte levadiça até à muralha. Em seguida recordou-se da
porta oculta na base da muralha externa. Ao entrar numa prisão lembrou-se
onde ficava escondida a chave. Assim, passo a passo, ultrapassou os obstáculos
e chegou à segurança do interior do castelo.
Tal como o príncipe esquecemo-nos o caminho de volta ao Ser, mas não se
deve tratar isso como uma situação apavorante. Não, absolutamente. Trata-se
de uma oportunidade de aventura ou desafio aliciante. Não hesite, portanto, a
arriscar-se ao fracasso. Se for necessário disponha-se uma e outra vez
alegremente a fracassar e a fracassar. Finalmente, compreenderá que não
existe fracasso, apenas uma falsa ilusão de tal coisa.
Se encontrar em si mesmo apenas 1 % de coragem e 99 % de timidez, ótimo.
Prossigam apenas com isso. Aos poucos, durante a caminhada mais coragem
será acrescentada.
Não se sinta desencorajado se tiver de ultrapassar obstáculos para o
desenvolvimento espiritual. Lembre-se de duas coisas:
1. Quanto mais alto o desafio, maior a oportunidade de progresso.
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2. Ninguém lhe pedirá nunca o impossível, o que significa que é possível usar e
ultrapassar todos os obstáculos.
Trace os seus planos e objetivos para o progresso interior e imponha-se a
cumpri-los. Eis abaixo algumas perguntas sobre a conquista da autoconfiança e
a maneira como eventualmente poderiam ser respondidas:
Gostaria que me explicasse o aparecimento e o desaparecimento da
autoconfiança. Num minuto, estou no cume da montanha; no seguinte, em
baixo.
Na generalidade, o que vulgarmente chamamos de autoconfiança não o é,
absolutamente, trata-se meramente de uma exaltação temporária, nascida de
um forte desejo por algo. Logo que o desejo é debilitado pela invasão de
outros, você sente-se deprimido.
Como é que isso funciona numa situação prática?
Vejamos um exemplo, você deseja estabelecer-se por conta própria. Desde que
as recompensas pareçam grandes, sente-se capaz de atingir o objetivo. Mais
tarde, porém, ao surgirem problemas, eles geram novos desejos, tais como
levar uma vida mais calma; ou propõem outra meta que promete recompensas
ainda maiores. Você, nessa altura, já não se sente tão autoconfiante a respeito
da meta inicial.
Então, o que constitui a autêntica autoconfiança?
Logo a reconhecerá quando a falsa desaparecer.
Logo que se sente bloqueados os trilhos que levam à Inteligência Espiritual, as
emoções transmitem à mente mensagens enganadoras de desânimo. A mente
adormecida ingenuamente aceita como factos as falsidades e, portanto, não
pode compreender que as coisas podem ser diferentes. Mas na verdade podem.
Deixemos a ingenuidade aos que querem permanecer adormecidos.
O famoso filósofo, e cientista René Descartes ensinou a propósito: “Possuir uma
mente enérgica não é o suficiente; o primeiro requisito é usá-la bem”.
Comecemos então, sabiamente com algo que deve ser lembrado sempre:
Não existem obstáculos em lidar com pessoas desagradáveis, nem em
problemas domésticos ou comerciais, nem em fracassos passados, nem em
qualquer coisa que os lembre. Todos os obstáculos estão dentro de nós
mesmos. Que grande vantagem para o iniciado no Caminho compreender isso!
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Num relâmpago, confinamos a busca ao propósito certo. Sabemos agora para
onde dirigir as energias e realizar o trabalho prático.
Mas se os obstáculos são autoconstruídos, o Eu pode igualmente agir de forma
diferente. Pode recusar-se a criá-los mediante o pensamento errado. Vejamos a
título de exemplo, o caso de um casal com um relacionamento tenso e
antinatural. É tenso porque os pensamentos confusos de ambos, desenvolvera-
se mais ou menos assim: “A fim de conseguir o que quero de ti, preciso dar-te
o que tu pensas que queres de mim." Ambos terminam sentindo-se frustrados,
pois nenhum dos dois deseja o que pensa que quer. Mas se vivessem na
orientação da Inteligência Espiritual, a naturalidade faria parte das suas
relações.
Caímos sistematicamente vítimas de pensamentos e ações autoderrotistas
apenas porque não os interpretamos como tais. Na nossa confusão mental,
chegamos a chamá-los pelo oposto, tal como rotular a teimosia de força de
caráter ou vontade. Você sem dúvida conhece pessoas que orgulhosamente
declaram: "Ninguém me diz o que pensar!" Isto, naturalmente, é uma receosa
atitude de defesa que indica fraqueza. A verdade é que todos nos dizem como
pensar, embora não nos apercebamos do facto. Um dia, porém, essas pessoas
forçosamente descobrirão que a verdade é a única cura do que quer que as
aflija.
Corajosamente compreenda que as barreiras mentais e o negativismo são
autodestrutivos. Será uma pessoa muito diferente, quando compreender isso.
Ao observar tranquilamente o negativismo, ele foge de si tal como as raposas
ao avistarem o lavrador alerta.
Você talvez esteja na companhia de pessoas quando algo é dito ou feito que o
irritam. Observem atentamente a irritação à medida que ela surge e eleva. Mas,
quando ela comparece perante o poder da sua consciência, o seu pseudopoder
desaparece.
A entrada que leva à Inteligência Espiritual Superior é um processo de limpeza,
muito parecido como retirar pedras e entulhos de um determinado percurso no
deserto para abrir caminho para uma estrada. À medida que as pedras da má
informação saem da mente, abre-se caminho para novas descobertas, que nos
dirão o que queremos saber. Mas quais são essas descobertas?
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1. Se não estamos contentes “sem”, não ficaremos contentes “com”.
2. Permitir a uma sociedade alienada dizer-nos como viver implica também
permitir que sua confusão nos influencie.
3. O motivo de existir tanto sofrimento no mundo é devido à neurose e
“normose” coletiva, imensamente agressiva, que se sente compelida a
encontrar alvos.
4. Se não pensássemos que somos impotentes e infelizes, não o seríamos.
5. Ninguém pode apreciar a verdade para a qual não está preparado, da
mesma maneira que um macaco não pode apreciar o som de uma harpa.
Se repetidamente passarmos pela humilhação de reconhecer que não
sabemos realmente do que falamos, finalmente aprenderemos.
6. Tão duro como às vezes pareça ser, a verdade é amor e nada mais se
não amor.
7. O pensamento da Inteligência Espiritual Superior altera e melhora com
grande naturalidade os nossos atos externos, da mesma forma que uma
nova árvore influencia e melhora um quintal estéril.
8. A liberdade é uma orientação invisível, e nunca uma ajuda que todos
veem.
9. A autêntica autorrenovação começa quando, sinceramente, inquirimos
sobre os processos, artifícios, ilusões e poderes da mente.
A fim de mudar, as pessoas não deviam considerar as situações espirituais

como sentimentos dramáticos. Este erro comum é cometido por aqueles que
têm necessidade urgente de dramatizar todas as coisas, especialmente eles
mesmos. Considerando os factos espirituais como indicadores práticos, não há
necessidade de um desempenho exaustivo de palco. No seu íntimo mais
profundo, todos os atores anseiam por deixar a ribalta e voltar a ser eles
mesmos.
Descobrimos o que é realmente importante, ao afastarmo-nos corajosamente
de tudo aquilo que proporciona um mero sentimento de importância.
A ânsia por experiências novas e excitantes impede a descoberta do que é real
na pessoa. As excitações são temporárias, passando e dececionando, ao passo
que o real é eterno. Se não nos conservarmos alerta, o corpo físico pode levar-
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nos erradamente a pensar que mudamos, quando, de facto, sentimos apenas
uma forte excitação. A excitação transformar-se-á, inevitavelmente, no seu
oposto, o aborrecimento. Mas há outro tipo de excitação que não tem oposto -
a da Inteligência Espiritual Superior.
Há uma porta verdadeira e mil falsas. A porta do Reino da Verdade está aberta
de par em par a todos aqueles que queiram entrar, mas não existem luzes a
piscar nem cartazes cheios de promessas. E tudo é perfeitamente simples, sem
engodos. Apela apenas ao que é real no iniciado e não aos desejos excitantes.
Se a porta brilha com ornamentos artificiais, não entre.
O mundo não é governado por seres humanos, mas pelas emoções negativas
que neles habitam. Um olhar no jornal ou nos noticiários é prova suficiente
dessa alegação.
As emoções incontroladas e a frustração pessoal são tão inseparáveis como
crianças e barulho. Usar as emoções para solucionar um problema assemelha-
se a empregar uma ventoinha para arrumar os papéis em cima da secretária. A
busca da Inteligência Espiritual Superior, por conseguinte, deve incluir um novo
tipo de vitória sobre os sentimentos precipitados.
É confrangedor a tragédia pela sua natureza, quando se observa que as
pessoas não renunciem às emoções que as aniquilam. Uma mulher disse-me
certa vez que sofria fortes pressões, acompanhadas por estados de espírito
muito dolorosos. Perguntei-lhe se queria libertar-se deles. Olhou-me,
visualmente irritada e perentoriamente afirmou: "Não!" E estava a falar a sério.
Precisamos investigar esta situação aparentemente estranha.
Porque tememos ficar vazios, opomo-nos a renunciar aos nossos estados de
espírito dolorosos. Note isso em si mesmo. Observe como os sentimentos de
dor, tais como, as sensações de perda ou indignação, dão origem a uma
exaltação de um tipo especial. Induzem a um falso senso de vivacidade.
Precisamos renunciar voluntariamente a essa vivacidade falsa se quisermos a
real. Gurdjieff comentou que a última coisa a que um indivíduo renunciará é ao
seu sofrimento.
Quando não conseguem destruir a pessoa, as emoções inimigas destroem-se
por si mesmas. Todas as formas de negativismo são inconscientes. Uma vez
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que agem como ladrões à noite, não as vemos. Isto aplica-se às emoções
nocivas, como o desânimo e a autocomiseração. Mas podemos superá-las
mediante perceção consciente da sua presença. A consciência tem asas.
Vejamos que ligação isto guarda com as tensões físicas e emocionais. A
consciência fará com que, sem dúvida alguma, você se sinta mais sadio.
Observe-se em certos momentos em que está com os dentes cerrados ou as
mãos tensas. Simplesmente torne-se consciente da tensão. Bem, não precisa
fazer nada, mas, sim, apenas deixar de fazer. Solte-se apenas, é disso que
precisa. A tensão física, como a mental, nada mais é do que a ausência
desnecessária do estado natural de relaxamento em que todos devíamos viver.
Não precisamos acrescentar nada ao nosso já completo Eu autêntico e não
podemos tampouco adicionar algo a um Eu inexistente. Neste caso, por que
não nos relaxamos?
Vejamos agora a ligação da consciência natural com os sentimentos crónicos de
cansaço, queixa esta comum em pessoas fisicamente saudáveis. A fim de fazê-
lo, precisamos examinar rapidamente um ensinamento importante neste livro.
Nada cansa mais do que o horrível hábito humano do disfarce. Schopenhauer
descreveu a tendência da seguinte maneira:
“As pessoas são como a Lua… mostram-nos apenas um dos seus lados. Todas
as pessoas têm um talento inato para a mímica, para usar uma máscara… para
que possam sempre parecer que são realmente o que pretendem ser... com
efeitos extremamente enganadores”.
Seja autêntico e recupere o seu Poder Pessoal. Somente a águia pode pousar
em segurança à beira do penhasco.
Precisamos compreender a diferença entre o alívio temporário da angústia
emocional e a intuição saudável desse estado. O pescador com um barco
furado não ficaria contente em tirar a água com um balde, dia após dia.
Procuraria e consertaria a causa do problema. De igual maneira cumpre
procurar causas, e não efeitos. Um homem de negócios fica magoado e irritado
com uma transação financeira fracassada. Mas ao recusar aceitar a sugestão de
que a situação tem o poder de perturbá-lo e pelo contrário é uma valiosa lição,
vai permanecer no comando. Uma mulher preocupa-se ao pensar que a vida a
está a deixar de lado. Vivendo na base do seu Eu fundamental, e não da mente
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condicionada, ela se sentirá realizada todos os dias e saberá justificar essa
realização.
Não permita nunca que circunstâncias ou pessoas lhe digam como se sentir.
Diga-o a si mesmo, ou não fosse o(a) criador(a) da sua realidade.
Não cole rótulos nos sentimentos. Não chame, um sentimento de bom e o outro
de mau; não designe como feliz ou deprimente uma emoção. O próprio ato de
rotulagem lança os sentimentos num vórtice de confusão, tal como roupas
numa máquina de lavar. Em vez disso, permaneça silenciosamente consciente
do sentimento. Não o chame de coisa alguma. Isto o mantém fora do vórtice. E
conserva a tranquilidade no seu Mundo Interior a respeito do que acontece no
exterior.
Os sentimentos funcionam com normalidade, quando vivemos na base dos
princípios da Inteligência espiritual Superior. Vejamos, como exemplo, a ideia
de obter as boas coisas da vida. Nunca preveja o que será o bem acrescentado.
Nunca preveja como e quando ele lhe será concedido. As suposições são
projeções dos nossos desejos, expetativas, que nada de novo produzem. O
bem adicionado é sempre diferente das fantasias preconcebidas. Trata-se de
um artigo que está colocado numa prateleira mais alta do que as anteriormente
alcançadas. O novo não pode ser suposto. Supor o que é significa que já se
sabe o que é. Equivale a enviar um presente, a si mesmo(a) e fingir surpresa.
A vida que é o processo pelo qual Deus se manifesta, quer dar-lhe tudo o que
deseja. Mas você não deve ir atrás de nada. Deve simplesmente saber usar as
Leis Universais: A Lei da Atração, A Ciência da Ação Intencionada e a Arte de
Permitir. Deve, portanto, mostrar-se atrativo e permissivo, dominar as Lei
Universais; usar a Lei da Atração para a realização dos desejos, a Ciência da
Atração Intencionada para criá-los, e a Arte de Permitir para que se manifestem
e o mundo andará atrás de si. Viva na base da sua Inteligência Espiritual. Neste
caso, o Mundo não tem outra opção senão oferecer-se a si.
“Os semelhantes são atraídos pelos semelhantes, e os bens que lhe pertencem
gravitarão na sua direção”. (Emerson)
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O Valor Inapreciável do Agora
De que modo você se sentiria se este fosse exatamente o primeiro dia da sua
vida? Nestas palavras oculta-se toda uma grandiosa ideia! Você o desfrutaria
com um espírito de novidade. Não tendo condicionamentos passados para
toldar-lhe os sentimentos, reagiria de modo perfeito a todas as situações. Não
conheceria o medo nem a defensiva.
Viveria de momento a momento, como se cada novo momento fosse tudo que
houvesse. Pois, isso, na verdade, é tudo o que há a respeito.
Isto leva-nos ao significado espiritual do tempo.
Ao apreciar o momento presente, não nos preocupemos com a expetativa de
desfrutar do amanhã. A verdadeira apreciação a tudo inclui. Somente quando
não apreciamos o presente é que precisamos fugir para o ontem ou o amanhã.
Mas ninguém pode escapar nessas direções, pois nenhuma delas existe. Uma
vez que há apenas o agora, desfrute-o, pois, será agora ou nunca. Grave estas
palavras na sua mente: o agora é o novo.
Desfaça-se da tirania do passado e do futuro puxando-se constantemente a si
mesmo, para o aqui e o agora. Torne-se consciente de si mesmo no exato
momento em que lê este livro. Neste estado você está recetivo para a
verdadeira inspiração. Se o telefone tocar, precisamos tê-lo para atendê-lo.
Privamo-nos do inapreciável momento presente em todas as ocasiões em que,
distraidamente, supomos que seremos mais felizes dentro de uma hora, uma
semana ou um mês. O tempo medido pelo calendário nada tem a dar-lhe. A
felicidade através da mera passagem dos dias constitui uma terrível ilusão que
a pessoa mentalmente displicente só em raras ocasiões desmascara. Você, o
seu Eu psicológico, deve ser diferente em fevereiro do que era em janeiro. Você
pode, sem dúvida alguma, mudar em fevereiro, mas janeiro em absoluto pode
fazer a mesma coisa consigo.
Atribuir poderes mágicos ao calendário equivale a acreditar que o sol nascente
poderá, por si mesmo, transformar uma cabana num palácio. Não, algo mais é
necessário: um cocriador.
Você é o cocriador da sua realidade. Não tema desconhecer absolutamente a
maneira como se comportará no minuto, dia, ou ano seguintes. O
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desconhecido, que lhe parece tão apavorante, é a sua própria plenitude. Jesus,
o Grande Mestre, descreveu esse estado da maneira mais simples possível:
“Que a paz esteja convosco”.
Vamos fazer um teste de autocompreensão. Pergunte: "O que farei com a
minha vida?" Se não escutar a resposta, se permanecer na escuridão, mas
ainda assim calmo e indiferente, você pode entrar no círculo seleto dos
despertos. Não obstante, examinemos mais atentamente essa ideia.
Parece-me que foi mencionado que não vale a pena pensar em maneiras de ser
feliz.
É inútil seguir os métodos habituais criados pela consciência alterada, em busca
da felicidade. Quem está realmente feliz pensa absolutamente no assunto? Não.
A felicidade simplesmente está presente e é meramente vivida, sem um
pensamento. Somente quando nos sentimos infelizes pensamos nela. Isto prova
que o contentamento existe apenas quando não tentamos provocar-lhe o
aparecimento.
Tenho um problema familiar. Por que não posso utilizar o meu raciocínio
habitual para solucioná-lo?
O raciocínio habitual é a própria causa dos problemas, embora não o
percebamos. Você não é essas recordações. Por isso mesmo, você não é mau
porque certa vez infringiu a lei e tampouco bom porque foi um dia à igreja.
Você, neste momento, é absolutamente em potencial, um Cristo, um Ser
Autorrealizado. Compreendendo isso, você pensará e viverá em liberdade.
Despertar as Energias Universais e Espirituais
Eis aqui um obstáculo que deve ser evitado: não confunda ouvir com entender.
Após ouvir palestras ou ler livros sobre esoterismo, alguns indivíduos supõem
que compreendem. Esta suposição bloqueia a penetração de uma compreensão
capaz de agitar energias adormecidas. Um bom condutor não estudaria
interminavelmente um mapa sobre determinado roteiro. Deixaria que a
informação absorvida o estimulasse a penetrar no próprio roteiro. Assim faz o
estudante a iniciado sincero: entende primeiro e, em seguida, permite que o
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novo conhecimento o impulsione a novas descobertas a desbravar novos
horizontes.
A humildade ajuda. Ela é frequentemente confundida com fraqueza, embora a
autêntica não tenha nada disso. Constitui, na verdade, o tipo de recetividade
acumuladora de força espiritual. O Tao-Te-King (o livro da virtude chinês) já
mencionado anteriormente, explica que o grande rio atinge a grandeza por ser
mais baixo do que dezenas dos seus afluentes.
Não tenha dúvidas a respeito disso. Novas energias se manifestarão quando
você real e concretamente abrir caminho para elas. Uma das maneiras de fazê-
lo é desejá-las mais do que qualquer outra coisa. As altas energias não
compartilharão do mesmo aposento com baixos desejos. É supremamente
importante que você deseje, acima de qualquer coisa, a força da Inteligência
Espiritual Superior. Eis aqui o motivo. Um pedido falso de ajuda atrai ajudantes
falsos, ao passo que o autêntico atrai a ajuda real.
Ao surgirem as novas e verdadeiras energias do Universo, não as mantenha de
reserva. Nunca economize inteligência, alegria ou qualquer outra coisa para o
amanhã. Desfrute-as e esgote-as no momento presente. A árvore que retém os
seus frutos naturais perde logo depois a fertilidade, ao passo que a árvore
benevolente se desenvolve ainda mais. Mas a árvore é uma manifestação da
substância Universal e ela é inesgotável.
Não transporte o falso peso do mau comportamento de outra pessoa. Não
permita que transfiram responsabilidades e culpas para si. As pessoas fracas
tentam sempre fazê-lo. Torne-se consciente disso e recuse tranquilamente, em
seu benefício e no delas. Marco Aurélio deixa isso bem claro na seguinte frase:
“Aquele que faz o mal, o faz contra si mesmo”. O mal comportado deve assumir
plena responsabilidade, ou nunca aprenderá. O falso senso de simpatia
sentimental por ele apenas agrava-lhe o caos interior, não transporte energias
nocivas que lhe são alheias.
Mas, eventualmente perguntará, e os deveres para com o próximo? Alguns
filosóficos e sistemas religiosos fazem disso a sua máxima e com isso exploram
os ingénuos. Pode ter a certeza de que os que gostam de pregar sobre dar e
compartilhar esperam ficar na fila dos contemplados. Recompensam os
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descuidados com a mera autoimagem de serem generosos e caritivos,
enquanto lhes tiram a carteira. Que falsidade mais triste!
Segundo a Ciência da Autorrealização, não temos o dever de dar a nenhuma
pessoa aquilo que, em primeiro lugar, não damos a nós mesmos. De facto, não
podemos dar virtude a menos que, para começar, a possuamos, da mesma
maneira que de um jarro vazio não pode conter água. Coloque, em primeiro
lugar, as primeiras coisas. Afaste a ideia de fazer dádivas de virtude aos outros;
trabalhe sim para revelar os seus tesouros ocultos. Temos aqui uma dessas
situações extremamente difíceis. As pessoas evitam essas autorrevelações
porque supõem que já são verdadeiramente bondosas. Evitam também a
autodescoberta porque é muito mais fácil sonhar do que agir. O iniciado
sincero, porém, está cansado de pesadelos; quer acordar.
No referente à agricultura aparentemente os homens são sábios. Há séculos
cultivam os produtos da agricultura, enquanto removem as hipotéticas ervas
daninhas. Graças a essa ação, pensam que têm melhores e mais abundantes
cultivos.
Mas ao nível espiritual, a história é muito diferente. Ele rega as ervas daninhas,
esquece os cultivos e espanta-se da sua pobreza!
Ao longo dos anos, tenho observado os mesmos tipos de ervas daninhas a
crescer nos jardins mentais dos fracassados. Ervas daninhas mentais como o
medo do novo e do desconhecido, preguiça mental, recusa em usar a dor em
proveito próprio, desonestidade, falta de persistência, ignorância dos factos
espirituais, valores superficiais, atitudes anquilosadas, orgulho, imitação da
sociedade hipócrita, desonestidade, influência de pessoas negativas, e
desconhecimento da alienação mental ou hipnotismo mental alienado.
Todas essas ervas podem ser erradicadas de uma vez por todas. Vejamos como
exemplo, uma analogia do medo do novo e do desconhecido: Um pescador ao
fugir de uma tempestade entrou numa baía próxima. Um aldeão amigo deu-lhe
acolhida para a noite num quarto contíguo a um perfumado jardim de rosas,
cujo perfume não o deixava adormecer. Colocando um saco de peixes junto ao
travesseiro, porém, dormiu profundamente.
Nós também somos assim. A nossa familiaridade com o inferior põe-nos pouco
à vontade na presença do superior. A vida fragrante por que ansiamos é
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erroneamente considerada como uma ameaça. Em virtude da nossa toldada
visão mental, confundimos o amigo com inimigo.
Vejamos o exemplo, do desconhecimento de estarmos num sonho alienado:
Estamos adormecidos todas as vezes em que deixamos o corpo ir à frente
enquanto a mente se atrasa. O corpo atravessa uma rua movimentada e a
mente permanece no mesmo lugar, hipnotizada por um facto do momento ou
acontecido um mês antes. Isto deixa o indivíduo inconsciente do que acontece
aqui e agora. Tal inconsciência resulta em fraqueza e prováveis acidentes.
Quebre esse encantamento. Quebre-o agora. Torne-se consciente do que
acontece, quando acontece. Note a expressão no rosto do interlocutor, o tom
da sua voz, a cor da chávena de café, a posição do seu braço esquerdo, aquele
pensamento que passou como um relâmpago. Traga-se de volta a si mesmo.
Há um bom motivo para fazê-lo. Use o seu sistema de orientação interior. Siga
a orientação contida nesta reflexão:
Ocorrem mudanças físicas com a assimilação das ideias deste livro?
Mudanças físicas profundas, pois promovidas por novas causas internas. Você
passa a andar, conversar e inclinar a cabeça de maneira diferente, e assim por
diante. O seu corpo sente-se mais confortável, atraente, saudável, enérgico.
Mas, lembre-se, essas coisas devem acontecer espontaneamente, à medida que
você se renova. Se for o falso Eu a tentar criá-las, isto será apenas mudanças
de um artificialismo para outro.
Que ligação têm as palavras como fé e crença com os ensinamentos deste livro.
A única crença válida é aquela provada pessoalmente por uma vida mais nobre
e elevada. Mas, quando isto acontece, as palavras deixam de ter sentido. As
palavras são rótulos e não podemos descrever com elas uma certeza íntima;
simplesmente a experimentamos. De que modo se poderia descrever a cor do
céu a um cego?
Por que me preocupa tanto que uma situação futura não aconteça como quero?
Porque o seu falso senso de Eu ou ego alterado prende-o a uma falsa
necessidade, tal como a de impressionar os demais. Você teme perder a
vivacidade artificial que obtém ao impressioná-los. Por exemplo, tem a
esperança de que a sua intervenção no grupo o torne importante. Ao dissolver-
se essa falsa necessidade, o mesmo ocorre com a preocupação.
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Pergunte Sempre
Nunca hesite em manifestar as dúvidas que porventura lhe ocorram ao longo

