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BAHIA
MAPA DE REVISÃO
PARTE I - DELEGADO
BEATRIZ
POMPEO
CONSULTORIA
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
-O TCU PODE decretar a indisponibilidade de bens. Porém, não é uma sanção, mas sim uma medida
cautelar
-O TCU NÃO aprecia a legalidade das nomeações para cargo de provimento em comissão.
-O TCU apenas emite parecer prévio sobre as contas do Presidente. Quem julga é o Congresso.
-É prescritível a pretensão de ressarcimento ao erário fundada em decisão de Tribunal de Contas.
ANTES HOJE
-Não havia prazo para o Tribunal de Contas -O Tribunal de Contas possui o prazo de 5 anos
apreciar a legalidade do ato de concessão para apreciar a legalidade do ato de concessão
inicial da aposentadoria, reforma ou pensão inicial da aposentadoria, reforma ou pensão
-Se o Tribunal de Contas demorasse mais de 5 -Se o Tribunal de Contas demorar mais de 5
anos para apreciar a legalidade do ato, ele anos para apreciar a legalidade do ato, ele não
continuaria poderá mais rever esse ato. Esgotado o prazo,
podendo examinar, mas passa a ser necessário considera-se que a
garantir contraditório e ampla defesa ao aposentadoria, reforma ou pensão está
interessado definitivamente registrada, mesmo sem ter
havido a análise pelo Tribunal de Contas
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CLASSIFICAÇÃO CONSTITUIÇÕES
Rígida: alteração possível, mas exige um processo legislativo mais complexo e solene do que
aquele previsto para a elaboração das demais espécies normativas (CF 1988).
Nominativa: nâo é capaz de reproduzir com exata congruência a realidade política e social do
Estado, mas anseia chegar a este estágio
Eclética: convívio harmônico de várias ideologias, não há uma ideia única e prevalente
Súmula nº 625, STF: “Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão
de mandado de segurança.”
Súmula nº 629, STF: “A impetração de mandado de segurança coletivo por
entidade de classe em favor dos associados independe da autorização destes.”
Súmula nº 630, STF: “A entidade de classe tem legitimação para o mandado de
segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da
respectiva categoria.”
Súmula nº 376, STJ: “Compete à turma recursal processar e julgar o mandado de
segurança contra ato de juizado especial.”
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NÃO CABE MS:
-Ato de gestão comercial por Empresa Pública, Sociedade de Economia Mista e concessionárias de
serviço público;
-Decisão Judicial da qual cabe recurso com efeito suspensivo;
-Decisão de recurso administrativo;
Obs: Súmula nº 429, STF: “A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não impede
o uso do mandado de segurança contra omissão da autoridade.”
-Decisão transitada em julgado;
-Lei em tese.
-Não cabe medida liminar em mandado de injunção, uma vez que esse remédio constitucional se
destina à verificação da ocorrência, ou não, de mora da autoridade ou do Poder de que depende a
elaboração da norma regulamentadora do texto constitucional. Em ADO é possível a concessão de
liminar. (apenas lembrando que MI e ADO objetivam sanar a síndrome da inefetividade das normas
constitucionais – se esse tema for cobrado na prova discursiva, você tem que botar essa expressão)
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-Quais são os cargos privativos de brasileiros natos?
a) Ministro STF (por óbvio, o Presidente do CNJ tb é um BR nato)
b) PR e vice
c) Presidente da CD
d) Presidente do SN
e) Carreira diplomática
f) Oficial das forças armadas
g) Ministro de Estado de Defesa
h) 6 cidadãos brasileiros natos no Conselho da República
i) A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de
brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob as
leis brasileiras e que tenham sede no País
Alistamento eleitoral
Obrigatório Facultativo Proibido
-maiores de 18 -analfabetos -estrangeiro
-maiores de 70 -conscritos, durante o
-maiores de 16 e período de serviço militar
menores de 18 obrigatório
Novidades legislativas:
10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de QUINZE DIAS
contados da DIPLOMAÇÃO, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção
ou fraude.
§ 12. Serão realizadas concomitantemente às eleições municipais as consultas populares sobre
questões locais aprovadas pelas Câmaras Municipais e encaminhadas à Justiça Eleitoral até 90
(noventa) dias antes da data das eleições, observados os limites operacionais relativos ao número
de quesitos.
§ 13. As manifestações favoráveis e contrárias às questões submetidas às consultas populares nos
termos do § 12 ocorrerão durante as campanhas eleitorais, sem a utilização de propaganda
gratuita no rádio e na televisão
§ 6º Os Deputados Federais, os Deputados Estaduais, os Deputados Distritais e os Vereadores que se
desligarem do partido pelo qual tenham sido eleitos perderão o mandato, salvo nos casos de
anuência do partido ou de outras hipóteses de justa causa estabelecidas em lei, não computada, em
qualquer caso, a migração de partido para fins de distribuição de recursos do fundo partidário ou de
outros fundos públicos e de acesso gratuito ao rádio e à televisão. (lembrando que a perda do
mandato por infidelidade partidária não se aplica aos cargos majoritários!)
- art. 5 LXXIX - é assegurado, nos termos da lei, o direito à proteção dos dados pessoais, inclusive nos
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meios digitais.
- Os partidos políticos devem aplicar no mínimo 5% (cinco por cento) dos recursos do fundo
partidário na criação e na manutenção de programas de promoção e difusão da participação política
das mulheres, de acordo com os interesses intrapartidários.
-O montante do Fundo Especial de Financiamento de Campanha e da parcela do fundo partidário
destinada a campanhas eleitorais, bem como o tempo de propaganda gratuita no rádio e na
televisão a ser distribuído pelos partidos às respectivas candidatas, deverão ser de no mínimo 30%
(trinta por cento), proporcional ao número de candidatas, e a distribuição deverá ser realizada
conforme critérios definidos pelos respectivos órgãos de direção e pelas normas estatutárias,
considerados a autonomia e o interesse partidário.
PODER LEGISLATIVO
-poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos
regimentos das respectivas Casas.
-casa criadora próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos
regimentos das respectivas Casas.
-conclusões serão encaminhadas ao MP. A CPI não promove a responsabilização
-as normas que tratam da CPI são de obrigatória observação pelos Estados
-CPI deve terminar dentro da sessão legislativa, entretanto, se não acabar, poderá ser prorrogada
desde que não ultrapasse a legislatura
- A instalação de uma CPI não se submete a um juízo discricionário seja do Presidente da casa
legislativa, seja do plenário da própria casa legislativa
-É inconstitucional norma da Constituição Estadual que preveja a possibilidade de a Assembleia
Legislativa convocar o Presidente do Tribunal de Justiça ou o Procurador-Geral de Justiça para
prestar informações na Casa, afirmando que a sua ausência configura crime de responsabilidade.
- Governador não pode ser obrigado a depor em CPI instaurada no Congresso Nacional
§2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos,
salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e
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quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a
prisão.
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o
Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela
representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o
andamento da ação.
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Principais competências privativas da Câmara:
-AUTORIZAR, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o
Vice- Presidente da República e os Ministros de Estado;
Perda do Mandato
Cassação Extinção
É decidida pela Câmara ou pelo Senado, Declarada pela Mesa da casa respectiva
por maioria absoluta, quando: -deixar de comparecer, em cada sessão
-infringir as proibições estabelecidas legislativa, à terça parte das sessões
pela CF ordinárias da Casa a que pertencer,
a) desde a expedição do diploma não salvo licença ou missão por esta
podem firmar ou manter contrato com autorizada;
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P.J de direito público, entidades da adm - perder ou tiver suspensos os direitos
indireta ou concessionária de serviços políticos;
público, salvo quando o contrato - decretar a Justiça Eleitoral, nos casos
obedece clausulas uniformes, e nem previstos nesta
aceitar ou exercer cargo nessas Constituição;
entidades
b) desde a posse não podem ser
proprietários ou diretores de empresas
que possuem favor decorrente de
contato com PJ de direito público,
ocupar cargo nessas entidades,
patrocinar causa em que essas
entidades sejam interessadas ou então
ser titulares de mais de um cargo ou
mandato público efetivo
-procedimento incompatível com
decoro parlamentar
-condenação criminal transitada em
julgado*
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PROCESSO LEGISLATIVO
-Leis em matéria tributária: iniciativa geral. Qualquer parlamentar pode propor. A competência será
apenas do Presidente se for legislação tributária referente aos territórios.
- A Constituição Estadual não pode ampliar as hipóteses de reserva de lei complementar
- É possível o Chefe do Poder Executivo promulgar a parte incontroversa de projeto de lei que não
foi vetada
- Por outro lado, nada impede que o Presidente sancione ou vete esse projeto e, no mesmo dia,
edite uma medida provisória tratando sobre o mesmo tema.
-Padece de inconstitucionalidade formal lei de iniciativa parlamentar que disponha sobre atribuições
de órgãos da Administração Pública (a iniciativa é do PR)
-É possível a edição de medidas provisórias pelo governador (desde que haja previsão na CE), e pelo
prefeito (desde que haja previsão na Lei Orgânica)
- JÁ CAIU: meio de um decreto, o Prefeito disciplinou o fluxo de procedimentos relativos à fase
interna das licitações municipais e extinguiu dez cargos públicos vagos. Referido decreto É VÁLIDO
por observar os limites constitucionais da competência regulamentar do Chefe do Poder Executivo.
-Quem tem iniciativa para apresentar PEC?
a) PR
b) 1/3 dos membros da CD ou do SN
c) + da ½ das assembleias legislativas, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de
seus membros
-Não há veto ou sanção na emenda à Constituição, em decretos legislativos, em resoluções, em leis
delegadas ou em lei resultante da conversão, sem alterações, de medida provisória.
-Princípio da irrepetibilidade: se aplica de forma absoluta a EC e MP rejeitadas, porque não poderão
ser objeto de proposta na mesma sessão legislativa. Lei ordinária e lei complementar se submete a
irrepetibilidade relativa: se rejeitadas, podem ser objeto de nova proposta na mesma sessão
legislativa, desde que mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das casas
do CN
-Iniciativa popular:
a) em âmbito municipal: 5% do eleitorado
b) âmbito estadual: a lei disporá
c) âmbito federal: 1% do eleitorado nacional, 5 estados, com não menos que 3/10% dos eleitores de
cada
obs: existe inciativa popular para Emenda Constitucional? Em âmbito federal NÃO, mas em âmbito
estadual é possível, se assim previsto na CE
PRAZOS IMPORTANTES
-Para o Presidente votar: 15 dias úteis
-Para o Presidente comunicar ao Presidente do Senado as razoes do veto: 48h
-Para o CN apreciar em sessão conjunta o veto: 30 dias (necessária maioria absoluta do CN para
derrubar o veto)
Medida provisória:
-O presidente, ao editar uma MP, deve submetê-la de imediato ao CN. O prazo de 60 dias, que é
prorrogável por igual período uma vez, é o tempo em que a MP deve ser convertida em lei, do
contrário, perderá a eficácia (esse prazo é contado da publicação da MP e fica suspenso durante o
período de recesso do CN)
-A deliberação da MP não ocorre em sessão conjunta. As casas deliberam separadas. A votação tem
início na CD
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Quando é obrigatório que o projeto de Projetos de lei de iniciativa:
lei tenha a votação iniciada na Câmara? a) Presidente da República;
b) Supremo Tribunal Federal; e
c) Tribunais Superiores;
- Projeto de Iniciativa Popular de Leis.
- Medidas Provisórias.
-45 dias: se não for apreciada em até 45 dias, entra em regime de urgência e tranca a pauta. Mas
ATENÇÃO: O trancamento da pauta por conta de MPs não votadas no prazo de 45 dias só alcança
projetos de lei que versem sobre temas passíveis de serem tratados por MP. (esses 45 dias não se
aplicam aos projetos de código e nem correm durante os períodos de recesso)
-Relevância e urgência são pressupostos que devem estar presentes para que a MP seja editada. A
definição disso é, em regra, um juízo político, feito pelo PR e controlado pelo CN. O judiciário
somente poderá analisar se houver notório abuso/flagrante ilegalidade
-MP não pode tratar sobre uma porrada de assuntos (direito penal, processo penal, processo civil,
nacionalidade, direitos políticos....), mas a MP pode sim tratar sobre direito civil! (isso é sempre
questionado em prova)
-Possíveis desfechos:
a) não apreciação: o CN não se manifesta e ela perde sua eficácia. O prazo é de até 120 dias ( 60 +
60 prorrogáveis)
b) rejeição expressa
c) aprovação sem alteração: CN aprova e ela é promulgada pela MESA DO CONGRESSO NACIONAL
(não é o presidente que promulga, não houve alteração)
d) Aprovação com alteração: o CN pode suprimir ou adicionar emendas, DESDE QUE tenha
pertinência com o texto originário. Do contrário, isso será contrabando legislativo, o que é vedado
(uma porrada de gente errou essa questão na PCPB!)
-O CN regulamenta por decreto os efeitos da MP não convertida em lei
- É vedada a edição de medida provisória tratando sobre matéria já disciplinada em projeto de lei
aprovado pelo Congresso Nacional e que está pendente de sanção ou veto. Por outro lado, nada
impede que o Presidente sancione ou vete esse projeto e, no mesmo dia, edite uma medida
provisória tratando sobre o mesmo tema.
PODER EXECUTIVO
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presidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei; (os
Ministros do TCU tb são nomeados pelo PR após aprovação do Senado
-PR nomeia sem sabatina: magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral
da União;
-Quais competências privativas do PR podem ser delegadas aos Ministros de Estado, PGR ou AGU?
a) Decreto autônomo
b) Concessão de indulto e comutação de pena
c) Prover cargos públicos federais
ATENÇÃO: existe jurisprudência no sentido de ser possível delegação do Presidente aos Ministros
para o desprovimento de cargos públicos
PODER JUDICIÁRIO
Competências STF
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STF julga MS ou HD contra atos - Presidente da República;
- Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal;
- Tribunal de Contas da União;
- Procurador-Geral da República; e
- próprio Supremo Tribunal Federal.
STF julga HC quando o coator for -Tribunal Superior
STF julga HC quando o coator ou - autoridade ou funcionário cujos atos estejam
paciente for sujeitos diretamente à
jurisdição do Supremo Tribunal Federal;
- se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em
uma única instância.
STF julga conflito de competência - STJ x quaisquer tribunais;
entre - Tribunal Superior x Tribunal Superior;
- Tribunais Superiores x qualquer outro tribunal.
STF julga MI quando a atribuição - Presidente da República;
para a edição da norma for do - Presidente do Congresso Nacional;
- Presidente da Câmara dos Deputados;
- Presidente do Senado Federal;
- Mesas de uma dessas Casas Legislativas;
- Tribunal de Contas da União;
- um dos Tribunais Superiores; ou
- próprio Supremo Tribunal Federal.
-Julgar válida LEI LOCAL contestada -Julgar válido ATO DE GOVERNO LOCAL
em face de lei Federal contestado em
a) contrariar dispositivo desta face de lei federal.
Constituição; a) contrariar tratado ou lei federal,
b) declarar a inconstitucionalidade de ou negar-lhes
tratado ou lei federal; vigência;
c) julgar válida lei ou ato de governo b) julgar válido ato de governo local
local contestado em face desta contestado em face de lei federal;
Constituição; c) der a lei federal interpretação
d) julgar válida lei local contestada em divergente da que lhe haja atribuído
face de lei federal. outro tribunal.
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STJ
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ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
Competência concorrente:
-A União estabelece normas gerais, o que não exclui a competência suplementar dos Estados
-Se não existir lei federal sobre as normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa
plena
-A superveniência de lei federal sobre normas gerais SUSPENDE a eficácia (não é revogação) da lei
estadual, no que lhe for contrário.
Municípios
-Lei orgânica: 2 turnos, interstício mínimo de 10 dias, aprovada por 2/3 da câmara, que a
promulgará. QUEM PROMULGA A LEI ORGÂNICA NÃO É O PREFEITO!
-Iniciativa popular em âmbito municipal: 5% do eleitorado
OBS 2: 5% também é o montante que o Município não pode ultrapassar da receita do Município na
remuneração dos vereadores. Em relação à sua receita, a câmara não pode ultrapassar 70% com
folha de pagamento.
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-Crime de responsabilidade prefeito: efetuar repasse que supere os limites acima vistos, não enviar o
repasse até o dia 20 de cada mês/envia-lo a menor em relação à proporção fixada na lei
orçamentária
-Crime de responsabilidade presidente da câmara: gastar mais que 70% da receita da câmara com
folha de pagamento
- Usurpa a competência dos Municípios a exigência feita pela Constituição Estadual de que os
serviços de saneamento e abastecimento de água sejam realizados por pessoa jurídica de direito
público ou sociedade de economia mista
- Súmula Vinculante nº 49: “Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a
instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área.”
-Tribunal de conta DO Município é um órgão municipal que atua na fiscalização das contas de um
Município. A CF proíbe que os Estados criem novos Tribunais de contas municipais. O que não se
confunde com Tribunal de contas DOS Municípios, que é um órgão estadual.
- Parecer técnico elaborado pelo Tribunal de Contas tem natureza meramente opinativa,
competindo exclusivamente à Câmara de Vereadores o julgamento das contas anuais do chefe do
Poder Executivo local, sendo incabível o julgamento ficto das contas por decurso de prazo.
-O Município é competente para legislar sobre o meio ambiente, juntamente com a União e o
Estado-membro/DF, no limite do seu interesse local e desde que esse regramento seja harmônico
com a disciplina estabelecida pelos demais entes federados
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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
-Art. 40 O servidor abrangido por regime próprio de previdência social será aposentado:
I- por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver investido, quando
insuscetível de readaptação, hipótese em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas
para verificação da continuidade das condições que ensejaram a concessão da aposentadoria, na
forma de lei do respectivo ente federativo.
- Art. 40, § 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta
Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de
previdência social
- 40, § 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado
em lei de livre nomeação e exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, ou
de emprego público, o Regime Geral de Previdência Social.
-Art. 40, § 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo
idade e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores com deficiência,
previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e
interdisciplinar.
