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PLANO CONVEXO OU PLANO DE ARGAND - GAUSS

 A cada número complexo

z = x + yi

vamos associar o ponto (x, y) do plano cartesiano


ℝ²;

 Essa associação é biunívoca, isto é, cada


número complexo está associado a um ponto do
plano cartesiano;

 ponto do plano cartesiano está associado a um


único número complexo.
Assim, o conjunto ℂ dos números complexos é representado geometricamente pelo plano
ℝ², que neste caso é chamado de plano complexo ou plano de Argand-Gauss.

No plano complexo, o eixo das abscissas é chamado eixo real (Re) e o eixo das ordenadas
de eixo imaginário (Im).

Cada ponto P(a, b) desse plano é denominado de imagem (ou afixo) do número complexo

a + bi. eixo imaginário (Im)

b P (a, b)

0 a eixo real (Re)


6 eixo imaginário (Im)

EXEMPLO z2
5

3 z3

Determine o complexo 1
z4
associado a cada ponto no -5 -4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5 6 eixo real (Re)
-6
-1
plano de Argand – Gauss.
-2

-3 z1

-4

-5

-6
(2, -3)  z1 = 2 – 3i Lembrando que 𝑧ҧ é
conjugado de 𝑧:

(0, 4)  z2 = 4i 𝑧 = 𝑎 + 𝑏𝑖
𝑧ҧ = 𝑎 − 𝑏𝑖
(2, 3)  z3 = 2 + 3i

(-2, 0)  z4 = - 2

O complexo z1 é conjugado do z3.

No plano encontramos o ponto que representa o conjugado de um


número complexo através de uma reflexão em torno do eixo real
(Re).
MÓDULO DE UM NÚMERO COMPLEXO
 O módulo de um número complexo z = x + yi (𝐱 ∈ ℝ 𝒆 𝒚 ∈ℝ) é a distância do

ponto (x, y) ao ponto (0,0) do plano de Argand-Gauss.

𝝆= 𝒛 = 𝒙𝟐 + 𝒚𝟐
Im

O módulo do número complexo


2

z1 = 3 + 4i é:
1

-1 1 2 3 4
Re

-1
PROPRIEDADES DO MÓDULO DE UM NÚMERO COMPLEXO
Sendo 𝒛 , 𝒛𝟏 𝒆 𝒛𝟐 números complexos e n um número inteiro, tem-se:

1) |z| 0

2) 𝒛 . 𝒛ത = 𝒛 𝟐

3) |𝒛𝟏 𝒛𝟐 | = |𝒛𝟏 ||𝒛𝟐 |

𝒛𝟏 𝒛𝟏
4) = , com 𝒛𝟐 ≠ 𝟎.
𝒛𝟐 𝒛𝟐

5) 𝒛𝒏 = 𝒛 𝒏 , para todo n, se 𝒛 ≠ 𝟎 𝒐𝒖 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒏 > 𝟎, 𝒔𝒆 𝒛 = 𝟎.


ARGUMENTO DE UM NÚMERO COMPLEXO
 Dado um número complexo z = a + bi (𝐚 ∈
ℝ 𝒆 𝒃 ∈ ℝ), consideremos no plano de
Argand-Gauss os pontos O(0,0), P(a, b) e o
ângulo cujos lados são o semieixo positivo
Ox, e a semi-reta 𝑶𝑷.

 Medindo o ângulo Pôx, no sentido anti –

horário, a partir do semieixo 𝑶𝒙, obtém-se


𝝋 (𝟎 ≤ 𝝋 < 𝟐𝝅) denominado de argumento
do número complexo z.
DETERMINAÇÃO DO ARGUMENTO DE UM NÚMERO
COMPLEXO
 A distância de OP = 𝝆 é o módulo do

complexo

𝝆= 𝒛 = 𝒂𝟐 + 𝒃𝟐

𝒂 𝒃
𝒄𝒐𝒔𝝋 = ∴ 𝒔𝒆𝒏𝝋 =
𝝆 𝝆
FORMA POLAR OU TRIGONOMÉTRICA DE UM
NÚMERO COMPLEXO
𝒂
𝒄𝒐𝒔𝝋 = ∴ 𝒂 = 𝝆. 𝒄𝒐𝒔 𝝋 (eq.1)
𝝆

𝒃
𝒔𝒆𝒏𝝋 = ∴ 𝒃 = 𝝆. 𝒔𝒆𝒏 𝝋 (𝒆𝒒. 𝟐)
𝝆
𝝋
Substituindo (eq. 1) e (eq. 2) na forma algébrica 𝑧 = 𝑎 + 𝑏𝑖

