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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

EDUARDO MONTEIRO FERREIRA


JOÃO PEDRO DE SOUZA ANDRADE
LUCAS HERNANDES DE SOUSA
RAIANE FERREIRA DA SILVA
WALTER GODOY DE OLIVEIRA

ANÁLISE TERMODINÂMICA DE
FABRICAÇÃO DE GELO POR CICLO DE
COMPRESSÃO DE VAPOR

SÃO PAULO
2024
EDUARDO MONTEIRO FERREIRA
JOÃO PEDRO DE SOUZA ANDRADE
LUCAS HERNANDES DE SOUSA
RAIANE FERREIRA DA SILVA
WALTER GODOY DE OLIVEIRA

ANÁLISE TERMODINÂMICA DE
FABRICAÇÃO DE GELO

Trabalho de conclusão de curso de


Engenharia Mecânica da Universidade
Cidade de São Paulo, como requisito
parcial para obtenção do diploma de
graduação.

Orientador:
Prof. Ms. Fernando Adam

SÃO PAULO
2024
EDUARDO MONTEIRO FERREIRA
JOÃO PEDRO DE SOUZA ANDRADE
LUCAS HERNANDES DE SOUSA
RAIANE FERREIRA DA SILVA
WALTER GODOY DE OLIVEIRA

ANÁLISE TERMODINÂMICA DE
FABRICAÇÃO DE GELO

Trabalho de conclusão de curso de


Engenharia Mecânica da Universidade
Cidade de São Paulo, como requisito
parcial para obtenção do diploma de
graduação.

SÃO PAULO
2024
AGRADECIMENTOS
Gostaríamos de expressar nossa profunda gratidão ao Professor Fernando
Adam, nosso orientador, pela orientação excepcional, apoio incansável e sabedoria
compartilhada ao longo desta jornada acadêmica. Nossa dedicação à pesquisa e
nosso comprometimento com nosso crescimento acadêmico foram verdadeiramente
inspirados por sua instrução. Além disso, queremos expressar nossa gratidão a
Deus, cuja graça e bênçãos estiveram sempre presentes em nossas vidas, guiando-
nos em momentos de desafio e inspirando-nos a perseverar. Também desejamos
agradecer à Unicid (Universidade Cidade de São Paulo) por proporcionar um
ambiente de aprendizado excepcional e recursos valiosos para nossa pesquisa. O
apoio da instituição foi fundamental para o sucesso deste trabalho. Agradecemos a
todos que contribuíram de alguma forma para este projeto, nossa família, amigos e
colegas de classe. Este TCC representa não apenas nosso esforço, mas também o
apoio e encorajamento de muitos. Muito obrigado a todos que estiveram ao nosso
lado nesta jornada acadêmica, e estamos ansiosos para continuar a aplicar o
conhecimento adquirido aqui em futuras empreitadas.

EPÍGRAFE
“O mundo pertence aos que têm a coragem de sonhar e a
persistência de tornar esses sonhos realidade.”

- Paulo Coelho

RESUMO
O ciclo de compressão de vapor é essencial para a conservação de
alimentos, pois permite o resfriamento e congelamento controlados, prolongando a
vida útil dos produtos, mantendo sua qualidade, garantindo a segurança alimentar,
facilitando o transporte e armazenamento e reduzindo o desperdício. Esse ciclo é a
base dos sistemas de refrigeração e ar-condicionado, desempenhando um papel
crucial na preservação de alimentos frescos e seguros.
O projeto tem caráter exploratório visando entendimento e expansão do
tema.
Este trabalho tem por objetivo o estudo termodinâmico e prático do
funcionamento de um equipamento de fabricação de gelo, utilizando dados térmicos
de um equipamento de compressão de vapor.
A metodologia teórica deste estudo foi inspirada em um equipamento tipo
bebedouro refrigerado, no qual suas peças foram adaptadas para confecção de
equipamento de fabricação de gelo de caráter acadêmico. Inicialmente, houve um
planejamento abrangente, considerando fatores como tamanho, capacidade,
recursos de energia e facilidade de uso. As peças utilizadas incluíram o compressor,
reservatório de água, trocador de calor, isolamento térmico, tubulação de
refrigeração, fiação elétrica e parte da estrutura do equipamento de origem.
Posteriormente, essas peças foram ajustadas e integradas para atender ao objetivo
de produzir gelo, incluindo a adaptação do sistema de refrigeração com a adição de
pontos de medição de pressão e temperatura. Testes e ajustes foram realizados
para avaliar o funcionamento teórico da máquina.
Os resultados estão expressos de forma quantitativa, através de tabelas e
gráficos, é possível observar as características termodinâmicas e de funcionamento
de um equipamento de fabricação de gelo.

Palavras-chaves: Máquina de Gelo. Refrigeração. Transferência de calor e


massa.

ABSTRACT
The vapor compression cycle is crucial for food preservation as it allows
controlled cooling and freezing, extending the shelf life of products, maintaining their
quality, ensuring food safety, facilitating transportation and storage, and reducing
waste. This cycle forms the basis of refrigeration and air conditioning systems,
playing a pivotal role in preserving fresh and safe food.

The project is exploratory in nature, aiming to understand and expand on the


topic. This work aims to study the thermodynamic and practical operation of an ice-
making machine, using thermal data from a vapor compression equipment.

The theoretical methodology of this study was inspired by an existing piece


of equipment, in which its parts were adapted to create an ice machine. Initially,
comprehensive planning took place, considering factors such as size, capacity,
energy resources, and ease of use. The components used included the compressor,
water reservoir, heat exchanger, thermal insulation, refrigeration piping, electrical
wiring, and part of the original equipment's structure. Subsequently, these
components were adjusted and integrated to meet the goal of ice production,
including the adaptation of the refrigeration system, water control, and electrical
components.
The results are expressed quantitatively through tables and graphs, allowing
for the observation of thermodynamic and operational characteristics of an ice-
making equipment.

Keywords: Ice machine. Refrigeration. Heat and mass transfer.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO............................................................................................... 11
1.1.1 Objetivo principal...............................................................................................16

1.1.2 Objetivos secundários.........................................................................................16

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................17
2.1 1ª LEI DA TERMODINÂMICA.................................................................................17
2.1.1 2ª Lei da Termodinâmica....................................................................................18

2.2 CALOR SENSÍVEL.....................................................................................................20


2.3 CALOR LATENTE.....................................................................................................21
2.4 TRANSFERÊNCIA DE CALOR................................................................................23
2.4.1 Condução............................................................................................................23

2.4.2 Convecção...........................................................................................................25

2.5 CICLO DE REFRIGERAÇÃO....................................................................................25


2.5.1 Evaporador..........................................................................................................27

2.5.2 Compressor.........................................................................................................27

2.5.3 Condensador.......................................................................................................29

2.5.4 Válvula de expansão...........................................................................................30

2.6 MÁQUINA DE GELO.................................................................................................31


3 METODOLOGIA...................................................................................................32
4 ESTUDO DE CASO............................................................................................. 34
4.1 EQUIPAMENTO BASE..............................................................................................34
4.1.1 Ciclo de compressão de vapor............................................................................35

4.1.2 Compressor.........................................................................................................35

4.1.3 Condensadora......................................................................................................37

4.1.4 Dispositivo de expansão.....................................................................................38

4.1.5 Evaporadora........................................................................................................39

4.1.6 Automação..........................................................................................................40

4.2 DESCRIÇÃO DO FUNCIONAMENTO.....................................................................41


4.3 DESENVOLVIMENTO DA EVAPORADORA........................................................43
4.4 DESEMPENHO TERMODINÂMICO........................................................................44
4.4.1 Dados técnicos....................................................................................................44

4.4.2 Capacidade térmica da evaporadora...................................................................49

4.4.2.1 Quantidade de energia necessária para formação de cada cubo.........................49

4.4.3 Capacidade térmica do degelo............................................................................50

4.4.3.1 Quantidade de energia necessária para formação de cada cubo.........................50

4.5 CAPACIDADE TEÓRICA DE FABRICAÇÃO DE GELO.......................................51


4.5.1 Cálculo do volume de cada cubo de gelo............................................................51

4.5.2 Cálculo do volume total de gelo.........................................................................51

4.5.3 Cálculo da massa de cada cubo de gelo..............................................................52

4.5.4 Cálculo da massa total dos cubos de gelo...........................................................52

4.5.5 Cálculo da quantidade de calor envolvida no ciclo de refrigeração...................52

4.5.6 Quantidade de calor total para a formação de um cubo de gelo.........................53

4.5.7 Quantidade de calor total para a formação dos seis cubos de gelo.....................54

4.5.8 Tempo de cada ciclo de refrigeração..................................................................54

4.6 RESISTÊNCIA TÉRMICA DA TUBULAÇÃO DE COBRE COM ISOLAMENTO


55
4.6.1 Resistência térmica por condução da tubulação de cobre...................................55

4.6.2 Resistência térmica por condução do isolamento da tubulação de cobre:..........56

4.6.3 Resistência térmica de convecção da tubulação e isolamento com o ar:............57

4.7 RESISTÊNCIA TÉRMICA DO RESERVATÓRIO DE ÁGUA................................57


4.7.1 Resistência térmica de condução da água:..........................................................57

4.7.2 Resistência térmica do reservatório de água com o meio por convecção:..........58

4.8 PERDAS DE CALOR..................................................................................................58


4.9 CAPACIDADE REAL DE FABRICAÇÃO DE GELO..............................................59
5 ESTUDO DE CASO............................................................................................. 60
5.1 CÁLCULO DA CAPACIDADE TÉRMICA DA EVAPORADORA.........................60
5.1.1 Cálculo de energia necessária para formação de cada cubo Cálculo de energia
necessária para formação de cada cubo............................................................................61
5.2 CÁLCULO DA CAPACIDADE TÉRMICA DE DEGELO.......................................62
5.2.1 Cálculo de energia necessária para realizar o degelo de cada cubo....................62

5.3 CÁLCULO DO VOLUME DE CADA CUBO DE GELO.........................................63


5.3.1 Cálculo do volume total de gelo.........................................................................64

5.4 CÁLCULO DA MASSA DE CADA CUBO DE GELO.............................................64


5.4.1 Cálculo do volume total de gelo.........................................................................65

5.5 CÁLCULO DA QUANTIDADE DE CALOR SENSÍVEL ENTRE 25 ºC E 0 ºC.....65


5.6 CÁLCULO DA QUANTIDADE DE CALOR LATENTE NO CICLO.....................67
5.7 CÁLCULO DA QUANTIDADE DE CALOR TOTAL NO CICLO DE FORMAÇÃO
DE UM CUBO DE GELO...........................................................................................67
5.7.1 Cálculo da quantidade de calor total no ciclo de formação de seis cubos de gelo
68

5.8 TEMPO DE CADA CICLO DE REFRIGERAÇÃO...................................................69


5.9 RESISTÊNCIA TÉRMICA POR CONDUÇÃO DA TUBULAÇÃO DE COBRE....69
5.10 RESISTÊNCIA TÉRMICA POR CONDUÇÃO DO ISOLAMENTO DA
TUBULAÇÃO DE COBRE.........................................................................................70
5.11 RESISTÊNCIA TÉRMICA DE CONVECÇÃO DA TUBULAÇÃO E
ISOLAMENTO COM O AR.......................................................................................71
5.12 RESISTÊNCIA TÉRMICA DE CONDUÇÃO DA ÁGUA.................................72
5.13 RESISTÊNCIA TÉRMICA DO RESERVATÓRIO DE ÁGUA COM O MEIO
POR CONVECÇÃO....................................................................................................73
5.14 PERDAS DE CALOR..........................................................................................73
1. INTRODUÇÃO

