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ANA PAULA BLAZUTE

GRAMA DE
CRONO
U D ODIAS
S 9 0
EST I
M E X X X V
EXA
RUMO À APROVAÇÃO
Material elaborado pela Professora Ana Paula Blazute. O arquivo é de envio pessoal. Proibido
qualquer tipo de repasse.

CRONOGRAMA DE ESTUDOS – SEMANA 01


Metas Segunda-Feira Terça-Feira Quarta-Feira Quinta- Sexta-Feira Sábado
Feira
25/07 26/07 27/07 28/07 29/07 30/07

Matéria Direito Direito Processo Civil Trabalho Processo REVISÃO


Constitucional Administrativo Do Trabalho
Assunto Processo Organização Normas Relação Competência
Legislativo Administrativa fundamentais. laborais + + Partes e
Jurisdição; Ação; Contrato Procuradores
Limites da de
jurisdição trabalho
nacional;
Competência
interna
Questões? Mínimo 15 Mínimo 15 Não temos Mínimo Mínimo 15
Questões 15
suficientes -OAB
Leitura Art.60 ao 69 CF: Art.37, XIX; CPC: Arts. 1º ao CLT Leitura Art.114
Vade CF Art. 37§9º; 69 da CF
Art.173 CF Art. 791 ao
793 CLT
Consegui
Cumprir?
(Marque
um X)

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SEGUNDA-FEIRA – 25/07
CONSTITUCIONAL: PROCESSO LEGISLATIVO
Leitura obrigatória dos artigos 60 ao 69 da Constituição Federal.
Principais artigos da CF:
Cai muito em prova!
Art.60 Art.61§1 Art.62§1 Art.62§3º Art.62§10 Art.66

ASSISTA A AULA NA PLATAFORMA!

1.Memorizar o artigo 60 da Constituição, principalmente o quórum para aprovar uma


Emenda à constituição (Art. 60 § 2º da CF/88), legitimados (Art. 60, I, II, III da CF/88) e
cláusulas pétreas (artigo 60, §4º da CF/88).
Legitimados Quórum Cláusulas Pétreas
No mínimo 1/3 CD ou SF 2 CASAS + 2 TURNOS+3/5 a forma federativa de
Estado;
Presidente da República - voto direto, secreto,
universal e periódico;
+ da metade das - a separação dos
Assembleias Legislativas Poderes
os direitos e garantias
individuais.

Obs.: O voto obrigatório é cláusula pétrea?


Resposta:

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Emenda à Constituição Lei

2. Artigo 61, §1º: Projetos de lei de iniciativa do Presidente da República.

§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:


II. a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e
autárquica ou aumento de sua remuneração;
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços
públicos e pessoal da administração dos Territórios;
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos,
estabilidade e aposentadoria;

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3. Memorizar o quórum da iniciativa popular:

Federal: Artigo 61, § 2º.A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à
Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do
eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de
três décimos por cento dos eleitores de cada um deles
Estadual: Art.27 § 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo
estadual.
Municipal: Art. 29 XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do
Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco
por cento do eleitorado;

4. Medida provisória:

Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar


medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao
Congresso Nacional:

- Vedação a medida provisória:

§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:


I - relativa a:
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito
eleitoral;
b) direito penal, processual penal e processual civil;
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia
de seus membros;
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais
e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;

É permitida medida provisória para abertura de crédito


extraordinário: Art.167 § 3º A abertura de crédito extraordinário somente será
admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de
guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62.
II - que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer
outro ativo financeiro;
III - reservada a lei complementar
IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e
pendente de sanção ou veto do Presidente da República.

- Eficácia da MP:
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Prazo 60 dias, podendo ser prorrogada por igual período

Art. 62 §3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão


eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias,
prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso
Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes.

§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após
a rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas
constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão
por ela regidas.

- Apreciação da MP:
- 45 dias

Art. 62§6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias
contados de sua publicação, entrará em regime de urgência, subseqüentemente, em
cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a
votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver
tramitando.

5. Projeto de lei:
Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um só turno
de discussão e votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o
aprovar, ou arquivado, se o rejeitar.
Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa iniciadora.
Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao
Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará.
§ 1º Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte,
inconstitucional (veto jurídico) ou contrário ao interesse público (veto político), vetá-
lo-á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do
recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado
Federal os motivos do veto.
§ 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de
inciso ou de alínea.
§ 3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente da República
importará sanção. (Sanção tácita)
§ 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de
seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos
Deputados e Senadores.

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Esquema feito pela professora em aula:

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PEC REJEITADA – Art. 60§5º MP REJEITADA – Art. 62§10 PL REJEITADO – Art. 67

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TERÇA-FEIRA – 26/07
ADMINISTRATIVO: ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

Principais artigos:
CF: Art.37, XIX; Art. 37§9º; Art.173

AULA NA PLATAFORMA

1. Os órgãos não possuem personalidade jurídica própria, mas podem possuir


personalidade judiciária, que é sinônimo de capacidade processual, ou seja, podem
estar no polo ativo de uma ação para a defesa de suas prerrogativas funcionais.
Exemplo: Súmula 525 do STJ.

A Câmara de Vereadores não possui personalidade jurídica, apenas personalidade


judiciária, somente podendo demandar em juízo para defender os seus direitos
institucionais

2. Artigo 37, XIX CF/88 (artigo mais cobrado de administrativo): somente por lei
específica (lei ordinária) poderá ser criada autarquia (a fundação pública de direito
público também, ou seja, autarquia fundacional) e autorizada a instituição de empresa
pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar,
neste último caso, definir as áreas de sua atuação.

AULA NA PLATAFORMA

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A Fundação pública é dotada de personalidade jurídica de direito público ou de


direito privado. Veja o esquema:

FUNDAÇÃO PÚBLICA DE DIREITO FUNDAÇÃO PÚBLICA DE DIREITO


PÚBLICO PRIVADO
(Autarquia fundacional ou fundação Prevista na CRFB
autárquica) Doutrina
Autorizada a criação por lei
Criada por lei específica
específica (Precisa de registro)
( Art 37, XIX CRFB)
Regime de direito público com
Regime de direito público derrogações privadas
(Concurso, licitação) (Concurso, licitação).

3. As empresas públicas e sociedades de economia mista, são pessoas jurídicas de


direito privado.
4. Art. 173 CF/88: Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta
de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos
imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme
definidos em lei.

AULA NA PLATAFORMA
5. Distinção entre empresa pública e sociedade de economia mista:

Empresa pública Sociedade de economia mista


Forma
Societária
Capital

Foro

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6. Art. 37 § 9º O disposto no inciso XI (teto remuneratório) aplica-se às empresas


públicas e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem
recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento
de despesas de pessoal ou de custeio em geral.
7. Os empregados das empresas públicas e sociedades de economia mista serão
CELETISTA. Embora tenham que fazer concurso público, NUNCA terão estabilidade!
8. Sobre as autarquias: são pessoas jurídicas de direito público.
Obs: Lei 9.986/00. As agências reguladoras são autarquias em regime especial, que
exercem o controle e a fiscalização dos serviços públicos. a principal característica de
uma agência reguladora é o mandato fixo de seus dirigentes, não podendo ser
exonerados livremente.

