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BIOSSEGURANÇA

 Biossegurança conjunto de
medidas voltadas para a prevenção,
minimização ou eliminação de riscos
inerentes às atividades de pesquisa,
produção, ensino, desenvolvimento
tecnológico e prestação de serviços,
visando à saúde do homem, animais, a
preservação do meio ambiente e a
qualidade dos resultados.(Teixeira & Vale,
1996 e Deffume, 1997)
ACIDENTE DE TRABALHO - Legislação

Legislação em vigor 1992

 ACIDENTE DO TRABALHO 
aquele que ocorre pelo exercício do
trabalho a serviço da empresa
provocando lesão corporal ou
perturbação funcional que cause
morte, perda ou redução da
capacidade, permanente ou
temporária, para o trabalho.
ACIDENTE DE TRABALHO

 Fatores que dificultam a notificação:


 Falta de conhecimento do procedimento correto de
notificação;
 Ausência de um Departamento de Saúde
Ocupacional;
 Fato de a notificação ser um procedimento
demorado e também complicado;
 Despreparo dos profissionais de saúde para
reconhecer o trabalho como um possível agente
causal para os agravos à saúde;
 Falta de informação dos trabalhadores sobre os
riscos ocupacionais aos quais estão expostos.
RISCO OCUPACIONAL
 Conceito: é a probabilidade de consumação
de um dano à saúde ou à integridade física do
trabalhador, em função da sua exposição a
fatores de riscos no ambiente de trabalho.

 Tipos:
 riscos químicos
riscos físicos
riscos mecânicos
riscos biológicos
riscos ergonômicos
riscos psicossociais
RISCO BIOLÓGICO

 Tipos de Exposições:

 Exposições Percutâneas – lesões provocadas por


instrumentos perfurantes e cortantes(agulhas, bisturi,
vidrarias); Exposições em Mucosas – respingos na face
envolvendo olho, nariz, boca ou genitália;

 Mordeduras Humanas – consideradas como exposição


de risco quando envolverem a presença de sangue, devendo
ser avaliadas tanto para o indivíduo que provocou a lesão
quanto àquele que tenha sido exposto.
RISCO BIOLÓGICO

 Riscos de Transmissão:

HIV - Vírus da Imunodeficiência Humana

0,3% em acidentes percutâneos


0,09% em exposições em mucosas
Pele não-íntegra – não é precisamente quantificado
(menos que 0,09%).

Maioria dos casos de contaminação pelo HIV no mundo por


AT – 70% dos casos comprovados e 43% dos prováveis,
envolvem a equipe de enfermagem.
RISCO BIOLÓGICO

 Materiais Biológicos de transmissão HIV:

 Sangue, outros materias contendo sangue, sêmem e


secreções vaginais.

 Líquidos de serosas (Peritoneal, Pleural, Pericárdio),


Líquido amniótico, Líquor e Líquido articular (líquidos de
baixo risco para transmissão viral ocupacional).

 Suor, lágrima, fezes, urina, vômitos, secreções nasais


e saliva (exceto em ambiente odontológico) são líquidos
sem risco de transmissão ocupacional. A presença de
sangue, nestes líquidos torna-os infectantes.
RISCO BIOLÓGICO
 Vírus da Hepatite B

HBV é encontrado:

 Sangue
 Leite Materno
 Líquido Biliar
 Líquor
 Fezes
 Secreções Nasofaríngeas
 Saliva
 Suor
 Líquido Articular
RISCO BIOLÓGICO

 Vírus da Hepatite C

 Transmissão eficiente = Sangue


 Exposição a outros materiais biológicos 
 Exposições Mucosas – Rara
 Nenhum caso envolvendo pele íntegra
 Contato indireto – Não relatados na literatura
RISCO BIOLÓGICO

 Prevenção da exposição a
materiais biológicos
Prevenção é a principal medida
para evitar contaminação

 Precauções Básicas ou
Precauções Padrão
PRECAUÇÕES PADRÃO

 Recomendações Específicas a serem seguidas:

Ter a máxima atenção durante a realização dos


procedimentos;

Jamais utilizar os dedos como anteparo durante


a realização de procedimentos que envolvam
materiais perfurocortantes;

As agulhas não devem ser reencapadas,


entortadas, quebradas ou retiradas da seringa
com as mãos;

Não utilizar agulhas para fixar papéis;