O ciclo de compressão de vapor serve como a pedra angular para a operação


de sistemas de refrigeração e ar-condicionado, fundamentais desde o último século
até os dias de hoje. Este ciclo explora a capacidade de um fluido refrigerante para
alternar entre estados líquido e gasoso, permitindo a transferência eficaz de calor de
uma região para outra através de quatro processos principais. Inicialmente, o vapor
refrigerante de baixa pressão e temperatura é aspirado pelo compressor, onde é
comprimido, resultando em um aumento de sua pressão e temperatura, e então
dirigido ao condensador. Aqui, ele libera calor para o ambiente, condensa-se
voltando ao estado líquido sob pressão constante. Em seguida, esse líquido passa
por uma redução brusca de pressão na válvula de expansão (ou um tubo capilar, em
sistemas simplificados), evaporando parcialmente e esfriando consideravelmente.
Por fim, no evaporador, o refrigerante frio absorve calor do ambiente a ser
refrigerado, transformando-se novamente em vapor de baixa pressão, e o ciclo
recomeça.
Ao compararmos os sistemas de refrigeração antigos com os
contemporâneos, observamos uma evolução significativa. Os primeiros sistemas
utilizavam refrigerantes com potencial de dano ambiental considerável, como os
CFCs e os HCFCs, e eram marcados por uma eficiência energética relativamente
baixa. Eles dependiam fortemente de componentes mecânicos robustos e sistemas
de controle básicos. Contrariamente, os sistemas atuais favorecem o uso de
refrigerantes com menor impacto ambiental, como os HFCs, HFOs, além de
substâncias naturais como CO2 e propano. Essa mudança reflete o esforço contínuo
para encontrar soluções mais sustentáveis. A eficiência energética foi drasticamente
melhorada, beneficiando-se de avanços tecnológicos em compressores, trocadores
de calor e controles eletrônicos sofisticados que otimizam a operação do sistema.
Inovações, incluindo o uso de compressores com controle de velocidade
variável, têm sido integradas para aprimorar a performance dos sistemas de
refrigeração, tornando-os mais adaptáveis às necessidades de refrigeração e
aquecimento. O ciclo de compressão de vapor permanece como o núcleo dos
sistemas de refrigeração, porém as melhorias tecnológicas têm possibilitado
sistemas mais eficientes e ambientalmente amigáveis, alinhados com as demandas
contemporâneas por sustentabilidade e eficiência energética.
A evolução das técnicas de conservação de alimentos desde métodos
tradicionais, como a exposição solar direta para secagem e o armazenamento em
ambientes frescos e sombreados, até as práticas contemporâneas avançadas,
marcou um progresso significativo na extensão da vida útil dos alimentos, garantindo
simultaneamente a segurança e preservação de suas propriedades nutricionais. Nos
tempos atuais, uma variedade de métodos de conservação, incluindo o uso de
câmaras refrigeradas, processos de enlatamento, técnicas de congelamento,
desidratação, liofilização, métodos de cura, e a pasteurização, são empregados de
forma generalizada.
As câmaras refrigeradas, por exemplo, desempenham um papel vital na
inibição do crescimento bacteriano e atividade enzimática através do controle
rigoroso das temperaturas, prolongando assim a conservação de uma vasta gama
de alimentos, desde vegetais e frutas até carnes e produtos lácteos. O enlatamento,
por outro lado, elimina os microrganismos patogênicos por meio de esterilização, e
evita a oxidação dos alimentos. O congelamento é outra técnica eficaz que mantém
a qualidade dos alimentos por impedir a atividade microbiana através da redução
drástica da temperatura.
Adicionalmente, a liofilização é um método sofisticado que extrai a água de
alimentos previamente congelados, mantendo intactas sua estrutura e valor
nutricional. A cura, que pode envolver o uso de sal, açúcar, vinagre, ou fumaça, não
apenas desacelera a proliferação de microrganismos, mas também enriquece os
alimentos com sabores distintos. Por sua vez, a pasteurização, um processo de
aquecimento moderado, é crucial para eliminar patógenos sensíveis ao calor sem
comprometer as qualidades organolépticas dos alimentos, sendo essencial para a
segurança de produtos como leite, sucos e conservas.
Além disso, o emprego de conservantes, aplicação de radiação ultravioleta,
processos de branqueamento, e a adição de aditivos químicos aprovados são
estratégias complementares que reforçam a preservação alimentar. Tais técnicas
não somente facilitam o acesso a uma ampla gama de alimentos seguros e nutritivos
durante todo o ano, como também são fundamentais para a indústria alimentícia,
contribuindo significativamente para a diminuição do desperdício alimentar e a
promoção da saúde pública.
A conservação de alimentos é uma técnica ancestral, essencial para a
continuidade e desenvolvimento das civilizações, possibilitando a armazenagem de
alimentos durante períodos de fartura para serem consumidos em tempos de
escassez. Desde os tempos primordiais, humanos recorreram a métodos
rudimentares como a secagem ao sol e a fumaça para preservar alimentos,
estendendo sua vida útil e mantendo suas propriedades nutricionais, sabor e
segurança.
Civilizações da antiguidade introduziram métodos inovadores de
conservação, com destaque para a prática da salga por gregos e egípcios, que
usavam o sal para prolongar a conservação de carnes e peixes. Na mesma época,
na região da Ásia Menor, o uso de gorduras como a banha era comum para
preservar diferentes tipos de alimentos. Essas técnicas se aperfeiçoaram com o
passar dos séculos, especialmente com o advento de tecnologias modernas que
trouxeram processos mais eficientes, como a pasteurização, esterilização e o
desenvolvimento de sistemas de refrigeração, transformando radicalmente o
armazenamento de alimentos em lares por todo o mundo.
Hoje, o setor alimentício emprega uma vasta gama de métodos para
assegurar a longevidade e segurança dos alimentos, personalizando a técnica de
conservação conforme a natureza específica de cada item. Processos como a
fervura são utilizados para diminuir a presença de microrganismos, enquanto o
congelamento se destaca pela conveniência e eficácia em preservar as qualidades
dos produtos alimentícios.
Contudo, métodos inadequados de conservação podem acelerar a
deterioração dos alimentos, levando a alterações indesejadas, como a oxidação e
fermentação, e potencialmente a problemas de saúde, incluindo doenças
transmitidas por alimentos e intoxicações. Por isso, é essencial adotar práticas
apropriadas de manipulação e conservação, visando minimizar riscos de
contaminação e assegurar a segurança alimentar.
A trajetória evolutiva das práticas de conservação de alimentos evidencia o
empenho humano contínuo em encontrar soluções eficazes para garantir o acesso a
alimentos seguros e nutritivos ao longo do ano. Essa jornada histórica e os
princípios subjacentes a essas técnicas sublinham a relevância da conservação
alimentar não apenas para o setor alimentício, mas também para promover a saúde
e o bem-estar da população em geral.
A introdução e popularização do refrigerador ao longo do século XX marcam
um dos saltos tecnológicos mais transformadores para a sociedade, alterando
significativamente a forma como consumimos, armazenamos alimentos e encaramos
a saúde pública. Antes desse avanço, as técnicas para conservar alimentos eram
mais rudimentares e exigiam maior esforço, incluindo métodos como salgar, fumar e
o uso de blocos de gelo naturais para minimamente preservar os alimentos.
O conceito do refrigerador moderno surgiu nos últimos anos do século XIX,
mas foi somente nos anos 1920 que ele se tornou realmente acessível para o
grande público, impulsionado pela capacidade de produção em massa. Inicialmente
visto como um item de luxo, o refrigerador rapidamente se tornou um
eletrodoméstico comum nos lares dos Estados Unidos e posteriormente se espalhou
por todo o mundo. Por volta de 1923, uma pequena fração das residências
americanas possuía um refrigerador, número que cresceu exponencialmente até o
final dos anos 1950, quando mais de 90% dessas residências tinham um
refrigerador. Esse crescimento foi estimulado por uma economia em ascensão, o
aumento da fabricação em larga escala e uma crescente conscientização sobre os
benefícios da refrigeração para preservar a saúde através de uma alimentação
segura.
A habilidade de refrigerar alimentos revolucionou nossos métodos de
armazenamento, conservação e consumo, permitindo que a decomposição dos
alimentos fosse retardada pela inibição do crescimento de microrganismos
causadores de enfermidades transmitidas por alimentos. Essa inovação resultou em
uma notável redução na incidência de doenças alimentares, contribuindo para uma
melhoria na saúde pública a nível mundial.
Graças à refrigeração, tornou-se possível diversificar a dieta, incluindo uma
variedade de frutas, vegetais, carnes e produtos lácteos frescos durante todo o ano,
independentemente da sazonalidade. Esse avanço não apenas enriqueceu a
nutrição e diversidade da dieta das pessoas, mas também fomentou o crescimento
econômico, impulsionando o desenvolvimento de novas cadeias de abastecimento e
mercados para alimentos perecíveis.
Ademais, o impacto da refrigeração na indústria alimentícia foi substancial,
facilitando o lançamento de novos produtos e a expansão do segmento de alimentos
congelados. Essa transformação modificou as práticas alimentares domésticas,
trazendo mais conveniência através de refeições prontas e processadas.
Contudo, o avanço dos refrigeradores também apresentou desafios,
especialmente em termos de sustentabilidade e impacto ambiental, devido ao uso de
gases refrigerantes nocivos em modelos mais antigos. Desde a metade do século
XX, esforços significativos foram dedicados ao desenvolvimento de refrigeradores
mais sustentáveis e eficientes, minimizando danos ao meio ambiente e otimizando o
consumo energético.
A proliferação dos refrigeradores durante o século XX representa um marco
histórico na tecnologia residencial, impactando profundamente a economia, a saúde
pública e o estilo de vida. Este avanço transformou as práticas alimentares,
garantindo segurança alimentar e diversidade nutricional para muitos. Conforme
avançamos no século XXI, o desafio continua sendo integrar os benefícios da
refrigeração com práticas mais sustentáveis e responsáveis ambientalmente.

Diante dessa perspectiva, optamos pela montagem de uma máquina de


fabricação de gelo, valendo-nos de componentes preexistentes disponibilizados pela
infraestrutura universitária, tais como o compressor, a unidade condensadora, o tubo
capilar, o filtro secador, entre outros elementos que serão detalhadamente descritos
em momento oportuno. Contudo, um importante aspecto de nosso empreendimento
reside na operação da evaporadora, onde se desdobra o processo singular pelo qual
a água é transmutada na substância final: o gelo.
Para materializar tal feito, submergimos em cálculos meticulosos em cada
fase do projeto, garantindo a atenção aos mínimos detalhes que poderiam, se
negligenciados, comprometer a eficácia do conjunto. Essas avaliações abarcaram
desde a especificação da capacidade operacional do compressor até a mensuração
exata da quantidade de gelo que a evaporadora é capaz de produzir, assegurando,
assim, a viabilidade e eficiência de nosso equipamento.

O ciclo de compressão de vapor pode ser explicado conforme a Figura 1.


Figura 01. Ciclo de compressão de vapor. (Info Escola, 2024)

1.1.1 Objetivo principal

O presente trabalho tem por objetivo o estudo termodinâmico e prático do


funcionamento de um equipamento de fabricação de gelo.

1.1.2 Objetivos secundários

1) Estudar as características termodinâmicas e operacionais de um


equipamento que opera com ciclo de compressão de vapor.