- Art. 40, § 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo
idade e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores cujas atividades
sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde,
ou associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação
- Art. 40, § 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima reduzida em 5 (cinco) anos
em relação às idades decorrentes da aplicação do disposto no inciso III do § 1º, desde que
comprovem tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino
fundamental e médio fixado em lei complementar do respectivo ente federativo
-JÁ CAIU: A remuneração dos empregados de empresas públicas e sociedades de economia mista,
que recebam recursos do Município para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em
geral, não poderá exceder o subsídio mensal, em espécie, do Prefeito. (e se não receber recurso
público? Não deve obediência ao teto constitucional)
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
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Legitimados
-Cláusula de reserva de plenário (full bench): se presta a evitar decisões conflitantes e preservar a
presunção de constitucionalidade das leis: Art. 97. SOMENTE pelo voto da maioria absoluta de seus
membros ou dos membros do respectivo órgão especial PODERÃO OS TRIBUNAIS declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público
Súmula Vinculante nº 10: “Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão
fracionário de Tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou
ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.”
a) Juízo monocrático
d) ADC
-Quando determinada decisão vinculante do STF for proferida APÓS o trânsito em julgado do caso,
não caberá reclamação, mas ação rescisória
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-Normas já revogadas podem ser parâmetro no controle difuso, sendo exigível apenas que
estivesse em vigor quando da edição da lei questionada. (princípio da contemporaneidade)
- Tribunal de Justiça pode julgar ADI contra lei municipal tendo como parâmetro a Constituição
Federal, desde que seja uma norma de reprodução obrigatória. Admite-se o controle abstrato de
constitucionalidade, pelo Tribunal de Justiça, de leis e atos normativos estaduais e municipais em
face da Constituição da República, apenas quando o parâmetro de controle invocado for norma de
reprodução obrigatória ou exista, no âmbito da Constituição estadual, regra de caráter remissivo à
Carta federal.
Jurisprudência:
-Governador de Estado afastado cautelarmente de suas funções — por força do recebimento de
denúncia por crime comum — não tem legitimidade ativa para a propositura de ação direta de
inconstitucionalidade.
-Ação de controle concentrado de constitucionalidade não pode ser utilizada como sucedâneo das
vias processuais ordinárias.
-Não cabe controle concentrado de constitucionalidade de leis ou ato normativos municipais
contra a Lei Orgânica respectiva.
-Cabe ADPF quando se alega que está havendo uma omissão por parte do poder público
-É possível controle difuso em sede de ação civil pública
-Entidade de classe que representa apenas parte da categoria profissional (e não a sua totalidade),
não pode ajuizar ADI/ADC
-Não há impedimento, nem suspeição de ministro, nos julgamentos de ações de controle
concentrado, exceto se o próprio ministro firmar, por razões de foro íntimo, a sua não participação.
-É possível a impugnação recursal por parte de terceiro, quando denegada sua participação na
qualidade de amicus curiae.
-A pessoa física não tem representatividade adequada para intervir na qualidade de amigo da Corte
em ação direta.
-Para ser considerada entidade de classe de âmbito nacional e, assim, ter legitimidade para propor
ações de controle abstrato de constitucionalidade, é necessário que a entidade possua associados
em pelo menos 9 Estados-membros.
-Lei estadual que dispõe sobre criação, incorporação, fusão ou desmembramento de municípios
possui natureza normativa e abstrata, desafiando o controle concentrado.
-Os Procuradores (do Estado, do Município, da ALE, da Câmara etc.) possuem legitimidade para a
interposição de recursos em ação direta de inconstitucionalidade.
ORDEM SOCIAL
-Art. 201 § 12. Lei instituirá sistema especial de inclusão previdenciária, com alíquotas
diferenciadas (o examinador vai tentar te pegar dizendo é vedada a instituição de alíquotas
diferenciadas), para atender aos trabalhadores de baixa renda, inclusive os que se encontram em
situação de informalidade, e àqueles sem renda própria que se dediquem exclusivamente ao
trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencentes a famílias de baixa
renda. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
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TEORIA DA CONSTITUIÇÃO
Constituição na visão do Min. Luís Roberto Barroso (tema já objeto de questionamento pela banca
em 3 oportunidades)
c) As normas programáticas: são as disposições que indicam os fins sociais a serem atingidos
pelo Estado com a melhoria das condições econômicas, socais e políticas da população,
tendo em vista a concretização e o cumprimento dos objetivos fundamentais previstos na
Constituição. São normas vagas, de grande densidade semântica, mas com baixa
efetividade social e jurídica, não gerando, em sentido estrito, direitos subjetivos públicos
para a população. Essas normas programáticas acabam tendo baixo grau de densificação
normativa, dizendo respeito a planos e diretrizes futuras a serem implementados pelos
governantes [...].
Concepção de Constituição
Constitucionalismo
-Marco do constitucionalismo na idade média: Carta Magna de 1215, do Rei Joao sem Terra (pacto
estabelecido entre o rei e os barões para a proteção de direitos individuais, como limite para a
fixação de tributos e garantias que hoje conhecemos como devido processo legal)
- Constitucionalismo moderno:
a) conter o arbítrio estatal
b) marcos históricos: Constituição Americana de 1787 e a Francesa de 1791
c) liberalismo e valores ligados ao individualismo
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-Neoconstitucionalismo ou constitucionalismo contemporâneo:
Obs: constitucionalismo contemporâneo se caracteriza por constituições analíticas – totalitarismo
constitucional - as quais tratam de assuntos além dos referentes à estrutura do Estado,
organização política e direitos fundamentais, dispondo, notadamente, sobre direitos sociais -
dirigismo comunitário-.
a) reconhecimento da força normativa da Constituição, que passa a ser encarada como principal
veículo normativo do sistema jurídico, com eficácia imediata e independente, em muitos casos, de
intermediação legislativa;
b) desenvolvimento da teoria dos princípios, de modo a reconhecer-lhes eficácia normativa;
c) tansformação da hermenêutica jurídica, com o reconhecimento do papel criativo e normativo
da atividade jusrisdicional;
d) expansão e consagração dos direito fundamentais. dimensão
-Unidade: o texto deve ser interpretado de forma a evitar contradição entre suas normas e
princípios constitucionais. Assim, nao há contradição verdadeira entre as normas constitucionais,
o conflito é apenas aparente. Análise das normas deve ser integrada e nao isolada. Não existe
hierarquia entre as normas da CF.
-Máxima efetividade/eficiência: à norma deve ser atribuído o sentido que lhe dê mais efetividade
social.
-Força normativa: Nas possíveis interpretações, deve ser adotada a que dê maior
eficácia/aplicabilidade e permanência das normas constitucionais.
- Método Hermenêutico Clássico ou Jurídico: considera que a Constituição é uma lei como
qualquer outra, devendo ser interpretada usando as regras da Hermenêutica tradicional.
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ou o sistema de valores subjacentes ao texto constitucional.
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
I - impostos;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços
públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
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III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade
econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a
esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os
rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
Súmula nº 670, STF: “O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.”
Súmula Vinculante nº 19: “A taxa cobrada EXCLUSIVAMENTE em razão dos serviços públicos de
coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis não
viola o art. 145, II, da Constituição Federal.”
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JURISPRUDÊNCIA STF
- É inconstitucional lei estadual que obriga a divulgação de fotos de crianças desaparecidas
em jornais e TVs.
- Lei estadual pode obrigar empresas de TV por assinatura e estabelecimentos comerciais de
venda a fornecerem atendimento telefônico gratuito aos clientes
- É inconstitucional norma estadual que assegure a independência funcional a delegados de
polícia, bem como que atribua à polícia civil o caráter de função essencial ao exercício da
jurisdição e à defesa da ordem jurídica
- Não há vedação para a fixação de piso salarial em múltiplos do salário mínimo, desde que
inexistam reajustes automáticos
- A prerrogativa de requisição conferida aos membros da Defensoria Pública é constitucional
- É inconstitucional norma de Constituição estadual que preveja quórum diverso de 3/5 dos
membros do Poder Legislativo para aprovação de emendas constitucionais
- É inconstitucional lei estadual que vede a inscrição em cadastro de proteção ao crédito de
usuário inadimplente dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário.
- Norma estadual ou municipal não pode conferir a parlamentar, individualmente, o poder de
requisitar informações ao Poder Executivo
- É inconstitucional norma de constituição estadual que disponha sobre o processamento e
julgamento de Governador e Vice-governador nos casos de crime de responsabilidade
- MPTC não possui iniciativa legislativa, sua organização não é tratada por lei complementar e
a CF/88 não autoriza que seus vencimentos e vantagens sejam equiparados aos do MP
comum
- É inconstitucional lei estadual que imponha obrigações às empresas seguradoras, sendo
também inconstitucional lei estadual, de iniciativa parlamentar, que imponha obrigações ao
DETRAN
- É inconstitucional lei estadual que proíbe a cobrança de juros, multas e parcelas vencidas de
contratos de financiamento
- É inconstitucional concessão de descontos lineares nas mensalidades das faculdades
privadas na pandemia da Covid-19
- Os Estados-membros da Federação não podem afastar a legitimidade ativa do Chefe do
Ministério Público estadual para propositura de ação direta de inconstitucionalidade perante
o Tribunal de Justiça local
- É inconstitucional lei estadual que impõe aos prestadores privados de serviços de ensino a
obrigação de estender o benefício de novas promoções aos clientes preexistentes.
- É inconstitucional lei estadual que impõe aos prestadores privados de serviços de ensino a
obrigação de estender o benefício de novas promoções aos clientes preexistentes.
- É possível obrigar o Estado a fornecer medicamento off label?
• Em regra, não é possível que o paciente exija do poder público o fornecimento de
medicamento para uso off label.
• Excepcionalmente, será possível que o paciente exija o medicamento caso esse
determinado uso fora da bula (off label) tenha sido autorizado pela ANVISA.
O Estado não é obrigado a fornecer medicamento para utilização off label, salvo autorização
da ANVISA.
- É inconstitucional lei estadual que veda o corte do fornecimento de água e luz, em
determinados dias, pelas empresas concessionárias, por falta de pagamento
- Municípios podem instituir a prestação de assistência jurídica à população de baixa renda
- Norma estadual pode prever exigir que o Chefe da Polícia Civil seja um Delegado integrante
da classe final da carreira?
a) Se for uma previsão originária da CE estadual: SIM
b) Se for uma previsão oriunda de um projeto de iniciativa do Governador do Estado: SIM
c) Se for uma previsão oriunda de projeto de iniciativa parlamentar: NÃO
23
- Estado-membro possui competência para editar lei obrigando empresas de internet a
apresentar na fatura da conta a velocidade efetivamente oferecida no mês
-Os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios foram autorizados a fazer a
vacinação dos adolescentes, mesmo havendo nota informativa do Ministério da Saúde em
sentido contrário
- Lei de iniciativa parlamentar não pode conceder anistia a servidores públicos
- O Município prejudicado é o legitimado para a execução de crédito decorrente de multa
aplicada por Tribunal de Contas estadual a agente público municipal, em razão de danos
causados ao erário municipal”.
- Não existe no Brasil a candidatura nata, ou seja, o direito de o titular do mandato eletivo ser,
obrigatoriamente, escolhido e registrado pelo partido como candidato à reeleição
- Lei estadual pode prever que, em caso de dupla vacância para os cargos de Governador e
Vice nos dois últimos anos do mandato, a ALE realizará eleição indireta, de forma nominal e
aberta
- É constitucional lei estadual que autoriza a comercialização de bebidas alcoólicas em
eventos esportivos
- É possível o Chefe do Poder Executivo promulgar a parte incontroversa de projeto de lei que
não foi vetada
- Deputado Estadual pode receber ajuda de custo, não havendo afronta ao regime de subsídio
- É formalmente constitucional lei complementar — cujo processo legislativo teve origem
parlamentar — que contenha regras de caráter nacional sobre a aposentadoria de policiais.
- Governador não pode ser obrigado a depor em CPI instaurada no Congresso Nacional
- Norma estadual pode proibir a caça em seu território
- É inconstitucional norma que sujeita a escolha do Chefe do Ministério Público estadual à
aprovação das Assembleias Legislativas.
- Os Estados podem optar por garantir a autonomia formal aos institutos de criminalística ou
podem integrá-los aos demais órgãos de segurança pública, sem que isso importe ofensa
material à Constituição.
A existência, nos quadros da Administração Pública estadual, de órgão administrativo de
perícias não gera obrigação de subordiná-lo à polícia civil.
- Os Estados podem optar por garantir a autonomia formal aos institutos de criminalística ou
podem integrá-los aos demais órgãos de segurança pública, sem que isso importe ofensa
material à Constituição.
A existência, nos quadros da Administração Pública estadual, de órgão administrativo de
perícias não gera obrigação de subordiná-lo à polícia civil.
- É inconstitucional lei estadual que proíba a Administração Pública de contratar empresa que
tenha tido empregado condenado por crime ou contravenção relacionados com a prática de
atos discriminatórios
24
ÓRGÃOS PÚBLICOS
I ndependentes: ocupados pelos membros dos Poderes do Estado, bem como pelos
membros do Ministério Público e pelos membros dos Tribunais de Contas
S uperiores: são os órgãos de cúpula da administração pública, mas que não possuem a autonomia
de que dispõe, por exemplo, um ministério.
S ubalternos: Não decidem sobre questões estratégicas e de cúpula, mas meramente questões
rotineiras e de menor complexidade da administração
DESCONCENTRAÇÃO DESCENTRALIZAÇÃO
-Controle hierárquico ou controle por vinculação -Controle por vinculação, finalístico ou tutela,
(é permanente e automático, não depende de porque a entidade criada não é subordinada ao
previsão em lei) ente que a criou. Esse controle é para verificar
se a entidade cumpre os fins para os quais foi
criada
1
- O art. 37º, XIX da CRFB estipula que a criação
de uma autarquia dependerá de lei e que a
criação de empresa
pública, sociedade de economia mista e de
fundação dependerá de uma autorização
legislativa, ou seja, nesses
últimos três casos, a lei não vai criar, mas
somente autorizar a sua criação.
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
Autarquias:
-Pessoas jurídicas de direito público criadas por lei
- As autarquias são consideradas integrantes da Fazenda Pública, gozando, do âmbito federal.
inclusive, de todas as prerrogativas processuais da Fazenda Pública.
-Regime jurídico: hoje é ESTATUTÁRIO. Lembra de toda aquela confusão envolvendo o regime
jurídico único? (Se não lembra, apenas decore que é regime estatutário, não da tempo de ler isso
agora)
-Conselhos de fiscalização profissional tem natureza jurídica de autarquia, salvo a OAB (mas
ATENÇÃO: os conselhos não pagam suas dívidas por precatórios)
-Não podem possuir carro oficial (apenas a Administração Direta pode)
-Ainda sobre os conselhos, é CONSTITUCIONAL eles contratarem empregados pelo regime CLT (STF
ADC 36 2020)
Fundação Pública:
É pessoa jurídica de direito público ou privado? Muitas discussões doutrinárias sobre o tema,
entretanto, prevalece o seguinte:
-Pode ser pessoa jurídica de direito público ou de direito privado, isso depende:
a) da natureza do ato constitutivo (se a lei cria: pessoa jurídica de direito público/ se a lei autoriza a
criação: pessoa jurídica de direito privado)
b) tipo de atividade desempenhada pela fundação
-As fundações públicas de direito privado podem contratar pelo regime celetista
2
Empresas públicas/Sociedades de economia mista
-Podem ser criadas apenas diante de imperativos da segurança nacional e diante de relevante
interesse da coletividade, sendo uma intervenção excepcional e subsidiária, uma vez que a livre
iniciativa e a atividade econômica são de titularidade do particular.
-Criação: autorização legislativa + inscrição dos atos constitutivos no registro competente
-Estatais que exploram atividade econômica em regime de concorrência com os particulares: não
podem receber tratamento diferenciado
-Estatais que prestam serviços públicos em regime de monopólio: historicamente, o STF tem
permitido que possuam as mesmas prerrogativas da Fazenda Pública
-Bens: privados, SALVO se estiverem afetados à prestação de sérvio público, caso em que serão
considerados bens públicos
-Não cabe MS contra ato de dirigente de estatal se for ato de gestão
-Empresa pública: capital 100% público
-Sociedade de economia mista: poder público detém a maioria do capital votante
-Foro competente:
a) empresa pública federal: Justiça Federal
b) sociedade de economia mista federal: Justiça ESTADUAL (só terão foro na JF quando a União
intervém como assistente ou oponente, mas ATENÇÃO: essa lógica não se aplica ao MS. Se for MS
contra ato de dirigente de sociedade de economia mista federal, a competência será da JF)
Agências reguladoras:
- As agências reguladoras são autarquias de regime especial, que tem características capazes de
assegurar um reforço na sua autonomia.
-Elas possuem maior autonomia do que as demais entidades da administração pública.
-ATENÇÃO: NÃO CONFUNDA COM AGENCIA EXECUTIVA ( autarquia ou fundação pública que
celebrou um contrato de gestão com a administração e que possui um plano de
reestruturação)
-Seus dirigentes possuem mandato fixo e a nomeação depende de aprovação e sabatina do Senado
-Maior participação popular no processo decisório
-Maior autonomia técnica: as leis que criam as agências têm o hábito de transferir a elas as
competências que poderão exercer, por meio de uma transferência aberta e ampla. São leis vagas,
chamadas de lei-quadro (do francês loi-cadre), porque elas somente possuem uma moldura
normativa e o seu conteúdo e sua densidade serão extraídos do ato da agência, que pode ser uma
resolução, uma portaria. Não ofende o princípio da legalidade, uma vez que o fundamento de
atuação da agência é a lei, e ela atua conforme a lei. Esse fenômeno recebe o nome de
deslegalização e nada mais é que o rebaixamento no tratamento hierárquico de uma matéria que
sai de um domínio legal e passa ao domínio infralegal.
CONSÓRCIOS PÚBLICOS
-Pessoa jurídica formada por entes da Federação para estabelecer relações de cooperação
-A finalidade pode ser qualquer atividade administrativa de interesse comum
-Pode ter personalidade jurídica de direito público (será considerado associação pública e terá
natureza jurídica de autarquia, integrando a Administração Indireta de todos os entes da federação)
ou então de direito privado, sem fins lucrativos
- Podem emitir documentos de cobrança e exercer atividades de arrecadação de tarifas e outros
preços públicos pela prestação de serviços.