da senda da Autorrealização através da Inteligência Espiritual Superior. Ponha
as suas perplexidades sob o seu olhar espiritual. Examine-as como se fossem
sólidas como pedras. Conheço algumas pessoas que hesitam em fazer certas
perguntas, temerosas de que pareçam chocantes ou tolas. E, às vezes,
preocupam-se com a possível inexistência de resposta. Ninguém precisa
esconder as dúvidas. Há respostas prontas para todas as perguntas. No
Coaching Espiritual dizemos que toda a pergunta tem inerente já a sua
resposta. Basta perguntar. Exige-se apenas um único requisito: não resista à
resposta simplesmente porque ela choca-se com as suas atuais crenças.
Você nunca se espantou com a existência de tantas doutrinas esquisitas? O
mundo é um enorme hospital onde cada doente se julga médico.
Preocupa-se com o seu destino se porventura esgotar a energia para trabalhar
e planear o seu caminho? É espantoso com que facilidade a Terra gira no
universo sem ajuda do pensamento humano.
Não consegue perceber que possa existir algo mais do que as circunstâncias da
sua vida diária? Você não poderá ver o oceano distante enquanto ainda estiver
no deserto.
Sente-se desamparado, à mercê do acaso? Esse sentimento existe apenas nas
suas crenças adquiridas, e não absolutamente na realidade.
Quer amar e ser amado? Claro que quer, mas você relaciona erradamente o
amor a uma pessoa ou a um objeto, quando, na verdade, ele é uma energia
intimamente divina.
Constitui sinal de crescente maturidade espiritual fazer as perguntas que nunca
ousou antes, como fez certa pessoa nesta hipotética troca de impressões:
Estou muito interessado na maneira como aborda no livro o problema do
sofrimento, mas não o compreendo. Descreve que devemos usar o sofrimento
para eliminar o sofrimento. De que modo?
Sofra voluntária e conscientemente. Não resista ao sofrimento. Enfrente a dor
nas camadas inconscientes a fim de trazê-la ao nível da consciência.
Pode-me dar um exemplo?
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Você quer evitar o nervosismo e, por isso, passa filmes mentais de prazeres
experimentados no passado. Não faça isso. Enfrente a ansiedade com espírito
aventureiro. Faça isso, mesmo que não compreenda ainda o valor do método.
Ele o irá despertar para uma nova realidade.
Mas por que não deverei passar um filme mental de prazeres passados ou
esperados? O que há de mal nesse tipo de estímulo?
Ele impede a perceção da felicidade real, encontrada aqui e agora. Diga-me
uma coisa: prefere sonhar temporariamente com a felicidade ou experimentá-la
permanentemente?
Imagine-se sentado à mesa a almoçar, pronto para escolher a sobremesa. Pode
escolher bolo de chocolate, torta de maçã ou pudim flan. Escolhe o bolo, mas
fica triste porque não tem o gosto que esperava. Experimenta, entretanto, a
torta e o pudim e verifica que também dececionam o seu paladar. Por mais
convidativos que pareçam, são “insossos”, dececionantes. Comê-los não é um
prazer, mas uma experiência de monotonia. Tal é a situação da vida sem o
sabor da verdade. Sabor! Esta é a palavra perfeita para descrever a diferença
entre o movimento mecânico e fluidez espontânea.
Vou contar-lhe um grande segredo. Há um sabor na vida que você não conhece
ainda, mas que está à espera da sua recetividade. Não considere estes
pensamentos como meras palavras. O significado espiritual de que se revestem
é exatamente aquilo que você tem procurando a vida toda. Lembre-se do
antigo ditado: Quem prova, conhece.
Mas agora precisamos compreender algo extremamente importante: As
situações que nos transformam não são saborosas à primeira vez em que as
provamos. Não esqueça isto. Estas palavras o ajudarão a romper a resistência
que vier a oferecer a princípios que lhe sejam benéficos.
Vimos já por que, no início, as verdades espirituais carecem de sabor. O falso
Eu, ou ego alterado desconfia da sua própria destruição se mudanças forem
encetadas e, por isso mesmo antipatiza com a verdade. Desejando manter a
pessoa naufragada psicologicamente, lança toda a sua capacidade de mentira,
raiva e zombaria contra os factos considerados invasores.
Se você come picles amargos e, em seguida; uma laranja doce, esta parece
inicialmente azeda. Mas, à medida que contínua a comê-la, a doçura natural
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aparece. Este é o motivo por que a persistência é essencial ao iniciado no
Caminho. É preciso tempo para libertar-nos do amargo que disfarça o doce.
Vimos as limitações da linguagem na explicação do que é a Inteligência
Espiritual Superior, que deve ser pessoalmente experimentada. Por isso mesmo
será útil compreender a similaridade de certas palavras usadas neste livro.
Estar consciente significa a mesma coisa que estar desperto. Viver livre é viver
num clima de amor. Estar num estado de auto-compreensão equivale a viver
livre de sofrimentos crónicos. Ser feliz significa a mesma coisa que ser um ser
humano consciente. Provar o sabor da verdade é a mesma coisa que provar de
autêntica paz de espírito.
Segundo uma lenda muito antiga, um herói chamado Peredur conseguiu uma
pedra extraordinária que o tornava invisível. Graças ao novo poder, venceu um
monstro que aterrorizava o palácio. Nós igualmente, unindo-nos com a
excecional Inteligência Espiritual Superior, poderemos despertar novas energias
e superar obstáculos.
Ideias Importantes a Rever
1. Use os obstáculos e as frustrações no Caminho da Autorrealização para

evoluir interiormente com o apoio da sua Inteligência Espiritual Superior.
2. Nada é mais carinhosa do que a própria verdade.
3. A Autorrealização começa à medida que estudamos a nossa mente e a
libertamos dos pensamentos condicionados.
4. As excitações mundanas são temporárias; a verdade é eterna.
5. O relaxamento com o apoio da Inteligência Espiritual constitui um estado
superior aberto também a si.
6. O seu verdadeiro Eu ou Eu Interior pode ser levado a refletir calma, com
contentamento e plenitude, em todas as ocasiões.
7. A vida quer-lhe dar tudo o que deseja, só precisa permiti-lo
8. Viva apenas no eterno AGORA.
9. As novas energias espirituais surgirão quando abrir espaço para elas.
10. Quebre o encantamento do auto-hipnotismo ou alienação com o poder
da Inteligência Espiritual Superior.
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CAPÍTULO X
AS MARAVILHAS UNIVERSAIS DO SEU MUNDO INTERIOR
O conhecimento não implica esforço, mas dedicação. Devemos simplesmente,

conforme comentava repetidamente Krishnamurti, perceber que, atualmente,
não sabemos que não sabemos. Precisamos perceber a enorme diferença entre
o conhecimento-factual e a sabedoria intuitiva. Os factos são úteis no mundo
externo, mas a sabedoria serve à eternidade. O Taoísmo entre outras filosofias
observa, a propósito: A verdadeira sabedoria difere de tal conhecimento.
O mundo neste momento de grande transformação carece de pessoas que
transcendam a si mesmas e que coloquem a sabedoria universal à frente dos
caprichos pessoais. Uma dessas pessoas foi um pensador notável, Arthur
Schopenhauer.
Durante muitos anos, Schopenhauer vagueou pela Alemanha, seu país natal,
procurando os segredos da vida em bibliotecas, universidades, e na própria
existência. Travou contacto com a literatura do Oriente, ficou atónito com a
similaridade que nela encontrou com a religião e a psicologia do Ocidente.
Ainda assim, a informação em segunda mão, era insuficiente para o ousado
Schopenhauer. Resolveu pôr de lado as ideias adotadas e pensar por si mesmo.
Instalando-se tranquilamente em Frankfurt, mergulhou entusiasticamente no
estudo dos mistérios do homem.
Passaram-se os anos e Schopenhauer mudou. Tornou-se um novo homem. A
sua Inteligência Espiritual Superior assumiu o comando. Da mesma forma que
La Rochefoucauld, Nietzsche, Schopenhauer viu a natureza humana como ela
realmente é, e não como os idealistas auto-iludidos gostam de descrevê-la. A
intuição tornou-o por acaso pessimista? Em absoluto. Como todos os despertos,
Schopenhauer sabia que, inicialmente, a humanidade precisava ver-se como é
antes de procurar a cura.
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Qualquer pessoa, sem exceção, sente que há algo além da rotina diária das
suas atividades e do lar. Talvez ela não saiba o que é nem tenha ideia do que
fazer, mas, ainda assim, sabe. A camuflada perceção da diferença entre a voz
promissora e o vazio presente mantêm-na em “desespero”. Lembra-nos a
história do homem que quer ir para casa, mas esqueceu-se do caminho.
Em todos os casos a frustração de um indivíduo pode ser atribuída a uma
acomodação com a sua natureza original. Ele deixa de obedecer a si mesmo.
Quem não consegue obedecer a si mesmo é comandado. Tal é a natureza das
coisas vivas… (Nietzsche).
Você sabe o que é correto. No íntimo, bem profundo, sabe. A luta entre a
verdadeira e a falsa sabedoria da sociedade é a responsável pela sua
frustração. Recuse a acomodação com o que sabe que é correto e com o que é
correto para si.
Suponhamos que alguém receba um CD com música agradável numa faixa e
ruídos na outra. Ao tocar repetidamente o CD, não consegue compreender por
que ouve dissonância em vez de música. Passa a faixa errada, mas não o
percebe. Da mesma maneira, temos música nas mãos neste exato momento,
mas tocamos ruídos.
É possível que as pessoas se cansem de todo esse ruído. Mas o que devem
fazer? Bem, terão duas opções. Podem experimentar o CD até perceber o
engano. Isto é o que podemos fazer quando nos cansamos da vida dissonante.
Submetamos as nossas ideias, da mesma forma que submetemos coisas no
laboratório, ao teste de experiência.
A segunda opção pode ser pedir conselhos a outros. Neste caso, vai realmente
pagar por isso. Os demais, lisonjeados pelo pedido, darão uma resposta -
sempre errada. Pois eles próprios jogam na equipa errada.
O que, por falar nisso, nos leva à questão: quem está qualificado a ajudar uma
pessoa a fazer a grande experiência? Claro, o indivíduo que pessoalmente já
ouviu a música. Eles existem e você conheceu alguns deles neste livro.
Comento algumas das questões sobre o assunto da seguinte maneira:
Se existem verdadeiros mestres, por que não os levamos a sério?
Alguém, por acaso, escutou verdadeiramente Jesus, Platão ou Buda? Ou
prestaram apenas culto hipócrita aos seus ensinamentos?
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Por que são, geralmente, tais pessoas objeto de desdém ou escárnio?
O ego-alterado zomba sempre de todos aqueles que lhe ameaçam o falso
poder. Lembre-se de que nenhum homem pode ver acima da sua própria
cabeça. O verdadeiro mestre dispõe de conhecimentos espirituais, mas, a
menos que percebamos a existência destes, não os obteremos. Por isso
mesmo, não darão valor ao verdadeiro mestre. Ao contrário, evitá-lo-ão.
Se evitar os verdadeiros mestres, então devo ingenuamente seguir os falsos.
Acho que é isto o que temos em mente quando falamos nos falsos profetas.
Exatamente, é um engano mútuo. O falso profeta é como um traficante que
vende um quadro de imitação de uma obra-prima rara, enquanto é pago com
dinheiro falso.
Em que estranha provação vivemos nós, os seres humanos!
Mas desnecessariamente trágica. Quanto mais avançado o verdadeiro mestre,
menos ele apelará às massas, que não querem as riquezas que oferece, mas
ainda mais precioso será para os poucos que o ouvem. Seja um desses poucos!
Na filosofia religiosa dos Vedas, há uma fascinante parábola reveladora da

majestade do homem.
Duas aves pousaram na mesma árvore, uma num ramo alto e a outra num
mais baixo. A ave do ramo superior permanece em tranquila e pacífica
contemplação do que ocorre à sua volta. Refletindo-se a luz na plumagem
dourada, repousa em majestoso esplendor.
A ave que está nos ramos mais baixos salta nervosamente de ramo em ramo,
experimentando as frutas. Encontrando uma doce, canta excitadamente;
passando para uma amarga, cai em melancólica depressão. Levantando de
tempos em tempos os olhos, o pássaro inferior fica vagamente impressionado
com a maneira magnífica como se comporta a mais alta. A ave nervosa anseia
por ter a serenidade secreta da outra, mas logo esquece a ânsia quando uma
nova fruta lhe atrai a atenção.
E assim, para a frente e para trás, para cima e para baixo, pula ela, mudando
em poucos minutos das frutas doces para as amargas, transformando-se o
júbilo em desapontamento e os sorrisos em lágrimas. Procurando apenas o
doce, compreende dececionada que este é sempre seguido pelo amargo. Não
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importa o que faça, o azedo se segue sempre. Olha esperançosamente para a
tranquila ave, mas, compulsivamente, volta à nervosa busca.
Chega a ocasião, porém, que bica uma fruta tão amarga que não pode mais
suportar. Desencadeia-se a crise. Precisa escolher algo inteiramente diferente
ou perderá a sanidade. Hesitante, salta para cima em direção da ave tranquila,
aproximando-se cada vez mais.
Em certo ponto da tímida aproximação ocorre um milagre. A ave inferior
compreende que ela era a ave superior durante todo o tempo! Simplesmente
não percebera. Na sua ilusão, pensava que havia duas aves diferentes, mas
sabe agora que existe apenas uma - o seu Eu unificado.
Ao perceber que os saltos nervosos eram dados em hipnótica ilusão, sabendo
que ela mesma era a majestosa ave, transcende a agitação e a mágoa. Não
procura mais a felicidade fora de si mesma; o seu verdadeiro Eu é a felicidade
em si!
Esta história contém uma riqueza de joias espirituais para o seu uso pessoal,
que são as seguintes:
1. Se não gostar da vida como ela é, mude-a.

2. Acima dos opostos da dor e felicidade humana há a Felicidade; acima da
ansiedade e da paz há a Paz; acima do mal e do bem há o Bem.
3. Qualquer que seja o seu atual problema, alguém já foi curado dele e o
mesmo lhe pode acontecer.
4. Que seja uma fonte de força e consolo o facto de nunca lhe faltar a
vontade de descobrir o caminho para o alto, de voltar ao seu Eu original.
5. Você realiza um grande progresso quando compreende, vagamente, que
existe realmente algo além da sua vida comum.
Deixe-me armar da seguinte maneira o palco nesta questão da segurança:

Sinto-me inseguro. Não importa o que faço, a insegurança volta a atormentar-
me. Por favor, esclareça-me este problema.
A segurança não pode existir por causa de alguma coisa. Se tem uma causa,
ela cedo ou tarde mudará, arrancando o tapete debaixo dos seus pés. A
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segurança existe quando não a temos absolutamente, nenhum apego, coisa
alguma a que agarrar-nos.
Significa isto que andarei à deriva?
Você sabe o que acontece ao usar a expressão à deriva? Você começa a temer
o não-apego e coloca-lhe um rótulo sobrecarregado de associações negativas.
Não rotule o estado; em vez disso, deixe que ele se revele como realmente é.
Isto aplica-se à segurança que procuramos nas ideias que temos a respeito de
nós mesmos?
Aplica-se e muito. Não procure em hipótese alguma a segurança classificando-
se como este ou aquele tipo de pessoa. Isso não faz sentido.
Mas eu quero saber quem sou!
Com trabalho, dedicação e introspeção esse problema esclarecer-se-á por si
mesmo. Mas para já, era importante saber quem não é!
Não tema sentir-se inseguro. A insegurança, pacientemente suportada, conduz

à certeza. Temos aqui um grande mistério. Quando nos sentimos inseguros e
deixamos de exigir a certeza, quando não forçamos as coisas a ocorrerem da
maneira que supomos que aliviarão a pressão sentida, sentimo-nos à vontade
com a insegurança, temos segurança. Mas, neste instante, essa palavra
reveste-se de um significado inteiramente diferente.
De que modo pode-se obter a sabedoria do não-saber? Precisamos da coragem
de indagar: "O que me aconteceria se eu parasse de correr?" Em seguida,
descubra. Deixe de correr. Você logo verá. Que alívio!
No Gulistan, ou Jardim das Rosas, um livro de sabedoria da antiga Pérsia, de
autoria de Saadí, há a seguinte história:
Um dervixe, que possuía poucos bens materiais do mundo, refletia consigo
mesmo: "Como é mais fácil viver na simplicidade do que com obrigações para
com os que poderiam enriquecer-me."
Alguém, porém, observou: "Por que continua assim? Há um homem rico na
cidade que sente imenso prazer em ajudar pessoas merecedoras como você. Se
ele conhecer as suas necessidades, sem dúvida alguma as atenderá."
Replicou o dervixe: "Silêncio! Sou feliz como sou. É loucura suplicar algo a
alguém."
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Você possui todo o mundo, mas a propriedade só é sua quando não se importa
se a possui ou não. Caso se sinta compelido a possuir o mundo, ou a menor
parte dele, o desejo constitui uma tentativa de sentir-se seguro na posse. Mas
não há segurança nas posses, e sim apenas o oposto, a preocupação. Quando
não temos coisa alguma, possuímos tudo.
Considere o estudo que faz deste livro que lhe indica o Caminho para a
Autorrealização, como uma jornada ascensional a novos níveis do
autoconhecimento. Não interrompa a viagem abandonando o comboio nos
níveis inferiores. Alguns iniciados no Caminho fazem-no ao encontrarem factos
espirituais que lhes contrariam as ideias habituais, ou seja, que os obriga a sair
da sua zona de conforto. Mas, se quer atingir os níveis que já lhe estão
designados, deixe que as situações ofereçam uma nova paisagem, da vida.
Podem ser surpreendentes no início, mas transformam-se magicamente numa
magnífica vista.
Eis um facto interessante: a menos que sejamos internamente seguros, não
poderemos, na realidade, apreciar o mundo exterior da natureza e das
atividades sociais. Podemos apenas usá-los como distrações da nossa dor
secreta. Mas quando somos unos connosco, somos unos com tudo o resto. Não
existem choques entre o Mundo Interno e o externo. Nessa ocasião, as
atividades diárias são agradáveis, fáceis, compensadoras.
Agora, pegue nessa ideia e perceba como ela pode se aplicar a si de um modo
muito pessoal? Pode mergulhar além das palavras e distinguir os factos? Se
assim for, você está a transformar-se num artista espiritual. E é isso o que
conduz a um nível novo. E isso, por seu lado, que o liberta do que porventura o
aflige.
A Força da Autoconsciência
A consciência pode fazer o seguinte:
Dissolver perigosas ilusões