2) Realizar uma avaliação da possibilidade da adaptação do equipamento


existente em uma máquina de fabricação de gelo

3) Realizar o dimensionamento básico, a expectativa para a produção de


cubos de gelo e modificação necessárias;

4) Elaborar desenhos e modelos do protótipo do equipamento


2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 1ª LEI DA TERMODINÂMICA

A primeira lei da termodinâmica, também conhecida como princípio de


conservação da energia, oferece uma base sólida para o estudo das relações entre
as diversas formas de energia e interações de energia. Com base em observações
experimentais, a primeira lei da termodinâmica enuncia que energia não pode ser
criada nem destruída durante um processo; ela pode apenas mudar de forma. Cada
parcela de energia deve ser contabilizada durante um processo esta lei estabelece
que a energia em um sistema isolado permanece constante. (ÇENGEL e BOLES;
2013)
ÇENGEL e BOLES (2013,p.70) afirmam que "[...] energia não pode ser criada
nem destruída durante um processo; ela pode apenas mudar de forma.”

A primeira lei da termodinâmica é frequentemente expressa pela Equação 1;

ΔU = Q – W (1)
Onde;
ΔU é a mudança na energia interna do sistema em J
Q é o calor adicionado ao sistema em J
W é o trabalho realizado pelo sistema em J

Conforme figuras 2 e 3, são representados o cálculo de mudança de energia


no sistema e sua representação esquemática.
Figura 2. Primeira Lei da Termodinâmica (SCHULZ, 2009)

Figura 3. Explicação Primeira Lei da Termodinâmica (InfoEnem, 2016)

2.1.1 2ª Lei da Termodinâmica

Já a segunda lei, em essência, impõe limitações sobre as transformações da


energia. (RODRIGUES, 2011)
[...] a segunda lei aplicada a máquinas térmicas pode ser descrita pelo
seguinte enunciado: É impossível construir máquina que opere em ciclo e que, ao
final deste, o resultado líquido seja a completa conversão de todo o calor absorvido
de um reservatório térmico em trabalho. (RODRIGUES, 2011)
Conforme enunciado por Carnot:
“Nenhuma máquina operando entre duas temperaturas fixadas pode ter
rendimento maior do que uma máquina ideal de Carnot que opera entre essas
mesmas temperaturas.”

Baseado no que foi dito acima, consegue-se calcular o rendimento máximo de


uma máquina térmica pela Equação 3;

Nmáx = 1 – T1/T2 (2)

Nmáx é o rendimento máximo que a máquina consegue atingir em %


T1 é a temperatura em que o sistema está transmitindo em K ou ºC
T2 é a temperatura em que o sistema está submetido, ou temperatura do
ambiente em K ou ºC

Conforme figura 4, é representado o funcionamento de uma máquina térmica.


Figura 4. Funcionamento de uma máquina térmica (Brasil Escola, 2024)

2.2 CALOR SENSÍVEL

Se a energia trocada pelo corpo com a vizinhança na forma de calor faz variar
a sua temperatura, existe calor sensível [...]. (GRUPO DE ENSINO DE FÍSICA DA
UFSM, 2000)

Pode-se calcular a quantidade de calor sensível envolvida no processo pela


Equação 3;

Q = m * c * ΔT (3)

Onde;
Q é a quantidade de calor sensível no sistema em KJ
m é a massa da substância do sistema em Kg
c é o calor específico da substância do sistema em KJ/Kg*°C e KJ/Kg*K
ΔT é a variação de temperatura do sistema em °C ou K
Conforme figuras 5 e 6, são representados o cálculo de calor sensível e sua
representação física.

Figura 5. Representação da fórmula para cálculo da quantidade de Calor Sensível (Aprova Total,
2024)

Figura 6. Representação de Calor Sensível (Info Escola, 2024)

2.3 CALOR LATENTE

Uma mudança de fase é caracterizada por uma variação de energia térmica


sem a ocorrência de uma variação de temperatura.
A quantidade de energia térmica que faz com que 1 kg de uma substância
sofra uma determinada mudança de fase é chamada de calor latente da substância.
(KNIGHT, 2009)

Pode-se calcular a quantidade de calor latente envolvida no processo pela


Equação 4;
Q=m*L (4)

Onde;
Q é a quantidade de calor latente transferido no sistema em KJ
m é a massa da substância do sistema em Kg
L é o calor latente da substância no processo em KJ/Kg

Conforme figuras 7 e 8, são representados o cálculo de calor latente e sua


representação física.

Figura 7. Representação da fórmula para cálculo da quantidade de Calor Latente (Colégio Web,
2024)

Figura 8. Representação de Calor Latente (Colégio Web, 2024)


2.4 TRANSFERÊNCIA DE CALOR

Transferência de Calor (ou calor) é energia em trânsito devido a uma


diferença de temperaturas no espaço.
Sempre que existir uma diferença de temperatura em um meio ou entre
meios, haverá, necessariamente, transferência de calor. (INCROPERA; DEWITT;
BERGMAN e LAVINE, 2008)

2.4.1 Condução

A troca de calor por condução ocorre devido a diferença de energia em um


corpo solido, ao elevar a energia térmica em um certo ponto do objeto, resulta na
agitação das moléculas naquela região, consequentemente as moléculas com maior
agitação passam energia para proximidade, de menor agitação, continuamente até
que ocorra o equilíbrio térmico ao longo do corpo. (SOBRINHO e SOUZA, 2006)
Conforme figuras 9 e 10, são representados esquemas de como ocorre a
troca de calor por condução.

Figura 9. Representação de troca de calor por condução (Info Escola, 2024)


Figura 10. Representação de troca de calor por condução (Info Escola, 2024)

2.4.2 Convecção

Convecção é o modo de transferência de calor entre a superfície sólida e


líquida ou gás adjacente, que está em movimento e que envolve os efeitos
combinados de condução e de movimento de um fluido. (ÇENGEL e GHAJAR,
2009)
[...] transferência de calor por convecção, que ocorre com o contato entre um
fluido em movimento e uma superfície, estando os dois a diferentes temperaturas.
(INCROPERA; DEWITT; BERGMAN e LAVINE, 2014)
Figura 11. Representação de troca de calor por convecção (3TC Isolamento, 2024)

2.5 CICLO DE REFRIGERAÇÃO

Todo ciclo de refrigeração possui 4 componentes básicos:


- Compressor
O compressor é o “coração” de um sistema de refrigeração. Como o próprio
nome diz ele comprime o fluido refrigerante e, também, tem a função de mover este
fluido pelo circuito.

- Condensador
Ele transforma o fluido que sai na forma de vapor quente do compressor em
estado líquido através da diminuição de sua temperatura.
- Dispositivo de expansão
Diminui bruscamente a pressão do fluido e com esta diminuição ele diminui
abruptamente a temperatura do mesmo.
- Evaporador
Ele transforma o fluido que sai do dispositivo de expansão na forma de líquido
+ vapor frio em vapor através da elevação de temperatura do mesmo.

Interligando estes 4 componentes temos as linhas do ciclo de refrigeração:

- Linha de descarga (compressor -> condensador)


Nesta linha o fluido encontra-se em alta pressão e na forma de vapor
superaquecido.
- Linha de líquido (condensador -> dispositivo de expansão)
Nesta linha o fluido encontra-se em alta pressão e na forma de líquido sub
resfriado.
- Linha de expansão (dispositivo de expansão -> evaporador)
Nesta linha o fluido encontra-se em baixa pressão e na forma de líquido +
vapor (saturado).
- Linha de descarga (evaporador -> compressor)
Nesta linha o fluido encontra-se em baixa pressão e na forma de vapor
(superaquecido). (GRUPOFL, 2018)

Conforme a figura 12, é demonstrado de forma simplificada o ciclo de


refrigeração.

Figura 12. Representação do ciclo de refrigeração. (GrupoFL, 2018)

2.5.1 Evaporador

O evaporador ou a unidade evaporadora é um equipamento que é comum


nos diferentes sistemas de refrigeração. (NEPIN, 2023)
E o seu propósito no sistema é simples: realizar a troca de calor (balanço de
temperatura) entre o ambiente (de temperatura maior) e o fluido refrigerante de
baixa temperatura que percorre o equipamento. (NEPIN, 2023)

2.5.2 Compressor

Um dos principais componentes de um ciclo de refrigeração é o compressor.


Sua função é aspirar o vapor superaquecido proveniente do evaporador e elevar sua
pressão até o um nível de condensação. (ELGIN, 2022)
Os compressores alternativos (ou recíprocos) são os mais utilizados entre os
tipos e são fabricados em todos os modelos disponíveis para a aplicação em
refrigeração comercial.
Geralmente são providos basicamente de pistões, virabrequim, mancais do
virabrequim, selo de vedação, cilindros do pistão, placa de válvulas, eixo, cabeçotes
de admissão e descarga do fluido, sistema de lubrificação e etc. Podendo ter ou não
mais componentes, dependendo do modelo.
Os compressores Scroll têm a mesma função de um compressor alternativo,
porém o funcionamento é diferenciado em função dos componentes internos serem
diferentes em sua forma e modo de operação, apresentando características próprias
de funcionamento. (ELGIN, 2022)

Os compressores também são caracterizados pelo fechamento de sua


estrutura. Podem ser herméticos ou semi-herméticos. (ELGIN, 2022)

- Compressores Herméticos
Os compressores herméticos, como o próprio nome já diz, são
hermeticamente fechados, de modo que não é possível abri-lo para realizar sua
manutenção. Neste caso, quando há falha em algum componente, é preciso trocar o
compressor por um novo. (ELGIN, 2022)

- Compressores Semi-Herméticos
Os compressores semi-herméticos precisam estar hermeticamente fechados
para funcionar, porém, podem ser desmontados para uma eventual manutenção, ou
seja, é possível abrir o compressor semi-hermético para substituir um componente
danificado, sem que seja necessário trocar o compressor por um novo. (ELGIN,
2022)

Na figura 13 é representado um compressor hermético e seus componentes.


Figura 13. Representação de um compressor modelo hermético. (Seu Paschoal Blog, 2023)

2.5.3 Condensador

A troca de calor que provoca a queda da temperatura em um sistema de


refrigeração é possível graças ao fluido refrigerante.

Esse, por sua vez, tem a capacidade de absorver o calor dos ambientes ao
mudar seu estado líquido para gasoso. Ao percorrer o sistema, torna-se um vapor
altamente quente e com alta pressão.

Para retirar esse calor do ambiente do sistema frigorífico e tornar o fluido


refrigerante novamente em líquido, é utilizado um condensador, que deve ser capaz
de rejeitar todo o calor gerado e absorvido através de um processo em 3 fases.
(FRIGOCENTER, 2024)

- Dessuperaquecimento

Ao entrar no equipamento, é retirado o calor sensível do vapor superaquecido


até que se atinja a temperatura de condensação.

- Condensação

Ao atingir a temperatura de condensação, o fluido começa o processo de


mudança de estado de gasoso para líquido. Nesse momento, é retirado o calor
latente do produto, mantendo a temperatura constante durante o processo.
- Sub-resfriamento

Após a condensação, o fluido refrigerante, novamente estado líquido, é


resfriado mais alguns graus.

Para isso, é agregado ao condensador um trocador de calor intermediário ou


mesmo outro dispositivo de resfriamento.

Vale lembrar ainda que esse calor descartado é a soma daquele absorvido
com o gerado pelo próprio sistema. (FRIGOCENTER, 2024)

Na figura 14 é representado um exemplo de unidade condensadora de


refrigeração.