Novidade:

Os dirigentes de uma agência reguladora poderão perder o mandato?

Art. 9º O membro do Conselho Diretor ou da Diretoria Colegiada somente perderá o


mandato: (Redação dada pela Lei nº 13.848, de 2019)
I - em caso de renúncia;
II - em caso de condenação judicial transitada em julgado ou de
condenação em processo administrativo disciplinar; (Incluído pela Lei nº 13.848, de
2019) Vigência
NOVIDADE! III - por infringência de quaisquer das vedações previstas no art. 8º-B
desta Lei.
Art. 8º-B. Ao membro do Conselho Diretor ou da Diretoria Colegiada é
vedado:
I - Receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou
custas;
II - Exercer qualquer outra atividade profissional, ressalvado o exercício do magistério,
havendo compatibilidade de horários;
III - participar de sociedade simples ou empresária ou de empresa de qualquer
espécie, na forma de controlador, diretor, administrador, gerente, membro de
conselho de administração ou conselho fiscal, preposto ou mandatário;
IV - Emitir parecer sobre matéria de sua especialização, ainda que em tese, ou atuar
como consultor de qualquer tipo de empresa;
V - Exercer atividade sindical;
VI - Exercer atividade político-partidária;
VII - estar em situação de conflito de interesse, nos termos da Lei nº 12.813, de 16 de
maio de 2013.

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Obs.: O prazo da quarentena mudou... O que é a quarentena?

Art. 8º da Lei 9.986/00 Os membros do Conselho Diretor ou da Diretoria


Colegiada ficam impedidos de exercer atividade ou de prestar qualquer serviço no
setor regulado pela respectiva agência, por período de 6 (seis) meses, contados da
exoneração ou do término de seu mandato, assegurada a remuneração
compensatória. (Redação dada pela Lei nº 13.848, de 2019).

9. Terceiro Setor: Pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos!

ORGANIZAÇÕES SOCIAIS ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE


(OS) CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO
TERCEIRO SETOR
Lei 9.637/98 (OSCIP)
Principais artigos: Lei 9.790/99
1º; 2º I, “b” e “d”
Pessoas
Jurídicas de
Sim. Constituída e em
Direito
Sim funcionamento regular há, no
Privado sem
mínimo 3 (três) anos.
fins
lucrativos?
Ensino, à pesquisa científica, ao I - promoção da assistência social;
desenvolvimento tecnológico, à II – promoção da cultura, defesa e
proteção e preservação do meio conservação do patrimônio
ambiente, à cultura e à saúde, histórico e artístico;
Principais atendidos aos requisitos previstos III – promoção gratuita da educação,
Finalidades: nesta lei. observando-se a forma
complementar de participação das
organizações de que trata esta lei;
(...)
Art. 3º da lei 9.790/99
Vínculo
Contrato de Gestão Termo de Parceria
jurídico
Qualificação Discricionária Art. 2, II. Vinculada

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Observação:
Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas no art. 3º
desta Lei:
• as sociedades comerciais;
• os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria
profissional;
• as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos,
práticas e visões devocionais e confessionais;
• as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações;
• as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços
a um círculo restrito de associados ou sócios;
• as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados;
• as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras;
• as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas
mantenedoras;
• as organizações sociais;
• as cooperativas;
• as fundações públicas;
• as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por
órgão público ou por fundações públicas;
• as organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de vinculação com o
sistema financeiro nacional a que se refere o art. 192 da Constituição Federal.

OAB-XXXV- A Associação Gama é uma instituição religiosa que se


dedica à promoção da assistência social e almeja obter recursos financeiros junto ao
governo federal a fim de fomentar suas atividades. Para tanto, seus representantes
acreditam que a melhor alternativa é a qualificação como Organização da Sociedade
Civil de Interesse Público – OSCIP, razão pela qual procuram você, como advogado(a),
a fim de esclarecer as peculiaridades relacionadas à legislação de regência (Lei nº
9.790/99).
Acerca da situação hipotética apresentada, assinale a afirmativa correta.
Resposta: A Associação Gama não poderá ser qualificada como OSCIP, pois as
instituições religiosas não são passíveis de tal qualificação.

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ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL (OSC) – lei 13.019/14

Pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos;

Exemplos: Sociedades cooperativas; e organizações religiosas que se dediquem a


atividades ou a projetos de interesse público e de cunho social distintas das destinadas a
fins exclusivamente religiosos;

Parcerias formalizadas por:

Termo de colaboração: propostas pela administração pública que envolvam a


transferência de recursos financeiros;

Termo de fomento: propostas pelas organizações da sociedade civil, que envolvam a


transferência de recursos financeiros;

Acordo de cooperação: não envolvem transferências de recursos. O procedimento


adotado é como regra o Chamamento Público.

10. Consórcios Públicos


Lei 11.107/05 – Artigos importantes: Art 6º, Art 6§2º
Conceito: Pessoa jurídica formada exclusivamente por entes da federação, na
forma, para estabelecer relações de cooperação federativa, com a realização de
objetivos de interesse comum.
O consórcio público pode ser de direito público ou de direito privado.
Consórcios públicos – personalidade jurídica de direito público. (associação
pública: autarquia);
Consórcios públicos – personalidade jurídica de direito privado sem fins
econômicos.

Cuidado: após a constituição do consórcio, poderá ele promover desapropriação,


pois prevista no protocolo, mas a declaração de utilidade pública não pode ser feita
pelo consórcio.

A União somente participará de consórcios públicos em que também faça parte


todos os estados em cujos territórios estejam situados os municípios consorciados.

→ Novidade Legislativa! O consórcio público, com personalidade


jurídica de direito público ou privado, observará as normas de
direito público no que concerne à realização de licitação, à
celebração de contratos, à prestação de contas e à admissão de
pessoal, que será regido pela Consolidação das Leis do Trabalho
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(CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de


1943. (Redação dada pela Lei nº 13.822, de 2019)

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QUARTA-FEIRA – 27/07
PROCESSO CIVIL
Ementa: Normas fundamentais; 2. Jurisdição; 3. Ação; 4. Limites da jurisdição nacional;
5. Competência interna
Leitura CPC, arts. 1º ao 69
1.1. Para que serve o Direito Processual?

Imagine que duas pessoas firmaram um contrato de locação de


imóvel para fins residenciais. Essa relação é regulada pelo direito
material (Código Civil, Lei do Inquilinato...), o qual estabelece
regras para que ela surja, se desenvolva e se extinga de forma
tranquila, e todas as partes tenham seus interesses atendidos.