3
Instrumentos jurídicos relevantes:
ATENÇÃO: NÃO PODE haver consorcio entre a União e o Município diretamente (se o Estado a que
pertence aquele Município não ta participando) e nem entre Estado e um Município de outro Estado
que não ta participando
OBS: a alteração ou extinção dos consórcios públicos dependerá de instrumento aprovado pela
assembleia geral, ratificado mediante lei por todos os entes consorciados
CONVÊNIO DE COOPERAÇÃO
-Diferentemente do consórcio, o convênio de cooperação não possui personalidade jurídica
-É possível que os entes da federação firmem um convênio de cooperação com o objetivo de
autorizar a gestão associada de serviços públicos
-Também depende de lei para que seja firmado
4
cultura, saúde (não inclui assistência social)
-Quem não pode se qualificar como OSCIP? Fundações públicas, sindicatos, organizações sociais,
cooperativas, instituições religiosas, sociedades comerciais...
OS (Organização Social)
-Contrato de gestão
-Fundações públicas não podem ser qualificadas como OSCIP’s, mas podem ser transformadas em
organizações sociais, caso em que deixam de integrar a administração indireta
LICITAÇÕES
5
b) A quisição ou aluguel de imóvel ideal
c) C redenciamento
d) A rtista consagrados
e) S erviço especializado
ATOS ADMINISTRATIVOS
b) Anulação é a extinção do ato administrativo que viola a lei vigente ao tempo de sua prática
ou então quando há vícios nos elementos de formação dos atos. A anulação produz efeitos
ex tunc, qualquer ato pode ser anulado e deve ser assegurado contraditório e ampla defesa
quando puder interferir na esfera de direitos de particulaes
6
c) A cassação - é espécie do gênero anulação e consiste em invalidar um ato que nasceu
regular, mas se tornou irregular no momento de sua execução.
d) Caducidade - o ato administrativo é invalidado em face de uma norma jurídica posterior que
traz como consequência expressa ou tácita a impossibilidade de manutenção do ato até
então válido.
g) Recusa - A recusa ocorre quando o beneficiário do ato administrativo rejeita os efeitos que o
ato iria produzir. O ato ainda não está produzindo efeitos e, para tanto, necessitaria da
concordância do destinatário que os recusa, invalidando o ato administrativo.
h) Extinção natural: - É aquela que decorre do cumprimento normal dos efeitos do ato.
*Efeito prodrômico do ato administrativo: impõe uma nova atuação administrativa diante do início
do ato praticado.
EX: atos complexos
a)Convalidação: Objetiva confirmar o ato originário, no todo ou em parte, com efeitos retroativos.
-Pode recair sobre atos já exauridos (porque tem efeitos retroativos)
-Só cabe em atos anuláveis, com defeitos sanáveis. Como vícios na forma, na competência (quando
não for exclusiva) e no objeto, quando plúrimo
b) Confirmação: o ato é mantido no ordenamento jurídico pela administração por razões de
segurança jurídica. Confirma-se o ato sem expurgar o vício.
c)Conversão: aproveita a parte válida, remove a inválida e acrescenta + informações
d) Ratificação: sanar vício de incompetência
O controle exercido pelo Poder Judiciário sobre os atos administrativos se restringe à uma análise de
legalidade. Porém, a CF estabelece que nenhuma lesão ou ameaça de lesão pode ser subtraída da
apreciação do Poder Judiciário (princípio da inafastabilidade da jurisdição), sendo assim, até
mesmo o ato administrativo discricionário se sujeitará a um controle judicial.
O juiz não pode se imiscuir no mérito dos atos administrativos, contudo ele pode controlar os limites
do
mérito, já que são impostos pela lei.
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Teorias que permitem a ingerência do Judiciário nos atos discricionários:
1- Teoria dos Motivos Determinantes: os motivos externados na prática do ato vinculam a
administração. Caso esses motivos não sejam verdadeiros, poderá haver impugnação.
2- Teoria do Desvio de Poder: se há desvio de finalidade por parte do administrador na prática
daquele
ato, o judiciário poderá analisá-lo.
3- Teoria dos Princípios Jurídicos: STF e STJ utilizam essa teoria para analisar um ato discricionário
quando ele ofende algum princípio administrativo ou constitucional.
IMPROBIDADE
-As condutas de improbidade devem ser necessariamente dolosas. Não existe mais improbidade
culposa
-O Ministério Público é o único legitimado para propor ação de improbidade (antes era possível que
fosse proposta pela pessoa jurídica interessada)
-Prazo prescricional único de 8 anos, contados a partir da ocorr ncia do fato ou, no caso de
infrações permanentes, do dia em que cessou a perman ncia
-Nepotismo e promoção pessoal passaram a ser expressamente modalidades de improbidade
-O inquérito civil será concluído em 365 dias corridos, prorrogável 1 única vez, por igual período,
mediante ato fundamentado submetido re isão da inst ncia competente do órgão ministerial
-A instauração do inquérito civil ou do processo administrativo SUSPENDE a prescrição por no
má imo dias corridos, recomeçando a correr após a sua conclusão ou, caso não conclu do o
processo, esgotado o pra o de suspensão
-Causas que INTERROMPEM a prescrição:
a) ajuizamento da ação de improbidade
b) publicação de sentença condenatória
c publicação de decisão ou acórdão de ribunal de ustiça ou ribunal egional
Federal que confirma sentença condenatória ou que reforma sentença de
Improced ncia
d publicação de decisão ou acórdão do Superior ribunal de ustiça que confirma acórdão
condenatório ou que reforma acórdão de improced ncia
e publicação de decisão ou acórdão do S F que confirma acórdão condenatório ou que reforma
acórdão de improced ncia
Obs: nos atos de improbidade conexos e objetos do mesmo processo, a suspensão e a interrupção
relativa a qualquer um deles se estende aos demais
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-Indisponibilidade dos bens agora só recai sobre os que asseguram o integral ressarcimento ao
erário
Antes das alterações na lei, a jurisprudência entendia que a indisponibilidade deveria garantir o
integral ressarcimento e também eventual multa civil. Ocorre que, agora a lei prevê de forma
e pressa que ˜A indisponibilidade recairá sobre bens que assegurem e clusi amente o integral
ressarcimento do dano ao erário, sem incidir sobre os valores a serem eventualmente aplicados a
t tulo de multa ci il ou sobre acréscimo patrimonial decorrente de ati idade l cita ”
BENS PÚBLICOS
Inalienabilidade – com exceção dos bens públicos dominicais, que são exatamente os bens
públicos que não se encontram destinados a uma finalidade pública específica podem ser objeto
de alienação. (essa exceção se refere a inalienabilidade relativa)
Impenhorabilidade - os bens públicos são impenhoráveis, vale dizer, não se sujeitam ao regime de
penhora.
Imprescritibilidade - os bens públicos, seja qual for a sua natureza, são imprescritíveis, isto é, são
insuscetíveis de aquisição mediante usucapião.
Não onerabilidade - os bens públicos não podem ser gravados dessa forma, como garantia em
favor de terceiro.
SERVIÇOS PÚBLICOS
-Serviços uti singuli: possível individualizar a cobrança e são remunerados por taxa ou tarifa
-Serviços uti universiti: não é possível individualizar a cobrança, como a iluminação pública. São
remunerados por impostos
Permissão: delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita
pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu
desempenho, por sua conta e risco.
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instalação de bens
-É vedada a celebração de PPP se o valor do contrato for inferior a 10 milhões
-O período de prestação de serviço não pode ser inferior a 5 anos
-O objeto do contrato não pode ser apenas o fornecimento de mão-de-obra, o fornecimento e
instalação de equipamentos ou a execução de obra pública.
Juris em teses importantes:
leg timo o corte no fornecimento de ser iços públicos essenciais quando inadimplente pessoa
ur dica de direito público, desde que precedido de notificação e a interrupção não atin a as
unidades prestadoras de ser iços indispensá eis população
ileg timo o corte no fornecimento de ser iços públicos essenciais quando a inadimpl ncia do
usuário decorrer de débitos pretéritos, uma e que a interrupção pressupõe o inadimplemento
de conta regular, relati a ao m s do consumo
ileg timo o corte no fornecimento de ser iços públicos essenciais por débitos de usuário
anterior, em ra ão da nature a pessoal da d ida
ileg timo o corte no fornecimento de ser iços públicos essenciais quando o débito decorrer de
irregularidade no idr metro ou no medidor de energia elétrica, apurada unilateralmente pela
concessionária
O corte no fornecimento de energia elétrica somente pode recair sobre o imó el que originou
o débito, e não sobre outra unidade de consumo do usuário inadimplente
Limitação administrativa: Intervenções impostas por atos normativos de caráter geral, os quais
impõe obrigações positivas ou negativas para proprietários indeterminado. Pode incidir sobre
móveis, imóveis, serviços, atividades. Em regra, não gera direito à indenização
Requisição administrativa: existira em caso de perigo público iminente. Incide sobre bens móveis,
imóveis, serviços, etc. A indenização será posterior e se houver dano
Ocupação temporária: Forma de intervenção pela qual o Poder Público usa transitoriamente
imóveis privados, como meio de apoio à execução de obras e serviços públicos.
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propriedade que gera a perda da propriedade). É sempre indenizável. Não se confunde com
confisco (confisco se fundamenta na pratica de uma atividade criminosa pelo proprietário e não
há indenização)
*bem público não pode ser usucapido, mas pode sofrer desapropriação, devendo ser respeitada a
hierarquia federativa
*É possível a desistência da desapropriação pela Administração Pública, a qualquer tempo, mesmo
após o trânsito em julgado, desde que ainda não tenha havido o pagamento integral do preço e o
imóvel possa ser devolvido sem alteração substancial que impeça que seja utilizado como antes.
desapropriação indireta é o apossamento de bem de particular pelo poder público sem a correta
observância dos requisitos da declaração e indenização prévia.
tombamento: significa um conjunto de ações realizadas pelo poder público com o objetivo de
preservar, por meio da aplicação de legislação específica, bens de valor histórico, cultural,
arquitetônico, ambiental e também de valor afetivo para a população, impedindo que venham a
ser destruídos ou descaracterizados.
retrocessão: é o direito que tem o expropriado de exigir de volta o seu imóvel caso o mesmo não
tenha o destino para que se desapropriou.
LEI ANTICORRUPÇÃO
Acordo de leniência:
-Acordo entre os Entes da Federação e a PJ infratora que colabora com a investigação.
-Requisitos: primeira a colaborar, cessar envolvimento, confirmar sua participação e comparecer
em todos os atos processuais
ATENÇÃO: ressarcir todo o prejuízo causado não é requisito
-INTERROMPE (não suspende) o prazo prescricional
-Celebrado pela autoridade máxima do órgão ou entidade
-No âmbito do poder executivo federal, é celebrado pela CGU
-Descumprimento impede novo acordo por 3 anos
-Benefícios do acordo: isenta a pessoa jurídica da publicação extraordinária da sentença, isenta a
proibição de receber incentivos por 1 a 5 anos e reduz em 2/3 o valor da multa
-A proposta rejeitada não importa em reconhecimento da prática do ilícito
-O acordo de leniência não exime a pessoa jurídica da obrigação de reparar integralmente o dano
causado.
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JURISPRUDÊNCIA ADMINISTRATIVO STJ
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-Cabe agravo de instrumento contra todas as decisões interlocutórias proferidas nas ações de
improbidade administrativa
-São cabíveis medidas executivas atípicas, de cunho não patrimonial, no cumprimento de
sentença proferida em ação de improbidade administrativa
-Súmula 647-STJ: São imprescritíveis as ações indenizatórias por danos morais e materiais
decorrentes de atos de perseguição política com violação de direitos fundamentais ocorridos
durante o regime militar.
-Os pagamentos indevidos aos servidores públicos decorrentes de erro administrativo
(operacional ou de cálculo), não embasado em interpretação errônea ou equivocada da lei pela
Administração, estão sujeitos à devolução, ressalvadas as hipóteses em que o servidor, diante do
caso concreto, comprova sua boa-fé objetiva, sobretudo com demonstração de que não lhe era
possível constatar o pagamento indevido.
-Em processo administrativo, a notificação por edital reserva-se exclusivamente para as hipóteses
de: a) interessado indeterminado; b) interessado desconhecido; ou c) interessado com domicílio
indefinido.
-Dirigente de entidade privada que administra recursos públicos pode responder sozinho por
improbidade
JURISPRUDÊNCIA ADMINISTRATIVO STF
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-Em regra, o Estado responde de forma objetiva pelos danos causados a profissional de imprensa
ferido, por policiais, durante cobertura jornalística de manifestação pública
-É dispensável a autorização legislativa para a alienação de controle acionário de empresas
subsidiárias (paralelismo das formas: não precisa de lei específica para criar subsidiária, então
também não precisa para a alienação do controle acionário)
-É inconstitucional a interpretação de disposições legais que viabilizem a promoção a cargo de
nível superior a servidores que ingressaram por concurso público para cargo de nível médio.
-É possível o ajuizamento de ACP alegando que o particular que recebeu a indenização na
desapropriação não era o seu real proprietário mesmo que já tenham se passado 2 anos do
trânsito em julgado da ação de desapropriação
-É inconstitucional norma que preveja que o teto remuneratório se aplica para todas as empresas
públicas e sociedades de economia mista, ou seja, mesmo aquelas que não recebam recursos da
Administração Pública
-Em regra, o prazo decadencial para que a Administração Pública anule atos administrativos
inválidos é de 5 anos, aplicável a todos os entes federativos, por força do princípio da isonomia. É
inconstitucional lei estadual que estabeleça prazo decadencial de 10 (dez) anos para anulação de
atos administrativos reputados inválidos pela Administração Pública estadual.
-É incabível a requisição administrativa, pela União, de bens insumos contratados por unidade
federativa e destinados à execução do plano local de imunização, cujos pagamentos já foram
empenhados. A requisição administrativa não pode se voltar contra bem ou serviço de outro ente
federativo. Isso para que não haja indevida interferência na autonomia de um sobre outro.
-É desnecessária, em regra, lei específica para inclusão de sociedade de economia mista ou de
empresa pública em programa de desestatização
-Não é permitido que Constituição Estadual institua foro por prerrogativa de função para
processos de natureza cível
-É inconstitucional o parágrafo único do art. 137 da Lei 8.112/90, que proíbe o retorno ao serviço
público federal de servidor condenado pela prática de determinados fatos graves
-Pessoa jurídica de direito público tem direito à indenização por danos morais relacionados à
violação da honra ou da imagem, quando a credibilidade institucional for fortemente agredida e o
dano reflexo sobre os demais jurisdicionados em geral for evidente
-É constitucional a norma estadual pela qual se impõe demissão por ineficiência no serviço
público, apurada em processo administrativo disciplinar, assegurada a ampla defesa.
-Lei estadual não pode prever paridade e integralidade para os policiais civis nem conceder a eles
adicional de final de carreira para que recebam aposentadoria em classe superior ao que estavam
na ativa
-Fundação pública com personalidade jurídica de direito privado pode adotar o regime celetista
para contratação de seus empregados
-É constitucional a delegação do poder de polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito
privado integrantes da Administração Pública indireta de capital social majoritariamente público
que prestem exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em regime não
concorrencial.
ATENÇÃO: este é aquele emblemático caso envolvendo a BHTrans. O STJ entendia
inconstitucional a imposição de multa por uma sociedade de economia mista, uma vez que
apenas o consentimento e a fiscalização (segunda e terceira fase do ciclo de polícia) poderia ser
delegado a uma entidade da administração indireta sem personalidade jurídica de direito público.
O STF decidiu que é constitucional sim a delegação da sanção de polícia, desde que cumpridos
alguns requisitos (a ordem de polícia segue indelegável)
14
PRINCIPAIS FRAÇÕES DA PARTE GERAL
-Tentativa
-Arrependimento posterior
-Estado de necessidade (quando razoável o sacrifício)
1/3 a 2/3
-Semi-imputabilidade
-Embriaguez por caso fortuito ou força maior
1
MODELO NEOCLÁSSICO OU
MODELO CLÁSSICO MODELO FINALISTA
NEOKANTISTA
Fato típico: teoria causal Fato típico: teoria causal Fato típico: teoria finalista
naturalista da ação (ação naturalista da ação ainda é da ação (dolo e culpa
é destituída do conteúdo adotada + elementos migram da culpabilidade
da vontade) normativos e subjetivos para o fato típico. O dolo
passaram a integrar o tipo deixa de ser normativo e
passa a ser natural
abarcando apenas consciência
e vontade)
Culpabilidade: teoria
psicológico normativa da
culpabilidade.
Dolo normativo (dolo +
consciência da ilicitude) culpa,
imputabilidade e exigibilidade
de conduta diversa.
2
ERRO DE TIPO ERRO DE PROIBIÇÃO
Erro essencial/incriminador: recai sobre as Erro de proibição direto/erro sobre a
elementares do tipo (pode excluir o crime): consciência da ilicitude: o agente sabe o
O agente não sabe o que faz, se soubesse, não que faz, mas não sabe que sua conduta é
faria. proibida.
Ex.: caçador acaba matando seu amigo que, Ex.: holandês, em visita ao Brasil, carrega
na intenção de fazer uma brincadeira, se consigo “maconha” para consumo
vestiu de veado e aguardava pelo outro pessoal sem ter ideia de que sua conduta
em meio ao matagal. constitui crime, já que em seu país é
permitido.
3
O que são DESCRIMINANTES PUTATIVAS?
São excludentes de ilicitude erroneamente imaginadas.
Qual a consequência jurídica? Depende da teoria da culpabilidade adotada:
4
TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA
O Código Penal adota, como regra, a teoria da equivalência dos antecedentes causais,
em que tudo aquilo que contribui para o resultado é causa deste, sendo complementada
pelo método de eliminação hipotética de Thyrém e pela análise do dolo e da culpa (se
baseia,
essencialmente, em uma noção de causalidade física).
A teoria da imputação objetiva surge na década de 70 não para substituir, mas para
COMPLEMENTAR (preste atenção, pois várias vezes as provas já tentaram confundir o
candidato dizendo que a teoria da imputação objetiva tinha a proposta de substituir a
teoria da equivalência) a teoria adotada pelo código. A teoria se baseia em critérios
valorativos/axiológicos, limitando a análise da causalidade ao tipo objetivo, sem a
necessidade de se valer da análise do dolo ou culpa.
Ausente a causalidade, não haverá imputação. Entretanto, quando presente a
causalidade, não se conclui automaticamente pela existência de imputação.
Haverá imputação:
5
TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO
Não tem por intenção ampliar o conceito de autor, mas restringir, diferenciando autor de
partícipe.
Autor é a “figura central do concreto êxito da ação”
Somente se aplica aos crimes comissivos dolosos
Autoria por domínio da vontade: autoria mediata. Autor se vale de terceiro como um
instrumento.
