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Microeconomia

Modelo empírico do mercados

1
Apresentação

1. Introdução

2. Objecto da Microeconomia

3. Limitações da micro- teoria

4. Ciência positiva

5. exercícios

2
Introdução
Tendo o indivíduo liberdade de acção, os
modelos empíricos (do comportamento)
tornam-se limitados na previsão das
alterações induzidas por choques exógenos
de tipo diferente dos que ocorreram no
passado.

3
Introdução (cont..)
É necessário usar modelos teóricos que
sejam suficientemente genéricos e distantes
da realidade empírica a ponto de abarcarem
novas situações.

– Modelos “profundos”

4
Introdução (cont…)
• Como a realidade económica resulta da
agregação das decisões individuais,
• Os modelos profundos terão que ter por
base teorias quanto à tomada de decisão
individual.
– Modelos à escala “micro”
– Esta argumentação faz parte da critica de
Lucas

5
Introdução (cont…)
• Os modelos “micro”, sendo construções do
intelecto, terão como desvantagem serem
apenas hipóteses explicativas, mais ou
menos fundamentadas, e não verdades
incontestáveis.
– Os princípios teóricos não são observáveis

6
Introdução (cont…)
• No sentido de desenvolvermos a
necessidade dos modelos profundos,
• Apresentamos em primeiro lugar um
modelo empírico do mercado,

– Posteriormente, aprofundamos este modelo e


estudamos alguns problemas de política.

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Objecto da Microeconomia
• Objecto. A Microeconomia trata das
decisões dos agentes económicos de
pequena dimensão (etimologicamente,
micro que dizer pequeno).

Além do indivíduo, pode ser a família, a empresa, etc.


mas nunca um país.

8
Objecto da Microeconomia
• Os bens e serviços crêem-se homogéneos
mesmo que comportem algum grau de
agregação

ex., Maçãs, banana, papaia, produtos vegetais frescos,


etc.

9
Objecto da Microeconomia
• À escala “micro”, a decisão dos indivíduos
quanto à afectação dos recursos escassos
(bens e serviços) tem como principal
variável o preço relativo.

Teoria dos preços relativos.

10
Objecto da Microeconomia
• Por oposição, temos a Macroeconomia que
trata das questões agregadas ao nível dos
países.

Os preços têm muito menor importância.

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Limitações da micro-teoria
• Limitações. Uma das criticas mais fortes
ao uso da escala “micro” é que dois
indivíduos idênticos não tomam
necessariamente a mesma decisão.

12
Limitações da micro-teoria
• Será o modelo que erra (ou por falta de
informação)?

Será o individuo que erra (30% do


comportamento é racional e o restante é
aleatório)?

13
Limitações da micro- teoria
• Modelo: apesar de parecerem idênticos,
cada indivíduo tem uma história diferente
que é desconhecida.

• Apenas se a história fosse


perfeitamente conhecida é que seria
possível uma previsão sem erro.

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Limitações da micro-teoria
• Indivíduo: a capacidade de cálculo do
cérebro é limitada, não resolvendo
problemas muito complexos.
• O pensamento humano pode ser
parcialmente aleatório (tipo Método de
Monte Carlo).

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Limitações da micro-teoria
• Os resultados microeconómicos devem ser
interpretados como uma tendências e não
podem ser olhados no pormenor.

São importantes porque permitem


compreender a economia em novas
situações
, quando forem aplicadas novas políticas
16
Limitações da micro-teoria
• Para o gestor, são importantes por
estarem ao nível dos preços e das
quantidades.

• Permite a compreensão da resposta dos


mercados à alteração das suas acções.

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Ciência positiva
• Economia positiva.

• Para que haja progresso terá que ser


gerado conhecimento novo.
– Se nos contentarmos em saber bem o que a
geração anterior criou, não podemos aspirar a
ter um nível de vida superior.

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Ciência positiva
• A imaginação é mais importante que o
conhecimento. Porque o conhecimento
está limitado ao que sabemos e
compreendemos enquanto que a
imaginação abarca todo o mundo e tudo o
que vier a ser conhecido e compreendido.
Albert Einstein (1879-1955)

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Ciência positiva
• Para que possa haver conhecimento
novo, o conhecimento antigo tem que
poder ser retomado por qualquer outro
homem sem necessidade de o refazer.
• Terá que ser utilizado um método
objectivo de criação de conhecimento: o
método científico.
– Terá que ser universal e não pessoal.