PRECAUÇÕES PADRÃO
 Recomendações Específicas a
serem seguidas:
Todo material perfurocortante (agulhas, scalp,
lâminas de bisturi, vidrarias, entre outros),
mesmo que estéril, deve ser desprezado em
recipientes resistentes à perfuração e com
tampa;

Os coletores não devem ser preenchidos


acima do limite de 2/3 de sua capacidade total
e devem ser colocados sempre próximos do
local onde é realizado o procedimento;
PRECAUÇÕES PADRÃO

Mudanças nas práticas de trabalho,


educação continuada;

Utilização de métodos alternativos. Ex.:


substituição de materiais de vidros por
plástico;

Uso de EPI.
EPI – NR 6
 Roupas Protetoras – avental de manga longa,
permanentemente fechado, devendo ser utilizado no
interior do local de trabalho, não devendo ser utilizado
em bares, lanchonetes, bancos, etc.
 Gorros – em áreas privativas e durante procedimentos
com possibilidade de contato com Material
Biológico(M.B.).
 Capotes – (de algodão ou material sintético) durante
procedimentos com possibilidade de contato com M.B.
 Óculos
 Calçados fechados e Botas – proteção dos pés em locais
úmidos ou com quantidade significativa de material
infectante (ex.: C.C., áreas de necrópcia e
laboratórios.
O uso de propés, compostos de material permeável,
usados com sandálias e sapatos abertos não permitem
proteção adequada.
MEDIDAS RELACIONADAS AO HCV

 A única medida eficaz para eliminação do


risco de infecção pelo vírus da hepatite C é a
prevenção.

 Não existe nenhuma medida específica eficaz


para a redução do risco de transmissão do
vírus da hepatite C após exposição
ocupacional.
RECOMENDAÇÕES SOBRE BIOSSEGURANÇA
CDC- ATLANTA

 Todo material biológico é por princípio contaminado;

 Todo material químico é por princípio prejudicial à saúde;

 As superfícies de trabalho devem ser descontaminadas


pelo menos duas vezes ao dia;
 É proibido manter pertences, bolsas jornais, flores,
casacos, ventiladores, rádio e tv , em área técnica;
 Sempre lavar as mãos antes e após cada procedimento e
antes de deixar a área técnica;
 Todos os procedimentos devem ser conduzidos com o
máximo de cuidado, visando evitar a formação de
aerossóis;
 Todo material biológico, sólido ou líquido, deve ser
descontaminado antes da lavagem ou do descarte.
RECOMENDAÇÕES SOBRE BIOSSEGURANÇA
CDC- ATLANTA

 É expressamente proibido na área técnica:

- Comer, beber e fumar;

- Fazer aplicação de cosméticos;

- O manuseio de maçanetas, telefones,


puxadores de armários, ou outros objetos de
uso comum por pessoas usando luvas;
- Deve ser procedido o controle de insetos e
roedores nas dependências da área técnica;
- As bancadas devem ser impermeáveis e
resistentes a ácidos, álcalis, solventes
orgânicos e calor moderado. O mobiliário deve
ser firme e com espaços para facilitar a
limpeza;
RECOMENDAÇÕES SOBRE BIOSSEGURANÇA
CDC- ATLANTA

 Cabelos: presos na sua totalidade.


Em áreas de controle biológico, o uso de gorro
é obrigatório (laboratório de cultura,
microbiologia, isolamento, C.C. etc.);

 Sapatos: exclusivamente fechados.

 Jóias e bijuterias: deve-se usar o mínimo


possível.
RECOMENDAÇÕES SOBRE BIOSSEGURANÇA
CDC- ATLANTA

 Maquiagem e perfume: liberam partículas, na maior


parte aderentes, pois contém glicerina, mica, titânio,
entre outras coisas.
O excesso de batom e rímel e o laquê.
O perfume deve ser evitado são poluentes
ambientais pacientes tem intolerância a odores,
e podem impregnar filtros de ar condicionado de
ambientes fechados.

 Unhas: curtas e bem cuidadas. Não devem


ultrapassar a “ponta dos dedos”. Preferencialmente
sem conter esmaltes, principalmente nas áreas de
isolamento e laboratórios de cultura celular e C.C.,
pois o esmalte libera partículas por micro-
rachaduras.
RECOMENDAÇÕES SOBRE BIOSSEGURANÇA
CDC- ATLANTA

 O acesso às áreas técnicas devem ser


limitados;
 Tenha cuidado ao ligar um aparelho, verifique
a voltagem e tome o máximo de cuidado
durante o uso;
 Não jogue nenhum material sólido, produto
químico e biológico dentro da pia, ou da rede
de esgoto comum;
 Proíba o uso de ventiladores na área técnica;

 Não utilize substâncias não identificadas.