Porém, é possível que, nesta relação, surja algum tipo de


conflito (por exemplo, o locador não paga o aluguel). Quando
isto acontece, é necessário se buscar meios para solucionar
(compor) este conflito)

A JURISDIÇÃO é uma forma de composição de conflito, prestada pelo Estado. Porém, uma de
suas características é a INÉRCIA. Isso significa dizer que ela só agirá, se a pessoa interessada
exercer o direito de AÇÃO (provocá-la). Quando isso ocorre, o Estado formará um PROCESSO
para poder prestar a atividade jurisdicional, solucionando o conflito apresentado

Tríade (ou trilogia) processual

Jurisdição Ação Processo

Veja o que diz o art. 2º do CPC: “O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por
impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei” (PRINCÍPIO DA INÉRCIA)

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Uma vez estabelecida uma relação processual, esta é regulada pelo direito processual (CPC é a
principal lei desse ramo). Mas eu lhe faço uma pergunta: a jurisdição é a única forma de se
compor um conflito? A resposta é NÃO!
1.2. Métodos alternativos/adequados de resolução de conflitos (MARC)

Diante da crise que assola o Poder Judiciário (Poder Estatal que presta, de forma típica, a
jurisdição), você precisa saber que a lei estimula o uso de outros métodos de resolução de
conflito.
Veja só a redação do art. 3º do CPC, que assegura o acesso à justiça, mas afirma a existência de
outros métodos:

Princ. do acesso à justiça ou da


inafastabilidade da jurisdição. Perceba
Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça que a lei autoriza a propositura de uma
ação, mesmo que haja apenas ameaça a
ou lesão a direito. um direito
§ 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei.
§ 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução
consensual dos conflitos.
§ 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução
consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, Perceba que TODOS os sujeitos do
advogados, defensores públicos e membros do Ministério processo DEVEM estimular os
Público, inclusive no curso do processo judicial. métodos alternativos, INCLUSIVE no
curso do processo judicial. Ou seja,
devem ser estimulados antes de se ter
um processo, bem como também no
curso deste, caso já proposta uma
ação.

1.3. Normas fundamentais (princípios)

Em seus 12 (doze) primeiros artigos, o CPC consagra algumas normas fundamentais (princípios)
a serem observadas quando da aplicação do direito processual. Você precisa ficar atento(a)!!
Necessidade de provocação. Judiciário não age se não for
Inércia (dispositivo, CPC, 2º, 141, provocado. Juiz deve analisar precisamente aquilo que foi
congruência, adstrição) 492 provocado (adstrição/congruência). Temos exceção (ex: art. 323
– pedidos implícitos, art. 370)
Inafastabilidade da jurisdição CPC, 3º Judiciário não pode se negar a apreciar uma alegação de lesão ou
(acesso à justiça) CF, 5º, XXXV ameaça a direito.
Processo não pode durar tempo mais do que o necessário para a
Duração razoável do CPC, 4º, 6º solução tempestiva. O tempo deve levar em consideração não só
processo CF, 5º, LXXVIII a atividade para se resolver a crise, mas também para a satisfação
do direito (efetividade).
Deve-se evitar, ao máximo, a extinção/finalização do processo
Primazia do mérito CPC, 4º 6º, sem a resolução do mérito. Não se pode apegar-se
317 excessivamente às formalidades. Deve-se oportunizar a correção
dos vícios.
Todos os sujeitos que participam do processo devem se
Boa fé ou lealdade processual comportar de acordo com a boa-fé/lealdade processual, não
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CPC, 5º, 77, podendo praticar atos de má-fé (ver art. 80) – a violação a este
80, 81 princípio gera aplicação de multa (81), por litigância de má-fé.
Cooperação CPC, 6º Todos os sujeitos devem cooperar entre si para que tenhamos
uma resolução célere e efetiva.
Desde princípio, decorrem as seguintes premissas:
- paridade das armas (isonomia). As partes devem ser tratadas de
forma isonomia. OBS.: as prerrogativas processuais (por ex.: prazo
CPC, 7º, 9º, 10 em dobro, inversão do ônus da prova...) NÃO violam o princípio,
Contraditório CF, 5º, LV pois buscam assegurar a igualdade substancial
- Em regra, não se pode proferir uma decisão contra uma das
partes sem ela ser previamente ouvida. Mas temos exceções (CPC,
9º, p. ú. – possibilidade de concessões de liminares).
- vedação à decisão surpresa (CPC, 10). Juiz não pode decidir com
base em fundamento sem oportunizar manifestação das partes
(inclusive se for matéria que possa ser conhecida de ofício).
Fundamentação CPC, 11, 489 Todas as decisões devem ser motivadas. Juiz deve expor os
CF, 93, IX porquês de sua conclusão.
Os atos processuais devem ser públicos, garantindo um amplo
Publicidade CPC, 11, 189 acesso. Veda-se, em regra, processos que corram em sigilo.
Exceção: casos de segredo de justiça.
Ordem cronológica de CPC, 12 Na hora de proferir decisão, os juízes e tribunais devem observar,
julgamento preferencialmente, a ordem cronológica de conclusão dos
processos, devendo esta lista ser pública, ficando disponível para
consulta. Há exceção a esta regra (dê uma lida no § 2º do art. 12
do CPC).
1.4. Jurisdição e ação

Art. 17
Para postular em juízo é necessário ter

E
INTERESSE LEGITIMIDADE

O autor deve demonstrar que a prestação da jurisdição Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em
melhorará a sua situação jurídica (interesse de agir) nome próprio, salvo quando autorizado pelo
ordenamento jurídico
Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à
declaração: I - da existência, da inexistência ou do modo
Em regra, só pode postular em juízo o titular do direito
de ser de uma relação jurídica; II - da autenticidade ou
no plano material (legitimidade ordinária), salvo
da falsidade de documento (busca-se, nesse caso, uma
quando o ordenamento autorizar, como acontece, por
tutela meramente declaratória) exemplo, com a legitimidade atribuída pela lei a alguns
entes (MP, DP, Associação...) para a propositura de
Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória,
ações coletivas (legitimidade extraordinária). Leia
ainda que tenha ocorrido a violação do direito com atenção o art. 5º da Lei 7.347/85

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1.5. Competência

Uma vez uma pessoa tendo a intenção de provocar o Judiciário, exercendo o direito de ação,
obviamente que não pode deduzir a sua pretensão a qualquer juízo. É necessário que o faça
perante o juízo competente, ou seja, aquele que reúne condições legais para atuar naquele caso
concreto. A competência jurisdicional, portanto, consiste no conjunto de previsões legais que
autorizam um determinado juízo a prestar a jurisdição num caso concretamente considerado.
Estes critérios legais de competência estão previstos nos mais diversos diplomas legais (CF, CPC,
legislações diversas, regimentos internos dos tribunais, etc).
Art. 42. As causas cíveis serão processadas e Art. 44. Obedecidos os limites estabelecidos
decididas pelo juiz nos limites de sua pela Constituição Federal , a competência é
competência, ressalvado às partes o direito de determinada pelas normas previstas neste Código
instituir juízo arbitral, na forma da lei ou em legislação especial, pelas normas de
organização judiciária e, ainda, no que couber,
pelas constituições dos Estados

Estes critérios legais de competência podem ser de 05 (cinco) naturezas distintas, a saber:

MATÉRIA PESSOA FUNÇÃO VALOR TERRITÓRIO

Ligados a uma Ligados a uma


COMPETÊNCIA ABSOLUTA COMPETÊNCIA RELATIVA

É muito importante você saber a diferença entre as normas de competência ABSOLUTA das
RELATIVA. Vamos recordar no quadro abaixo?
COMPETÊNCIA ABSOLUTA COMPETÊNCIA RELATIVA
São normas de ordem pública, ligados a um São normas de interesse privado,
interesse público (melhor prestação da estabelecidos em benefício de uma das
atividade jurisdicional) partes
São normas cogentes, ou seja, não são São normas dispositivas, ou seja, podem ser
disponíveis. Não podem ser alteradas. alteradas pelos sujeitos interessados.

