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Locutor Aprendiz - Clóvis de Almeida Godoy
Locutor Aprendiz - Clóvis de Almeida Godoy
Locutor Aprendiz
Segredos que nunca lhe contaram!
- Um único exercício
- Locução em porta de loja
- Fale no som de rua
- Locutor de rádio web
- Improvise um estúdio em casa
- Cabine em caixa de ovos
- Prepare-se para rádio comercial
“A maior parte do que li para melhorar a voz e falar bem não passa
de mito inventado ainda nos anos de 1940, quando havia uma
exigência muito grande para ser locutor de rádio, onde o locutor
precisava ter uma voz privilegiada de nascença e as técnicas
vocais ensinadas eram as mesmas para as aulas de canto”
2
“Assim sendo, vou direto ao assunto: para preparar a voz eu só
usei um exercício em toda a minha vida profissional”
“Mas agora você pode perguntar: então, eu tenho que ter boa voz,
dicção perfeita e ter um vasto conhecimento universal para ser
locutor?
3
“Muita gente já tentou saber se o microfone, ou algum outro
equipamento pode mudar a voz da gente. Pode sim, mas na
maioria das vezes só para piorar. Calma! Vou explicar...”
“Só não há solução para a morte. Não existe voz feia, existe voz
mal cuidada ou mal usada. É possível treinar uma voz para falar e
até para cantar. A mesma voz que afinamos para o canto, afinamos
para a fala”
“Há muitos locutores e oradores que forçam tanto a voz para tentar
ser imponente que o máximo que conseguem é serem ridículos”
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“Como estamos falando de como iniciar uma carreira de locutor,
vou ensinar como é que se faz um estúdio caseiro que não fica
devendo muito a um estúdio profissional”
Boa leitura!
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Apresentação
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falar não necessita de tanto esforço como é para cantar. Falar é um
ato comum e para educar a fala basta apenas exercitar a articulação
de pronúncia, que se faz simplesmente com a leitura feita com um
lápis na boca, como vou descrever adiante. Ao contrário do que
pregam alguns autores e professores de locução, não há grandes
segredos nem mistérios para falar em locução profissional. Isso é um
mito que vou abordar já no primeiro capítulo.
Não deixei de dedicar atenção especial ao uso de
equipamentos, a partir do microfone, até a finalização de uma
gravação. Embora esta obra não tenha a pretensão de abordar em
detalhes as técnicas de edição, procurei entrar no assunto de forma a
passar minha experiência, desmistificando alguns pontos que muitos
se acham no direito de tornar mistérios para vender cursos. Não que
não necessite de formação para ser editor, porém, é possível dominar
alguns programas de edição e seus softwares apenas com as
informações contidas neles, que aparecem na tela, passo a passo
conforme se aperta botões, sem a necessidade de cursos
aprofundados.
Além da experiência prática vivida a cada segundo pela vida a
fora e os embasamentos teóricos e práticos da academia de
Comunicação Social onde me graduei, pude contar com a experiência
de outros grandes professores e profissionais do rádio e oratória,
além de publicações de diversos veículos de comunicação e órgãos
oficiais ou de campanhas de poderes públicos, seja em vias impressas
ou eletrônica da internet, através de vários trabalhos que muito
ajudam a enriquecer esse nosso trabalho.
Fiz questão de dar crédito à todas as citações inseridas, não só
em respeito aos seus autores, mas para fazer jus ao trabalho de cada
um, na missão de ensinar, transferindo conhecimentos, colocando
em prática o que Deus disse no Gênesis: crescei e multiplicai-vos, ou
seja, aprenda e ensina.
Quero ainda lembrar que escrevi todo o livro na forma genérica,
que é o tratamento de sujeito no masculino para me dirigir ao leitor.
Portanto, quando escrevo locutor, ou outra definição no gênero
masculino, estou me dirigindo a todos os gêneros, homens, mulheres
e todos as demais definições de seres humanos.
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SUMÁRIO
Capítulo I ...................................................................................................................... 12
Um dedo de prosa .........................................................................................................12
O mito ............................................................................................................................13
A voz que convence .......................................................................................................14
O dono da voz do rádio .................................................................................................14
Locutor já foi “artista” ...................................................................................................16
Importante é ser diferente ............................................................................................19
E como ser diferente? ....................................................................................................20
Onde você é diferente?..................................................................................................21
Capítulo II ..................................................................................................................... 25
Sabendo o que se quer ..................................................................................................25
O locutor como centro de atenções...............................................................................26
Preparando o profissional da fala .................................................................................27
É possível perder o medo de falar? ...............................................................................27
Estar muito à vontade pode ser problema ....................................................................28
Assessórios para falar ...................................................................................................29
O detalhe técnico ..........................................................................................................31
Ha? ................................................................................................................................31
Qual a distância do microfone?.....................................................................................32
Em pé ou sentado? ........................................................................................................33
A postura no falar..........................................................................................................33
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Capítulo III .................................................................................................................... 34
Dá pra mudar a voz? .....................................................................................................34
Tem jeito pra minha voz? ..............................................................................................36
Tem jeito pra tudo .........................................................................................................36
A impostação da voz .....................................................................................................37
Desde as cavernas .........................................................................................................38
Praticar e praticar .........................................................................................................39
Desenferrujando ............................................................................................................40
Exercitando a voz ..........................................................................................................40
Mordendo o lápis ..........................................................................................................41
Então, lápis na boca! .....................................................................................................42
Cuidados com a sua voz ................................................................................................45
Capítulo IV.................................................................................................................... 46
O “macetes” da locução ................................................................................................46
O rádio é um parceiro ....................................................................................................47
Os vícios da latinha .......................................................................................................47
E o maldito NÉ? .............................................................................................................48
Como largar dessas bobagens? .....................................................................................48
Ênfase em lugar errado .................................................................................................50
“E” não existe ................................................................................................................50
Ah, que nojo do gerúndio! .............................................................................................51
Fala direta .....................................................................................................................52
A hora certa ...................................................................................................................53
Você sabe o que é cacófato? .........................................................................................53
A fome que come letras.................................................................................................55
Ouvir só quem sabe mais ..............................................................................................55
O “ingrêis” é meu “pobrema” .......................................................................................55
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Errou está errado ..........................................................................................................56
Vida na fala ...................................................................................................................57
O futuro bate à porta ....................................................................................................57
O rádio vai morrer? .......................................................................................................57
Chegou a WEB Rádio .....................................................................................................58
Resumindo a Rádio WEB ...............................................................................................59
Rádio, o maior veículo de comunicação de massa do mundo .......................................60
O rádio por dentro .........................................................................................................61
Essa maravilha de computador .....................................................................................61
Misturando sons ............................................................................................................62
Modificadores de sons...................................................................................................63
Atenção, no ar! ..............................................................................................................64
Dinheiro e política mandam ..........................................................................................66
Finalmente a antena .....................................................................................................67
Capítulo V..................................................................................................................... 69
Ler para saber ler ..........................................................................................................69
Pronto pra falar? Então vamos falar! ............................................................................70
Falando passo a passo ..................................................................................................70
A voz da alma ................................................................................................................71
Vamos fazer um anúncio ...............................................................................................72
GRAVANDO! ..................................................................................................................75
Softwares de gravação ..................................................................................................76
O mito do estúdio ..........................................................................................................77
Improvisando uma cabine com cobertor .......................................................................81
Mito da cabine ..............................................................................................................82
O uso dos softwares para “turbinar” a voz ...................................................................83
Os ruídos mais comuns ..................................................................................................84
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Capítulo VI.................................................................................................................... 85
O que o locutor não deve ser .........................................................................................85
Registrando a profissão de LOCUTOR ...........................................................................85
Setores e Funções do Radialista ....................................................................................86
Salvo pelo gongo! ..........................................................................................................87
Preciso mesmo ser registrado para ser locutor? ...........................................................88
Errar é humano .............................................................................................................88
Capítulo VII................................................................................................................... 89
O Rádio com outro nome: PODCAST .............................................................................89
Posso montar uma rádio comercial? .............................................................................90
Posso montar uma rádio comunitária? .........................................................................91
Capítulo VIII.................................................................................................................. 93
O locutor na porta da loja .............................................................................................93
Som na rua não precisa explodir ouvidos ......................................................................95
Capítulo IX .................................................................................................................... 96
BREVE HISTÓRIA DO RÁDIO NO MUNDO ......................................................................96
GLOSSÁRIO ..................................................................................................................103
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Capítulo I
Um dedo de prosa
Antes de mais nada, é bom avisar que, embora trato muito de
praticidade direta aqui, você vai se deparar neste trabalho com
muitos detalhes que fazem parte do mundo da teoria. Embora a
construção teórica seja um universo que faz parte do alicerce da
prática, o objetivo aqui é ir direto ao que chamamos de mãos à obra.
Contar a história do rádio, da oratória, da locução, dos grandes
locutores e oradores não contempla essa obra. Fica por conta de o
leitor buscar esses detalhes em outras fontes. O que aqui se apresenta
são as ferramentas básicas para ir direto ao assunto, ou seja: falar já!
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O mito
Antes de colocar no papel esse trabalho, li inúmeros artigos, blogs e
alguns livros sobre o assunto para ver como alguns autores tratavam
os detalhes de exercícios para melhorar a dicção, falar corretamente,
impostar a voz e outras técnicas usadas profissionalmente. Fiquei
impressionado com o número de esforços físicos de garganta, boca,
língua, braços e até de pernas em algumas indicações, muitas vezes
chamadas de “macetes” para aprender as “técnicas de locução”.
Algumas chegam às raias do absurdo diante das peripécias prescritas
como se fossem remédios, mas parecendo fisioterapias.
A maior parte do que li para melhorar a voz e falar bem não passa de
mito inventado ainda nos anos de 1940, quando havia uma exigência
muito grande para ser locutor de rádio, onde o locutor precisava ter
uma voz privilegiada de nascença e as técnicas vocais ensinadas eram
as mesmas para as aulas de canto. Além disso, os locutores não
falavam com a fluência normal de uma conversa ao microfone.