Quebrar o feitiço do hipnotismo ou alienação mental
Permitir-lhe ver as coisas como elas são realmente
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Destruir o falso Eu, ou ego alterado
Conceder-lhe uma felicidade duradoura
É preciso examinar bem esta ideia de consciência, pois ela constitui um robusto
pilar na vida.
A definição é muito simples. Significa que nos pomos de lado e observamos o
que nos acontece, dentro e fora. Somos tranquilos observadores dos
pensamentos, sentimentos, conversações, expressões faciais nossas e dos
demais, das atitudes, crenças, da maneira como andamos e como reagimos
quando surpreendidos.
É essencial não supormos que já somos autoconscientes. Todos pensam que
são! A consciência, porém, é muito mais profunda do que pensamos e nada
devemos supor sobre ela. Em vez disso, experimentemos.
Comece por tornar-se consciente do mundo exterior, do ponto de vista de um
observador, esta é a parte da tarefa mais fácil. Observe uma pessoa
tamborilando nervosamente com os dedos numa mesa ou gesticulando
enquanto fala. Observe que ela, geralmente, está inconsciente desses
movimentos. Agora, observe as suas próprias ações físicas. Cedo ou tarde,
descobrirá que estava inconsciente desses movimentos mecânicos. Trata-se de
um bom começo para descobrir aspetos de si que tem ignorado.
Agora, passe ao mecanismo interno. Observe como surgem sentimentos de
irritação quando alguém o crítica. Observe a onda de ansiedade levantada pelas
más notícias. Isto vai familiarizá-lo consigo mesmo.
Um dos benefícios da auto-observação honesta é a consciência das
contradições internas. A pessoa que insiste em que é feliz descobre que se
estava a iludir. Habitualmente, deixamos de vê-las, pois ninguém vê o que não
quer ver. Isto lembra a história do homem que disse: "Não tenho sempre razão,
mas nunca estou errado." O autoestudo derruba as paredes entre a realidade e
a ilusão, tornando-nos unificados.
Aconselho a não escolher uma grande dificuldade nas primeiras experiências
com a autoconsciência. Ao perceber que está desapontado ou aborrecido, pare
aí exatamente. Não lute com essas pequenas e manhosas raposas.
Tranquilamente observe-as chegar, passar e desaparecer.
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Saibam que a consciência é como a luz. Quanto mais luz tivermos, melhor
agiremos.
Lembra-se dos argumentos anteriores sobre o cinema mental. Este é
possivelmente o momento para sair do auto-hipnotismo e tornarmo-nos os
capitães no comando das nossas vidas. Sempre que observar um filme de
horror passado no cinema da sua mente, ao notar que repete pensamentos
irritantes, afaste-os imediatamente. Recuse-se a ser arrastado pelo
encantamento. Em seu lugar, torne-se consciente do local onde está, do que
está a fazer nesse momento. Todas as vezes que fazemos isto debilitamos o
auto-hipnotismo alienatório e fortalecemos o autodomínio.
Você pode escolher entre a vida e a Vida.
A força da autoconsciência conduz à Vida.
Tornar-se à Prova de Choque em Qualquer Situação
Poderia isto ser verdade? Sim, claro. Se não se importar em enfrentar a própria
confusão, se não procurar defender-se dela com teorias emprestadas, é como
se ela absolutamente não existisse. Isto é a verdadeira magia.
Em todas as ocasiões em que se sentir confuso sobre alguma coisa, tome, em
primeiro lugar, consciência da confusão. Ao fazê-lo, você descarrega um
poderoso choque dentro de si mesmo. É um choque porque abala os hábitos
fixos do pensamento condicionado, que mecanicamente, insiste em descobrir
uma rota de fuga. A consciência é sadia porque não se opõe ao poder e à
clareza da Inteligência Espiritual Superior.
Procure ver a diferença entre o simples melhoramento mental e o
desenvolvimento da consciência universal. O primeiro é bom e legítimo como
quando se aprende uma profissão ou aguçamos a nossa habilidade em algo que
exige destreza. Não obstante, não pode penetrar no mundo espiritual e torná-lo
mais feliz, mais livre ou mais inteligente no sentido universal. Armazenar dados
na memória equivale a fornecer informações a um computador. O computador
pode apenas repetir o que memorizou e nada mais. A consciência - a perceção
- porém, é sempre algo novo. Jamais é a repetição mecânica de informações
decoradas.
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Não usamos a Inteligência Espiritual como se nós fôssemos uma coisa e ela
outra. Como os místicos proclamaram através das idades, o homem e a
Inteligência universal são Unos. O nosso objetivo no caminho da Ciência da
autorrealização é ser uno connosco mesmos.
O hipotético diálogo constitui uma ajuda construtiva:
Fico frequentemente desapontado com o que me acontece.
O acontecimento em si não produz desapontamento. O que causa
desapontamento é a expectativa de que algo diferente devia ter acontecido. Ao
recusarmos exigir que os acontecimentos se conformem aos nossos desejos,
tornamo-nos à prova de desapontamentos.
A maneira como são simplificadas as coisas constitui uma grande ajuda.
Portanto, diga-me, em poucas palavras, o que ocasiona a dor mental?
A dor surge quando a realidade nos desfaz o sonho, tal como o aborrecimento
que sentimos quando estamos profundamente interessados num determinado
filme na televisão e o filme por algum motivo alheio à nossa vontade é
interrompido.
Às vezes, penso que já fui tão longe quanto posso.
Nunca suponha que chegou ao fim dos seus progressos, da mesma maneira
que não acreditaria que uma estrada termina na pequena localidade por onde
passa.
À semelhança de outras virtudes e Leis Universais, o amor tem uma falsa

contrapartida humana. Nenhum artificialismo dói mais do que o falso amor,
dado ou recebido.
O verdadeiro amor é o estado natural do ser humano e do Universo. O homem
artificializado, em consequência, é incapaz de amar. Somente o consciente
pode fazê-lo, pois o amor floresce apenas na ausência da hostilidade
inconsciente. A fim de encontrar o verdadeiro amor, precisamos,
voluntariamente, renunciar ao que gostamos de chamar de amor.
O amor não é comércio de benefícios universais mútuos, uma emoção
sentimental, nem a imitação inconsciente dos que parecem amar. O sufismo diz
a respeito: O Amor deve ser aprendido na Terra. É algo muito mais alto.
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O amor não é a adoção de uma atitude que o indivíduo pensa que precisa ou
deve ter. Isto seria apenas uma atitude, e nada mais. O amor não precisa fazer
nada por alguém. Se há senso de dever, não é amor, mas uma compulsão
egoísta.
O relacionamento começa entre duas pessoas quando recebem ou nutrem a
esperança de receber recompensas mútuas. A ligação termina se a recompensa
não é mais concedida ou se cada uma pensa que outra recompensa maior pode
ser obtida algures. Isto é relacionamento humano, e não amor.
Se amamos realmente outra pessoa, não procuramos meramente aliviar-lhe o
sofrimento com palavras ou atos de consolo. Em vez disso, deixamos que ela
enfrente a crise, sem interferir na lição, mas ajudando-a a compreendê-la. Isto
amiúde parece indiferença, mas é amor misturado com sabedoria.
Vivemos na base da Inteligência Espiritual quando podemos dizer não a uma
pessoa fraca sem rejeitá-la. Dizemos não porque a nossa honestidade o exige;
simplesmente não podemos aprovar-lhe o comportamento. Compreendendo
que ela é assim apenas porque dorme, dizemos-lhe não e a amamos
simultaneamente. Isto requer uma enorme coragem, sobretudo quando a
pessoa nos é chegada. Pois isto é o mais difícil de tudo: “fechar por amor a
mão aberta…” (Nietzsche).
O amor não insiste num objeto permanente para si. Reivindicá-lo indica
insegurança, dependência, esperança de recompensas retribuídas e, talvez,
culto inconsciente do herói. O amor nada tem a ver com isso. Nada em
particular pede daquele sobre quem brilha, simplesmente brilha.
O amor simplesmente é. Ao compreendermos isso, não mais procuramos
alguém para amar ou para amar-nos. Amamos simplesmente e isto é tudo o
que há a dizer a respeito, do amor.
UMA EXPERIÊNCIA ESPIRITUAL
Num workshop alguém me perguntou: "Acho difícil acreditar que eu viva num
estado de hipnotismo psíquico, como diz o professor. Acho-me uma pessoa
perfeitamente consciente."
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Respondi-lhe mais ou menos desta maneira: "Uma experiência simples provar-
lhe-á duas coisas: que a alienação hipnótica é um facto no que respeita à
humanidade; e que é possível sair desse estado hipnótico, pois nós pintamos o
mundo com as cores que queremos, mas também podemos repintá-lo com
outras cores se tal desejarmos. Na próxima ocasião em que estiver sozinho,
torne-se alerta consciente de si mesmo. Consciente do corpo, do ambiente, dos
pensamentos e sentimentos. Ou, como disse Gurdjieff, lembre-se de si mesmo.
Mais uma vez, fique consciente de tudo dentro e fora de si. E fará uma
interessante descoberta. Durante o intervalo entre os dois períodos de
consciência, você ficará num estado de sono mental: você não sabia que
existia. O intervalo passou sem que você ficasse consciente dele."
O leitor pode experimentar isso agora mesmo. Pare a leitura e fique consciente
de si mesmo da forma descrita no parágrafo anterior. Uma hora mais tarde,
desperte para si mesmo. Faça isto até compreender. Nada o surpreenderá mais
ou será mais benéfico.
Um artista ambulante chegou certa noite ao castelo de um rei dinamarquês.
Após divertir o monarca e a corte real, foi-lhe oferecido jantar e um quarto para
a noite. Fazia frio e o artista andou pelo castelo em busca de um segundo
cobertor. Entrou por acaso no quarto do rei e, como estava vazio, deixou-se
ficar ali apreciando o calor e o luxo.
Sentou-se na cama real. Em seguida, tornando-se mais ousado, deitou-se e
caiu no sono. Minutos depois, entrou o rei. Encontrando-o assim, mandou
expulsá-lo do castelo. O artista inclinou a cabeça e perguntou ao soberano:
"Gostaria de ouvir algumas palavras de filosofia antes que eu me vá embora?"
Surpreso com a pergunta, o rei inclinou também a cabeça.
Disse o artista: "Dormi apenas alguns minutos, o que me custou o conforto do
seu castelo. Mas o senhor dorme há anos, o que lhe custa um conforto que o
senhor sequer pode imaginar. Sabe o que paga pelo seu sono? Voltarei à minha
liberdade fora destas muralhas. Mas o senhor, a menos que acorde,
permanecerá cativo de si mesmo."
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Descobrir as Maravilhas Universais
A mente quando amedrontada inventa deuses que, segundo espera, lhe

aliviarão os medos. Inventa deuses religiosos ou heróis humanos, deuses sob a
forma de sucesso mundano e de realizações artísticas, mas tudo isto é em vão.
Tais artifícios não podem enganar o homem sensato. Ele percebe o truque de
adorar as projeções da sua própria mente apavorada. Mas ainda assim ergue
ídolos. É como se um indivíduo que temesse os ladrões desenhasse uma grande
figura de um guarda e com ela mantivesse conversações imaginárias sobre a
sua segurança.
Mas há uma rota de retirada estratégica. Podemos tornar-nos conscientes de
todas as nossas atividades intoleráveis. Podemos perceber que nos desviam do
encontro do verdadeiro Eu. Se descobrirmos que a rigidez mental é da nossa
criação, esta mesma descoberta constitui um passo para o silêncio. Se o ruído
vem do berrante mundo exterior, podemos, gradualmente, deixar de escutá-lo.
Novas energias surgem sempre que nos tornamos silenciosamente conscientes
de nós mesmos. Havendo uma silenciosa recetividade, todas as coisas são
possíveis.
A consciência crescente assemelha-se a olhar para o fundo de um poço escuro
com uma série de lanternas, cada uma delas mais forte do que a última, até
que, por fim, vemos até abaixo. Isto marca o início do fim da autodestruição
inconsciente.
Sempre que a pessoa insiste em que não abriga um negativismo especial, como
o orgulho ou ressentimento, deve sempre acrescentar: "Isto é, não tenho
nenhum que saiba." Isto a ajuda de duas maneiras: torna-a mais honesta e dá
início ao desenrolar, na consciência, dos seus aspetos ocultos. Desse ponto,
pode elevar-se e libertar-se do domínio oculto que exercem sobre ela.
Esta falsa mente, capaz de tanto sofrimento, é chamada por Vivekananda, o
mestre iogue do Vedanta, de a mente traidora. Constitui uma tarefa nossa
compreender as falsas maneiras como este traidor atua nos nossos processos
mentais. Mas como podemos fazer isso? Através da compreensão universal, e
da seguinte maneira:
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O estudo de si mesmo e o autoconhecimento constituem as grandes chaves
para os mundos cósmicos e físico. Ao conhecer-se realmente, o ser humano
conhece tudo aquilo de que precisa. Descobrimos por que estamos insatisfeitos
e como mudar as coisas. Entendemos por que surgem as guerras e qual o
único caminho para a paz. Os segredos do comportamento humano em todas
as situações desvendam-se para nós. Sabemos por que o amor falso parece
amiúde cálido e consolador enquanto o autêntico dá a impressão de frio e
distante. Percebemos por que fracassamos na vida e por que nos faltam meios
de corrigir-nos.
Não tente ser feliz. Muitas pessoas fazem isso toda uma vida e nada acontece.
Em vez disso, esforce-se para conhecer-se. Isto é o que realmente funciona.
Lembre-se de que não precisa de saber tudo para progredir. Precisa apenas
pôr-se no caminho correto. Pela simples disposição de receber, quando lê estas
palavras, você torna-se mais alinhado de uma maneira inteiramente nova.
Pontos Úteis Para relembrar
1. Fixe-se no objetivo de transcender o Eu mundano.

2. Sinta a sabedoria infalível da Inteligência Espiritual Superior.
3. Se não gosta da sua vida atual, você pode mudá-la para melhor.
4. Transforme os estudos sobre si, através da Inteligência Espiritual
Superior numa jornada agradável e satisfatória.
5. Só a autoconsciência da Verdade Universal conceder-lhe-á a permanente
felicidade.
6. Pratique diária e honestamente a sincera auto-observação.
7. À medida que nasce a autointuição de Quem Realmente É, desaparece a
dolorosa confusão.
8. O verdadeiro amor na base da Inteligência Espiritual Superior é o estado
natural do homem.
9. Com a autoiluminação espiritual, todas as coisas boas são possíveis.
Porque na Realidade Fundamental tudo o que pensa que necessita já tem.
Existe dentro de si. Na verdade, é o que você é. Você é como Deus o criou um
poderoso Cocriador.
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CAPÍTULO XI
ALCANÇAR A LIBERDADE ATRAVÉS DA INTELIGÊNCIA

ESPIRITUAL SUPERIOR
Vamos supor que você e um amigo fossem obrigados a aterrar com uma
avioneta num deserto isolado. Ao explorar o local, o seu amigo dá um tropeção.
Você ouve o seu comentário zangado: “Há muitas pedras por aqui. Seria melhor
fazermos planos para reduzi-las a seixos."
Pouco tempo depois são surpreendidos por um violento aguaceiro que os
ensopa, o que provoca outro surpreendente e aborrecido comentário do seu
amigo: “Há demasiada chuva por aqui, precisamos fazer alguma coisa para
combatê-la."
Algum tempo depois, ambos são perseguidos por animais ferozes. Conseguindo
escapar, o seu amigo ainda apavorado diz: "Há outra reforma que precisamos
fazer neste lugar. Precisamos treinar os animais selvagens para que se
comportem mais amistosamente. Com uma expressão irritada, ele acrescenta:
"Há por aqui muitas coisas erradas."
Você poderia eventualmente argumentar: "Claro que tudo está errado. Nós
estamos no lugar errado. Não há proveito em procurar mudar a situação; a
nossa tarefa consiste em mudar a nossa relação com ela. Devemos trabalhar
para reencontrar a liberdade e nessa altura, tudo ficará perfeito novamente”.
O mesmo acontece connosco. Não adianta lutar contra a situação. Devíamos
ser suficientemente inteligentes para fazê-lo. Percebemos que, mentalmente,
estamos no sítio errado. Podemos mudar o nosso relacionamento mental com o
mundo e com as situações. Podemos deixar de sentir-nos vítimas das pedras e
chuvas de uma humanidade alienada. Podemos fazê-lo ao sair do deserto para
a liberdade.
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A Liberdade, O Que Isso significa
Excetuando a palavra "amor", duvido que haja outra que seja usada tão
imprecisamente e de maneira menos compreendida do que "liberdade".
Espiritualmente falando, não há liberdade financeira, política ou geográfica.
Pode-se ser milionário, morar numa terra de liberdade, ter o lar num tranquilo
recanto do paraíso e ainda viver aprisionado pelo próprio negativismo. Há
apenas uma liberdade - a liberdade interior. Tudo o mais é uma ilusão.
Conheço numerosos casos iguais ao acima descrito.
Um ponto importante deve, no entanto, ser salientado. Não é suficiente a
manifestação hipócrita da concordância. Todos concordam imediatamente que
a riqueza interna é tudo o que conta. Mas o acordo manifesto nada significa, se
desmentido pelo desejo inconsciente de riqueza. É como dizer-se sim ao
mesmo tempo que se abana a cabeça a dizer não. Devemos estar
conscientemente de acordo, baseados na compreensão íntima do verdadeiro
valor, pois é isso o que nos modifica. É o que torna a nossa conduta diária
inteiramente diferente. Já se disse a esse respeito: "O homem que pode
encontrar pérolas não anda a juntar conchas."
Da mesma forma que as nuvens nos tapam o sol, o pensamento errado pode
impedir-nos de ver a realidade. Ao procurar dissipar as nuvens-pensamentos,
avistamos a luz mais adiante. A clareza mental é a própria liberdade. É este o
motivo por que nunca precisamos fazer nada, no sentido habitual do fazer, para
libertar-nos. Não funciona tentar encontrar a liberdade na atividade
desenfreada. Precisamos compreender o estado de não-liberdade. Isto é que dá
resultado. Não queremos realmente fazer, queremos Ser. Pois você é um ser
humanos, não um fazer humano
Por isso mesmo, o que quero dizer com o “não ser livre?" O significado é muito
prático tanto no Mundo Interior quanto no exterior. A não-liberdade é a
incapacidade de interromper um doloroso filme mental, ficar nervoso na longa
fila do supermercado, manifestar espírito crítico, sentir-nos ressentidos julgando
que damos mais do que recebemos, andarmos atrás de pessoas na frenética
esperança de que nos possam fazer algum bem. Poderá uma pessoa que viva
assim considerar-se livre?
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A não-liberdade faz-se sentir quando a pessoa está dividida intimamente. Uma
parte quer comprar um carro novo enquanto a outra recusa-se a cooperar. Um
desejo leva-o a um local de diversão, enquanto outro permanece entediado.
A liberdade é harmonia interna, quando pensamentos, emoções e movimentos
físicos fazem alegremente a mesma coisa, na mesma ocasião. Estão de acordo,
sem discussão. É como a harmonia produzida pelas cordas separadas de uma
viola tocada por um músico habilidoso.
Tudo em nós reage harmoniosamente tão depressa aprendamos os princípios
da música emocional com a Inteligência Espiritual Superior.
Observe como alguém foi iluminado pela luz da Inteligência Espiritual Superior:
Eu gostaria de libertar-me dos pensamentos dolorosos.
Talvez você pense que é obrigado a submeter-se a esses pensamentos
dolorosos, mas não é. Eles não têm poder autêntico a não ser aquele que lhe
der. Com o despertar espiritual, podemos pormo-nos de lado e vê-los passar,
da mesma forma que, na margem, vemos o rio a correr no seu caminho, mas
sem nos tocar.
Estou disposto a seguir a orientação interna, mas não sei o que é. Como
poderei reconhecer a intuição autêntica?
Poderá reconhecê-la ao identificar, em primeiro lugar, a sua contrapartida falsa,
que surge como quadros imaginários ou desejos obcecantes. Permaneça
vigilante. Os desejos falsos trazem-nos sofrimento. A verdadeira voz ínterna
produz um senso de saúde e sanidade. Aprenda a sentir o seu sistema de
orientação emocional, o seu GPS interno.
Parece que, agora que estou a agir sobre mim mesmo de acordo com os
princípios da Inteligência Espiritual Superior, tenho mais conflitos do que nunca!
Não, você agora está mais consciente dos conflitos internos que suportou
inconscientemente durante anos. Isto em si é progresso. Para domar o leão,
precisa de entrar na jaula dele, ou ele virá à sua.
Uma coisa é certa: não podemos encontrar a liberdade antes de percebermos
que estamos aprisionados. O que realmente nos incomoda é o que escondemos
de nós mesmos. Recusamo-nos a olhar para o nosso atravancado sótão.
Complicando ainda mais a situação, nem mesmo admitimos que ocultamos
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alguma coisa. Mas há uma maneira de romper com esse hábito limitador e
autoderrotista.
Faça paragens súbitas durante o dia e torne-se consciente dos pesados e
desgastantes sentimentos que identifica no seu íntimo. Seja rigoroso consigo
mesmo. Observará que não está tão à vontade como imagina. Lembre-se de
que nada há de negativo em perceber o negativismo no nosso íntimo. Trata-se
de um autoconhecimento revigorante e positivo.
Ocorre uma estranha revelação ao olharmos para dentro de nós mesmos. Ao
mesmo tempo em que vemos aspetos negativos, observamos também poderes
positivos. Estão ambos no nosso íntimo, a perceção de velhas fraquezas faz-se
geralmente, acompanhar da consciência de uma nova energia. A fraqueza,
porém, é notada em primeiro lugar. Se não ocorrer nessa ordem, a energia
será falsa e se dissipará.
Quero mostrar-lhe ainda outra maneira de fazer com que a autovigilância
trabalhe em seu benefício. Quando estiver a fazer algo preocupado que
considera vital e necessário, pare pelo tempo suficiente para perguntar: "Por
que estou a fazer isto?" E talvez descubra que a tarefa aparentemente
importante é, realmente, trivial e inútil. Nesse momento você descobrirá algo
valioso que lhe escapava completamente.
Dar Significado para a Liberdade Interna
Todos discursamos sobre o amor, sem amar verdadeiramente; tagarelamos