Art. 62. A competência determinada em razão da Art. 63. As partes podem modificar a
matéria, da pessoa ou da função é inderrogável competência em razão do valor e do território,
por convenção das partes. elegendo foro onde será proposta ação oriunda
de direitos e obrigações
Por exemplo: as partes podem pactuar que uma
ação que verse sobre direito de família tramite Por exemplo: o CPC dispõe que as ações fundadas
em uma vara especializada em julgar causas em direito pessoal devem ser propostas, em
agrárias? Não! Pois estamos diante de uma regra, no foro de domicílio do réu (art. 46). Veja
norma de competência absoluta (em razão da que essa norma dispõe sobre TERRITÓRIO/LOCAL
matéria) em que a ação deve ser processada. Logo, é uma
norma de competência relativa. E pode ser
modificada. É muito comum isso ser feito em

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contratos, com a cláusula de eleição de foro.


Nesse sentido é o § 1º do art. 63.
Tenha atenção aos §§ do art. 63, ok?!

§ 1º A eleição de foro só produz efeito quando


constar de instrumento escrito e aludir
expressamente a determinado negócio jurídico.
§ 2º O foro contratual obriga os herdeiros e
sucessores das partes.
§ 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de
foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de
ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos
autos ao juízo do foro de domicílio do réu.
§ 4º Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade
da cláusula de eleição de foro na contestação,
sob pena de preclusão.

Se, numa ação concreta, uma norma de competência for inobservada, dizemos que o juízo é
INCOMPETENTE, e essa incompetência poderá ser ABSOLUTA ou RELATIVA, a depender da
norma que fora violada. Também é muito importante você lembrar as consequências
processuais que a incompetência gera.
INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA INCOMPETÊNCIA RELATIVA
Deve ser alegada pelo réu em preliminar de Também deve ser alegada pelo réu em
contestação (CPC, 64 e 337, II) preliminar de contestação (CPC, 64 e 337, II)
Pode ser alegada em qualquer tempo e grau Só pode ser alegada na contestação. Se
de jurisdição (CPC, 64, § 1º) não alegar, ocorrerá a prorrogação de
competência (o juízo que era
incompetente, tornar-se-á competente)
CPC, 65
O juiz pode declarar de ofício (CPC, 64, § 1º) O juiz não pode declarar de ofício (CPC,
337, § 5º)

Feitas as considerações acima, eu quero lhe alertar para 02 coisas:

Além da competência relativa poder ser modificada por vontade das partes, ela também
pode se modificar pela CONEXÃO e CONTINÊNCIA (CPC, 54). Você lembra a diferença?

Elementos da ação CONEXÃO CONTINÊNCIA


(CPC, 55) (CPC, 56)
Partes Diferentes Comum entre as ações
Comum entre as ações
Pedido Comum entre as ações
ou
O pedido de uma ação é
Causa de pedir Comum entre as ações mais abrangente que o da
outra ação
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Identificada a Um dos processos já foi Não reúne os processos Essa reunião deve ser
conexão, o que sentenciado feita perante o juízo
prevento para serem
se faz? Nenhum dos processos Reúne os processos
decididas
(CPC, 55, § 1º) foi sentenciado ainda simultaneamente
(CPC, 58)
Ação continente (de Reúne os processos
pedido mais abrangente)
foi proposta depois da
Identificada a ação contida (de pedido Será prevento aquele juízo
continência, o menor) onde primeiro ocorreu o
que se faz? Ação continente (de Ação contida deve ser registro ou a distribuição da
(CPC, 57) pedido mais abrangente) extinta sem resolução do ação (CPC, 59)
foi proposta antes da mérito
ação contida (de pedido
menor)

O art. 47, § 2º do CPC reza que a ação possessória imobiliária será proposta no foro de
situação do imóvel, cujo juízo terá COMPETÊNCIA ABSOLUTA. Em que pese seja uma
competência estabelecida em razão do território, nesse caso estamos diante de exceção e a
competência é absoluta.
1.6. Foros competentes previstos no CPC

Artigo Tipo de ação Foro competente


Regra Domicílio do réu
Réu tem mais de Réu será demandado no foro
um domicílio de qualquer deles

46 Fundada em direito pessoal ou Domicílio do réu é Réu poderá ser demandado


em direito real sobre bens incerto ou onde for encontrado OU no
móveis desconhecido foro de domicílio do autor

Réu não tem Foro de domicílio do autor (se


domicílio ou este também residir fora do
residência no Brasil, a ação será proposta
Brasil em qualquer foro)
Fundadas em direito real sobre
47 imóveis De situação da coisa
Ação possessória imobiliária
Regra De domicílio do autor da
Inventário, partilha, arrecadação, herança (de cujus)
cumprimento de disposições de Foro de situação dos bens
última vontade, impugnação ou imóveis (se estiverem em
48 anulação de partilha extrajudicial Falecido não tinha diferentes locais, será em
e para todas as ações em que o domicílio certo qualquer destes)
espólio for réu, ainda que o Não havendo bens imóveis, o
óbito tenha ocorrido no foro do local de qualquer dos
estrangeiro bens do espólio.
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49 Em que o ausente for réu Foro de último domicílio do réu ausente


50 Em que o incapaz for réu Foro de domicílio de seu representante ou
assistente
51 União é a autora Foro de domicílio do réu
Foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato
União é a ré ou fato que originou a demanda, no de situação da
coisa ou no Distrito Federal
Estado ou Distrito Federal é Foro de domicílio do réu
52 autor
Foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato
Estado ou Distrito Federal é o ou fato que originou a demanda, no de situação da
réu coisa ou na capital do respectivo ente federado
Regra Domicílio do guardião de filho
incapaz
Sem filho incapaz Último domicílio do casal
Ação de divórcio, separação, Sem filho incapaz
53, I anulação de casamento e e nenhum dos
reconhecimento ou dissolução cônjuges reside Domicílio do réu
de união estável no último
domicílio do casal
Há alegação de
violência Domicílio da vítima
doméstica
53, II Ação em que se pedem Domicílio ou residência do alimentando
alimentos
53, III, a Ré é pessoa jurídica Lugar onde está a sede
53, III, d Ação em que se exige o Lugar onde a obrigação deve ser satisfeita
cumprimento de uma obrigação
53, III, e Ação versa sobre direito previsto Lugar de residência do idoso
no Estatuto do Idoso
Ação de reparação de dano por Lugar da sede da serventia notarial ou de registro
53, III, f ato praticado em razão do ofício
da serventia notarial ou de
registro
Regra Lugar do ato ou fato para a
ação
Se o dano foi
53, IV e V Ação de reparação de dano decorrente de
delito ou acidente Lugar de domicílio do autor ou
de veículos, do local do fato
inclusive
aeronaves

Ano: 2021 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2021 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIII -
Primeira Fase
Carlyle Schneider, engenheiro suíço, morava em Madison, Wisconsin, Estados Unidos da América, há
12 anos.

