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FACULDADE DE MACAPÁ

CURSO DE DIREITO

A (IN) CONSTITUCIONALIDADE DA
PRISÃO A PARTIR DA DECISÃO EM
SEGUNDA INSTÂNCIA: uma análise
jurisprudencial e o princípio da
presunção de inocência
Acadêmico: Darley da Silva Tavares
Orientadora: Carina Kamei
 PROBLEMA:
A execução da pena a partir de decisão em acórdão de
segunda instância é (in) constitucional no
posicionamento jurisprudencial e, que tal feito não
ofenderia o princípio da presunção de inocência?

 OBJETIVO GERAL:
Analisar (in) constitucionalidade da prisão a partir das
condenações em segunda instância numa visão
jurisprudencial sob a garantia expressamente conferida
aos cidadãos do princípio da presunção de inocência.
 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

• Argumentar sobre a prisão a partir de segunda


instância tem eficácia no sistema punitivo brasileiro;
• Verificar a (in) constitucionalidade das prisões em
segunda instância e a garantia da presunção de
inocência conferida aos cidadãos se houve ofensa a
esse direito;
• Comparar a posicionamento jurisprudencial do STF
acerca da prisão a partir das condenações em
segunda instância e a presunção de inocência.
 METODOLOGIA

• Estudo bibliográfico
• Pesquisa qualitativa das decisões do judiciário brasileiro
• Método dedutivo
 ESTRUTURA DA PESQUISA

1 INTRODUÇÃO
2 A PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA E A EFICÁCIA DA
PRISÃO A PARTIR DA DECISÃO DE SEGUNDA
INSTÂNCIA
3 A PRIVAÇÃO DA LIBERDADE APÓS A CONFIRMAÇÃO
DE CONDENAÇÃO EM SEGUNDA INSTÂNCIA
4 A PRISÃO EM SEGUNDA INSTÂNCIA (IN)
CONSTITUCIONAL: ANÁLISE JURISPRUDENCIAL
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Capítulo 2: A PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA E A
EFICÁCIA DA PRISÃO A PARTIR DA DECISÃO DE
SEGUNDA INSTÂNCIA

• 2.1 DA GARANTIA CONSTITUCIONAL DA PRESUNÇÃO


DE INOCÊNCIA
• 2.1.1 A Presunção de Inocência e outras Garantias
Fundamentais versus Segurança Pública
• 2.2 EFICÁCIA DA PRISÃO A PARTIR DA DECISÃO DE
SEGUNDA INSTÂNCIA
Capítulo 3: A PRIVAÇÃO DA LIBERDADE APÓS A
CONFIRMAÇÃO DE CONDENAÇÃO EM
SEGUNDA INSTÂNCIA
• 3.1 A PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA COMO REGRA DE
TRATAMENTO DO ACUSADO
• 3.1.1 A Presunção de Inocência na Dinâmica da
Persecução Penal

Somente a sentença penal condenatória, ou seja, a decisão de que


não mais cabe recurso, é a razão jurídica suficiente para que
alguém seja considerado culpado. (...) Não mais sujeita a recurso, a
sentença penal condenatória tem força de lei e, assim, o acusado
passa ao status de culpado, até que cumpra a pena, a não ser que
revisão criminal nulifique o processo, fundamento da condenação.
(CRETELLA JR., 1990, p. 537)
Capítulo 4: A PRISÃO EM SEGUNDA INSTÂNCIA
(IN) CONSTITUCIONAL: ANÁLISE
JURISPRUDENCIAL
• RECURSO DE APELAÇÃO CRIMINAL. NECESSIDADE DE PRÉVIO
RECOLHIMENTO A PRISÃO (ART. 594 DO CPP). ALEGAÇÃO DE
INCOMPATIBILIDADE DESSA EXIGÊNCIA COM O PRECEITO DO
ART. 5º, LVII, DA CONSTITUIÇÃO. (STJ, RHC 270/SP 1989/00102648,
Min. ASSIS TOLEDO, 5ª T., v.u., j. 25.10.1989).
• PRISÃO DECORRENTE DE SENTENÇA CONDENATÓRIA
RECORRÍVEL. EFEITO MERAMENTE DEVOLUTIVO DOS
RECURSOS EXTRAORDINÁRIO E ESPECIAL. (STJ, HC 84/SP
1989/00092502, Min. CARLOS THIBAU, 6ª T., v.u., J. 31.10.1989).
• RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PRISÃO
PREVENTIVA DECRETADA. PRETENSÃO DE AGUARDAR
JULGAMENTO DE APELAÇÃO EM LIBERDADE. ART. 594, DO C.P.P.
(STJ, RHC 2995/ES 1993/00231006, Min. PEDRO ACIOLI, 6ª T., v.u.,
J. 21.9.1993).
• 4.1 O HC 126.292 SP
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho viu-se que o Direito Penal não é crível, o qual deve ser considerado
medida de ultima ratio, juntamente com o Processo Penal que o instrumentaliza, seja solução
para todos os problemas da sociedade.
Sobre o assunto, Rubens R. R. Casara dispõe que “de todos os mitos que integram no
universo do processual penal, há um sempre presente em regimes autoritários que se
apresentam como Estados de Direito: o de que o processo penal é instrumento de segurança
pública/pacificação social. Esse mito surge em meio a um discurso de viés repressivo, no qual
se identifica perspectiva utilitarista, reforçadora do caráter instrumental/formal do processo
penal...”
A prisão é uma das medidas mais gravosas que uma pessoa humana pode ter contra si, uma
vez que configura restrição à liberdade de ir e vir, devendo-lhe ser garantido o direito esgotar
todos os meios que o próprio sistema oferece para revertê-la, ultimando-se com o trânsito em
julgado da condenação.
Assim, ainda que a morosidade nos julgamentos dos processos enseje certa perda de
credibilidade da justiça perante a sociedade, não é com violação aos direitos individuais
assegurados pela Constituição Federal de 1988 que será garantida solução para os graves
problemas do sistema penal vigente.
Há que se respeitar a lei, manifestação de vontade do povo por meio de seus legítimos
representantes, sopesando-se os interesses constitucionalmente assegurados, sobretudo o
devido processo legal e, em sua decorrência, a presunção de inocência.
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