Pronunciavam de forma pausada, com uma impostação que partia do
fundo das cordas vocais, fazendo a voz ser projetada pela boca de
maneira impostada com todo o grave que se dispunha em tom
melodioso e quase romântico. Essa forma de falar no rádio e depois
na televisão era muito apreciada pelo público da época. Mas hoje
chega a ser ridículo, embora ainda haja muitos locutores que insistem
em forçar a voz para destacar o tom grave.
Assim sendo, vou direto ao assunto: para preparar a voz eu só usei
um exercício em toda a minha vida profissional. É o do lápis
atravessado na boca e preso nos dentes, que posiciona a língua
corretamente ao falar, fazendo com que os lábios sigam uma forma
correta a fim de impedir a sibilação dos dentes (assovio na fala), além
de exigir um esforço milimétrico na medida certa das cordas vocais.
O que se faz é nada mais, nada menos, do que fazer leituras em voz
alta com o lápis na forma descrita. Mas não é fazendo duas ou três
vezes que se vai conseguir perceber alguma diferença. É necessário
pelo menos três meses de exercícios, todos dias, pelo menos duas
vezes ao dia. Leia por cinco minutos seguidos, descanse por outros
cinco minutos e recomece, até totalizar 10 vezes. É comum dar
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câimbras no maxilar devido à pressão dos dentes no lápis. Quando
isso ocorrer, pare e retorne uma hora depois. Não se esqueça de beber
água o tempo todo nos intervalos dos exercícios, quanto mais,
melhor.
Fazendo isso, aprendi a fazer qualquer tipo de locução, quando
realizei inúmeros trabalhos de gravações de comerciais para todos os
tipos de mídias, além de apresentar centenas de programas em
diversos estilos, no rádio e na televisão, assim como também
trabalhos de palco, cerimoniais e dezenas de comícios políticos.
É esse o grande segredo. O resto é conversa para encher páginas.
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documentos, tem que pagar para anunciar no horário dos achados e
perdidos, quando o rádio é concessão do governo e bem poderia fazer
gratuidade em utilidade pública. Na maioria das cidades, as notícias
das mazelas do seu bairro nunca são dadas porque a rádio tem um
contrato com a prefeitura. Muitas emissoras ficam uma manhã ou
tarde inteira sem informar as horas, outras tocam uma música atrás
da outra sem dizer ao menos que rádio é, sem o menor respeito por
quem está ouvindo. Então, que diabo é esse de que o ouvinte está em
primeiro lugar?
No fundo, o que realmente interessa para esses “comerciantes” do
rádio é impor seus serviços. Isso se faz mais realidade ainda quando
não permitem que as pessoas manifestem suas opiniões, quando
trazem notícias apenas de um ângulo, quando mostram somente um
lado da política e quando tocam apenas as músicas que querem, por
causa do maldito “jabá”, que é a cobrança para rodar músicas.
Algumas boas, outras não passam de lixo que nos enfiam goela
abaixo.
Alguém pode dizer que o rádio precisa cobrar pelos serviços para
sobreviver. Claro que sim, mas serviços para a comunidade não
precisam ser cobrados, pois não dão lucros para quem anuncia. Uma
pessoa que perdeu uma carteira de documentos ou que teve o gato de
estimação sumido não terá lucro anunciando o sumiço, e o valor de
anúncios como esses não fazem a rádio ficar nem mais rica, nem mais
pobre. Cada caso é um caso, mas o bom senso cabe em todo lugar.
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outro e a criatividade anda muito em baixa. Claro que existem
exceções, mas, com raridade. E que raridade!
Porém, é lastimável ver que as cópias ruins estão se fazendo por todo
lado. É como o cruzamento de espécies na mesma família. Além de
não dar coisa boa, vai se acabando. Os clones acontecem nos
programas, nos sotaques e até nas vozes. Coisa feia! Minha vó diria:
os bichinhos já nascem mirradinhos e pesteados!
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Alguns ‘locutores’ pensam que o ouvinte é obrigado a engolir tudo o
que eles imaginam que está certo. É um tal de “muito bom dia pra
você”, a cada minuto, que é preciso ter um saco de paciência para
aguentar. O coitado imagina que está agradando. Devia se dar conta
de que a comunicação locutor com ouvinte é uma simulação de
diálogo, onde só um fala por questões meramente técnicas. Imagine,
em uma conversa normal, um dos interlocutores ficar o tempo todo
fazendo cumprimentos. Não dá para aguentar.
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Os chamados “programas policiais” nada têm de policial, mesmo
porque não poderiam. Polícia é assunto do Estado. Nada mais são do
que relatos e comentários de ocorrências registradas pelas polícias de
sua região. E na maioria das vezes, com um sensacionalismo barato,
embalado numa hipocrisia simplista. Claro que há exceções, é óbvio.
Tenho muitos amigos que fazem programas de grandes audiências e
aceitação pública em cima de ocorrências registradas pelas polícias e
merecem todo meu respeito e admiração.
Na verdade, a maioria das pessoas não quer jornalismo. Boa parte
busca informações que diminuam suas mazelas. Temos a impressão
que saber do assalto que o vizinho sofreu dá um certo conforto por
não ter tido sorte igual.
Na falta de cultura, a desgraça tem mais importância que o anúncio
de uma nova vacina. A morte tem mais lugar que uma vida salva. A
notícia do bandido morto dá uma satisfação tão grande, que um parto
feito pelo policial dentro da viatura é só uma bobagem.
Rádio que “pega” longe, também é outro mito, uma bobagem. Claro
que dá status, mas, retorno comercial só para empresas ou produtos
que estão em todas as cidades atingidas pelo sinal da emissora. O
bairrismo fala mais alto, as pessoas ouvem as rádios de suas cidades.
Então, não adianta pegar na Cochinchina, porque na Cochinchina
também tem rádio local. É claro que sempre haverá uma meia-dúzia
de ouvintes que gosta da rádio lá de longe. Que seja uma dúzia, mas
não derruba a “radinha” local, que fala a língua da tribo e mostra os
feitos e as mazelas de sua gente.
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Porém, não é por isso que vamos oferecer qualquer coisa a quem nos
ouve. É preciso alguns critérios e respeito para com o ouvinte. Por
isso criei esse livro, para falar de como fazer, mas também
demonstrar o que não se deve praticar. Você não precisa ter vastos
conhecimentos universais, conhecer de todos os assuntos e nem ter a
voz e um Cid Moreira para ser locutor. Você pode fazer muito com o
potencial que tem, não importa o tamanho, porque o importante é ser
diferente. E é disso que estamos tratando.
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Estou falando desse assunto para dizer que, na minha maneira de ver,
o mundo não é uma corrida que começa na fecundação. Nós somos
frutos do meio em que vivemos e estamos o tempo todo nos
moldando, fazendo adaptações. Muitos querem nos impor a ideia de
que vivemos em constantes disputas por posições, quando na verdade
não é bem assim. Vivemos sim em constante necessidade de
aprendizado para galgar degraus e atingir posições através da
capacitação pessoal com aprendizados que nos possibilitam saber
cada dia mais sobre tudo o que nos rodeia. A vida não é uma batalha,
nem disputa como se faz em campo de guerras ou nos ringues de luta.
Qualquer comparação é equivocada, porque as conquistas
conseguidas na vida profissional são feitas por medições de
capacidade, o que fica muito longe de qualquer disputa que envolva
força muscular, como sugere a corrida dos espermatozoides.
Se até os anos 80 era preciso ter vozeirão para ser locutor, hoje basta
saber se fazer entender para ser um comunicador. A voz é o menos
importante.
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1) A voz. Grossa, fina, grave, aguda ou média, ela não é a sua
primeira identidade de fala. Ao saber usar, será um diferencial
que vai lhe identificar sempre. A maneira como vai utilizá-la é
que vai completar o diferencial.
Na criação do seu estilo, nada impede que você procure alguém para
se inspirar. Um profissional famoso que você admira, o professor que
lhe ensina ou um personagem de ficção. Mas não pode confundir
exemplo com cópia. O mundo está cheio de comunicadores que são
meras cópias de outros. Muitas vezes cópias de exemplos ruins, o que
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piora ainda mais a situação, tornando o copiador uma grande mentira
de si próprio.
Segundo Nathaniel Branden, Ph.D. em Psicologia, as mentiras mais
devastadoras para a nossa autoestima não são as que contamos, mas
as que vivemos.
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9) Vive uma vida que não é sua;
10) Acredita mais nos outros do que em si mesmo;
11) Preocupa-se mais com o que outros pensam a seu respeito do que
com ele mesmo;
12) Fala uma coisa e faz outra.
Enfim, ser diferente não necessita esforço algum, basta fazer com que
sua maneira de ser seja o diferencial.
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Capítulo II
“A voz não é tudo. O tudo é como a voz fala”
Clóvis de Almeida Godoy
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O locutor é um comunicador que não precisa fazer da comunicação
um trabalho profissional, mas que não pode ser amador na hora de
comunicar. Falar às pessoas é uma grande responsabilidade, por isso,
temos que estar prontos para qualquer chamado de última hora, onde
falar se faz necessário e um improviso pode nos levar a receber
efusivos aplausos, ou nos colocar numa saia justa com a possibilidade
de terminar em diarreia.
Exageros de lado, saber falar no rádio ou em público não deveria ser
privilégio de uma minoria, mas infelizmente é. Trata-se mesmo de
um privilégio daqueles que se preparam.
Há os que já nascem com facilidade de comunicação entre pessoas,
mas até para esses a prática correta não é dispensável. Por isso, ao
projetar esse trabalho, o pensamento foi em, não só nos que tremem
só de pensar num microfone ou em falar na frente de pessoas
assistindo, mas nos que aprenderam de forma incorreta, fazendo
coisas horríveis na hora de se comunicar, achando que são o máximo.