Figura 14. Representação de uma unidade condensadora. (Perifenecia, 2024)

2.5.4 Válvula de expansão

A válvula de expansão é um dos componentes fundamentais do ciclo de


refrigeração. É um dispositivo de expansão que fica entre o condensador e a entrada
do evaporador, e realiza 2 importantes funções:

- Reduz a temperatura e pressão do fluido refrigerante proveniente do


condensador, separando, portanto, o lado de alta pressão do de baixa pressão.

- Garante que na entrada do evaporador haja somente fluido refrigerante


líquido, na quantidade (vazão) e velocidade suficientes para a evaporação completa.
Assim o fluido refrigerante vai se tornar vapor no evaporador a uma
temperatura baixa o suficiente para trocar calor com o ar ambiente (se for expansão
direta) ou outro meio (expansão indireta – ex. água gelada). (DAIKIN, 2019)

Através dessa válvula, se passa uma mistura de líquido refrigerante e gás,


gás este que age em um pistão que, por fim, controla a abertura de uma câmara de
expansão (controla a abertura da válvula). (NEPIN, 2023)

Um dispositivo de expansão não precisa ser necessariamente uma válvula.


Pode ser, um orifício, placa, tubos capilares, entre outros. Mesmo entre as válvulas
existem vários tipos: Eletrônica automática, termostática, termoelétrica etc. (NEPIN,
2023)

Na figura 15 é representado uma válvula de expansão e seus componentes.

Figura 15. Representação de uma unidade condensadora. (Jesuegraciliano, 2024)

2.6 MÁQUINA DE GELO

Ainda que algumas máquinas de gelo específicas tenham um funcionamento


próprio, quase todas elas seguem um padrão. Estamos falando de equipamentos
compostos por um motor elétrico com uma válvula d’água e uma unidade de
aquecimento, além do depósito para os cubos. O funcionamento se dá através de
energia elétrica, e a máquina deve ser conectada ao encanamento do local para que
a água seja fornecida; atuamos com filtros para garantir gelo de qualidade e livre de
elementos químicos.

Através da energia elétrica e dos disjuntores da máquina, a produção começa


com a válvula d’água sendo aberta por apenas alguns segundos. A água que entra é
suficiente para que o molde de gelo seja preenchido. Uma vez cheio, ele tem a
temperatura alterada pela unidade de resfriamento até que a água vire gelo.

Depois que o cubo já está feito, uma mola aquece levemente o fundo do
molde, de maneira que o gelo se solte e seja encaminhado para o recipiente, onde
ficará até que seja utilizado. (BALESTRO, 2024)

Na figura 6 é representado de forma simplificada uma máquina de gelo.

Figura 16. Representação de uma máquina de gelo. (Eletrodomesticos.blog, 2024)


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3 METODOLOGIA

A pesquisa tem caráter exploratório, de abrangência mundial, visando a maior


compreensão do tema, tem forte embasamento em teses, monografias, reportagens
especializadas, normas e artigos científicos.
Iniciou-se por pesquisas bibliográficas, buscado o histórico de
desenvolvimento e características construtivas do equipamento de interesse, para o
melhor entendimento do tema.
Este projeto tem o objetivo de dimensionar equipamento de fabricação de
gelo, a partir de equipamento de existente, que utiliza ciclo de compressão de vapor,
tendo por base a compreensão do seu funcionamento, características operacionais e
fundamentos termodinâmicos necessários para tal.
Os resultados têm caráter quantitativos e qualitativos, sendo apresentados na
forma de desenhos técnicos, tabelas e gráficos.

Ferramentas

Coolselector®2

O software fornece sugestões para componentes de sistema de refrigeração,


permitindo que o usuário selecione o componente mais adequado com base em
diversos parâmetros decisivos, tais como capacidade de refrigeração, refrigerante,
temperatura de evaporação e
condensação, além de outras variáveis críticas em sistemas comuns de
refrigeração. (DANFOSS, 2023)
Figura 1. Coolselector®2 (https://www.danfoss.com/pt-br/)

Planilhas eletrônicas

Uma planilha eletrônica é um tipo de programa de computador que utiliza


tabelas para realização de cálculos ou apresentação de dados. Cada tabela é
formada por uma grade composta de linhas e colunas. Planilhas eletrônicas são
utilizadas por comerciantes, programadores ou simples usuários de computador. Os
softwares atuais possuem uma quantidade de funções tão variáveis, que até mesmo
estatísticos utilizam planilhas eletrônicas como ferramenta de trabalho.
(SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DE PERNAMBUCO, 2013)

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4 ESTUDO DE CASO

Neste capitulo inicia-se o processo de desenvolvimento do protótipo.

4.1 EQUIPAMENTO BASE (VERIFICAR TÓPICO E VER SE FAZ SENTIDO)

O equipamento base para o protótipo da máquina de gelo era anteriormente


um sistema de bebedouro que foi transformado em um sistema de maquete para
demonstração acadêmica de um ciclo de compressão de vapor. O equipamento
base é composto por um compressor, um condensador, uma válvula de expansão,
um evaporador e um sistema de controle. Esses componentes são essenciais para
criar o ciclo de refrigeração necessário para congelar a água e formar o gelo.
4.1.1 O equipamento disponível (VERIFICAR TÓPICO E VER SE FAZ
SENTIDO)

O fluido refrigerante deste projeto é o gás refrigerante R 134a, trabalhando na


tensão de 115 VAC em 60Hz, toda a tubulação deste equipamento é feita em cobre
pois não é apenas um metal resistente a altas temperaturas, como também,
apresenta alta durabilidade, boa resistência à corrosão, boa maleabilidade e
ductilidade, sendo utilizado neste caso como um projeto de análise dos processos
termodinâmicos da formação do gelo. A manutenção do protótipo de máquina de
gelo é fundamental para seu funcionamento adequado e durabilidade. Isso inclui
limpeza regular, verificação de componentes mecânicos e elétricos, monitoramento
do ciclo de refrigeração, limpeza do evaporador, inspeção do isolamento térmico,
testes de controles e sensores, troca de filtros quando necessário e calibrações. A
frequência e a extensão da manutenção variam de acordo com o uso e o ambiente.
Os processos podem ser representados pela Figura 10.

FOTO DO EQUIPAMENTO

4.1.2 Compressor (VERIFICAR TÓPICO E VER SE FAZ SENTIDO)

O compressor no ciclo de refrigeração desempenha um papel essencial ao


aumentar a pressão e a temperatura do refrigerante, fornecendo a energia
necessária para o ciclo completo. Isso permite que o refrigerante absorva calor do
ambiente interno enquanto evapora, e depois libere esse calor no ambiente externo
quando se condensa, efetivamente removendo o calor do espaço a ser resfriado e
possibilitando o processo de resfriamento.
Figura 11. Dados técnicos do compressor ultizado.
(https://www.embraco.com/productselector/pdfs/FT001295_2.pdf).

Figura 12. Compressor em operação (Elaborada pelo autor)


4.1.3 Condensadora (VERIFICAR TÓPICO E VER SE FAZ SENTIDO)

O equipamento utilizado é uma serpentina em tubulação de cobre aletada


revestida em tinta branca utilizada no sistema anteriror de bebedouro. A serpentina
desempenha um papel vital no ciclo de refrigeração, atuando como o ponto onde o
calor é removido do sistema. O cobre é usado devido à sua alta condutividade
térmica, que permite uma transferência de calor eficiente do refrigerante para o ar
ambiente. As aletas aumentam a área de superfície do condensador, melhorando
ainda mais a dissipação do calor, enquanto a tinta branca reflete a radiação solar,
ajudando a manter a eficiência do condensador sob exposição ao sol e
proporcionando uma camada protetora contra a corrosão.

No processo de condensação, o refrigerante aquecido e pressurizado, vindo


do compressor, flui através da serpentina de cobre. O calor do refrigerante é então
liberado para o ambiente exterior à medida que ele passa pela serpentina, e a
presença de aletas ajuda a dissipar o calor mais rapidamente. O ar ambiente,
frequentemente movido por um ventilador, passa sobre as aletas e absorve o calor
do refrigerante. Isso causa a condensação do refrigerante, que muda de um estado
gasoso para um estado líquido. Ao perder calor e condensar, o refrigerante libera a
energia térmica acumulada, ficando pronto para ser reciclado de volta ao sistema,
passando pela válvula de expansão para iniciar o processo novamente. A camada
de tinta branca ajuda na proteção e eficiência do processo, assegurando que a
serpentina atue de maneira eficaz como um condensador. Este modelo
desempenhou papel fundamental na elaboração de um modelo original deste
equipamento, desenvolvido para este estudo de caso gerar dados que mostrem o
trabalho resultante do novo protótipo em operação.
A figura 13 mostra como foi instalada neste estudo.
Figura 13. Condensadora à água reutilizada neste estudo (Elaborada pelo autor)

4.1.4 Dispositivo de expansão (VERIFICAR TÓPICO E VER SE FAZ SENTIDO)

O dispositivo de expansão capilar é um componente simples e compacto


composto por um tubo estreito e longo de cobre. Com um diâmetro interno muito
pequeno, na faixa de milímetros, e uma extensão que permite a queda gradual da
pressão do refrigerante à medida que passa pelo tubo que tem um orifício estreito.
Não possui partes móveis e é projetado para criar uma restrição significativa no fluxo
do refrigerante, provocando assim a redução da pressão e temperatura do
refrigerante antes de entrar no evaporador. No evaporador, o refrigerante evapora
ao absorver calor do ambiente interno, efetivamente resfriando-o. Esse processo
prepara o fluido para ser reciclado pelo compressor, dando continuidade ao ciclo de
refrigeração. Sua simplicidade e eficácia fazem dele uma escolha comum em
sistemas de refrigeração e ar-condicionado.
A figura 14 mostra como foi instalada neste estudo.
Figura 14. Válvula de cobre conectada entre condensador e evaporador (Elaborada pelo autor)

4.1.5 Evaporadora (VERIFICAR TÓPICO E VER SE FAZ SENTIDO)

Equipamento evaporador, utilizado anteriromente em um bebedouro, com


reservatório em material plástico, com tubulação de cobre vinda do dispositivo de
expansão contornando seu recipiente, envolto à material isolante.
Aqui, o refrigerante líquido, ao passar pela evaporadora, absorve o calor da
água circundante devido à sua baixa temperatura de evaporação. Quando a água
quente do reservatório do bebedouro entra em contato com as tubulações frias da
evaporadora, a energia térmica da água (calor) é transferida para o refrigerante,
fazendo com que a temperatura da água baixe.
O calor absorvido pelo refrigerante faz com que ele mude de estado,
passando de líquido para vapor. Este vapor é então removido do ambiente da água,
circulando para fora da evaporadora e indo em direção ao compressor, onde
começa a próxima fase do ciclo de refrigeração. A água resfriada, agora a uma
temperatura mais baixa, é redistribuída para o ponto de acesso do bebedouro, onde
pode ser consumida. A eficiência dessa troca de calor é crucial para o desempenho
do bebedouro, e é maximizada através do design do sistema de refrigeração, que
assegura contato máximo entre a água e as tubulações contendo o refrigerante.
Este sistema foi usado como base na elaboração de uma nova evaporadora
para ser utilizada no equipamento de fbriação de gelo.
A figura 15 mostra como foi instalada neste estudo o equipamento evaporador
original.