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Em meados de 2015, participou da construção de dois edifícios em Florianópolis, Brasil, dos quais se
afeiçoou de tal modo, que decidiu adquirir uma unidade residencial em cada prédio. Portanto, apesar
de bem estabelecido em Madison, era o Sr. Schneider proprietário de dois imóveis no Brasil.
Em 10/12/2017, viajou à Alemanha e, ao visitar um antigo casarão a ser restaurado, foi surpreendido
pelo desabamento da construção sobre si, falecendo logo em seguida. Carlyle Schneider deixou 3 (três)
filhos, que moravam na Suíça.
A respeito dos limites da jurisdição nacional e da cooperação internacional, com base nas normas
constantes do Código de Processo Civil, assinale a afirmativa correta.
Resposta:
Em matéria de sucessão hereditária, compete exclusivamente ao Estado brasileiro, local de situação
dos imóveis, proceder ao inventário e à partilha dos dois bens imóveis.

Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao
inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade
estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional;

Ano: 2019 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVIII -
Primeira Fase
João Paulo faleceu em Atibaia (SP), vítima de um ataque cardíaco fulminante. Empresário de sucesso,
domiciliado na cidade de São Paulo (SP), João Paulo possuía inúmeros bens, dentre os quais se incluem
uma casa de praia em Búzios (RJ), uma fazenda em Lucas do Rio Verde (GO) e alguns veículos de luxo,
atualmente estacionados em uma garagem em Salvador (BA).
Neste cenário, assinale a opção que indica o foro competente para o inventário e a partilha dos bens
deixados por João Paulo.
Alternativas.
Resposta: O foro de São Paulo (SP).
Art. 48. CPC: O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a
partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, a impugnação ou anulação
de partilha extrajudicial e para todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha
ocorrido no estrangeiro.

Só foram cobradas duas questões sobre o tema!


ESPAÇO PARA ANOTAÇÕES

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QUINTA-FEIRA - 28/07
TRABALHO: RELAÇÃO LABORAIS + CONTRATO DE TRABALHO

Ementa: Contrato de trabalho. Duração do contrato de trabalho. Relação de trabalho. Relação


de emprego. CTPS. Teletrabalho. Empregador. Grupo econômico. Sucessão de empresas.
Trabalho do menor. Contrato Intermitente.
O que você deve saber?
Leitura obrigatória da CLT:

Art.2º Art.3º Art.4º Art. 6º Art.8º Art.10 Art.29


Art. 75-A-E Art.301 Art. 402 Art.404 Art.405 Art.428 Art.442
Art.442-A Art.445 Art.451 Art.452 452-A Art.456-A -

1. Contrato de Trabalho: Art.442 e SS

• Acordo tácito ou expresso correspondente à relação de emprego

Art. 442-A. Para fins de contratação, o empregador não exigirá do candidato a emprego
comprovação de experiência prévia por tempo superior a 6 (seis) meses no mesmo tipo de
atividade.

• Anotação da CTPS: 5 dias úteis.

A presunção de veracidade é relativa, cabendo prova em contrário.

As anotações apostas pelo empregador na carteira profissional do empregado não geram


presunção "juris et de jure", mas apenas "juris tantum".

Art. 29 § 8º O trabalhador deverá ter acesso às informações da sua CTPS no prazo de até 48
(quarenta e oito) horas a partir de sua anotação.

Art. 611-B,I, CLT Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo


coletivo de trabalho, exclusivamente, a supressão ou a redução dos seguintes direitos: I -
normas de identificação profissional, inclusive as anotações na Carteira de Trabalho e
Previdência Social.

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• Duração do contrato de trabalho:

Regra: Prazo indeterminado – princípio da continuidade da relação de emprego.

Exceção: Prazo determinado – Art. 443§1 CLT:

• Em quais casos?
✓ de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do
prazo; (máximo 2 anos, permitida uma prorrogação desde que na somatória
não ultrapasse 2 anos).
✓ de atividades empresariais de caráter transitório; (máximo 2 anos, permitida
uma prorrogação desde que na somatória não ultrapasse 2 anos).
✓ de contrato de experiência; (máximo 90 dias, permitida uma prorrogação desde
que na somatória não ultrapasse 90 dias).

Art. 452 - Considera-se por prazo indeterminado todo contrato que suceder, dentro de 6 (seis)
meses, a outro contrato por prazo determinado, salvo se a expiração deste dependeu da
execução de serviços especializados ou da realização de certos acontecimentos.

Art. 479-Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem justa causa,
despedir o empregado, será obrigado a pagar-lhe, a título de indenização, e por metade, a
remuneração a que teria direito até o temo do contrato.

Obs: Art. 481 - Aos contratos por prazo determinado, que contiverem cláusula asseguratória do
direito recíproco de rescisão antes de expirado o termo ajustado, aplicam-se, caso seja exercido
tal direito por qualquer das partes, os princípios que regem a rescisão dos contratos por prazo
indeterminado.

OAB XVII - Verônica foi contratada, a título de experiência, por 30 dias. Após 22 dias de
vigência do contrato, o empregador resolveu romper antecipadamente o contrato, que não
possuía cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão.
Sobre o caso, de acordo com a Lei de Regência, assinale a opção correta.
Resposta: Verônica terá direito à remuneração, e por metade, a que teria direito até o
termo do contrato.

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2. Cláusula compromissória de arbitragem nos contratos individuais de trabalho

Art. 507-A. Nos contratos individuais de trabalho cuja remuneração seja superior a duas vezes
o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social,
poderá ser pactuada cláusula compromissória de arbitragem, desde que por iniciativa do
empregado ou mediante a sua concordância expressa, nos termos previstos na Lei no 9.307,
de 23 de setembro de 1996.(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Exemplo:

OAB XXXI - Gervásia é empregada na Lanchonete Pará desde fevereiro de 2018, exercendo a
função de atendente e recebendo o valor correspondente a um salário mínimo por
mês.Acerca da cláusula compromissória de arbitragem que o empregador pretende inserir no
contrato da empregada, de acordo com a CLT, assinale a afirmativa correta.

Resposta correta: A cláusula compromissória de arbitragem não poderá ser inserida no


contrato citado, em razão do salário recebido pela empregada.

3. Conceito de empregado:
• Art. 3º - Considera-se empregada toda pessoa física que prestar serviços de natureza
não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.
Requisitos do vínculo empregatício: “SHOPP”.

Subordinação;
Habitualidade;
Onerosidade
Pessoalidade
Pessoa Física
Obs: Relação de trabalho é gênero, tendo como espécies: Trabalho autônomo; eventual, avulso,
voluntário, estágio, inclusive relação de emprego.