Esses problemas vão do uso incorreto do microfone a
comportamentos ridículos diante das pessoas, passando por
cerimoniais risíveis e protocolos que mais parecem um circo
improvisado.
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convivência diária, o que facilita a interpretação, mas mesmo assim é
preciso saber falar de improviso ou ler como se assim fosse.
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dança de acasalamento. Outros falam demais, a ponto de constranger
convidados, fazendo discursos e adiantando a fala de quem realmente
deveria discursar, tentando mostrar que tem conhecimento do
assunto.
Ora, o locutor é sempre, em qualquer lugar, um mestre de cerimônias
e, como tal, deve proceder, servindo apenas de ponte para os assuntos
e pessoas em pauta. Jamais deve o destaque dos eventos que
apresenta.
Conheço um apresentador de cerimoniais numa entidade pública,
que, toda vez que apresenta as autoridades num evento, ao chamar
um convidado a falar, adianta tudo o que o sujeito poderia anunciar,
deixando apenas a opção de a pessoa agradecer e dizer: é isso aí!
Assim, jamais busque ser o centro das atenções quando você não é a
bola da vez.
Acessórios para falar
Estamos agora diante de um microfone. Nesse momento, entra um
“bichinho” chamado microfone, algo que faz tremer até mesmo
locutores e oradores experientes em muitas ocasiões, por mais que já
tenham falado em grandes rádios e em público. Não há quem não
trema. O truque é controlar a tremedeira nas pernas e fazer com que
ela acabe após o primeiro minuto de fala. Se estiver em pé, aperte um
joelho contra o outro. Isso ajuda a diminuir os tremores. Nessas
horas, a boca seca muito e atrapalha a fala. Para evitar isso, leve
consigo um pouquinho de sal em um recipiente que não ocupe muito
volume no bolso. Uma pitada de sal na língua antes de falar evita a
secura e ajuda na limpeza da garganta. Caso seja hipertenso, não faça
isso. Em lugar do sal, chupe uma bala doce antes, ou masque um
chiclete. Mas livre se deles na hora de falar.
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na terra, o locutor precisa conhecer o básico de um microfone, antes
de fazer bobagens diante dele. A verdade é que a maioria das pessoas
não sabe falar nessa ferramenta importante. Já vi locutores
experientes de discurso que não sabiam explorar os recursos dessa
peça magnífica. Não conhecem a distância que precisam manter a
boca da tela de proteção, não mantém a direção correta, cospem o
tempo todo e se enrolam quando há um fio. É um tal de “puf puf” nos
alto falantes que irrita a qualquer um. Por isso é preciso conhecer essa
“enxada”.
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Os Microfones Condensadores são projetados para captar muito
mais nuances e detalhes dos sons de instrumentos e de vozes. Por esse
motivo é um dos tipos de microfone mais utilizados em gravações em
estúdio. Ao vivo também é usado. Esses precisam de pilhas (bateria)
ou fonte externa para funcionar (os modelos condensadores acima,
da esquerda para a direita: microfone de estúdio de rádio ou
gravadora; lapela para apresentador, entrevistador e entrevistado.
O detalhe técnico
Meu objetivo não é a formação técnica do leitor, mas é preciso dar
pelo menos uma breve noção de como o som é captado e reproduzido.
Em palavras bem simples é isso: o microfone, como um “ouvido
eletrônico”, capta o som da voz, ou qualquer outro, e os transforma
em sinais elétricos (pulsos), enviando-os através de fios para um
aparelho amplificador. Este, por sua vez, transforma os sinais
elétricos em sinais sonoros novamente, através de autofalantes das
caixas de som, ou fones de ouvido.
Ha?
Mas aí você vai perguntar: E aqueles microfones que não têm fios?
Sim. Esses são mesmo chamados de “microfones sem fios”. Mas,
apesar do nome, eles também possuem fios, sim senhor! São
pequenas fiações dentro do corpo que abriga o microfone, onde
também há um transmissor de rádio que transmite a fala para um
receptor nas proximidades. Desse último saem então os fios que irão
para as mesas de som e posteriormente para os amplificadores e alto-
falantes.
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No caso dos microfones auriculares, como aqueles que o Ratinho e a
Ana Maria Braga usam, há um fio escondido dentro das roupas que
levam até o transmissor (“radinho”) preso na cintura ou na alça de
blusas.
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em local aberto. Parece que não, mas não existe ferramenta que junta
mais sujeira que um microfone. Em menos de 10 segundos pode
juntar uma carga viral suficiente para matar uma pessoa. Exagero?
Depois da Covid-19 não é não!
Em pé ou sentado?
Nos estúdios de rádio os locutores trabalham sentados, pois o número
de horas em que permanecem no serviço é muito grande para falarem
em pé. Já nos estúdios de gravação de comerciais, a maioria dos bons
profissionais falam em pé, o que facilita a emanação da voz,
proporcionando uma emissão de sons mais tranquila e uma
interpretação mais segura e brilhante. Mas tudo é uma questão que
varia de profissional para profissional. Há quem não sinta nenhuma
diferença em gravar sentado ou em pé.
A postura no falar
Os fisioterapeutas ensinam que é preciso sentar-se de maneira
correta quando falamos. A posição deve ser ereta, ou seja, reta, sem
ficar caindo para frente, para os lados, nem para trás. A retidão na
coluna mantém os pulmões expandidos totalmente, facilitando a
respiração corretamente.
O que eu posso dizer depois de tantos anos de experiência é que, com
o tempo, a gente se acostuma a falar até deitado, embora o certo é
manter as indicações do correto.
Falar em pé é realmente muito melhor. Principalmente se a pessoa
que fala está acima do peso. A voz sai com mais fluidez. É a posição
indicada quando se grava comerciais. A maioria dos estúdios de
dublagem de filmes adota essa postura nos estúdios. Os microfones
são posicionados junto aos púlpitos, onde o dublador coloca seus
textos e pode se apoiar para não cansar muito.
33
Capítulo III
O que pode ser usado para melhorar o som de vozes gravadas são os
recursos técnicos, como os equalizadores, processadores e
compressores de áudio. Antigamente, esses recursos só podiam ser
encontrados em aparelhos físicos, muito caros. Hoje, é possível uma
boa equalização ou inserção de efeitos sonoros com softwares em
computadores comuns. São os programas de edição, usados nos
estúdios de gravação ou ao vivo. Os mais comuns são o Sound Forge,
e o Samplitude, mas há muitos outros, inclusive um bem sofisticado,
usado em gravação de músicas, o Pro Tools.
Processador e
Mesa de som de Equalizador compressor de Processador e
rádio de som som compressor de
som
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Tem jeito para minha voz?
Em primeiro lugar, para se ter uma “boa voz” é necessário ter um
“bom ouvido”. Ele é quem vai nos dar o poder de avaliar quando
realmente a voz está bem colocada. É preciso ter a noção do que é
uma boa colocação de voz. E o que é uma voz bem colocada? Nada
mais do que uma voz clara que transmite as palavras com a nitidez de
se fazer entender fácil, numa interpretação precisa sem soar falso.
O processo de educação do ouvido se inicia na infância, ouvindo os
pais. Quando essas primeiras vozes com quem aprendemos são sons
“educados”, teremos “bons ouvidos” desde crianças. Caso contrário,
temos que educá-los.
A impostação da voz
Já perdi a conta das milhares de vezes em que fui perguntado sobre
como impostar a voz, fazer voz de locutor. Eis aqui uma grande
confusão, muitos acham que todo locutor precisa impostar a voz.
Primeiro, é preciso separar o verdadeiro sentido da palavra impostar,
que segundo o Dicionário Aurélio, vem do latim, impostare, que
significa emitir corretamente, nesse caso, a voz.
O “impostar” que tratamos aqui é a forma que se costuma empregar
para definir uma voz “pomposa”, ou como se dizia antigamente,
“empombada”, uma voz que a pessoa parece formar apenas na
garganta, como se não fosse necessário respirar com os pulmões.
Trata-se de um vício que se aprende sem necessidade alguma, por
muitos acharem que fica mais bonito, charmoso e mais profissional.
O comunicador não precisa desse artifício para “falar bonito”. Para
falar no rádio ou para uma plateia ao vivo não há a necessidade de
impostação nenhuma, basta ser claro, com a voz que tem. A boa
dicção é o suficiente.
A impostação é um cacoete que se adquire ao longo do tempo ou com
muito treinamento seguido. Se bem feita, ajuda a melhorar a
performance da interpretação.
Há muitos locutores e oradores que forçam tanto a voz para tentar ser
imponente que o máximo que conseguem é serem ridículos. Parecem
robôs ditando regras. Impostação de voz não é isso, é a colocação da
fala de forma a ser claro, convincente. Isso se consegue com a prática
do dia a dia. Há muita gente com dezenas de receitas e exercícios para
impostação de voz. Não se preocupe com isso, o tempo vai lhe dar a
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facilidade de impostar quando necessário. É como aprender a andar
de bicicleta, no início só tombos, depois pode até andar com as mãos
soltas do guidão.
Desde as cavernas
Desde sempre o homem busca do fundo das entranhas uma voz
grossa para se comunicar, com outro homem, mas, especialmente
com mulheres. O ser macho, desde pequeno, manifesta a ideia de que
a voz forte impõe autoridade. É normal na criança, que muitas vezes
nem fala ainda direito, simular uma fala “grossa” quando quer
parecer bravo e dar bronca nos próprios pais. O faz porque se espelha
na voz que dita ordens, do pai, da mãe ou dos dois, que se sempre é
dita de forma impostada de forma ditatorial, a que dá ordens.
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Você já viu um homem recitar uma poesia ou declamar um poema
fazendo falsete de voz fina? Nem vai ver, pois voz aguda e singela
lembra uma mulher, o feminino, o contrário da impressão que
qualquer macho gostaria de passar.
