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Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro Brasileira

Compomente: Filosofia da Ancestralidade e Educação

Egungum de Itaparica: Uma Jornada Ritual na Cultura Afro-brasileira na visão do documentário


Egungum de Itaparica e o artigo culto egungum no Brasil Diaspora, Ancestralidade e
resistências negras nas cidades Brasileira

Estudantes: Amin Onilètó; Hamadu Baldé

O documentário "Egungum de Itaparica" é uma obra envolvente que mergulha nos rituais
sagrados da cultura afro-brasileira, especialmente nas tradições do Candomblé. Dirigido por
Juliana Elbein dos Santos, o filme oferece uma visão profunda e respeitosa das práticas rituais
que permeiam a Ilha de Itaparica, na Bahia.

A narrativa nos leva a uma jornada pelos rituais egunguns, que são cerimônias realizadas
para honrar os ancestrais. Através de imagens ricas e depoimentos dos praticantes, somos
apresentados aos costumes, músicas e danças que compõem essa tradição ancestral.

O documentário explora não apenas os aspectos religiosos, mas também a importância


sociocultural desses rituais para a comunidade local. Ele destaca como o Candomblé é uma
fonte de identidade e resistência para os descendentes africanos no Brasil, preservando suas
tradições e promovendo uma conexão espiritual com seus antepassados.

A direção habilidosa de [nome do diretor] captura a essência da espiritualidade e da


reverência presentes nessas práticas, oferecendo ao público uma experiência sensorial e
reflexiva. A fotografia deslumbrante e a trilha sonora cativante complementam a narrativa,
criando uma atmosfera imersiva que transporta o espectador para dentro desse mundo
sagrado.

No entanto, o documentário também aborda os desafios enfrentados pela comunidade


afro-brasileira, incluindo o preconceito e a marginalização. Ele nos lembra da importância de
valorizar e respeitar as diversas expressões culturais, especialmente aquelas que são
historicamente marginalizadas.

Em suma, "Egungum de Itaparica" é uma obra poderosa que celebra a riqueza da cultura
afro-brasileira e nos convida a refletir sobre nossa própria relação com a espiritualidade e a
ancestralidade. Uma experiência cinematográfica inspiradora e educativa para todos os
espectadores.
A diferença entre o culto Egungum e os cultos Orixá Inkice e Vodum reside nas divindades e
nas práticas rituais associadas a cada um. No culto Egungum, o foco está nos ancestrais
venerados como divindades, honrados por meio de rituais que incluem danças, músicas e
oferendas. Já nos cultos Orixá Inkice e Vodum, as divindades são entidades espirituais com
características próprias, representando aspectos da natureza, dos seres humanos e do
cosmos, e são adoradas por meio de rituais específicos que variam de acordo com a tradição
religiosa.

O documentário registra a festa anual do Olori, que é o chefe e patrono de todos os


Egungum. Durante essa festa, ocorre a apresentação de presentes para Yemanjá e a botada
da bandeira, marcando um momento importante no festival anual em Ponta de Areia. Esses
eventos simbólicos são fundamentais para a manutenção da tradição e da espiritualidade da
comunidade.

O sacerdote Oje desempenha um papel crucial na preservação da cultura e da língua


Yorubá na diáspora brasileira. Ele é responsável por transmitir os ensinamentos e os rituais
tradicionais, mantendo viva a conexão com as raízes africanas. O Alapini, chefe dos Ojes,
lidera esse grupo de sacerdotes e é responsável por manter viva a tradição hereditária,
passando os conhecimentos e os segredos de geração em geração.

Essa tradição é vital para os demais candomblés, pois os Ojes são guardiões dos segredos
mais profundos da tradição africana na diáspora brasileira, cubana e possivelmente nos
Estados Unidos da América. Eles desempenham um papel essencial na preservação da cultura
e na transmissão dos valores espirituais, garantindo que essas tradições ancestrais continuem
a ser uma fonte de inspiração e identidade para as comunidades afrodescendentes em todo o
mundo.
No documentário, acompanhamos um conflito que se intensifica quando o filho do Oke de 108
anos, o senhor Antônio Daniel de Paula, que possuía o posto de Alagbá, falece. O conflito
aparentemente surge para decidir quem seria o sucessor de Alagbá Antônio. Ao convidar
sacerdotes do candomblé de Orixá, o Oje Cosme quebra uma tradição, pois os presentes
deveriam ser feitos e preparados pelos Ojes e no espaço por eles designado, onde somente os
Ojes altamente preparados podem acessar.