Figura 15. Serpentina em teste a fim de ser substituída posteriormente por modelo de fabricação
própria para este estudo (Elaborada pelo autor)

4.1.6 Capacidade térmica

ALINHAR COM PROFESSOR E VERIFICAR INFORMAÇÕES JÁ EXISTENTES NO FINAL


DO ARQUIVO

4.2 PROTOTIPO

Neste capitulo inicia-se a descrição de componentes e funcionamento do


protótipo desenvolvido

4.2.1 EVAPORADORA (VERIFICAR TÓPICO E VER SE FAZ SENTIDO)

DETALHAR DE FORMA ELABORADA COM FOTOS E EXPLICAR O


REPOSICIONAMENTO DO COBRE.
A evaporadora para a máquina de gelo foi desenvolvida de forma à atender
as questões básicas de funcionamento do equipamento projetado.
Trata-se de uma tubulação de cobre em formato de serpentina, com trechos
retos e curvas de 180°, e algumas junções em forma de T, também em cobre.
As junções em T têm como função unir a tubulação de cobre em uma só,
tanto as partes superiores da tubulação, como as partes inferiores (descidas) onde o
gelo será formado. A tubulação possui diâmetro de 1/4".
O reservatório de água trata-se de uma bandeja de material acrílico, com
70cm x 40cm x 15cm de dimensão, e volume de 0,042 mm³.
Após o ciclo de formação do gelo estar finalizado, é necessário realizar o
degelo para que ocorra o desprendimento das pedras de gelo da tubulação.
Para isso, realizou-se uma conexão na tubulação para que, quando o ciclo de
formação de gelo esteja terminado, uma válvula atue, e mande o gás em alta
temperatura do compressor, diretamente para a tubulação onde está localizado o
gelo, sem realizar todo o ciclo de refrigeração, pois então, devido à alta temperatura,
o gelo desgrudaria da tubulação e cairia no compartimento onde posteriormente
seria realizada sua retirada.
O reservatório de água do equipamento foi idealizado de forma com que haja
uma inclinação para a área de retirada de gelo e água, assim, a retirada de água
após o fim do ciclo de formação do gelo foi idealizada da seguinte forma; o
reservatório possui um furo de 3/4" de diâmetro em seu fundo, o qual, está
posicionado após a inclinação do reservatório. Desse modo, assim que o dreno for
aberto, por meio de um sinal eletrônico controlado por uma válvula solenoide, o
líquido irá para a área do furo de modo natural, indo no mesmo sentido da
gravidade, facilitando a retirada desse líquido.

Figura 17. Projeto em SolidWorks de execução de reservatório da máquina de gelo (Elaborada pelo
autor)
4.2.2 LINHA FRIGORIGENA

DETALHAR DE FORMA ELABORADA COM FOTOS E EXPLICAR O


REPOSICIONAMENTO DO COBRE, EXPLICAR SOBRE FUNCIONAMENTO DAS
VÁLVULAS (INCLUIR INFORMAÇÕES DE CATÁLOGO E FOTOS), FORMAÇÃO DE
GELO E DEGELO.

4.2.3 FUNCIONAMENTO (VERIFICAR SE NÃO HÁ INFORMAÇÕES


REPETIDAS DOS TÓPICOS ANTERIORES)

O equipamento novo será montado com base no equipamento existente,


realizando-se algumas mudanças na montagem. O compressor será reutilizado do
equipamento existente, mas o restante foi descartado ou modificado.
Uma das principais mudanças do equipamento novo em relação ao
equipamento existente, é a evaporadora.
O equipamento novo possui uma evaporadora composta por uma tubulação
de cobre em formato de serpentina, com trechos de descida de cobre, onde serão
formados os cubos de gelo. Sendo que abaixo dessa tubulação de cobre, é
posicionado o recipiente de água, o qual possui uma leve inclinação, para tanto
facilitar o escoamento da água, tanto para facilitar a chegada das pedras de gelo até
a parte de retirada das mesmas.
Nesse recipiente a tubulação de cobre ficará imersa, e quando houver a
passagem do fluído refrigerante, haverá a formação do gelo. O recipiente será
preenchido de água, assim que uma válvula for acionada, de forma manual, mas
com um temporizador atrelado à ela. Assim, após certo tempo passado, a água terá
atingido o nível desejado, e então a válvula será “fechada” novamente, cortando o
fornecimento de água
Após o nível desejado de água ser atingido, e a válvula do fornecimento de
água ser fechada, o compressor será ligado, por meio de outra válvula solenoide,
para iniciar o ciclo de formação do gelo.
Assim como calculado, há um tempo médio para o ciclo da formação de gelo
ser realizado, por meio disso, utilizou-se um outro temporizador para determinar o
tempo que o compressor permanece ligado, e então desligado, e também, o
reservatório ser esvaziado por meio da abertura do dreno que está posicionado na
parte inferior da bandeja.
Após esvaziado o recipiente, e as pedras de gelo serem formadas, é necessário ser
feito o degelo, que baseia-se em uma pequena parte da pedra de gelo ser derretida,
para que as pedras se desprendam da tubulação de cobre e caiam na parte de
retirada das mesmas, no recipiente.
Para ser realizado esse degelo da parede interna do cubo de gelo, é
necessário que haja a passagem do fluído em uma alta temperatura, dessa forma,
idealizou-se ser feita uma tubulação auxiliar, de modo que esta, se conecte em um
ponto posterior a saída do compressor, mas anterior a condensadora, e, posterior à
válvula de expansão, mas anterior à evaporadora, pois o objetivo aqui é passar
esse gás “quente” do compressor, até a evaporadora, para o degelo então ser
realizado. Nessa tubulação auxiliar há um outro temporizador, que levando como
base o tempo de formação de gelo, após o tempo necessário para o ciclo de
formação de gelo, esse temporizador abriria a válvula para o processo de degelo ser
realizado, uma vez que o gelo se desprender da tubulação, a válvula volta a ser
fechada, sendo esse fechamento, controlado pelo tempo.
Após o gelo estar separado da tubulação e estar na área mais baixa do
recipiente, já pode ser realizada a sua retirada, a mesma é realizada de forma
manual, com um operador retirando os cubos de gelo com o auxílio de uma pá.

4.3 DESEMPENHO TERMODINÂMICO

O desempenho termodinâmico do equipamento trata-se das capacidades e


características termodinâmicas do equipamento. Basicamente são as informações
da quantidade de energia que o equipamento consegue produzir e como ele realiza
o ciclo, para qual fim será utilizada a energia produzida.

4.3.1 Dados técnicos (VERIFICAR COM PROFESSOR SE SÃO


NECESSÁRIAS TODAS AS INFORMAÇÕES ABAIXO)

Para realizar os cálculos termodinâmicos referentes ao equipamento base,


necessitamos colher dados relacionados ao funcionamento do compressor, como
fluxo de massa do fluído refrigerante (vazão mássica) e as entalpias do ciclo. Por se
tratar de um compressor de modelo descontinuado, utilizamos o software Danfoss
Coolselector®2 para selecionar um modelo de compressor com as mesmas
características do equipamento utilizado como base, e utilizar os valores referidos. O
software nos informa o equipamento que opera em condições similares ao
equipamento base, assim, podemos retirar os valores referidos para os cálculos.

Sendo que, as características técnicas do compressor base são:


- Aplicação: Refrigeração / Baixa Temperatura, LT / Temperatura Média, MT /
Alta Temperatura, HT / Ar-condicionado/Reversível.
- Refrigerante: R134a.
- Alimentação de energia: 60 Hz / 115V 1 ph
- Tipo de compressor: Recíproco / Velocidade constante
- Filtro de produtos: Modelos descontinuados

Utilizando-se os dados como base, parte-se para o selecionamento do


modelo do compressor no software.

- Passo 1: No software Danfoss Coolselector®2, seleciona-se a seção de


“COMPRESSORES E UNIDADES CONDENSADORAS”, conforme Figura 18.

Figura 18. Software Danfoss Coolselector®2 (Elaborada pelo autor)


- Passo 2: Após selecionada a seção de “COMPRESSORES E UNIDADES
CONDENSADORAS”, é necessário informar as especificações do compressor, a
aplicação, o refrigerante, a alimentação de energia, o tipo de compressor e o filtro de
pesquisa dos modelos de compressores, conforme Figura 19 e 20.

Figura 19. Software Danfoss Coolselector®2 (Elaborada pelo autor)

Figura 20. Software Danfoss Coolselector®2 (Elaborada pelo autor)


- Passo 3: Após informadas as especificações do compressor, o software
retorna os modelos compatíveis, conforme Figura 21.

Figura 21. Software Danfoss Coolselector®2 (Elaborada pelo autor)

- Passo 4: Com o software retornando os modelos compatíveis, selecionou-se


o compressor de modelo “(SC 18G)”, que possui 100% de correspondência às
características do compressor base, conforme Figura 21.

- Passo 5: Selecionado o modelo do compressor, o software mostra os dados


de desempenho do equipamento, os quais foram utilizados para o cálculo de
capacidade térmica, conforme Figura 22 e 23.

Figura 22. Software Danfoss Coolselector®2 (Elaborada pelo autor)


Figura 23. Software Danfoss Coolselector®2 (Elaborada pelo autor)

Figura 24. Software Danfoss Coolselector®2 (Elaborada pelo autor)

- Passo 6: Para os cálculos de capacidade térmica que foram realizados,


utilizou-se o valor de fluxo de massa no evaporador (vazão mássica), os valores de
entalpia de entrada e saída no compressor, ponto 1 e 2 conforme Figura 22, 23 e 24,
e os valores de entalpia de entrada e saída no evaporador, ponto 1 e 4, conforme
Figura 22, 23 e 24.
VERIFICAR COM PROFESSOR QUAIS CÁLCULOS SERÃO MANTIDOS OU
REMOVIDOS ENTRE OS TÓPICOS A SEGUIR (4.3.1 À 4.8)

4.3.2 Capacidade térmica da evaporadora

A capacidade térmica da evaporadora pode ser compreendida como a


quantidade de energia que a evaporadora produz.
Nesse caso trata-se de energia térmica. A quantidade de calor que será
produzida para realizar o ciclo de compressão de vapor e finalmente produzir o gelo.
O cálculo de capacidade térmica da evaporadora é expressa conforme a eq.
(1).

Qevap =( ∆ h )∗ṁ mas (1)

Q_evap = Capacidade térmica da evaporadora – kJ/h


( ∆ h ) = Variação de entalpia entre o ponto 1 e ponto 4 – kj/kg
ṁ mas = vazão mássica de fluído refrigerante (fluxo de massa no evaporador) – kg/h

4.3.2.1 Quantidade de energia necessária para formação de cada cubo

Após descobrir a capacidade térmica da evaporadora, pode-se calcular a


quantidade de energia necessária para realizar a formação de cada cubo conforme a
eq. (2).

Qevap (2)
Qevap /cubo=
n ° cubos

Q_evap/cubo = quantidade de energia necessária para realizar a formação de cada


cubo – kJ/s (kw)
Q_evap = capacidade térmica da evaporadora – kJ/s (kw)
n° cubos = quantidade de cubos produzidos – adm
4.3.3 Capacidade térmica do degelo

A capacidade térmica de degelo trata-se da capacidade de produção de calor


para realizar o degelo, nesse caso, uma quantidade de calor para realizar o
derretimento das paredes dos cubos de gelo para desgrudarem da tubulação e irem
para a área de retirada. Esse calor será fornecido pela temperatura do gás
refrigerante vindo diretamente do compressor.
O cálculo de capacidade térmica da evaporadora é expressa conforme a eq.
(3).