Autoria por domínio funcional do fato: coautoria. Cumprimento de funções distribuídas entre os
coautores.
Autoria por domínio da ação: autoria direta. Autor realiza diretamente a ação.
Teoria do domínio da organização: aparato organizado de poder dissociado do direito,
relação hierárquica dentro da estrutura criminosa, fungibilidade dos executores,
existência de uma condicionante, uma pressão interna, que aumenta a probabilidade da ordem
ser cumprida.
Cabimento:
-PPL não superior a 4 anos + crime sem violência ou grave ameaça
-crime culposo (independentemente da pena)
– o réu não reincidente em crime doloso
Obs: ao reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que
PENAS
recomendável e que a reincidência não seja no mesmo crime
RESTRITIVAS DE
DIREITO
Condenação = ou >1 ano de PPL: multa ou 1 PRD
Condenação <1 ano de PPL: 1 PRD e multa ou 2 PRDs
6
*A sentença poderá especificar outras condições
Revogação obrigatória:
-condenação irrecorrível, por crime doloso
- se frustra a execução de pena de multa ou então não efetua a reparação
do dano
-descumpre as condições acima elencadas
Revogação facultativa:
-descumpre qualquer outra condição imposta
-irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a
PPL ou PRD
Cabível:
-PPL igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que:
-cumprida + de 1/3 da pena. Condenado não em crime doloso e bons
antecedentes;
- cumprida + da 1/2 . Condenado reincidente em crime doloso;
- comprovado (....) não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze)
meses; - cumpridos + de 2/3 da pena, nos casos de condenação por
crime hediondo, prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, tráfico de pessoas e terrorismo, se o apenado não for reincidente
LIVRAMENTO
específico em crimes dessa natureza
CONDICIONAL
Revogação obrigatória:
-condenação irrecorrível a PPL por crime cometido durante a vigência do
benefício ou por crime anterior
Revogação facultativa:
-deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença
-condenação irrecorrível por crime ou contravenção, a pena que não seja
PPL
- Condenação por infrações às quais a lei comine pena máxima superior a 6 (seis) anos de
reclusão, poderá ser decretada a perda, como produto ou proveito do crime, dos bens
correspondentes à diferença entre o valor do patrimônio do condenado e aquele que seja
compatível com o seu rendimento lícito.
- O condenado poderá demonstrar a inexistência da incompatibilidade ou a procedência lícita do
patrimônio. (inversão do ônus da prova)
- A perda prevista neste artigo deverá ser requerida expressamente pelo Ministério Público,
por ocasião do oferecimento da denúncia, com indicação da diferença apurada.
- Na sentença condenatória, o juiz deve declarar o valor da diferença apurada e especificar os
bens cuja perda for decretada.
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HOMICÍDIO
Homicídio qualificado:
VIII - com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido:
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado:
ATENÇÃO: NÃO É QUALIFICADORA! É causa de aumento de pena!
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto;
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou
portadora de doenças degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade
física ou mental; )
III - na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima; (cônjuge,
companheiro ou irmãos não estão inseridos)
IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do
caput do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. (NÃO SÃO TODAS AS MEDIDAS
PROTETIVAS DE URGÊNCIA
Antes o crime do art. 122 não incluía automutilação e era um crime condicionado a ocorrência
do resultado: somente se configurava se ocorresse morte ou lesão grave. Hoje, é um crime
formal.
Se resultar lesão grave ou gravíssima: será qualificado (mas ainda admitirá suspensão
condicional do processo porque a pena mínima é 1 ano)
Pena DUPLICADA: se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil; se a vítima é
menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.
Pena aumenta até o DObro: se a conduta é realizada por meio da rede de computaDOres, de
rede social ou transmitida em tempo real.
8
LESAO CORPORAL
Inserido em 2021 Inserido em 2005
13. Se a lesão for praticada contra a mulher, § 9o Se a lesão for praticada contra
por razões da condição do sexo feminino, ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou
nos termos do § 2º-A do art. 121 deste companheiro, ou com quem conviva ou
Código: tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se
o agente das relações domésticas, de
(Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro anos). coabitação ou de hospitalidade: (não se
restringe a mulher!)
9
condenado por sentença irrecorrível; se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no
nº I do art. 141; se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por
sentença irrecorrível.
Art. 154-A. Invadir dispositivo informático de uso alheio, conectado ou não à rede de
computadores, com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização
expressa ou tácita do usuário do dispositivo ou de instalar vulnerabilidades para obter vantagem
ilícita: (Redação dada pela Lei nº 14.155, de 2021)
ATENÇÃO: NÃO PRECISA MAIS DE VIOLAÇÃO A MECANISMO DE SEGURANÇA PARA CONFIGURAR
O CRIME!!!
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 14.155, de
2021)
§ 1o Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou difunde dispositivo ou
programa de computador com o intuito de permitir a prática da conduta definida no caput.
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§ 2º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se da invasão resulta prejuízo
econômico. (Redação dada pela Lei nº 14.155, de 2021) (PREJUÍZO ECONÔMICO É CAUSA DE
AUMENTO DE PENA, NÃO QUALIFICADORA!)
Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se procede mediante representação,
salvo se o crime é cometido contra a administração pública direta ou indireta de qualquer dos
Poderes da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios ou contra empresas concessionárias
de serviços públicos.
FURTO
§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se houver emprego de
explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum. (nessa hipótese será hediondo –
única hipótese de furto hediondo)
§ 4º-B. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa, se o furto mediante fraude é
cometido por meio de dispositivo eletrônico ou informático, conectado ou não à rede de
computadores, com ou sem a violação de mecanismo de segurança ou a utilização de programa
malicioso, ou por qualquer outro meio fraudulento análogo. (Incluído pela Lei nº 14.155, de
2021)
4º-C. A pena prevista no § 4º-B deste artigo, considerada a relevância do resultado gravoso:
(Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
I – aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado mediante a utilização
de servidor mantido fora do território nacional; (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
II – aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o crime é praticado contra idoso ou vulnerável.
(Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
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ROUBO
Aumento de pena
1/3 até a metade 2/3
- se há o concurso de duas ou mais -se a violência ou ameaça é exercida
pessoas; com emprego de arma de fogo
- se a vítima está em serviço de – se há destruição ou rompimento de
transporte de valores e o agente obstáculo mediante o emprego de
conhece tal circunstância. explosivo ou de artefato análogo que
- se a subtração for de veículo cause perigo comum.
automotor que venha a ser ATENÇÃO: o furto com explosivo é
transportado para outro Estado ou para hediondo. O roubo NÃO.
o exterior;
- se o agente mantém a vítima em seu
poder, restringindo sua liberdade.
– se a subtração for de substâncias
explosivas ou de acessórios que,
conjunta ou isoladamente, possibilitem
sua fabricação, montagem ou emprego.
- se a violência ou grave ameaça é
exercida com emprego de arma branca;
Aumento do dobro: Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de fogo de
uso restrito ou proibido
Qualificadoras:
Se da violência resulta:
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa;
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa.
ESTELIONATO
Fraude eletrônica
§ 2º-A. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa, se a fraude é cometida com a
utilização de informações fornecidas pela vítima ou por terceiro induzido a erro por meio de
redes sociais, contatos telefônicos ou envio de correio eletrônico fraudulento, ou por qualquer
outro meio fraudulento análogo. (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
§ 2º-B. A pena prevista no § 2º-A deste artigo, considerada a relevância do resultado gravoso,
aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado mediante a utilização de
servidor mantido fora do território nacional. (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
§ 4º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o crime é cometido contra idoso ou
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vulnerável, considerada a relevância do resultado gravoso. (Redação dada pela Lei nº 14.155,
de 2021)
CRIMES LICITAÇÃO
Contratação direta ilegal
Art. 337-E. Admitir, possibilitar ou dar causa à contratação direta fora das hipóteses previstas em
lei:
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Afastamento de licitante
Art. 337-K. Afastar ou tentar afastar licitante por meio de violência, grave ameaça, fraude ou
oferecimento de vantagem de qualquer tipo:
Pena - reclusão, de 3 (três) anos a 5 (cinco) anos, e multa, além da pena correspondente à
violência.
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Obs: crime de atentado ou empreendimento: tentativa é punida com a pena do crime
consumado
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém ou desiste de licitar em razão de
vantagem oferecida.
Contratação inidônea
§ 2º Incide na mesma pena do caput deste artigo aquele que, declarado inidôneo, venha a
participar de licitação e, na mesma pena do § 1º deste artigo, aquele que, declarado inidôneo,
venha a contratar com a Administração Pública.
Impedimento indevido
Art. 337-N. Obstar, impedir ou dificultar injustamente a inscrição de qualquer interessado nos
registros cadastrais ou promover indevidamente a alteração, a suspensão ou o cancelamento de
registro do inscrito:
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
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incluídos sondagens, topografia, estudos de demanda, condições ambientais e demais elementos
ambientais impactantes, considerados requisitos mínimos ou obrigatórios em normas técnicas
que orientam a elaboração de projetos.
Art. 337-P. A pena de multa cominada aos crimes previstos neste Capítulo seguirá a metodologia
de cálculo prevista neste Código e não poderá ser inferior a 2% (dois por cento) do valor do
contrato licitado ou celebrado com contratação direta.
Espionagem
Art. 359-K. Entregar a governo estrangeiro, a seus agentes, ou a organização criminosa
estrangeira, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, documento ou informação
classificados como secretos ou ultrassecretos nos termos da lei, cuja revelação possa colocar em
perigo a preservação da ordem constitucional ou a soberania nacional
Pena - reclusão, de 3 (três) a 12 (doze) anos.
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§ 1º Incorre na mesma pena quem presta auxílio a espião, conhecendo essa circunstância, para
subtraí-lo à ação da autoridade pública.
§ 2º Se o documento, dado ou informação é transmitido ou revelado com violação do dever de
sigilo:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 15 (quinze) anos.
§ 3º Facilitar a prática de qualquer dos crimes previstos neste artigo mediante atribuição,
fornecimento ou empréstimo de senha, ou de qualquer outra forma de acesso de pessoas não
autorizadas a sistemas de informações:
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
JURISPRUDÊNCIA STF
-O crime de injúria racial, espécie do gênero racismo, é imprescritível
JURISPRUDÊNCIA STJ
-O fiel depositário de penhora judicial sobre o faturamento está sujeito às penas previstas no art.
168, § 1º, II, do Código Penal.
-Ameaçar a vítima na presença de seu filho menor de idade justifica a valoração negativa da
culpabilidade do agente
-A qualificadora prevista no art. 129, § 2º, IV, do Código Penal (deformidade permanente)
abrange somente lesões corporais que resultam em danos físicos
-O roubo em transporte coletivo vazio é circunstância concreta que não justifica a elevação da
pena-base
-O crime de injúria praticado pela internet por mensagens privadas, as quais somente o autor e o
destinatário têm acesso ao seu conteúdo, consuma-se no local em que a vítima tomou
conhecimento do conteúdo ofensivo
-Em regra, não se admite o princípio da insignificância nos crimes contra a fé pública, salvo
quando há circunstâncias excepcionais verificadas
-O inadimplemento da pena de multa impede a extinção da punibilidade mesmo que já tenha
sido cumprida a pena privativa de liberdade ou a pena restritiva de direitos, salvo se o condenado
comprovar que não tem como pagar a multa.
-Apesar de o art. 42 do Código Penal prever a possibilidade de detração penal na medida de
segurança, não há como aplicar esse instituto em caso de tratamento ambulatorial, com a
compensação do período já cumprido provisoriamente, mormente por se tratar de medida que
não possui função punitiva, nem se sujeita a prazo determinado.
-A comunicabilidade da interrupção do prazo prescricional alcança tão somente os corréus do
mesmo processo. Dessa forma, havendo desmembramento, os feitos passam a tramitar de forma
autônoma, possuindo seus próprios prazos, inclusive em relação à prescrição.
-Se a prestação pecuniária prevista no art. 45, § 1º do CP for paga à vítima (o que é a prioridade),
esse valor deverá ser abatido da quantia fixada como reparação dos danos (art. 387, IV, do CPP)
-O mero proveito econômico não é suficiente para tipificar o crime de peculato-desvio, é
necessário que o agente pratique alguma conduta voltada ao desvio de verbas públicas.
-Agente pretendia praticar roubo e foi surpreendido após romper o cadeado e destruir a
fechadura da porta da casa da vítima; não se pode falar em tentativa de roubo. Adotando-se a
teoria objetivo-formal, o rompimento de cadeado e destruição de fechadura da porta da casa da
vítima, com o intuito de, mediante uso de arma de fogo, efetuar subtração patrimonial da
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residência, configuram meros atos preparatórios que impedem a condenação por tentativa de
roubo circunstanciado.
-Condenação por fato posterior ao crime em julgamento não gera maus antecedentes
-Não comete crime o médico do SUS que cobra do paciente um valor pelo fato de utilizar, na
cirurgia, a sua máquina particular de videolaparoscopia (que não é oferecida na rede pública).
Para tipificação do art. 317 do Código Penal - corrupção passiva -, deve ser demonstrada a
solicitação ou recebimento de vantagem indevida pelo agente público, não configurada quando
há mero ressarcimento ou reembolso de despesa.
-Se o Tribunal, em recurso exclusivo da defesa, exclui circunstância judicial reconhecida na
sentença, isso deve gerar a diminuição da pena
-A reincidência específica tratada no art. 44, § 3º, do Código Penal somente se aplica quando
forem idênticos, e não apenas de mesma espécie, os crimes praticados. se o condenado tiver
praticado um novo crime doloso da mesma espécie (mas que não seja idêntico): pode ter direito
à substituição. Ex: Pedro foi condenado por furto simples (art. 155, caput). Depois, foi novamente
condenado, mas agora por furto qualificado (art. 155, § 4º). Em tese, o juiz poderia conceder a
substituição porque o furto simples e o furto qualificado são crimes da “mesma espécie”, mas
não são o “mesmo crime”.
-Condenações transitadas em julgado e não utilizadas para reincidência somente podem ser
consideradas como maus antecedentes, não se admitindo sua utilização para desvalorar a
personalidade ou a conduta social do agente
-Nos crimes contra honra não basta criticar o indivíduo ou a sua gestão da coisa pública, é
necessário o dolo específico de ofender a honra alheia.
-Qual é a fração de aumento que deve ser aplicada pelo magistrado para cada circunstância
judicial desfavorável (art. 59 do CP)? O entendimento desta Corte firmou-se no sentido de que,
na falta de razão especial para afastar esse parâmetro prudencial, a exasperação da pena-base,
pela existência de circunstâncias judiciais negativas, deve obedecer à fração de 1/6 sobre o
mínimo legal, para cada vetorial desfavorecida
-A conduta de ingressar em estabelecimento prisional com chip de celular não se subsome ao
tipo penal previsto no art. 349-A do Código Penal.
-É possível considerar o tempo submetido à medida cautelar de recolhimento noturno, aos finais
de semana e dias não úteis, supervisionados por monitoramento eletrônico, com o tempo de
pena efetivamente cumprido, para detração da pena.
-As graves consequências causadas à vítima oriundas da prática do delito de denunciação
caluniosa justificam a exasperação da pena-base
-as majorantes do crime de roubo aplicam-se somente aos roubos próprios e impróprios. Não se
aplicam as modalidades de roubo qualificado
-A retratação da calúnia, feita antes da sentença, acarreta a extinção da punibilidade do agente
independente de aceitação do ofendido
-Comete falsidade ideológica os administradores da empresa importadora aparente que não
indica o verdadeiro importador das mercadorias
-Súmula 645-STJ: O crime de fraude à licitação é formal e sua consumação prescinde da
comprovação do prejuízo ou da obtenção de vantagem.
-Os julgados mais recentes do STJ são no sentido de que apropriação indébita previdenciária e
sonegação de contribuição previdenciária não são crimes da mesma espécie. Logo, não cabe
continuidade delitiva entre eles
-O crime de exercício arbitrário das próprias razões é formal e consuma-se com o emprego do
meio arbitrário, ainda que o agente não consiga satisfazer a sua pretensão
-A multirreincidência prevalece sobre a atenuante da confissão, sendo vedada a compensação
integral.
-Aquele que compra o prestígio de alguém que alegava ter influência junto a órgão público para
impedir um ato de fiscalização, apesar de praticar ato antiético e imoral, não comete nenhum
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ilícito se, ao fim e ao cabo, é enganado e não obtém o resultado esperado.
-Havendo pluralidade de causas de aumento de pena e sendo apenas uma delas empregada na
terceira fase, as demais podem ser utilizadas nas demais etapas da dosimetria da pena. O
deslocamento da majorante sobejante para outra fase da dosimetria, além de não contrariar o
sistema trifásico, é a que melhor se coaduna com o princípio da individualização da pena.
-Para a configuração da circunstância majorante do § 1º do art. 155 do Código Penal, basta que a
conduta delitiva tenha sido praticada durante o repouso noturno, dada a maior precariedade da
vigilância e a defesa do patrimônio durante tal período e, por consectário, a maior probabilidade
de êxito na empreitada criminosa, sendo irrelevante o fato das vítimas não estarem dormindo no
momento do crime, ou, ainda, que tenha ocorrido em estabelecimento comercial ou em via
pública, dado que a lei não faz referência ao local do crime.
-Não existe direito subjetivo do réu em optar, na substituição da pena privativa de liberdade por
restritiva de direitos por qual medida prefere cumprir, cabendo ao judiciário fixar a medida mais
adequada ao caso concreto.
-O recebimento do aditamento da denúncia que traz modificação fática substancial enseja a
interrupção da prescrição
-A irmã de vítima do crime de estupro de vulnerável responde por conduta omissiva imprópria se
assume o papel de garantidora (ATENÇÃO AQUI: o simples fato de ser irmã não a torna
garantidora!)
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PRINCÍPIOS
-O princípio do duplo grau de jurisdição NÃO É EXPLÍCITO na CF. Ele decorre do Pacto de San José da
Costa Rica, do qual o Brasil é signatário.
-Princípios EXPLÍCITOS: contraditório, ampla defesa, juiz natural, igualdade, publicidade, vedação a
prova ilícita, devido processo legal
- Encerrada a instrução criminal, fica superada a alegação de constrangimento por excesso de prazo (
Súmula n. 52 do STJ)
-Contraditório para a prova/contraditório real: demanda que as partes atuem na própria formação do
elemento de prova, sendo indispensável que sua produção se dê na presença do órgão julgador e das
partes.
O que é?