Assim como o urso se impõe ao adversário que disputa a mesma
fêmea, se erguendo nas patas traseiras e rosnando alto, o homem
engrossa a voz para impor sua autoridade, como se isso impusesse
barreiras para o opositor. Muitas vezes dá certo. Mas se numa dessas
o “valente” desafinar, vai ser um garnisé desafinado e perder o
respeito do adversário. No figurativo: está “morto”!
Conheço um rapaz, que já não é mais tão moço, que imposta tanto a
voz para conversar com as pessoas nas ruas que chega a perder o
fôlego. Coitado! Tenha a certeza de que impostar a voz como muitos
fazem, estufando o peito e as veias do pescoço, é coisa que ficou no
passado, no tempo em que quem não tinha voz grave, não tinha
espaço na comunicação falada. Vivemos outros tempos.
Note que o interesse de impostar a voz é uma particularidade dos
homens. As mulheres procuram falar bem, sem essa preocupação
desnecessária.
Resumindo: o grande segredo é ler em voz alta, e ler muito. Mas não
pense que depois de ler todas as páginas de um jornal você já passou
por toda a maratona de exercícios para ser um bom locutor. Se pensar
que isso é o suficiente, desista. Mas uma coisa é certa: após a primeira
semana de prática, de pelo menos uma hora por dia, você verá que
melhorou absurdamente.
Praticar e praticar
Antes de mais nada, vou lembrar: de início, todos os meus alunos no
IFPR não esconderam a falta de vontade em fazer os exercícios de
vozes. É que parecem chatos. Mas com o decorrer do curso, foram
aprendendo que é preciso praticar, pois o vovô já dizia que o que
entorta a boca é uso do cachimbo. Uma coisa completa a outra,
prática e teoria precisam andar juntas. Um velho ditado afirma que
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teoria sem a prática é estéril, mas a prática sem a teoria é cega, então,
só existe um jeito: aprender como se faz, fazendo.
Desenferrujando
Nossas cordas vocais precisam ser treinadas para falar. Desde muito
cedo aprendemos a usá-las para nos comunicar. Primeiro, chorando,
depois, dizendo papai e mamãe e, por último, pedindo: dá um
dinheiro aí...
Brincadeiras à parte, é preciso saber falar corretamente para nos
comunicar da melhor forma possível. Um comunicador não pode
gaguejar e nem ser fanhoso. Os dois problemas e muitos outros
podem ser corrigidos com a fonoaudiologia. Mas a firmeza no falar é
questão de prática, de tirar a “ferrugem”.
É preciso “desenferrujar” nosso instrumento de fala. Você pode, você
tem um grande orador ou locutora dentro de você, só não descobriu
ainda. É como uma escultura de um herói feita em pedra. Aquele
herói petrificado para a eternidade esteve sempre ali, dentro da
pedra, há milhões de anos. O que o escultor fez foi esculpir para
retirar os excessos que não faziam parte do herói, mas que estavam
coladas nele. Retirado o desnecessário, surge o herói. O escultor
apenas descobriu uma preciosidade escondida numa pedra bruta.
É claro que exagerei um pouco, mas é isso o que acontece com o seu
talento escondido. Precisamos retirar os excessos e dar um
acabamento.
Exercitando a voz
Alguns professores de fala ensinam exercícios físicos com a cabeça,
pescoço, ombros, braços, troncos e até com as pernas. Não quero aqui
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desmerecer essas atividades, mas as considero absolutamente
desnecessárias para o ato de falar a um microfone, usando a voz
profissionalmente. Um dos maiores comunicadores que conheci
havia sofrido um acidente que o deixou tetraplégico e seus
movimentos se resumiam no aparelho fonador, ou seja, na boca,
garganta e pulmões. Ele era um show. Por isso não vejo nenhuma
vantagem em se exercitar como se fosse jogar tênis de mesa ou subir
numa árvore como um macaco. Além do mais, não posso indicar
exercícios físicos a ninguém, por mais simples que sejam, pois não
sou fisioterapeuta nem professor de Educação Física. Uma amiga teve
que ser levada ao médico depois de fazer exercícios de pulinhos que
um palestrante de oratória mandou que a plateia fizesse. Teve uma
lesão no joelho, pagou sozinha a conta do tratamento e sofre com isso
até hoje.
Mordendo o lápis
Vamos então ao exercício mais famoso na prática de dicção, usado
para locutores, pastores, padres, professores, oradores e todos
aqueles que se utilizam de microfones e falas em público. O lápis na
boca! Alguns colegas acham esse exercício muito antiquado e sem
propósito, além de anti-higiênico. Pode ser antigo, antiquado, nunca!
A questão da higiene é problema de cada um. Tem gente que tem
mania de levar tudo que pega à boca. Isso é anti-higiênico. O lápis, ou
uma caneta, podem ser higienizados com álcool. Quem ainda achar
essa medida pouco higiênica deve ter nojo de chimarrão, onde a
bomba passa de boca em boca sem que ninguém a limpe.
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Eu sou testemunha de que esse exercício funciona formidavelmente,
pois é o exercício que me levou a ser apresentador de notícias no rádio
e até a ganhar concursos de interpretação.
Nesse exercício, além da leitura de textos, que não pode ser menos
que cinco minutos por vez, os chamados quebra-línguas são
fantásticas frases que permitem o desenvolvimento da pronúncia.
Use os, até falar o mais rápido que conseguir, sem errar.
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4) Um tigre, dois tigres, três tigres.
5) O sabiá não sabia que o sábio sabia que o sabiá não sabia assobiar.
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06) Debaixo da Pipa está uma Pita. APipa pinga e a Pita pia. Pia a Pita
pinga a pipa. Pinga a Pipa
pia a Pita.
07) Achei um ninho de Mafalagrifa com cinco Mafalagrifofinhos.
Quando a Mafalagrifa veio já os
cinco Mafalagrifofinhos tinham feito uma Mafalagrifofada.
08) Uma goiaba verdolenga quem desverdolengá-la um bom
desverdolengador será.
09) Sofia você sabia que o sábio não sabia que a sabiá não sabia que
o saibá sabia a assobiar?
10) Sou um original que não se deseroginalisará, nem quando todos
os originais estiverem
desoriginalizados.
11) Sabendo o que sei e sabendo o que sabes e o que não sabes e o que
não sabemos ambos,
saberemos se somos sábios ou simplesmente sabedores.
12) Debaixo daquela pipa tem um pinto, pia o pinto, pinga a pipa, a
pipa pinga, o pinto pia.
13) Um tigre, dois tigres, três tigres, tire o trigo dos três tigres.
14) O menino deu trigo ao tigre, e tigre comeu todo o trigo. Trazei
três pratos de trigo para três
tigres.
15) Um ninho de mafagafo com cinco mafagafinhos quem
desmafagar o ninho do mafagafo, bom desmafagafador será.
16) O desinquivincavacador das caravelarias desinquinvacavaria as
cavidades que deveriam
ser desinquincavacadas.
17) Três pratos de trigo para três tigres tristes.
Trava-línguas para exercitar a fala:
18) Não confunda ornitorrinco com otorrinolaringologista,
ornitorrinco com ornitologista, ornitologista com
otorrinolaringologista, porque ornitorrinco é ornitorrinco,
ornitologista é ornitologista e otorrinoralingologista é
otorrinolaringologista.
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Em seguida, retire a caneta e pronuncie todas as sílabas, abrindo a
boca ao máximo que puder. Você verá que vai conseguir pronunciar
as palavras com mais prazer.
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Capítulo IV
Os “macetes” da locução
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O rádio é um parceiro
Os vícios da latinha
Latinha é o apelido do microfone, desde os anos 40, pois naquela
época os microfones mais pareciam latas de óleo de comida. Eram os
velhos e ótimos microfones Telefunken ou RCA.
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Existem alguns vícios de falas pelo Brasil a fora, que as vezes é difícil
entender como é que alguém os mantém e, pior, mais inacreditável
ainda é ver que existem discípulos de muitas barbaridades
radiofônicas. Tive um aluno de rádio que em vez de seguir meu modo
de falar, ou o de outro companheiro mais antigo que eu, criou um
estilo próprio, onde prolongava a última sílaba da palavra final de
cada frase. Segundo ele, era um “eco natural” da voz, como se isso
fosse possível. Ele pronunciava as palavras terminadas nas
consoantes “m” e “n” de uma maneira tão engraçada que parecia
gozação. Palavras terminadas em “am” soavam no final como
“amgaaaaaaaaaaaaa”. Acabou apelidado de “Anga”. O mais incrível é
que ele fez seguidores que o imitam até hoje, numa fala normal, como
se fosse bonito.
E o maldito NÉ?
Esse é um dos piores vícios que rondam a maioria dos locutores. Já
me vi infectado por essa peste. A cada frase que pronunciava, lá vinha
o tal do “né?”. Trata-se do que chamamos de muletas de linguagem,
um subterfúgio quando “foge” a palavra que precisamos para dar
sequência ao assunto, e que depois de “viciadas”, as pessoas
continuam a falar um “né” a cada duas ou três palavras. Ninguém
sabe de onde vem esse costume, que deve vir do mesmo lugar de onde
surge o vício de resmungar “aaaaaaaaaa”, ou “éééééééééé´”, no meio
das frases.
Hoje, temos um vício moderno, que muitos acham “bonitinho”, mas
é horrível quando falado no rádio ou na televisão por um profissional
do microfone: “tipo assim”. Fuja disso, não pegue esse vício, nem
outros, pois largar é difícil.
Fácil, faça como eu: escreva vários cartazes (quanto maior, melhor),
e espalhe pela casa toda, no estúdio de rádio, no carro, na porta da
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garagem, no portão de saída e até ao lado do tapete, com as palavras
que teimam em ficar na boca sem necessidade nenhuma.
Uma para cada cartaz, de leitura rápida, se é que você tem mania de
usar várias “muletas” que o incomodam.