Apesar da simbiose entre os terreiros de Egum e Orixás, o documentário mostra que esses
cultos se configuram como específicos e, em certo ponto, não se misturam, como água e óleo.
Isso evidencia as diferentes tradições, práticas e crenças que coexistem dentro da religiosidade
afro-brasileira, cada uma com sua identidade e importância próprias.

Ao explorar a importância do culto Egungum na Bahia, analisando sua conexão com a


ancestralidade, resistência e identidade afro-brasileira. Através do fichamento do artigo "Culto
Egungum no Brasil Diaspora: Ancestralidade e Resistências Negras nas Cidades Brasileiras"
de Fábio Macedo Velame para embasar nossa discussão.

O culto Egungum na Bahia é uma expressão viva da herança cultural africana,


especialmente da cultura Yorubá. Segundo Velame (2020), o culto Egungum desempenha um
papel crucial na preservação da ancestralidade e na resistência das comunidades
afrodescendentes nas cidades brasileiras. Ele destaca que, "o culto Egungum não só celebra a
memória dos antepassados, mas também fortalece os laços comunitários e a identidade afro-
brasileira".
Para entender a relevância do culto Egungum na Bahia, é importante considerar o contexto
histórico da diáspora africana no Brasil. Santos e Oliveira (2016) afirmam que a Bahia se
destaca como um dos principais estados onde as religiões afro-brasileiras são mais vivas e
expressivas. Isso significa que a preservação das tradições culturais africanas é uma parte
intrínseca da identidade baiana.

No artigo "Culto Egungum no Brasil Diaspora: Ancestralidade e Resistências Negras nas


Cidades Brasileiras" de Fábio Macedo Velame aprofunda o estudo do culto Egungum,
abordando seu papel na preservação da ancestralidade e na resistência negra em áreas
urbanas do Brasil. O autor expande a discussão sobre as práticas rituais do culto Egungum,
complementando os entendimentos anteriores sobre esse tema.

O autor retoma a chegada dos africanos ao Brasil durante a escravidão e a formação das
comunidades afrodescendentes nas cidades brasileiras. Destaca-se a preservação das
tradições culturais e religiosas africanas nesse contexto, incluindo o culto Egungum.

São exploradas as origens profundas do culto Egungum, ressaltando sua ligação ancestral
e a reverência aos antepassados como uma parte vital da identidade africana. O culto
Egungum é visto como uma forma de manter viva a memória e a história das comunidades
africanas.

O artigo aprofunda as práticas rituais do culto Egungum, detalhando cerimônias, danças,


músicas e oferendas feitas para honrar os ancestrais. Essas práticas não só celebram a
memória dos antepassados, mas também fortalecem os laços comunitários e a identidade afro-
brasileira.
O autor examina como o culto Egungum se adaptou ao ambiente urbano, mantendo sua
essência enquanto incorpora elementos da vida citadina. Isso demonstra a resiliência das
práticas religiosas afro-brasileiras diante das mudanças sociais e urbanas.

O artigo de Velame oferece uma análise profunda do culto Egungum, destacando sua
relevância para a preservação da ancestralidade e a resistência negra nas cidades brasileiras.
Ao explorar suas origens, práticas e adaptações, o autor amplia nosso entendimento sobre a
riqueza cultural e espiritual das comunidades afrodescendentes no Brasil.
O culto Egungum, como aponta Silva (2018), representa a continuidade da vida e a interação
entre os vivos e os mortos. Essa crença na presença e influência dos ancestrais é fundamental
para entender a prática do culto Egungum na Bahia. Ele acrescenta que, "os Egunguns são
uma manifestação da resistência simbólica à diáspora e ao colonialismo, mantendo vivas as
tradições e os valores africanos".

No entanto, como destaca Lima (2019), o culto Egungum na Bahia não é estático, mas sim
dinâmico e adaptável. Ele afirma que "os Egunguns passaram por adaptações ao longo do
tempo, incorporando elementos da cultura brasileira e mantendo-se relevantes para as novas
gerações". Isso demonstra a capacidade de resistência e resiliência do culto Egungum diante
das mudanças sociais e culturais.

Em conclusão, o culto Egungum na Bahia é uma manifestação poderosa da herança


africana, representando não apenas uma forma de adoração aos antepassados, mas também
uma expressão de resistência e identidade para as comunidades afro-brasileiras. Através de
suas práticas rituais e sua constante adaptação, o culto Egungum continua a desempenhar um
papel vital na vida espiritual e cultural da Bahia e do Brasil como um todo.

Referência:
● Velame, Fábio Macedo. "Culto Egungum no Brasil Diaspora: Ancestralidade e
Resistências Negras nas Cidades Brasileiras". Revista ABPM, 2020

● Documentário Egungum em Itaparica, 1980

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