“(...) poder atribuído ao Estado-Juiz, destinado a autorizar a concessão de medidas cautelares atípicas,
assim compreendidas as medidas cautelares que não estão descritas em lei, toda vez que nenhuma
medida cautelar típica se mostrar adequada para assegurar, no caso concreto, a efetividade do
processo penal. (...) Se o poder geral de cautela é admitido e amplamente utilizado no processo civil,
sua aplicação no âmbito processual penal desperta certa controvérsia na doutrina." (LIMA, Renato
Brasileiro de. Manual de Processo Penal: volume único. 8ª ed. rev. atual. e ampl. Editora JusPodivm.
Salvador. 2020. p. 1157)
-De acordo com o Min. Ribeiro Dantas: “Aplica-se o poder geral de cautela ao processo penal, só
havendo restrição a ele, conforme reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal, na ADPF 444/DF, no
1
que diz respeito às cautelares pessoais, que de alguma forma restrinjam o direito de ir e vir da pessoa.”
IP
-Procedimento administrativo
-Inquisitivo *
-Valor probatório relativo. (Ressalvados; provas cautelares, irrepetiveis e antecipadas
-Oficialidade
-Oficiosidade
-Discricionariedade (com exceção do exame de corpo de delito)
-Indisponibilidade
-Predominância da forma escrita
-Transitório
-Sigiloso
-Dispensável
Prazos
Preso Solto
CPP Até 10 dias (Pacote anticrime prevê a 30 dias, prorrogáveis
possibilidade de prorrogar por até 15
dias, por representação do delegado,
mas está suspensa essa disposição)
2
*Delegado arquiva IP? NÃO
*Arquivamento indireto: hipótese de o promotor deixar de oferecer denúncia por entender que o juízo
é incompetente para a ação penal.
*Arquivamento implícito: promotor deixa de se manifestar em relação a determinado fato ou
determinado agente no momento da denúncia. Doutrina e juris entendem que isso é ILÍCITO porque o
MP não pode dispor da ação penal.
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base
para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver
notícia.
*o que se entende por prova nova para fins de desarquivamento? são aquelas que produzem alteração
no panorama probatório dentro do qual foi concedido e acolhido o pedido de arquivamento do IP. As
provas devem ser formal e substancialmente novas
Indiciamento:
3
Desindiciamento coacto: determinado judicialmente em HC impetrado contra indiciamento
ilegal
Quem não pode ser indicado? Juiz, membro do MP
Parlamentar pode ser indiciado? Sim, com autorização do Tribunal competente para processo e
julgamento se o crime for relacionado ao exercício das funções
Advogado e IP
-SV 14: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova
que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de
polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
-É necessária a presença do advogado durante o interrogatório em sede policial? Não. Entretanto, caso
o agente opte por estar acompanhado por seu advogado, a autoridade policial não poderá impedir
arbitrariamente.
-O acesso do delegado depende de procuração? Não. Porém, decretado o sigilo, a procuração será
necessária
MP
-MP pode investigar? Promotor não pode conduzir o IP, só o delegado pode. Entretanto, o STF decidiu
que o MP pode sim investigar, com base na teoria dos poderes implícitos (se a CF concedeu ao MP a
titularidade da ação penal pública, o ordenamento deve conferir prerrogativas para que ele cumpra
seu mister
-Promotor que investiga é suspeito para oferecer denúncia? Não. Existe sumula nesse sentido até (234
do STJ)
Valor probatório do IP
-Valor probatório relativo: serve de base para ajuizamento da ação e para o deferimento de cautelares,
mas não basta, por si só, para subsidiar uma condenação.
-Excepcionalmente, elementos extraídos do Inquérito podem migrar para o processo e servir para
subsidiar eventual condenação
-Provas cautelares: justificadas pelo binômio necessidade X urgência (ex: interceptação telefônica)
-Provas irrepetíveis: provas de fácil perecimento e dificilmente podem ser repetidas na fase processual
(ex: exame de alcoolemia)
Obs: provas irrepetíveis e cautelares possuem contraditório diferido ou postergado
-Provas antecipadas: na fase do IP, esse incidente é instaurado pelo Juiz e já conta com a intervenção
das futuras partes e já possui contraditório e ampla defesa. (ex: depoimento especial/depoimento sem
dano)
Obs: a decisão absolutória pode estar baseada apenas em elementos informativos coletados somente
na fase do Inquérito!! (para absolver vale tudo, até prova ilícita)
-EM REGRA, eventuais irregularidades ocorridas no inquérito policial não contaminam a ação penal.
-Porém, a doutrina se posiciona no seguinte sentido: imagine que determinado IP esteja
COMPLETAMENTE viciado e o MP ofereça denúncia. Nesta hipótese, a denuncia estará desprovida de
justa causa e o juiz deverá rejeitá-la
Novidade legislativa:
4
-Passado este prazo sem que o investigado tenha constituído defensor, a autoridade que está
investigando deverá intimar a instituição a que o agente estava vinculado à época dos fatos, para que
esta, em 48H, indique defensor
-Essa indicação pela instituição caberá preferencialmente à Defensoria
-Nos locais em que ela não estiver instalada: a unidade federativa disponibilizará o profissional, porém,
isto deve ser precedido de manifestação de que não existe defensor público lotado na área territorial
onde tramita o inquérito e com atribuição para nele atuar, hipótese em que poderá ser indicado
profissional que não integre os quadros próprios da Administração.
-Se a atuação não for da defensoria: os custos com o patrocínio dos interesses dos investigados nos
procedimentos de que trata este artigo correrão por conta do orçamento próprio da instituição a que
este esteja vinculado à época da ocorrência dos fatos investigados
-Essa disposição se aplica aos militares? Sim, desde que os fatos investigados digam respeito a missões
para a Garantia da Lei e da Ordem.
Já existia em uma resolução do CNMP. Foi regulamentado e inserido no CPP pelo Pacote Anticrime.
a) Cabimento
-infração penal cometida SEM VIOLEÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA com pena MÍNIMA inferior a 4 anos
-investigado confessou formal e circunstancialmente a prática
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execução, que tenha, preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes
aos aparentemente lesados pelo delito;
- cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde que
proporcional e compatível com a infração penal imputada
d) Partes
-O ANPP é firmado pelo MP, acusado e defensor
-Juiz homologa após verificar a voluntariedade e a legalidade. Depois de homologado, ele devolve ao
MP para que inicie a execução perante o juízo da execução penal
-Se o juiz verificar algo errado, ele poderá ajustar? NÃO. Ele manda ao MP para que a proposta seja
reformulada (alô sistema acusatório)
Não há necessidade do Ministério Público, ao entender pelo não cabimento do acordo de não
persecução penal, intimar o acusado para que esta possa recorrer da decisão, nos termos do art. 28-A,
§ 14, do CPP.
STJ. 5ª Turma. REsp 1.948.350-RS, Rel. Min. Jesuíno Rissato (Desembargador Convocado do Tribunal de
Justiça do Distrito Federal e Territórios), julgado em 09/11/2021.
O Poder Judiciário não pode impor ao Ministério Público a obrigação de ofertar acordo de não
persecução penal (ANPP).
Não cabe ao Poder Judiciário, que não detém atribuição para participar de negociações na seara
investigatória, impor ao MP a celebração de acordos.
(Info 1017).
O acordo de não persecução penal (ANPP) aplica-se a fatos o corridos antes da Lei nº 13.964/2019,
desde que não recebida a denúncia.
STF. 1ª Turma. HC 191464 AgR, Rel. Roberto Barroso, julgado em 11/11/2020.
AÇÃO PENAL
A companheira, em união estável homoafetiva reconhecida, goza do mesmo status de cônjuge para o
processo penal, possuindo legitimidade para ajuizar a ação penal privada.
STJ. Corte Especial. APn 912-RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 07/08/2019 (Info 654).
6
COMPETÊNCIA
Novidade legislativa:
Art. 70. (...) § 4º Nos crimes previstos no art. 171 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940
(Código Penal), quando praticados mediante depósito, mediante emissão de cheques sem suficiente
provisão de fundos em poder do sacado ou com o pagamento frustrado ou mediante transferência de
valores, a competência será definida pelo local do domicílio da vítima, e, em caso de pluralidade de
vítimas, a competência firmar-se-á pela prevenção.
-Estelionato praticado por meio de cheque falso: compete ao juízo do local da obtenção da vantagem
ilícita.
*A Súmula 48 do STJ continua válida quanto à competência para o julgamento do estelionato praticado
por cheque falso
Como definimos a competência quando não sabemos onde ocorreu o crime? Domicilio ou residência
do reu
A competência penal originária do STF para processar e julgar parlamentares alcança os congressistas
federais no exercício de mandato em casa parlamentar diversa daquela em que consumada a
hipotética conduta delitiva, desde que não haja solução de continuidade.
Desse modo, mantem-se a competência criminal originária do STF nos casos de “mandatos cruzados”
exclusivamente de parlamentar federal.
STF. Plenário. Inq. 4342 QO/PR, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 1º/4/2022 (Info 1049).
7
É indispensável a existência de prévia autorização judicial para a instauração de inquérito ou outro
procedimento investigatório em face de autoridade com foro por prerrogativa de função em Tribunal
de Justiça (Info 1040)
Beneficiário do auxílio emergencial transferiu o dinheiro para a conta de terceiro que deveria sacar a
quantia e entregar ao beneficiário; compete à Justiça Estadual julgar a conduta do terceiro que decidiu
não mais entregar o valor (Info 716).
A Justiça Federal é competente para processar e julgar os crimes ambientais e contra a vida
decorrentes do rompimento da barragem em Brumadinho/MG (Info 714)
A Justiça Eleitoral é competente para processar e julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhe forem
conexos.
STF. Plenário. Inq 4435 AgR-quarto/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 13 e 14/3/2019 (Info 933).
STJ. 5ª Turma. HC 612636-RS, Rel. Min. Jesuíno Rissato (Desembargador convocado do TJDFT), Rel. Acd.
Min. Ribeiro Dantas, julgado em 05/10/2021 (Info 713).
A Justiça Eleitoral é competente para processar e julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhe forem
conexos.
(Info 933).
A Justiça Eleitoral é competente para processar e julgar crime comum conexo com crime eleitoral,
ainda que haja o reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva do delito eleitoral (INFO 1024
STF)
Compete à Justiça Federal processar e julgar o crime de esbulho possessório de imóvel vinculado ao
Programa Minha Casa Minha Vida (INFO 700 STJ)
Objetiva tornar bens MOVEIS OU IMOVEIS adquiridos com o a prática delituosa, assim
como evitar que o agente continue obtendo lucro com o crime (na peça, vale citar o
termo “locupletamento ilícito” ao representar por sequestro)
SEQUESTRO ATENÇÃO: recai sobre os proventos do crime, não sobre o produto. (ex: agente roubou
20 mil reais da vítima e com esse dinheiro adquiriu um relógio de luxo. O valor é o
produto ou objeto direto, enquanto que o relógio é o provento ou objeto indireto)
Origem ilícita
Ocorre durante o IP ou ação penal
Legitimidade pode ser do juiz, MP, ofendido ou delegado
Objetiva assegurar a reparação civil do dano causado pelo delito
Recai sobre imóveis de origem lícita
Ocorre durante a ação penal
HIPOTECA
Certeza da infração e indícios suficientes de autoria
Legitimidade é do ofendido
Assegurar a reparação civil do dano causado pelo delito
Recai sobre moveis ou imóveis
ARRESTO Pode ocorrer no IP ou na ação penal
Certeza da infração e indícios suficientes de autoria
Legitimidade é do ofendido
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PROVAS
O IP produz provas? EM REGRA, não. Na primeira fase da persecução penal angariamos elementos de
informação, que subsidiaram lastro probatório para que o titular da ação penal (MP ou querelante)
ofereçam a exordial acusatória (denuncia ou queixa). Prova é aquela produzida sob o crivo do
contraditório.
Mas, é correto falar que NUNCA serão produzidas provas no IP? Não. Vimos acima sobre as provas
cautelares, irrepetiveis e antecipadas.
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório
judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na
investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
Prova ilícita: produzida em desrespeito à normas de cunho material (ex: confissão obtida por tortura).
Por consequência, também serão ilícitas as que dela decorram, entretanto, é possível,
excepcionalmente, que a prova seguinte não seja maculada.
a) Teoria da fonte independente (independent source doctrine): é quando se demonstra que não
há nexo causal entre as demais provas e aquela considerada ilícita. A fonte de uma prova
independente é geneticamente desvinculada da ilícita, sendo, portanto, válida. Não se
estabelece um nexo de causa e efeito
b) Teoria da descoberta inevitável (inevitable discovery exception): quando se demonstra que a
prova poderia ser obtida por qualquer outra forma; seria descoberta de outra maneira,
inevitavelmente
Prova ilegítima: produzida em desrespeito às normas de cunho formal (ex: laudo pericial produzido por
apenas um perito não oficial)
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-O juiz tem ampla liberdade de decidir e decide
Sistema da íntima convicção de acordo com sua consciência
-Juiz não está obrigado a fundamentar
-Existem exemplos? Sim, voto dos jurados no
Tribunal do Júri
-Provas não são valoradas previamente
Livre convencimento motivado -Não há hierarquia entre as provas
-Julgador não decide com ampla
discricionariedade como no júri
-Há dever de fundamentar
Nós saímos de um sistema em que os critérios de valoração da prova eram vinculados (prova tarifada) e
passamos para um modelo de “livre convencimento”(ainda que o livre convencimento motivado)
Existe uma critica na doutrina no sentido de que o uso degenerativo do “livre convencimento: abre
espaço para legitimar discricionariedades que não se submetem a critérios ou até mesmo
arbitrariedades
Teoria racionalista da prova defende a adoção de “standards probatórios”, denominados modelos de
constatação. São os níveis de certeza (“quantidade de prova”) que determinam o critério para que
determinada decisão possa ser proferida ou não
A teoria racionalista da prova foi levantada num julgado em que questionava-se a pronuncia de uma
pessoa com base no in dubio pro societate. Vale a leitura de um trecho de um artigo do Min. Gilmar
Mendes:
“(...)para a pronúncia, não se exige uma certeza além da dúvida razoável, necessária para a condenação.
Contudo, a submissão de um acusado ao julgamento pelo Tribunal do Júri pressupõe a existência de um
lastro probatório consistente no sentido da tese acusatória. Ou seja, requer-se um standard probatório
um pouco inferior, mas ainda assim dependente de uma preponderância de provas incriminatórias (...)”
Cadeia de custódia:
a) O que é? conjunto de todos os procedimentos utilizados para manter e documentar a história
cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua posse e
manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte
b) Início: dá-se com a preservação do local de crime ou com procedimentos policiais ou periciais
nos quais seja detectada a existência de vestígio.
c) O que é vestígio? é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou recolhido,
que se relaciona à infração penal
d) Quais as etapas?
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pelo atendimento;
4. coleta: ato de recolher o vestígio que será submetido à análise pericial, respeitando suas
características e natureza
5. acondicionamento: procedimento por meio do qual cada vestígio coletado é embalado de forma
individualizada, de acordo com suas características físicas, químicas e biológicas, para posterior
análise, com anotação da data, hora e nome de quem realizou a coleta e o acondicionamento;
6. transporte: ato de transferir o vestígio de um local para o outro, utilizando as condições
adequadas (embalagens, veículos, temperatura, entre outras), de modo a garantir a manutenção
de suas características originais, bem como o controle de sua posse;
7. recebimento: ato formal de transferência da posse do vestígio, que deve ser documentado com,
no mínimo, informações referentes ao número de procedimento e unidade de polícia judiciária
relacionada, local de origem, nome de quem transportou o vestígio, código de rastreamento,
natureza do exame, tipo do vestígio, protocolo, assinatura e identificação de quem o recebeu;
8. processamento: exame pericial em si, manipulação do vestígio de acordo com a metodologia
adequada às suas características biológicas, físicas e químicas, a fim de se obter o resultado
desejado, que deverá ser formalizado em laudo produzido por perito;
9. armazenamento: procedimento referente à guarda, em condições adequadas, do material a ser
processado, guardado para realização de contraperícia, descartado ou transportado, com
vinculação ao número do laudo correspondente;
10. descarte: procedimento referente à liberação do vestígio, respeitando a legislação vigente e,
quando pertinente, mediante autorização judicial
*princípio da mesmidade: a prova valorada é exatamente e integralmente aquela que foi colhida. Por
vezes, em razão dos diferentes filtros e manipulações das autoridades que colhem e custodiam a prova,
o que é trazido para os autos não obedece o princípio da mesmidade, correspondendo a “parte” daquilo
que foi colhido.
*princípio da desconfiança: é a exigência de que a prova deve ser acreditada, isto é, submetida a um
procedimento que demonstre que os objetos correspondem ao que a parte alega ser.
Cadeia de custódia violada quanto à evidencias digitais. Vale a leitura de um trecho de um artigo escrito
por Geraldo Prado:
“Como afirmado no início, violada a cadeia de custódia da prova digital incide imperiosa proibição de
valoração da prova assim obtida. É o corpo de delito que se converte em algo juridicamente imprestável
à luz do direito fundamental à integridade dos sistemas informáticos e o igualmente fundamental
direito à confidencialidade, princípios constitucionais implícitos assim como o é o direito fundamental à
autodeterminação informativa.”
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ponderação entre o direito de liberdade de um inocente prevalece sobre um eventual direito
sacrificado na obtenção da prova
o réu estaria, quando da obtenção (ilícita) da prova, acobertado pelas excludentes da legítima
defesa ou do estado de necessidade, conforme o caso. Também é perfeitamente sustentável a
tese da inexigibilidade de conduta diversa (excluindo agora a culpabilidade
essa prova ilícita não é convalidada. Ela é apenas admitida em determinado processo para
salvaguardar a liberdade de um inocente. Perante terceiros permanece ilícita
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto
ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do exame de corpo de delito quando se tratar de
crime que envolva:
Art. 160. Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 dias, podendo este
prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos.
Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a qualquer hora.
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência
dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto.
Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á
a exame complementar por determinação da autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a
requerimento do Ministério Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor.
§ 1o No exame complementar, os peritos terão presente o auto de corpo de delito, a fim de suprir-lhe a
deficiência ou retificá-lo.
§ 2o Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito no art. 129, § 1o, I, do Código Penal,
deverá ser feito logo que decorra o prazo de 30 dias, contado da data do crime.
Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material suficiente para a eventualidade de
nova perícia. Sempre que conveniente, os laudos serão ilustrados com provas fotográficas, ou
microfotográficas, desenhos ou esquemas.
Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de obstáculo a subtração da coisa, ou
por meio de escalada, os peritos, além de descrever os vestígios, indicarão com que instrumentos, por
que meios e em que época presumem ter sido o fato praticado.
Art. 172. Proceder-se-á, quando necessário, à avaliação de coisas destruídas, deterioradas ou que
constituam produto do crime.
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Exceção: pode realizar por videoconferência (hipótese na qual as partes deverão ser intimadas com 10
dias de antecedência), desde que para atender a uma das seguintes finalidades:
1. prevernir prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de que o preso
integre organização criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir durante o deslocamento;
2. viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando haja relevante dificuldade
para seu comparecimento em juízo, por enfermidade ou outra circunstância pessoal;
3. impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima, desde que não seja possível
colher o depoimento destas por videoconferência, nos termos do art. 217 deste Código;
4. responder à gravíssima questão de ordem pública
Se não for realizado por nenhuma destas formas, será requisitada a apresentação do réu preso em juízo
Art. 217. Se o juiz verificar que a presença do réu poderá causar humilhação, temor, ou sério
constrangimento à testemunha ou ao ofendido, de modo que prejudique a verdade do depoimento,
fará a inquirição por videoconferência e, somente na impossibilidade dessa forma, determinará a
retirada do réu, prosseguindo na inquirição, com a presença do seu defensor.
Jurisprudência:
A alegação de que não há nexo causal entre os elementos angariados no inquérito policial e a denúncia
oferecida não caracteriza quebra da cadeia de custódia, cuja configuração pressupõe irregularidades no
procedimento de colheita e conservação da prova.
A violação de domicílio com base no comportamento suspeito do acusado, que empreendeu fuga ao ver
a viatura policial, não autoriza a dispensa de investigações prévias ou do mandado judicial para a
entrada dos agentes públicos na residência
Admitir a entrada na residência especificamente para efetuar uma prisão não significa conceder um
salvo-conduto para que todo o seu interior seja vasculhado indistintamente, em verdadeira pescaria
probatória (fishing expedition), sob pena de nulidade das provas colhidas por desvio de finalidade.
É inválido o reconhecimento pessoal realizado em desacordo com o modelo do art. 226 do CPP, o que
implica a impossibilidade de seu uso para lastrear juízo de certeza da autoria do crime, mesmo que de
forma suplementar
Não é possível a quebra de sigilo de dados informáticos estáticos (registros de geolocalização) nos casos
em que haja a possibilidade de violação da intimidade e vida privada de pessoas não diretamente
relacionadas à investigação criminal
O simples relato dos policiais de que sentiram forte cheiro de droga vindo do interior da residência,
desprovido de qualquer outra justificativa mais elaborada retira a verossimilhança da narrativa dos
militares -, o elemento "fundadas razões" necessário para o ingresso no domicílio do réu. Como
decorrência da proibição das provas ilícitas por derivação (art. 5º, LVI, da Constituição da República), é
nula a prova derivada de conduta ilícita - no caso, a apreensão de drogas -, pois evidente o nexo causal
entre uma e outra conduta, ou seja, entre a invasão de domicílio (permeada de ilicitude) e a apreensão
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das referidas substâncias.
A coleta de material genético prevista no art. 9º-A da Lei de Execução Penal não ofende o princípio da
não autoincriminação
É ilegal a requisição, sem autorização judicial, de dados fiscais pelo Ministério Público. Uma coisa é
órgão de fiscalização financeira, dentro de suas atribuições, identificar indícios de crime e comunicar
suas suspeitas aos órgãos de investigação para que, dentro da legalidade e de suas atribuições,
investiguem a procedência de tais suspeitas. Outra, é o órgão de investigação, a polícia ou o Ministério
Público, sem qualquer tipo de controle, alegando a possibilidade de ocorrência de algum crime, solicitar
ao COAF ou à Receita Federal informações financeiras sigilosas detalhadas sobre determinada pessoa,
física ou jurídica, sem a prévia autorização judicial.
O MP pode requerer diretamente que a Apple, Google etc guardem os registros de acesso a aplicações
de internet ou registros de conexão de pessoas investigadas enquanto se aguarda pedido de quebra de
sigilo de dados
Em uma ação penal por crime de homicídio culposo no trânsito, a prova referente à causa determinante
da colisão não pode ser considerada mera prova supletiva, cuidando-se, em verdade, da prova principal
Quando a acusação não produzir todas as provas possíveis e essenciais para a elucidação dos fatos,
capazes de, em tese, levar à absolvição do réu ou confirmar a narrativa acusatória caso produzidas, a
condenação será inviável, não podendo o magistrado condenar com fundamento nas provas
remanescentes.
Não configura cerceamento de defesa o fato de não se permitir que o réu que está preso
preventivamente tenha acesso a um notebook na unidade prisional a fim de examinar as provas que
estão nos autos
A ausência de registro fotográfico, quando da apreensão das drogas, não configura quebra da cadeia de
custódia da prova
É lícita a entrada de policiais, sem autorização judicial e sem o consentimento do hóspede, em quarto
de hotel não utilizado como morada permanente, desde que presentes as fundadas razões que
sinalizem a ocorrência de crime e hipótese de flagrante delito.
O quarto de hotel constitui espaço privado que, segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal, é
qualificado juridicamente como “casa” (desde que ocupado) para fins de tutela constitucional da
inviolabilidade domiciliar. No entanto, o STJ fez uma interessante ressalva. O STJ afirmou que, embora o
quarto de hotel regularmente ocupado seja, juridicamente, qualificado como “casa” para fins de tutela
constitucional da inviolabilidade domiciliar (art. 5º, XI), a exigência, em termos de standard probatório,
para que policiais ingressem em um quarto de hotel sem mandado judicial não pode ser igual às
fundadas razões exigidas para o ingresso em uma residência propriamente dita, a não ser que se trate
(o quarto de hotel) de um local de moradia permanente do suspeito. Isso porque é diferente invadir
uma casa habitada permanentemente pelo suspeito e até por várias pessoas (crianças e idosos,
inclusive) e um quarto de hotel que, como no caso, é aparentemente utilizado não como uma morada
permanente, mas para outros fins, inclusive, ao que tudo indica, o comércio de drogas.
Fonte: Dizer o Direito
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A busca e apreensão de bens em interior de veículo é legal e inerente ao dever de fiscalização regular da
PRF, em se tratando do flagrante de transporte de vultosa quantia em dinheiro e não tendo o
investigado logrado justificar o motivo de tal conduta
Não existe exigência legal de que o mandado de busca e apreensão detalhe o tipo de documento a ser
apreendido, ainda que de natureza sigilosa
O MP pode escolher quais elementos obtidos na busca e apreensão serão utilizados pela acusação; no
entanto, o material restante deve permanecer à livre consulta do acusado, para o exercício de suas
faculdades defensivas
É válida a autorização expressa para busca e apreensão em sede de empresa investigada dada por
pessoa que age como sua representante
É permitido o acesso ao whatsapp, mesmo sem autorização judicial, em caso de telefone celular
encontrado no interior de estabelecimento prisional
Não podem ser usadas como prova as mensagens obtidas por meio do print screen da tela da
ferramenta WhatsApp Web
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PRISÃO
Desde a ultima reforma processual, o juiz não poderia mais decretar a prisão de ofício no curso da
investigação, entretanto, subsistia a possibilidade da decretação no curso do processo.
O “Pacote Anticrime” eliminou de vez essa possibilidade. O juiz pode REVOGAR a prisão de ofício,
decretá-la não. (alô sistema acusatório)
Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando-se a:
I - necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução criminal e, nos casos
expressamente previstos, para evitar a prática de infrações penais;
§ 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz a requerimento das partes ou, quando no curso
da investigação criminal, por representação da autoridade policial ou mediante requerimento do
Ministério Público.
§ 5º O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a medida cautelar ou substituí-la quando
verificar a falta de motivo para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que
a justifiquem.
§ 6º A prisão preventiva somente será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra
medida cautelar, observado o art. 319 deste Código, e o não cabimento da substituição por outra
medida cautelar deverá ser justificado de forma fundamentada nos elementos presentes do caso
concreto, de forma individualizada.
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DA PRISÃO PREVENTIVA
Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva
decretada pelo juiz, a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por
representação da autoridade policial. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem
econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando
houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de
liberdade do imputado.
§ 1º A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das
obrigações impostas por força de outras medidas cautelares
§ 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e fundamentada em receio de
perigo e existência concreta de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da
medida adotada.
***a contemporaneidade não está ligada necessariamente ao tempo do fato, mas, quando descoberto
e iniciada a apuração do fato, se, nesse exato momento, esse decurso de prazo neutraliza ou não o
elemento acerca da necessidade da preventiva mediante os demais requisitos
Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva:
I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos;
II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o
disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código
Penal;
III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso,
enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência;
§ 1º Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da
pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser
colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a
manutenção da medida.
§ 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva com a finalidade de antecipação de
cumprimento de pena ou como decorrência imediata de investigação criminal ou da apresentação ou
recebimento de denúncia.
Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas provas
constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas condições previstas nos incisos I, II e III do caput
do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal.
****pressuposto negativo da prisão preventiva: seria que a prisão preventiva em nenhuma hipótese
será decretada caso esteja presente uma causa de justificação.
Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre motivada e
fundamentada.
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Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a prisão preventiva se, no correr da
investigação ou do processo, verificar a falta de motivo para que ela subsista, bem como novamente
decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor da decisão revisar a
necessidade de sua manutenção a cada 90 (noventa) dias, mediante decisão fundamentada, de ofício,
sob pena de tornar a prisão ilegal.
****A prisão preventiva tem prazo? NÃO. A necessidade da manutenção da prisão deve ser analisada a
cada 90 dias
Jurisprudência
- A determinação do magistrado pela cautelar máxima, em sentido diverso do requerido pelo Ministério
Público, pela autoridade policial ou pelo ofendido, não pode ser considerada como atuação ex officio
- Quando o acusado encontrar-se foragido, não há o dever de revisão ex officio da prisão preventiva, a
cada 90 dias, exigida pelo art. 316, parágrafo único, do Código de Processo Penal.
- O transcurso do prazo previsto no parágrafo único do art. 316 do Código de Processo Penal não
acarreta, automaticamente, a revogação da prisão preventiva e, consequentemente, a concessão de
liberdade provisória. A exigência da revisão nonagesimal quanto à necessidade e adequação da prisão
preventiva aplica-se até o final dos processos de conhecimento.
Em conclusão, o art. 316, parágrafo único, do CPP aplica-se:
a) até o final dos processos de conhecimento, onde há o encerramento da cognição plena pelo Tribunal
de segundo grau;
b) nos processos onde houver previsão de prerrogativa de foro.
Por outro lado, o art. 316, parágrafo único, do CPP não se aplica para as prisões cautelares decorrentes
de sentença condenatória de segunda instância ainda não transitada em julgado.
Fonte: Dizer o Direito
- Não é possível que o juiz, de ofício, decrete a prisão preventiva; vale ressaltar, no entanto, que, se
logo depois de decretar, a autoridade policial ou o MP requererem a prisão, o vício de ilegalidade que
maculava a custódia é suprido
Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro)
horas após a realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a presença do
acusado, seu advogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério
Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente:
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I - relaxar a prisão ilegal; ou
§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato em qualquer das
condições constantes dos incisos I, II ou III do caput do art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Código Penal), poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade
provisória, mediante termo de comparecimento obrigatório a todos os atos processuais, sob pena de
revogação.
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra organização criminosa armada ou
milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito, deverá denegar a liberdade provisória, com ou
sem medidas cautelares.
§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à não realização da audiência de custódia no
prazo estabelecido no caput deste artigo responderá administrativa, civil e penalmente pela omissão.
§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o decurso do prazo estabelecido no caput deste
artigo, a não realização de audiência de custódia sem motivação idônea ensejará também a ilegalidade
da prisão, a ser relaxada pela autoridade competente, sem prejuízo da possibilidade de imediata
decretação de prisão preventiva.
A falta de audiência de custódia constitui irregularidade, não afastando a prisão preventiva, no caso de
estarem atendidos os requisitos do art. 312 do CPP e observados direitos e garantias versados na
Constituição Federal.
STF. 1ª Turma. HC 202260 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 30/08/2021.
A não realização de audiência de custódia no prazo de 24 horas não acarreta a automática nulidade do
processo criminal, assim como que a conversão do flagrante em prisão preventiva constitui novo título
a justificar a privação da liberdade, ficando superada a alegação de nulidade decorrente da ausência de
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apresentação do preso ao Juízo de origem.
STJ. 6ª Turma. RHC 154.274/MG, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 14/12/2021.
O entendimento desta Corte Superior de Justiça é de que "a não realização de audiência de custódia no
prazo de 24 horas não acarreta a automática nulidade do processo criminal, assim como que a
conversão do flagrante em prisão preventiva constitui novo título a justificar a privação da liberdade,
ficando superada a alegação de nulidade decorrente da ausência de apresentação do preso ao Juízo de
origem
STJ. 6ª Turma. RHC 154.274. Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 14/12/2021.
SENTENÇA
Mutatio Libelli
- Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova definição jurídica do fato, em
conseqüência de prova existente nos autos de elemento ou circunstância da infração penal não contida
na acusação, o Ministério Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco) dias, se em
virtude desta houver sido instaurado o processo em crime de ação pública, reduzindo-se a termo o
aditamento, quando feito oralmente.
-Não pode ocorrer no segundo grau de jurisdição
- O recebimento do aditamento da denúncia que traz modificação fática substancial enseja a
interrupção da prescrição.
Emendatio Libelli
- O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição
jurídica diversa, ainda que, em conseqüência, tenha de aplicar pena mais grave.
Efeito prodrômico da sentença: edação da reformatio in pejus, seja ela direta ou indireta, na hipótese
de recurso exclusivo do réu. É o limite criado por aquela primeira sentença penal condenatória que
havia transitado em julgado para a acusação.
20
CRIMES TRIBUTÁRIOS, CONTRA A ORDEM ECONÔMICA E RELAÇÕES DE CONSUMO - LEI 8.137/90
Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e
qualquer acessório, mediante as seguintes condutas
I - omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias;
II - fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de qualquer
natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal;
III - falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento
relativo à operação tributável;
IV - elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou
inexato;
O inc. V do art. 1 é crime FORMAL, portanto, não depende do lançamento definitivo do tributo:
V - negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, relativa a
venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo
com a legislação.
Aumento de 1/3 até a metade nos crimes tributários praticados por particulares, crimes contra a
ordem econômica e crimes contra as relações de consumo, se
I - ocasionar grave dano à coletividade;
1
II - ser o crime cometido por servidor público no exercício de suas funções;
III - ser o crime praticado em relação à prestação de serviços ou ao comércio de bens essenciais à
vida ou à saúde.
Jurisprudência:
- Incide o princípio da insignificância aos crimes tributários federais e de descaminho quando o débito
tributário verificado não ultrapassar o limite de R$ 20.000,00 (vinte mil reais). Não se estende aos
demais entes federados (Estados, Municípios e Distrito Federal) o princípio da insignificância no
patamar estabelecido pela União na Lei n. 10.522/2002 previsto para crimes tributários federais, o
que somente ocorreria na existência de legislação local específica sobre o tema.
- Para a configuração do delito previsto no art. 2º, II, da Lei nº 8.137/90, deve ser comprovado o dolo
específico.
Entendimento que segue a posição do STF que exige dolo de apropriação:
O contribuinte que deixa de recolher, de forma contumaz e com dolo de apropriação, o ICMS
cobrado do adquirente da mercadoria ou serviço incide no tipo penal do art. 2º, II, da Lei nº 8.137/90
(STF. Plenário. RHC 163334, Rel. Roberto Barroso, julgado em 18/12/2019).
STJ. 6ª Turma. HC 675289-SC, Rel. Min. Olindo Menezes (Desembargador Convocado do TRF 1ª
Região), julgado em 16/11/2021 (Info 718).
Fonte: dizer o direito
-Hipóteses de mitigação da SV 24: embaraço a fiscalização tributária ou indícios da prática de outros
delitos, de natureza não fiscal.
Os crimes devem ser praticados com elemento subjetivo especial além do dolo:
a) Mero capricho ou satisfação pessoal;
b) Prejudicar outrem;
c) Beneficiar a si mesmo.
Efeitos da condenação:
a) Tornar certa a obrigação de indenizar o dano. Fixada o valor mínimo pelo juiz por requerimento do
ofendido;
b) Inabilitação para exercício do cargo, emprego ou função por 1 a 5 anos (CONDICIONADO À
REINCIDÊNCIA. NÃO É AUTOMÁTICO)
c) Perda do cargo, do mandato ou da função pública. (CONDICIONADO À REINCIDÊNCIA. NÃO É
AUTOMÁTICO)
Penas restritivas de direitos:
a) Prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas.
b) Suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato pelo prazo de 1 a 6 meses, COM perda
dos vencimentos e das vantagens.
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LEI DE LAVAGEM DE DINHEIRO
A aptidão da denúncia relativa ao crime de lavagem de dinheiro não exige uma descrição exaustiva e
pormenorizada do suposto crime prévio (infração penal antecedente), bastando a presença
de indícios suficientes de que o objeto material da lavagem (bens, direitos ou valores) seja
proveniente, direta ou indiretamente, desta infração penal antecedente. (STJ - Info 658 – 2019)
a) Justa causa duplicada: justa causa não apenas em relação à lavagem, mas indícios suficientes do
crime antecedente
b) Lavagem estará configurada ainda que desconhecido ou isento de pena (culpabilidade) o autor, ou
extinta a punibilidade da infração penal antecedente.
c) O Brasil adota a teoria da acessoriedade limitada: a infração anterior deve ser típica e ilícita
d) O delito anterior pode ter sido cometido no exterior, desde que respeitado o principio da dupla
tipicidade
Aumento de 1 a 2/3:
Lavagem cometida de forma reiterada ou por intermédio de organização criminosa.
Efeitos da condenação
- perda, de todos os bens relacionados, direta ou indiretamente, à prática dos crimes de lavagem,
inclusive aqueles utilizados para prestar a fiança, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-
fé;
- a interdição do exercício de cargo ou função pública de qualquer natureza e de diretor, de membro
de conselho de administração ou de gerência das pessoas jurídicas referidas no art. 9º, pelo dobro do
tempo da pena privativa de liberdade aplicada.