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Ênfase em lugar errado
Um efeito desnecessário ao final das palavras provém de um
entendimento errado da interpretação de textos. O locutor precisa
saber o que está lendo para seu público. Muitos prolongam a última
palavra de cada frase ou linha de texto, além de dar ênfase nela, como
uma “muleta”, segundos que usam para pensar na próxima coisa a
dizer. Isso se torna um hábito presente em tudo que se fala, ao vivo
ou gravado. Um exemplo:
“Vai baixar o preço da gasolina. Ouça daqui a pouco na melhor rádio
da sua CIDADEEEEEEE...”. Observe que a ênfase e o prolongamento
da sílaba foram para uma palavra absolutamente secundária, quando
o destaque estava na baixa da gasolina, um milagre que merecia o
destaque.
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Fale: “Vocês podem ligar para o telefone...”
Em vez de: “Vou estar sorteando um brinde”
Diga: “Vou sortear um brinde”.
Uma dica para não esquecer: evite usar qualquer verbo de ação no
gerúndio, ou seja, terminados em “ando” “endo” “indo” “ondo” e
“undo”. Mas preste atenção que isso não é nem nunca será uma regra,
trata-se de um macete para perder o vício do gerúndio em hora
errada.
Eu evito os excessos, mas uso o ando, endo, indo, ondo e undo,
desgraçadamente.
Para saber mais, consulte um livro de gramática ou então vá direto ao
Google e pesquise sobre gerúndios. Em menos de 15 minutos você
saberá o necessário sobre o tema para nunca dizer assim: “vou estar
entrando na internet para ir aprendendo como se pode estar
escrevendo melhor”. Como você diria essa última frase sem o
gerúndio horrível? Tente.
Fala direta
Falar no rádio é como se estivéssemos conversando cara a cara com o
ouvinte, por isso não temos que inventar ser diferentes nessa hora, é
só falar como a gente fala normalmente. As pessoas entendem melhor
o que queremos transmitir. Nada dos famosos “floreados”, que nada
mais são do que “enrolações” na cabeça do ouvinte. Um exemplo: há
muitos locutores que ao apresentarem um entrevistado ficam tecendo
comentários que enchem a paciência de qualquer um, falando coisa
mais ou menos assim: “Estamos aqui agora como o José da Silva,
nosso grande presidente da Associação Comercial da cidade, que
muito gentil e amavelmente atendeu ao pedido da nossa emissora que
sempre apoia as iniciativas do nosso comércio local. O José da Silva,
sempre solícito vem então para os seus cumprimentos e seu bom dia
para falar também da promoção de Natal desse ano. Bom dia Silva!”.
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Ora, falou muito e não disse nada. Não há a menor necessidade de
“encher a bola” do convidado. A cidade toda já sabe quem é o
entrevistado, portanto, vá direto ao assunto, assim:
“O nosso comércio se prepara para a promoção de vendas do Natal
desse ano. Para falar melhor sobre essa tradicional campanha nós
convidamos o presidente da Associação comercial, José da Silva. Bom
dia, presidente!
Pronto, é só isso.
A hora certa
Horas devem ser pronunciadas assim:
Após o meio dia, não diga 13, 14, 15 horas, e assim sucessivamente até
24 horas. Fale na forma comum do relógio analógico, conforme a
continuação das 11 horas da manhã. Não diga 12 horas, mas sim meio
dia, uma hora, duas horas, e assim por diante, até meia noite.
Não existe meio dia e meio. Não se trata da hora mais a metade de
um dia, mas sim de doze horas mais a metade da próxima hora.
Portanto, 12h30 é o mesmo que meio dia e “meia” (de meia hora).
Já meia noite e meia está certo. O “meia” fica entendido se tratar da
primeira meia hora do novo dia, porém é preferível dizer “passam
trinta minutos da meia noite”, ou “zero hora, trinta minutos”.
Cuidado para não dizer zero “horas”, pois a palavra hora só vai ao
plural (com “s”) quando são mais de duas horas. Até “01 hora e 59
minutos” continua no singular: hora, sem o “s”.
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A fome que come letras
Muito cuidado para não comer letras e sílabas, principalmente no
início das palavras. Da mesma forma, preste atenção para não
misturá-las em abreviaturas. Muitos locutores não desenvolvem a
dicção e juntam palavras como se fossem uma só. Veja alguns
exemplos de como ficam frases com sílabas “engolidas” pelo locutor
com “fome”:
Casas Garcia: casgarcia - Casa dos Retalhos: casretalhos
A porta tá aberta: apóraberta - A carta já chegou: acarchegou
Vida na fala
A entonação está para a locução no rádio, ou em público, como o
enquadramento está para uma foto. Quanto mais impactante, melhor
é o resultado obtido quando apresentamos a alguém. Essa entonação
é fruto das técnicas que apresentamos ao longo desse trabalho. Os
assuntos mais importantes devem ser tratados em falas pausadas,
para serem melhor entendidas. O volume da voz precisa ser
controlado conforme a entonação necessária e precisam exprimir a
alma, ou seja, demonstrar os sentimentos.
A locução pode deixar transparecer ao ouvinte toda a sorte de
emoções, como a raiva, ironia, amor, solidariedade, tristeza e alegria.
Os sentimentos fazem parte da vida de qualquer pessoa e não seria
diferente na hora de falarmos às pessoas em grande número.
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Mas o pior ainda está por vir: os direitos autorais das músicas que
você toca, até das trilhas sonoras de comerciais. É preciso pagar o
ECAD, o que não fica por menos de 500 reais mensais. Sem
faturamento fica inviável manter.
Há muitas dicas no Youtube de como manter uma rádio WEB, mas
nenhuma apresenta o milagre de como não pagar o ECAD sem correr
o risco de levar uma multa. Falam em músicas livres, mas são obras
que poucos conhecem e o seu ouvinte vai lhe cobrar os sucessos que
as rádios comerciais e televisão tocam.
Assim, rádio WEB é uma ilusão. As que dão certo possuem uma
estrutura que precisa de investimento. Se você tiver condições para
isso, vá em frente, caso contrário, não sonhe com algo que parece tão
perto, mas é de uma distância muito grande, pois os grandes
empresários e políticos que detém as concessões das rádios
comerciais não iriam facilitar as coisas para você em prejuízo dos
interesses deles.
Muitas pessoas querem fazer crer que a WEB rádio é uma coisa
totalmente diferente do rádio comercial em AM ou FM. Mas não é.
Trata-se apenas de um outro sistema de transmissão que difere do
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sinal elétrico convencional. A comunicação empreendida é a mesma,
não há novidade nenhuma. Pelo contrário, segue o mesmo padrão
que o apresentador Chacrinha um dia descreveu: nada se cria, tudo
se copia.
61
Há inúmeros programas de computador (software) que gerenciam
uma programação de rádio, soltando no ar, na hora programada,
locução, comerciais e músicas, sendo notícias, entrevistas e qualquer
outro tipo de produção previamente gravada.
Misturando sons
A mesa de som pode ser um simples
misturador de poucos sinais que pode ser
encontrada a baixo custo, ou sofisticados
mixers, nacionais ou importados.
Entre as características dessas mesas de
som estão o número de canais (para cada
sinal) e processamento desses, com
efeitos variados e número de canais
distribuidores. Podem ser no processo de
divisão de sinais chamado “estéreo” ou
“mono”.
A diferença está em que o estéreo utiliza dois canais de reprodução
das gravações, enquanto no formato mono, o sinal é processado em
apenas um canal.
É preciso deixar claro que não existe voz estéreo (a voz é mono). Esse
é um efeito que só existe para músicas e efeitos sonoros, onde
podemos separar uma quantidade diferente de instrumentos para
cada ouvido. É possível fazer a separação de instrumentos em muitos
62
canais. Caso do chamado “home theater”, usado para amplificar sons
de aparelhos DVDs na reprodução de filmes. Esses podem ter até
cinco ou mais canais que reproduzem diferentes sons em caixas
separadas, dando uma sensação de espaço, como se estivéssemos no
meio da cena em que acontece no filme.
Modificadores de sons
A maioria das emissoras pequenas não possuem processadores de
áudio, que modificam a qualidade do som, voz, comerciais ou
músicas, dando um “colorido” melhor, uma encorparão mais
agradável para o ouvinte. Da mesa misturada, o som vai direto para o
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transmissor, muitas vezes com uma qualidade que lembra quando
falamos com a cabeça dentro de uma lata.
Atenção, no ar!
O transmissor é o equipamento responsável por transformar o som
em sinais que viajam no espaço, até chegar ao rádio do ouvinte. Ele
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faz um processo chamado codificador, que é decodificado pelo
receptor, o aparelho de rádio propriamente dito.
São equipamentos que consomem muita energia, conforme suas
potências.
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Transmissor de FM para rádio comunitária. Pouco maior que um aparelho de DVD,
pesa menos que três quilos e, por Lei, não pode irradiar mais que 25 watts
66
As rádios comunitárias nasceram para dar vez e voz às comunidades,
porém, acabam caindo em mãos de uma meia dúzia, geralmente
políticos que fazem a mesma coisa que as rádios comerciais, fazendo
comunicação de lobby, onde só falam os pertencentes às panelas dos
dirigentes. São raras as rádios que abrem espaço para a população
falar de seus problemas, de suas lutas e conquistas. O jovem quase
nunca tem espaço para falar de cultura. Perdem um tempo enorme
tocando música, objetivo fútil em se tratando de um veículo criado
para dar oportunidade de fala à população.
Algumas emissoras de rádios comunitárias que acabam caindo nas
mãos dos donos de rádios comerciais, que as compram para evitar
concorrentes de audiência. Quem perde é sempre o povo que fica a
mercê de uma opinião só, sem opção até de distração.
Conforme o Ministério das Comunicações, as rádios comunitárias são
pequenas estações de rádio com o objetivo de funcionar como um
canal de comunicação dedicado exclusivamente à comunidade. Por
meio delas, podem ser divulgadas ideias, manifestações culturais,
hábitos sociais e tradições.