RESÍDUOS HOSPITALARES

Todo resíduo produzido em unidade de saúde.


“ Lixo Hospitalar” importante problema para a saúde
pública e para o meio ambiente.

Hospitais  grandes geradores de resíduo

Hospital – 160 leitos  600 cirurgias/mês



Descarta em média 9 toneladas de resíduo infectante/mês
TRATAMENTO DO LIXO??????

ATENÇÃO ESPECIAL
CONDICIONAMENTO, ARMAZENAMENTO,
COLETA, TRANSPORTE E DISPOSIÇÃO FINAL

DESCARTE INADEQUADO NO AMBIENTE-


ALTERÇÕES NO SOLO, NA ÁGUA E NO AR.
 Coleta Interna
NBR 12809, os agentes devem utilizar: EPIs –
uniforme, luvas e gorros, óculos de segurança,
botas de borracha e máscara.

Transporte: carro próprio


transporte separado de resíduo
resíduo líquido – tambores lacrados

Destino Final: valas sépticas


incineração
autoclavagem
desinfecção química
microondas
Tempo de sobrevivência de alguns
microorganismos do lixo

ORGANISMO TEMPO DE VIDA(DIAS)

Salmonella Typhi 29 - 70
Entamoeba histolytica 8 - 12
Ascaris Lumbricoides 2000 - 2500
Bacilo Tuberculose 15 - 43
Vírus Pólio 20 - 170
Bacilo do Tétano 10 - 12 anos
REFERÊNCIA BIBLIOGÁFICA
RAPARINI, C ; VITÓRIA, M. A. A.; LARA, T. R. Recomendações para
atendimento e acompanhamento de exposição ocupacional a material
biológico: HIV e Hepatites B e C . Ministério da Saúde- Disponível em:
WWW.riscobiologico.org

Segurança e Medicina do Trabalho- Manuais e Lesgilação Atlas- 54a


ed. Editora Atlas S. A. 2004

MOROSINO, J. J. G.. Lixo Hospitalar – O Problema. Disponível em :


WWW.lixohospitalar.vilabol.uol.com.br

DEFFUME, E. .Biossegurança e Ética – Normas de biossegurança para


áreas hospitalares e laboratorial. Disponível em :
WWW.hemocentro.fmb/unesp.br

TEIXEIRA,P. & VALLE, S. . Biossegurança: uma abordagem


multidisciplinar- Rio de Janeiro : ed. Fiocruz, 1996.
Referência bibliográfica

WHO. Laboraty Biosafety Manual – Geneve : 2a ed., 1993

COSTA, M. A. F.. Biossegurança: elo estratégico. Fiocruz . Disponível


em : WWW.biossegurança.com

A Situação atual dos Resíduos Hospitalares no Brasil. Revista Meio


Ambiente Industrial. Edição 29, n. 28 de Jan/Fev. 2001. Disponível em:
WWW.kompac.com.br
Artigo de uso único

http://www.anvisa.gov.br/divulga/eventos/xi_jornada_controle/280706_14h50_mariusa.pdf
Introdução

• Muitos dispositivos são fabricados


e comercializados como sendo de
uso único (descartáveis).
• A reutilização de artigos médicos
de uso único tem sido uma prática
utilizada em muitos países, e tem
suscitado discussões de ordem
técnica, econômica e ético-legal.
Reuso no mundo - EUA
conferência reuso - 1999
• FDA (Food and Drug Administration) e AAMI (Association for the
Advancement of Medical Instrumenttion)

• Sugere-se regulamentação e um guia de


padrões que contenha medidas de limpeza,
desinfecção e esterilização, artigos que
podem e que não podem ser reprocessados,
classificação dos artigos como critico,
semicrítico e não critico em relação a risco e
definição clara sobre reuso,
reprocessamento e reesterilização.
Reuso no mundo – Brasil

• Portaria nº 8/7/88 M/S


• Oficio circular nº 33 16/8/98
ANVISA
• RDC 30 30/02/2006
ANVISA
Riscos relacionados a limpeza

Limpeza e desinfecção inadequada tornam inviável o


reprocessamento
• Estudo de limpeza e esterilização com formaldeido, em
trocaters mostrou:
– 50% de falha na limpeza, e esterilização ineficaz
Chan, ACW et al Surgical Endoscopy 22 august 2000.