sobre a caridade, mas não lhe damos guarida no nosso coração, e discutimos
tópicos espirituais, enquanto pensamos em lucros mundanos.
Adoramos o culto das palavras, uma armadilha que o amante da liberdade deve
evitar. Usar palavras pomposas e idealistas constitui um artifício subtil do falso
Eu, que nos apresenta imitações como realidade. O adorador de palavras vive
aprisionado pelas suas próprias contradições, como o político que declarou: "Eu
talvez não tenha sempre razão, mas nunca me engano,"
Nós, porém, quando no Caminho estamos a ir além dos jogos de palavras, a
caminho da unidade mental básica, de autenticidade, da Consciência Universal.
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Não queremos nem necessitamos de mais. À parte do amor, o mais são
palavras.
Em primeiro lugar, precisamos compreender a inadequação da linguagem para
explicar os estados internos. De que modo definiríamos as palavras consciência
e perceção, usadas com muita frequência neste livro. Bem, podemos dizer que
são estados mentais em que vemos as coisas como elas realmente são. Mas
isto, por outro lado, requer algum esclarecimento. O facto é que os estados
mentais devem ser experimentados para serem individualmente conhecidos. As
palavras têm um uso limitado, embora definido, como pontos sinalizadores na
estrada para a compreensão.
Suponhamos que alguns condutores cheguem a uma placa sinalizadora que
indica a direção em que querem ir. Mas, em vez de continuar a viagem,
discutem sobre o sinal. Um deles diz que devia ser trinta centímetros mais alto,
ao passo que outro deseja que tenha alguns ornamentos. Não podemos
avançar na direção da Inteligência Espiritual Superior, se paramos para
tagarelar sobre placas rodoviárias. Palavras são palavras e não podem ser outra
coisa. Do que interessa as pessoas falarem frequentemente sobre Deus se isso
não os transforma em seres celestiais, da mesma forma que falar sobre o Sol
não o transforma num raio dessa estrela.
Não tente definir a vida. Se a chama de absurda, isto equivale a dizer que ela
deve ser sensata de acordo com os seus pontos de vista exclusivos. Se insiste
em que ela tenha um significado, logo depois mudará de ideias quando as
situações inesperadas lhe subverterem a confortável opinião, pois como já sabe
o significado da vida é o que você lhe der. Deixe de filosofar. Deixe a vida em
paz. Ela nem precisa de nós, nem presta atenção às nossas pálidas definições.
Viva de com a Verdade Universal da Inteligência Espiritual Superior. Isso é tudo
o quanto precisa de fazer. Por que terá de procurar mais alguma coisa? No
estado de liberdade a que nos referimos acima, o seu dia nem é absurdo nem
revestido de significação; é simplesmente o que é, ou o que deseja fazer dele.
Temos aqui um tipo inteiramente novo de inspiração, isento de temores,
frustrações, e todos os demais negativismos a que os seres humanos com
mentes alienadas costumam apegar-se.
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Liberte-se do Medo, Abandonando-o
Suponhamos que um hipnotizador de circo faça um homem pensar que está a

ser perseguido por um lobo. Ele corre apavorado. Para ajudá-lo, não lhe
diríamos que corresse mais rapidamente ou que atacasse o lobo com um
cacete. Tentaríamos racionalmente, despertá-lo.
É isto, também, o que devemos fazer: - acordar para o que são as coisas. O
medo deve ser inteiramente abandonado. A alma purificada na Verdade
Universal nada teme.
Não procure ser corajoso. Isto é uma tarefa difícil. Em vez disso, continue a ter
medo. Está aí todo o segredo da eliminação desse sentimento.
A Inteligência Espiritual Superior ensina-nos a não ter a menor preocupação
connosco. O que quer que nos aconteça, devemos agir como se a situação
tivesse acontecido a outra pessoa. Um indivíduo perguntou-me certa vez: "Você
diz que o momento presente está isento do medo, que a paz existe neste exato
instante. Se é assim, como é que estou preocupado agora?"
Respondi: "Porque não compreende a liberdade do Agora. Inconscientemente,
você pensa com recordações de sofrimentos passados, encobrindo o presente
com o véu de recordações. Procure compreender que nada existe, salvo o
Agora. Comece por notar a ligação entre o medo e a recordação de um facto
apavorante do passado."
Talvez uma pessoa tema a confusão. Observe como ela reage à situação. Note
com que energia procura aliviar a pressão que sofre. Observe com que rapidez
ela fala ou discute quando a confusão envolve um desacordo com outra pessoa,
Não pode encontrar uma resposta como esta. Meramente põe em jogo a mente
condicionada, com todas as suas opiniões defensivas. A situação assemelha-se
a convocar um grupo de pessoas agressivas para formar um grupo de
pacifistas; elas nada conhecem sobre o assunto e não pretender saber.
É necessária uma nova autoperceção. Ela surge quando a pessoa está tranquila
e não combate a confusão. As soluções para as perplexidades da vida não
podem ser encontradas pela mente anquilosada. Surgem sem esforço quando
se silencia a mente condicionada. O medo de que nada aconteça.
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Examine a ideia. Já notou o surgimento de uma vaga inquietação, quando nada
existe para ocupar a mente, quando nada acontece e parece que,
provavelmente, nada vai acontecer?
Sentindo esse vazio, a pessoa faz alguma coisa - qualquer coisa - para escapar
do sofrimento que o estado lhe inflige. Mas isso é apenas uma distração. Cedo
ou tarde a festa acaba e o mesmo medo reentra pela porta da frente. Procurar
a fuga não é a solução, mas, sim, não fugir.
Como Afugentar as Preocupações
Poderá, por acaso, sentar-se tranquilamente e examinar o pavor de nada

acontecer? Poderá tentar não fugir desse estado? Para dizer a verdade, você
não pode mais fugir do que escapar do corpo correndo com as próprias pernas.
Não, não pode fugir, mas pode compreender, o que é um assunto inteiramente
diferente.
Lance às urtigas a sua denominada segurança. Tem coragem de fazê-lo?
Exponha-se a perder tudo o que tem, incluindo acontecimentos externos.
Abandone toda a enervante confusão. Nada faça, nada tenha. Pare de planear
a segurança. Pode mesmo deixar de pensar se está em segurança ou não? Se
pode, está-se a aproximar.
À mente imóvel todo o universo se rende. (Chuang-tse)
Com uma nova resolução, declare: "Não conheço a solução disto. Simplesmente
compreendo que não sei e estou disposto a deixar as coisas nesse pé. Não
procuro a solução através dos meus pensamentos habituais. Resolvi abster-me
de solução. Paro. Simplesmente paro. E nada há mais a dizer."
Quando não procurar a solução, ela surgirá com o poder da Inteligência
Você não tem responsabilidade alguma de fazer a sua vida mover-se para a
frente. Mas tem toda a responsabilidade de deixar que se mova. Interrompa
todos os esforços para fazê-la mover-se. Aja para que ela se mova por si
mesma. Fiz uma demonstração do que consiste em tal liberdade numa das
minhas aulas:
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Parece que o professor deixa implícito que tudo o que fazemos é uma fuga de
um encontro connosco. Que me diz de umas férias? São também fugas?
Podem ser uma fuga ou um divertimento. Se inconscientemente usa-a como
uma fuga, não se divertirá tanto como se não tivesse procurado fugir. Se não
se importar se tem férias ou não, você estará de férias todos os dias do ano.
Sou um escravo do stress e da tensão. Como posso reduzir o ritmo de vida?
Você corre porque pensa erradamente que tem de chegar a algum lugar,
psicologicamente falando. Observou que não consegue definir o seu destino e
que simplesmente corre em círculos? Você não tem para onde ir. Já está lá,
embora não perceba. É como se passasse pelas ruas de Paris ao mesmo tempo
que anseia por visitar a França. Tente compreender que você já está onde
quer. Ao percebê-lo, a pressa desaparece.
Falando sinceramente, tenho medo da minha luxúria e cobiça.
Não tenha receio de si mesmo. Nada há em si que o despertar para o Caminho
da Autorrealização não cure. Você simplesmente identificou-se com a luxúria e
a cobiça. Teme porque as considera parte de si. Esforce-se por vê-las como
inteiramente separadas da sua natureza. O medo de si mesmo desaparece
imediatamente.
Encontrar a Alegria Duradoura
A marcha para a liberdade interna assemelha-se ao esforço de um homem que

precisa cruzar vários rios para chegar a casa. Os rios têm vários nomes, tais
como Teimosia, Irritação, Falta de Naturalidade, Timidez, etc. Se recusar-se a
entrar na água e enfrentar a corrente, permanecerá onde está, longe do
conforto do seu lar. Ao desafiar o conflito, ele ultrapassa-se a si mesmo,
aproximando-se cada vez mais do que deseja no fundo do coração.
Logo que tenhamos transcendido os desejos ligados ao alimento e ao sexo,
teremos percorrido um grande caminho. A pessoa livre não diz nem precisa
dizer a si mesma do que necessita. Deixa as necessidades à própria Vida, que
sempre sabe o que faz. Não interfere, estendendo a mão para agarrar. Espera
que a vida ofereça e recebe. Não é obcecado nem por alimentos nem pelo
sexo; estão abaixo de si e são servos e não ditadores.
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Vimos já a necessidade de transcender as definições humanas de sucesso.
Neste caso, qual a definição de sucesso deste livro? O relaxado e alegre esforço
para compreender as realidades espirituais e as Leis Universais constitui o
sucesso. Esqueça os resultados, pois chegarão por si mesmos. Tudo o que
importa é o próprio esforço. O esforço autêntico é sucesso.
Não são complicadas as técnicas que conduzem ao sucesso natural. A única
complicação reside na relutância do individuo em praticá-lo pacientemente. Por
exemplo, reconheceremos a conduta autodestrutiva em nós mesmos e
recusaremos a defendê-la? Essa técnica apenas faz maravilhas, pois nada na
Terra é mais sadia e revigorante do que a honestidade.
O ser humano vive em prisões porque recusa-se a libertar-se do negativismo
adquirido, tal como a gaivota, incapaz de voar porque se agarra
insistentemente a um peixe pesado demais.
Mas de que maneira funciona isso em situações práticas? Eis aqui um sistema
útil para tornar fácil e descuidado o trabalho desagradável. Todos os tipos de
trabalho, sejam caseiros ou burocráticos, sejam comerciais, devem ser feitos
com a mente e nunca com os sentimentos. Recusando-nos a permitir que as
emoções assumam o controlo, não podemos, em hipótese alguma, ressentir ou
antipatizar com o que fazemos. Tente o método. Utilize apenas a mente
raciocinadora. O trabalho deixa de ser trabalho.
Constitui um autêntico e duradouro contentamento experimentar a verdade que
liberta. “Como disse Jesus, A verdade te libertará”.
Liberte-se do Controle dos Outros
A discrição abaixo desenvolve períodos de perguntas e respostas hipotéticas

feitas nos meus workshops e reuniões:
O professor pode explicar-me qual é a sua opinião do que entende por
liberdade em relação aos outros.
É muito simples. Estamos presos a todas as pessoas de quem queremos
alguma coisa, de quem dependemos para satisfação íntima. Estamos livres de
todos aqueles de quem nada queremos. Um dos princípios da Inteligência
Espiritual Superior é que nenhuma pessoa pode proporcionar-nos autêntico
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enriquecimento; o enriquecimento deve vir de dentro. Uma vez isto claramente
entendido, as nossas relações humanas tornam-se corretas. Como dizia Buda;
eu só posso apontar o caminho, cabe a cada um fazer o seu.
Submeto-me às pessoas que parecem mais fortes do que eu, e não gosto disso.
Tenho medo principalmente de pessoas zangadas.
A pessoa enraivecida não é forte; é fraca. Não dê jamais a uma pessoa não-
desperta a oportunidade de explodir em fúria e sarcasmo contra si. Você cai
nessa armadilha todas as vezes em que parece fraco ou quando ela percebe
que você quer alguma coisa dela. A natureza animal do homem está sempre
vigilante à espera de alguém para atacar. Recuse-se a ser um alvo.
Uma determinada pessoa nunca deixa de se comportar mal em relação a mim.
Se alguém se comporta continuamente mal consigo, isto acontece porque você
de alguma maneira inconsciente, retribui-lhe as más atitudes. E o faz em
virtude de uma falsa necessidade existente no seu íntimo. Tente descobrir qual
é. Logo que ela desaparecer, você retirará a retribuição, o que produzirá uma
crise. A pessoa talvez o critique ou o deixe. Isto significa que você precisa de
coragem para ficar sozinho. Tem de entender como funciona a Lei da Atração e
o poder do pensamento.
Se alguém o rejeitar, o seu conhecimento íntimo da situação pode mantê-lo
livre. Mas se o rejeitar, você está psicologicamente acorrentado a ele pela Lei
da Atração. Mas tão logo esse Eu-ego-alterado é extinto, conscientemente
nenhuma pessoa constitui uma ameaça. Neste estado podemos ir e vir entre as
pessoas como quisermos, imunes às mágoas, não importa como nos tratem.
Uma das liberdades desfrutadas pelo ser iluminado é a de viver segundo os
seus próprios princípios. Esta forma de conduta nasce na Inteligência Espiritual
Superior, que é realmente moral, autenticamente decente e verdadeiramente
compassiva. Faz o que quer, o que não se pode dizer dos que vivem,
escravizados a compulsões de desejos antinaturais. À mente prisioneira
agradam as ideias imaginárias a respeito da própria grandeza, recebendo
recompensas imaginárias
Além disso, quando vivemos de acordo com os conceitos da <ciência da
autorrealização que estão em sintonia com as leis naturais do nosso ser,
estamos livres das pressões de todas as leis de autoria humana, que não são
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poucas. A pessoa livre é a sua própria lei. Mas não é a falsa independência
caracterizada pela rebeldia pública e pela arrogância. É tranquila, oculta,
verdadeiramente humilde. Logo que uma pessoa descobre os segredos
espirituais, sem necessidade de discuti-los, ela realmente sabe.
As Preocupações Com Nós Mesmos
Estamos livres logo que deixamos de abrigar pensamentos de preocupação

sobre o que nos possa acontecer. Somos tranquilamente conduzidos pelas
situações diárias sem preocupações pelo efeito que possam ter sobre nós. Nada
nos incomoda. Não é um estado de gostar ou não, nem de resistir ou recusar,
mas simplesmente de deixar fluir.
Não considere fantástica esta ideia. Não pense que vai tornar-lhe a vida
monótona. Não é absolutamente nada disso. É, de facto, uma vida mais
abundante. Examinemos então a ideia.
Um iniciado no Caminho da Autorrealização possuidor dos segredos da
Inteligência Espiritual Superior, talvez alguém como o místico Baruch Spinoza,
observaria: "Quanto mais lutamos para viver, menos vivemos. Renunciemos à
ideia de que precisamos ter certeza do que fazemos. Em vez disso, devemos
render-nos ao que é real em nós, pois somente isso é certo. Da mesma forma
que as estrelas estão no alto, acima da Terra, estamos acima de tudo aquilo
que deprime. Mas é preciso despertar para isso. Desperte!"
A decisão final sobre o que é bom ou mau para nós, sobre o que é certo ou
errado, não pode ser tomada pela mente condicionada. A mente condicionada
não pode encontrar qualquer coisa, salvo a própria confusão. Decide sempre na
base da excitação, da satisfação do ego, o que significa serem erradas todas as
suas decisões. Se não estamos despertos, não podemos nem precisamos
decidir o que é o bem porque não sabemos realmente. Por isso mesmo,
precisamos apenas sair do nosso próprio caminho, deixando as decisões finais à
Inteligência Espiritual Superior, que sempre tem razão.
Procure compreender que você não resolve coisa alguma. O que toma a
decisão é o desejo dominante do momento, que não é o você total. Isto explica
a confissão frequente: "Num momento quero isto, no seguinte, aquilo."
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Como é feliz a vida quando não precisamos saber o que fazer connosco! Pense
nisso.
Confrontados com os desafios da vida, temos duas maneiras de dizer: "Eu não
sei o que fazer." A primeira é inútil, a segunda, tranquilizadora. Você utiliza a
inútil quando diz: "Não sei o que fazer", porque se encontra entre dois ou mais
desejos opostos. O que você tem realmente em mente é: "Eu não consigo
decidir entre várias alternativas." Mas quando o iniciado livre diz: "Eu não sei o
que fazer", não há nem sofrimento nem conflito, porquanto tampouco existem
desejos opostos. Não precisa saber o que fazer, porque nada há a fazer. Já está
em paz. Desconhecer não é problema para ele, porque sabe que o que
acontecer será para o bem dele.
Dissipamos a confusão da mente não decidindo sobre este ou aquele desejo
passageiro, mas ao caminhar para além de todos os desejos adquiridos.
Alcançamos, então, o maravilhoso oásis sugerido pelos mestres espirituais: "No
momento em que nada souber, saberá tudo." Continue, portanto, de uma
vitória a outra. Se, na busca, desafiar o desconforto, encontrará naquele novo
oásis um tipo de conforto desconhecido aos que não têm coragem de fazer o
que você fez.
Sempre que deparar com uma verdade espiritual ou psicológica, não tente
interpretá-la. Observe-a simplesmente, sem comentários, da mesma forma que
silenciosamente observaria uma nova espécie de flor. Não informe a verdade de
que ela deve ser de acordo com seu julgamento; deixe que ela o informe do
que é, por si mesma. A verdade é encontrada no Eu silencioso.
A perceção pode ser desenvolvida a um ponto em que a confusão explode
como uma lâmpada elétrica, desde que a confusão é mera consequência do
sono alienado, a liberdade surge ao nos libertarmos com um gesto enérgico.
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Comece Agora a Sua Libertação
Devemos considerar a libertação como um retorno. Precisamos retornar ao Eu

Ilimitado, ao Eu não-mecânico. Certo dia entrei numa loja para comprar uma
coisa. Enquanto dizia à vendedora o que queria, ela começou a sacudir a
cabeça indicando que estavam em falta o artigo o que atualmente é designado
por “descontinuado”. Disse não antes mesmo de saber o que eu queria. Ao
ouvir-me finalmente, fez um gesto afirmativo indicando o produto desejado.
Estudemos este incidente. Por que sacudiu ela a cabeça antes de ouvir tudo o
que eu tinha para lhe dizer? Talvez porque a sua natureza negativa,
profundamente enraizada, se estendesse mecanicamente a uma situação
externa, dando origem ao erro. O incidente revela coisas sobre a sua situação
interna. Ela é infeliz, pois o negativismo mecânico é sempre sinal de
infelicidade. Não pensa; meramente reage de acordo com os hábitos
adquiridos. E assim por diante.
A libertação começa quando você:
Prefere o real ao excitante
Faz uma pausa antes de reagir
Lança às urtigas a influência da última pessoa que conheceu
Permite que o Eu ensine ao mim
Pratica a honestidade consigo mesmo no ponto em que dói
Evita a pose sentimental dramática, como se fosse a realidade
Não procura mais alívio fora de si mesmo
Compreende que o castigo da falsidade é imediato
Percebe o que existe por trás dos fingimentos públicos de religiosidade
Faz de uma verdade a sua própria verdade
Constitui um procedimento sensato especificar uma e determinada área onde

queremos ser livres. Devemos escolher uma em que sejamos visivelmente
prisioneiros. Poderia ser ela a obcecante necessidade de aprovação, os
sentimentos de culpa, ou uma obsessão? Talvez seja a nossa incapacidade de
procurar a realização, que nunca nos deixa realizar nada.
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Selecione uma única área e estude-a profundamente, procurando extrair cada
migalha de conhecimento e sabedoria possíveis.
Você descobrirá que a libertação numa área implica liberdade em outras, da
mesma forma que o corte de um grande ramo destrói os que estão ligados a
ele.
Vejamos agora, a maneira de desfechar um golpe em nome da liberdade
pessoal: em todos os casos em que estiver envolvido(a) numa crise, qualquer
que seja a sua natureza, recorde-se de um princípio apropriado contido neste
livro. A hipnose mental alienada é quebrada quando afastamos voluntariamente
a mente da crise para o princípio. Se ela o faz sentir-se enraivecido ou culpado,
lembre-se de que você nem é o seu bem nem o seu mal. Logo que isto for
realmente compreendido, você passará a viver no topo de uma montanha.
“Saia da caverna; o mundo espera-o num jardim”. (Níetzsche)
Você possui um Eu secreto, livre e uno, que mora no jardim. Ele não lamenta
coisa alguma nem a ninguém pede favores. Sabe o que faz. Repousa na própria
serenidade. Esse Eu secreto é a sua Inteligência Espiritual Superior.
As Verdades Espirituais A Respeito Da Liberdade
1. A liberdade é um estado de esclarecimento mental sobre os poderes

da Inteligência Espiritual Superior.
2. Constitui uma atitude positiva combater o negativismo.
3. Transcenda as palavras e experimente a liberdade Universal.
4. Quando a mente condicionada fica imóvel, a liberdade real surge.
5. Abandone a preocupação nervosa consigo mesmo; não pense nos
“males” do amanhã.
6. O despertar para o Caminho da Autorrealização, constitui a cura certa
de todos os males, mentais e físicos.
7. Constituem sucessos todos os seus esforços sinceros em direção à
liberdade com a Inteligência Espiritual Superior.
8. A felicidade é encontrada na libertação do jugo do Eu falso e
condicionado o nosso ego alterado.
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9. Aja constantemente de acordo com os princípios da Ciência da
Autorrealização, orientada pela Inteligência Espiritual Superior e terá sempre
sucesso.
“Transcender não é haver acumulado muito materialmente, nem que as ruas

levem o nosso nome e qua a nossa fotografia fique para sempre nas paredes
de memoriais, mas antes que tenhamos realizado ações sábias que nos
permitam ascender do plano físico ao plano espiritual com satisfação e paz”.
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CAPÍTULO XII
OS TESOUROS MARAVILHOSOS DA SUA INTELIGÊNCIA