Súmula 386, TST: Preenchidos os requisitos do art. 3º da CLT, é legítimo o reconhecimento de


relação de emprego entre policial militar e empresa privada, independentemente do eventual
cabimento de penalidade disciplinar prevista no Estatuto do Policial Militar.

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4. Do teletrabalho: Arts. 75-A e SS

Art. 75-B. Considera-se teletrabalho ou trabalho remoto a prestação de serviços fora das
dependências do empregador, de maneira preponderante ou não, com a utilização de
tecnologias de informação e de comunicação, que, por sua natureza, não se configure como
trabalho externo.
§ 1º O comparecimento, ainda que de modo habitual, às dependências do empregador para
a realização de atividades específicas, que exijam a presença do empregado no
estabelecimento, não descaracteriza o regime de teletrabalho ou trabalho remoto.
§ 2º O empregado submetido ao regime de teletrabalho ou trabalho remoto poderá prestar
serviços por jornada ou por produção ou tarefa.
§ 3º Na hipótese da prestação de serviços em regime de teletrabalho ou trabalho remoto por
produção ou tarefa, não se aplicará o disposto no Capítulo II do Título II desta Consolidação.
§ 4º O regime de teletrabalho ou trabalho remoto não se confunde e nem se equipara à
ocupação de operador de telemarketing ou de teleatendimento.
§ 5º O tempo de uso de equipamentos tecnológicos e de infraestrutura necessária, e de
softwares, de ferramentas digitais ou de aplicações de internet utilizados para o teletrabalho,
fora da jornada de trabalho normal do empregado não constitui tempo à disposição, regime
de prontidão ou de sobreaviso, exceto se houver previsão em acordo individual ou em acordo
ou convenção coletiva de trabalho.
§ 6º Fica permitida a adoção do regime de teletrabalho ou trabalho remoto para estagiários
e aprendizes.
§ 7º Aos empregados em regime de teletrabalho aplicam-se as disposições previstas na
legislação local e nas convenções e acordos coletivos de trabalho relativas à base territorial do
estabelecimento de lotação do empregado.
§ 8º Ao contrato de trabalho do empregado admitido no Brasil que optar pela realização de
teletrabalho fora do território nacional, aplica-se a legislação brasileira, excetuadas as
disposições constantes na Lei nº 7.064, de 6 de dezembro 1982, salvo disposição em contrário
estipulada entre as partes.
§ 9º Acordo individual poderá dispor sobre os horários e os meios de comunicação entre
empregado e empregador, desde que assegurados os repousos legais.

A alteração do regime PRESENCIAL para o TELETRABALHO depende de anuência do


empregado.
A alteração do regime de TELETRABALHO para o PRESENCIAL NÃO depende de anuência do
empregado, mas deve ser concedido um prazo mínimo de 15 dias para a transição.

Art. 75-D. As disposições relativas à responsabilidade pela aquisição, manutenção ou


fornecimento dos equipamentos tecnológicos e da infraestrutura necessária e adequada à
prestação do trabalho remoto, bem como ao reembolso de despesas arcadas pelo empregado,
serão previstas em contrato escrito.
Parágrafo único. As utilidades mencionadas no caput deste artigo não integram a remuneração
do empregado.

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qualquer tipo de repasse.

Exemplo:
OAB XXXII - Luiz e Selma são casados e trabalham para o mesmo empregador. Ambos são
teletrabalhadores, tendo o empregador montado um home office no apartamento do casal,
de onde eles trabalham na recepção e no tratamento de dados informatizados. Para a
impressão dos dados que serão objeto de análise, o casal necessitará de algumas resmas de
papel, assim como de toner para a impressora que utilizarão.
Assinale a opção que indica quem deverá arcar com esses gastos, de acordo com a CLT.
Resposta: A responsabilidade por esse gasto deverá ser prevista em contrato escrito.

O empregado em teletrabalho, desde que este seja exercido por PRODUÇÃO OU TAREFA, não
se submete a controle de jornada (art. 62, III da CLT).

E o que isso quer dizer? Isso quer que, em regra, o empregado neste regime não faz jus a
eventuais horas extras.

5. Trabalho do menor: Art, 7º XXXIII da CF; Art. 402 – 441 CLT

Art. 7º XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de


qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de
quatorze anos.

Regramento diferenciado para doméstica: É vedada a contratação de menor de


18 (dezoito) anos para desempenho de trabalho doméstico.

Art. 404 CLT - Ao menor de 18 (dezoito) anos é vedado o trabalho noturno, considerado este
o que for executado no período compreendido entre as 22 (vinte e duas) e as 5 (cinco) horas.
• Obs: Ao menor não será permitido o trabalho em locais ou serviços prejudiciais à sua
moralidade.
O trabalho exercido nas ruas, praças e outros logradouros dependerá de prévia autorização
do Juiz de Menores, ao qual cabe verificar se a ocupação é indispensável à sua própria
subsistência ou à de seus pais, avós ou irmãos e se dessa ocupação não poderá advir prejuízo
à sua formação moral.

• É vedado o trabalho do menor em atividades que demandem força muscular superior a


20kg e 25kg, respectivamente, para o trabalho contínuo e ocasional, salvo se realizado
por meios mecânicos.

6. Truck System? Cláusulas del credere?

É vedado o truck system.


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Caracterizado pelo pagamento mediante o fornecimento de vales, fichas ou bônus que


vinculem o empregado a somente poder comprar mercadorias em armazéns ou outros locais
de fornecimento vinculados ao empregado.

É vedada no contrato de representação comercial a inclusão de cláusulas del credere.

A cláusula “del credere” corresponde ao instituto ou previsão da parte contratante ou


representada descontar os valores de comissões ou vendas do representante comercial na
hipótese da venda ou da transação ser cancelada ou desfeita.

Exemplo:
Um representante comercial ajuíza ação na Justiça do Trabalho pedindo a devolução de
descontos. Ele explica que sua comissão sobre as vendas é de 5%, mas que pode optar pelo
percentual de 10%, desde que se comprometa a pagar o valor da venda, caso o comprador
fique inadimplente. Alega que sempre fez a opção pelos 10%, e que, nos casos de
inadimplência, teve de pagar o valor do negócio para depois tentar reaver a quantia do
comprador, o que caracterizaria transferência do risco da atividade econômica. Diante do
caso apresentado e da lei de regência, assinale a afirmativa correta:
Resposta: A situação caracteriza a cláusula del credere, vedada pela Lei de Representação
Comercial.

7. Conceito de empregador:

Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos


da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.

Equiparam-se a empregador:
➔ Profissionais liberais
➔ Instituições de beneficência
➔ Associações recreativas
➔ Instituições sem fins lucrativos

Súmula 51 TST
I - As cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens deferidas anteriormente,
só atingirão os trabalhadores admitidos após a revogação ou alteração do regulamento. II -
Havendo a coexistência de dois regulamentos da empresa, a opção do empregado por um deles
tem efeito jurídico de renúncia às regras do sistema do outro.