Rádios comunitárias não podem fazer propagandas como as outras
rádios. Mas pode ter apoio cultural. Entende-se por apoio cultural o
pagamento dos custos relativos à transmissão da programação ou de
um programa específico, sendo permitida, por parte da emissora que
recebe o apoio, apenas veicular mensagens institucionais da entidade
apoiadora, sem qualquer menção aos seus produtos ou serviços (MC).
Quanto custa? Esse investimento gira em torno de 3 a 4 mil reais,
tudo vai depender da qualidade dos equipamentos e do estúdio. O
verdadeiro segredo está no transmissor, ele é o fator principal da
rádio, e custa por volta de R$2.000 com cabo, antena, gerador estéreo
e potência de 25Watts (Agert).
Finalmente a antena
Para que o sinal do transmissor com a programação da rádio chegue
até o radinho do ouvinte é preciso uma peça muito importante que
faz parte, junto com transmissor, do sistema irradiante da emissora.
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É a antena. Um equipamento feito com metal, geralmente alumínio
ou cobre, constituído tecnicamente de forma a transmitir o sinal
gerado pelo transmissor. Um cabo elétrico ligando os dois é o
responsável pelo contato entre as duas partes finais de transmissão.
Uma boa antena pode promover ganhos excelentes, produzindo
rendimentos extras na transmissão, levando mais longe que o normal
a programação da rádio, de forma legal, conforme as exigências do
órgão que controla esse tipo de atividade, a ANATEL, do Ministério
da Comunicações.
Durante muitos anos trabalhei com transmissores e antenas, dando
manutenção nesses equipamentos. Cheguei a construir antenas para
substituir equipamentos principais, enquanto passavam por reforma
ou revisão. Certa vez reconstruí totalmente uma antena de rádio FM
destruída por um vendaval. Ela se espatifou em pedaços no chão.
Consegui recuperá-la como se reconstitui um carro velho.
O mesmo fiz com vários transmissores de válvulas ou já
transistorizados.
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Capítulo V
O hábito de ler nos deixa cada vez mais rápido na leitura. Portanto,
livros, revistas, jornais e até mesmo bula de remédios podem nos
deixar craques na leitura. Quanto mais praticamos, mais bons leitores
ficamos.
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Pronto para falar? Então vamos falar!
Nunca se esqueça de que comunicação não é o que você diz, mas sim
o que os outros entendem. Por isso é preciso ser claro, sem enrolação.
Temos que nos fazer entender com o menor número de palavras
possível, quando isso é possível. Alguém já disse: pense como um
sábio, mas fale como o povo. Simples assim.
Quando você escreve “vende-se essa casa” e coloca no muro, só passa
a ser comunicação após alguém ler, pois a comunicação só se
estabelece quando o receptor recebe o comunicado do emissor.
Portanto, comunicação no nosso caso, é realizada por um emissor que
fala e um receptor que ouve.
Locutor é um EMISSOR
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Seja qual for o caso, é preciso ter noção de que temos que saber o que
falar e quando falar. Mais à frente vamos falar de gravações e
produção de textos de anúncios e propagandas.
A voz da alma
A nossa alma também fala. Ela expressa os nossos mais puros
sentimentos e deixam à mostra tudo aquilo que pensamos de
determinado assunto, das pessoas, do mundo. Quando o
comunicador, seja ele locutor ou orador, consegue dar fluência aos
pensamentos emanados pela alma, ele atinge o coração do ouvinte,
no sentido de alcançar também a alma de quem lhe dá atenção. São
nesses momentos que demonstramos não só nossas verdades, mas
também muito do nosso conhecimento em torno de um universo
inteiro que nos rodeia e nos faz viver em comunidade.
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é treinar mais rapidez nas pernas curtas. Um caminhão tem enormes
pneus, mas não corre mais que um automóvel de rodas pequenas.
É por isso que sempre digo que o mais importante não é como a
voz fala, mas o que diz o dono da voz.
1) Anote isto: tudo o que você for produzir precisa obedecer a uma
regra importante, que pode ser simplificada numa fórmula para não
esquecer jamais. Ela é usada em qualquer tipo de anúncio,
propaganda e até na produção de reportagens e notícias. Memorize:
3Q + COP – Onde os 3 “Q” significam:
QUEM
QUÊ
QUANDO
O COP é de:
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COMO
ONDE
PORQUÊ
Vamos a um exemplo:
Suponhamos que alguém contratou você para fazer um anúncio de
baile na sua rádio ou falante de rua. Você fará ao anunciante as seis
perguntinhas básicas.
1) QUEM?
Quem é que está anunciando?
2) QUE?
O que será anunciado?
3) QUANDO?
Quando ocorreu ou vai ocorrer o fato?
4) COMO?
Como ocorreu ou vai ocorrer o fato?
5) ONDE?
Onde ocorreu ou vai ocorrer o fato?
6) PORQUÊ?
Por que aconteceu ou por que vai acontecer?
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3) Dia 12 de junho
4) No salão de baile com a Banda Brasil
5) Clube Militar
6) Comemorar o Dia dos Namorados
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na hora de gravar, principalmente quando o vendedor chega com um
novo texto para colocar no ar “ontem”, como dizem eles.
GRAVANDO!
No Capítulo V, em “Ênfase em lugar errado”, abordei a forma de dar
destaque nas frases. Seguindo aquela ideia, temos que é preciso
prestar atenção no lugar correto de chamar atenção para uma frase
falada.
Por isso, repito: é muito comum ouvir textos onde o locutor dá ênfase
na frase ou palavra errada. Se anunciamos “Olha a banana nanica
direto da roça pra sua mesa aqui no caminhão em frente à sua casa”,
o destaque deve ser para “banana nanica direto da roça” e não “frente
à sua casa”. O que importa no anúncio é o produto anunciado e não o
detalhe de onde está o caminhão, embora ele faça parte do anúncio.
A entonação mais forte é sempre em cima do objetivo principal, o
produto que está sendo anunciado e não no alvo a que se destina.
Assim sendo, o anúncio que produzimos acima deve ser lido com
destaques moderados, assinalados em negrito:
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INGRESSOS NA PORTARIA.
GRANDE BAILE DO NAMORADOS, NESSE DIA 12 DE JUNHO,
NO SALÃO DE BAILE DO CLUBE MILITAR.
Softwares de gravação
Uma das primeiras providências que os novos interessados em
locução tomam é o aprendizado de como gravar no computador. O
Youtube está lotado de videoaulas ensinando como gravar, editar e
fazer diversas peripécias com montagens de áudios. É só procurar por
“edição de áudio”, “gravação de voz”, “como editar comerciais” e
outras perguntas pertinentes à locução para aparecerem centenas de
vídeos e cursos ensinando como se faz.
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Os cursos mais completos são pagos, porém, há excelentes videoaulas
totalmente gratuitas com aprendizado garantido.
Os melhores softwares
de gravação são pagos,
como por exemplo o
Sound Forge, que eu
uso há 20 anos.
Porém, há versões
parecidas, de graça,
como o Audacity, que
faz excelente gravação
profissional, com
efeitos variados, como
eco e voz robô, para ser
usado em montagens de comerciais ou apresentações especiais.
Ele pode ser baixado gratuitamente na página do desenvolvedor,
www.audacityteam.org.
Pela praticidade, muitas gravações de última hora eu gravo no
Audacity. Para isso, ele não fica devendo nada ao Sound Forge. Os
trabalhos mais demorados faço no Sound Forge por simples questão
de prática, devido ao tempo maior de uso dele, em relação ao
Audacity.
O mito do estúdio
Muito se fala na montagem de estúdios para gravações de áudio ou
emissora de rádio. Durante boa parte de minha vida, paralelo ao
jornalismo e o trabalho de radialista, por força de necessidade fui
técnico de eletrônica especializado em manutenção de equipamentos
de radiodifusão. Montava estúdios e transmissores, e dava
manutenção depois de montados. Montei umas cinco emissoras de
rádio e um canal de televisão.
Foi nessa época que me especializei na montagem de estúdios e
aprendi os grandes segredos da acústica. Descobri vários mitos sobre
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paredes de estúdios, as verdades, as enganações e muitas bobagens
que até hoje ouço por aí sobre como deve ser um estúdio de gravação
ou de programação ao vivo.
Feito isso, vem a fase de acústica. A gaiola terá que ser escondida na
fase de construção de sala, com material de alvenaria ou em madeira.
É nesta cobertura que será colado o material acústico.
Aqui temos várias opções, desde a placa Sonex profissional, que custa
caro, até materiais mais em conta, a maioria em espuma.
Porém, há aquele famoso recursinho caseiro, o das bandejas de ovos.
Tanto as bandejas quando as placas de espumas são colocadas nas
paredes em pontos estratégicos para impedir a reverberação do som
produzido pela voz, quando se faz a gravação. Esses materiais
também podem impedir que o som de fora penetre no estúdio,
dependendo de como são instalados.
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Como estamos falando de como iniciar uma carreira de locutor, vou
ensinar como é que se faz um estúdio caseiro que não fica devendo
muito a um estúdio profissional.
Primeiro é preciso avisar que um estúdio caseiro não pode ser
montado em uma região de muito barulho de rua, cães latindo,
crianças gritando em brincadeiras animadas ou som muito alto no
vizinho. O projeto a seguir tem o objetivo de criar um ambiente que
retira a maior parte das reverberações da sala (eco). Se for montado
seguindo as instruções, é possível impedir barulhos externos que não
sejam muito alto, como os sons de carros, vozes em fala normais e
cantos de pássaros.
O custo é o mais barato possível. Já vou lhe adiantando que montei
recentemente um estúdio assim para a gravação de candidatos nas
eleições de novembro de 2020. Tudo foi absolutamente improvisado
em dos quartos de um apartamento alugado para ser o QG da
campanha. Embora o local era de grande movimento por ser centro
da cidade, funcionou perfeitamente. Muitas vezes foi necessário parar
a gravação para esperar passar um ronco muito alto de motocicleta,
mas nada que impedisse um bom trabalho.
