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AUTOPRODUÇÃO

DE ENERGIA
Edição de 2021
01 O que é Autoprodução?

02 História da Autoprodução

03 Diferenças entre APE e MMGD

04 Local da carga e da geração de um APE e suas isenções

Sumário 05 Modelos societários possíveis

06 A vida do APE na prática

07 Motivos para ser um APE

08 Glossário
O que é Autoprodução?
De acordo com o Decreto nº 2.003 de 1996, a definição de autoprodutor de energia elétrica é:

"A pessoa física ou jurídica ou empresas reunidas em consórcio que recebem a concessão
ou autorização para produzir energia elétrica destinada ao seu uso exclusivo."

01 O que é consórcio 03 O que é autorização

Pode ser explicado como uma associação de empresas, que Forma mais simples de obter o direito de gerar energia,
continuam sendo elas mesmas, com seu próprio CNPJ, suas sendo aplicada também em empreendimentos menores e de
obrigações e atividades, mas que tenham uma finalidade em interesse exclusivamente privado. A outorga de autorização
comum, como, por exemplo explorar um determinado dispensa a realização de licitações.
empreendimento, e formalizar isso por meio de um contrato.

02 O que é concessão 04 O que é outorga

Concessão é quando o poder público concede a um terceiro o Simplificadamente, é uma permissão do poder público para
direito de explorar um bem público, após a realização de um alguém gerar energia elétrica, podendo ser para venda ou
processo licitatório. uso próprio.
História da APE
A autoprodução de energia já existe há muitos anos, antes
mesmo do Brasil ser interligado por linhas de transmissão,
por meio do Sistema Interligado Nacional (SIN).

A figura do Autoprodutor de Energia (APE) cresceu bastante


focada nos consumidores eletrointensivos, que são aqueles
que possuem o custo da energia elétrica como um dos
principais componentes do custo de seus produtos.

Ao longo dos anos ocorreram alterações legais, normativas e


regulatórias permitindo diferentes arranjos para se gerar
energia por meio da autoprodução.

Isenção no pagamento de alguns encargos e pautas como


sustentabilidade, descarbonização e responsabilidade
ambiental têm trazido ainda mais foco para a modalidade de
autoprodução nos últimos anos.
Diferenças

Autoprodução Geração Distribuída


APE MMGD*
Mercado Livre ou Ambiente de Contratação Livre (ACL) Mercado Cativo ou Ambiente de Contratação Regulada (ACR)

Pode vender a energia excedente Gera créditos no sistema de compensação e não pode vender

Sem limite de potência instalada Potência instalada de, no máximo, 5MW

Consumo e geração podem estar em lugares distintos e Consumo e geração precisam estar conectados na mesma
distantes distribuidora

Gerador: autoprodução Consumidor: autoconsumo

Não pode vir a se tornar um MMGD Pode vir a se tornar um APE

* MMGD = Micro e Minigeração Distribuída


Mercado Livre
No mercado livre, o consumidor segue conectado
fisicamente à distribuidora, mas pode comprar o
insumo de energia de qualquer vendedor de sua
escolha. Já que não existem tarifas reguladas para
o insumo energia elétrica nesse mercado, o
Geração Transmissão Distribuição Consumo
consumidor pode negociar livremente as condições
e preços de seus contratos.

Diferente do mundo físico, no qual existe a


entrega efetiva da energia, o mundo contratual é
onde ocorre a comercialização da energia por meio
Comercialização Consumo
de contratos. As operações de compra e venda de
energia são todas cadastradas em um robusto
sistema gerenciado pela câmara de comercialização
de energia elétrica, a CCEE.
Local de carga e de geração
de um APE
APE dentro da cerca | APE in situ | inside the fence

É quando a energia gerada é consumida no mesmo local. É uma


circulação interna de energia, dentro de um mesmo terreno.

Se a geração for sempre menor do que a carga, não é


necessário firmar com a distribuidora ou transmissora um
Contrato de Uso do Sistema de Distribuição (CUSD-G) ou
Transmissão de Geração (CUST-G).

Isso porque, não necessariamente o consumidor vai injetar


energia na rede. Inclusive, o CUST-G ou CUSD-G atrelado à
carga pode ser reduzido na proporção em que a carga for
atendida pela geração dentro da cerca.
Local de carga e de geração
de um APE
APE fora da cerca | APE remota | outside the fence

É quando a geração está em um local distinto da carga. Desta


forma, é necessário que a energia gerada seja injetada na
rede, e a unidade consumidora vai puxar a energia da rede,
que não necessariamente é a mesma energia gerada por ela.