Qdeg =( ∆ h )∗ṁ mas (3)

Q_deg = Capacidade térmica de degelo – kJ/h


( ∆ h ) = Variação de entalpia entre o ponto 1 e ponto 2 – kj/kg
ṁ mas = vazão mássica de fluído refrigerante (fluxo de massa no evaporador) – kg/h

4.3.3.1 Quantidade de energia necessária para formação de cada cubo

Após descobrir a capacidade térmica da evaporadora, pode-se calcular a


quantidade de energia necessária para realizar a formação de cada cubo conforme a
eq. (4).

Qdeg (4)
Qdeg /cubo=
n ° cubos

Q_deg/cubo = quantidade de energia necessária para realizar a formação de cada


cubo – kJ/s (kw)
Q_deg = capacidade térmica da evaporadora – kJ/s (kw)
n° cubos = quantidade de cubos produzidos – adm

4.4 CAPACIDADE TEÓRICA DE FABRICAÇÃO DE GELO

A capacidade teórica de fabricação de gelo remete-se diretamente a potência


do compressor, junto a capacidade de troca de calor da evaporadora com a água,
em condições ideais.
Para calcular a capacidade teórica de fabricação de gelo, é necessário
descobrir primeiramente as dimensões das pedras de gelo que serão fabricadas.

4.4.1 Cálculo do volume de cada cubo de gelo

Para chegar ao volume de cada cubo de gelo, faz-se necessário uma


multiplicação entre base, altura e espessura, conforme eq. (5).
Adotamos os seguintes valores para base, altura e espessura; 0,03 m , 0,03m ,
0,02m respectivamente. Resultando em um volume de 0,000018m³ para cada cubo
de gelo.

V =B∗H∗E (5)

B = Medida da base do cubo - m


H = Medida da altura do cubo – m
E = Medida da espessura do cubo – m

4.4.2 Cálculo do volume total de gelo

Para chegar ao volume total de cubos de gelo produzidos, faz-se necessário


uma multiplicação entre o volume unitário do cubo de gelo e a quantidade de cubos
a serem produzidos, conforme eq. (6).
Planejamos fabricar 6 cubos de gelo para cada ciclo do sistema, multiplicando
o volume do cubo com a quantidade de cubos fabricados por ciclo.

Vt =n ° cubos∗V (6)

Vt = Volume total – m³
n° cubos = Número de cubos produzidos por ciclo
V = Volume – m³

4.4.3 Cálculo da massa de cada cubo de gelo

Após descobrir o volume total dos cubos de gelo, é necessário calcular a


massa de cada cubo de gelo, e realiza-se esse cálculo por meio de uma
multiplicação entre o volume unitário do cubo de gelo e a densidade do gelo,
conforme eq. (7).

M assa do cubo de gelo=Vcubo∗ρ (7)

Massa do cubo de gelo = massa unitária do cubo – Kg


Vcubo = Volume unitário do cubo – m³
ρ = densidade do gelo – kg/m³

4.4.4 Cálculo da massa total dos cubos de gelo

Para chegar à massa total de cubos de gelo produzidos, faz-se necessário


uma multiplicação entre a massa unitária do cubo de gelo e a quantidade de cubos a
serem produzidos, conforme eq. (8).
Planejamos fabricar 6 cubos de gelo para cada ciclo do sistema, multiplicando
a massa do cubo com a quantidade de cubos fabricados por ciclo.

Massa total de gelo=nº cubos∗M (8)

Massa total de gelo = massa unitária do cubo – Kg


Vcubo = Volume unitário do cubo – m³
ρ = densidade do gelo – kg/m³

4.4.5 Cálculo da quantidade de calor envolvida no ciclo de refrigeração

Após calcular a massa dos cubos que serão produzidos, pode-se calcular a
quantidade de calor que haverá no ciclo.
Esse cálculo é realizado em três etapas: o calor sensível para realizar a
diminuição da temperatura dos 25 à 0 °C conforme a eq. (9).
Então realiza-se o cálculo do calor latente para realizar a troca de estado da
água para o gelo conforme a eq. (10).
E por último, novamente realiza-se o cálculo do calor sensível para a
diminuição da temperatura de 0 à -10 °C conforme a eq. (9).

Qsensível=m∗c págua∗(T amb −T gás ) (9)

Q_sensível = quantidade de calor sensível envolvido na troca de temperatura


– kJ
m = massa total dos cubos de gelo – Kg
kJ
cp_água = calor específico da água –
Kg∗° C
Temp.ambiente = Temperatura do ambiente com o qual o sistema vai trocar calor
=°C
Temp. gás = Temperatura do gás, nesse caso, do fluido que vai estar trocando calor
com o ambiente – °C

Qlatente=m∗cl (10)

Q_latente = quantidade de calor latente envolvido na troca de estado da água


para o gelo – kJ
m = massa total dos cubos de gelo – Kg
cl = calor latente – kJ / Kg
4.4.6 Quantidade de calor total para a formação de um cubo de gelo

Após descobrir a quantidade de calor sensível e calor latente no ciclo para


realizar a formação do cubo, podemos calcular o calor total envolvido no ciclo
conforme eq. (11).

Qtotal 1=( Qsensível 1+ Qsensível 2 ) +Qlatente (11)

Q_total1 = quantidade de calor total envolvido no ciclo de formação de um


cubo – kJ
Q_sensível1 = quantidade de calor sensível envolvido na troca de
temperatura entre 25 e 0 ºC – kJ
Q_sensível2 = quantidade de calor sensível envolvido na troca de
temperatura 0 e -10 ºC – kJ
Q_latente = quantidade de calor latente envolvido na troca de estado da água
para o gelo – kJ

4.4.7 Quantidade de calor total para a formação dos seis cubos de gelo

Após descobrir a quantidade de calor total para realizar a formação de um


cubo, podemos calcular o calor total envolvido para formar-se os seis cubos,
conforme eq. (12).

Qtotal 6=( Qtotal 1 )∗nº cubos (12)

Q_total6 = quantidade de calor total envolvido no ciclo de formação dos seis


cubos – kJ
Q_total1 = quantidade de calor total envolvido no ciclo de formação de um
cubo – kJ
nº cubos = Número de cubos produzidos por ciclo

4.4.8 Tempo de cada ciclo de refrigeração


O tempo de cada ciclo de refrigeração refere-se à quantidade de tempo que
leva para o ciclo completo de refrigeração ser realizado, o tempo que os cubos de
gelo levam para serem produzidos.
O tempo do ciclo é calculado conforme a eq. (13).

x² (13)
t=
2∗k∗∆ t
( )
ρ∗C

t = tempo para formação do gelo – s


x = espessura do gelo da base do cobre até a parede do recipiente – m
k = constante de condutividade térmica da água – W/m*k
∆t = diferença de temperatura entre o ambiente e gás – Cº
ρ = densidade do gelo – kg/m³
C = calor latente de solidificação do gelo – J/kg

4.5 RESISTÊNCIA TÉRMICA DA TUBULAÇÃO DE COBRE COM


ISOLAMENTO

Para calcular a quantidade de troca de calor que a tubulação irá realizar, é


necessário primeiramente calcular a resistência térmica do material, a qual, baseia-
se na capacidade que o material tem em reter calor durante o processo de troca de
calor de acordo com suas características.
Necessita-se realizar o cálculo para todos os componentes que realizam a
troca de calor, nesse caso, trata-se de uma tubulação de cobre com isolamento que
está em contato com o ar. Então foi realizado o cálculo de resistência térmica por
condução, para tubulação de cobre e para o isolamento, e a resistência térmica por
convecção com o ar.

4.5.1 Resistência térmica por condução da tubulação de cobre


Trata-se da quantidade de calor que a tubulação de cobre consegue manter
em si no processo de troca de calor por condução.
O cálculo de resistência térmica por condução da tubulação de cobre é
expresso conforme a eq. (14).

( RR 21 )
(14)
ln
R¿ =
(2∗π∗L∗k )

R_cond_cobre = Resistência térmica por condução do cobre - °C/W


R1 = Raio interno da tubulação de cobre – m
R2 = Raio externo da tubulação de cobre – m
L = Comprimento da tubulação – m
π = pi
k = constante de condutividade térmica do material (cobre) – W/m*k

4.5.2 Resistência térmica por condução do isolamento da tubulação de cobre:

Trata-se da quantidade de calor que o isolamento da tubulação consegue


manter em si no processo de troca de calor por condução.
O cálculo de resistência térmica por condução do isolamento da tubulação de
cobre é expresso conforme a eq. (15).

( RR 32 )
(15)
ln
R¿ =
(2∗π∗L∗k )

R_cond_isol = Resistência térmica por condução do isolamento – °C/W


R2 = Raio interno do isolamento (raio externo da tubulação de cobre) – m
R3 = Raio externo do isolamento – m
L = Comprimento do isolamento – m
π = pi
k = constante de condutividade térmica do material (espuma elastomérica) – W/m*k

4.5.3 Resistência térmica de convecção da tubulação e isolamento com o ar:

Trata-se da quantidade de calor o ar “leva” após o processo de troca de calor


por convecção.
O cálculo de resistência térmica por convecção do isolamento da tubulação
de cobre é expresso conforme a eq. (16).

1 (16)
R¿ =
(h∗R 2∗π∗L)

R_conv_ar = Resistência térmica de convecção do isolamento – °C/W


h = coeficiente convectivo de transferência de calor do fluído (ar) – m
R2 = Raio externo do isolamento – m
L = Comprimento do isolamento – m
π = pi
k = constante de condutividade térmica do material (espuma elastomérica) – W/m*k

4.6 RESISTÊNCIA TÉRMICA DO RESERVATÓRIO DE ÁGUA

Trata- se da troca de calor que será realizada quando o reservatório estiver


completo de água, quando a evaporadora entra em execução e ocorre a diminuição
da temperatura, assim ocasionando a troca de calor necessária para fabricação de
gelo. Porém, ocorre que além da troca de calor entre a tubulação de cobre, e a
água, para formação de gelo, ocorre a troca de calor da água com o reservatório, e
do reservatório com o ambiente, nesse caso, o ar.
4.6.1 Resistência térmica de condução da água:

Trata-se da quantidade de calor que a água vai receber por meio da troca de
calor por condução.
Para calcular a resistência térmica da água, utilizamos os seguintes dados,
distância do cobre que está submerso na água até a parede do reservatório, 0,1 m ,
W
condutividade da água 0,058 , área total do reservatório 0,44m². A resistência
mk
térmica da água é expressa conforme a eq. (17).

E (17)
Rcond agua=
k agua∗A

R_cond_agua = Resistência térmica de condução da água – °C/W


E = Espessura – m
K_agua = constante de condutividade térmica da água – W/m*k
A = Área – m²

4.6.2 Resistência térmica do reservatório de água com o meio por convecção:

Trata-se da quantidade de calor que o meio “leva” após o processo de troca


de calor por convecção com o reservatório.
Para calcular a resistência de convecção do reservatório com o meio
ambiente utilizamos os seguintes dados, área total do reservatório 0,44m2,
coeficiente de convecção do ar 5 W/(m² * k). A resistência térmica do recipiente de
água com o meio no processo de troca de calor é expressa conforme a eq. (18).

1 (18)
R¿ =
( A∗h)
R_conv_ar = Resistência térmica de convecção do reservatório – °C/W
A = Área total do recipiente, referente às paredes – m²
h = coeficiente convectivo de transferência de calor do fluído (ar) – m

4.7 PERDAS DE CALOR

Define-se perda de calor como a quantidade de energia perdida por meio de


energia térmica. Nesse caso, o quanto de energia é perdida no processo de troca de
calor.
As perdas de calor do sistema podem ser calculadas conforme a eq. (19).