𝑧 = 𝜌. 𝑐𝑜𝑠 𝜑 + 𝜌. 𝑠𝑒𝑛 𝜑𝑖

𝒛 = 𝝆 (𝒄𝒐𝒔𝝋 + 𝒊 𝒔𝒆𝒏𝝋 )
EXERCÍCIOS
1) Determine o módulo 𝝆 e o argumento 𝝋 de cada um dos seguintes
números complexos:

a) Z = 𝟑+𝒊

b) Z = 2 -2i

2) Dê a forma trigonométrica de cada um dos números complexos:

a) Z = 1 – i

b) Z = - 3i
RECORDAR É VIVER
Simétricos de 30° Simétricos de 45°
Simétricos de 60°
Sinais de Seno e cosseno no ciclo trigonométrico.
Seno e cosseno de
alguns ângulos
Multiplicação de números complexos na forma trigonométrica

Sejam 𝑧 = 𝜌 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 𝜑 𝑒 𝑤 = 𝑟 cos 𝛽 + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 𝛽 , então:

z.w = 𝜌. 𝑟 [cos 𝜑 + 𝛽 + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 (𝜑 + 𝛽)


Exemplo:

Sejam 𝑧 = 3 cos 25° + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 25° 𝑒 𝑤 = 5 cos 65° + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 65° , então:

𝑧 = 15 [cos 25° + 65° + 𝑖 𝑠𝑒𝑛(25° + 65°)]

𝑧 = 15 [cos 90° + 𝑖 𝑠𝑒𝑛(90°)]

𝑧 = 15 0 + 𝑖 1

𝑧 = 15 𝑖.
Divisão de números complexos na forma trigonométrica

Sejam 𝑧 = 𝜌 𝑐𝑜𝑠𝜑 + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 𝜑 𝑒 𝑤 = 𝑟 cos 𝛽 + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 𝛽 , então:

𝑧 𝜌
= [cos 𝜑 − 𝛽 + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 (𝜑 − 𝛽)
𝑤 𝑟
Exemplo:
Sejam 𝑧 = 6 cos 10° + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 10° 𝑒 𝑤 = 3 cos 40° + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 40° , então:

6
𝑧= [cos 10° − 40° + 𝑖 𝑠𝑒𝑛(10° − 40°)]
3
Anti-horário

Portanto: 𝜃 = 360° − 30° = 330°

3 −1
𝑧=2 +𝑖
2 2
30°

3 −1
𝑧 =2. − 2 .𝑖
2 2

𝑧 = 3−𝑖

horário
Potenciação de números complexos na forma trigonométrica

Seja 𝑧 = 𝜌 cos 𝜑 + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 𝜑 , 𝑒𝑛𝑡ã𝑜:

𝑧 𝑛 = 𝜌𝑛 cos 𝑛. 𝜑 + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 𝑛. 𝜑 ,

Conhecida como a primeira fórmula de Moivre.


Exemplos:
𝜋 𝜋
 Calcular 𝑧 , 𝑠𝑒𝑛𝑑𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑧 = 2
7
cos +𝑖 𝑠𝑒𝑛 .
6 6

𝑧 7 = 27 [cos 7 . 30° + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 7. 30° ]

𝑧 7 = 128 (cos 210° + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 210°)

− 3 −1
𝑧7 = 128 +𝑖
2 2

−128
𝑧7 = 3+i
1° 2° 3° 4° 2
Sen 𝜑 + + - -
Cos 𝜑 + - - +
𝑧 7 = −64 3+i .
Exercício
20
1 3
1. Calcular − +𝑖
2 2
RADICIAÇÃO EM ℂ

 𝟏𝟔 = ±𝟒; solução não negativa.

 −𝟏𝟔 → 𝒙2 = −𝟏𝟔; não existe 𝒙𝝐ℝ.

o Em ℂ:

−𝟏𝟔 = 𝟏𝟔 . −𝟏
= ±𝟒𝒊.
𝟑
 𝟖

o 𝐄𝐦 ℝ:
𝟑
𝟖 = 𝟐; 𝒑𝒐𝒊𝒔 𝟐𝟑 = 𝟖.