Nesse caso, será necessário firmar um CUSD-G ou CUST-G


para a unidade geradora, além do CUSD ou CUST da
unidade consumidora.
Isenções
O autoprodutor tem isenção do pagamento, ou não incidência, de alguns encargos aplicáveis aos consumidores. Essa isenção
ocorre apenas na parcela de energia autoproduzida. Isto é, a parcela de carga do autoprodutor que ele consegue suprir com a
própria geração. Os encargos que não incidem sobre a parcela autoproduzida são: CDE, Proinfa, ESS, EER .

01 CDE 03 ESS

A CDE é a Conta de Desenvolvimento Energético, responsável É a sigla para Encargos de Serviço do Sistema. Esses encargos
por arcar com uma série de subsídios para o setor, e a maior são gerados pelo acionamento de usinas térmicas mais caras,
parte dessa conta é paga por meio do encargo da CDE, que está seja por restrições no sistema físico para a transmissão da
embutido na Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição ou energia, ou seja por questões de segurança do sistema, como
Transmissão, a TUSD ou a TUST, e é cobrado de todos os acumular água nos reservatórios em um período de seca.
consumidores.

02 Proinfa 04 EER

O Proinfa, é o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas, e o O EER é o Encargo de Energia de Reserva. Esse encargo paga a
seu pagamento também é feito por meio de um encargo, o contratação da Energia de Reserva, que tem como finalidade
encargo do Proinfa, também embutido, assim como a CDE, na garantir mais segurança ao fornecimento energético no SIN.
TUSD ou na TUST, e cobrado de todos os consumidores. Esse encargo, assim como o ESS, é pago diretamente à CCEE.
Isenções de encargos
Consumidor livre Autoprodutor

ESS EER
ESS EER Pagamento à +
(R$/MWh)
+ (R$/MWh) CCEE
(R$/MWh) (R$/MWh)

Isenção para APE


(sobre a parcela autoproduzida)

TUSD Encargos
CDE e Proinfa
(R$/MWh)
TUSD Encargos + perdas
(R$/MWh)
TUSD Encargos + perdas
Pagamento à (R$/MWh)
distribuidora
Pagamento à
distribuidora
TUSD Fio TUSD Fio
(R$/kW mês) (R$/kW mês)
Modelos Societários
APE tradicional APE por arrendamento

O próprio consumidor Uma empresa terceira investe


investe em um na implantação de uma usina,
empreendimento de que é arrendada ao
geração. autoprodutor.

APE em consórcio APE por equiparação (SPE)


Duas ou mais empresas se A parcela de geração destinada
reúnem em consórcio para a cada consumidor será
gerar energia e cada proporcional à quantidade de
consumidor tem sua ações ordinárias, com direito a
parcela proporcional de voto, que ele possui nessa
energia. sociedade.
APE na prática
No final de cada mês a CCEE avalia quanto que o
autoprodutor consumiu e quanto ele gerou. O montante
de energia que será utilizado para não incidência de
encargos será o menor valor entre geração e consumo.

Com o PLD horário, os preços podem sofrer uma maior


variação ao longo do dia, por esse motivo é importante
que o autoprodutor conheça a curva de geração de sua
autoprodução.

Uma vantagem do APE é que sua geração pode estar


em qualquer canto do país e mesmo assim se
caracterizar como geração própria, mas é importante
ficar atento ao risco de submercado.
Motivos para ser
um APE
Redução de custos;

Não incidência de encargos setoriais na parcela autoproduzida;

Conhecimento do custo de energia e previsibilidade;

Garante entrega de energia (no caso do "dentro da cerca").

Desconto no fio da distribuidora (observar critérios).

Sustentabilidade e responsabilidade ambiental.


Glossário
Sigla Significado Sigla Significado

ACL Ambiente de Contratação Livre MW Megawatt

Aneel Agência Nacional de Energia Elétrica PIE Produtor Independente de Energia

APE Autoprodutor de Energia ou Autoprodução de Energia PLD Preço de Liquidação das Diferenças

CCEE Câmara de Comercialização de Energia Elétrica SPE Sociedade de Propósito Específico

CDE Conta de Desenvolvimento Energético SIN Sistema Interligado Nacional

CUSD Contrato de Uso do Sistema de Distribuição TE Tarifa de Energia

MMGD Micro e Minigeração Distribuída TUSD Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição

MWm Megawatt Médio TUST Tarifa de Uso do Sistema de Transmissão

MWh Megawatt-hora

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