ESPIRITUAL
Suponha por momentos que está num teatro de revista. O espetáculo acabou e
prepara-se para sair. É tarde e quer voltar para a sua casa. Subitamente,
porém, um comediante salta para o palco, vestido com um trajo pitoresco.
Exige a sua atenção e, inicia uma longa e insonsa representação.
Na verdade, você não quer dar-lhe atenção, mas a poltrona é confortável, a
casa fica longe, e permanece onde está. Mas, embora sentado, sente, de certa
maneira, que está no lugar errado.
O ator finalmente sai e, mais uma vez, prepara-se para deixar o teatro. Outro
ator, porém, um cartomante, corre para o palco e insiste em que permaneça e
lhe preste atenção. Solenemente, anuncia ter o poder de prever o futuro.
Passou a vontade de ficar, mas nota algo estranhamente atraente na
personalidade do ator. Contra o seu melhor julgamento, deixa que o convença
a assistir à representação. Vagamente inquieto, senta-se novamente e ouve um
chorrilho de vagas profecias que sabe mentirosas.
Ao sair finalmente o cartomante, está completamente esgotado. Quer
desesperadamente voltar para casa. Mas quando se apressa a deixar a
poltrona, um terceiro ator aparece inesperadamente a exigir a sua atenção.
Mas já teve o suficiente. Basta! Sai e volta para casa.
Na nossa vida, os maus atores são os milhares de pensamentos insensatos que
saltam no palco da nossa mente. Egoisticamente, exigem-nos o tempo e a
atenção, muito embora nos deixem entediados e inquietos. Observe como isso
é verdade. Note como esses aborrecimentos ou nervosismo nos distraem da ida
para o tranquilo lar espiritual.
Não precisamos continuar a ser audiência cativa desses absurdos reformadores.
Podemos levantar-nos e sair logo que percebemos quem são. Os segredos da
Inteligência Espiritual Superior dão-nos os recursos para fazê-lo.
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Você É Mais Sábio(a) do que Pensa
Até que ponto deve você escavar a fim de expor e destruir o falso senso do eu?
Até à profundidade em que descobrir a autenticidade. Isto equivale a cavar
bastante chão arenoso e construir sobre pedras sólidas.
Sim, haverá estações estéreis, ocasiões em que pensará que é demais, que
trabalhou mais do que devia e com demasiado esforço, sem recompensa. O
desânimo é intensificado pelo desejo de voltar ao antigo nível inferior, outrora
confortável, embora saibamos que a ele nunca mais voltaremos. Sentimo-nos
totalmente desapontados, como um passageiro que, abandona o navio e ainda
não avistou a terra prometida.
Não importa. Você está a ir bem. Mesmo que você não o compreenda ainda, já
há algo que compreende.
Eis um segredo espiritual para esclarecer a sua mente confusa: viva com a
confusão, sem resistência, até que ela se destrua por si mesma.
Você não apenas é mais sábio do que pensa, mas sabe que é. Este é o motivo
por que a pessoa em dificuldades luta contra os próprios factos Universais que
poderiam salvá-lo. A intuição é o próprio motivo da argumentação. O falso Eu
tenta defender a sua falsa posição, da mesma forma que um ladrão procura
impedir que a Polícia lhe tome as mercadorias roubadas. Deixe a Inteligência
Espiritual Superior pensar por si.
Há um aspeto curioso na obtenção da intuição da Inteligência Espiritual
Superior. Antes de obtê-la, tínhamos a certeza de que já compreendíamos.
Mas, ao adquirirmos a verdadeira intuição, verificamos que nada sabíamos. Ela
pode ser comparada à grande sabedoria que pensávamos possuir na
adolescência! Diz um ditado sufista: Até transformar-se em ouro, o cobre não
sabia que era cobre. Em outras palavras, não compreenderemos que
estávamos a dormir enquanto não começarmos a despertar.
Vamos analisar um aspeto pouco compreendido da natureza humana. A sua
própria compreensão explicará numerosos mistérios e sugerirão novas soluções.
O ser humano pensa que é um indivíduo isolado, unificado, mas não é. Tem no
íntimo uma dúzia de diferentes Eus, muitos deles contraditórios entre si. O Eu A
assume, é substituído um momento depois pelo Eu B, que, por seu turno, cede
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lugar ao Eu C. Habitualmente, chamamos a isso de mudança de estado de
espírito ou de atitude, mas é útil considerá-lo como domínio temporário de um
Eu sobre os demais. Uma pessoa diz uma coisa que pensa ser inteligente, mas
arrepende-se depois. Dois Eus estiveram em ação. Uma pessoa mostra-se hoje
altamente entusiasmada com um projeto, mas abandona-o amanhã, isso
acontece porque dois Eus contraditórios estiveram no comando em dias
diferentes.
O indivíduo por norma não percebe esses Eus contraditórios e,
consequentemente, é puxado para a direita e para a esquerda em confusão e
contradições. É como se uma dúzia de marinheiros reivindicasse o comando do
navio num sistema de rotação. Um deles agarra o leme e vira-o para o sul, mas
é derrubado por outro pretendente, que embica para o norte. Cada um deles
toma o leme, apenas por tempo suficiente para ser empurrado para o lado. Não
é de admirar que o navio não chegue a lado nenhum.
A consciência una, porém, é possível. Tudo neste livro visa ao autodomínio
através da autounidade. Comece por tornar-se consciente da desunião.
Perceba-a claramente em si mesmo. Tomando conhecimento da confusão,
restauraremos o nosso irrefutável comando através do Eu Interior.
Autoconsciência com o Auxílio da Inteligência Espiritual
A Inteligência Espiritual Superior faz nascer em nós um senso inteiramente

diferente de bondade. Não ascendemos a ela seguindo as doutrinas da autoria
religiosa e muito menos praticando mecanicamente as virtudes externas
comummente aplaudidas pela sociedade. Tais pregações públicas já não têm o
poder para promover a evolução espiritual do aspirante, são como uma lei de
trânsito fazer de um motorista um bom condutor. Jesus advertiu repetidamente
contra a moralidade superficial, com a sua hipocrisia oculta.
Os não despertos no Caminho são vítimas das suas virtudes públicas. Não
conheço coisa mais triste do que tentar ser "bom". E não conheço pessoas que
mais precisamos de evitar do que as denominadas "boas". E cuidado com o
bom e o justo! “Eles crucificarão aqueles que querem ter a virtude própria…”
(Nietzsche).
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As moralidades artificiais podem, quando muito, manter sob controlo a
perversidade humana. Relaxado o controlo, como nas guerras, vemos logo a
diferença entre a bondade comandada e a virtude real nascida da consciência
Universal. A pessoa adormecida mantém uma bondade superficial somente
porque certos vícios, de alguma maneira, não o atraem, ou porque teme as
consequências de desafiar o gosto público em questões de moralidade. A
moralidade baseada no medo é profundamente imoral.
A pessoa autounificada, desperta, porém, não passa por um estado que
poderíamos chamar de bondade suspensa; ele é bom simplesmente porque não
lhe poderia ocorrer ser qualquer outra coisa. Somente a pessoa desperta pode
ser realmente moral.
Devemos perceber claramente a maldade humana como ela é, sem os grilhões
do sentimentalismo ou as subtis projeções do nosso próprio falso senso de
bondade. Uma vez compreendido isso, ficamos livres da mácula da maldade.
Entendê-la realmente significa que com ela nada mais temos, ou queremos.
Não entendemos a profundidade da maldade nos outros, porque, inicialmente,
não a percebemos em nós. Vivemos no mundo imaginário de sermos nobres,
agradáveis, carinhosos, enquanto, sob a superfície, damos guarida a alguns
dragões temíveis. A perceção da nossa própria maldade, contudo, liberta-nos,
tornando-nos livres, dos outros.
Uma vez livres, não condenamos a maldade do mundo, que compreendemos
claramente. Perdoamos, o próximo, porque nos perdoamos em primeiro lugar,
e ninguém o ensinou melhor que o Mestre Jesus.
A perversidade resulta do facto do ser humano viver em estado de hipnotismo
mental e de ignorar a sua verdadeira natureza. Só há uma solução: que cada
indivíduo se abane o suficiente para acordar.
O Falso Desaparece na Presença da Inteligência Espiritual
Vejamos, num curto período de hipotéticas perguntas e respostas, como a

Inteligência Espiritual Superior combate o “pecador” e o “mau”:
Como é que este livro define o “pecado e o mal”?
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O pecado é tudo aquilo que é falso e irreal. Ou, em outras palavras, um ato
contraproducente realizado sob hipnotismo mental alienado. Vivendo na base
do falso eu, em contraste com a Inteligência Espiritual fazemos imbecilidades. À
medida que a luz inferior nasce e começamos a viver na base da nossa
verdadeira natureza, a falsidade e a perversidade desaparecem. A pessoa, em
seguida, torna-se boa em todos os sentidos da palavra. Ou seja, torna-se
sensata, decente, agradável, tolerante.
Então, o mal realmente existe?
Sim e não. Mas que esta aparente contradição não o perturbe. Você talvez
pense que vê uma cruel serpente, pronta para ataque, mas onde está a
maldade quando percebe que ela era apenas um pedaço de corda? Ao
despertar para o verdadeiro Caminho, o mal desaparece. E não vá atrás dos
ilusórios conceitos religiosos, eles não fizeram nada por este planeta desde que
foram inventados.
De que modo podemos despertar da nossa maldade?
O que as religiões chamam de maldade desaparece diante dos nossos próprios
olhos quando a observamos tranquilamente, sem intuitos moralizantes. Isto é
uma das coisas que não devemos jamais fazer - entregar-nos a moralizações
superficiais. Se compreendermos a nossa maldade e julgarmos que devemos
ser bons, ficaremos dolorosamente dilacerados entre as duas opiniões
contraditórias. A perceção tranquila, sem condenação, destrói as ideias sobre o
bem e o mal. Em seguida, ficamos livres do conflito e da sua carga pejorativa.
Não tema as dificuldades que encontrará no Caminho. E não combata coisa
nenhuma, tais como as depressões, os erros crassos, o desespero, ou a própria
maldade. "Não resista ao mal." A única coisa que o mal não pode suportar é ser
observado, tranquilamente, em nós mesmos, sem autocondenação, sem medo
e sem luta.
Podemos ser motivados por forças negativas, mas, apesar de tudo, não somos
elas, em essência. Devemos tentar compreender que elas não têm forças em si,
salvo aquelas que, displicentemente, lhes concedemos. Cumprimos a pena da
divisão interna somente porque não tomamos connosco mesmo o necessário
cuidado. Que coisa extraordinária é o ser humano quando o interno e o externo
são o único e o mesmo!
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A libertação do negativismo é conseguida mediante um processo estranho, mas
infalível. De início, precisamos perceber o aspeto negativo, talvez a hostilidade,
antes de podermos entender que ela não tem ligação com o Eu Real. Como
primeiro passo, por conseguinte, a hostilidade deve ser observada, e não
suprimida, negada, racionalizada ou mesmo condenada. Em seguida,
precisamos de deixar de identificar-nos com ela, e não a chamar de nossa.
Desatentos, a chamamos de nossa e caímos por isso mesmo nas suas garras. A
perceção sem personalização, leva-nos para as águas mais claras, como um
navio que sai do nevoeiro.
Como foi dito anteriormente, o processo é estranho. Precisamos inicialmente de
compreender como somos “horrendos” a fim de perceber como não o somos!
A perceção de qualquer aspeto negativo em nós em princípio não se revela,
depois é notada, em seguida torna-se chocante, para então mostrar-se
libertadora.
O Reino Secreto da Inteligência Espiritual Superior
Na verdade, cada um de nós possui os privilégios inapreciáveis da Inteligência

Espiritual Superior e, apesar de tudo, não os usa em benefício próprio. Vive em
companhia de uma mente obcecadamente alienada que poderia, com o esforço
correto, ser transformada num brilhante farol.
Se ela apenas parasse de maravilhar-se com o universo dos céus estrelados e
se maravilhasse com o vasto universo da sua mente! Se ela apenas quisesse
descobrir o potencial do seu reino secreto!
Existirá realmente esse reino secreto, onde tudo é perfeito? Absolutamente.
Você talvez não esteja consciente dele, mas existe, realmente. Vamos ouvir a
seu respeito as palavras de quatro homens que viveram muito distantes entre si
no tempo e no espaço, mas que foram igualmente iluminados.
O Conde Leon Tolstoy admite que foi cético nos seus primeiros anos e, em
seguida, presta da seguinte maneira o testemunho da grande descoberta:
“Eu não conhecia a luz e pensava que não havia uma verdade inegável na vida;
mas quando percebi que somente a luz permite ao homem viver, procurei-lhe
as origens... Ao chegar lá, fiquei ofuscado com o seu esplendor e descobri
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respostas completas às perguntas sobre a finalidade da minha vida e da dos
demais...”
Com as seguintes palavras, a sabedoria oriental de Shankara recorda-nos como
é alcançado o reino:
“A compreensão da Verdade vem com a perceção, e não absolutamente com
dez milhões de atos”.
Chuang-tse, um mestre do taoísmo, observa cheio de alegria no trecho
seguinte que os moradores do reino secreto sempre sabem o que fazem:
“Aquele que conhece o Tao está seguramente familiarizado com os princípios
contidos nos procedimentos das coisas. Conhecedor desses princípios, ele
invariavelmente sabe como regular a conduta em todas as variadas
circunstâncias. Tendo tal conhecimento, não permite que as coisas o
prejudiquem”.
Ralph Waldo Emerson, o grande filósofo americano, estende-nos um gentil
convite para vir morar no reino secreto com as seguintes palavras:
“Estamos muito próximos da grandeza: basta um único passo e estaremos em
segurança. Não poderemos dar o salto?”
Que tipo de pessoa salta para a verdadeira grandeza? Aquele que tem a
intenção firme de saltar, quaisquer que sejam as consequências. Aquele que
vislumbrou pela primeira vez o estranho “algo” mais, isto lembra aquele
indeviduo num corredor escuro, imediatamente à frente distingue um brilho de
luz, tão leve que, às vezes, duvida dos próprios olhos, mas, ainda assim,
continua a avançar. Sofrerá crises de solidão e desânimo, perderá o fôlego,
perguntar-se-á se vale a pena, mas não pode parar. É açoitado pelo sussurrar
íntimo que lhe diz que, finalmente, dirige-se para a direção certa. Compreende
que, como única responsabilidade, tem a de manter os olhos voltados para a
luz, pois a luz em si nunca treme. E desta maneira encontra o Caminho para
ela.
O mesmo acontece com todas as pessoas. Quem quer, com suficiente
circunspeção, encontrar o reino secreto, nunca falhará na sua busca.
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Palavras que Podem Fazer Milagres Por Si
Se um dia ficar confuso ao procurar desemaranhar relações humanas, os

argumentos abaixo poderão ajudá-lo:
Descobri subitamente quantas deceções nós nos causamos mutuamente. Por
que simplesmente não resolvemos ser decentes, em vez de dececionantes?
A sua confusão tem origem na suposição de que, se resolver, a pessoa pode
comportar-se de outra maneira. Não pode. A pessoa não desperta, não tem
mais opção em matéria de comportamento do que o gato de agir como gato.
Ela é compelida a agir de acordo com a sua natureza. Para comportar-se de
outro modo, precisa despertar.
O professor diz que a pessoa não tem opção, mas ela não pode resolver
comportar-se mal?
Não, nem mesmo isso. Tudo o que faz é mecânica e inconscientemente.
Mas o que lhe condiciona as ações?
O desejo dominante do momento. Qualquer que seja o desejo, é compelido a
obedecê-lo. Não há opção no desejo. A pessoa pensa que faz uma escolha e
apossa-se do desejo quando, na verdade, o desejo é que toma posse dela. A
mente alienada não pode comportar-se de outro modo. Observe isto em você
mesmo. A observação torná-lo-á diferente.
O artista místico inglês Williarn Blake pintou um quadro que chamou de Vão
Desejo. Mostra um homem a tentar alcançar as estrelas com uma escada.
Temos aqui um lembrete da inutilidade de tentar alcançar as regiões celestiais
com desejos errados.
Um desses desejos, conforme vimos acima, é o de que os outros nos digam o
que fazer. Nenhuma pessoa pode dizer-lhe o que lhe convém, salvo você
mesmo. Por isso mesmo, comece agora. Se errar durante dez anos enquanto
pensa por si, ainda reuniu um rico tesouro quando comparado a viver o mesmo
período sob o controlo mental de outro. A única autoridade real, honesta e
enriquecedora é a interna da sua própria Inteligência Espiritual Superior.
“Sejam lâmpadas para si mesmos; refugiem-se em si mesmos. Nunca procurem
refúgios externos”. (Buda)
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De que modo podemos distinguir o desejo autêntico do falso? Bem, de certa
maneira o melhor caminho consiste em obter realmente o que se quer. Se o
que quis é falso, você ao observar-se atentamente, verificará que não se sente
diferente ou mais feliz do que antes.
Em poucas palavras posso ensinar-lhe como transformar a hora seguinte em
pura magia: Coloque a verdade que conhece antes do desejo que sente.
A Cura para a Solidão
Algumas das mais tristes palavras pronunciadas pelas pessoas, são as

seguintes: "É a solidão total que não posso tolerar; a persistente, desoladora
solidão." E não poucos acrescentam: "Parece que ninguém se importa se estou
só ou não."
Os solitários geralmente recebem o conselho de procurar novos amigos e
atividades. Esse conselho, geralmente, é dado por aqueles que nunca
realmente se viram numa situação de isolamento. Não custa ao rico dizer ao
pobre que o dinheiro não é tudo na vida.
Não há dúvida nenhuma de que amigos e atividades têm o seu lugar na
manutenção da vida equilibrada. Dizemos tão-somente que não servem para
solucionar o problema da solidão, pois carecem do poder para tanto. Tudo que
podem fazer é distrair a atenção, durante uns momentos, da dor que corrói. E
quando estamos de volta, o que teremos sempre de fazer, ela retorna. Retorna
sempre, não? Eis aqui uma pista: a solidão existe na mente e em nenhum outro
local. Este o seu ponto de partida para a solução da Inteligência Espiritual
Superior e esta diz-nos que é impossível alguém estar só, mas, no entanto,
vejamos:
Você está sozinho. Nada acontece. O telefone não toca, nada no Mail, nada no
facebook e o carteiro passa ao largo. Como companhia, apenas você mesmo.
Ora, esse estado não pode traduzir-se em solidão a menos que a mente
displicentemente concorde. Se, sozinho, não permita que a sua mente
consciente rotule o estado como de solidão, assim o sentimento de isolamento
não surge. É a rotulação inconsciente ou o dar significado às coisas que
ocasiona o problema mediante ativação dos sentimentos.
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Por outro lado, é a não-rotulação que mantém o estado puro e lhe evita o
significado ou julgamento. A maneira de verificar é experimentá-lo sempre que
se sentir solitário. Finalmente, descobrirá que o pensamento da Inteligência
Espiritual Superior torna a solidão inteiramente impossível uma vez que Deus
está sempre em si, através de si, pois Ele é parte de si.
Se observar uma figura envolvida num lençol branco e recusar-se chamá-la de
fantasma, mas apenas uma figura enrolada num pano, de maneira alguma
sentirá medo. Ao não dar significado evita que surjam os pensamentos de
medo associados à palavra "fantasma" e a solidão não é mais do que um
fantasma.
Para muitas pessoas a solidão persiste, mesmo em numerosa companhia,
porque a consideram apavorante e tentam combater o medo. Dela, contudo,
não podemos escapar, porque não há essa tal coisa chamada solidão; há
apenas uma ilusão criada por falsas perceções.
Você pode, contudo, olhar em volta e verificar que não há realmente coisa
nenhuma. Em seguida, naturalmente, abandonará as tentativas absurdas de
fuga de si mesmo.
Sobre a questão da solidão, escreveu Spinoza: “Percebi que tudo aquilo que me
provocava ansiedade ou medo não possuía, em si mesmo, coisa alguma de boa
ou má, exceto na medida em que a minha mente se deixava influenciar”.
Saber que aparentemente está sozinho não precisa de significar solidão,

podemos prosseguir a fim de descobrir as ricas recompensas do aparente
isolamento. Ele impede a drenagem das nossas forças vitais por ação de
influências humanas. Permite à mente concentrar-se no que é essencial a si
mesma. A sociedade em geral e as pessoas negativas em particular tentam
sempre drenar as forças dos que procuram terreno mais elevado. Torne-se
consciente desse processo psicológico. O nível inferior e mais fraco procura
sempre apanhar boleia do mais alto e mais forte. Nunca permita isso.
Utilize as ocasiões em que está a sozinho para refletir sobre os princípios da
Inteligência Espiritual Superior. Você terá uma excelente oportunidade de
transformar ideias em experiência. Vejamos a questão da saúde. Somente há
poucas décadas o público em geral compreendeu a forte influência da mente
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sobre o corpo. Não obstante, há milhares de anos, a conexão entre má saúde e
perturbações psíquicas foi claramente revelada por Epicuro. Tornou-se ele
famoso como médico nos seus sanatórios em Atenas e Mitileno Lesbos, onde os
doentes recuperavam a saúde e a alegria de viver. Utilize os períodos de
reflexão, por conseguinte, para aprofundar-se no Caminho da Autorrealização.
Termo-nos apenas a nós mesmos como companhia constitui uma grande
revelação. Configura a oportunidade perfeita para nos conhecermos como
somos. Podemos, em seguida, transformar o autoconhecimento em finalidades
práticas. Em consulta com uma paciente minha admitiu com que facilidade os
seus sentimentos eram feridos pelos outros. Perguntei-lhe: "A senhora
compreende que deixa constantemente que os outros lhe digam como sentir-
se? Por que expõe as suas emoções à influência dos outros?” A expressão que
lhe passou pelo rosto revelou a intuição que ganhara do problema. Tivesse ela
usado os períodos de reflexão para autoeducação mais profunda, poderia ter-se
poupado anos de aflição e medicação.
Não o percebemos como tal, mas o isolamento é um mestre sábio. Revela as
velhas fraquezas permitindo assim, criar novas forças. Coloca-nos à vontade
connosco mesmos em todas as circunstâncias. Muitos sábios desde a
antiguidade observaram que um dos sinais de maturidade espiritual é a
capacidade de sentirmo-nos confortavelmente sozinhos.
Finalmente, o isolamento prova que nunca estamos, afinal de contas, realmente
a sós. Na Inteligência Espiritual Superior somos Unos com toda a Vida.
O Caminho para o Poder Autêntico
Há o autêntico e o falso poder. Muito embora o falso habilmente faça-se passar

por verdadeiro, enganando milhões, que se deixam seduzir por ele, é
inteiramente destrutivo. Assemelha-se à diferença entre um alimento real e um
desenho do mesmo. Não compreendendo esse facto, iludidas as pessoas
tentam alimentar-se do falso poder, com a consequência da desnutrição
espiritual.
O falso poder nasce no falso eu, na natureza alienada e obscurecida do ser
humano. É o poder para o “mal”, a desvalorização.
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O verdadeiro tem a sua origem na Inteligência Espiritual Superior, nas forças
não humanas do Universo. É o poder para o “bem”, a valorização.
Façamos um rápido estudo da natureza da fraqueza - falso poder - dos seres
humanos. A fraqueza sente necessidade insaciável de atacar e defender-se. Faz
isto apenas: ataca e defende-se. O fraco amiúde dá a impressão de força, mas
desmorona-se ao menor desafio. Faz lembrar um cavaleiro sacudido
violentamente por um cavalo selvagem, enquanto, indignado, insiste em que o
domina perfeitamente.
O Eu externo não tem poder algum de modificar a vida para melhor. Ignoramos
isso, contudo, e consequentemente falhamos, e falhamos sem saber porquê.
Um Eu ilusório não pode efetuar o trabalho real. É preciso alimento real para
saciar a fome espiritual.
Incidentalmente, o ataque e a defesa explicam grande parte do esgotamento
emocional que podemos presenciar todos os dias. Quando realmente fortes,
nem atacamos nem defendemos. Conservamos a energia.
No dia em que percebermos que a força Universal de todo o Universo se alinha
com todo aquele que se liberta, poderemos desafiar as falsidades do mundo,
sem medo de que algo nos possa afetar. Comece, pois, por compreender que,
no íntimo de cada um, reside a poderosa força do Universo.
Até que isso seja compreendido, a vida forçosamente será impotente e
frustradora. Ou, em termos positivos, ao ser entendida essa verdade, a vida
torna-se pela primeira vez objetiva e satisfatória. Estude os pensamentos
abaixo sobre esse novo poder à luz da Inteligência Espiritual Superior:
1. Ponha-se em sintonia com a Inteligência Espiritual Superior.