O Artigo 611-A, VI da CLT dispõe que as negociações coletivas prevaleçam sobre a lei no que
dispuserem sobre regulamento empresarial.
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8. Grupo de empresas – Art. 2§2º e 3º

§2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade
jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ou ainda
quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão
responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de emprego.

§ 3º Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a
configuração do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de
interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes.

Súmula nº 129 do TST


CONTRATO DE TRABALHO. GRUPO ECONÔMICO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e
21.11.2003
A prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo grupo econômico, durante a
mesma jornada de trabalho, não caracteriza a coexistência de mais de um contrato de
trabalho, salvo ajuste em contrário.

9. Sucessão de empresas: Art. 10, 10-A, 448 CLT


Requisitos: Transferência do estabelecimento e continuidade na prestação laboral.

Art. 448-A. Caracterizada a sucessão empresarial ou de empregadores prevista nos arts.


10 e 448 desta Consolidação, as obrigações trabalhistas, inclusive as contraídas à época em
que os empregados trabalhavam para a empresa sucedida, são de responsabilidade do
sucessor.
Parágrafo único. A empresa sucedida responderá solidariamente com a sucessora quando
ficar comprovada fraude na transferência.

• Responsabilidade do sócio retirante:

Art. 10-A. O sócio retirante responde subsidiariamente pelas obrigações trabalhistas da


sociedade relativas ao período em que figurou como sócio, somente em ações ajuizadas até
dois anos depois de averbada a modificação do contrato, observada a seguinte ordem de
preferência:

I - a empresa devedora;
II - os sócios atuais; e
III - os sócios retirantes.

Parágrafo único. O sócio retirante responderá solidariamente com os demais quando ficar
comprovada fraude na alteração societária decorrente da modificação do contrato.

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Exemplo
(OAB/FGV – XXVIII Exame da Ordem – 2019) Alaor, insatisfeito com o pequeno lucro do
restaurante do qual era sócio, retirou-se da sociedade empresária e averbou, na respectiva junta
comercial, novo contrato social, onde constava sua retirada. O empresário, 36 meses após esse
fato, foi surpreendido com sua citação em uma reclamação trabalhista ajuizada dias antes. Sobre
a hipótese apresentada, considerando a atual redação da CLT, assinale a afirmativa correta.
Gabarito: Alaor não mais responde, na ação trabalhista em referência, pelos débitos da
sociedade.

10. Sociedade Cooperativa: Ler o artigo 442 parágrafo único da CLT. Lei 12.690: Art. 6º, 7º,10.

Art. 442 - Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à


relação de emprego.

Parágrafo único – Qualquer que seja o ramo de atividade da sociedade cooperativa, não
existe vínculo empregatício entre ela e seus associados, nem entre estes e os tomadores de
serviços daquela

11. Contrato intermitente: Ler art. 452-A da CLT.

Art. 443, CLT:


(...)
3º Considera-se como intermitente o contrato de trabalho no qual a prestação de serviços, com
subordinação, não é contínua, ocorrendo com alternância de períodos de prestação de serviços
e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de
atividade do empregado e do empregador, exceto para os aeronautas, regidos por legislação
própria.

a) Prazo para convocação e aceitação da oferta de trabalho


O empregador deve convocar o trabalhador com antecedência mínima de 3 dias
corridos.
Já o trabalhador tem o prazo de um dia útil para responder o chamado, destacando
que o silêncio deste empregado caracteriza a recusa do serviço.
Anota-se que a convocação do empregado poderá se dar por qualquer meio de
comunicação eficaz.

b) Prazo para pagamento das verbas trabalhistas ao trabalhador


Primeiramente, convém salientar que ao final do trabalho, o empregado fará jus às
seguintes verbas:
• Remuneração;
• Férias proporcionais mais um terço;
• 13º proporcional;
• Repouso semanal remunerado;
• Adicionais legais.

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c) Multa por descumprimento do acordado


Caso o empregado tenha aceitado o serviço e não o realize; ou o empregador tenha
convocado o empregado, mas não lhe passado o serviço; isto é, caso haja descumprimento do
acordado, haverá uma multa que pode ser aplicada tanto ao empregado como ao empregador
caso não haja a prestação de serviços, correspondente a 50% da remuneração devida no
período.

Exemplo:
OAB-FGV – 35º Exame: A churrascaria Boi Gordo tem movimento variado ao longo dos diversos
meses do ano. A variação também ocorre em algumas semanas, razão pela qual decidiu
contratar alguns empregados por meio do chamado contrato intermitente. Diante disso, esses
pretensos empregados ficaram com dúvidas e consultaram você, como advogado(a), para
esclarecer algumas questões. Assinale a opção que indica, corretamente, o esclarecimento
prestado.
Gabarito: O tempo de resposta do empregado em relação à convocação para algum trabalho é
de um dia útil para responder ao chamado, e o silêncio gera presunção de recusa.

Link para Questões

Sugestão: Faça no mínimo 15 questões


Número de Questões:
Acertos: Erros:

ESPAÇO PARA ANOTAÇÕES

31
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SEXTA-FEIRA - 29/07
Processo do Trabalho: Competência + Partes e Procuradores
Leitura Art.114 da CF
Art. 791 ao 793 CLT
CLT

Art.791 Art.791§3º Art.793 Art. 842 Art.843 Art. 855-B

1. Competência art.114 da CF
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO - JULGAR:
I- as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e
da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios;
II- as ações que envolvam exercício do direito de greve;
Obs: Ações envolvendo greve dos servidores públicos estatutários não é da competência da
Justiça do Trabalho.
III- as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e
entre sindicatos e empregadores;
IV- os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado
envolver matéria sujeita à sua jurisdição;
V- os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto
no art. 102, I, o;
Obs: Conflito entre varas do trabalho de sua jurisdição – TRT
Conflito entre Vara de Trabalho de mais de um TRT; TRT e Vara do trabalho de jurisdição de
TRT distinto - TST
VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho;
VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos
de fiscalização das relações de trabalho;
VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus
acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;
Obs: Sentenças que proferir E acordos que homologar (súmula vinculante 53).
IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.

Não são processadas na Justiça do Trabalho:


Ação de cobrança de honorários por profissional liberal;
Ações envolvendo relações de consumo;
Representação comercial;
Complementação de aposentadoria
(A banca provavelmente cobra uma questão de um empregado que contratou um plano de
previdência privada do próprio empregador. Neste caso, como exposto, não é competência
da justiça do trabalho);
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qualquer tipo de repasse.

Ações penais
Ações de acidente do trabalho em face do INSS

Observações:
• Compete à Justiça estadual processar e julgar a ação de cobrança ajuizada por
profissional liberal contra cliente.
• Compete à Justiça do Trabalho julgar pedidos de direitos e vantagens previstos na
legislação trabalhista referente a período anterior à Lei 8.112/1990, mesmo que a ação
tenha sido ajuizada após a edição da referida lei. A superveniência de regime estatutário
em substituição ao celetista, mesmo após a sentença, limita a execução ao período
celetista.
• Nos termos do art. 114, VI, da CF/88, a Justiça do Trabalho é competente para processar
e julgar ações de indenização por dano moral e material, decorrentes da relação de
trabalho, inclusive as oriundas de acidente de trabalho e doenças a ele equiparadas,
ainda que propostas pelos dependentes ou sucessores do trabalhador falecido.
• Nas ações que envolvem agentes comunitários de saúde/ agentes de combate às
endemias, a regra é ser da competência da Justiça do Trabalho, quando não houver lei
do ente respectivo submetendo os agentes a regime jurídico administrativo.