∆T (19)
Perdade calor=
(Req )

R_eq = Resistência equivalente (soma de todas as resistências calculadas no


sistema – °C/W
∆ T = Variação de temperatura – °C
Temp. ambiente = Temperatura do ambiente com o qual o sistema vai trocar calor
=°C
Temp. gás = Temperatura do gás, nesse caso, do fluido que vai estar trocando calor
com o ambiente – °C

4.8 CAPACIDADE REAL DE FABRICAÇÃO DE GELO

Define-se a capacidade real de fabricação de gelo do equipamento pela


quantidade de energia que o equipamento tem como produzir. É uma relação entre a
capacidade térmica da evaporadora, subtraindo-se desse valor, o valor referente às
perdas de calor.

Calcula-se a capacidade real de fabricação de gelo conforme a eq. (20).


(20)
( Tamb−Temperatura do gás )
Capacidade real de fabricação de gelo=
Req

R_eq = Resistência equivalente (soma de todas as resistências calculadas no


sistema – °C/W
∆ T = Variação de temperatura – °C
Temp.ambiente = Temperatura do ambiente com o qual o sistema vai trocar calor
=°C
Temp. gás = Temperatura do gás, nesse caso, do fluido que vai estar trocando calor
com o ambiente – °C

5 ESTUDO DE CASO (VERIFICAR SE O CÁLCULO FOI MANTIDO, E ENTÃO


VERIFICAR OS DADOS DE REFÊRENCIA, E SE FOR UM DADO NOVO,
REALIZAR O NOVO CÁLCULO)

5.1 CÁLCULO DA CAPACIDADE TÉRMICA DA EVAPORADORA

Com base na eq. (1) calculamos a capacidade térmica da evaporadora.


Para calcular a capacidade térmica da evaporadora, utilizamos o software
Coolselector®2 para descobrir os valores de entalpia nos pontos que necessitamos
e também o valor de fluxo de massa de fluído refrigerante (vazão mássica).
Após a consulta ao software, retornou-se os valores de:
( ∆ h ) = Variação de entalpia entre o ponto 1 e ponto 4 – kj/kg
Valor de entalpia no ponto 1 (saída da evap / sucção do compressor) = 399,4 kj/kg
Valor de entalpia no ponto 4 (após válvula de expansão / entrada evap) = 239,4 kj/kg
Fluxo de massa no evaporador = 22,5 kg/h

Qevap 3600 kJ/h


Entalpia(SaídaEvap) 399,4 kJ/kg
Entalpia(EntradaEvap) 239,4 kJ/kg
Fluxode massa 22,5 kg/h
Figura 25. Cálculo de capacidade térmica da evaporadora conforme a eq. (1).

Com base na eq. (1), o valor calculado de capacidade térmica da evaporadora é de


3600 kj/h.

5.1.1 Cálculo de energia necessária para formação de cada cubo Cálculo de


energia necessária para formação de cada cubo

Com base na eq. (2) calculamos a quantidade de energia necessária para


formação de cada cubo.
Para calcular a quantidade de energia necessária para formação de cada
cubo, utilizamos o valor calculado de capacidade térmica da evaporadora, porém, o
valor calculado é em kJ/h, e nesse cálculo precisamos do valor em kJ/s (kW), então,
o valor de kJ/h deve ser divido por 3600 para ficar em kJ/s, e a quantidade de cubos
foi estipulada conforme projeto.
Após estipulados esses valores, calcula-se a quantidade de energia para
formação de cada cubo:

Q_evap/cubo = quantidade de energia necessária para realizar a formação de cada


cubo – kJ/s (kw)
3600 kJ /h
Q_evap = ( ) = 1 kW
3600 s
n° cubos = 6 cubos

Qevap 1 (kw)
N° CUBOS 6 PÇ
Qevap/cubo 0,1667 (kw)
166,6666667 W
Figura 26. Cálculo de energia necessária para formação de cada cubo conforme a eq. (2).

Com base na eq. (2), o valor calculado de energia necessária para realizar a
formação de cada cubo é de 0,1667 kW ou 166,66667 W.

5.2 CÁLCULO DA CAPACIDADE TÉRMICA DE DEGELO

Com base na eq. (3) calculamos a capacidade térmica de degelo.


Para calcular a capacidade térmica de degelo, utilizamos o software
Coolselector®2 para descobrir os valores de entalpia nos pontos que necessitamos
e também o valor de fluxo de massa de fluído refrigerante (vazão mássica).

Após a consulta ao software, retornou-se os valores de:

( ∆ h ) = Variação de entalpia entre o ponto 1 e ponto 2 – kj/kg


Valor de entalpia no ponto 1 (sucção do compressor) = 399,4 kj/kg
Valor de entalpia no ponto 2 (após válvula de expansão / entrada evap) = 457,7 kj/kg
Fluxo de massa no evaporador = 22,5 kg/h

Qdeg 1311,75 kJ/h


Entalpia (Saída compressor) 457,7 kJ/kg
Entalpia (Entrada compressor) 399,4 kJ/kg
Fluxo de massa 22,5 kg/h

Figura 27. Cálculo de energia necessária para realizar o degelo dos cubos conforme a eq. (3).

Com base na eq. (3), o valor calculado de capacidade térmica de degelo é de


1311,75 kj/h.
5.2.1 Cálculo de energia necessária para realizar o degelo de cada cubo

Com base na eq. (4) calculamos a quantidade de energia necessária para


realizar o degelo parcial de cada cubo.
Para calcular a quantidade de energia necessária para formação de cada
cubo, utilizamos o valor calculado de capacidade térmica da evaporadora, porém , o
valor calculado é em kJ/h, e nesse cálculo precisamos do valor em kJ/s (kW), então,
o valor de kJ/h deve ser divido por 3600 para ficar em kJ/s, e a quantidade de cubos
foi estipulada conforme projeto.
Após estipulados esses valores, calcula-se a quantidade de energia para
formação de cada cubo:

Q_evap/cubo = quantidade de energia necessária para realizar a formação de cada


cubo – kJ/s (kw)
1311, 75 kJ /h
Q_deg = ( ) = 0,36 kW
3600 s
n° cubos = 6 cubos

Qdeg 0,364375 (kw)


N° CUBOS 6 PÇ
Qdeg/cubo 0,060729167 (kw)
60,72916667 W
Figura 28. Cálculo de energia necessária para realizar o degelo parcial de cada cubo de gelo
conforme a eq. (4).

Com base na eq. (4), o valor calculado de energia necessária para realizar o degelo
parcial de cada cubo é de 0,061 kW ou 60,73 W.

5.3 CÁLCULO DO VOLUME DE CADA CUBO DE GELO

Com base na eq. (5) calcula-se o volume de cada cubo de gelo tomando
como base as dimensões adotadas.
Para calcular o volume de cada cubo, utilizamos as dimensões adotadas para
o cubo, em metros.
B = Medida da base do cubo = 0,03 m
H = Medida da altura do cubo = 0,03 m
E = Medida da espessura do cubo = 0,02 m

Após estipulados esses valores, calcula-se o volume.

BASE 0,03 m
ALTURA 0,03 m
ESPESSURA 0,02 m
VOLUME 0,000018 m3

Figura 29. Cálculo do volume de cada cubo conforme a eq. (5).

Com base na eq. (5), o volume de cada cubo é de 0,000018m³.

5.3.1 Cálculo do volume total de gelo

Com base na eq. (6) calcula-se o volume total dos cubos de gelo.
Para calcular o volume total dos cubos, utilizamos o volume de cada cubo
calculado, e multiplicamos pela quantidade total.

V = 0,000018 m³
n° cubos = 6 cubos

Volume de cada cubo 0,000018 m3


N° cubos 6
Volume total 0,000108 m3

Figura 30. Cálculo de volume total dos cubos conforme a eq. (6).

Com base na eq. (6), o volume total dos cubos é de 0,000108m³.

5.4 CÁLCULO DA MASSA DE CADA CUBO DE GELO


Com base na eq. (7) calcula-se a massa de cada cubo de gelo tomando como
base o volume unitário calculado de cada cubo de acordo com as dimensões
adotadas, e o valor da densidade do gelo obtido por meio de pesquisa.

Volume de cada cubo = 0,000018 m³


Densidade do gelo = 0,00092 kg/m³

Volume de cada cubo 0,000018 m3


DENSIDADE DO GELO 0,00092 Kg/m3
MASSA DO CUBO DE GELO 1,66E-08 Kg
Figura 31. Cálculo da massa de cada cubo conforme a eq. (7).

Com base na eq. (7), a massa de cada cubo é de 1,66 x 10E-8 Kg.

5.4.1 Cálculo do volume total de gelo

Com base na eq. (8) calcula-se a massa total dos cubos de gelo.
Para calcular a massa total dos cubos, utilizamos a massa de cada cubo
calculada, e multiplicamos pela quantidade total.
.

Massa de cada cubo = 1,66 x 10E-8 Kg


n° cubos = 6 cubos

MASSA DO CUBO DE GELO 1,66E-08 Kg


N° CUBOS 6
MASSA TOTAL 9,94E-08 Kg
Figura 32. Cálculo da massa total dos cubos conforme a eq. (8).

Com base na eq. (8), a massa total dos cubos é de 9,94 x 10E-8 Kg.

5.5 CÁLCULO DA QUANTIDADE DE CALOR SENSÍVEL ENTRE 25 ºC E 0 ºC

Com base na eq. (9) calcula-se a quantidade de calor transferido em forma de


calor sensível que haverá no ciclo de acordo com a massa total calculada dos cubos
de gelo, o valor de calor específico da água obtido por meio de pesquisa, e as
temperaturas adotadas.
Esse cálculo da quantidade de calor transferido em forma de calor sensível
realiza-se duas vezes pois durante o ciclo, há o processo de diminuição da
temperatura, da temperatura do ambiente de 25 ºC para 0 ºC, quando começa a
mudança de estado da água para o gelo, referente à quantidade de calor transferido
em forma de calor latente, e após isso, novamente calcula-se o calor sensível
referente a diminuição de temperatura dos 0 ºC para – 10 ºC.
Após estipulados esses valores, calcula-se a quantidade de calor sensível no
ciclo no processo de diminuição da temperatura de 25 ºC para 0 ºC:

Massa total dos cubos = 9,94 x 10E-8 Kg


Calor específico da água = 4,186 kJ / kg * ºC
Temperatura ambiente = 25 ºC
Temperatura do gás = 0 ºC

25 - 0
m (massa) 9,94E-08 kg
cp água 4,186 kJ / kg * C
Temp ambiente 25 C
Temp cond 0 C
Qsensível 1,04E-05 kJ
Figura 33. Cálculo da quantidade de calor sensível no ciclo entre 25ºC e 0ºC conforme a eq. (9).

Com base na eq. (9), a quantidade de calor sensível transferido entre 25 ºC e 0 ºC é


de 1,04 x 10E-5 kJ.

E em seguida calcula-se a quantidade de calor sensível no ciclo no processo de


diminuição da temperatura de 0 ºC para -10 ºC:

Massa total dos cubos = 9,94 x 10E-8 Kg


Calor específico da água = 4,186 kJ / kg * ºC
Temperatura ambiente = 0 ºC
Temperatura do gás = -10 ºC
0 - 10
m (massa) 9,94E-08 kg
cp água 4,186 kJ / kg * C
Temp ambiente 0 C
Temp cond -10 C
Qsensível 4,16E-06 kJ

Figura 34. Cálculo da quantidade de calor sensível no ciclo entre 0ºC e -10ºC conforme a eq. (9).