2. Você atrai ou repele de acordo com as suas vibrações mentais.
3. É um ato de coragem reconhecer a necessidade de orientação, e
pedi-la.
4. Deixe de desperdiçar as energias defendendo-se na imaginação
contra as acusações que não foram realmente feitas.
5. Tudo que é natural e divino é poderoso.
6. O estado de fraqueza é perfeito para si, contanto que o deixe ser
preenchido por algo mais do que as suas forças habituais.
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7. Somente a verdade poderá dizer: "Nunca o abandonarei."
8. Um sinal seguro de ir rompendo por novos terrenos é a recusa a
voltar aos velhos caminhos mesmo se oferecida toda riqueza da terra.
9. Você vence se não se importa se vence ou não.
10. A persistência vence, como a corrente que é temporariamente
bloqueada pelos calhaus, mas que reúne forças suficientes, inunda-os e
contínua a fluir.
Elevar-se Acima da Confusão das Emoções Opostas
Nos meus cursos, seminários e workshops frequentemente respondo a certas

perguntas que me são postas da seguinte maneira:
Não quero parecer que me estou a queixar, mas porque será que tenho tantas
más oportunidades?
O que chama de fracassos não são absolutamente o que supõe. É preciso
mudar a forma de pensar. Tendo uma reação negativa a uma situação, supõe
que o negativismo está nessa situação quando na verdade encontra-se apenas
na maneira como reage. Mas você não percebe isso. Se romper com o
negativismo habitual, as mesmas situações poderão repetir-se, mas já não
serão vistas como más oportunidades.
Quer dizer que pareceriam boas?
Não. Se chamarmos uma coisa de boa, teremos de chamar outra de má. Se
julga maravilhoso conseguir um grande lucro num negócio, pensará também
que é terrível incorrer num grande prejuízo. A ideia é viver em sintonia com a
Lei da Atração.
Não compreendo.
Mas é importante que compreenda. Como exemplo, suponhamos que você seja
apanhado entre dois exércitos inimigos. Pensa que o inimigo A é amigo, mas,
ao se aproximar, é atacado. Tenta o inimigo B, e recebe o mesmo tratamento.
O Exército A, em seguida, parece amigo durante um momento, mas,
subitamente, volta-se mais uma vez, contra si. E assim, confuso, você hesita
entre um e outro, sem saber qual deles é amigo. Finalmente, compreende que
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nenhum dos dois é amigo, e isto cria o pânico, pois não tem nenhum aliado.
Nesse momento crítico, você apanha um helicóptero que passa e que o eleva
muito acima dos exércitos adversários.
Mas o que é esse estado acima da batalha?
Ao elevar-se acima dela, você saberá, mas se estudar o Yoga do desalento de
Arjuna (Bhagavad Guita) muitas mais coisas você passará a entender.
É preciso aprender a olhar na direção certa. O garimpeiro à procura de ouro

não olha para as nuvens em busca do que está sob as suas botas. Tampouco
devemos fazê-lo. O ouro da vida está aqui, não ali.
Deixe, portanto, que a mente se conheça a si mesma. Adquirimos os
conhecimentos com os outros e a sabedoria connosco mesmos. A Inteligência
Espiritual Superior dá-nos conhecimentos que podemos, com o mágico poder
da recetividade, transformar em sábia orientação.
Seja um indagador independente. Estar sozinho, isolado dos outros,
proporciona uma das maiores oportunidades possíveis. A oportunidade única de
ser você mesmo!
Que autenticidade demonstra você para consigo mesmo? Este é o grau do seu
contentamento. “A vida feliz é a que transcorre de acordo com a própria
natureza”. (Sêneca)
Com a harmonia íntima surge a tranquila beleza. Desfrutamos da beleza apenas
se não tagarelamos a seu respeito, mental ou verbalmente. Elevar-se de êxtase
diante de um pôr-do-sol distrai-nos da apreciação do espetáculo, pois palavras
são como paredes. A beleza existe na silenciosa unidade com ela mesma.
Resumo Dos Segredos Valiosos
1. Ninguém deve ser prisioneiro de pensamentos inúteis e aleatórios.

2. Um grande segredo consiste em abandonar o falso senso do Eu.
3. Você é muito mais sábio do que pensa.
4. Traz o “bem” a simples perceção do “mau”.
5. Você está muito próximo da grandeza. Dê, portanto, o salto, opte
por despertar.
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6. Coloque a verdade conhecida antes do desejo sentido.
7. Não permita que nenhuma pessoa lhe drene a energia mental.
8. Faça da solidão uma sábia mestra.
9. O poder real nasce na Inteligência Espiritual Superior.
10. Deixe que a sua mente se autoanalise e, com o auxílio da
Inteligência espiritual Superior e flutue para a Verdade Universal.
“A realidade humana é o reflexo da realidade espiritual. O nosso espírito foi

primeiro um campo energético e posteriormente com a bênção de Deus, se
manifestou na realidade física e terrena percetível aos sentidos humanos.
Primeiro fomos concebidos em uma visualização interna e logo fomos
manifestados em uma realidade externa”.
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_______________________________________________________________
CAPÍTULO XIII
COMO OBTER DO UNIVERSO UMA VIDA DE VERDADEIRA

FELICIDADE
Um estudante andava a visitar uma cidade encantada; ao passar numa rua,

encontrou uma loja com o seguinte reclamo luminoso na entrada: «A
Felicidade». Entrou e encontrou uns anjos ao balcão. Aproximou-se de um
deles e, um pouco receoso, perguntou: “O que é que vendem aqui?”. “Tudo
quanto se refere à felicidade”, respondeu o anjo. “Então eu desejo” –
prosseguiu o jovem – “que acabem todas as guerras; que os doentes se curem;
quero sentir-me satisfeito comigo mesmo; quero uma grande dose de
compreensão entre as famílias…”. E preparava-se para continuar a pedir
produtos de felicidade, mas o anjo interrompeu-o dizendo “Desculpe senhor,
julgo que não me fiz entender. Aqui não vendemos produtos, mas apenas as
sementes de felicidade”.
A fim de compreender o significado da felicidade, devemos pensar nela com a
maior clareza possível. Comecemos por perceber que a felicidade não é a
presença de sentimentos excitantes, mas a ausência de sentimentos dolorosos.
Quando não sentimos sofrimento mental - consciente ou inconsciente -
sentimo-nos felizes. Em outras palavras, a verdadeira felicidade não é o oposto
do sofrimento, mas sua ausência.
Vimos em outros capítulos deste livro que o sofrimento pode ser abolido e
substituído pela alegria. Vimos igualmente, porém, que a pessoa não quer
renunciar aos sentimentos dolorosos porque eles proporcionam-lhe estímulos
emocionais. Trata-se de um falso contentamento. Os infelizes perguntam-se
como podem sobreviver sem uma dose extra de negativismo. Isto é a mesma
coisa que perguntar como se poderá continuar a viver em um barco meio
afundado.
Por incrível que pareça as pessoas temem a própria tranquilidade que buscam,
e acredite ou não, as coisas são como são.
196__________________________________________________________
_______________________________________________________________
Mas agora já possuímos um certo esclarecimento. Compreendemos que a nossa
finalidade se resume à eliminação do sofrimento, e não na busca da excitação.
"Não, deveríamos então, concentrar-nos em atitudes positivas, tais como paz e
amor, e não explorar o negativismo, como a dor íntima e a maldade humana?"
Não, de nada vale discutir a paz enquanto o problema for o sofrimento. Se
damos uma canelada, por acaso tratamos a mão? A paz é a ausência do
sofrimento e é nisto que devemos concentrar a atenção. Este é o motivo por
que as escrituras antigas, tal como o Upanishads, observam que a solução de
um problema está no próprio problema, e não longe dele.
Queremos conhecer a verdade sobre o mundo. E a verdade é a mais cálida,
cordial, positiva e carinhosa força do universo, o Mestre Jesus assim o disse,
conhece a verdade e a verdade te libertará.
Muitas vezes não percebemos as coisas mais óbvias como, por exemplo, que as
nossas ideias sobre a felicidade não são a mesma coisa que a própria felicidade.
Compreender o nosso sofrimento é como a magia. Ao ser realmente

compreendido, deixa de existir.
Muito bem, mas então o que precisamos compreender? Precisamos, por
exemplo, compreender que a excitação física e emocional em nada,
absolutamente, contribui para o Eu Essencial ou a harmonia Interior. Enquanto
erradamente identificarmo-nos com elas e pensarmos que fazem parte do
nosso Eu, secreto, ficaremos enredados em ânsias e frustrações. De início, é
difícil à mente perceber que o prazer transitório não é a mesma coisa que o
bem-estar duradouro. Ela não pode conceber a ideia de que acima da mera
ideia de felicidade exista outra Felicidade.
Além disso, a felicidade é impossível se pensarmos que ela chegará ao
realizarmos este ou aquele futuro objetivo. Somente o Agora existe e, por
conseguinte, somente no aqui e agora pode haver felicidade. Não devemos
tentar desfrutar a composição musical depois de terminada; devemos apreciá-la
nota a nota. Então, vejamos o que podemos fazer: comportamo-nos como se
não tivéssemos a menor ideia sobre o que nos fará felizes. Ignoramos tudo
aquilo a respeito do que pode-nos trazer felicidade.
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Percebeu o que isto significa? Destrói as ilusões de que já sabemos. Não
sabemos, pois, de outra maneira, seríamos felizes. Ninguém, todavia, nota essa
contradição. Mas vejam como uma pessoa apreendeu o significado do que
dizemos ao fazer as seguintes reflexões:
Essa ideia é tão “revolucionária”. Poderia desenvolvê-la?
Pense sobre este estranho “segredo” da felicidade: se não souber o que o fará
feliz, terá por acaso algum problema? Não. Somente quando supõe que sabe,
surge o conflito, pois nessa ocasião cumpre-lhe escolher entre várias
alternativas possíveis. Precisará decidir se casa ou não, se vai ou não se mudar
para outro emprego e assim por diante. Suponhamos, porém, que a sua mente
esteja vazia, sem considerar possibilidades. Nesse vazio há tranquilidade.
Neste caso, é a guerra entre as várias falsas ideias que ocasiona o sofrimento?
Sim, compreendo. Ainda assim, temos de pensar.
Mas precisa pensar claramente, e não apoiado em ideias confusas. E, asseguro-
lhe, isto é inteiramente possível.
Que estranho segredo!
Não receie a ausência de pensamentos. E não pense que isso representa
indecisão. Na verdade, é a própria chave que abre a porta à consciência mais
alta, Buda ensinou-o, há de dois mil e quinhentos anos.
Passos Vitais Para o Bem-Estar
O que você acha que constitui uma das principais causas da infelicidade?
Muitos atribuem-na à falta de sucesso financeiro. Outros falarão num
casamento insatisfatório, outros ainda dirão que é a incapacidade de atingir
uma determinada meta.
A maioria poderia atribuir à tristeza a frustração dos seus vários desejos.
Sondemos, então, a solução com a Inteligência Espiritual Superior.
O “segredo” para responder a todas as dúvidas que porventura tiver é desejar
apenas o realmente necessário. Mas é nesse ponto do processo que devemos
utilizar a nossa intuição. Precisamos de estabelecer a distinção entre
necessidades verdadeiras e falsas.
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Neste exato momento, por todo esse nosso mundo, milhões de pessoas obtêm
exatamente o que subconscientemente pedem - sofrimento. É necessário
perceber a conexão entre o nosso estado de felicidade e as nossas supostas
necessidades.
Lembra-se ainda de um dos capítulos anteriores ter falado das Leis Universais,
é a Lei da Atração em ação, neste Universo de Base – Atrativo atraímos tudo
em que concentramos os nossos pensamentos.
A autoconsciência traz-nos alívio diário ao mostrar-nos a diferença entre o que
pensamos que necessitamos e o que realmente precisamos. As falsas
necessidades nascem da vaidade humana; as verdadeiras, do Eu Interior.
Uma história Zen, fala de um mestre e do seu aluno em viagem. O aluno levava
várias moedas de ouro, sobre as quais pensava que o mestre nada sabia.
Chegaram a um vale escuro onde encontraram uma encruzilhada. Temeroso de
que assaltantes pudessem roubar-lhe o ouro, perguntou o aluno: "Que estrada
devemos tomar'?" Replicou o mestre: “Despoje-se das posses que o tornam
medroso e qualquer estrada servirá."
As posses que nos acovardam consistem dos falsos conceitos sobre nós
mesmos. Nenhuma outra coisa jamais tornou ou tornará medroso o ser
humano. A fim de superar esta situação, pergunte-se, como se sentiria se
perdesse os seus atuais preconceitos. De início, você ia sentir-se vazio e,
posteriormente, sentir-se-ia, e estaria, realizado. Nós não somos os nossos
sentimentos mutáveis; somos algo que não pode ser alterado por coisa alguma.
E isto é tudo que há a dizer a respeito. Isto é tudo que precisamos e devemos
fazer. O milagre, então, ocorre por si mesmo. O Autêntico, bem recebido pela
nossa aceitação consciente do vácuo, chega-nos com um poder tranquilo.
As Coisas São O Que São
A maioria das pessoas sente-se injustiçadas pelos factos da vida diária: o chefe
crítica o seu trabalho, as despesas excedem o seu orçamento mensal, os
esperados benefícios não se materializam. E reagimos como se fossem castigos
que não merecemos.
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Existem duas verdades que precisam ser compreendidas a respeito do castigo:
1. Ao aprendermos a pensar com auxílio da Inteligência Espiritual
Superior, o que anteriormente considerávamos castigo deixa de sê-lo. Muito
embora as mesmas situações ocorram, não são consideradas como atos contra
nós. São meramente incidentes impessoais. Interpretados como incidentes
neutros, não podem causar sofrimento.
2. Toda a punição é autopunição. Talvez não compreendamos, mas não
somos nunca punidos por um incidente, mas pela nossa reação deturpada a
ele. Se modificarmos a reação, aboliremos a autopunição e os nossos receios
inconscientes.
As pessoas vivem mergulhadas em receios inconscientes. O carro de uma
pessoa avaria e o reflexo da preocupação, "Quanto é que isto vai-me custar?",
estraga-lhe o dia. Devemos recusar-nos a viver assim e a recusa constitui o
primeiro passo.
Um dos grandes desesperos das pessoas é a crença sem fundamento na
incapacidade de fazerem algo por si mesmas. O objetivo deste livro é provar-
lhe o contrário, que alguma coisa pode ser feita - algo mais magnífico do que
se pode imaginar. Sem esforço, ele governa todas as coisas graças ao poder da
sua mente.
Tente compreender que o pensamento sobre uma pessoa ou situação é
meramente um pensamento a respeito dessa pessoa ou situação. A fim de
mudarmos a maneira como nos sentimos, precisamos de mudar a maneira
como pensamos. Isto pode ser feito por todos nós. Não tenho dúvidas a seu
respeito. Sei o que você pode fazer, como disse a uma pessoa em resposta a
algumas perguntas:
Por que as coisas acontecem como acontecem? O acaso governará tudo que
nos acontece?
Não existe tal coisa chamada acaso. O que acontece “deve” acontecer. Parece
ser acaso porque não esperamos que certas coisas aconteçam. Esperamos que
as situações ocorram de acordo com os nossos desejos ou receios e ficamos
surpreendidos quando se desenrolam de maneira destinta.
Poderia dar-me um exemplo?
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Você espera ir de carro à praia em trinta minutos, mas descobre que a viagem
leva uma hora. Todos os tipos de causas surgiram e combinaram-se para
prolongar a viagem, incluindo entre elas o tempo, um desvio, o seu estado
mental que lhe determinou a velocidade, etc. Mil situações definidas, embora
ocultas, somaram-se para produzir o resultado. O simples acaso nada tem a ver
com isso. E o mais pitoresco é que você até contribuiu com a sua atitude
mental.
Mas o que me diz a respeito das situações íntimas, como felicidade e
sofrimento?
São igualmente determinados por fatores definidos, tais como atitudes,
emoções, flexibilidade, maturidade mental. E certas Leis já mencionadas.
Desde que as causas íntimas tenham sido corrigidas, o mesmo acontecerá com
as suas reações a manifestações externas. Chegar à praia meia hora depois do
desejado não pode fazê-lo infeliz; sentir-se infeliz é o que o torna infeliz.
Procure considerar as situações inesperadas como meramente diferentes, e não
como desagradáveis.
O Caminho Para A Serenidade Com A Inteligência Espiritual
Quantas pessoas realmente felizes você conhece? Não me refiro a pessoas

ativas, bem-sucedidas ou sorridentes; refiro-me às realmente felizes. Quantas
se comportam em casa com a mesma agradável calma com que representam
em público?
Um bom sítio onde procurar essa grande lacuna é na nossa família e entre
amigos íntimos. Mas o local perfeito para notá-la é em nós mesmos! Temos aí a
autoconsciência no seu melhor.
Há a felicidade falsa e a verdadeira. A interessante tarefa que nos cabe é
estabelecer a distinção entre as duas. Precisamos reconhecer o que nos
prejudica, pois no instante do reconhecimento a situação perde o poder de
prejudicar-nos.
Porque vivem num estado de sonho alienado, as pessoas pensam que a
pergunta a fazer é: "Bem, quero a minha felicidade na forma de dinheiro, poder
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ou fama?" Na verdade, devia perguntar-se: Quero a autêntica felicidade ou
uma ilusão dela?"
Notou por acaso as numerosas ideias que temos sobre o que nos pode tomar
felizes? Todos nós entretemos dezenas de tais ideias, incluindo as de ganhar
mais dinheiro, iniciar um novo romance, encontrar o amor, ou uma mudança
nas condições sociais.
Bem, o método deste livro é inteiramente diferente. Não tem a ver com a
modificação de aspetos externos. As situações externas são, afinal de contas,
meramente projeções de causas, internas. Por essa razão na Ciência da
Autorrealização temos uma abordagem destinta, que é:
Precisamos mudar as nossas ideias sobre o que significa ser feliz. Este é o
autêntico método que nos trará felicidade. Todos podemos usá-lo para obter
sucesso na vida.
Quem quer que esteja satisfeito consigo mesmo é superior a um rei, pois o
soberano nada lhe poderá dar. A pessoa alegre está livre da armadilha das
dúvidas.
A verdadeira felicidade é absolutamente independente. Não sabe nada a
respeito de problemas financeiros, má saúde, ou envelhecimento.
Quanta felicidade lhe toca quando as coisas não acontecem como deseja? Se
não se deixar perturbar, ótimo, mas, cuidado. Não pense que a supressão da
infelicidade significa paz. Não! Cobrir a panela não arrefece a sopa a ferver. A
felicidade não é a supressão de sentimentos, mas a ausência deles.
Um determinado jovem sentou-se a conversar com o seu pai sobre a libertação
da mente. O filho sentia, desde criança, o desejo de dar um sentido à sua vida
e dedicar a maior parte do seu tempo a procurar-se interiormente. Quando
expôs as suas inquietudes ao pai, este disse-lhe: “Renúncia.”
O filho afastou-se para uma floresta durante anos para meditar e reduziu a sua
vida ao mais simples. Certo dia, o pai foi visitá-lo e disse-lhe: “Renúncia”. «Mas
a que mais posso eu renunciar?», pensou o jovem. Tinha renunciado à sua vida
de família, às comodidades mundanas, à vida social. Disse: “Oh, pai! Estou
desesperado. Renunciei a tudo e contínuo sem encontrar a paz definitiva.” Mas
o pai corrigiu-o: “Não, não renunciaste a tudo. Quando te disse para
renunciares não me estava a referir às coisas materiais, que foi ao que
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renunciaste. O que interessa que andes vestido ou nu, que comas ou que
deixes de comer, que durmas numa cama ou sobre pedras? Não me referia a
isso. Não a esse tipo de renúncia. Devemos aprender a possuir as coisas
materiais sem que elas nos possuam. Quando te falei de renúncia queria dizer a
renúncia ao teu ego, ao teu ódio, ao teu apego, às tuas opiniões e pontos de
vista, ao teu orgulho e ao falso amor-próprio. Essa é a verdadeira renúncia,
porque ao renunciar ao ego encontramos a consciência pura e a serenidade
imperturbada. Aí estarás em sintonia com a Inteligência Espiritual Superior”.
Não negue as coisas boas e normalmente agradáveis do mundo na convicção
de que são antinaturais, como fazem os swamis e outros renunciantes. Quando
fazemos isso, naturalmente nos reprimimos, resultando amargura e neuroses.
Participe livremente e ativamente dos negócios e atividades sociais, mas não se
prenda a eles num esforço para encontrar segurança.
Além disso, não tente nunca ser espiritualmente mais avançado do que é. Abre-
se aí uma desagradável armadilha. Seja exatamente o que é neste momento.
Ao fazê-lo, ocorre uma mudança. Não obstante, nós não mudamos nada, as
coisas simplesmente mudam.
O Buda encontrou o segredo da verdadeira felicidade. Nos primeiros anos da
sua busca, praticou a abnegação, incluído o jejum. Certa ocasião, debilitou-se
de tal maneira que os amigos mal puderam arrancá-lo de um espumejante rio.
Percebendo a loucura dos exercícios externos, voltou-se para a direção certa - a
mente.
Não passe filmes mentais sobre a maneira como deseja que aconteça
determinada situação. Ela acontecerá como deve acontecer, a despeito dos
seus desejos. Se simplesmente deixar que aconteça, coincida ou não com os
seus desejos, não ficará desapontado. Mas se insistir em que o resultado deva
ajustar-se ao seu filme mental, será certa a sua frustração.
O que quer que aconteça será a coisa certa para aquele momento. Muda isto
por acaso as suas ideias atuais? Bem, ótimo. Arquive os filmes mentais. Esvazie
a tela. A realidade Universal, em seguida, projetará a sua cena de amor.
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Mudar Os Hábitos Do Pensamento Condicionado
Como dizia o mestre Vernon Howard “A insatisfação da maioria das pessoas