20
Ciência positiva
• O método científico é positivo
i. o investigador não emite opinião moral sobre o
fenómeno (i.e., se a Natureza está bem ou mal);
ii. o conhecimento é um modelo (matemático) da
realidade (e não a realidade);
iii. resultam dos modelos predições que podem ser
testadas empiricamente e;
iv. apenas as hipóteses explicativas que estão em
acordo com a realidade é que podem ser aceites
como válidas (não basta não poder provar que
são falsas).
21
Ciência positiva
• Por exemplo,
• É um facto que existem OVNIs.
• E não se pode provar que não sejam
máquinas extraterrestres.
• Mas, a sua existência não é uma evidência
positiva de que existam extraterrestres.

22
Ciência positiva
• O conhecimento científico serão hipóteses
sobre a realidade

– vão sendo progressivamente reforçadas e


aceites por uma percentagem cada vez maior
de pessoas,
– ou enfraquecidas e aceites por uma
percentagem cada vez menor de pessoas.

23
Ciência positiva
• Por exemplo,
• A teoria de evolução das espécies é
actualmente uma teoria muito forte e
aceite por muitas pessoas.
• No entanto, há muitas pessoas que não a
aceitam.

24
Conhecimento normativo
• Economia normativa.

• Além de haver muito conhecimento não


objectivo (ex, o conhecimento estético,
religioso ou filosófico)
• o fim último do conhecimento é a tomada
de decisão (a acção).

25
Conhecimento normativo
• A acção obriga a classificar as situações
como boas ou más e saber o sentido de
evolução que melhora as situações.
– e.g., eu dizer que a pobreza tem que ser
combatida pressupõe que é uma coisa má.
– Então, estou a adoptar uma perspectiva
normativa: o que fazer para transformar a
realidade no sentido que eu penso ser bom.

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Exercício
• Ex1.1: Que analises têm subjacente uma
perspectiva positiva ou normativa?
• A) Se a EU liberalizar a politica de vistos
para os indivíduos de elevada
escolaridade, os países africanos ficam
sem médicos;
• B) Quando a temperatura desce, o preço
das verduras aumenta;

27
Exercício
• C) Os subsídios agrícolas da EU são
prejudiciais às economias dos países
africanos;
• D) O investimento das autarquias deve
ser canalizado para os espaços públicos
(e.g., jardins e vias de comunicação) em
desfavor dos espaços privados (e.g.,
habitação e estacionamento).

28
Exercício
• R: A) e B) Perspectiva positiva;
• C) e D) Perspectiva normativa.

29
Factos estilizados
• Factos estilizados. A Natureza é
demasiado complexa para as nossas
capacidades de observação e raciocínio
• É necessário que decomponhamos (i.e.,
analisemos) a realidade em algumas
variáveis assumidas como independentes
e que nos concentremos apenas nas
tendências gerais dessas variáveis de
estudo.

30
Factos estilizados
• e.g., o salário de uma pessoa depende de
muitos factores e condicionantes:
– se é homem ou mulher, a sua experiência, o
jeito natural, a idade, a altura e peso, etc.
• Mas, se nos concentrarmos nas “mais
importantes”, observa-se que, em média,
existe uma tendência positiva entre o nível
de escolaridade e o salário.

31
Factos estilizados
• Denominam-se por factos estilizados.

• as “grandes tendência” das variáveis e dos


seus relacionamentos.

• e.g., quando a temperatura desce,


aumentam as vendas de guarda-chuvas e
diminuem as de gelados.
32
Modelo empírico de mercado

33
Modelo empírico de mercado
• As pessoas necessitam de trocar bens e
serviços entre si.
– Os indivíduos apreciam o consumo
diversificado de bens e serviços.
– têm uns b&s em grande quantidade e outros
em pequena quantidade
• por haver diversidade de clima, de recursos
naturais ou resultante da especialização na
produção

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Modelo empírico de mercado
• e.g., as pessoas que vivem à beira-mar
têm muitas sardinhas e pouco milho
enquanto que as que vivem mais no
interior têm muito milho e poucas
sardinhas.
• Todas as pessoas melhoram se houver a
possibilidade de trocar sardinhas por
milho.