Com base na eq. (9), a quantidade de calor sensível transferido entre 0 ºC e -10 ºC é
de 4,16 x 10E-6 kJ.

5.6 CÁLCULO DA QUANTIDADE DE CALOR LATENTE NO CICLO

Com base na eq. (10) calcula-se a quantidade de calor transferido em forma


de calor latente que haverá no ciclo de acordo com a massa total calculada dos
cubos e o valor de calor latente da água obtido por meio de pesquisa.
Esse cálculo realiza-se por meio da somada quantidade de calor sensível
realiza-se quando começa a mudança de estado da água para o gelo.
Após estipulados esses valores, calcula-se a quantidade de calor transferido
em forma de calor latente no ciclo:
Massa total dos cubos = 9,94 x 10E-8 Kg
Calor latente da água = 333 kJ / kg

LAT
m 9,94E-08 kg
cl 333 kJ/kg
Qlat 3,31E-05 kJ

Figura 35. Cálculo da quantidade de calor latente conforme a eq. (10).

Com base na eq. (9), a quantidade de calor latente transferido durante a mudança
de fase da água para o gelo é de 3,31 x 10E-5 kJ.
5.7 CÁLCULO DA QUANTIDADE DE CALOR TOTAL NO CICLO DE FORMAÇÃO
DE UM CUBO DE GELO

Com base na eq. (11) calcula-se a quantidade de calor total transferido que
haverá no ciclo de acordo com a soma dos valores de calor sensível e calor latente
calculados anteriormente.

Calor sensível transferido entre 25 ºC e 0 ºC: 1,04 x 10E-5 kJ


Calor sensível transferido entre 0 ºC e -10 ºC: 4,16 x 10E-6 kJ
Calor latente transferido durante a mudança de estado: 3,31 x 10E-5 kJ

Qsensível1 1,04E-05 kJ
Qsensível2 4,16E-06 kJ
Qlat 3,31E-05 kJ

Qtotal 4,76E-05 kJ
Figura 36. Cálculo da quantidade de calor total transferido durante o ciclo conforme a eq. (11).

Com base na eq. (11), a quantidade de calor total transferido durante o ciclo de
formação de um cubo de gelo é de 4,76 x 10E-5 kJ.

5.7.1 Cálculo da quantidade de calor total no ciclo de formação de seis cubos de


gelo

Com base na eq. (12) calcula-se a quantidade de calor total transferido que
haverá no ciclo de formação dos seis cubos de gelo, de acordo com a soma dos
valores de calor sensível e calor latente calculados anteriormente calculados, esse
valor referente à formação de um cubo de gelo, portanto, multiplica-se esse valor
pela quantidade de cubos.

Calor total transferido para realizar a formação de um cubo: 4,76 x 10E-5 kJ


Quantidade de cubos a serem formados: 6 cubos
Qtotal1 4,76E-05 kJ
nº cubos 6

Qtotal6 2,86E-04 kJ
Figura 37. Cálculo da quantidade de calor total transferido durante o ciclo conforme a eq. (12).

Com base na eq. (12), a quantidade de calor total transferido durante o ciclo de
formação de seis cubos de gelo é de 2,86 x 10E-4 kJ.

5.8 TEMPO DE CADA CICLO DE REFRIGERAÇÃO

Com base na eq. (13) calcula-se a quantidade de tempo quantidade de tempo


necessário para o ciclo completo de refrigeração ser realizado.
Para calcular o tempo de cada ciclo de refrigeração, utilizamos a distância da
base do cobre até a parede do recipiente e as temperaturas ambiente e do gás
como valores adotados, e a constante de condutividade térmica da água, a
densidade do gelo e o calor latente de solidificação do gelo com base em pesquisa:

x = espessura do gelo da base do cobre até a parede do recipiente:


k = constante de condutividade térmica da água:
∆t = diferença de temperatura entre o ambiente e gás:
ρ = densidade do gelo:
C = calor latente de solidificação do gelo:

Qsensível1 1,04E-05 kJ
Qsensível2 4,16E-06 kJ
Qlat 3,31E-05 kJ

Qtotal 4,76E-05 kJ
Figura 38. Cálculo da quantidade de tempo necessário para realização do ciclo conforme a eq. (13).

Com base na eq. (13), a quantidade de tempo quantidade de tempo necessário para
o ciclo completo de refrigeração ser realizado é de s.
5.9 RESISTÊNCIA TÉRMICA POR CONDUÇÃO DA TUBULAÇÃO DE COBRE

Com base na eq. (14) calcula-se quantidade de calor que a tubulação de


cobre consegue manter em si no processo de troca de calor por condução.
Para calcular a resistência térmica por condução da tubulação de cobre,
utilizamos os valores do raio interno e raio externo da tubulação de cobre, o valor de
pi, e o valor de condutividade térmica do cobre, obtido por meio de pesquisa e o
comprimento da tubulação de cobre exposto à troca de calor adotado conforme
projeto:

Raio interno da tubulação de cobre: 0,0284m


Raio externo da tubulação de cobre: 0,03m
Comprimento da tubulação: 1,4m
π : 3,14159 (adm)
Constante de condutividade térmica do material (cobre): 385 W/m*K

Resistência condução (cobre)


R1 (interno) 0,0284 m
R2 (externo) 0,03 m
L (comprimento) 1,4 m
k (condutividade cobre) 385 W/m*K
π 3,141592654

Resistência 1,61E-05 C/W


Figura 39. Cálculo da resistência térmica por condução da tubulação de cobre conforme a eq. (14).

Com base na eq. (14), a resistência térmica por condução da tubulação de cobre é
de 1,61 x10E-5 ºC/W.

5.10 RESISTÊNCIA TÉRMICA POR CONDUÇÃO DO ISOLAMENTO DA


TUBULAÇÃO DE COBRE

Com base na eq. (15) calcula-se quantidade de calor que o isolamento da


tubulação de cobre consegue manter em si no processo de troca de calor por
condução.
Para calcular a resistência térmica por condução do isolamento da tubulação
de cobre, utilizamos os valores do raio interno do isolamento, o qual é o mesmo
valor do raio externo da tubulação, e o raio externo do isolamento, o valor de pi, e o
valor de condutividade térmica do cobre, obtido por meio de pesquisa e o
comprimento da tubulação de cobre exposto à troca de calor adotado conforme
projeto:

Raio interno do isolamento (raio externo da tubulação de cobre): 0,03m


Raio externo do isolamento: 0,09m
Comprimento da tubulação exposto à troca de calor: 1,4m
π : 3,14159 (adm)
Constante de condutividade térmica do material (espuma elastomérica): 385 W/m*K

Resistência condução (isolamento)


R2 (interno) 0,0300 m
R3 (externo) 0,09 m
L (comprimento) 1,4 m
k (condutividade isolamento) 0,033 W/m*K
π 3,141592654

Resistência 3,7846 C/W


Figura 40. Cálculo da resistência térmica por condução do isolamento da tubulação de cobre
conforme a eq. (15).

Com base na eq. (15), a resistência térmica por condução do isolamento da


tubulação de cobre é de 3,78 ºC/W.

5.11 RESISTÊNCIA TÉRMICA DE CONVECÇÃO DA TUBULAÇÃO E


ISOLAMENTO COM O AR

Com base na eq. (16) calcula-se quantidade de calor o ar “leva” após o


processo de troca de calor por convecção.
Para calcular a resistência térmica por convecção do isolamento da tubulação
de cobre, utilizamos os valores do raio externo do isolamento, o qual está em
contato com o ar, o coeficiente convectivo de transferência de calor do fluído (ar), o
valor de pi, obtidos por meio de pesquisa e o comprimento da tubulação de cobre
exposto à troca de calor adotado conforme projeto:
Raio externo do isolamento (superfície que está em contato com o ar): 0,09m
Comprimento da tubulação exposto à troca de calor: 1,4m
π : 3,14159 (adm)
Coeficiente convectivo de transferência de calor do fluído (ar): 5 W/m²*K

Resistência convecção (ar)


h (coeficiente de convecção) 5 W/m²K
R2 (externo) 0,09 m
L (comprimento) 1,4 m
π 3,141592654

Resistência 0,5053 C/W


Figura 41. Cálculo da resistência térmica por condução do isolamento da tubulação de cobre
conforme a eq. (16).

Com base na eq. (16), a resistência térmica por convecção do isolamento da


tubulação de cobre é de 0,51 ºC/W.

5.12 RESISTÊNCIA TÉRMICA DE CONDUÇÃO DA ÁGUA

Com base na eq. (17) calcula-se quantidade de calor que a água vai receber
por meio da troca de calor por condução.
Para calcular a resistência térmica de condução da água, utilizamos os
valores distância do cobre que está submerso na água até a parede do reservatório,
conforme adotado em projeto, a área total do reservatório calculada e a
condutividade térmica da água com base em pesquisa:

Espessura (distância do cobre que está submerso na água até a parede do


reservatório): 0,1m
Constante de condutividade térmica da água: 0,058 W/m*k
Área total do reservatório em contato com a água: 0,44m²
e (espessura) 0,1 m
k (água) (condutividade) 0,058 W/m*K
Área total 0,44 m²

Resistência condução 3,92 C/W

Figura 42. Cálculo da resistência térmica de condução da água conforme a eq. (17).

Com base na eq. (17), resistência térmica de condução da água é de 3,92 ºC/W.

5.13 RESISTÊNCIA TÉRMICA DO RESERVATÓRIO DE ÁGUA COM O MEIO POR


CONVECÇÃO

Com base na eq. (18) calcula-se quantidade de calor que o meio “leva” após
o processo de troca de calor por convecção com o reservatório.
Para calcular a resistência de convecção do reservatório com o meio
ambiente utilizamos os dados de área total do reservatório calculada em contato
com o ambiente, e o coeficiente de convecção do ar conforme pesquisa.

Área total do reservatório em contato com o ambiente: 0,44m²


Coeficiente convectivo de transferência de calor do fluído (ar): 5 W/m²k

Resistência convecção (ar)


h (coeficiente de convecção) 5 W/m²K
Área total 0,44 m²

Resistência 0,45 C/W

Figura 43. Cálculo da resistência de convecção do reservatório com o meio ambiente conforme a eq.
(18).

Com base na eq. (18), a resistência de convecção do reservatório com o meio


ambiente é de 0,45 ºC/W.

5.14 PERDAS DE CALOR


Com base na eq. (19) calcula-se a quantidade de energia perdida por meio de
energia térmica.
Para calcular a perda de calor utilizamos os dados da variação de
temperatura, da temperatura do ambiente para a temperatura do gás na realização
da formação de gelo, ambas adotadas para cálculo, e a resistência térmica total
calculada por meio da soma das resistências térmicas, as resistências térmicas de
condução da tubulação e do isolamento e de convecção, tanto para a formação do
gelo, quanto para a realização do degelo, conforme cálculos realizados.

∆ T = Variação de temperatura – °C
Temperatura do ambiente com o qual o sistema vai trocar calor: 25 °C
Temperatura do fluido (gás refrigerante) que vai trocar calor com o ambiente: -10
°C
Resistência equivalente (soma de todas as resistências calculadas): 14,67 ºC/W

Resistência total 14,67 C/W

Temp ambiente 25 C
Temp gás -10 C

Qperda 2,39 W

Figura 44. Cálculo da quantidade de energia perdida por meio de energia térmica conforme a eq. (19).

Com base na eq. (19), a quantidade de energia perdida por meio de energia térmica
é de 2,39 ºC/W.

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