Criar barreiras para impedir totalmente, ou quase, os sons de fora,
implicaria em mexer no prédio, construindo paredes e fechando
janelas com tijolos, o que necessitaria de investimentos
desnecessários para um estúdio que iria durar 35 dias e não precisava
de tanta exigência.
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Montada a estrutura em madeira,
colei de cima embaixo cerca de 100
caixas de ovos, formando uma
estrutura de papelão. infelizmente
não foi feita uma foto com a parede
pronta. Observe na foto abaixo que
até a mesa para equipamentos foi
improvisada com cavaletes e uma
porta deitada.
Estrutura de madeira que recebeu cerca de 100 caixas de ovos, formando uma parede de
papelão – infelizmente não foi feita uma foto com a parede pronta. Observe que até a
mesa para equipamentos foi improvisada com cavaletes e uma porta deitada. O candidato
ficava na ponta da mesa, onde ficava o microfone, para as gravações dos programas da
Justiça Eleitoral
80
suficiente para dar condições de gravar toda a demanda dos
candidatos.
O correto seria fazer estruturas como esta nas quatro paredes, mas
não teríamos tempo hábil.
Com esse exemplo, você pode construir o seu estúdio, na sua casa, em
uma pequena sala ou no seu quarto.
81
há necessidade nenhuma de estrutura de madeira ou metálica,
arranjos com móveis, nada. Basta segurar o cobertor ou uma coberta
grossa com as mãos enquanto fala.
Basta gravar em horários que não haja movimentação excessiva e
você poderá realizar trabalhos incríveis.
Quem disser que esse improviso não serve para uma gravação
profissional é porque nunca tentou fazer dessa forma. Pode fazer que
dá certo. Já gravei muitos comerciais assim e ainda vou gravar outros
tantos, até que meu estúdio seja construído. Quem ouve as gravações
não sabe se gravei a voz debaixo de um cobertor um num estúdio de
câmara projetado matematicamente em álgebras e revestido com o
mais caro Sonex.
Com esse conceito, você consegue entender melhor o que deve
oferecer um estúdio de gravação e projetar uma estrutura fixa, bem
acabada e funcional num espaço da sua casa ou sala comercial. Agora,
você tem ideia do que é básico sem ter que investir um dinheiro
desnecessário, se seu bolso é curto.
Porém, se tiver uma boa grana, contrate um engenheiro acústico para
um projeto em linhas baseadas em cálculos para cada tipo de
ambiente e objetivos. Um estúdio desses moldes deve custar em torno
de uns 20 mil reais, o mais em conta.
Já uma estrutura como a que montei para a campanha política não
passou de 200 reais. O mais caro foram os ripões e caibros. Se você
mesmo construir vai economizar na mão de obra.
Mito da cabine
Monto estúdios de rádio desde 1978. Trabalhei com grandes
profissionais da engenharia acústica de São Paulo, Rio de Janeiro,
Chile e Argentina. Com eles aprendi grandes segredos na
estruturação de uma cabine de locução. Realmente há muito que se
observar nos detalhes de engenharia. Muitos detalhes fazem uma
diferença enorme no produto final de uma gravação de voz ou
instrumentos musicais. Porém, o nível de sofisticação não precisa ser
atingido quando se necessita apenas de gravações simples, de uma
única voz por vez. Isso eu aprendi na prática, comparando trabalhos
82
feitos em estúdios de qualidade técnica com ambientes improvisados,
como a “cabaninha” com cobertor.
Claro que há diferenças gritantes quando analisadas por quem
entende de gravação de áudio, os profissionais da área. Mas para a
grande massa de ouvintes não faz a menor diferença no produto final,
porque para o ouvinte o mais importante é o conteúdo e não como ele
foi feito. Observe o som de uma novela de televisão, onde o áudio é
gravado direto, no ambiente, que embora seja um estúdio, não é uma
cabine de locução com todos os moldes de engenharia de áudio.
Se analisarmos o áudio dos diálogos, vamos perceber uma série de
ruídos e o som de ambiente de sala. Já viu algum telespectador
reclamar disso? Acontece o mesmo com os programas de rádio ou
comerciais.
Sem dúvida alguma a produção em um estúdio adequado é a melhor
opção para um trabalho profissional. Porém, se não temos as
condições para tal, a solução é partir para o velho ditado que afirma:
se não tem tu, vai tu mesmo. Não é porque você não tem grana para
construir um estúdio certinho que você não vai gravar nada ou deixar
de montar a sua rádio web.
83
Tudo isso precisa de técnica e só o treinamento pode ensinar a
manipulação correta desses acessórios. O uso incorreto só piora ainda
mais o que for ruim ou vai estragar o que é aceitável ou talvez ótimo.
Volto a afirmar, não tente fazer de uma voz fraca um vozeirão do tipo
Cid Moreira. Isso é impossível. O melhor é aprender a usar o que tem
de melhor.
84
Capítulo VI
85
Setores e Funções do Radialista
Radialista não é só o profissional que atua no rádio, mas também na
televisão e em diversos outros setores da comunicação, não só nas
funções ou setores artísticos, mas também nos departamentos
burocráticos e de manutenção. A Lei determina que a profissão de
radialista compreende as seguintes atividades: Administração,
Produção e Técnica. Veja as funções mais importantes:
Locutor (animador, anunciador, apresentador, noticiarista de rádio,
noticiarista de televisão, repórter, comentarista esportivo,
entrevistador), sonoplasta, operador de áudio, produtor, diretor
(artístico, esportivo, musical, câmeras, imagem, áudio e outros),
administração, discotecário, programador, assistente, contrarregra,
coordenador de áreas, e muitos outros. Ao todo, entre funções e
setores são mais de 100 classificações.
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Documentos necessários para o DRT
- 02 (duas) vias de requerimento devidamente preenchidas
- Cópia autenticada da Cédula de Identidade (RG)
- Cópia autenticada do Cadastro de Pessoa Física (CPF)
- Cópia autenticada do número, série e qualificação civil da Carteira
de Trabalho e Previdência Social (CTPS)
- Cópia autenticada da Certidão de Casamento (se houver alteração
de nome)
- Comprovante de Residência (conta de água, luz ou telefone)
- Cópia autenticada do diploma (para registro DEFINITIVO) ou de
certidão de conclusão, mais o termo de compromisso (para registro
PROVISÓRIO) de curso Superior de radialismo reconhecido na
forma da Lei ou cópia autenticada do diploma de curso técnico de
nível médio (2º grau) de formação específica ou certificado de aptidão
profissional fornecido pelo sindicato representativo da categoria.
- Carteira de Trabalho para a anotação do registro.
87
Preciso mesmo ser registrado para ser
locutor?
Não! Você não precisa de nenhum registro para ser locutor. Você
pode fazer locução na sua casa e negociar as gravações como qualquer
outro produto. Porém, muitas empresas exigem o registro para lhe
contratar como empregado, o que não é o caso de trabalhar por conta
própria, ou fazer gravações para qualquer empresa.
Você pode ter uma agência de propaganda ou trabalhar como
freelance (autônomo). Também poderá ser contratado por uma
emissora de rádio para fazer programas semanais, ou mesmo diário,
sem vínculo com a empresa, do tipo horário comprado. Para isso você
não precisa de nenhum registro.
Porém, para suas garantias presentes e futuras, todo registro é bem-
vindo, principalmente se você se preocupa com a aposentadoria.
Errar é humano
Todo mundo erra. O que não se pode é valorizar um erro, perdendo
tempo com explicações desnecessárias. Errou, está errado! Peça
desculpas, diga que foi um engano e continue em frente. Na maioria
das vezes os erros acontecem por falta de concentração. Portanto,
fique sempre focado no ato de falar. Se você sabe o que está falando,
jamais irá cometer um erro grave que não possa ser entendido como
um fato comum e sem consequências nenhuma. Esteja preparado. Os
erros pequenos nem são lembrados quando somos humildes para
reconhecê-los.
Porém, é preciso estar atento para não ofender pessoas e cair nas
garras da Justiça. Uma piadinha que, em princípio, pode parecer uma
bobagem qualquer, às vezes vira uma imensa dor de cabeça.
Reproduzo um texto do site do extra.globo.com: “Para quem não
lembra, em 2011, Wanessa e o marido, Marcus Buaiz, entraram na
justiça contra o ex-apresentador do ‘CQC’ após ele dizer, durante o
programa ao vivo, que ‘comeria’ Wanessa e o bebê que ela esperava.
Rafinha perdeu no primeiro julgamento e sua defesa entrou com
recursos. O humorista foi condenado a pagar R$ 150 mil à cantora”.
88
Capítulo VII
“O mais importante na comunicação é ouvir o que não
foi dito”
Peter Drucker
Nos últimos anos temos ouvido falar muito em PODCAST, que, para
mim, nada mais é do que um programa de rádio gravado e
disponibilizado na internet em forma de arquivo que qualquer pessoa
pode ouvir na hora em que quiser, ou seja, o rádio moderno.
A Globo televisão, jornais e na internet, tem investido muito nessa
forma de oferecer informação. Um dos sites que também trabalha
muito nisso é o UOL. É dele que tomamos a liberdade de copiar a
seguinte definição:
89
gratuitamente em plataformas que oferecem isso gratuitamente. Eu
uso o Blogger, que é totalmente de graça.
Com o tempo, se tornará cada vez mais fácil e você verá que estará
falando cada vez melhor, sem a preocupação de impostar a voz, sendo
você mesmo.
Não! Não é possível sair montando uma rádio que “pegue” em rádios
comuns sem ter uma conceção do governo federal. É até possível
comprar ou montar um transmissor de AM ou FM e fazer
transmissões de falas e músicas. Mas isso se constitui crime e você
pode sofrer sanções da Justiça por isso, inclusive até ser preso.