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Modelo empírico de mercado
• O preço traduz a razão de troca entre
cada par de bens,
– e.g., eu troco três kg de milho por cada kg de
sardinhas preço da sardinha = 3kg milho/kg
– Como vivemos numa economia com moeda,
cada bem terá o seu preço monetário.
– Cada b&s será vendido/comprado contra uma
quantidade de moeda.

36
Modelo empírico de mercado
• No modelo do mercado de um b&s
existem

– variáveis endógenas: o preço nominal e a


quantidade transaccionada

– variáveis exógenas: múltiplos parâmetros.

37
Modelo empírico de mercado
• Em termos empíricos, a quantidade
transaccionada é um fluxo físico que varia
consoante o preço do bem ou serviço.
– Também pode ser apenas uma quantidade

38
Modelo empírico de mercado
• Por necessidade empírica, o fluxo é uma
média em referência a uma unidade de
tempo
– Barris de petróleo por dia
– Toneladas de carne de vaca por mês
• O preço é em unidades monetárias por
unidade física do bem ou serviço
– Meticais por consulta

39
Modelo empírico de mercado
• Se não houvesse alterações nas variáveis
exógenas (que traduzem tudo que é
exterior ao preço e quantidades),
• O mercado estaria sempre igual:
– Um determinado preço
– Um determinado fluxo
e.g., ao preço de 1,00/t são transaccionadas
10t/dias de maçãs

40
Modelo empírico de mercado

41
Modelo empírico de mercado
• Mas as variáveis (que assumimos)
exógenas estão em constante alteração,
– A temperatura, o vento, a humidade, a hora
– Os preços de outros bens e serviços
– Os preços das matérias primas
– A bolsa, a taxa de câmbio
– O meu nível de glicemia no sangue
– etc.

42
Modelo empírico de mercado
• O mercado, quanto a preços e
quantidades, vai sofrer influência de todas
as variáveis exógenas, alterando-se hora
a hora as quantidades transaccionadas e
os preços

43
Modelo empírico de mercado
2,00 €
preço

1,50 €

1,00 €

0,50 €

0,00 €
0 5 10 Quantidade15
(t)

44
Modelo empírico de mercado
• Desta figura não é possível conjectura
qualquer regularidade que possa ser
aproveitada na explicação da evolução
das variáveis endógenas.
– Quando ocorrem alterações exógenas
• No sentido de descobrir as Leis da
Natureza que caracterizam o mercado,
teremos que analisar acontecimentos
isolados.

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Modelo empírico de mercado
• Vamos “analisar” o mercado
– i.e., parti-lo em três partes – análise parcial
• Walras (1834-1910) e, principalmente, Cournot,
(1801-77) e Marshall (1842-1924).

• Existem agentes económicos


– “especializados” em vender
– “especializados” em comprar
– O mercado vai compatibilizar os dois tipos

46
Modelo empírico de mercado
• Existem alterações exógenas que afectam
(mais) a decisão dos compradores e não
afectam (tanto) a decisão dos vendedores.

• Vejamos primeiro “alterações da procura”


– São alterações do padrão de procura
induzidos por alterações dos valores das
variáveis exógenas ao mercado.

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Modelo empírico de mercado
• e.g., nos últimos anos, a apetência para
consumir milho tem aumentado
– na alimentação animal e humana (há +
pessoas).
– na produção de bio-combustíveis.
• As condicionantes da oferta (tecnologia e
área disponível) têm-se mantido.
– Apresento na figura seguinte a evolução do
mercado (preço e quantidade transaccionada)
• dados inventados
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Modelo empírico de mercado
400 € 130
Mt
Preço
350 € 125

300 € 120

250 € 115
Quantidade
200 € 110

150 € 105

100 € 100
1990 1995 2000 2005 Ano

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Modelo empírico de mercado
• Nesta figura nota-se uma regularidade na
evolução das variáveis endógenas (estão
positivamente correlacionadas)
• Façamos um gráfico com os preços de
transacção e com as quantidades
transaccionadas
– quando aumenta o preço de mercado,
também aumenta a quantidade
transaccionada.
50
Modelo empírico de mercado
400 €
preço

350 €

300 €

250 €

200 €

150 €

100 €
100 105 110 115 Quantidade 120
(Mt)

51
Modelo empírico de mercado
• Nesta figura, em simultâneo com o
aumenta do preço de mercado, observa-
se um aumento da quantidade
transaccionada.
– Se houver um novo reforço da procura, o
preço e a quantidade transaccionada
aumentarão.