Art. 25. São penalmente responsáveis, nos termos desta lei, o controlador e os administradores de
instituição financeira, assim considerados os diretores, gerentes (Vetado).
§ 1º Equiparam-se aos administradores de instituição financeira (Vetado) o interventor, o liqüidante
ou o síndico.
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- O delito do art.19 da lei 7.492/86, "obter mediante fraude financiamento em instituição financeira
não exige, para a sua configuração, efetivo ou potencial abalo ao Sistema Financeiro Nacional.
STJ. 5ª Turma. gRg no AgRg no AREsp 1642491/SP, Rel Min. Joel Ilan, julgado em 19/05/2020.
- A simulação de consórcio por meio de venda premiada, operada sem autorização do Banco Central
do Brasil, configura crime contra o sistema financeiro, tipificado pelo art. 16 da Lei nº 7.492/86, o que
atrai a competência da Justiça Federal.
STJ. 3ª Seção. CC 160077-PA, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 10/10/2018 (Info 637).
- A utilização de terceiros (“laranjas”) para aquisição de moeda estrangeira para outrem, ainda que
tenham anuído com as operações, se subsome à conduta tipificada no art. 21 da Lei nº 7.492/86.
O bem jurídico resta violado com a dissimulação de esconder a real identidade do adquirente da
moeda estrangeira valendo-se da identidade, ainda que verdadeira, de terceiros.
STJ. 6ª Turma. REsp 1595546-PR, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 2/5/2017 (Info 604).
- O agente pratica o crime de gestão temerária quando viola deveres impostos por normas jurídicas
voltadas aos administradores de instituições financeiras e que prevêem limites de risco aceitáveis.
STJ. 6ª Turma. REsp 1613260-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 9/8/2016 (Info
588).
LEI DE INTERCEPTAÇÃO
Interceptação telefônica:
a) Requisitos
-indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal;
-prova não pode ser feita por outros meios
-infração punida com reclusão
b) Prazo para o juiz decidir: 24 horas
c) Prazo de duração: 15 dias, renováveis, caso comprovada a indispensabilidade
Captação ambiental
a)Requisitos:
-Prova não pode ser feita por outros meios disponíveis e igualmente eficazes
- Elementos probatórios razoáveis de autoria e participação
-Infrações com pena máxima SUPERIOR a 4 anos ou em infrações conexas
- O requerimento deverá descrever circunstanciadamente o local e a forma de instalação do
dispositivo de captação ambiental.
b) Prazo de duração: 5 (quinze) dias, renovável por decisão judicial por iguais períodos, se
comprovada a indispensabilidade do meio de prova e quando presente atividade criminal
permanente, habitual ou continuada.
§ 2º A instalação do dispositivo de captação ambiental poderá ser realizada, quando necessária, por
meio de operação policial disfarçada ou no período noturno, exceto na casa, nos termos do inciso XI
do caput do art. 5º da Constituição Federal.
4º A captação ambiental feita por um dos interlocutores sem o prévio conhecimento da autoridade
policial ou do Ministério Público poderá ser utilizada, em matéria de defesa, quando demonstrada a
integridade da gravação.
- A conversão do conteúdo das interceptações telefônicas em formato escolhido pela defesa não é
ônus atribuído ao Estado (STJ INFO 731)
- Admite-se o uso da motivação per relationem para justificar a quebra do sigilo das comunicações
telefônicas.
No entanto, as decisões que deferem a interceptação telefônica e respectiva prorrogação devem
prever, expressamente, os fundamentos da representação que deram suporte à decisão - o que
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constituiria meio apto a promover a formal incorporação, ao ato decisório, da motivação reportada
como razão de decidir - sob pena de ausência de fundamento idôneo para deferir a medida cautelar.
STJ. 6ª Turma. HC 654131-RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 16/11/2021 (Info 723).
- O artigo 2º da Lei 9.296/1996 não se aplica à obtenção de dados armazenados no celular. Não cabe
transportar a regra do artigo 2º da Lei nº 9.296/1996 – no que inadmitida a interceptação de
comunicações telefônicas quando a prova puder ser feita por outros meios disponíveis – à obtenção
dos dados armazenados em dispositivo de telefonia.
STF. 1ª Turma. HC 173.989 /SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 13.10.2020.
- A existência de captação de áudio fora do período autorizado pelo juiz resulta na nulidade apenas
da gravação realizada no dia excedente.
STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1.861.383/SC, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 15.09.2020.
- É ilegal a quebra do sigilo telefônico mediante a habilitação de chip da autoridade policial em
substituição ao do investigado titular da linha. A Lei nº 9.296/96 não autoriza a suspensão do serviço
telefônico ou do fluxo da comunicação telemática mantida pelo usuário, tampouco a substituição do
investigado e titular da linha por agente indicado pela autoridade policial.
STJ. 6ª Turma. REsp 1806792-SP, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 11/05/2021 (Info 696).
- O prazo de 15 dias das interceptações telefônicas deve ser contado a partir da efetiva
implementação da medida, e não da respectiva decisão.
STJ. 5ª Turma. AgRg no RHC 114.973/SC, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 19/05/2020.
- É dever do Estado a disponibilização da integralidade das conversas advindas nos autos de forma
emprestada, sendo inadmissível a seleção pelas autoridades de persecução de partes dos áudios
interceptados (info 648 STJ)
ESTATUTO DESARMAMENTO
-O crime de porte de arma de fogo, seja de uso permitido ou restrito, na modalidade transportar,
admite participação.
- Todos os integrantes das guardas municipais possuem direito a porte de arma de fogo, em serviço
ou mesmo fora de serviço, independentemente do número de habitantes do Município
-Agente possui arma de fogo de uso permitido mas está com o registro vencido: irregularidade
administrativa. ENTRETANTO, essa lógica não se aplica se for uma arma de uso restrito ou então no
caso de porte, já que as elementares são diversas e a reprovabilidade mais intensa.
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LEI DE DROGAS
Prazo conclusão IP (podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido
justificado da autoridade de polícia judiciária)
-Indiciado preso: 30 dias
-Indiciado solto: 90 dias
Destruição de drogas:
Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o previsto no art. 59 do
Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a conduta
social do agente.
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evidenciarem a transnacionalidade do delito;
- o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de missão de
educação, poder familiar, guarda ou vigilância;
- a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos prisionais, de
ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas,
ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou
diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de
reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em transportes públicos;
- o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer
processo de intimidação difusa ou coletiva;
- caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal;
- sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por qualquer
motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação;
- o agente financiar ou custear a prática do crime.
ATENÇÃO:
*O agente que comete o tráfico (art.33) em companhia de menor de idade, pratica o crime de
corrupção de menores? NÃO. O agente maior de idade respoderá pelo art. 33 com a causa de
aumento de pena de 1/6 a 2/3
*O agente que apenas financia o tráfico, mas não pratica nenhum dos verbos do art. 33, responderá
pelo crime de tráfico com a causa de aumento de pena? Não. Responderá apenas pelo art. 36 (crime
de punição mais severa da lei)
*Todos os crimes tipificados nesta lei, são de perito abstrato? Não. O crime de conduzir embarcação
ou aeronave após o consumo de drogas, expondo a dano potencial a incolumidade de outrem é de
perigo CONCRETO.
*Além do crime de porte de droga para consumo pessoal, algum outro tipo penal se insere na
competência do JECRIM? Sim. O crime de oferecer droga sem intuito de lucro para consumirem
juntos e o crime de prescrever culposamente drogas
-Tráfico privilegiado não é equiparado a hediondo. Essa já era a compreensão da jurisprudência e foi
positivada na LEP com o pacote anticrime
-O tráfico privilegiado não impede a substituição da PPL por PRD. O O plenário do STF declarou
inconstitucional a vedação à substituição da PPL por PRD prevista no art. 33, §4º da Lei 11.343/2006.
Posteriormente, o SF suspendeu a eficácia da parte do dispositivo que dizia “vedada a conversão em
pena restritiva de direitos”. (HC 97256
- O crime de associação para o tráfico (art. 35 - Lei 11.343/2006), mesmo formal ou de perigo,
demanda os elementos "estabilidade" e "permanência" do vínculo associativo, que devem ser
demonstrados de forma aceitável (razoável), ainda que não de forma rígida, para que se configure a
societas sceleris e não um simples concurso de pessoas, é dizer, uma associação passageira e
eventual.
STJ. 6ª Turma. REsp 1.978.266/MS
- É possível a valoração da quantidade e natureza da droga apreendida, tanto para a fixação da
pena-base quanto para a modulação da causa de diminuição prevista no art. 33, § 4º, da Lei n.
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11.343/2006, neste último caso ainda que sejam os únicos elementos aferidos, desde que não
tenham sidos considerados na primeira fase do cálculo da pena.
STJ. 3ª Seção. HC 725.534-SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 27/04/2022 (Info 734).
- Viola o princípio da proporcionalidade a consideração de condenação anterior pelo delito do art.
28 da Lei nº 11.343/2006, “porte de droga para consumo pessoal”, para fins de reincidência.
STF. 2ª Turma. RHC 178512 AgR/SP
- Não é possível que o agente responda pela prática do crime do art. 34 da Lei 11.343/2006 quando
a posse dos instrumentos configura ato preparatório destinado ao consumo pessoal de
entorpecente. Para que se configure a lesão ao bem jurídico tutelado pelo art. 34 da Lei nº
11.343/2006, a ação de possuir maquinário e/ou objetos deve ter o especial fim de fabricar,
preparar, produzir ou transformar drogas, visando ao tráfico. (INFO 709 STJ)
- A fração de aumento de pena pela transnacionalidade do delito de tráfico de drogas pode levar em
consideração a longa distância percorrida (STF. 2ª turma. HC 191.131/MS)
- Compete ao Juízo Federal do endereço do destinatário da droga, importada via Correio, processar
e julgar o crime de tráfico internacional (INFO 698 STJ)
- É incabível salvo-conduto para o cultivo da cannabis visando a extração do óleo medicinal, ainda
que na quantidade necessária para o controle da epilepsia, posto que a autorização fica a cargo da
análise do caso concreto pela ANVISA.
STJ. 5ª Turma. RHC 123402-RS
- O crime de associação para o tráfico é plurissubjetivo e pode ser plurilocal (TJ. 6ª Turma. REsp
1845496/SP)
CRIMES FALIMENTARES
Art. 168. Praticar, antes ou depois da sentença que decretar a falência, conceder a recuperação
judicial ou homologar a recuperação extrajudicial, ato fraudulento de que resulte ou possa resultar
prejuízo aos credores, com o fim de obter ou assegurar vantagem indevida para si ou para outrem.
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
Aumento da pena
§ 1º A pena aumenta-se de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço), se o agente:
I – elabora escrituração contábil ou balanço com dados inexatos;
II – omite, na escrituração contábil ou no balanço, lançamento que deles deveria constar, ou altera
escrituração ou balanço verdadeiros;
III – destrói, apaga ou corrompe dados contábeis ou negociais armazenados em computador ou
sistema informatizado;
IV – simula a composição do capital social;
V – destrói, oculta ou inutiliza, total ou parcialmente, os documentos de escrituração contábil
obrigatórios.
Art. 170. Divulgar ou propalar, por qualquer meio, informação falsa sobre devedor em recuperação
judicial, com o fim de levá-lo à falência ou de obter vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 172. Praticar, antes ou depois da sentença que decretar a falência, conceder a recuperação
judicial ou homologar plano de recuperação extrajudicial, ato de disposição ou oneração patrimonial
ou gerador de obrigação, destinado a favorecer um ou mais credores em prejuízo dos demais:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o credor que, em conluio, possa beneficiar-se de ato
previsto no caput deste artigo.
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Art. 180. A sentença que decreta a falência, concede a recuperação judicial ou concede a
recuperação extrajudicial de que trata o art. 163 desta Lei é condição objetiva de punibilidade das
infrações penais descritas nesta Lei.
Art. 181. São efeitos da condenação por crime previsto nesta Lei:
I – a inabilitação para o exercício de atividade empresarial;
II – o impedimento para o exercício de cargo ou função em conselho de administração, diretoria ou
gerência das sociedades sujeitas a esta Lei;
III – a impossibilidade de gerir empresa por mandato ou por gestão de negócio.
§ 1º Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser motivadamente
declarados na sentença, e perdurarão até 5 (cinco) anos após a extinção da punibilidade, podendo,
contudo, cessar antes pela reabilitação penal.
ATENÇÃO: Único crime apenado com detenção: omissão de documentos contábeis obrigatórios
Art. 178. Deixar de elaborar, escriturar ou autenticar, antes ou depois da sentença que decretar a
falência, conceder a recuperação judicial ou homologar o plano de recuperação extrajudicial, os
documentos de escrituração contábil obrigatórios:
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave.
CRIMES ELEITORAIS
Compete à Justiça Eleitoral julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem conexos.
(ENTENDIMENTO CONSOLIDADO STF) Ressalva-se, o caso de existir conexão entre uma infração
penal eleitoral e um crime doloso contra a vida, hipótese em que haverá obrigatoriamente a
separação de processos, afinal, a competência do Tribunal do Júri vem estabelecida na Constituição
Federal, não podendo ser subtraída por disposições infraconstitucionais.
Quando a lei determina a agravação ou atenuação da pena sem mencionar o quantum: deve o juiz
fixá-lo entre um 1/5 e 1/3 , guardados os limites da pena cominada ao crime.
A pena de multa consiste no pagamento ao Tesouro Nacional, de uma soma de dinheiro, que é
fixada em dias-multa. Seu montante é, no mínimo, 1 (um) dia-multa e, no máximo, 300 (trezentos)
dias-multa.
A multa pode ser aumentada até o triplo, embora não possa exceder o máximo genérico (caput), se
o juiz considerar que, em virtude da situação econômica do condenado, é ineficaz a cominada, ainda
que no máximo, ao crime de que se trate.
Art. 323. Divulgar, na propaganda eleitoral ou durante período de campanha eleitoral, fatos que
sabe inverídicos em relação a partidos ou a candidatos e capazes de exercer influência perante o
eleitorado: (novidade legislativa de 2021)
Pena – detenção de dois meses a um ano ou pagamento de 120 a 150 dias-multa.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem produz, oferece ou vende vídeo com conteúdo inverídico
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acerca de partidos ou candidatos.
Art. 326-B. Assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar, por qualquer meio, candidata a
cargo eletivo ou detentora de mandato eletivo, utilizando-se de menosprezo ou discriminação à
condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia, com a finalidade de impedir ou de dificultar a sua
campanha eleitoral ou o desempenho de seu mandato eletivo.
Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço), se o crime é cometido contra mulher:
I – gestante;
II – maior de 60 (sessenta) anos;
III – com deficiência.
Art. 327. As penas cominadas nos arts. 324, 325 e 326 aumentam-se de 1/3 (um terço) até metade,
se qualquer dos crimes é cometido:
I – contra o presidente da República ou chefe de governo estrangeiro;
II – contra funcionário público, em razão de suas funções;
III – na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da ofensa;
IV – com menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia;
V – por meio da Internet ou de rede social ou com transmissão em tempo real.
Art. 309. Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em lugar de outrem:
Pena – reclusão até três anos.
Jurisprudência:
-Para configurar o delito de calúnia eleitoral,é necessária a comprovação da lesividade da conduta e,
se o suposto atingido afirma não ter se ofendido, não há prova da materialidade (INFO 920 STF)
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de busca familiar.
§ 8º Constitui falta grave a recusa do condenado em submeter-se ao procedimento de identificação
do perfil genético
Faltas disciplinares:
a) graves (legislação federal), médias e leves (legislação local define)
b) tentativa = mesma pena da falta consumada
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasionar
subversão da ordem ou disciplina internas, sujeitará o preso provisório, ou condenado, nacional ou
estrangeiro, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as seguintes
características:
I - duração máxima de até 2 (dois) anos, sem prejuízo de repetição da sanção por nova falta grave
de mesma espécie;
III - visitas quinzenais, de 2 (duas) pessoas por vez, a serem realizadas em instalações equipadas para
impedir o contato físico e a passagem de objetos, por pessoa da família ou, no caso de terceiro,
autorizado judicialmente, com duração de 2 (duas) horas;
IV - direito do preso à saída da cela por 2 (duas) horas diárias para banho de sol, em grupos de até 4
(quatro) presos, desde que não haja contato com presos do mesmo grupo criminoso;
V - entrevistas sempre monitoradas, exceto aquelas com seu defensor, em instalações equipadas
para impedir o contato físico e a passagem de objetos, salvo expressa autorização judicial em
contrário;
§ 1º O regime disciplinar diferenciado também será aplicado aos presos provisórios ou condenados,
nacionais ou estrangeiros
I - que apresentem alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade;
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organizações criminosas, quadrilha ou bando.
§ 4º Na hipótese dos parágrafos anteriores, o regime disciplinar diferenciado poderá ser prorrogado
sucessivamente, por períodos de 1 (um) ano, existindo indícios de que o preso:
I - continua apresentando alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal de origem
ou da sociedade;
§ 5º Na hipótese prevista no § 3º deste artigo, o regime disciplinar diferenciado deverá contar com
alta segurança interna e externa, principalmente no que diz respeito à necessidade de se evitar
contato do preso com membros de sua organização criminosa, associação criminosa ou milícia
privada, ou de grupos rivais.
§ 6º A visita de que trata o inciso III do caput deste artigo será gravada em sistema de áudio ou de
áudio e vídeo e, com autorização judicial, fiscalizada por agente penitenciário.
§ 7º Após os primeiros 6 (seis) meses de regime disciplinar diferenciado, o preso que não receber a
visita de que trata o inciso III do caput deste artigo poderá, após prévio agendamento, ter contato
telefônico, que será gravado, com uma pessoa da família, 2 (duas) vezes por mês e por 10 (dez)
minutos.
*Quais sanções podem ser aplicadas pelo diretor do presidio? Advertência verbal, repreensão,
suspensão ou restrição de direitos, isolamento na própria cela, ou em local adequado
Obs: O isolamento, a suspensão e a restrição de direitos não poderão exceder a 30 dias, ressalvada a
hipótese do regime disciplinar diferenciado.
Inclusão no RDD:
-A decisão judicial sobre inclusão de preso em regime disciplinar será precedida de manifestação do
Ministério Público e da defesa e prolatada no prazo máximo de quinze dias.