𝟑
o Em ℂ: ∃ 𝒛𝝐ℂ  𝐳 = 𝟖  𝒛𝟑 = 𝟖
𝒛 = 𝒓 𝒄𝒐𝒔𝝋 + 𝒊 𝒔𝒆𝒏𝝋
𝒛𝟑 = 𝒓𝟑 (𝒄𝒐𝒔 𝟑𝝋 + 𝒊 𝒔𝒆𝒏 𝟑𝝋)
𝒛𝟑 = 𝒓𝟑 𝒄𝒐𝒔 𝟑𝝋 + 𝒊 𝒔𝒆𝒏 𝟑𝝋 = 𝟖 𝒄𝒐𝒔 𝟎 + 𝒊 𝒔𝒆𝒏𝟎

𝟑
𝒓𝟑 =𝟖→𝒓= 𝟖=𝟐

𝟑𝝋 = 𝟎 + 𝟐𝒌𝝅; 𝒌 ∈ ℤ

𝟐𝒌𝝅
𝝋=
𝟑
Atribuindo valores para k:

𝒌 = 𝟎 → 𝝋 = 𝟎 → 𝒛𝟏 = 𝟐 𝒄𝒐𝒔 𝟎 + 𝒊 𝒔𝒆𝒏 𝟎

𝟐𝝅 𝟐𝝅 𝟐𝝅
𝒌=𝟏 → 𝝋= → 𝒛𝟐 = 𝟐 𝒄𝒐𝒔 + 𝒊 𝒔𝒆𝒏
𝟑 𝟑 𝟑

𝟒𝝅 𝟒𝝅 𝟒𝝅
𝒌=𝟐 → 𝝋= → 𝒛𝟑 = 𝟐 𝒄𝒐𝒔 + 𝒊 𝒔𝒆𝒏
𝟑 𝟑 𝟑
Observe que há exatamente 3 raízes cúbicas distintas do número 1, todas têm
𝟐𝝅
módulo igual a 2 e seus argumentos formam uma PA de razão .
𝟑

As imagens dessas raízes no plano de Argand-Gauss são vértices de um


triângulo equilátero, cujo centro é a origem do sistema.
Para todo w ∈ ℂ , 𝒆𝒙𝒊𝒔𝒕𝒆 z ∈ ℂ, 𝒕𝒂𝒍 𝒒𝒖𝒆 𝒛𝒏 = 𝒘, 𝒏 ∈ ℕ, 𝒏 > 𝟏

𝒘 = 𝒓 𝒄𝒐𝒔𝜽 + 𝒊 𝒔𝒆𝒏𝜽 𝒛 = 𝝆 𝒄𝒐𝒔 𝝋 + 𝒊 𝒔𝒆𝒏𝝋

𝝆𝒏 𝒄𝒐𝒔 𝒏𝝋 + 𝒊 𝒔𝒆𝒏 𝒏𝝋 = 𝒓 𝒄𝒐𝒔𝜽 + 𝒊 𝒔𝒆𝒏𝜽

𝝆𝒏 = 𝒓  𝝆 = 𝒏
𝒓

𝒏𝝋 = 𝜽 + 𝟐𝒌𝝅, 𝒌 ∈ ℤ

𝜽 + 𝟐𝒌𝝅
𝝋=
𝒏
𝜽+𝟐𝒌𝝅 𝜽+𝟐𝒌𝝅
𝒛𝒌 = 𝟑
𝒓 𝒄𝒐𝒔 +𝒊 𝒔𝒆𝒏 ;𝒌 ∈ ℤ
𝒏 𝒏

Significa que cada 𝒛𝒌 vai ser uma 𝒛𝒌 = 𝒏


𝒘; 𝒌 ∈ ℤ

𝟑 𝜽 + 𝟐𝒌𝝅 𝜽 + 𝟐𝒌𝝅 𝒏
𝒓 𝒄𝒐𝒔 + 𝒊 𝒔𝒆𝒏 = 𝒓(𝒄𝒐𝒔 𝜽 + 𝒊 𝒔𝒆𝒏𝜽
𝒏 𝒏

Conhecida como a segunda fórmula de Moivre.


Propriedades:

As raízes n-ésimas de um número complexo não-nulo w = 𝑟 cos 𝜃 + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 𝜃 são n números


2𝜋
𝑧𝑜 , 𝑧1 , 𝑧2 , 𝑧3 , … , 𝑧𝑛−1 diferentes entre si, com módulos iguais a n ρ e argumentos em PA de razão 𝑛 .
Interpretando geometricamente, as imagens dessas raizes n-ésimas são os vértices de um polígono
regular convexo de n lados, cujo centro é a origem de ℝ².

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