52
Modelo empírico de mercado
• e.g., os consumidores apreciam mais as
verduras cruas no Verão que no Inverno,
não havendo diferenças na produção.
• O mercado tem dois períodos distintos: o
Verão e o Inverno.
• Apresento na figura seguinte a evolução
do preço e da quantidade transaccionada
de verduras (dados simulados)

53
Modelo empírico de mercado
Preço
1,7

1,6
Verão
1,5

1,4

1,3
Inverno
1,2

1,1
100 110 120 130 140 150 Quantidade
160 170

54
Modelo empírico de mercado
• Nesta figura também, em simultâneo com
o aumenta do preço de mercado, observa-
se um aumento da quantidade
transaccionada.
• Em ambos os exemplos, a um preço
mais elevado está associada uma
quantidade transaccionada maior.

55
Modelo empírico de mercado
• Vejamos agora “alterações na oferta”

• e.g., a produção de leite é menor quando


o Inverno é seco e vice-versa.
• O consumo não se altera.
• Apresento na figura seguinte a evolução
do preço e da quantidade transaccionada
de leite (dados simulados)
56
Modelo empírico de mercado
Preço
400 (€/t)

390
Seco
380

370
Húmido
360

350
100 105 110 115 Quantidade (Mt)
120 125

57
Modelo empírico de mercado
• Observa que um preço mais elevado está
associado a uma menor quantidade
transaccionada.
• Esta associação é contrária à “observada”
nos dois primeiros exemplos.
– Parecia que estávamos a avançar mas
voltamos a não ter uma associação clara
entre preços e quantidades.

58
Modelo empírico de mercado

• Em termos económicos, estas


associações opostas devem representar
fenómenos económicos diferentes.

– Uma deve representar as decisões dos


vendedores enquanto que outra deve
representar as decisões dos compradores.

59
Modelo empírico de mercado

• Curva da oferta: Quando se alteram as


condições da procura, o que se torna
visível são as decisões dos vendedores
– Como a quantidade vendida é influenciada
pelo preço de mercado.
– Os vendedores, para um preço mais elevado,
disponibilizam-se a vender maior quantidade.

60
Modelo empírico de mercado

• Curva da oferta: Será uma função com


uma relação positiva entre a quantidade
disponível para venda e o preço de
mercado
S(p) tem derivada positiva.
• S de supply

61
Modelo empírico de mercado

• Curva da procura: Quando se alteram as


condições da oferta, o que se torna
visível são as decisões dos compradores
– Como a quantidade comprada é influenciada
pelo preço de mercado.
– Os compradores, para um preço mais
elevado, disponibilizam-se a comprar menor
quantidade
62
Modelo empírico de mercado

• Curva da procura: Será uma função com


uma relação negativa entre a quantidade
disponível para venda e o preço de
mercado
D(p) tem derivada negativa.
• D de demand

63
Modelo empírico de mercado

• Equilíbrio de mercado: As vontades dos


vendedores e dos compradores
encontram-se no mercado.
S(p) encontra-se com D(p)
• O mercado vai encontrar o preço que
compatibiliza as vontades de ambos.

64
Modelo empírico de mercado

• Equilíbrio de mercado: O encontro das


vontades traduzem-se por a quantidade
que os vendedores pretendem vender
igualar a quantidade que os compradores
pretendem comprar.
– Será a quantidade transaccionada no
mercado.

65
Modelo empírico de mercado
Preço
130
C. Procura

120

Equilíbrio C. Oferta
110

100

90
100 105 110 115 120 125 Quantidade
130

66
Modelo empírico de mercado

• Apesar de considerarmos S(p) e D(p), em


termos gráficos representamos as funções
inversas
– A quantidade está no eixo horizontal e o
preço no eixo vertical
– Torna difícil compatibilizar o raciocínio
“matemático” com o raciocínio “gráfico”.