OAB/FGV – 35º EXAME DA ORDEM


Seu escritório atua exclusivamente na área trabalhista e participará de uma licitação a ser
realizada por uma grande empresa pública para escolha de escritórios de advocacia das mais
diversas áreas de atuação. Assim sendo, a fim de elaborar a proposta a ser enviada para licitação,
você foi incumbido de indicar quais processos seriam da competência da Justiça do Trabalho.
Diante disso, considerando o entendimento jurisprudencial consolidado do TST, bem como a
Constituição da República Federativa do Brasil, são da competência da Justiça do Trabalho
Gabarito: as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos
órgãos de fiscalização das relações de trabalho.

2. Competência territorial na Justiça do Trabalho: Local da prestação do serviço (Art.651


CLT) mesmo que a contratação tenha ocorrido em outro local ou no estrangeiro.

Exceções:

• Agente ou viajante comercial:

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➔ Competência da Vara do Trabalho que a empresa tenha agência ou filial


e a esta o empregado esteja subordinado.
➔ Na falta de agência ou filial ou se o empregado não estiver subordinado
a qualquer uma delas, ele poderá optar entre ajuizar a ação no seu
domicílio ou a localidade mais próxima.

• Empregado que trabalha no exterior:

➔ Agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro


e não haja convenção internacional dispondo em contrário.

• Empregador que promove a prestação dos serviços fora do lugar da celebração do


contrato:

➔ O empregado pode escolher entre: a Vara do Trabalho da celebração


do contrato ou; a Vara do trabalho do local de prestação do serviço.

Partes e Procuradores

3. Honorários de sucumbência: 5% a 15 % - art. 791-A da CLT.

Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de
sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze
por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico
obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.

Obs: ADI 5766 o STF considerou inconstitucional o art. 791-A, § 4º da CLT.


“Prof e o que isso quer dizer?”
Isso quer dizer que o beneficiário da justiça gratuita não mais será devedor de honorários de
sucumbência.

Obs: Mandado tácito:


Art. 791, §3º, da CLT: A constituição de procurador com poderes para o foro em geral poderá
ser efetivada, mediante simples registro em ata de audiência, a requerimento verbal do
advogado interessado, com anuência da parte representada.

4. Leitura do 843, §2º CLT:


Art.843 § 2º Se por doença ou qualquer outro motivo poderoso, devidamente comprovado,
não for possível ao empregado comparecer pessoalmente, poderá fazer-se representar por
outro empregado que pertença à mesma profissão, ou pelo seu sindicato.

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Obs: O empregado também poderá ser representado pelo sindicato da categoria profissional
(isto é, sindicato que representa os empregados) nas reclamações plúrimas e ações de
cumprimento.

5. Leitura do art. 842 da CLT:

Art. 842, CLT: Sendo várias as reclamações e havendo identidade de matéria, poderão ser
acumuladas num só processo, se se tratar de empregados da mesma empresa ou
estabelecimento.

Logo, os requisitos são:


- identidade de matéria/objeto (exemplo, todas as partes requerem EPI, ou horas extras)
- mesmo empregador.

Obs: Mesmo na hipótese de litisconsórcio, tendo as partes diferentes advogados, de escritórios


de advocacia distintos, não há a aplicação de prazo em dobro para manifestação (OJ-301 da SDI-
1 do TST);

6. JUS POSTULANDI – Na Justiça do Trabalho, em regra as partes não necessitam de advogados,


limitando-se a Vara do trabalho, TRT.

Súmula 425 do TST:


"O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e
aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a ação cautelar,
o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho."

MACETE: o JUS POSTULANDI não pode AMAR A EX: (Necessita de advogado):


Ação rescisória;
Mandado de segurança;
Ação cautelar;
Recurso ao TST;
Acordo extrajudicial.

Art. 855-B. O processo de homologação de acordo extrajudicial terá início por petição
conjunta, sendo obrigatória a representação das partes por advogado.
§ 1º As partes não poderão ser representadas por advogado comum.
§ 2º Faculta-se ao trabalhador ser assistido pelo advogado do sindicato de sua categoria.

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Veja como caiu:

Ano: 2021 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2021 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXIII
- Primeira Fase
Duas irmãs costureiras trabalharam juntas em uma confecção. A mais velha era empregadora
da mais nova, que gerenciava a atividade. Devido a um desentendimento em família, a irmã
mais nova foi dispensada.
Em decorrência da relação fraternal, chegaram a um bom termo sem a necessidade de
ajuizamento da demanda. Porém, por segurança de ambas, gostariam de ver garantidos,
judicialmente, os termos do acordo e procuraram você, como advogado consultor.
Diante disso, observados os termos da CLT, assinale a afirmativa correta.
Gabarito: Deverá ser distribuída uma petição requerendo a homologação de acordo
extrajudicial, sendo que as partes deverão obrigatoriamente estar representadas por
advogados distintos.

7. Súmula 418 do TST:


A homologação de acordo constitui faculdade do juiz, inexistindo direito líquido e certo
tutelável pela via do mandado de segurança.

8. Art. 855-A. Aplica-se ao processo do trabalho o incidente de desconsideração da


personalidade jurídica previsto nos arts. 133 a 137 da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 -
Código de Processo Civil.

Obs: Art. 135 CPC: Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para
manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias.

§ 1º Da decisão interlocutória que acolher ou rejeitar o incidente

I - na fase de cognição, não cabe recurso de imediato, na forma do § 1º do art. 893 desta
Consolidação;

II - na fase de execução, cabe agravo de petição, independentemente de garantia do juízo;

III - cabe agravo interno se proferida pelo relator em incidente instaurado originariamente no
tribunal.

Exame XXXII - No decorrer de uma execução trabalhista, não se conseguiu


penhorar nenhum bem da empresa executada nem reter qualquer numerário dela em ativos
financeiros. Então, o exequente instaurou um incidente de desconsideração de personalidade
jurídica para direcionar a execução em face de um sócio. O referido sócio foi citado e, no
prazo de 15 dias, manifestou-se contrariamente à sua execução. Submetida a manifestação
ao contraditório e não havendo outras provas a produzir, o juiz julgou procedente o incidente
e incluiu o sócio no polo passivo da execução na condição de executado, sendo, então,
publicada essa decisão. Considerando a situação retratada e os ditames da CLT, assinale a
afirmativa correta.

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qualquer tipo de repasse.

Resposta correta: O sócio em questão poderá recorrer da decisão independentemente de


garantia do juízo.

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Sugestão: Faça no mínimo 15 questões


Número de Questões:
Acertos: Erros:

ESPAÇO PARA ANOTAÇÕES

37

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