não é uma violenta pancada, mas uma dor surda. Não morde; corrói.” Um dos
mais persistentes descontentamentos, compartilhados por milhões, é a ideia de
que o próximo é mais feliz. Existe um ditado português que diz “a galinha da
vizinha é sempre melhor que a minha”. Asseguro-lhe que não. Se vocês
pudessem perceber as mágoas secretas daqueles cujos sorrisos e atividades
parecem indicar felicidade! Se pudessem apenas compreender com que fervor
eles desejariam estar em outra situação, fazendo coisas diferentes, sendo
outras pessoas, lamentavelmente vê-se tanto disso nas redes sociais.
A pessoa realmente feliz é uma em um milhão, porque a pessoa
autenticamente livre está na mesma proporção. Você pode, se quiser, ser essa
pessoa. Contudo, é preciso que se esforce e seja sincero. Deve abandonar a
ideia de que já conhece as respostas. É preciso que tente. Se preencher os
requisitos, nada lhe será impossível.
O pensamento alienado é a causa de todas as condições antinaturais. Conheça
também o outro lado da moeda de ouro: - o pensamento natural é a causa da
satisfação natural. Foi difícil convencer desse facto um amigo, mas não há
dúvida de que ele ficou esclarecido:
Não compreendo como mudar a minha mente pode mudar a minha situação
pessoal. Por exemplo, de que modo pode uma nova maneira de pensar tornar-
me mais feliz?
Tomemos um tipo de pensamento - o desejo. Se o resultado se harmoniza com
ele, tu o consideras bom e te sentes jubiloso. Mas se é contrário ao que queres
chamá-lo de mau e sentes-te triste. Erradamente, pensas que o resultado em si
possui boas ou más qualidades, o que não é verdade. Compreende que a
reação está na pessoa, e não no resultado.
Sim, tens razão.
Percebe também que é meramente uma opinião condicionada da tua parte
pensar que o facto é bom ou mau? Observa este exemplo, um homem fica
entusiasmado com atividades produtoras de dinheiro, enquanto outro se sente
aborrecido.
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Lógico, mas ainda não está assim tão claro para mim.
Bem, por que queres que uma situação tenha determinado resultado? Porque
supões que acrescentará alguma coisa ao teu Eu interno, talvez segurança ou
prazer. Mas não te poderá dar nenhuma dessas coisas, embora possa fornecer-
te as ilusões dela. Agora chegamos ao núcleo da questão. Suponhamos que
modifiques o teu pensamento de modo que não rotules automaticamente de
bons ou maus os resultados. Suponhamos, que simplesmente os consideras
como factos que nem acrescentam nem subtraem coisa nenhuma da verdadeira
felicidade. Se adotares essa nova maneira de pensar, jamais poderás ser
magoado por uma situação, nem pode ela proporcionar a falsa alegria que,
mais tarde, se transforma em depressão.
Mas se uma situação me acontece, devo reagir a ela de alguma forma?
Sim, mas não será a falsa reação do Eu inventado. O teu novo Eu reagirá
corretamente. Tudo isto se tornará mais claro logo que abandones o falso
senso de identidade. Compreendendo que não és o tipo de pessoa que supões,
desfazem-se as dificuldades que julgavas enfrentar.
Não quero tolerar mais dificuldade alguma. Precisarei?
Não tens de tolerar o que quer que seja. Não, enquanto compreenderes o único
facto fundamental, de que o problema existe sempre no teu íntimo, nunca fora.
Agindo corretamente contigo mesmo, a dificuldade desaparece.
Se é preciso uma aparente infelicidade para transformar-nos em autênticos

filósofos, e em pessoas boas para receber o bem, então tal tipo de infelicidade
constitui a nossa maior felicidade. Um homem notável, chamado Boécio, provou
isto por experiência pessoal.
Nascido no seio de uma ilustre família romana, mais ou menos no ano 480,
Boécio seguiu a dupla carreira de estadista e filósofo. A intuição que
desenvolveu de assuntos humanos e espirituais levou-o à seguinte conclusão:
“Somente aqueles que, em primeiro lugar, obedecem às leis cósmicas estão
qualificados para administrar as leis humanas. Mas quão poucos deles existem!”
Como acontece habitualmente com homens de absoluta honestidade. Boécio
despertou a hostilidade das autoridades constituídas. No auge do sucesso na
vida foi falsamente acusado pelas próprias pessoas que tentara aconselhar.
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Sentenciado à prisão, dedicou-se ao estudo do significado mais profundo da
vida na Terra. Das suas reflexões resultou um simples, mas poderoso livro, O
Consolo da Filosofia. Muito popular na Europa durante centenas de anos, é
ainda apreciado em todo o mundo.
Podemos resumir alguns dos seus achados mais importantes da seguinte
maneira:
1. A fonte perfeita e duradoura da felicidade é a posse de um

verdadeiro Eu.
2. O amor autêntico liga homens e mulheres; o amor artificial dá apenas
a aparência de fazê-lo
3. A infelicidade em assuntos mundanos pode ser superada em todos os
casos e substituída pela verdadeira sabedoria e tranquilidade.
4. Conquanto riquezas e boa sorte não sejam más em si, não devem
desviar-nos das verdadeiras riquezas do Mundo Interno.
5. Precisamos compreender e quebrar o jugo dos falsos desejos.
6. A ajuda que o buscador necessita existe sempre, contanto que a
procure sinceramente.
7. A vida autenticamente espiritual e a autêntica felicidade são uma e a
mesma coisa.
8. A mente, como um campo, deve ser limpa das ervas daninhas para
que a sua riqueza natural cresça luxuriantemente.
9. Usados devidamente os problemas pessoais, eles conduzem a reinos
mais altos de compreensão.
10. Precisamos compreender que absolutamente nada tem o poder de
opor-se ao nosso verdadeiro bem-estar.
O Que Fazer Quando Se Sentir Infeliz
Eis aqui o que fazer na próxima vez em que se sentir infeliz. Não se rotule de
pessoa infeliz; em vez disso, considere-se uma pessoa confusa a respeito das
coisas. Isto põe em movimento um processo inteiramente diferente, um
processo sadio. Chamando-se de infeliz, você se torna infeliz, pois o significado
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produz o sentimento. Mas, se permanecer impassivelmente percetivo na sua
confusão, o processo mental da Inteligência Espiritual Superior muda em seu
favor.
Você poderia pensar mais ou menos assim: "Bem, estou confuso. Muito bem.
Mas confusão não precisa significar infelicidade. Não me sinto infeliz quando
perplexo com um problema de palavras cruzadas. Estudo-o até resolvê-lo.
Posso fazer o mesmo nesta situação. Posso estudar os princípios da Inteligência
Espiritual Superior para esclarecer as coisas."
Com sinceridade, tente isso e ficará maravilhado. Será exatamente tão
impossível o sofrimento ocorrer como era anteriormente impossível a felicidade
existir.
Henry Thoreau escreveu certa vez: “Estamos cercados por um profundo e fértil
mistério. Não poderíamos sondá-lo, examiná-lo; lançar-nos um pouco à sua
solução?”
Darei baseando-me na Ciência da Autorrealização, algumas orientações para
solucionar um mistério que envolve milhões de pessoas infelizes.
Não se pode conhecer a felicidade antecipadamente. A felicidade deve revelar-
se de momento a momento.
Somente no mundo exterior podemos conhecer antecipadamente as coisas.
Sabemos que a Lua influenciará as marés ou que o açúcar adoça o café. Esses
factos podem ser exatamente previstos porque obedecem a leis naturais. Não
se pode, porém, conhecer antecipadamente a felicidade. Por favor, preste
atenção.
Note que acreditava que sabia o que traria a felicidade. Pense em algumas
possibilidades. Quais seriam elas? Sucesso numa empresa? Recuperar de um
prejuízo? Novo projeto? Em seguida, notem o que aconteceu quando você
conseguiu realmente realizá-las em outras ocasiões. Ficou diferente ou
sentiram-se mais felizes? Não, a atração de que essas coisas se revestiam
esvaiu-se, deixando-o tão vazio como antes.
Não era, portanto, conhecimento algum, mas apenas uma suposição. Mas
esquecemos, esquecemos sempre, que o que encontramos não é a felicidade
que realmente procuramos.
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Quando compreendemos realmente, percebemos que a felicidade deve ser
permanente em nós, a despeito do espetáculo exterior.
A verdadeira felicidade, por conseguinte, encontra-se em tudo que nos
acontece, e não no que profetizamos que devia acontecer. Significa ser
indesejável, bem como receber uma dúzia de convites. Significa ter aparência
comum, bem como ser belo. Significa não ter nada, bem como ter o apoio do
dinheiro e da posição.
A felicidade está em tudo e em nada. Somente quando deixamos de
compreender essa verdade é que nos desarmonizamos com a felicidade já
existente no nosso interior.
Quando a nova intuição chegar, as palavras assumirão os seus significados
espirituais, agirão e mudarão a sua experiência para o melhor, em todas as
situações. Permita que as seguintes associações de palavras da Inteligência
Espiritual Superior o guiem para o progresso eterno:
Amor: é o que sobra quando o falso amor se esvai

Iluminação: sentirmo-nos como se conhecêssemos a verdade
Emoções: poderosas ajudas para o autodespertar
Condicionamento: influências externas que afetam a mente
Inteligência: admitir a necessidade de uma profunda automudança
Beleza: ser uma pessoa esclarecida e sensível
Irritação: defesa contra o que não queremos enfrentar
Despertar: a sensação de entender algo inteiramente diferente
Coragem: a determinação de identificar o autoengano
Felicidade: voltar para a casa que somos nós mesmos
A Felicidade Chega Com O Conceito De Unidade
De um clássico, extraí esta reveladora ideia: “Enquanto não tivermos

autounidade, que diferença faz o que resolvermos fazer?”
Gostaria de saber se você percebe a joia escondida nestas poucas palavras. Há
aí algo vital para estudar. Eis o que significa: enquanto as nossas escolhas se
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apoiarem em desejos passageiros ou ambições egoístas, nenhum bem pode
ocorrer. Eles são como foguetes que brilham intensamente durante um
momento apenas para desaparecer na escuridão.
Podemos frasear este pensamento de outra maneira: tudo aquilo que é feito
em estado de desunião será errado, isto é, contribuirá com uma excitação
vazia, mas nunca com a verdadeira satisfação.
Mas tudo aquilo que for decidido no centro da nossa consciência, do nosso Eu
Interior, será certo: obteremos bênçãos autênticas.
Tendo absorvido essa ideia, perceba agora como ela explica tantas das nossas
atividades? Suponhamos que certo dia nos sentimos infelizes e inquietos.
Decidimos aliviar a inquietação e fazemos tudo o que nos ocorre. Podem ser
milhares de coisas. Vamos às compras, usamos o telemóvel, incursionamos pelo
frigorífico, conversamos connosco mesmos, fazemos negócios, dirigimo-nos a
algum lugar, falamos com algumas pessoas, etc. Isto não nos leva a parte
nenhuma, porque, aonde quer que vá a pessoa intimamente dividida, chegará
certeiramente ao lugar errado. O armário estará sempre vazio. Desconfiamos
disso, mas tememos deixar de correr para lá porque não percebemos que a
plenitude está sempre aqui, e nunca ali.
Assim, é absolutamente inútil tomar decisões enquanto estivermos intimamente
rendidos. E pelos mesmos motivos, a única coisa sensata a fazer é procurar
alcançar a autounidade. Eis aqui uma das maneiras.
Tente considerar as crises de sofrimento como exigências egoístas que lhe são
impostas. E são isso mesmo. Exigem-lhe força e tempo, atenção e
tranquilidade, a própria vida. Não consinta nunca. Responda aos ataques da
tristeza e desânimo dizendo que tem coisas muito melhores a fazer com o
tempo de que dispõe. Em seguida, recuse a atenção egoísta por que anseia.
Considere esses assaltos como grandes bluffs a serem ignorados, da mesma
maneira que nos afastaríamos de um cão que ladra. Permita-me que lhe dê
uma intuição mais profunda do problema, reproduzindo uma troca de
perguntas e respostas sobre o tema:
Sei que a minha pergunta comporta várias respostas, mas, por favor, dê-me
uma única. De que modo posso ser realmente feliz?
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_______________________________________________________________
Aceite a derrota e descarte todas as suas ideias fixas sobre o que constitui
felicidade. Deixe que sejam totalmente descartadas. Desconheça tudo a
respeito da felicidade. Bem, a realidade é que sabemos que temos ideias fixas,
que ferozmente sustentamos como válidas e que, por isso mesmo, não
podemos oferecer para sacrifício. Apesar disso, todas as vezes em que se sente
infeliz, você percebe-lhes a falsidade. Elas forçam-no a vê-las. Admita o simples
facto de que não sabe o que o fará feliz. Agora, você está no caminho.
O professor tem razão, naturalmente, mas percebo também grandes
dificuldades.
Sim, eu sei. Mas, coragem. Chegará um tempo em que você considerará a
derrota como a vitória por que almeja. Lembre-se da parábola do filho pródigo.
Reconhecendo a derrota, ele reencontrou o caminho de casa. Faça você
também o seu.
Verdades Espirituais Sobre A Felicidade
1. O método da Inteligência Espiritual Superior proporciona a

verdadeira felicidade em todas as circunstâncias.
2. A mera excitação não constitui a verdadeira felicidade.
3. Abandone todas as suas ideias preconcebidas sobre a vida feliz e
mundana.
4. Recuse-se a viver rodeado de medo e desespero.
5. O seu Eu Interior é livre e feliz.
6. Você não precisa suportar dolorosamente coisa alguma.
7. A infelicidade aparente pode ser transformada em ouro mental.
8. O apelo sincero atrai a autêntica ajuda.
9. Constitui inteligência ver através dos nossos fingimentos.
10. Use os princípios da Inteligência Espiritual Superior para conseguir
autounidade com a força Universal.
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“Até certo ponto, o que vivemos hoje é o produto de muitos decretos que
criamos no passado, consciente ou inconscientemente. Tomar consciência de
tudo aquilo que visualizamos no passado, foi a força que definiu a nossa
realidade no presente, é um grande passo para amadurecer e crescer como ser
humano espiritual que em essência somos”.
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CAPÍTULO XIV
OBTER AS COISAS CERTAS ATRAVÉS DA INTELIÊNCIA

ESPIRITUAL SUPERIOR
De que maneira pode uma pessoa começar a viver de um modo que,

finalmente, torne-lhe a vida agradavelmente correta? É muito simples. Precisa
de perceber claramente que não está, no momento, a viver como realmente
quer. Neste livro demostrei como a Inteligência Espiritual Superior pode mudar
e beneficiar-nos a vida. Os capítulos que contêm os princípios da Inteligência
Espiritual podem ser usados como degraus no desenvolvimento da
compreensão. Nestas últimas páginas, destacarei os pontos principais.
Um determinado indivíduo insiste em que é livre, mas não é. De toda a parte
borbulham-lhe formas de loucura e, diariamente, inventa outras... Mas como é
difícil levar o ser humano a compreender tal coisa!
Um dos principais obstáculos ao despertar é explicado por um provérbio
oriental: Não se pode explicar o que é o gelo ao inseto de verão. O prisioneiro
não pode comparar o confinamento em que vive com a liberdade, porque não
dispõe de liberdade com que o comparar.
Este é o motivo da necessidade daquele primeiro vislumbre de algo
inteiramente diferente. A pessoa pode segui-lo incessantemente até à
renovação, da mesma forma que Colombo, aproximando-se do Novo Mundo,
seguiu um bando de aves até à ilha de San Salvador.
Na vida, a nossa principal responsabilidade é para com o nosso despertar
interior. A menos que assim seja feito, agiremos erradamente. Metade do
sofrimento deste mundo, é causado por egoístas irresponsáveis que pensam ter
a divina missão de ser responsáveis pelos outros. Somente a responsabilidade
por si mesmo pode desenvolver aquele centro de onde irradia a autêntica
ajuda. Além do mais, não poderá haver paz sem responsabilidade pessoal.
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Como Viver Sem Esforço
Nunca é demais afirmar que a intuição das coisas como elas realmente são, à
luz da Inteligência Espiritual Superior, traz um enorme alívio das pressões. Um
desses alívios é experimentado quando compreendemos que tanto somos o
nosso mal como somos o nosso bem. Esta confortadora intuição nasce em nós
em certo ponto do auto-desenvolvimento na busca da Autorrealização.
Eis, como conduzir-se de um modo relaxado e sem esforço nas relações
humanas: nunca se esforce para tornar um relacionamento íntimo ou distante.
Não permita que desejos ou ambições interfiram no desenrolar natural dos
factos. Deixe que o relacionamento se enquadre no lugar que lhe compete,
espontaneamente, pois nisso há prazer. Não é responsabilidade sua determinar
a intimidade da relação. O seu único dever é Ser, uma pessoa real.
A descoberta de que está a proceder incorretamente deve preceder a revelação
do certo. O certo é a ausência do errado, da mesma forma que o céu claro é a
ausência de nuvens. Os nossos encontros com o método errado revelam-se por
si mesmos com grande clareza – dói, traz-nos desconforto. De uma maneira ou
de outra, não o suportamos. A maneira errada assemelha-se a um inimigo
estúpido que insiste em dizer-nos como derrotá-lo. Se sofremos, o próprio
sentimento nos diz que estamos errados de alguma maneira. Ao agir
inteligentemente apoiados nessa informação, podemos trabalhar para encontrar
o caminho certo.
Aceite a lição do Taoísmo a respeito de deixar a vida andar. Você saberá
facilmente quando estiver a pressionar a vida, em vez de andar com ela, pela
manifestação resultante em tensão e ansiedade. A tensão para quando o
empurrão termina.
Você quer realizar alguma coisa no seu Eu externo. Força a situação e o projeto
falha e sente-se mal. O projeto falhou porque você apanhou uma determinada
pedra (situação), chamou-a de sua, e tentou empurrá-la ladeira abaixo. Mas
você não pode empurrar arbitrariamente esta ou aquela pedra (situação). Ou
ela rola por si mesma ou não rola, absolutamente.
Você não pode empurrar a pedra (situação) que o atrai, mas pode seguir
ladeira abaixo uma que por acaso role. Não há tensão ou ansiedade nisso. Se
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ela parar no caminho, não tente empurrá-la mais adiante nem fique perturbado
ou furioso. Para começar, você nada tem a ver se ela rola ou não, ou se para
ou não ao longo do caminho. Olhe em volta. Há outras pedras que você pode
seguir se quiser. Desfrute do suave rolar, mas não o chame de seu.
Não empurre pedras. Siga as que rolam. Dessa maneira você harmoniza-se
sabiamente com o sistema da Inteligência Espiritual Superior.
Foi descrito neste livro, numerosas coisas que o ser humano, no mais profundo
do seu coração, não quer realmente, tais como atividades sem sentido e
envolvimentos ruidosos. Mas, então, o que ele realmente aspira conseguir?
Autoconhecimento
Autounidade
Autocontentamento
Autocomando
Autoconsciência
Autoconfiança
Autotranquilidade
Autoabundância
Autoprosperidade
Esses estados nascem sem esforço ao recebermos de bom grado a grande

transformação efetuada pela Inteligência Espiritual Superior.
Experimente este exercício de boas-vindas: passe um dia inteiro sem forçar as
coisas a acontecerem da maneira como deseja. Faça o que deve, enquanto
deixa que as coisas aconteçam como querem. Abstenha-se de influenciar
alguém ou alguma coisa para voltar-se na direção que você deseja. Nada
deseje. Mostre-se contente. Não seja um executor, mas um tranquilo seguidor
de tudo o que acontece.
Experimente isso durante um único dia. Algo inteiramente diferente acordará no
seu interior. Você desconfiará de alguma coisa. Essa alguma coisa é uma força
superior - a Realidade da Verdade Universal. Ao tornar passivo o seu Eu
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_______________________________________________________________
desejoso, você dá-lhe uma oportunidade de trabalhar em prol do seu
enriquecimento.
Precisamos de aprender a dizer sim à vida, sem preocupação com o que a
afirmação nos trará. Nem precisamos saber nem nos preocupar, pois é um
bem, mesmo que não saibamos disso.
O Segredo Dos Segredos
Suponhamos que você está na casa de amigos, onde a jovem filha da família dá
o seu primeiro recital de piano. Ela toca bem, mas, sendo ainda estudante,
desafina uma nota ou duas e a sua sincronização é ainda imperfeita. Ao
concluir a música, você aplaude apreciativamente. Não há a menor crítica aos
erros cometidos. Sabe o que realmente aplaudiu? O esforço honesto. Ela fez o
que podia. E desperta ternura ver que essa sincera jovem deu o máximo de si.
Bem, esta é a atitude que devemos adotar em relação aos nossos passos
hesitantes em direção à plenitude. Não devemos condenar nem criticar quando
desafinamos, o que acontecerá frequentemente. Tudo o que verdadeiramente
importa é a nossa sincera intenção de fazer o máximo no momento.
Não conheço nada mais revigorante do que observar um esforço honesto de
auto melhoramento.
Por isso mesmo, não se preocupe se não sabe o que significa ser recetivo ou se
faz um grande esforço no caminho da Inteligência Espiritual Superior. Se não
tem a mínima ideia do que está a fazer, ainda assim fique à vontade. A sua
primeira tarefa não consiste em saber, mas em perceber claramente que não
sabe. E isto é algo que você pode fazer neste exato momento.
Renda-se ao facto de que não sabe e deixe a questão onde está, pois isto é um
ato de sábia recetividade. Esse tipo de rendição é uma vitória.
Você perguntará constantemente: "O que devo fazer a respeito disto?" O
motivo por que a confusão se repete mês após mês, ano após ano, é que você
faz com ela o que não devia. Responde com a mente aprisionada pelos seus
acondicionamentos, que têm sempre uma resposta e sempre errada.
Mas há uma maneira inteiramente nova de responder: "O que devo fazer a
respeito disto?" É a maneira da Inteligência Espiritual Superior.
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Simplesmente continue a desempenhar os seus afazeres diários com a
compreensão de que, no momento, você não sabe o que fazer. Note que, de
qualquer maneira, o que importa não é o que você faz. É o que você
compreende profundamente. Procure entender isso.
Nesta altura temos uma excelente oportunidade para pôr de lado os orgulhos e
fingimentos que, em nós, observamos, pois erguem-se como obstáculos à nova
resposta. Quem prefere o orgulho à verdade, não pode abrir caminho. Mas
você e eu queremos transcender a dolorosa pressão do orgulho e, alegremente,
pomo-lo de lado.
Se existe o segredo dos segredos? Ei-lo:
Renda-se ao facto de que não sabe e deixe a questão onde está, pois isto é um
ato de sábia recetividade.
Cocrie o Seu Novo Mundo
“A vida feliz consiste numa mente livre, reta, e firme, superior à influência do
medo ou do desejo”. (Sêneca)
Aceite isto como significando exatamente o que diz. Não o dilua com a sua
atual incapacidade de compreendê-lo inteiramente. Fixe-se solidamente nele. O
significado por trás dessas palavras é perfeitamente capaz de apoiá-lo neste
momento. As respostas e respostas seguintes podem ilustram-lhe o significado:
Entre todos os ensinamentos da Inteligência Espiritual Superior, o mais
desorientador é quando o professor diz que não devemos abrigar expetativas.
Ora, se não tivesse expetativas de algo melhor, eu não poderia suportar a vida.
Há a verdadeira e a falsa expetativa, suponhamos que você faça planos para
conhecer alguém com a esperança desesperada de que lhe possa trazer alguma
coisa boa. Conhece-o ou conhece-a cheia de expetativas, apenas para ser
desiludido, e fica magoado porque esperava que essa pessoa realizasse a sua
expetativa.
Ainda assim, é desta maneira que todo mundo vive. É horrível. Mas qual a
alternativa?
Enfrente todas as pessoas e circunstâncias sem a menor expectativa
preconcebida. Saiba que é a esperança despedaçada que magoa, não o
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resultado em si. Viva sem a falsa esperança e você conhecerá a vitória da
esperança verdadeira.
Esperança verdadeira?
Sim. Ela nasce da intuição de que, finalmente, você faz o que é certo.
Se o seu mundo cair sob o efeito do pensamento condicionado, ótimo para