67
Modelo empírico de mercado
• Non-tâtonnement de Walras: No
mercado apenas existem as transacções
do ponto de equilíbrio.
– tâtonnement: tentativa e erro
Enquanto o mercado está fechado, os
agentes calculam o ponto de equilíbrio.
Quando o mercado abre, realizam-se as
transacções.

68
Modelo empírico de mercado
• Não nos vamos preocupar agora sobre
uma teoria profunda para o equilíbrio de
mercado.
• Aqui é apenas uma Lei da Natureza.

69
Exercício
• Ex1.2: Sendo a curva de oferta de
mercado dada por S(p) = 50 + 0.25p
e a curva de procura de mercado dada por
D(p) = 100 – 0.75 p,
determine a quantidade transaccionada no
mercado e a que preço.

70
Exercício
• O preço garantirá que as quantidades
que querem vender são iguais às
quantidades que querem comprar
S(p) = D(p)
 50 + 0.25p = 100 – 0.75p
 p = 50€ e Q = 62.5€/u.

71
Modelo empírico de mercado
• A curva da oferta e a curva da procura
apenas traduzem vontades e não
realizações
– Os vendedores apenas vendem o que os
compradores compram e vice-versa.
• De todas as curvas, apenas o “ponto” de
equilíbrio é que vai ser concretizado

72
Modelo empírico de mercado
• Assim, há que distinguir claramente a
oferta e a procura enquanto curvas da
oferta e da procura enquanto quantidades
transaccionadas.
– Curva da oferta vs. quantidade oferecida
– Curva da procura vs. quantidade procurada

73
Alterações nas curvas de oferta
e de procura.

74
Alterações na curva de oferta
• Deslocamento da curva de oferta.
Quando há alterações nos valores das
variáveis exógenas que influenciam a
vontade dos vendedores, dizemos que
acontece um deslocamento da curva de
oferta como um todo.
– Uma “visão” gráfica.

75
Alterações na curva de oferta
• Enfraquecimento da oferta: quando,
para cada preço, diminui a quantidade que
os vendedores disponibilizam para venda.
– e.g., quando o vento destrói as estufas da
nossa região, a curva de oferta de legumes
enfraquece.
– Traduz-se, graficamente, pelo deslocar da
curva de oferta para a esquerda (e para
cima).
76
Alterações na curva de oferta
Preço
130
C. Procura

120
o P. Equilíbrio muda

110

100
C. Oferta

90
100 105 110 115 120 125 Quantidade
130

77
Alterações na curva de oferta
• Fortalecimento da oferta: quando, para
cada preço, aumenta a quantidade que os
vendedores disponibilizam para venda.
– e.g., o acordo multifibras, ao permitir aos
chineses vender camisas na EU, fez com que
a curva de oferta de camisas se fortalecesse.
– Traduz-se, graficamente, pelo deslocar da
curva de oferta para a direita (e para baixo).

78
Alterações na curva de oferta
Preço
130
C. Procura

120

110

o P. Equilíbrio muda
100
C. Oferta

90
100 105 110 115 120 125 Quantidade
130

79
Alterações na curva de oferta
• Podemos ver que quando há alterações
na curva de oferta, ceteris paribus, o
equilíbrio de mercado torna visíveis
pontos ao longo da curva de procura.
– Do enfraquecimento da oferta resulta um
aumento do preço e diminuição da
quantidade transaccionada
– Do fortalecimento da oferta resulta uma
diminuição do preço e um aumento da
quantidade transaccionada.
80
Alterações na curva de oferta
• ceteris paribus é uma expressão latina que
traduz a condição de que tudo o resto (neste
caso, a curva da procura) se mantém inalterado.
– É a condição imposta na análise e equilíbrio parcial.
– Na análise parcial temos em atenção metade de um
mercado
– No equilíbrio parcial temos o mercado de um bem ou
serviço.
– Em termos matemáticos consiste na “análise de
derivadas parciais”.