O método de limpeza pode não ser eficaz em remover debris


dos guias de aço inox
• Estudo com fios-guia e cateteres de angiografia, após um
reprocessamento:
- Presença de debris na parte interna do cateter, (Microscopia
eletrônica)
Ravin e cols, Radiology, 1977 Mar, 122(3):577-9
Riscos - Funcionalidade

Falha mecânica
• Alteração do material que afete a
eficiência do produto.
Riscos – Conclusões

• Reprocessamento pode deteriorar os cateteres


• O reprocessamento pode comprometer a
funcionalidade e qualidade do artigo
• Pode haver alteração na flexibilidade e
resistência do material e quebra do material,
por danos na estrutura
• Deterioração é distinta entre vários tipos de
cateter (Amarante, JA)
• Alguns métodos de limpeza não retiram
debris dos cateteres e pode ocorrer oclusão
Reuso: o que temos de novo

Artigo de uso único


• Produto que, após o uso, perde suas características
originais ou que, em função de outros riscos reais ou
potenciais à saúde do usuário, não deve ser
reutilizado.
Portaria MS no 4 7/2/86

• Qualquer produto médico, odontológico e


laboratorial destinado a ser usado na prevenção,
diagnóstico, terapia, reabilitação ou anticoncepção
que pode ser utilizado uma única vez.
Portaria no 30 ANVISA 15/02/2006
Reuso: o que temos de novo

Produto médico reutilizável

• Qualquer produto médico, odontológico e laboratorial


destinado a ser usado na prevenção, diagnóstico, terapia,
reabilitação ou anticoncepção que pode ser re-processado
mediante protocolo validado.

Portaria nº 30 ANVISA 15/02/2006


Reuso o que temos de novo

Potaria nº 8/7/88
• Autoriza reprocessamento de artigos descartáveis
com exceção daqueles de uso único cujo
reprocessamento é vedado. É proibido a
comercialização destes produtos

Oficio circular nº 33 16/8/98 ANVISA


• Os cateteres de alta complexidade e de alto custo,
utilizados para diagnóstico e terapia em
hemodinâmica, cardiologia intervencionista , neuro-
radiologia e angiografia que não perdem suas
características, podem ser reutilizados
Reuso o que temos de novo

ANVISA RDC 30 30/02/2006


• É proibido em todo o território nacional , por qualquer tipo de
empresa, ou serviço de saúde , público ou privado, o
reprocessamento dos produtos enquadrados no inciso I do artigo
30 desta resolução

• Artigo 70 é vedada a utilização das expressões “Proibido


Reprocessar ou “Üso Único” em rótulos e nas instruções de uso
de produtos que não constam na lista publicada na Resolução
Específica n0 XXX e suas atualizações

• Para reprocessamento devem ser adotados protocolos validados


Dificuldades e desafios

• Funcionalidade/Integridade
• Quem avalia é o usuário ou algum
laboratório?
• Como fazer esta avaliação?
• Avaliação complexa
Dificuldades e desafios

• Limpeza
• Facilidade de limpeza: tipo de material, são desmontáveis?
• Equipamento para limpeza: uso de lavadoras ultrassônicas
• Qualidade e eficácia do produtos utilizados: concentração, tempo de
exposição,compatibilidade com o material e método de limpeza
• Qualidade da água de enxágue : livre de endotoxina (osmose reversa)
• Validação do processo de limpeza. Como proceder? Lupa/testes
LIMPEZA INTERNA COM DETERGENTE
ENZIMÁTICO (40 ML)
LIMPEZA E
ENXÁGÜE
EM ÁGUA
CORRENTE
SECAGEM
Conclusão

• Paraaprovar a eficiência do reuso são


necessários estudos controlados com número
de amostras adequado e parâmetros
Definidos

• Aferição de qualidade
Conclusão

• Reprocessamento
• Épolêmico
• Gera controvérsias
• Avaliar riscos (segurança do paciente)
• Levar em consideração
• O custo (é custo –benefício?)
• Se o artigo não permite limpeza
• Se a esterilidade pode ser demonstrada
• Se a funcionalidade e integridade podem ser demonstradas e
documentadas.
• Desenvolver protocolo e validar
Conclusão

A instituição é responsável ética e

legalmente pelo reprocessamento de seu

material, mesmo que este seja realizado

por uma firma terceirizada.


Mensagem:
“Quem não
compreende um
olhar também
não
compreenderá
uma longa
explicação.”

Provérbio arábe

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