90
Ministério das Comunicações e licença para operar a radiofrequência
atribuída pela Anatel. A atividade clandestina de telecomunicação é
crime previsto na Lei 9.472/97, artigo 183, com pena de detenção de
dois a quatro anos, aumentada pela metade se houver danos a
terceiros, além de multa de R$ 10 mil. O Código Penal também prevê
o delito em seu artigo 336.
91
gênero, orientação sexual, religião e convicções políticas ― o
proselitismo político ou religioso é proibido.
https://maxcast.com.br/blog/radio-comunitaria-como-criar-uma-web-radio-
voltada-para-a-comunidade/
94
— dizia ele, conforme as características de cada e com argumentos
diferentes.
Com essa lábia, conseguia atrair a atenção de pessoas, fazendo com
que seu trabalho fosse diferenciado entre os demais locutores que
prestavam o mesmo tipo de serviço.
Importante observar que ele chamava a atenção das pessoas de
maneira respeitosa, sem ridicularizá-las.
95
Capítulo IX
97
1916 – Forest coloca no ar em Nova York o primeiro programa de
rádio de que sem tem notícia, com conferências, música de câmara,
gravações e o primeiro registro de radiojornalismo em forma de
boletins da eleição presidencial vencida por Woodrow Wilson.
98
1924 - A Rádio Clube Paranaense faz a sua primeira transmissão em
27 de junho de 1924, em Curitiba. Internacionalmente reconhecida
como PRB-2, é a terceira emissora de rádio do país e a primeira do
Paraná .
99
1938 - Acontece a primeira transmissão esportiva em rede nacional,
da Copa da França, por Leonardo Gagliano Neto, da Rádio Clube do
Brasil, do Rio de Janeiro.
100
1958 - A transmissão via satélite é inaugurada com o Score I, primeiro
satélite artificial de telecomunicações; as transmissões comerciais
iniciam-se sete anos depois, com o lançamento do Intelsat I. No
mesmo ano, é levada ao ar a emissora Merkur, a primeira rádio pirata
do mundo.
101
2003 - Emissoras internacionais de onda curta começam a transmitir
em tecnologia digital. Tudo leva a crer que os padrões digitais se
tornem populares nos próximos anos e sejam adotados em todo o
mundo. Além dos ouvintes, que terão um som com qualidade digital
– igual à FM e ao CD – também em ondas médias, longas e curtas, a
indústria eletrônica é a grande beneficiária dessa revolução
tecnológica. Estima-se que 2,5 bilhões de receptores serão
substituídos progressivamente, além de antenas no mundo inteiro.
102
GLOSSÁRIO
103
BLOCO: segmento da programação, composto de notícias, matérias,
música etc.
BOLETIM: Breve informativo transmitido pelo próprio repórter
sobre assunto abordado em entrevista, ou baseado em informações
que não foram gravadas.
BREAK: expressão inglesa que significa parar, significa o intervalo
comercial.
104
COMPACTO: edição sucinta de um programa já transmitido pela
emissora.
CONCISÃO: qualidade do texto de rádio. Síntese.
CORRESPONDENTE: jornalista encarregado de fazer a cobertura de
determinada cidade ou região, dentro ou fora do país e de enviar
regularmente matérias e boletins para a emissora.
COZINHA: trabalho de reescrever textos – adaptar, atualizar,
condensar.
CRÉDITO: identificação dos profissionais responsáveis por trabalho
jornalístico de real importância: repórter, produtor, agência
noticiosa, etc.
CRÍTICA: entrevista opinativa sobre fato jornalístico emitida por
especialista ou ouvinte.
CRÔNICA: texto radio jornalístico desenvolvido de forma livre e
pessoal a partir de fatos da atualidade. A crônica de rádio tem
preocupação com aspectos sonoros do texto e é assinada pelo redator.
105
EDIÇÃO EXTRAORDINÁRIA: trabalho radio jornalístico que não
estava programado, diante de fato importante e atual. Precedida de
sinais sonoros bem marcantes.
EDITOR: profissional encarregado da edição. Editor de matéria:
executa a edição de matérias. Editor de programa: produção total de
determinado programa. Editor de área: responsável por determinada
área ou setor.
EDITOR RESPONSÁVEL: pessoa que assume para efeitos jurídicos a
responsabilidade total sobre o conteúdo de uma matéria.
EDITORIAL: texto opinativo, escrito de maneira impessoal, sem
identificação do redator, sobre assunto nacional ou internacional,
que define ou expressa a opinião da emissora.
EFEITO ESPECIAL: artifício sonoro produzido pelo sonoplasta –
chuva, vento, passos, etc.
EMENDAR: unir um trecho de gravação a outro.
ENCERRAMENTO: trecho final de um programa ou de uma matéria.
ENQUETE: levantamento de testemunhos públicos. O mesmo que
fala povo.
ENVIADO ESPECIAL: repórter que viaja para apurar determinado
acontecimento e produzir matérias especiais.
ENXUGAR: redigir um texto, eliminando todos os elementos
supérfluos.
ESTOURAR: ultrapassar o tempo programado para a transmissão.
EQUALIZAÇÃO: correção eletrônica de sinais de gravação e de
reprodução, corrigindo as deformações na intensidade das
frequências, para diminuir a distorção e fazer com que o som
reproduzido seja semelhante ao original.
106
transmissões em FM sofrem menos incidência de ruídos e
apresentam melhor fidelidade de resposta.
FONTE: fonte de informação. Pessoa, órgão, entidade ou mesmo uma
documentação que gerou o fato noticiado.
FUNDO: o mesmo que background ou BG.
FURO: notícia divulgada em primeira mão.
FUSÃO: mistura de dois temas musicais diferentes, ou vozes, ruídos
que indicam mudança de ambiente, tempo ou situação. Mistura de
sons.
GANCHO: elemento que justifica a matéria e a torna oportuna. É a
relação da matéria com o ouvinte.
107
NOTÍCIA: relato de um fato jornalístico de interesse e importância
para a população.
108
ROTEIRO: texto que apresenta o desenrolar total do programa de
rádio; também significa a relação de comerciais que devem ser
veiculados em ordem de horário, no jargão radiofônico é o mesmo
que “tripa”.
109
Capítulo X
111
Rádio que pensa sobreviver tocando músicas não irá longe. Mesmo
as que só tocam o gospel. É que música é música, independente de
gêneros, gostos, idades ou qualidade. Cada um ouve aquilo que gosta
e as opções podem ser atendidas por milhões de arquivos que
qualquer um pode obter pela internet, plataformas que tocam música
e outros meios que possibilitem ouvir o que quiser, na hora que
quiserem. Assim, o rádio que pensa escolher o que o cidadão deve
ouvir está acabando, está no fim.
112
não havia para quem vender. Milhões de sacas de café foram
queimadas, muita gente faliu, perdeu fazendas.
Esperamos não chegar a esse patamar, mas a coisa não está bonita.
BIBLIOGRAFIA
113
Ferraretto, Luiz Artur, Rádio / o veículo, a história e a técnica / 2000
Sagra Luzzatto.
http://pronatec.ifpr.edu.br/wp-content/uploads/2012/07/la1.pdf -
26/12/202- 17h50
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web-radio-voltada-para-a-comunidade/- acessado em 27/12/2020 –
20h27
http//drauziovarella.com.br/crianca-2/fobia-social/ (05/09/2013-
10h30)
http://www.radio.ufpr.br/portal/historia/ - acesso em 26/12/2020
– 16h46
https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/socrates.htm - 01/01/2020
https://g1.globo.com/podcast/noticia/2019/04/25/o-que-sao-
podcasts.ghtml - Sobre Podcast - acessado em 27/12/2020
https://extra.globo.com/famosos/processado-por-wanessa-rafinha-
bastos-faz-piada-com-gravidez-de-camilla-camargo-23382087.html
(acessado em 26/12/2020, 15h49)
114
Comitê Nacional de Cerimonial e protocolo - SENAC – Cerimonial e
Protocolo
Locutor Aprendiz
Clóvis de Almeida Godoy
Clóvis de Almeida Godoy iniciou no mundo da arte impressa aos 12 anos de idade,
como montador de carimbos, para pouco tempo depois dar sequência na profissão
de gráfico em um jornal de sua cidade.
Ainda na década de 1970, apenas pelo gosto de falar ao microfone, iniciou uma
programação, como se fosse de rádio, num serviço de alto falantes que havia na
cidade. Era a “voz do poste”.
115
Em Curitiba, em 1978 conheceu o rádio, aprendendo a fazer locução na Rádio
Marumby.
Tendo uma primeira formação em eletrônica, foi técnico montador e de
manutenção em várias emissoras de rádio e televisão no Paraná.
Com a profissão paralela de radialista, se dedicou a programas ao vivo e na gravação
de textos comerciais, se especializando na produção de textos publicitários,
literários, jornalísticos e comerciais, o que o levou a voltar a estudar, tendo se
formado em Jornalismo, pela Faculdade Sul Brasil, de Toledo.
Nos últimos 42 anos tem atuado em jornais, rádios e televisão, no Paraná e Mato
Grosso, como apresentador, produtor, redator, gerente e diretor de emissoras.
Nos últimos anos tem se destacado no jornalismo, na função de assessor de
imprensa, como assessor de câmara e prefeituras municipais.
Em 2013 foi professor de um curso sobre rádio e oratória no IFPR, Campus de Assis
Chateaubriand-PR.
A partir de 2014 assumiu os departamentos de jornalismo das rádios Difusora e da
TV Descalvados SBT de Cáceres, em Mato Grosso. Logo em seguida, foi assessor de
imprensa da Câmara Municipal e da Prefeitura Municipal na mesma cidade. Antes,
de 2005 a 2012 havia sido assessor de imprensa da Câmara Municipal e da
Prefeitura Municipal de Assis Chateaubriand, no Paraná.
Atualmente, Clóvis de Almeida Godoy se dedica ao trabalho de escritor.
Locutor Aprendiz
Contatos
jornalistagodoy@gmail.com
falante@hotmail.com
gohdoy@hotmail.com
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