você. Não era lá um grande mundo, certo? De seguida, usando a sua
experiência básica com o apoio da Inteligência Espiritual Superior, pode
construir um novo, mundo. Mas precisa ter a certeza de que simplesmente não
aproveita as ruínas do velho, enquanto erradamente o toma pelo novo. Este
não é a reforma do velho; significa começar do nada e permitir que o novo se
construa a si mesmo com os seus próprios materiais. Pode ficar certo de que
existem à mão os materiais de que necessita, mesmo que não tenha a mínima
ideia do que são.
O nosso objetivo é o novo conhecimento à luz da Inteligência Espiritual
Superior. Ao surgir, as dúvidas dissipam-se para sempre. O novo conhecimento
nasce ao admitirmos voluntariamente as dúvidas e, em seguida, ao
transcendermos as falsas ideias que as geraram.
Sumário Do Sucesso no Caminho Para A Autorrealização
Não suponha logo de início que pode sempre separar as ideias verdadeiras das
falsas. Não pode. Não se sinta desencorajado. Tente compreender. Se supuser
que já conhece a diferença, você cairá na armadilha da mente condicionada.
Aceitará ou rejeitará as ideias de acordo com os velhos padrões. Talvez aceite
uma farsa simplesmente porque é nova ou popular. E, quem sabe, rejeite a
verdadeira porque parece estranha ou incómoda.
É do seu maior interesse não procurar o ruidoso, o espalhafatoso e o
espetacular no caminho da Inteligência Espiritual Superior. A verdade trabalha
em silêncio, mas não falha. Se a ideia é apresentada por uma pessoa
espetacular, lembre-se de que poucas ostras contêm pérolas. Ela está a
abordar a questão erradamente e desencaminhá-lo-á.
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Em assuntos espirituais, ao contrário do que alguns gurus afirmam nenhuma
autoridade existe fora do seu Eu Interior. Perceba a diferença entre agir à luz
de ideias emprestadas e de agir sob o comando do senso interior da retidão.
Abandone as pseudo-autoridades. As tentativas de obter recompensas não
merecidas prejudicam tanto quem dá como quem recebe.
Ninguém, absolutamente ninguém, tem o direito de julgá-lo. Você precisa de
ser o seu próprio juiz, mas deve julgar com justiça, permitindo a expansão da
sua plenitude.
Se escolhermos como a maioria faz, o caminho fácil, deixando que alguém
pense por nós, teremos finalmente de tomar a árdua estrada. Se a escolhermos
insistindo na nossa honestidade mental, finalmente desembocaremos na senda
fácil.
A senda da Ciência da Autorrealização através da Inteligência Espiritual
Superior está claramente balizada. Viva com os seus pensamentos, os seus
sentimentos, as suas reações, os seus prazeres.
Vamos agora, conhecer o grande sumário de todos os autênticos ensinamentos
jamais dados ao ser humano. Combina ele a sabedoria antiga com a psicologia
moderna; as abordagens do oriente com os conhecimentos do ocidente. Se
você nada mais tivesse estudado neste livro, mas apenas estes princípios, ainda
assim teria a chave para a sua Autorrealização:
1. Do falso senso do Eu nascem falsos desejos

2. De falsos desejos nascem falsas atividades
3. De falsas atividades nascem falsos problemas
4. De falsos problemas nascem falsos sofrimentos
Que isto é o estado do homem atual não há dúvida. Não há margem para
dúvida, o ser humano atual está alienado. Mas isto é apenas metade da
história. Vejamos o lado brilhante, invertendo o processo.
1. Perca o falso senso do Eu e perderá os falsos desejos

2. Perca os falsos desejos e perderá as falsas atividades
3. Perca as falsas atividades e perderá os falsos problemas
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4. Perca os falsos problemas e perderá os falsos sofrimentos
Desta maneira, o homem pode salvar-se de si próprio.
Pensamentos De Sabedoria da Ciência Da Autorrealização

Para Refletir
1. Nada é absolutamente difícil quando realmente se compreende.

2. É inteiramente possível observar a loucura alienada do mundo sem
nada ter a ver com ela.
3. Pode imaginar o que seria o mundo real se ninguém supusesse os
tipos de conduta que pensa que deve ter?
4. As nossas desesperadas tentativas de trazer a Vida à nossa porta são
exatamente as que a mantêm à distância.
5. Não importa qual possa ser a sua atividade externa. Se a executa
conscientemente, vive plenamente esse momento.
6. Não permita que filmes mentais negativos se desenrolem na sua
mente.
7. Somente quando não souber o que pensa que é certo, será capaz de,
sem esforço, fazer o que é realmente certo.
8. Afaste-se daqueles que dizem que querem ajudá-lo.
9. Se diluirmos a intensidade do nosso sofrimento mediante distrações,
perderemos uma excelente oportunidade de impedir-lhes a repetição.
10. Ao aprender o que fazer consigo mesmo quando nada há a fazer,
você ultrapassará o portão dourado.
11. Tudo depende de até onde você quer ir.
12. Quem quer que passe pelo apavorante processo de abandonar a
sabedoria humana adquirida, será levado sem esforço pela Sabedoria Universal.
13. Trocar uma opinião adquirida ou condicionada por outra é tão inútil
como trocar uma maçã de cera por uma banana de plástico, na esperança de
saciar a fome.
14. O que quer que lhe "morda" está dentro de si.
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_______________________________________________________________
15. Não se queixe das coisas que não lhe acontecem e aprenderá um
segredo de paz desconhecido de milhões.
16. A recetividade é a abertura para a Verdade enquanto a sua
contrapartida de curiosidade superficial é a abertura para o negativismo,
17. Tentar embelezar a vida baseando-se em falsas ideias equivale a
colocar um bouquet de flores numa armadilha de aço.
18. O Amor Universal não nos dá o que pensamos que queremos, mas o
que realmente necessitamos.
19. Seja simples e será supremo.
20. Se apenas escutar, ouvirá boas notícias de si mesmo nesse exato
momento.
21. A autêntica dádiva, sem condições, terá de vir a você, sem ser
solicitada. Não pode ser procurada.
22. Ninguém lhe deve nada pela razão muito boa de que nenhum ser
humano tem alguma coisa de valor para si.
23. Supere essa convicção secreta de que precisa depender dos outros
para o seu bem-estar.
24. Você torna-se cada vez mais sadio à medida que esconde menos e
menos coisas a si mesmo.
25. O seu objetivo final consiste em deixar de pensar freneticamente na
maneira de abrir caminho na vida e em deixar que a vida pense através de si.
As Quatro Primeiras Semanas De Estudo Deste Livro
O único problema humano é a falta de esclarecimento mental. Por isso mesmo,

em pânico, corremos em círculos, como um soldado surpreendido, à noite, por
trás das linhas inimigas. Deixamos de perceber os factos mais óbvios, como por
exemplo, que um homem que possui dez milhões de euros não é um sucesso: é
apenas um homem que tem um milhão de euros.
A falta de esclarecimento é uma obstinada e teimosa recusa a receber a luz, o
que cria uma autocontradição. A pessoa apega-se ferozmente e mesmo
loucamente às crenças pelas quais pauta a vida, mesmo quando vive
miseravelmente. Como poderá um homem desses ser chamado de inteligente?
220__________________________________________________________
_______________________________________________________________
Naturalmente, a conduta contra-producente prova uma norma muito
conhecida: não vemos o que não queremos ver ou vista de outra perspetiva só
vemos o que queremos ver. E não vemos porque tememos a ansiedade
temporária ocasionada pelo facto de nos vermos como realmente somos.
É uma boa notícia perceber a origem das nossas aflições no mau emprego da
mente. Isto significa que o uso correto pode corrigir-nos.
Para acender um bom fogo na lareira, praticamos certos atos. Tocamos um
papel com um fósforo. Deixamos que as fagulhas passem aos gravetos e, em
seguida, aos toros. Acrescentamos mais lenha de vez em quando. Não
abandonamos o esforço se não conseguirmos que o fogo pegue com o primeiro
fósforo, ou as coisas andarem lentamente demais. Procedemos com paciência e
perseverança. No final, o fogo acende-se.
Da mesma maneira, devemos alimentar constantemente a nossa luz interior
com as ideias espirituais deste livro. Isto inclui a leitura atenta, conversa com
pessoas com objetivos semelhantes e auto-observação diária. Depois de
atingido certo nível, o fogo acende-se. Mas isto não significa esmorecimento
dos esforços; significa um esforço de qualidade mais alta e mais
recompensadora.
Desejo encorajá-lo a fazer um esforço extra nas primeiras quatro semanas,
para que estas marquem um ponto decisivo na sua vida.
Não é uma tarefa fácil, sei por experiência própria, o seu ego vai estar vigilante,
considerando todas as suas novas realizações como ataques pessoais a ele. Ele
vai usar toda a sua influência para o desmotivar, seja corajoso, persistente e
determinado, essa é a sua senda da realização pessoal, ou seja, a
autorrealização e da qual não tem nenhuma ideia dos reflexos que vai ter no
Universo.
Você não é um Ser insignificante no contexto Universal, é um cocriador, não só
da sua realidade, mas do Universo, pode-lhe parecer fantasia, mas a única
ilusão é sua mundividência, acredite!
Foram-lhe transmitidos através deste livro a sabedoria de vários mestres da
nova espiritualidade para o ajudarem a despertar, como fizeram comigo, mas
nunca saberá nada disto a não ser que experimente.
Que o Céu o abençoe e a luz se faça no seu Caminho um passo à frente.
__________________________________________________________ 221
_______________________________________________________________
Que seja Abençoado por todas as Dádivas do Céu!
Dr. José Duarte

Fundador da Ciência da Autorrealização.
Da Inteligência Espiritual Superior.
Da T.I.M.E. – Terapia Informativa Multidimensional Epigenética
Da C.C.P. – Caminho da Cura Profunda
222__________________________________________________________
_______________________________________________________________
OS 26 PRINCÍPIOS ORIENTADORES DA
AUTORREALIZAÇÃO
Nestes 26 princípios, está tudo o que o iniciado ou praticante da Ciência da

Autorrealização precisa saber para fazer o bom caminho. Estes princípios
orientadores são a base da reflexão do autodesenvolvimento, são, portanto,
não só a conduta base para o iniciado.
Estes princípios devem ser estudados, analisados, e sujeitos a longas reflexões.

Pois é com base neles, que o iniciado deve nortear o seu desenvolvimento
espiritual.
1 - A Lei do Um: Todos Somos Unidade Com Deus, que é o processo pelo
qual se manifesta o que consideramos Vida.
2 - Somos todos, Um. Todas as coisas são, Uma coisa só. Só existe, Uma
coisa e todas as coisas fazem parte da Única Coisa que existe. Isto significa
que você é divino. Você não é o seu corpo, nem a sua mente, nem a sua alma.
É a combinação única dos três, que perfaz a totalidade de Si. Você é uma
individualidade da Divindade; uma manifestação da expressão de Deus-Fonte-
Universo-Vida na Terra.
3 – Existe mais do que o suficiente. Não é preciso competir, muito menos lutar,
pelos seus recursos. Só é preciso cocriar e partilhar.
4 - Não é preciso você fazer nada. No entanto, há muita coisa que irá fazer na
qualidade de cocriador, mas não que lhe seja exigido fazer. Deus-Fonte-Vida
não quer nada, não precisa de nada, não ordena nada.
5 – Deus o processo a que chamamos Vida está sempre a falar com toda a
gente. Mas poucos são os que O escutam.
6 - Existem Três Princípios Básicos na Vida: a Funcionalidade, a
Adaptabilidade e a Sustentabilidade.
7 - Não existe Certo nem Errado, apenas O Que Funciona e O Que Não
Funciona, dependendo daquilo que você intenciona fazer ou manifestar.
8 - Do ponto de vista da Ciência da Autorrealização, não existem vítimas
nem vilões no mundo, no entanto, do ponto de vista humano pareçam com
__________________________________________________________ 223
_______________________________________________________________
certeza existir. Porém uma vez que você é divino, em última análise, tudo o que
acontece beneficia a sua evolução.
9 - Ninguém faz nada inapropriado, tudo depende da sua visão do mundo
segundo as crenças que estruturaram o seu “mapa”.
10 - O Inferno não existe, e muito menos a condenação eterna.
11 - A morte não existe. Aquilo a que chamamos de “morte” é somente um
processo de reidentificação.
12 - Não existe o espaço e o tempo como o concebemos, apenas o Aqui e o
Agora.
13 - Só existe o Amor.
14 - Você é o cocriador da sua realidade, usando as Três Ferramentas da
Criação: O Pensamento, a Palavra, e a Ação.
15 - A sua vida não tem só a ver consigo. Tem a ver com todas as pessoas
cuja vida já tocou e a forma como as tocou, pois em tudo à um propósito.
16 - O propósito da sua vida é recriar-se na próxima versão mais elevada que
já teve acerca de Quem É. Através de um processo de autoconhecimento e
17 - No momento, em que declara algo, tudo o que representa o seu oposto
entrará no seu espaço. Esta é a Lei dos Opostos, que produz um Âmbito
Contextual no qual você pode experienciar aquilo que deseja expressar.
18 - Não existe nenhuma Verdade Absoluta. Todas as verdades são subjetivas.
Neste contexto, há cinco níveis para dizer a verdade: Dizer a si mesmo a sua
verdade sobre si mesmo; dizer a si mesmo a sua verdade sobre outra pessoa;
dizer a outra pessoa, a sua verdade sobre si mesmo; dizer a outra pessoa, a
sua verdade sobre ela; dizer a todos a sua verdade sobre tudo.
19 - A humanidade vive de acordo com um conjunto específico de ilusões,
(alienações). As Dez Maiores Alienações dos seres humanos são: a
Necessidade é Real, o Fracasso é Real, a Desunião é Real, a Insuficiência é
Real, a Exigência é Real, o Julgamento é Real, a Condenação é Real, o
Condicionalismo é Real, a Superioridade é Real, e a Ignorância é Real. Estas
alienações (ilusões, sonhos), destinam-se a servir a humanidade, mas você tem
de aprender a reconhecê-las, para as saber usar.
224__________________________________________________________
_______________________________________________________________
20 - Os três principais conceitos da Ciência da Autorrealização são: a
Sinceridade, a Consciência e a Responsabilidade. Se você viver de acordo com
estes conceitos, a ira, assim como outras emoções, contra si mesmo, irão
desaparecer da sua vida.
21 - A vida funciona dentro de um paradigma de Ser/Fazer/Ter. A maioria da
humanidade entende-o ao contrário, presumindo que primeiro tem de “ter” as
coisas, para “fazer” as coisas e, por conseguinte, para “ser” o que deseja ser.
Deve aprender a inverter este processo, pois é a forma mais rápida de dominar
a arte da cocriação.
22 - Existem três Níveis de Consciência: a Esperança, a Fé, e o
Conhecimento. Só se atinge a Autorrealização quando se vive a partir do
terceiro nível.
23 - Existem Cinco Grandes Enganos sobre o conceito de Deus que
geram as crises, a pobreza, a violência, o genocídio, e a guerra. Em primeiro
lugar, a ideia de que Deus precisa de alguma coisa. Em segundo lugar, a ideia
de que Deus pode não conseguir obter o que precisa. Em terceiro lugar, a ideia
que Deus separou você Dele, porque você não Lhe deu o que Ele precisava. Em
quarto lugar, a ideia de que Deus ainda precisa tanto daquilo que precisa, que
agora lhe exige, da sua condição de separado Dele, que Lho dê. Em quinto
lugar, a ideia que o vai castigar se não satisfizer as exigências Dele.
24 - Existem Cinco Grandes Enganos sobre o conceito da Vida que
geram igualmente crises, violência, genocídios e guerra. Primeiro a convicção
que estamos todos separados uns dos outros. Segundo, a crença de que não
existe o suficiente do que precisamos para sermos felizes. Terceiro, a crença de
que, para obtermos o suficiente daquilo que precisamos para sermos felizes,
temos de competir uns com os outros. Quatro, a crença de que alguns são
melhores do que os outros. Quinto, a crença de que não á nenhum problema
em resolvermos as nossas diferenças extremas, que foram criadas por todos os
outros enganos, eliminando-nos uns aos outros.
25 - Você julga que está a ser aterrorizado pelas outras pessoas ou situações,
mas na verdade, está a ser aterrorizado pelas suas crenças. A sua experiência
de si próprio e da conceção do seu mundo, mudará drasticamente se você
adotar, os cinco passos para a sua Transformação.
__________________________________________________________ 225
_______________________________________________________________
1- Permita-se reconhecer que algumas das suas anteriores crenças a
respeito de Deus (processo) e da Vida já não estão a funcionar
consigo.
2- Encare a possibilidade de existir algo que não está a entender
totalmente em relação a Deus (processo) e à Vida, cujo
entendimento poderá mudar tudo.
3- Afirme que está recetivo a novos entendimentos sobre Deus e sobre
a Vida que sejam agora trazidos à luz, entendimentos esses que o
vão ajudar no caminho para a sua excelência ou Autorrealização.
4- Com coragem, examine esses novos entendimentos que lhe são
propostos pela Ciência da Autorrealização, e se eles estiverem em
sintonia com a sua verdade e sabedoria interior, descarte as crenças
que já não tem nenhuma utilidade para si e que têm estado a limitar
o seu autodesenvolvimento, amplifique e direcione o seu sistema de
crenças de modo a incluir as novas.
5- Manifeste na sua vida, a Autorrealização como uma
demostração das suas crenças mais elevadas, e não como uma
negação delas, ou seja, na uniformidade e consistência, seja mais
“agressivo” do que “defensivo”.
26 - Que o Novo Evangelho, a Ciência da Autorrealização e a sua
Primeira Lei se revele a todo o Iniciado: Nós Somos Um. E que na
uniformidade, “A nossa forma de viver a excelência não é melhor do que a dos
outros, é apenas diferente.”
Estes 26 princípios, quando abraçados e postos em prática, têm o poder de

mudar o mundo e a vida de todo o iniciado, devolvendo-lhe todo o poder de
cocriar a sua vida, com total consciência de Quem Realmente É!
226__________________________________________________________
_______________________________________________________________
Referências Bibliográficas
 Decide O Teu Caminho, Neale Donald Walsch, 2019
 Mais Feliz Que Deus, Neale Donald Walsch, 2008
 Aproveita A Mudança, Neale Donald Walsch, 2011
 Conversas Com Deus I, II, III, IV, Neale Donald Walsch
 A Mudança Está Dentro de Si, Neale Donald Walsch, 2012
 Comunhão Com Deus, Neale Donald Walsch, 2001
 O Que Deus Quer, Neale Donald Walsch, 2005
 Amizade Com Deus, Neale Donald Walsch, 2001
 O Deus De Amanhã, Neale Donald Walsch, 2004
 Deus Mensagem Ao Mundo, Neale Donald Walsch, 2016
 Momentos De Graça, Neale Donald Walsch, 2001
 Quando Deus E A Medicina Se Encontram, Neale Donald Walsch, 2017
 Inteligência Espiritual, Danah Zohan e Ian Marshall, Viva Livros
__________________________________________________________ 227

Os Poderes Maravilhosos Da Sua Inteligência Espiritual

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Os Poderes

Você Pode Ser, Fazer e Ter Tudo

Mude os seus pensamentos, mude a sua

Dr. José Duarte

MANIFESTO DA COMUNIDADE SUA .................................................... 11

Manifesto da Comunidade SUA

A Comunidade SUA está direcionada para a divulgação, ensino e promoção de

Todos somos poucos no caminho da Autorrealização.

Eu dedico este livro à minha amada esposa, que

“Você pode dominar a Vida na sua forma física, e conhecer

“Eu escolho ter êxito em tudo o que faço, pois, a Força de

“Eu posso Ser, Fazer, e Ter tudo o que conseguir imaginar”.

O Universo é um espaço abundante e mágico que deu origem ao planeta Terra,

O Conceito de Inteligência Espiritual

Quanto ao conceito de Inteligência Espiritual gostaria de estabelecer já o

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VOCÊ É A CAUSA DE TUDO

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