- A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo do faltoso pelo prazo de até
dez dias. A inclusão do preso no regime disciplinar diferenciado, no interesse da disciplina e da
averiguação do fato, dependerá de despacho do juiz competente.
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Novas frações para progressão de regime:
- O bom comportamento é readquirido após 1 (um) ano da ocorrência do fato, ou antes, após o
cumprimento do requisito temporal exigível para a obtenção do direito.
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Jurisprudência:
- O período em que o réu permanece em livramento condicional deve ser considerado para o cálculo
do tempo máximo de cumprimento de pena previsto no art. 75 do CP.
Exemplo: Pedro foi condenado a 45 anos de reclusão. Após 15 anos no cárcere, ele recebeu o
livramento condicional. Isso significa que ele ficará solto (em período de prova) até o fim da pena
imposta. Logo, o período de prova seria, em tese, de 30 anos (45 é o total da pena; como já cumpriu
15, teria ainda 30 anos restantes).Depois de 25 anos no período de prova, Pedro poderá pedir a
extinção da pena já que cumpriu o máximo de pena previsto pela legislação brasileira, ou seja, 40
anos, nos termos do art. 75 do CP.
STJ. 5ª Turma.REsp 1922012-RS, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 05/10/2021 (Info 712).
Fonte: Dizer o Direito
- A independência das instâncias deve ser mitigada quando, nos casos de inexistência material ou de
negativa de autoria, o mesmo fato for provado na esfera administrativa, mas não o for no processo
criminal (STJ INFO 712)
- Não é possível a concessão do indulto ao crime de associação para o tráfico de drogas, ainda que
não haja proibição no Decreto Presidencial. (STJ. 5ª Turma. AgRg-HC 670.378) – A proibição está
expressamente delineada no art. 44, caput, da Lei n. 11.343/2006.
- Recusar-se em a adentrar à cela consiste em falta grave, pois é ato lesivo e grave em
descumprimento de ordem legítima e com base no art. 50, inciso VI, c/c art. 39, incisos II e V, ambos
da Lei de Execuções Penais – LEP, observando-se, inclusive, o pleno exercício do contraditório e da
ampla defesa no processo administrativo disciplinar.
STJ. 6ª Turma, AgRg no HC 618.666, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 02/03/2021
- O reconhecimento de falta grave consistente na prática de fato definido como crime doloso no
curso da execução penal dispensa o trânsito em julgado da condenação criminal, desde que ocorra a
apuração do ilícito com as garantias constitucionais (STF INFO 1001)
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- A oitiva do condenado pelo Juízo da Execução Penal, em audiência de justificação realizada na
presença do defensor e do Ministério Público, afasta a necessidade de prévio Procedimento
Administrativo Disciplinar (PAD), assim como supre eventual ausência ou insuficiência de defesa
técnica no PAD instaurado para apurar a prática de falta grave durante o cumprimento da pena. STF.
Plenário. RE 972598, Rel. Roberto Barroso, julgado em 04/05/2020 (Repercussão Geral – Tema 941)
(Info 985 – clipping).
- O descumprimento das condições impostas para o livramento condicional não pode ser invocado
para impedir a concessão do indulto, a título de não preenchimento do requisito subjetivo (STJ INFO
670)
À Lei Maria da Penha não se aplica a lei do JECRIM. Sendo assim, os institututos despenalizadores
não são possíveis e a lesão corporal leve não é condicionada à representação. Isso significa que
TODOS os crimes da Lei Maria da Penha são processados por ação penal pública incondicionada?
Não. Ameaça, por exemplo, é condicionada à representação.
É possível a retratação? SIM, entretanto, existem 2 peculiaridades:
1. até o RECEBIMENTO da denúncia (e não até o oferecimento como ocorre nos demais crimes)
2. Em audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da
denúncia, na presença do juiz e ouvido o Ministério Público.
Art. 9 §2º O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para preservar
sua integridade física e psicológica: (...)
II - manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do local de trabalho, por
até 6 meses.
§ 7º A mulher em situação de violência doméstica e familiar tem prioridade para matricular seus
dependentes em instituição de educação básica mais próxima de seu domicílio, ou transferi-los para
essa instituição, mediante a apresentação dos documentos comprobatórios do registro da
ocorrência policial ou do processo de violência doméstica e familiar em curso.
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- informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços disponíveis, inclusive os de
assistência judiciária para o eventual ajuizamento perante o juízo competente da ação de separação
judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução de união estável.
- remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente apartado ao juiz com o pedido da
ofendida, para a concessão de medidas protetivas de urgência;
- verificar se o agressor possui registro de porte ou posse de arma de fogo e, na hipótese de
existência, juntar aos autos essa informação, bem como notificar a ocorrência à instituição
responsável pela concessão do registro ou da emissão do porte
Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à integridade física ou
psicológica da mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou de seus dependentes, o
agressor será imediatamente afastado do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida:
§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste artigo, o juiz será comunicado no prazo máximo
de 24 (vinte e quatro) horas e decidirá, em igual prazo, sobre a manutenção ou a revogação da
medida aplicada, devendo dar ciência ao Ministério Público concomitantemente.
§ 2º Nos casos de risco à integridade física da ofendida ou à efetividade da medida protetiva de
urgência, não será concedida liberdade provisória ao preso.
Art. 14-A. A ofendida tem a opção de propor ação de divórcio ou de dissolução de união estável no
Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher.
§ 1º Exclui-se da competência dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher a
pretensão relacionada à partilha de bens.
Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da ofendida, caberá ao juiz, no prazo de 48 (quarenta
e oito) horas:
II - determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência judiciária, quando for o caso,
inclusive para o ajuizamento da ação de separação judicial, de divórcio, de anulação de casamento
ou de dissolução de união estável perante o juízo competente
IV - determinar a apreensão imediata de arma de fogo sob a posse do agressor.
Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência previstas nesta Lei:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos.
§ 1º A configuração do crime independe da competência civil ou criminal do juiz que deferiu as
medidas.
§ 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial poderá conceder fiança.
§ 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras sanções cabíveis.
ATENÇÃO: o delegado pode arbitrar fiança em infrações penais com pena não superior a 4 anos,
SALVO neste caso de descumprimento de medida protetiva de urgência, em que apenas o juiz
poderá conceder fiança.
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ARMA DE FOGO
Jurisprudência:
-Não cabe o arbitramento de aluguel em desfavor da coproprietária vítima de violência doméstica,
que, em razão de medida protetiva de urgência decretada judicialmente, detém o uso e gozo
exclusivo do imóvel de cotitularidade do agressor (STJ INFO 724)
- Se foram imputados vários crimes ao acusado e dentre eles está o de lesão corporal contra a
mulher no contexto da violência doméstica, é possível que o juiz indefira a designação da audiência
prevista no artigo 16 da Lei 11.340/2006 (audiência na qual é possível a retratação da ofendida) (STJ.
5ª Turma. AgRg no HC 707.726/PA
- Lei que impede nomeação de condenados pela Lei Maria da Penha é constitucional. É cabível lei de
iniciativa parlamentar que veda a nomeação, pela Administração Pública direta e indireta do
Município, de pessoas condenadas pela Lei Federal nº 11.340 de 07 de agosto de 2006 (Lei Maria da
Penha).
Descabe falar em iniciativa privativa do Chefe do Poder executivo.
Na verdade, ao vedar a nomeação de agentes públicos, no âmbito da Administração Direta e Indireta
do município, condenados nos termos da Lei federal nº 11.340/2006, a norma impugnada impôs
regra geral de moralidade administrativa, visando dar concretude aos princípios elencados no caput
do art. 37 da Constituição Federal, cuja aplicação independem de lei em sentido estrito e não se
submetem a uma interpretação restritiva.
STF. RE 1.308.883/DF, Rel. Min. Edson Fachin, decisão monocrática, julgado em 7/04/2021.
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- É cabível lei de iniciativa parlamentar que veda a nomeação, pela Administração Pública direta e
indireta do Município, de pessoas condenadas pela Lei Federal nº 11.340 de 07 de agosto de 2006
(Lei Maria da Penha).
Descabe falar em iniciativa privativa do Chefe do Poder executivo.
Na verdade, ao vedar a nomeação de agentes públicos, no âmbito da Administração Direta e Indireta
do município, condenados nos termos da Lei federal nº 11.340/2006, a norma impugnada impôs
regra geral de moralidade administrativa, visando dar concretude aos princípios elencados no caput
do art. 37 da Constituição Federal, cuja aplicação independem de lei em sentido estrito e não se
submetem a uma interpretação restritiva.
STF. RE 1.308.883/DF, Rel. Min. Edson Fachin, decisão monocrática, julgado em 7/04/2021.
- A posterior reconciliação entre a vítima e o agressor não é fundamento suficiente para afastar a
necessidade de fixação do valor mínimo previsto no art. 387, inciso IV, do CPP, seja porque não há
previsão legal nesse sentido, seja porque compete à própria vítima decidir se irá promover a
execução ou não do título executivo, sendo vedado ao Poder Judiciário omitir-se na aplicação da
legislação processual penal que determina a fixação do valor mínimo em favor da ofendida.
CPP/Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória:(...) IV - fixará valor mínimo para reparação
dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido;
STJ. 6ª Turma. REsp 1819504-MS, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 10/09/2019 (Info 657).
- A medida de afastamento do local de trabalho, prevista no art. 9º, § 2º, da Lei é de competência do
Juiz da Vara de Violência Doméstica, sendo caso de interrupção do contrato de trabalho, devendo a
empresa arcar com os 15 primeiros dias e o INSS com o restante. STJ. 6ª Turma. REsp 1757775-SP,
Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 20/08/2019 (Info 655).
- Não se pode decretar a preventiva do autor de contravenção penal, mesmo que ele tenha
praticado o fato no âmbito de violência doméstica e mesmo que tenha descumprido medida
protetiva a ele imposta (STJ. 6ª Turma. HC 437535-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, Rel.
Acd. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 26/06/2018 (Info 632).
- Em caso de ameaça por redes sociais ou pelo Whatsapp, o juízo competente para deferir as
medidas protetivas é aquele no qual a mulher tomou conhecimento das intimidações. STJ. 3ª Seção.
CC 156.284/PR, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 28/02/2018.
- Nos casos de violência contra a mulher praticados no âmbito doméstico e familiar, é possível a
fixação de valor mínimo indenizatório a título de dano moral, desde que haja pedido expresso da
acusação ou da parte ofendida, ainda que não especificada a quantia, e independentemente de
instrução probatória.
CPP/Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória: IV - fixará valor mínimo para reparação dos
danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido.
STJ. 3ª Seção. REsp 1643051-MS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 28/02/2018 (recurso
repetitivo) (Info 621).
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LEI DE ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA
Definição de ORCRIM:
-4 ou + pessoas
-estruturalmente ordenadas e com divisão de tarefas, ainda que informalmente
-objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza
-mediante a prática de infrações penas com pena superior a 4 anos ou de caráter transnacional
Obs: a lei se aplica também:
- às infrações penais previstas em tratado ou convenção internacional quando, iniciada a execução
no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;
- às organizações terroristas, entendidas como aquelas voltadas para a prática dos atos de
terrorismo legalmente definidos.
Forma equiparada: Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de qualquer forma, embaraça a
investigação de infração penal que envolva organização criminosa.
A condenação com trânsito em julgado acarretará ao funcionário público a perda do cargo, função,
emprego ou mandato eletivo e e a interdição para o exercício de função ou cargo público pelo prazo
de 8 (oito) anos subsequentes ao cumprimento da pena.
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-Considerando a relevância da colaboração prestada, o Ministério Público, a qualquer tempo, e o
delegado de polícia, nos autos do inquérito policial, com a manifestação do Ministério Público,
poderão requerer ou representar ao juiz pela concessão de perdão judicial ao colaborador, ainda
que esse benefício não tenha sido previsto na proposta inicial
-O prazo para oferecimento de denúncia ou o processo, relativos ao colaborador, poderá ser
suspenso por até 6 (seis) meses, prorrogáveis por igual período, até que sejam cumpridas as
medidas de colaboração, suspendendo-se o respectivo prazo prescricional.
- Ministério Público poderá deixar de oferecer denúncia se a proposta de acordo de colaboração
referir-se a infração de cuja existência não tenha prévio conhecimento e o colaborador: não for o
líder da organização criminosa ou for o primeiro a prestar efetiva colaboração nos termos deste
artigo.
-juiz NÃO participa das negociações
Ação controlada:
-previamente COMUNICADA ao juiz. Não depende de prévia autorização
Infiltração de agentes:
-indícios de infração + prova não pode ser obtida por outro meio
-6 meses (prazo prorrogável, se comprovada necessidade)
Jurisprudência:
- A homologação de acordo de colaboração, em regra, terá que se dar perante o juízo competente
para autorizar as medidas de produção de prova e para processar e julgar os fatos delituosos
cometidos pelo colaborador.
Caso a proposta de acordo aconteça entre a sentença e o julgamento pelo órgão recursal, a
homologação ocorrerá no julgamento pelo Tribunal e constará do acórdão.
STF. 2ª Turma. HC 192063/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 2/2/2021 (Info 1004).
- Cabe habeas corpus contra a decisão que não homologa ou que homologa apenas parcialmente o
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acordo de colaboração premiada (STF INFO 1004)
- A colaboração premiada, como meio de obtenção de prova, não constitui critério de determinação,
de modificação ou de concentração da competência (STF INFO 1004)
- Crime de embaraçar investigação previsto na Lei do Crime Organizado não é restrito à fase do
inquérito
ECA
Medidas em caso de prática de ato infracional:
- advertência;
- liberdade assistida: prazo mínimo de 6 meses, podendo a qualquer tempo ser prorrogada,
revogada ou substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor.
*Não prazo determinado. A manutenção deve ser reavaliada no máximo a cada seis meses.
*Só poderá ser aplicada quando o ato infracional for cometido mediante grave ameaça ou violência
a pessoa, reiteração no cometimento de outras infrações graves ou então descumprimento
reiterado e injustificável de medida anteriormente imposta (nesse caso, não poderá ultrapassar 3
meses)
- Qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI. (acolhimento institucional, encaminhamento aos
pais mediante termo de responsabilidade, etc)
Remissão:
-flagrante de ato infracional cometido com violência ou grave ameaça. O Delegado deverá:
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b) apreender o produto e os instrumentos da infração;
-flagrante de ato infracional cometido sem violência ou grave ameaça: a lavratura do auto poderá
ser substituída por boletim de ocorrência circunstanciada.
Infiltração de agentes:
– não poderá exceder o prazo de 90 (noventa) dias, sem prejuízo de eventuais renovações, desde
que o total não exceda a 720 (setecentos e vinte) dias e seja demonstrada sua efetiva necessidade, a
critério da autoridade judicial
Jurisprudência:
-O interrogatório, na apuração de ato infracional, é o último ato da instrução. O direito de falar por
último, de ser interrogado após as testemunhas, deve ser observado no procedimento para
apuração de ato infracional. (STF. HC 212.693)
-Súmula 605-STJ: A superveniência da maioridade penal não interfere na apuração de ato infracional
nem na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso, inclusive na liberdade assistida,
enquanto não atingida a idade de 21 anos.
-Mesmo que a genitália da criança ou adolescente não esteja desnuda, é possível enquadrar a
imagem como ‘cena de sexo explícito ou pornográfica’ para os fins do art. 241-E do ECA (STJ Info
729)
-Juiz não pode aumentar a pena-base do crime do art. 241-A do ECA alegando que a conduta social
ou a personalidade são desfavoráveis, sob o argumento de que o réu manifestou grande interesse
por material pornográfico (INFO 666 STJ)
-Se a infração penal envolveu dois adolescentes, o réu deverá ser condenado por dois crimes de
corrupção de menores (art. 244-B do ECA) (INFO 613 STJ)
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LEI DE CRIMES AMBIENTAIS
Suspensao condicional da pena: pode ser aplicada nos casos de condenação a pena privativa de
liberdade não superior a três anos. (No CP é não superior a 2 anos)
Penas aplicáveis à PJ
a)multa;
b)restritivas de direitos;
- suspensão parcial ou total de atividades;
- interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade;
- proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsídios, subvenções ou
doações. (não pode exceder a 10 anos)
c)prestação de serviços à comunidade.
Art. 24. A pessoa jurídica constituída ou utilizada, preponderantemente, com o fim de permitir,
facilitar ou ocultar a prática de crime definido nesta Lei terá decretada sua liquidação forçada, seu
patrimônio será considerado instrumento do crime e como tal perdido em favor do Fundo
Penitenciário Nacional.
Crime de maus tratos: quando se tratar de cao ou gato, a pena é de 2 a 5 anos, ou seja, não é
possível que o delegado arbitre fianca!
-Se a ré pratica o crime de poluição qualificada e não toma providências para reparar o dano,
entende-se que continua praticando ato ilícito em virtude da sua omissão, devendo, portanto, ser
considerado que se trata de crime permanente
-O delito previsto na primeira parte do art. 54 da Lei nº 9.605/98 possui natureza formal, sendo
suficiente a potencialidade de dano à saúde humana para configuração da conduta delitiva, não se
exigindo, portanto, a realização de perícia.
Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em
danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa
da flora. Pena — reclusão, de um a quatro anos, e multa.
STJ. 3ª Seção. EREsp 1417279-SC, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 11/04/2018 (Info 624).
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vegetação (art. 48 da mesma lei) quando a conduta do agente se realiza com o único intento de
construir em local não edificável.
STJ. 6ª Turma. REsp 1639723-PR, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 7/2/2017 (Info 597).
-Quando praticados no mesmo contexto fático, o delito de impedir a regeneração natural da flora
(art. 48 da Lei 9.605/98) configura pós-fato impunível do delito de construção em área não
edificável sem a respectiva licença ambiental (art. 64 da Lei 9.605/98). STJ. 6ª Turma. RHC
130.332/DF, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 15/09/2020.
-O crime previsto no art. 56, caput, da Lei nº 9.605/98 é de perigo abstrato, sendo dispensável a
produção de prova pericial para atestar a nocividade ou a periculosidade dos produtos
transportados, bastando que estes estejam elencados na Resolução nº 420/2004 da ANTT.
Art. 56.Produzir, processar, embalar, importar, exportar, comercializar, fornecer, transportar,
armazenar, guardar, ter em depósito ou usar produto ou substância tóxica, perigosa ou nociva à
saúde humana ou ao meio ambiente, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou
nos seus regulamentos:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
STJ. 6ª Turma.REsp 1439150-RS, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 05/10/2017 (Info 613).
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