81
Exercício
• Ex1.3: Referente a cada ano, a curva de
oferta de leite (Mt) é influenciada pela
pluviosidade (mm) e a curva de procura
não:
S(p) = 50 + 0.50p + 0.10h,
D(p) = 150 – 0.75 p.
• Determine como se altera o mercado
(preço e quantidade) se num ano a
pluviosidade for maior em 1mm?
82
Exercício
• R: O equilíbrio de mercado será onde
S = D  50 + 0.50p + 0.01h = 150 – 0.75p
 1.25p = 100 – 0.01h
 p = 80 – 0.008h e Q = 90 + 0.006h.
Um aumento da pluviosidade em 1mm,
ceteris paribus, induz um aumento da
quantidade transaccionada de 0.006Mt e
uma diminuição do preço de 0.008€/l.
83
Alterações na curva de oferta
• Apesar de a pluviosidade não alterar a
(curva da) procura, influencia
(indirectamente) a quantidade
adquirida e o preço de aquisição

84
Alterações na curva de procura
• Deslocamento da curva de procura.
Quando há alterações nos valores das
variáveis exógenas que influenciam a
vontade dos compradores, dizemos que
acontece um deslocamento da curva de
procura como um todo.
– A mesma “visão” gráfica.

85
Alterações na curva de procura
• Enfraquecimento da procura: quando,
para cada preço, diminui a quantidade que
os compradores pretendem adquirir.
– e.g., no Inverso existe um enfraquecimento
da procura de gelados.
– O enfraquecimento, graficamente, faz com
que a curva de procura se desloque para a
esquerda (e para baixo).

86
Alterações na curva de procura
Preço
130
C. Procura

120

C. Oferta
110
o P. Equilíbrio muda

100

90
100 105 110 115 120 125 Quantidade
130

87
Alterações na curva de procura
• Fortalecimento da procura: quando,
para cada preço, aumenta a quantidade
que os compradores pretendem adquirir.
– e.g., quando chove, existe um fortalecimento
da procura de guarda-chuvas.
– O fortalecimento, graficamente, faz com que
a curva de procura se desloque para a direita
(e para cima).

88
Alterações na curva de procura
Preço
130
C. Procura

120

o P. Equilíbrio muda
110

100
C. Oferta

90
100 105 110 115 120 125 Quantidade
130

89
Alterações na curva de oferta
• Quando há alterações na curva de
procura, ceteris paribus, o equilíbrio de
mercado torna visíveis pontos ao longo da
curva de oferta.
– Do enfraquecimento da procura resulta uma
diminuição do preço e da quantidade
transaccionada
– Do fortalecimento da procura resulta um
aumento do preço e da quantidade
transaccionada.
90
Exercício
• Ex1.4: Numa região, onde normalmente
se consumem 100u./dia de pão a um
preço unitário de 0.15€/u., têm-se
ultimamente consumido 150u./dia de pão
a um preço unitário de 0.18€/u..
• Será que esta alteração é induzida por a
ASAE ter fechado uma das padarias?

91
Exercício
• R: Não. O fecho de uma das padaria
induziria um enfraquecimento na oferta
sendo de espera uma diminuição da
quantidade transaccionada acompanhada
por um aumento do preço.
• No entanto, observa-se um aumento do
preço em simultâneo com o aumento da
quantidade transaccionada o que indicia
um reforço da procura.

92
Exercício
• Nos ciclos económicos sucedem-se
períodos de expansão a períodos de crise.
– Na expansão observa-se o aumento dos
preços e do produto enquanto que nas crises
se observa o contrário.
• Serão os ciclos económicos são induzidos
por alterações da procura ou da oferta?

93
Exercício
• A correlação positiva entre preços e
quantidades indicia que os ciclos
económicos são induzidos por alterações
da curva da procura.
– Na expansão há reforço da procura e na crise
há enfraquecimento da procura.

94
Exercício
• A tendência dos últimos 10 anos no
mercado de viagens aéreas é a
diminuição dos preços e o aumento da
quantidade de viagens.
• Poderemos pensar que tal se deve a os
consumidores estarem em crise?

95
Exercício
• Não.
• Uma crise dos consumidores (i.e., um
enfraquecimento da procura) levaria à
diminuição dos preços mas associada a
uma diminuição da quantidade de
viagens.
• Trata-se de um reforço da oferta

96

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